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Apostila-Completo de Pre Calculo-Matematica

O documento fornece uma introdução aos principais conjuntos numéricos e conceitos matemáticos relacionados. Ele define os conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais, e discute suas propriedades e relações. O documento também apresenta conceitos básicos de teoria dos conjuntos e polinômios.
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Apostila-Completo de Pre Calculo-Matematica

O documento fornece uma introdução aos principais conjuntos numéricos e conceitos matemáticos relacionados. Ele define os conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais, e discute suas propriedades e relações. O documento também apresenta conceitos básicos de teoria dos conjuntos e polinômios.
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Índice geral

1. CONJUNTOS NUMÉRICOS ...................................................................................... 4


1.1. Conjunto dos números naturais (IN) ..................................................................... 4
1.2. Conjunto dos números inteiros (Z) ........................................................................ 4
1.3. Conjunto dos números racionais (Q) ..................................................................... 5
1.4. Conjunto dos números irracionais ......................................................................... 5
1.5. Conjunto dos números reais (IR) ........................................................................... 6
1.6. Teoria dos Conjuntos ............................................................................................. 6
1.6.1. Símbolos ......................................................................................................... 6
1.6.2. Símbolos das operações .................................................................................. 7
1.6.3. Conceitos de conjuntos ................................................................................... 7
2. POLINÔMIOS ............................................................................................................. 9
2.1. Grau de um Polinómio: ......................................................................................... 9
2.1. Valor numérico ...................................................................................................... 9
2.2. Alguns exercícios resolvidos: ................................................................................ 9
2.3. Polinómios iguais ................................................................................................ 11
2.4. Divisão de polinómios ......................................................................................... 11
2.5. Teorema do resto ................................................................................................. 12
2.6. Teorema de D‟Alembert ...................................................................................... 13
2.7. O dispositivo de Briott-Ruffini ............................................................................ 15
2.8. Produtos Notáveis ................................................................................................ 16
2.9. ALGUNS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS: ......................................................... 17
3. Radiciação ............................................................................................................... 18
3.1. Potenciação de Radicais ..................................................................................... 18
3.2. Racionalização de denominadores....................................................................... 18
3.3. A recorrência de François Viète no cálculo da raiz quadrada de um número ..... 20
4. Função de 1º grau ...................................................................................................... 22
FUNÇÃO MODULAR .................................................................................................. 38
PROBABILIDADE ........................................................................................................ 44
Matrizes .......................................................................................................................... 51
Binômio de Newton ........................................................................................................ 65
Triângulo de Pascal ........................................................................................................ 67
Matrizes e determinantes ................................................................................................ 71
Logaritmos ...................................................................................................................... 74
FUNÇÃO LOGARÍTMICA ........................................................................................... 75
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS .................................................................................... 78
INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS ............................................................................... 78
Equações Trigonométricas ............................................................................................. 82
Inequações Trigonométricas ........................................................................................... 84
Progressões ..................................................................................................................... 92
Progressões Aritméticas ............................................................................................. 92
Progressões Geométricas ............................................................................................ 95
Limites ............................................................................................................................ 97
ORIGEM DO CONCEITO DE DERIVADA DE UMA FUNÇÃO ............................ 103
Equações Diferenciais .................................................................................................. 108
Integrais ........................................................................................................................ 111

1
Funções Logarítmica e Exponencial ............................................................................ 124
FUNÇÕES INVERSAS ............................................................................................... 124
EXPOENTES IRRACIONAIS..................................................................................... 128
DIFERENCIAÇÃO IMPLÍCITA ................................................................................. 132
DERIVADAS DE POTÊNCIAS RACIONAIS DE X ................................................. 135
DIFERENCIAÇÃO LOGARÍTMICA ......................................................................... 137
DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS ....................... 139
Geometria Espacial ....................................................................................................... 146

2
3
1. CONJUNTOS NUMÉRICOS

1.1. Conjunto dos números naturais (IN)

IN={0, 1, 2, 3, 4, 5,...}

Um subconjunto importante de IN é o conjunto IN*:

IN*={1, 2, 3, 4, 5,...}  o zero foi excluído do conjunto IN.


