PIPS NIASSA Final
PIPS NIASSA Final
Anexo I: Banco de dados das unidades sanitárias do Serviços Nacional de Saúde do Niassa
PIPS DO NIASSA – VERSÃO FINAL APRESENTADA AO MISAU EM AGOSTO DE 2003
Anexo II: Mapeamento das US da província do Niassa, por posto administrativo, densidade
populacional e intervenções propostas pelo PIPS 2004-2008
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PREFÁCIO
O investimento na saúde é considerado uma opção fundamental e pertinente para a elevação dos
índices de desenvolvimento humano e na luta para a redução da pobreza absoluta. O homem saudável
é, por conseguinte, uma variável estratégica para o desenvolvimento sócio-económico da nossa
Província.
Prefaciar este documento, o plano de investimento do sector de saúde da Província de Niassa, uma das
mais promissoras fontes de esperança para a população, que tem, de forma incansável, lutado para a
ruptura com um conjunto de factores que limitam a sua plena integração na sociedade moçambicana no
geral, é, para mim, um momento de indiscritível satisfação e orgulho.
Este instrumento, produto de intenso trabalho, deve continuar o processo de
motivação, compromisso e estímulo à reflexão conjunta sobre a necessidade e
importância da saúde, e deve ser assumido como uma oportunidade de mudança,
através da definição de uma visão e missão específicas da saúde.
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SUMÁRIO EXECUTIVO
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aumento previsto para esta verba até 2009. Contudo, prevê-se que os fundos externos possam vir a
colmatar as lacunas existentes ao nível dos recursos para funcionamento da província.
12. Foram identificados alguns constrangimentos que terão que ser resolvidos com vista a assegurar a
realização do programa do PIPS. Em relação à execução dos fundos de investimento da província,
acredita-se que a DPS terá capacidade de executar os projectos previstos, com o apoio central do
GACOPI para as grandes obras, e com a garantia de continuidade da assistência técnica para a área
dos investimentos ao nível da província. Relativamente à dificuldade de utilização do fundos de
Orçamento de Estado para o investimento, julga-se que a situação virá a melhorar bastante com a
implementação do novo Sistema de Administração Financeira do Estado. Aconselha-se, todavia, a
concentração num número reduzido de projectos e no pagamento dos impostos, evitando
dispersões na aplicação destes fundos. Sobre o problema dos elevados custos do investimento na
província, estimou-se que as obras de investimento no Niassa são 11% mais caras que nas outras
províncias do norte do país. Esta situação terá que ser tratada duma forma integrada com o
Governo Provincial e com a Direcção Provincial de Obras Pública e Habitações. Os custos médios
poderiam também ser reduzidos através da contratação de empresas com maior capacidade para
realizar grandes lotes de obras, juntando-se, numa base geográfica, as várias intervenções previstas
pelo PIPS. Em relação à manutenção das infra-estruturas e equipamento, para não comprometer os
resultados alcançados através do PIPS, terá que se avançar rapidamente no reforço deste sector,
através de investimentos de vulto no pessoal e nos meios de manutenção, ou explorar soluções
alternativas de sub-contractação de serviços junto ao sector privado. Finalmente, propõe-se a
criação de novas parcerias com o mundo das ONGs, através da estipulação de contractos, para
prestar cuidados de saúde em áreas de baixa densidade populacional da província onde o SNS não
consiga prestar serviços de qualidade duma forma eficiente.
13. Por último, considerando as oportunidades de financiamento na província, propõe-se, a título
indicativo e sujeito a negociações específicas com os financiadores, a participação no financiamento
do PIPS dos fundos de Orçamento de Estado (29%), da Ajuda Irlandesa (37%), da Intermón
Oxfam (15%) e de outros financiadores como BAD, Fundação Clinton, a Cooperação Suíça,
Médecins Sans Frontières, África Suécia e Conselho Cristão de Moçambique (20%). As
intervenções de maior vulto, como a reabilitação do Hospital Provincial e a promoção do Centro de
Saúde de Marrupa para Hospital Distrital, terão que ser asseguradas pelos maiores doadores da
província, restando mais aberta a questão do financiamento da reabilitação do Hospital Rural de
Cuamba, das promoções dos Postos de Saúde e da construção das casas para pessoal. Com vista a
assegurar os fundos de Orçamento de Estado para o investimento, será fundamental inscrever
anualmente todas as obras previstas no PIPS no Plano Trienal de Investimento Público (PTIP), a
ferramenta de planificação orçamental de investimento de Estado.
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1 INTRODUÇÃO E CONTEXTO
Ao longo de 2002 e 2003 foi desenvolvido o Plano de Investimento da Saúde (PIS) nacional,
identificando critérios para a definição do investimento e as grandes intervenções nacionais em termos
de infra-estruturas e equipamento sanitário1. Por seu lado, a Direcção Provincial de Saúde do Niassa
(DPS) tem vindo avaliar o seu Plano Estratégico Trienal (PET), com vista à produção do Plano
Provincial Estratégico da Saúde para os próximos anos, onde o investimento na rede sanitária terá um
papel fundamental para o desenvolvimento do sector.
A DPS tem, também, conhecido várias experiências pontuais de levantamento e análise de dados
relativos à rede sanitária, no âmbito das suas actividades de planificação, visando à melhoria dos
mecanismos da planificação do investimento sanitário provincial2.
