O Corymbo foi um periódico brasileiro lançado em 21 de outubro de 1883 na cidade de Rio Grande (Rio Grande do Sul) pelas irmãs Revocata Heloísa de Melo e Julieta de Melo Monteiro, que desenvolviam significativa atividade literária e jornalística.

O Corymbo, edição de 10 de julho de 1920.

História

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Originalmente, O Corymbo era uma revista semanal, impressa pela tipografia da Livraria Americana de Pelotas, mas mudou de formato, paginação, periodicidade e local de impressão várias vezes. Em junho de 1885 passou a ser mensal, com dezesseis a trinta e duas páginas e capa em papel colorido. Foi interrompido em novembro de 1888, e reativado em 1889 como semanário, com quatro páginas, sem capa e com anúncios comerciais. De 1898 até 1910 circulou quinzenalmente, foi interrompido outra vez e reativado em 1913, com quatro ou oito páginas, capa e sumário. A partir de 1928 voltou a ser semanal, sendo extinto definitivamente em 1944. Era financiado através de anúncios, assinaturas e contribuições particulares. A partir de 1930 as principais contribuições vinham da maçonaria.[1][2]

Teve uma larga circulação no Rio Grande do Sul, chegando também ao Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pará, Goiás, Maranhão e Espírito Santo. Além de Revocata e Julieta, contava com vários outros articulistas e colaboradores, a maioria mulheres, entre eles Matilde Monteiro, Maria Lacerda de Moura, Ana de Castro Osório, Rúbio Brasiliano Ferreira, Lola de Oliveira, Mariana Coelho, Aracy Fróes e Brasil Gerson. Inicialmente um periódico literário, publicando prosa, poesia, crítica e traduções de autores estrangeiros, logo expandiu seu escopo para incluir noticiário, artigos e ensaios sobre maçonaria, comportamento, educação, saúde, família, política, trabalho, feminismo, moda, biografias e obituários, cartas de leitores, divulgação institucional, crônicas históricas, notas sociais e receitas culinárias.[3]

Sua principal relevância reside na ênfase no conteúdo escrito principalmente por e para as mulheres, numa sociedade em que o preconceito de gênero sempre foi muito forte. Segundo Inês Castilho, o periódico deu "grande contribuição à cultura brasileira e à história das mulheres".[4] Para Constância Lima Duarte, foi "um dos mais importantes e talvez o mais longevo jornal editado por mulher em nosso país".[2] Na visão da historiadora Mary Del Priore, foi "uma caixa de ressonância do feminismo brasileiro.[5]

Ver também

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Referências

  1. Bonilha, Caroline Leal. Corymbo: memória e representação feminina através das páginas de um periódico literário entre 1930 e 1944 no Rio Grande do Sul. Mestrado. UFPEL, 2010, pp. 47-53
  2. a b Duarte, Constância Lima. Imprensa feminina e feminista no Brasil: Século XIX. Autêntica, 2018, s/pp.
  3. Bonilha, pp. 58-86
  4. Castilho, Inês. "Mulher e imprensa no Brasil, desde o século 19". Outras Palavras, 08/09/2016
  5. Bonilha, pp. 114-118

Ligações externas

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