Concreto Denso
Concreto Denso
000 e
4.500 kg/m3
Mix-design and application of heavyweight concrete with density 4,000 and 4,500 kg/m3
Nayara S. Klein (1); Antonio Aguado (2); Pablo Pujadas (3); Talita C. Soares (4)
(1) Professora Doutora Engenheira Civil, Departamento de Construção Civil, Universidade Federal do
Paraná, ACF Centro Politécnico - Bloco III, Jardim das Américas, 81531-980 Curitiba, PR – Brasil.
(2) Professor Doutor Engenheiro de Caminhos, Canais e Portos, Departamento de Engenharia da
Construção, Universitat Politècnica de Catalunya, C/ Jordi Girona 1-3, 08034 Barcelona – Espanha.
(3) Doutor Engenheiro de Caminhos, Canais e Portos, Departamento de Engenharia da Construção,
Universitat Politècnica de Catalunya, C/ Jordi Girona 1-3, 08034 Barcelona – Espanha.
(4) Mestranda Tecnóloga em Concreto, PPGECC, Universidade Federal do Paraná, ACF Centro
Politécnico - Bloco III, Jardim das Américas, 81531-980 Curitiba, PR – Brasil.
Resumo
Os concretos pesados são uma alternativa atraente quando são necessários elementos de massa elevada
para a ocupação de espaços reduzidos, pois apresentam altas densidades e podem assumir diferentes
formas, segundo o recipiente onde são lançados. A aplicação prevista ao concreto pesado ao que se refere
o presente trabalho consiste em um conversor de energia, sendo este um sistema flutuante que gera
energia através das ondas do mar. O projeto do referido conversor prevê o uso de elementos de massa
elevada nas extremidades (tanto em proa como em popa) de uma estrutura metálica de forma oval. Para
3
isso, desenvolveu-se um concreto pesado de densidade igual a 4.000 e 4.500 kg/m .
Para a produção de concretos pesados de densidades tão elevadas faz-se necessário o uso de agregados
artificiais de granalha de aço ou coríndon. Os agregados pesados naturais, como a hematita, magnetita ou
3
barita, permitem alcançar densidades máximas no entorno de 3.800 kg/m , não sendo adequados à
aplicação em questão. Desse modo, utilizou-se um agregado graúdo de granalha 6-8 mm e substituiu-se
parte do agregado miúdo por coríndon 0,5-1,5 mm, estando estes materiais fora dos padrões de aplicação
usuais. Além dos requisitos de densidade, é importante observar também a consistência do concreto fresco,
pois o uso de agregados pesados, cuja densidade difere muito da densidade da argamassa ou da pasta,
pode ocasionar a segregação da mistura.
Abstract
Heavyweight concretes are an attractive alternative when heavyweight elements need to fill reduced spaces,
because they present high densities and are able to take different forms according to the container where
they are casted. The intended application for the heavyweight concrete referred to in this work is a power
converter, which is a floating system that generates power through the waves of the sea. The design of this
converter considers the use of elements of high mass at both ends of a metallic oval structure. Therefore, a
3
heavyweight concrete with density of 4,000 and 4,500 kg/m was developed.
Due to the particularities of the concrete, the mix-design process was oriented to the specific application and
quantitative and qualitative requirements were evaluated such as concepts related to the availability of the
component materials, accessibility to the production area and casting. Therefore, the aim of this work is to
present the considerations made during the mix-design process as well as the characterization of the
heavyweight concretes produced, which showed results in agreement with the pre-established requirements.
Apesar das elevadas dimensões da estrutura flutuante (a longitude pode variar entre 40 e
60 m para períodos entre ondas de 10 a 12 s), o volume disponível nas extremidades é
reduzido, de modo que se observou a necessidade de um material com densidade entre
4.000 e 4.500 kg/m3, sendo então desenvolvido um concreto pesado para esse fim. Além
da elevada densidade, é importante observar a consistência do concreto fresco, a qual
não deve ser muito fluida para evitar a segregação dos agregados pesados durante a
mistura, lançamento e endurecimento do material (REVUELTA et al., 2009).
2 Programa experimental
2.1 Materiais
Os materiais utilizados na produção do concreto pesado estudado são:
• Cimento Portland tipo CEM II/A-L 42,5 R, conforme a norma europeia UNE-EN
197-1 (2000);
• Agregado fino: areia calcária 0-4 mm e coríndon 0,5-1,5 mm (peso específico de
5 a 5,5 g/cm3);
• Agregado grosso: granalha de aço 6-8 mm (peso específico 7,8 g/cm3);
• Aditivo químico plastificante polifuncional e superplastificante à base de
policaboxilato.