Nesta base, e nos moldes definidos pelo PIS nacional, a DPS do Niassa pretende elaborar o seu próprio
Plano de Investimento Provincial de Saúde do Niassa (PIPS), com os objectivos de: (a) consolidar a
informação sobre a rede sanitária, com enfoque específico sobre o nível primário; (b) identificar as
necessidades de investimento sanitário (infra-estruturas e equipamento) ao nível da província do Niassa;
(c) desenvolver ferramentas de planificação da rede e do investimento; e (d) reforçar a ligação entre os
instrumentos de planificação e execução existentes na província3. Duma forma geral, através da
elaboração do PIPS, a DPS visa melhorar os sistemas de planificação e, com o apoio dos agentes
económicos da província, desenvolver a rede sanitária do Niassa com vista a atingir uma prestação
equitativa de serviços de qualidade, duma forma eficiente.
Este Plano de Investimento Provincial da Saúde do Niassa representa o resultado final do processo de
identificação de necessidades de investimento e elaboração de políticas e programa de intervenção na
área dos investimentos para o Sector. O seu enfoque específico é nas acções e despesa de capital para
infra-estruturas e equipamento para a rede sanitária da província, com ênfase específica no reforço da
rede de referência hospital e na melhoria da rede primária, as áreas consideradas como pontos fracos do
rede sanitária actual.
No primeiro capítulo deste documento apresenta-se uma análise das infra-estruturas existentes ao nível
da província, com o objectivo de identificar os alvos do programa de intervenção do PIPS. No segundo
e terceiro capítulos são apresentados os objectivos, os critérios e o processo do PIS, que envolveu, em
várias fases, o Governo Provincial, a DPS e as Direcções Distritais da província. No quarto capítulo
apresenta-se a evolução da despesa de investimento do Sector Saúde dos últimos anos, com o objectivo
de definir o pacote de recursos disponíveis e as suas projecções para os próximos anos, definindo-se,
assim, os tectos financeiros do Plano.
O Plano de Investimento e as suas implicações financeiras são apresentados no quinto capítulo, no seu
programa para os primeiros cinco anos e para o quinquénio seguinte. As implicações nos recursos
correntes dos investimentos propostos são explicadas no sexto capítulo, nas suas componentes de
recursos humanos, medicamentos e recursos financeiros para o funcionamento. Os constrangimentos
na aplicação da execução dos investimentos são discutidos no oitavo capítulo, enquanto que a última
parte é dedicada às perspectivas de financiamento do Plano.
1
DPC-MISAU 2003: Plano de Investimento da Saúde 2004-2008 (2013). Versão apresentada ao Conselho Consultivo
do Sr. Ministro da Saúde. Maputo, Junho de 2003.
2
Estudo de levantamento de dados sobre as infra-estruturas realizado pela COSV no 1999.
3
Termos de referência para o mapeamento e planificação da rede sanitária do Niassa.
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2 ANÁLISE DA SITUAÇÃO
Neste capítulo analisa-se a situação da rede sanitária da província do Niassa em termos de estado físico
bem como da eficácia da cobertura da população, com vista à definição dos princípios orientadores e
áreas de actuação do PIPS. Na primeira parte será descrita a rede existente de hospitais, centros e
postos de Saúde, das casas para trabalhadores, dos sistemas de apoio de formação, logística e
manutenção, fazendo questão de mencionar aquelas obras em infra-estruturas que serão concluídas e
irão integrar a rede existente antes do começo do PIPS 2004-2008-2013. A segunda parte debruça-se
sobre a avaliação do estado físico das infra-estruturas, identificando os distritos desfavorecidos e as US
em piores condições com base neste critério. Na terceira secção será analisada o cobertura de
população oferta pela rede, em termos de acesso às US ,bem como a serviços específicos como cirurgia
de urgência, assistência ao parto e serviços primários em geral. Finalmente, na última parte comparar-
se-á a rede sanitária do Niassa com a das outras províncias, tirando-se conclusões gerais sobre as áreas
de actuação e o tipo de intervenções a serem desempenhadas através do Plano de Investimento
Provincial.
Fonte: Levantamento da rede para o PIPS 2003. Dados DPS Niassa SIMP 2003. COSV 1999
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Mecula 4 7 20 20 7 7
Metarica 5 10 18 18 4 4
Muembe 4 9 19 19 5 5
N’gaúma 7 15 15 15 0 0
Nipepe 4 8 14 14 3 3
Sanga 4 5 20 20 8 8
Grande Total 90 172 560 348 194 88
As necessidades de casas adicionais foram estimadas em 194 unidades para todo o sector, e em 88
novas casas apenas para os trabalhadores do nível primário. Particularmente grave é a situação de
Lichinga e Cuamba, onde reside cerca da metade do pessoal técnico da Saúde do Niassa, nos distritos
de Sanga, Marrupa, Mandimba e Mecula.
4
Valor da reposição ou susstituição da rede.
5
MISAU-GACOPI 2001: Projecto de reabilitação do HP de Lichinga.
6
DPC-MISAU 2002: Avaliação do sistema de referência do SNS no âmbito da elaboração do PIS.
7
MISAU-GACOPI 1999: Projecto de reabilitação do HR de Cuamba.
8
O coeficiente tem gradação de 1-5, onde 1 representa condições óptimas ou recém reabilitadas, e 5 um estado físico
péssimo da US. Tal coeficiente foi ponderado com base na extensão (m2) da US analisada, visando obter finalmente, um
indicador geral das condições e do valor das reabilitações a serem aplicadas.
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Mapa 1: Estado físico da rede primária– distritos com coeficiente físico menor
Destacaram-se nesta análise, as condições dos CS de Maniamba no Lago, Namicova em Cuamba, Chala
no distrito de Lichinga e Chiconono em Muembe, todos desempenhando funções de assistência ao
parto sem terem maternidades institucionais. Também em péssimas condições encontram-se os PS de
Chiconono e Lituesse (Muembe), Matondobela (Mecula), Unango Velho, Lícole e Malemia em Sanga.