Podemos considerar o conjunto dos números naturais ordenados sobre uma recta, como mostra o gráfico
abaixo:

1.2. Conjunto dos números inteiros (Z)

Z={..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

O conjunto IN é subconjunto de Z.
Temos também outros subconjuntos de Z:
Z* = Z-{0}
Z+ = conjunto dos inteiros não negativos = {0,1,2,3,4,5,...}
Z_ = conjunto dos inteiros não positivos = {0,-1,-2,-3,-4,-5,...}

Observe que Z+=IN.


Podemos considerar os números inteiros ordenados sobre uma recta, conforme mostra o gráfico abaixo:

4
1.3. Conjunto dos números racionais (Q)

Os números racionais são todos aqueles que podem ser colocados na forma de fracção (com o numerador
e denominador  Z). Ou seja, o conjunto dos números racionais é a união do conjunto dos números
inteiros com as fracções positivas e negativas.

Exemplos:
5 3 3
Então : -2,  ,  1, , 1, , por exemplo, são números racionais.
4 5 2

3 6 9
a)  3   
1 2 3
1 2 3
b) 1   
1 2 3

Assim, podemos escrever:

a
Q  {x | x  , com a  Z , b  Z e b  0}
b
É interessante considerar a representação decimal de um número racional , que se obtém
dividindo a a por b.
b Exemplos referentes às decimais exactas ou finitas:

1 5 75
 0,5   1,25  3,75
2 4 20
1 6 7
 0,333...  0,857142857142...  1,1666...
3 7 6
Exemplos referentes às decimais periódicas ou infinitas:

Toda decimal exacta ou periódica pode ser representada na forma de número racional.

1.4. Conjunto dos números irracionais

Os números irracionais são decimais infinitas não periódicas, ou seja, os números que não podem ser
escrito na forma de fracção (divisão de dois inteiros). Como exemplo de números irracionais, temos a
raiz quadrada de 2 e a raiz quadrada de 3:

Um número irracional bastante conhecido é o número =3,1415926535...

2  1,4142135...
3  1,7320508...

5
1.5. Conjunto dos números reais (IR)

Dados os conjuntos dos números racionais (Q) e dos irracionais, definimos o conjunto dos números reais
como:

IR=Q  {irracionais} = {x | x é racional ou x é irracional}


O diagrama abaixo mostra a relação entre os conjuntos numéricos:

Portanto, os números naturais, inteiros, racionais e irracionais são todos números reais. Como
subconjuntos importantes de IR temos:
IR* = IR-{0}
IR+ = conjunto dos números reais não negativos
IR_ = conjunto dos números reais não positivos

Obs: entre dois números inteiros existem infinitos números reais. Por exemplo:
Entre os números 1 e 2 existem infinitos números reais:
1,01 ; 1,001 ; 1,0001 ; 1,1 ; 1,2 ; 1,5 ; 1,99 ; 1,999 ; 1,9999 ...

Entre os números 5 e 6 existem infinitos números reais:


5,01 ; 5,02 ; 5,05 ; 5,1 ; 5,2 ; 5,5 ; 5,99 ; 5,999 ; 5,9999 ...

1.6. Teoria dos Conjuntos

1.6.1. Símbolos

: pertence : existe

: não pertence : não existe

: está contido : para todo (ou qualquer que seja)

: não está contido : conjunto vazio

6
: contém N: conjunto dos números naturais

: não contém Z : conjunto dos números inteiros

/ : tal que Q: conjunto dos números racionais

: implica que Q'= I: conjunto dos números irracionais

: se, e somente se R: conjunto dos números reais

1.6.2. Símbolos das operações

: A intersecção B

: A união B

a - b: diferença de A com B

a < b: a menor que b

: a menor ou igual a b

a > b: a maior que b

: a maior ou igual a b

:aeb

: a ou b

1.6.3. Conceitos de conjuntos

Conjunto vazio: é um conjunto que não possui elementos. O conjunto vazio é representado por { } ou .

