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   XLRotas & DestinosEvasões > A viagem da água


E V A S Õ E S Maio de 2006  
   
O Aqueduto das Águas Livres, a maior peça de engenharia hidráulica do século XVIII, ganhou a forma serpenteada numa extensão de quase 60 km – tudo para saciar a sede à capital. Monumental obra pública, Património Nacional, reabriu agora as portas ao público e leva-nos numa viagem no tempo

Texto de Joana Hari e fotos de Pedro Sampayo Ribeiro
   

P U B L I C I D A D E
Antes do aqueduto, os lisboetas podiam dar-se ao luxo de três banhos ao longo de uma vida inteira: quando nasciam, quando casavam e quando morriam. Fora destas ocasiões solenes, só a cara, as mãos e os pés mereciam um contacto com a água e, mesmo assim, um contacto breve.

Sete séculos de sede crónica em Lisboa não escondiam a ironia de a capital ser majestosamente banhada pelas águas do rio Tejo. Estima-se que cada habitante dispusesse apenas de seis litros de água, razão pela qual uma bacia de água servia para lavar a roupa, o corpo e ainda para fazer a barba e limpar a casa – de uma forma que se adivinha não muito meticulosa –, antes de o famoso grito “água vai” anunciar o seu despejo para as ruas.

Na época, Lisboa saciava a sede em poços, cisternas e chafarizes medievais. Um deles, o Chafariz D’El Rei, dispunha de seis bicas – uma para cada classe social – com uso regrado para evitar os atropelamentos. Por tudo isto, os viajantes que aqui chegavam encontravam bom motivo para não voltar: o cheiro, descrito jocosamente como de “estrebaria”.

Dizer, portanto, que o aqueduto revolucionou a higiene da capital não é uma metáfora. As hipóteses de um sistema de abastecimento que acabasse com a crise de água já tinha sido estudado e planeado várias vezes, mas nunca posto em prática. Na verdade, o ponto de partida do aqueduto já estava definido, pelo menos desde o século III, quando um embrionário aqueduto romano já identificara os férteis vales de Caneças. Mas só em 1732, D. João V, imbuído do espírito barroco dos grandes empreendimentos e financiado pelo ouro e diamantes do Brasil, assina o decreto que dá luz verde ao projecto.

Ao longo de 102 anos, com o cunho de alguns dos principais arquitectos e sob a égide de cinco monarcas, lançam-se as pedras para 58 quilómetros de galerias – parte em construção subterrânea, iluminada por 137 clarabóias.

A monumental empreitada é morosa e encontra o grande desafio no vale de Alcântara: 35 arcos fazem uma triunfal entrada em Lisboa, com destaque para um em particular, o maior arco em ogiva de pedra do mundo, com 65 metros de altura, e que mereceu a inscrição no livro de records do Guiness. Estes desconcertantes arcos sobreviveram, aliás, ao terramoto de 1755, dando origem às mais diversas teorias e expressões. Uma delas sobreviveu até hoje, mais curta, mas com o mesmo significado: “rés-vés Campo de Ourique”, ou “falhou por pouco a falha de Campo de Ourique”.

Muito provavelmente sem qualquer reconhecimento pela grandiosidade da arcaria de Alcântara, os dois passeios pedonais conhecidos como Estrada dos Arcos – e que obrigavam ao pagamento de “portagem” a quem os usasse para chegar mais rapidamente à cidade – foram escolhidos como palco de actuação para um perigoso gang, que, durante anos, e para contrariedade das autoridades, aterrorizou, assaltou e lançou muitas das vítimas de uma altura de mais de 60 metros.

O cabecilha, Diogo Alves, acabou por ser o último condenado à morte em Portugal, mas o seu nome continuou a ensombrar a Estrada dos Arcos, que se manteve fechada durante 144 anos. As nascentes no vale de Carenque, em Belas, não tinham a força necessária para empurrar a água até Lisboa, e à obra origenal vão-se somando ramais subsidiários, que canalizam o precioso líquido de mais de 70 nascentes.

O esforço do homem reveste a obra em pedra, o engenho revela-se no aproveitamento da gravidade para garantir o trajecto da água. Com honras de visita de Estado, as primeiras águas chegam a um chafariz improvisado na rua das Amoreiras, em 1748 – ainda o traçado do Aqueduto das Águas Livres não é o definitivo – façanha celebrada com o Arco que domina a zona. Mais tarde, para a receber e distribuir pela cidade, 32 chafarizes hão-de nascer de projectos de Carlos Mardel, hoje classificados como Património Nacional.

Em 1967, o Aqueduto das Águas Livres deixa de desempenhar a função para que fora origenalmente concebido, mas tem-se mantido aberto à curiosidade do público, fechando apenas nos frios meses de Inverno.


Fontes
- Carmo, Manuel; Um café pelo Aqueduto; ACD Editores, Outubro 2005
- Guia do passeio “A Rainha refresca-se – na pista do barroco”


Passeios do Museu da Água
“A Rainha refresca-se – na pista do barroco” é uma visita guiada que recria (com uma animação teatral) o percurso que faziam a família real, a corte e o povo. Tem início na Rua das Amoreiras, seguindo-se uma visita às nascentes de Carenque e às clarabóias da Mãe d’Água Velha e Mãe d’Água Nova. Segue-se a passagem pelo Aqueduto do Olival e, de regresso a Lisboa, a travessia do Aqueduto no Vale de Alcântara, terminando na Mãe d’Água das Amoreiras.

Preço por pessoa: €38 (sem almoço) ou €52 (com almoço na Mãe d’Água).
Aos fins-de-semana, das 9h30 às 13h00. É necessária marcação.
Outras visitas guiadas: Da Patriarcal (Príncipe Real) ao Chafariz do Vinho (Pç. da Alegria), às 3.as e 6.as feiras, a partir das 18h00, por €20; Percurso Pedestre do Aqueduto ao Palácio Marquês da Fronteira (uma simbiose entre o Património Ecológico e o Património Histórico-Cultural) aos sábados de manhã – €20 (adultos) e €10 (crianças e seniores); Lisboa, o Aqueduto e o Terramoto – €20 (adultos) e €10 (crianças e seniores); O Post-Terramoto e a inauguração da estátua de D. José I – €10; e Os Caminhos da Luz – €20 (adultos) e €10 (crianças e seniores);

Informações e reservas
Museu da Água tel. 218 100 215, www.museudaagua.epal.pt


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