No que diz respeito às estruturas de apoio da formação e logística, quer o armazém provincial de
medicamentos, quer o CF de Lichinga encontram-se em boas condições dado que foram recentemente
reabilitados. Estão de facto previstas algumas obras de acabamento do espaço a frente do CF, e para a
ampliação do espaço útil do armazém provincial. Em relação aos armazéns de Lichinga e de Cuamba,
ambos se encontram em condições razoáveis, tendo sido recentemente reabilitados. Fortes dúvidas
existem em relação às infra-estruturas e ao equipamento dos serviços de manutenção ao nível da DPS
bem como ao nível dos hospitais.
9
Por exemplo, a zona norte dos distritos de Lago, Sanga e Mavago.
10
Nomeadamente, os distritos de Marrupa, Mecula, Nipepe e parte de Maúa.
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Mapa 2: Rede sanitária por postos administrativos, densidade populacional e áreas de captação
Em relação à cobertura da rede primária, em todos os distritos, a relação de US por habitantes situa-se
bem além dos padrões indicados pela Organização Mundial da Saúde de 1 US primária por 10,000
habitantes para as zonas rurais, e de 1 por 20,000 para as zonas urbanas (tabela 3). Apesar destes
indicadores favoráveis, ficam sem cobertura de serviços alguns postos administrativos, tais como,
Muipite (distrito de Nipepe), Muaquia (Majune), e parte considerável de M’sawize (Mavago), onde as
condições sazonais das vias de acesso e a baixa densidade populacional fizeram com que não se julgasse
oportuna a expansão da rede (Mapa 2).
Olhando mais especificamente para a cobertura populacional de alguns dos serviços básicos de nível
primário, ressalta que distritos com rede sanitária insuficiente como Marrupa, Nipepe, Sanga e Maúa,
não conseguem desempenhar níveis aceitáveis de cuidados primários em relação à população11.
11
O indicador utilizado para esta análise é o de Unidades de Atendimento (UA) realizadas ao nível de cada distrito ao
longo do ano per capita. A UA é um índice ponderado de actividades de nível primário, tais como: consultas externas,
partos, internamento, vacinações e contactos de SMI. A análise foi repetida para os anos de 2001 e 2002, evidenciando-
se o mesmo padrão de baixa produção de serviços por habitante.
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Digna de nota é a cobertura inaceitável de partos institucionais em distritos como Marrupa, Maúa e
Nipepe. Nestes distritos, o número reduzido de maternidades em boas condições, a ausência de
referência obstétrica de urgência, juntamente com as dificuldades específicas relativas à prestação deste
serviço, são factores que constituem uma barreira ao acesso aos serviços de assistência ao parto
institucional.
Em termos de comparação com as restantes províncias do país a rede sanitária do Niassa mostra,
devido às características físicas e demográficas da região, uma relação muito favorável de US primárias
por habitante, mas também baixos índices de cobertura do território pela rede primária e pelo sistema
de referência (tabela 3).
*coeficiente de avaliação física: 1 melhor,5 pior. Fonte: MISAU/DIS – dados SIMP de 2003
Digno de realce são também os dados sobre a distância máxima dentro da província para chegar à
unidade de referência (a pior do País), bem como o estado físico dos seus hospitais. A elevada
percentagem de PS na rede primária do Niassa sugere uma qualidade dos cuidados primários oferecidos
ligeiramente inferior à média nacional.
Em geral, a análise da comparação da rede do Niassa com o resto do país, aponta, em primeiro lugar,
para a necessidade do reforço do sistema de referência, quer em termos de expansão, quer de
reabilitação. No que diz respeito à rede primária, tudo indica que as intervenções de investimento
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deveriam ser viradas para a reabilitação e promoção das US existentes, mais do que para a expansão
ulterior duma rede já muito vasta e de baixa qualidade.
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Uma vez analisada a situação da rede sanitária do Niassa, impõe-se a exigência de elaborar um plano de
investimento provincial com vista à criação dum programa custeado de intervenções e, finalmente,
resolver os problemas identificados. Nesta secção descrevem-se os objectivos do Plano de
Investimento Provincial da Saúde, o seu processo de elaboração e os critérios inspiradores para a
identificação das intervenções e a sua priorização.
12
DPS de Niassa 2003: Documento de análise da rede sanitária provincial. Lichinga, Junho de 2003.
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13
INE 1998: Inquérito Nacional aos Agregados Familiares sobre Condições de Vida.
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14
CIC-DAM/MISAU 2002: Livro branco da cirurgia.
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4 O ENVELOPE DE RECURSOS
Esta secção debruça-se sobre a previsão de montantes disponíveis para o investimento na rede sanitária
provincial do Niassa para o quinquénio 2004-2008, com vista à definição dos limites de despesa do
PIPS. Na primeira parte tratar-se-á da despesa de investimento realizada no Sector nos últimos anos,
visando à identificação da capacidade da província em termos de execução de fundos para o
investimento. Na segunda parte descrevem-se as fontes de financiamento da Saúde presentes hoje em
dia na província, para chegar, na última parte, à definição do envelope de recursos potencialmente
disponíveis para o investimento da Saúde no Niassa e aos pressupostos para a sua execução.
15
Cerca de 350 mil USD a preços constantes de 2003.
16
DNPO-MPF 2003: Limites para a elaboração do Orçamento de Estado de 2004. Maputo, Junho de 2003.
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anos um crescimento de 10% anual, é provável que os fundos de Estado para Investimento para a
província do Niassa possam alcançar, até 2008, os 15,5 mil milhões de MT a preços constantes (cerca
de 650 mil USD), por um crescimento acumulado de acima de 50%.
