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Eneida

O documento discute a tradição épica na literatura latina e as características da Eneida de Virgílio. Em particular, apresenta: 1) A tradição intertextual da épica grega e latina como Homero, Apolônio e Virgílio; 2) Os metros utilizados na épica latina como o hexâmetro dactílico; 3) Os valores romanos como a pietas que são apresentados na figura de Eneias.
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Eneida

O documento discute a tradição épica na literatura latina e as características da Eneida de Virgílio. Em particular, apresenta: 1) A tradição intertextual da épica grega e latina como Homero, Apolônio e Virgílio; 2) Os metros utilizados na épica latina como o hexâmetro dactílico; 3) Os valores romanos como a pietas que são apresentados na figura de Eneias.
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11/05/2011

Escrever uma epopeia pica Latina


Prof. Beethoven | 07 abr 11 Noo de epopeia Odyssea y , de Livio Andronico Cantos conviviais e de triunfo

Escrever uma epopeia


Tradio pica = INTERTEXTUALIDADE
Homero = pica p g grega g antiga g Apolnio = pica helenstica nio, Nvio = pica latina antiga Licnio, Varro = pica neotrica

Metro
Verso satrnio Hexmetro dactlico

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11/05/2011

pica latina antiga


Livio Andronico = Odusseia nio = Anais Nvio = Guerra Pnica

Filosofia e religio
Epicurismo e estoicismo Pitagorismo g ep platonismo Orfismo e Dionisacos Religio antiga romana

Escrever a Eneida
Tema Tempo p Forma e tamanho Autor uates

pica Latina: ENEIDA


Prof. Beethoven | 13 abr 11

11/05/2011

ESTRUTURA DO CANTO I Proposio (1-7) E Evocao (8 (8-11) 11) Questo (29-33) Narrativa (34)

rm v|rmqu c|n, Tri|a qu| prms b| rs Arma virumque cano, Troiae qui primus ab oris Italiam, , fato p profugus, g , Laviniaque q venit litora, multum ille et terris iactatus et alto vi superum saevae memorem Iunonis ob iram; multa quoque et bello passus, dum conderet urbem, inferretque deos Latio, genus unde Latinum, Albanique patres, atque altae moenia Romae.

ARMA VIRVUMQUE CANO 1


As armas e o varo canto que, primeiro, das praias de Tria, expulso pelo destino, chegou Itlia e aos litorais lavnios; muito arremesado tanto nas terras quanto no mar, pela fora dos deuses, pela ira lembrada da cruel Juno, muito sofrido na guerra, antes que fundasse Roma e introduzisse os deuses no Lcio, de onde procedem a raa latina, os pais albanos e os muros da altiva Roma.

Canto as armas e o homem FATO PROFUGUS 2 fugido pelo destino

11/05/2011

DVM CONDERET VRBEM 5 Antes que fundasse a cidade (Roma) INFERRETQVE DEOS LATIO 6 e trouxesse os deuses p para o Lcio ALBANIQVE PATRES ATQVE ALTAE MOENIA ROMAE 7 e o pais albanos e as altas muralhas de Roma
Barocci, 1598

Bernini, 1618

11/05/2011

MVSA MIHI CAVSAS MEMORA 8 Musa, recorda-me as causas

pica Latina: ENEIDA


Prof. Beethoven | 20 abr 11

Narrao (34)
TANTAE MOLIS ERAT ROMANAM CONDERE GENTEM T pesado To d era f fundar d a raa romana! ! VIX E CONSPECTV SICVLAE TELLVRIS Mal a Siclia perderam de vista

Fala de Juno > Tempestade de Palas (37) Ida Elia (50-64) Dilogo de Juno e olo (65-80) Descrio da tempestade (81-123) Interveno de Netuno (124) Figura de Augusto (149-157)

11/05/2011

Chegada a Cartago Caa do cervo Fala de Enias aos companheiros


FORSAN ET HAEC OLIM MEMINISSE IVVABIT Talvez um dia ser agradvel lembrar essas coisas!

Dilogo de Vnus e Jpiter Profetizao da gens romana Ida de Mercrio a Cartago


HIC PIETATIS HONOS? SIC NOS IN SCEPTRA REPONIS? Esta a honra da piedade? Assim nos repes aos tronos?

INDE LVPAE FVLVO NVTRICIS TEGMINE LAETVS ROMVLVS EXCIPIET GENTEM, ET MAVORTIA CONDET MOENIA ROMANOSQVE SVO DE MOENIA, NOMINE DICET 275
Depois Rmulo, feliz com pele amarela da loba, sua ama, receber a nao e fundar as muralhas de (Mavorte) Marte e os chamar de Romanos, a partir do seu nome.

Reconhecimento do territrio Apario de Vnus Histria de Dido Vnus acalma Enias Desaparecimento de Vnus Nuvem maravilhosa - Enias e Acates

11/05/2011

DVX FEMINA FACTI

364

Uma mulher, chefe dos feitos

Pietro da Cortona, c. 1650

Descrio de Cartago Lembrana da guerra de Tria = quadros Dido chega ao palcio g da embaixada troiana Chegada Fala de Ilioneu Resposta de Dido

Aparecimento de Eneias e Acates Fala de Enias Dido Fala de Dido e conduo ao palcio Descrio do palcio Vinda de Ascnio e artifcio de Vnus Banquete no palcio Cupido instila o amor em Dido Convite de Dido > histria de Enias

11/05/2011

SVM PIVS AENEAS 378 Eu sou o pio Enias

DI TIBI, SI QVA PIOS RESPECTANT NVMINA, SI QVID VSQUAM IVSTITIA EST ET MENS SIBI CONSCIA RECTI, PRAEMIA DIGNA FERANT. 605 Que os deuses, se aqui os deuses respeitam os piedosos, se em algum lugar aqui a justia e a conscincia do correto existem, tragam para ti os dignos prmios.