D1 D2
Materiais 3 3
(kg/m ) (kg/m )
Cimento 403 403
Areia 380 828
Coríndon 712 0
Granalha 2.758 2.593
Plastificante 3,63 3,63
Superplastificante 1,41 1,41
Água 160 160
Total 4.418 3.989
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 2 – Ordem de adição dos materiais à betoneira, primeira produção: a) adição da granalha, b) adição
do coríndon, c) adição da areia calcária, d) adição do cimento, e) adição da água e f) incorporação dos
aditivos químicos à mistura
Além desses ensaios, realizou-se também (no segundo momento de produção, ou seja,
11 meses após os primeiros ensaios) o monitoramento da temperatura do concreto nas
primeiras 24 horas após a moldagem de corpos de prova cilíndricos. Isso se realizou, pois
é nesse período de tempo em que ocorrem as reações exotérmicas de hidratação do
cimento. Assim, considerando que o concreto em questão será aplicado em um elemento
de massa elevada, constatou-se a importância do controle da referida temperatura.
3 Resultados e análise
3.1 Estado fresco
Nichos e falta
de argamassa
(a) (b)
(a) (b)
A mudança dos lotes dos materiais componentes utilizados pode ter colaborado para a
ocorrência de variações nos resultados. Porém, essas variações seriam pequenas, dado
que os materiais componentes em questão (cimento, aditivos, agregados pesados
artificiais e a própria extração da areia natural) são produzidos em escala industrial, com
ANAIS DO 55º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2013 – 55CBC 7
um alto controle de produção. Assim, a mais provável explicação para as variações
observadas centra-se na mudança da ordem de adição dos materiais componentes à
betoneira durante o processo de mistura, de modo que a adição dos materiais secos em
ordem crescente de tamanho de grão favorece a fluidez, como resultado da maior
eficiência na homogeneização das partículas durante a mistura.
É importante ressaltar que a consistência mais seca dos concretos produzidos com a
dosagem D 1 não impossibilita sua aplicação na construção do conversor de energia
planejado, pois esta característica não impede o lançamento do material e seu
adensamento. Além disso, o concreto estará isolado do contato com o ambiente externo
durante toda a vida útil do conversor, sendo pequena a probabilidade de aparição de
problemas de durabilidade do material. Por outro lado, os corpos de prova produzidos
foram de fácil compactação e não apresentaram problemas de falta de argamassa entre
agregados. Pelo contrário, observou-se uma distribuição homogênea tanto da argamassa
como da granalha, como se observa pelas figuras 5 (a) e (b).
(c)
(a) (b)
Figura 5 – Corpos de prova depois do ensaio de resistência à tração por compressão diametral: a) D 1 , b) D 2
e c) Ruptura na interface argamassa-granalha
ANAIS DO 55º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2013 – 55CBC 8
A temperatura máxima alcançada pelo concreto nas primeiras 24 horas depois de sua
produção foi de 26,4 ◦C, referente ao concreto de dosagem D 1 ; e 24,9 ◦C para o concreto
de dosagem D 2 . Estes valores não são muito elevados, apesar do consumo de cimento
ser relativamente elevado (acima de 400 kg/m3); pois além de clínquer, o referido cimento
é composto por 10 % de fíller calcário. Além disso, as condições de medição da
temperatura não foram adiabáticas, e o concreto foi perdendo calor para o ambiente
externo pouco a pouco, buscando o equilíbrio entre temperaturas.
4 Aplicação em protótipo
5 Conclusões
6 Agradecimentos
____. UNE 83306: Ensayos de hormigón. Rotura por tracción indirecta (Ensayo
brasileño). Madrid, 1985.
HERRERA, Y.. Hormigón de muy alta densidad. Tesis de máster ETSICCP, UPC,
Director de Tesis: Antonio Aguado, Barcelona, 2008.
KLEIN, N. S. AGUADO, A. MASÓ, D.. Hormigón de muy alta densidad hasta 4.500 kg/m3.
XI Congreso Nacional de Materiales. Zaragoza, 2010.
UPC-OCEANTEC. Hormigón de alta densidad, igual o superior a 4,0 t/m3, para lastre
de un convertidor de olas en energía. Convenio CTT 7491 entre UPC e OCEANTEC
(2008). Responsável: Antonio Aguado.