Em relação aos fundos da Ajuda Irlandesa, eles financiaram, nos anos passados, investimentos no valor
de 400 mil USD anuais, tendo-se assegurado fundos para 2004 num valor de 400 mil USD para a
reabilitação dos centros de Saúde de Mbemba, Licole, Metarica e Mitucuane.
Como maior financiador da Saúde ao nível do Niassa, e com base nas entrevistas realizadas no âmbito
do PIPS, julga-se que a Ajuda Irlandesa poderá garantir o financiamento da despesa de investimento da
Saúde de entre 600 e 700 mil USD por ano até 2008.
No que concerne ao apoio da ONG espanhola Intermón-Oxfam, este é dirigido exclusivamente ao
distrito de Marrupa nos sectores de Educação, Saúde e Agricultura. Em presença de forte compromisso
do Governo Provincial para a construção do Hospital Distrital de Marrupa e do reforço da rede
primária do distrito, a ONG espanhola poderia chegar a financiar o custo do projecto, avaliado em
cerca de 1,4 milhões de USD em três anos.
No que diz respeito ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), iniciou nos meados de 2000 o
Saúde II, segundo crédito BAD para o Sector Saúde, visando ao desenvolvimento sanitário das
províncias nortenhas de Nampula, Cabo Delgado e Niassa. No âmbito desta operação de crédito, estão
previstos os projectos de construção do Centro de Formação de Cuamba e das novas instalações do
Centro de Saúde da sede em Metarica, por um total de 1,2 milhões de USD em três anos.
Relativamente a outros fundos para o investimento na província, digno de menção é a iniciativa da
Fundação Clinton e o programa de Medecins Sans Frontières para as redes integradas e os Gabinetes
de Aconselhamento e Testagem Voluntária (GATV) para a luta ao HIV/SIDA. Junto com os
programas do conselho Cristão de Moçambique e África - Suécia, estas iniciativas poderiam mobilizar
fundos de investimento por um valor entre 200 e 250 mil USD por ano, para investimento em infra-
estruturas hospitalares e de nível primário.
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Estes valores representam 9% dos montantes previstos no Plano de Investimento da Saúde para o
mesmo período para todo o país17. Os pressupostos para a disponibilização dos recursos acima
referidos são; (1) a finalização do exercício de planificação abrangente do desenvolvimento da rede
sanitária desempenhado pelo PIPS; (2) o compromisso do Governo Provincial e parceiros do Sector
para com a implementação do PIPS; e (3) o reforço da capacidade de execução de obras de
investimento descrito no último capítulo deste plano.
17
DPC-MISAU 2003: Plano de Investimento da Saúde 2004-2008 (2013).
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O PIPS assenta fundamentalmente nas prioridades e nas orientações expressas pela DPS e pelos
Directores Distritais no âmbito do seminário provincial de investimento, organizando-as em forma de
plano, dentro do limite financeiro imposto pelo envelope de recursos disponíveis. As intervenções do
plano dizem respeito às infra-estruturas e ao equipamento da rede sanitária de nível I, II e III de todos
os distritos do Niassa, e aos respectivos sistemas de apoio de formação, logística, manutenção e
administração.
O Plano está estruturado em dois períodos de implementação, incluindo o primeiro quinquénio
intervenções avaliadas em cerca de 9 milhões de USD, e sendo o segundo aberto à renegociação depois
do acabamento do primeiro ciclo, e, por enquanto, de aproximadamente o mesmo valor que o primeiro
quinquénio.
Neste pacote de investimento, os custos relacionados com as obras em curso representam cerca de
20% do valor do primeiro quinquénio, e incluem a construção do CF de Cuamba e a ampliação do CS
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PIPS DO NIASSA – VERSÃO FINAL APRESENTADA AO MISAU EM AGOSTO DE 2003
de Metarica realizadas com fundos do BAD, o acabamento dos CS de Metangula e Malanga, através
dos fundos de OE, e a promoção do PS de Mbemba, financiado pelos fundos da Ajuda Irlandesa.
Entre as intervenções de maior vulto do primeiro quinquénio, destacam-se a reabilitação do HP de
Lichinga, a reabilitação e ampliação do HR de Cuamba, a promoção do CS de Marrupa para Hospital
Distrital. Junto com a construção do CF de Cuamba, estas intervenções absorvem por volta de 56%
dos fundos disponíveis para o primeiro quinquénio do PIPS.
Em relação às intervenções para a rede primária no primeiro quinquénio, está prevista a construção de
1 novo CS (Muipite, Nipepe), a reabilitação e ampliação de 3 CS tipo I e II (Metarica, Metangula,
Maniamba e Malanga), a promoção de 5 PS para CS tipo III (Mbemba, Mpacura, Chamba, Muhemela e
Lugenda), e a construção de 3 maternidades nos CS de Mecula, Massanger e Chimbonila.
Com referência aos sistemas de apoio e as casas para o pessoal da Saúde, além da construção do CF de
Cuamba, está programada a reabilitação e ampliação do Serviço Provincial de Manutenção e a
construção de 34 casas sobre tudo para os distritos com a pior relação pessoal da rede
primária/alojamento. É reportada a seguir a lista completa das intervenções e dos seus custos por
distrito.
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No que diz respeito à repartição da despesa de investimento nas regiões da província, os distritos do
noroeste beneficiam de 43% do total, isto devido sobretudo ao valor das obras de reabilitação do HP.
Cabe aos distritos do sul 37% da despesa do primeiro quinquénio do PIPS, a metade do qual dirigido à
reabilitação do HR de Cuamba. Aos distritos do leste vai o remanescente de 20% da despesa, repartida
entre as obras de promoção do HD de Marrupa, casas para pessoal e construção e promoções de CS.
