Os Meses Do Ano (Com Gabarito)
Os Meses Do Ano (Com Gabarito)
OS MESES DO ANO
Hoje voc far uma leitura diferente. Trata-se de
oliveira dos campos. Na metade de agosto,
um conjunto de textos curtos retirados de um
exatamente a 15, Nossa Senhora desce terra,
calendrio de 1978 da Caixa Econmica Federal.
porque subiu ao cu. Ms augusto, ms do amor,
Cada parte se refere a um ms. O calendrio
ms da Glria; tudo a gosto.
SETEMBRO (Rubem Braga)
antigo, mas como no mudaram os meses do ano,
Tem a Independncia do Brasil, a Natividade
os textos permanecem atuais.
de
Nossa
Senhora e o mais simptico de todos os
JANEIRO (Clarice Lispector)
Eu vos afiano que 1978 o verdadeiro ano
dias santos, porque o dia dos meninos pobres, o
cabalstico, pois asoma final de suas unidades
de So Cosme s So Damio. E tambm tem, se
sete. Portanto, mandei lustrar os Instantes do
os senhores no se incomodam, a Primavera.
OUTUBRO (Fernando Sabino)
Tempo, rebrilhar as Estrelas, lavar a Lua com leite
Quando eu era menino, o dia 12 de outubro
e o Sol com oiro lquido. Cada ano que se inicia,
era
uma
festa para mim. Que que voc quer ser
comeo eu a viver.
quando crescer? os mais velhos perguntavam.
FEVEREIRO (Luis Fernando Verssimo)
O ms mais curto o que mais vocs
Hoje no perguntam mais. Se perguntassem eu
curtem. Vocs, estilizados. Eu, no ar-condicionado.
diria, como Fellini, que quero ser menino.
NOVEMBRO (Jos Amrico de Almeida)
Vocs, na tera-feira gorda. Eu, um quarta-feirento.
No seu penltimo ms, o ano marca um
Cinzento. Eu, verssimo. Vocs, vero.
encontro
emocionante. O Dia dos Finados a visita
MARO (Pedro Nava)
Maro o ms de prodgios infinitos j que
que a vida faz morte. Nada mais existe e o
mar cabe em seu nome. Maro abre aulas. Maro
invisvel est presente para recolher uma saudade
enche a rua de garotos. Ah! maromar! Faz o
sem esperana, a saudade que desconhece
milagre de acordar em mim o menino que j fui
qualquer promessa de tempo.
ABRIL (Elsie Lessa)
DEZEMBRO (Paulo Mendes Campos)
Abril, floral. O comeo da primavera, bom
Coitado do homem tropical se ele for incapaz
como todos os comeos. A promessa de um
de ver, ouvir e viver o vero. Coitado de quem
inverno, que o resto da primavera. E j esperar
passa o vero a bufar (que calor! que calor!), sem
pelas douras de maio, o ms que primavera no
abrir os sentidos para o escndalo vital que a
mundo inteiro.
natureza em dezembro.
MAIO (Mrio Quintana)
GLOSSRIO
Afianar garantir
Ao claro som dos sinos de Maria, o Outono
Aporta chega
aporta no Pas de Maio em sua barca toda azul e
Ardor calor
Augusto majestoso
ouro!
Cabalstico mgico, misterioso
JUNHO (Carlos Drummond de Andrade)
Clida morna
Os amantes se aquecem mais em junho. A
Curtir aproveitar, viver intensamente
Daninha endiabrada
carcia, entre ls, avana clida. O toque, o beijo, a
Eclesiastes livro da Bblia que faz parte do Velho Testamento
inquietao daninha fagulham, puro ardor, sob o
Emocional comovedor
cu plido.
Escndalo vital abundncia de vida, de energia
Estilizados fantasiados
JULHO (Lygia Fagundes Telles)
Exala desprende, emana
tempo de frio, mas tempo de frias. Este
Fagulham brilham
tambm o tempo de se lavrar a terra para as
Fellini cineasta italiano de renome internacional
Homem tropical home que habita os pases situados na zona
sementeiras. Tempo de amar e rezar para melhor
tropical (quente) da terra
crescer rvore e filho. Juuuulho! O vento chama.
Inquietao desassossego
Lavrar preparar a terra para o plantio
Juuuulho!
Oiro ouro
AGOSTO (Otto Lara Resende)
Oliveira rvore que produz a azeitona
Ao contrrio do que se supe (rifo rima
Prodgios milagres
Rifo provrbio
s, no verdade) agosto exala um perfume de
Sementeira plantio de sementes
suavidade, como est no Eclesiastes, formosa
Se voc leu e compreendeu bem os textos, responda s questes que apresentamos a seguir.
1. A mensagem do texto JANEIRO muito significativa, porque uma mensagem de otimismo. Retire do texto
a frase que traduz a esperana no ano que comea.