11/05/2011

...VARIO NOCTEM SERMONE TRAHEBAT INFELIX DIDO, LONGVMQUE BIBEBAT AMOREM 749 A infeliz Dido com muitas palavras prolongava a noite e bebia um longo amor...

Canto II
IMMO AGE, ET A PRIMA DIC, HOSPES, ORIGINE NOBIS... 753 Vamos, e conta, meu hspede, para ns desde a primeira origem...
Voz do personagem = Odisseu Voz do narrador = Ilada Canto II = poesia do exlio = Tristia, de Ovdio

11/05/2011

Canto II
Cavalo de Tria Narrao de feitos conhecidos Laocoonte Destruio de Tria Ascnio, Cresa e Iulo

pica Latina: ENEIDA


Prof. Beethoven | 04 maio 11

Canto IV
traos lricos histria de Dido construo dos personagens Eneias = pio + virtuoso + romano Dido = amante + feminina + estrangeira

pica Latina: ENEIDA


Prof. Beethoven | 11 maio 11

10

11/05/2011

Canto VI
descida aos infernos necessidade pica p profetizao

Epopeia
Obra potica, poema longo Personagens g heroicos feitos, , aventuras... Elemento maravilhoso/sobrenatural

possibilidades de leitura
Leitura estruturalista
Odisseia ( (I-VI), ) Ilada ( (I-VI) ) ao (I-IV), peripcias (V-VIII), tumulto (IXXII)

heris
Aquiles = irado Odisseu = engenhoso g Eneias = pio
Personagem da virtus, da fides... pater, pius, rex...

Leitura poltica, ufanista Leitura potica

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11/05/2011

valores romanos
virtus = virtude fides = fidelidade grauitas = gravidade iustitia/clementia = justia/misericrdia auctoritas = autoridades

gnero e composio
derivao, cdigo pica, inovao Ele teve que inventar um reconhecidamente novo tipo de pica, mas sem abandonar um contato prximo com seus predecessores. (Conte, 1996:142)

PIETAS = PIEDADE

cdigo pico
carter episdico estilo formular = recurso mnemnico (?) () metro e narrao in medias res dialeto/lngua (?) plis x urbs presena do narrador

processo criativo
Mas se ns imaginamos que a dialtica da composio pica consiste simplesmente de um cdigo pico e criao individual, nosso conceito estaria inadequado aos propsitos da criticismo literrio. Dando voz aos contedo culturais de sua comunidade, os poetas esto longe de serem criadores absolutos [...]...

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11/05/2011

processo criativo
... eles tambm acham possibilidades combinatrias do cdigo pico j implementadas para que eles possam usar como norma. A implementao disso a interpretao historicamente sancionada, o canal por meio do qual o processo potico se move em sua obscura transio entre cdigo e expresso. (Idem:143)

Efeitos intertextuais
literatura de segundo grau Graecia capta p f ferum uictorem cepit p et artes intulit agresti Latio Eneida, 847-853 manifestaes autctones = carmina conuiualia

Efeitos intertextuais
Odussia nio neoteri (= poetae novi) traduo > criao a partir de modelo imitatio x aemulatio contaminatio

Efeitos intertextuais
criao de sentido a partir do dilogo j jogo g alusivo x plgio p g efeitos de leitura!

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11/05/2011

Efeitos intertextuais
poesia alexandrina fonte latina escrita, erudita e intertextual

Efeitos intertextuais
problema da palavra imitatio soluo? = intertextualidade proposio de leitura da Eneida
nem cpia nem original efeitos de outros textos

Efeitos intertextuais
Quellenforshung problema Aquela q assombrosa tendncia da crtica atravs da qual os pesquisadores eruditos de fontes imaginam ter explicado uma obra literria quando encontram seus antecedentes.
Croce. A literatura comparada. IN: Coutinho e Carvalhal. Lit. Comparada. Textos Fundadores. p. 62.

Efeitos intertextuais
Obras de arte, no entanto, no so simples somatrios de fontes de influncias; so conjuntos em que a matria-prima vinda de outro lugar deixa de ser inerte e passa a ser assimilada numa nova estrutura.
Wellek, A crise da literatura comparada. IN: Coutinho e Carvalhal. Lit. Comparada. Textos Fundadores. p. 11.

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Arte alusiva = criao de efeitos


Pasquali: As aluses no produzem efeito pretendido seno sobre um leitor que se recorde claramente do texto ao qual se referem. Genette: As prticas da derivao no so, absolutamente, privilgio da literatura, mas... encontram-se tambm na msica e nas artes plsticas.

Intertextualidade
A presena num texto de outro(s) texto(s) por ele evocado(s) e integrado(s) produzindo significao

Leitor-decodificador
Sneca: No para surripiar, mas para tomar emprestado s claras, com a inteno de que houvesse o reconhecimento. leitor culto, atento x leitor desatento, incauto

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11/05/2011

Critrios da imitatio (Russel)


Objeto deve ser digno de imitao Reproduo p do esprito p mais q que a letra Reconhecimento da imitao deve ser tcito Emprstimo deve ser tornar algo prprio Imitador deve estar competindo = aemulatio

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