4.500.000
4.000.000
3.500.000
1.000.000
500.000
0
Leste Noroeste Sul
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Intervenções de vulto deste segundo quinquénio são a promoção do CS de Mandimba para Hospital
Distrital, a construção de 3 novos CS tipo III em Muaquia (Majune), Metarica-Lurio (Nipepe) e Queta
(Maúa), a promoção de 6 Postos para Centros de Saúde, e a construção de 38 novas casas para
trabalhadores.
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Nesta secção é tratado o tema das implicações das intervenções propostas pelo PIPS em termos de
recursos correntes para o Serviço Provincial de Saúde. Este exercício visa, por um lado, avaliar a
viabilidade do Plano em termos de disponibilidade de recursos humanos, de medicamentos e de
recursos financeiros para o funcionamento do sistema, e, por outro, definir as alterações na alocação
destes recursos que deverão ser executadas entre os distritos para melhor responder às mudanças da
rede sanitária trazidas pelo PIPS.
A primeira parte debruça-se sobre as necessidades adicionais de recursos humanos trazidas pelas novas
construções, promoções e reabilitações propostas pelo PIPS até 2009, isto é, até o fim do primeiro ciclo
de investimento. Estas serão equacionadas com a capacidade actual de formação da província, e
possíveis constrangimentos serão identificados para o funcionamento das US em termos de colocação e
retenção de pessoal no Sistema. A segunda parte diz respeito ao aumento das necessidades de
medicamentos devido às intervenções do PIPS, quer em termos de Kits de medicamentos, quer em
termos de abastecimento da Via Clássica. Na terceira parte será tratado o tema da disponibilidade de
recursos financeiros de despesas com pessoal, bens e serviços para fazer face ao funcionamento das US
reabilitadas ou promovidas até o fim do primeiro ciclo de investimento do PIPS. Finalmente,
considerações finais serão trazidas sobre a viabilidade geral do PIPS em termos de recursos correntes, e
sobre as alterações necessárias na alocação inter-distrital destes recursos.
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Destacam, no quadro geral, as necessidades de quadros superior e médio trazidas pelas reabilitações dos
HPL e do HRC, e pela promoção do HD de Marrupa e pelo CF de Cuamba, estimadas em
respectivamente 6 superiores e 8 médios.
Por seu lado, a Província do Niassa possui, através do Centro de Formação de Lichinga, capacidade
instalada de formação de 12 quadros básicos e de 13 elementares por ano, e contando com os Institutos
de Formação de Nampula, Beira e Maputo pela formação de quadros médios e superiores, conforme as
projecções nacionais reportadas a seguir18.
Tabela 11: Estimativa de formação de quadros da Saúde ao nível do país até 2010
Região Nível 2002-2004 2005-2010
Superior 3 12
Norte Médio 40 55
Básico 180 135
Superior 7 24
Centro Médio 112 154
Básico 162 122
Superior 60 84
Sul Médio 148 203
Básico 108 81
Superior 70 120
Total Médio 300 412
Básico 450 338
A análise feita sugere que, sem contar com as futuras capacidades do CF de Cuamba, até 2009, haverá
disponibilidade no Niassa de aproximadamente 60 quadros básicos e 65 elementares, número que se
julga suficiente para fazer face às necessidades do sector de Saúde da província, mas de um número
muito reduzido de quadros superiores e médios para preencher as vagas de hospitais e centros de
formação da província.
Para assegurar a efectiva colocação de quadros nas US da província, em relação aos quadros básicos e
elementares será preciso considerar as vertentes da nomeação e dos incentivos para a colocação e
retenção nas zonas rurais. No que diz respeito aos quadros médios e superiores, será oportuno
experimentar formas inovadoras para atrair e reter este tipo de pessoal na província, como contratos a
término financiados pelos parceiros do sector, topping-up e bonus de instalação para os especialistas.
18
A formação dos profissionais de nível superior ocorre sob a responsabilidade do MINED (em particular a UEM
forma os médicos) e de algumas instituições privadas. A curto prazo é prevista a entrada em funcionamento do ICISA
que irá formar profissionais superiores nas áreas de laboratório, enfermagem, SMI e outras. A Universidade Católica da
Beira irá produzir médicos a partir de 2005.
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farmacêuticos que entram no país19 , inclusive de 290 Kits A, 792 Kits B e 400 Kit C de medicamentos
para o nível primário.
O impacto das intervenções do PIPS na necessidade de medicamentos foi estimado em 278 mil USD
até 2009, isto deve-se ao aumento de 40% das necessidades de medicamentos trazidas pela reabilitação
e promoção dos hospitais da província20.
Apresenta-se a seguir as necessidades adicionais de Kits A e B por ano devido às intervenções do PIPS
ao nível da rede primária até o ano de 2009 (tabela 12).
Tabela 12: Necessidades adicionais de Kits de medicamentos por distrito trazidas pelo PIPS
Distrito Kit A Kit B
Cidade de Lichinga 0 3
Cuamba 0 6
Lago 4 0
Lichinga distrito 0 3
Majune 4 0
Mandimba 0 0
Marrupa 0 0
Maúa 0 0
Mavago 0 0
Mecanhelas 0 7
Mecula 3 5
Metarica 12 6
Muembe 0 0
N'gaúma 0 0
Nipepe 0 6
Sanga 0 6
Grande Total 23 42
Para fazer face ao aumento estimado das necessidades de medicamentos até a entrada em
funcionamento das US reabilitadas ou promovidas pelo PIPS, o valor de medicamentos atribuído ao
Niassa terá que crescer em 4.68% por ano até 2009, o qual parece em linha com a política do Governo
em termos de compra e distribuição de medicamentos para os próximos anos21.