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2. Em um texto, as palavras podem ser empregadas com sentido real (denotativo) ou sentido figurado
(conotativo). Assinale com:
1 - as frases que contenham expresses empregadas com sentido real ou denotativo;
2 as frases que contenham expresses empregadas com sentido figurado ou conotativo.
a. ( ) Eu vos afiano que 1978 o verdadeiro ano cabalstico.
b. ( ) Pois a soma final de suas unidades sete.
c. ( ) Portanto, mandei lustrar os Instantes do Tempo.
d. ( ) Rebrilhar as Estrelas.
e. ( ) Lavar a Lua com Leite.
f. ( ) E o Sol com oiro lquido.
g. ( ) Cada ano que se inicia.
h. ( ) Comeo eu a viver.
3. No texto FEVEREIRO, aparecem interessantes jogos de palavras. Exemplo: O ms mais curto o que
vocs mais curtem.
D o significado das palavras grifadas, na frase.
Curto:______________________________________
curtem:_____________________________________
4. Neologismo so palavras novas, geralmente formadas a partir de outras palavras existentes no vocabulrio
da lngua. Retire do texto FEVEREIRO um neologismo.
___________________________________________5. O texto FEVEREIRO foi escrito por Lus Fernando
Verssimo. Ao dizer Eu verssimo, ele tanto pode se referir ao seu nome, como pode estar empregando o
superlativo do adjetivo vero, que significa verdadeiro. O sentido da palavra verssimo, no texto, ambgua, isto
, possui mais de um sentido. Na frase seguinte Vocs vero, ocorre a mesma situao. Explique os dois
sentidos da palavra vero, na frase.
6. Ainda no texto FEVEREIRO aparecem referncias a dois aspectos que caracterizam esse ms. Identifiqueos analisando as expresses em negrito:
A) Vocs estilizados. Vocs na tera-feira gorda. Eu, um quarta-feirento.
B) Eu, no ar-condicionado. Vocs vero.
Transcreva do texto MARO a frase em que aparece um neologismo.
ABRIL bom como todos os comeos. Nesta frase, entende-se que:
a. ( ) o ms de abril bom porque fica no comeo do ano.
b. ( ) todo comeo bom porque vem acompanhado de promessas e esperanas
c. ( ) esse ms bom porque vai comear o inverno
d. ( ) todo comeo bom quando ns somos jovens
7. No texto ABRIL lemos: E j esperar pelas douras de maio. Identifique nesta frase a palavra empregada
no sentido conotativo (ou sentido figurado).
8. Releia com ateno o texto MAIO e faa o que se pede:
a) Diga se predomina nele a denotao (sentido real) ou a conotao (sentido figurado) no uso das palavras.
b) Escreva com palavras comuns o que voc entendeu ao ler esse texto.
9. Do pequeno poema sobre o ms de JUNHO, retire as palavras que, em oposio ao frio desse ms,
relacionam-se com calor.
10. Chamamos de onomatopeias as palavras que procuram imitar rudos de animais ou de coisas. No texto do
ms JULHO a autora empregou onomatopeias. Identifique-as e explique seu emprego.
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11. No texto AGOSTO, o autor se refere a um rifo (provrbio popular): Ao contrrio do que se supe (rifo
rima s, no verdade) agosto exala um perfume de suavidade. A que provrbio popular o autor referiu-se?
12. De acordo com o texto SETEMBRO, alm da primavera, o ms de setembro importante porque nele se
comemoram ___________________________________________13. No texto OUTUBRO, o autor escreveu:
Quando eu era menino, o dia 12 de outubro era uma festa para mim. Ele refere-se dessa forma a esta data
porque:
a. ( ) era a data do aniversrio dele
b. ( ) este dia era feriado
c. ( ) se comemora o Dia da Criana
d. ( ) nesse dia, o menino viu um filme de Fellini
14. Conforme o texto NOVEMBRO, o que Dia de Finados?
15. No texto NOVEMBRO, h predominncia do uso da conotao (sentido figurado das palavras). Identifique
dois exemplos que comprovam isto.
16. Segundo o texto DEZEMBRO, o homem tropical deve:
a. ( ) evitar o calor do vero
b. ( ) usar roupas mais leves no vero
c. ( ) viver e sentir intensamente a natureza de seu pas
d. ( ) procurar regies de clima amenos, para passar o vero
17. Escreva, nos parnteses, D para os casos de emprego de denotao e C para os casos de conotao, nas
frases extradas do texto DEZEMBRO:
GABARITO
1. Cada ano que se inicia, comeo eu a viver.
2. a. 1
b. 1
c. 2
d. 2
e. 2
f. 2
g. 1
h. 2
16. O Dia de Finados o dia em que a vida visita a morte. uma aluso visita das pessoas (que
esto vivas) aos tmulos (dos que morreram).
17. Voc pode ter identificado as seguintes frases:
. o ano marca um encontro emocional
. a visita que a vida faz morte
. o invisvel est presente para recolher uma saudade sem esperana
. a saudade que desconhece qualquer promessa de tempo.
18. alternativa C
19. a. D
b. C
20. alternativa A
c. D
d. C