Para garantir a satisfação destas necessidades adicionais trazidas pelo investimento na rede sanitária,
será necessário, por um lado, monitorar a percentagem de medicamentos que, ao nível do país, se
destinam à província do Niassa, e por outro lado, que a distribuição por distritos dentro da província
acompanhe as mudanças de exigências causadas pelo investimento na rede sanitária.
19
Correspondente a 17,133,738 mil contos MT no ano de 2002. CMAM - Departamento Farmacêutico - MISAU 2003:
Relatório de actividades- exercício de 2002.
20
Nomeadamente, 45 mil UDS adicionais devido ao aumento de actividades e serviços prestados depois da reabilitação
do HP de Lichinga, 34 mil pela reabilitação do HR de Cuamba, e 32 pela promoção do HD de Marrupa.
21
DPC-MISAU 2001: Cenário de Despesa e Financiamento de Médio Prazo 2001-2004.
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rede para manter a mesma relação de m2 por população, que aumentaria mais 600 mil USD por ano ao
valor já calculado.
Actualmente, a DPS do Niassa gasta por volta de 130 mil USD por ano em bens e serviços para
manutenção de infra-estruturas e equipamento, isto é, 1/5 do mínimo considerado indispensável para
manter a rede em condições sem a expandir. Particularmente grave é a despesa para manutenção de
imóveis (28 mil USD), frente da despesas para o equipamento, calculada em 102 mil USD ao longo do
ano de 2002. Em termos de meios, a Secção Provincial de Manutenção (SPM) da DPS do Niassa possui
18 trabalhadores de nível elementar e básico desempenhando actividades de manutenção, sem poder
contar com nenhum quadro técnico médio ou superior com capacidade de supervisão da área. Em
relação às infra-estruturas a disposição da SPM, esta conta com 45m2 de espaço fechado e 80m2 de
espaço coberto para manutenção de veículos junto dos edifícios da DPS.
Com vista a manter o capital da rede sanitária provincial será necessário: (a) reforçar a capacidade
existente de manutenção e potenciar a respectiva capacidade de absorção de fundos; (b) aumentar o
orçamento para bens e serviços para o efeito; e (c) explorar soluções alternativas de subcontratação de
alguns serviços de manutenção de infra-estruturas e equipamento.
Em relação ao reforço da capacidade existente, será necessário considerar investir na expansão da SPM
e na criação de duas Unidades de Manutenção (UM) ao nível do HPL e do HR de Cuamba, o primeiro
mantendo funções de coordenação, subcontratação de trabalhos e manutenção de infra-estruturas, os
segundos com enfoque específico na manutenção do equipamento hospitalar. Neste sentido, além do
investimento inicial em infra-estruturas e equipamento previsto pelo PIPS ao nível da SPM no valor de
87 mil USD, haverá necessidade de pelo menos mais um técnico superior para a SPM, dois técnicos
médios para as UM, e um total de mais 5 técnicos básicos de manutenção para a província.
No que diz respeito ao aumento de orçamento destinado à manutenção da rede provincial, o objectivo
terá que ser o de chegar, paulatinamente, à alocação e gasto de 630 mil USD estimados como
necessidade mínima de manutenção de infra-estruturas e equipamento. Desta forma, até a entrada em
funcionamento das novas instalações da SPM e dos novos quadros das UM localizadas nos dois
hospitais da província, o orçamento de gastos correntes da província para manutenção foi estimado em
cerca de XXX por ano, conforme a tabela a seguir.
A maior parte desta despesa corrente adicional terá que ser financiada através de fundos externos, não
existindo nas verbas do OE destinadas à manutenção, cabimento para 516 mil USD adicionais por ano,
sobre tudo em relação à verba de bens e serviços, como se mostrará no próximo capítulo.
Relativamente à questão de soluções alternativas de subcontratação dos serviços de manutenção, este
assunto será desenvolvido com maior detalhe na penúltima secção deste plano22. No presente capítulo
importa fazer notar que, por um lado, os valores previstos em caso de outsourcing dos serviços não
deveriam fugir de muito dos montantes calculados acima, e, por outro, que a viabilidade desta solução
dependerá fortemente da qualidade dos serviços oferecidos pelo sector privado local e da
disponibilidade dos financiamentos externos para este efeito.
22
Capítulo 7: Possíveis constrangimentos na implementação do PIPS; a manutenção de infra-estruturas e equipamento.
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Tabela 14:Cálculo do impacto do PIPS nos gastos correntes até 2009 por tipo intervenção
Intervenções Salários Medicamentos B&S
Ampliação SPM 10 0 25
Casas de pessoal 0 0 0
Construção da Maternidade de CS de Mecula 9 13 5
Construção de Centro de Formação de Cuamba 30 0 20
Construção de CS III de Muipite 18 25 10
Construção de Maternidade de CS de Chimbonila 9 13 5
Construção de Maternidade de CS de Massenger 9 13 5
Promoção de PS de Chamba 9 13 5
Promoção de PS de Lugenda 9 13 5
Promoção de PS de Mbemba 9 13 5
Promoção de PS de Muhemela 9 13 5
Promoção para CS III de Mpacura 9 13 5
Promoção para HD de Marrupa 22 32 14
Reabilitação de HP 33 45 11
Reabilitação e ampliação de CS de Malanga 14 27 10
Reabilitação e ampliação de CS de Metangula 14 27 10
Reabilitação e ampliação de CS de Metarica 14 27 10
Reabilitação e ampliação de HR de Cuamba 18 34 9
Grande Total 244 316 158
23
DPC-MISAU e Austral Lda. 2002: Análise de custos correntes das US de nível I e II em Moçambique. Maputo,
Dezembro de 2002.
24
McPake B., Ongoro C. 2003: Maputo Central Hospital Costing Study. Maputo, Fevereiro de 2003.
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No que diz respeito às despesas com pessoal, o impacto das intervenções do PIPS é previsto absorver
43% do aumento programado do OE para esta verba até o ano de 2009. Para as despesas de Bens e
Serviços, não parece haver cabimento nas contas do Estado, isto devido ao reduzido aumento previsto
para esta verba até 2009. Para os dois tipos de despesa, os fundos externos permitiriam cobrir
amplamente os gastos de funcionamento da província.
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pessoal. Através do investimento em casas de trabalhadores, o PIPS visa também contribuir à criação
destas condições.
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Esta secção debruça-se sobre alguns constrangimentos identificados para a implementação do PIPS e
sobre as suas possíveis soluções. No primeiro capitulo fala-se da efectiva capacidade da DPS do Niassa
de execução dos fundos de investimento previstos, sendo identificados os passos a serem dados para
aumentar a sua capacidade de realização do programa do PIPS.
Na segunda parte trata-se dos fundos do OE para investimento, dos problemas experimentados na sua
execução e das formas mais adequadas de utilização desses fundos. Seguidamente são discutidas as
questões relativas aos elevados custos das obras de investimento e da manutenção das infra-estruturas
no Niassa, analisando-se a natureza dos problemas e propondo soluções práticas para reduzir o seu
impacto no PIPS. Por último, é debatida a questão da prestação de serviços sanitários nas áreas da
província com baixa densidade populacional, sendo apresentada a opção de contratação de ONGs por
parte do Governo provincial com vista a fomentar uma prestação de serviço mais eficiente e equitativa
em regiões de difícil alcance.
25
Calcula-se que a metade dos 9 milhões previstos pelo PIPS serão gastos em quatro grandes projectos, nomeadamente,
a reabilitação do HP de Lichinga e do HR de Cuamba, a promoção do HD de Marrupa e o Centro de Formação de
Cuamba.
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Investimento Público (PTIP). Na realidade, a DPS têm vindo a sofrer vários problemas na utilização
destes fundos devido aos seguintes factores: (a) disponibilização tardia dos fundos26; (b) não
disponibilização dos referidos fundos; (c) má compatibilização do ciclo dos investimento com as regras
de execução do OE27. Estes factores fazem com que, na maioria dos casos, os fundos de OE não sejam
considerados adequados às despesas de investimento, diminuindo, assim, em 1/3 os montantes
disponíveis para a realização do PIPS.
O Governo Provincial e o MISAU deveriam desempenhar uma acção de advocacia junto do Ministério
de Plano e Finanças, no sentido de por fim a esta situação prejudicial28. Contudo, a implementação do
Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), prevista já para o ano de 2004, deveria,
supostamente, vir a melhorar bastante o problema da liquidez da tesouraria do Estado sobretudo ao
nível das províncias mais distantes do país. Este sistema prevê, de facto, o estabelecimento de um
sistema de contas virtuais que alimentam uma conta única de tesouraria que permitirá uma mais rápida
e eficiente utilização dos fundos disponíveis.29
Entretanto, aconselha-se uma gestão e utilização mais cautelosa dos fundos de OE, voltado mais para o
pagamento de algumas despesas inerentes às obras, cujo atraso não prejudique o andamento dos
projectos, tais como impostos e direitos aduaneiros. Será também necessário concentrar os recursos do
OE em um ou dois projectos por ano, reduzindo a dispersão destes fundos e a possibilidade de vê-los
reduzidos grandemente ao longo do ano orçamental.
26
É comum o primeiro título ser disponibilizado ao nível da DPPF só em Junho/Julho de cada ano.
27
Conforme à Lei Orçamental de 1997, o ano fiscal de Estado têm que ser fechado cada ano em Dezembro-Janeiro
(depois do período complementar), existindo a obrigação de todos os fundos serem gastos ou devolvidos até essa altura
e não sendo permitido o transito tais fundos para o ano seguinte.
28
DPC-MISAU 2003: Orientações para a elaboração das propostas de investimento público provincial. Maputo, Junho
de 2003.
29
Boletim da República Nº7 de 2002: Sistema de administração financeira do Estado. Fevereiro de 2002.
30
Os custos variam conforme o tipo de construção, desde 500 USD para a rede primária até 600 para os hospitais.
31
Gonzáles Nagel E. 2001: Levantamento da rede sanitária da Zambézia; conclusões gerais. Quelimane, Agosto de
2001.
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norte (isto é, sem este incremento de 1 milhão de USD), teria sido possível realizar, ainda no primeiro
quinquénio, obras como a promoção do HD de Mandimba e a promoção de 4 PS para CS tipo III, ou,
alternativamente, teria sido possível a construção de 3 novos CS e de 10 casas adicionais. Por causa dos
elevados custos de construção na província, a realização destas obras terá que ser adiada até ao segundo
quinquénio do PIPS.
Perante esta situação, existe algumas opções que a DPS do Niassa poderá seleccionar. Em primeiro
lugar, a questão dos preços deveria ser discutida e enfrentada conjuntamente com o Governo
Provincial e a Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação (DPOPH); o problema dos elevados
custos de construção afecta o investimento em todos os sectores, e precisará, portanto, duma solução
integrada. Em segundo lugar, os custos médios poderiam ser reduzidos se se contratassem empresas de
maior capacidade para realizar grandes lotes de obras, introduzindo, assim, economias de escala e
reduzindo os custos fixos. Com vista a incentivar as grandes empresas à participação nos concursos
para realização de obras do PIPS no Niassa, poder-se-iam juntar várias intervenções numa base
geográfica (por exemplo, todas as intervenções planificadas para a região sul da província),
aumentando, assim, o valor do concurso, e excluindo as pequenas empreitadas, que normalmente,
oferecem menor garantia de qualidade e conclusão das obras.
DPS-Niassa - 40 -
PIPS DO NIASSA – VERSÃO FINAL APRESENTADA AO MISAU EM AGOSTO DE 2003
da população, e, por outro lado, permitindo uma produtividade laboral mais baixa. Apesar destas
considerações, resulta evidente que a DPS do Niassa não se pode permitir colocar pessoal escasso,
como por exemplo os técnicos de cirurgia, ou gastar recursos importantes, como os recursos para a
construção e reabilitação de infra-estruturas, sem esperar um retorno comparável com o do resto dos
distritos. A presença de numerosas ONGs actuando no sector Saúde da província sugere soluções de
parceria com as entidades governamentais que não podem ser ignoradas.
Existem na literatura experiências documentadas de contratação de serviços de ONGs por parte do
Governo local para fazer face a situações de limitada capacidade de execução directa do Governo32. A
ideia que se quer introduzir é que a DPS poderia lançar concursos e estipular contractos com ONGs
para sub-contractar a prestação de serviços sanitários em regiões com exigências particulares. Na fase
contratual deveriam ser definidos os objectivos e a forma de prestação de serviços, definindo questões
como a monitorização dos resultados, a retribuição do pessoal e as cobranças à população33. De facto, a
experiência internacional demostra como esta abordagem contratual poderia ser uma maneira mais
profícua do mundo das ONGs e das agências governamentais trabalharem conjuntamente
aproveitando de sinergias para alcançar eficiência e equidade na prestação dos serviços sanitários.34
32
Soeters and Griffiths 2003: Improving government services through contract management: a case from Cambodia.
Health Policy and Planning. Oxford University press 2003.
33
Perrot J., Adams O. 2000: Applying the contractual approach to health care delivery in developing countries. Geneva,
Organização Mundial da Saúde.
34
Mills A., Broomemberg J. 1998: Experiences in contracting; an overview of the literature. Macroeconomics, health
and development series Nº33. Geneva, OMS.
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PIPS DO NIASSA – VERSÃO FINAL APRESENTADA AO MISAU EM AGOSTO DE 2003
8 O FINANCIAMENTO DO PIPS
35
Como por exemplo, CS tipo II de Mitucuane (Cuamba), para os CS tipo III de Licole e Malémia (Sanga), para o CS
III de Luambala (Majune), o de Chissimbir (N’gaúma) e a reabilitação do CS de M’sawize (Mavago),cujo acabamento
está previsto até finais de 2003.
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trabalhadores na sede distrital e para o posto administrativo de Nungo. Dever-se-á também explorar a
possibilidade de uma comparticipação do OE no custeamento das despesas do IVA para o projecto,
cujo valor foi estimado em volta de 15% do valor dos contrato das obras.
Existindo já os estudos de identificação do projecto por parte da DPC e GACOPI, já desde o primeiro
ano da execução do PIPS a ONG espanhola poderia financiar os estudos de anteprojecto do HD e
casas (estimado em cerca de 100 mil USD), para depois financiar, no segundo e terceiro ano, o valor
total da execução e fiscalização das obras.
36
Governo de Moçambique e, Fundação Clinton 2003: Strategic Plan for scaling-up HIV/Aids care and treatment in
Mozambique. DPC-MISAU, Março de 2003.
37
DPC-MISAU 2003: Orientações para a elaboração da proposta de investimento provincial. Maputo, Junho de 2003.
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PIPS DO NIASSA – VERSÃO FINAL APRESENTADA AO MISAU EM AGOSTO DE 2003
terá que ser, em primeiro lugar, nos projectos que se pretende financiar com o OE, e, em segundo
lugar, na inscrição de todos os outros projectos com fundos externos.
Em relação à primeira categoria, terá que ser tomada, em primeiro lugar, a decisão estratégica se
propor a alocação dos fundos de OE como comparticipação a fundos externos em grandes projectos
para pagamento do IVA – como por exemplo, a promoção do HD de Marrupa -, ou se utilizar estes
fundos para completar obras em curso financiadas só pelo OE – como o acabamento do CS de
Metangula e Malanga.
No que diz respeito à inscrição de fundos externos, será fundamental registar na proposta do PTIP
2004 as reabilitações da rede em curso e futuras levadas a frente através dos fundos da Ajuda Irlandesa,
e o projecto de promoção para HD do CS de Marrupa financiado pela Intermón Oxfam para os
próximos anos. Com vista a simplificar o procedimento, será suficiente apresentar um total de 4 fichas
de projecto; duas particulares pelos projectos financiados exclusivamente pelo OE, e duas cumulativas
pelos projectos financiados pela Ajuda Irlandesa e por Intermón Oxfam (tabela 15). Ao serem geridas
pelo nível central, as obras financiadas pelo BAD do CF de Cuamba e CS de Metarica, não precisam de
ser inscritas na proposta de PTIP da Província do Niassa.
Tendo sido fixado em aproximadamente 10 milhões de contos o limite de OE para Investimento para
o Niassa para 200438, mostra-se a seguir um exemplo de articulação da proposta de PTIP que reflicta o
PIPS.
Obviamente, devessem surgir outros projectos imprevistos (por exemplo, devidos à necessidade de re-
escrever projectos inacabados em 2003), será necessário escreve-los da mesma forma, considerando a
componente de fundos internos e a de externos.
38
DNPO-MPF 2003: Limites provinciais para a elaboração de OE 2004. Maputo, Junho de 2003.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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