Subconjuntos: quando todos os elementos de um conjunto A qualquer pertencem a um outro conjunto B,


diz-se, então, que A é um subconjunto de B, ou seja A B. Observações:
Todo o conjunto A é subconjunto dele próprio, ou seja ;
O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de qualquer conjunto, ou seja

União de Conjuntos: dados os conjuntos A e B, define-se como união dos conjuntos A e B ao conjunto
representado por , formado por todos os elementos pertencentes a A ou B, ou seja:

Intersecção de Conjuntos: dados os conjuntos A e B, define-se


como intersecção dos conjuntos A e B ao conjunto representado

7
por , formado por todos os elementos pertencentes a A e B, simultaneamente, ou seja:

Diferença de Conjuntos: dados os conjuntos A e B, define-se como diferença entre A e B (nesta ordem)
ao conjunto representado por A-B, formado por todos os elementos pertencentes a A, mas que não
pertencem a B, ou seja

Produto Cartesiano: dados os conjuntos A e B, chama-se produto cartesiano A com B, ao conjunto


AxB, formado por todos os pares ordenados (x, y), onde x é elemento de A e y é elemento de B, ou seja

Número de subconjuntos de um conjunto: se um conjunto A possuir n elementos, então existirão 2n


subconjuntos de A.

8
2. POLINÔMIOS

Definição

Uma função polinomial ou simplesmente polinómio, é toda função definida pela relação P(x)=anxn + an-
n-1
1.x + an-2.xn-2 + ... + a2x2 + a1x + a0.

Onde:
an, an-1, an-2, ..., a2, a1, a0 são números reais chamados coeficientes.
n  IN
x  C (nos complexos) é a variável.

2.1. Grau de um Polinómio:

Grau de um polinómio é o expoente máximo que ele possui. Se o coeficiente a n0, então o expoente
máximo n é dito grau do polinómio e indicamos gr(P)=n. Exemplos:
P(x)=5 ou P(x)=5.x0 é um polinómio constante, ou seja, gr(P)=0.
P(x)=3x+5 é um polinómio do 1º grau, isto é, gr(P)=1.
P(x)=4x5+7x4 é um polinómio do 5º grau, ou seja, gr(P)=5.

Obs: Se P(x)=0, não se define o grau do polinómio.

2.1. Valor numérico

O valor numérico de um polinómio P(x) para x=a, é o número que se obtém substituindo x por a e
efectuando todas as operações indicadas pela relação que define o polinómio. Exemplo:

Se P(x)=x3+2x2+x-4, o valor numérico de P(x), para x=2, é:


P(x)= x3+2x2+x-4
P(2)= 23+2.22+2-4
P(2)= 14

Observação: Se P(a)=0, o número a chamado raiz ou zero de P(x).


Por exemplo, no polinómio P(x)=x2-3x+2 temos P(1)=0; logo, 1 é raiz ou zero desse polinómio.

2.2. Alguns exercícios resolvidos:

1º) Sabendo-se que –3 é raiz de P(x)=x3+4x2-ax+1, calcular o valor de a.

Resolução:
Se –3 é raiz de P(x), então P(-3)=0.
P(-3)=0 => (-3)3+4(-3)2-a.(-3)+1 = 0
3a = -10 => a=-10/3
Resposta: a=-10/3

9
2º) Calcular m  IR para que o polinómio
P(x)=(m2-1)x3+(m+1)x2-x+4 seja:

a) do 3ºgrau b) do 2º grau c) do 1º grau

Resposta:

Para o polinómio ser do 3º grau, os coeficientes de x2 e x3 devem ser diferentes de zero. Então:
m2-10 => m21 => m1
m+10 => m-1
Portanto, o polinómio é do 3º grau se m1 e m-1.

para o polinómio ser do 2º grau, o coeficiente de x3 deve ser igual a zero e o coeficiente de x2 diferente de
zero. Então:

m2-1=0 => m2=1 => m=1


m+10 => m-1
Portanto, o polinómio é do 2º grau se m=1.

para o polinómio ser do 1º grau, os coeficientes de x2 e x3 devem ser iguais a zero. Então:

m2-1=0 => m2=1 => m=1


m+1=0 => m=-1
Portanto, o polinómio é do 1º grau se m=-1.

3º) Num polinómio P(x), do 3º grau, o coeficiente de x3 é 1. Se P(1)=P(2)=0 e P(3)=30, calcule o valor de
P(-1).

Resolução:

Temos o polinómio: P(x)=x3+ax2+bx+c.


Precisamos encontrar os valores de a.b e c (coeficientes).
Vamos utilizar os dados fornecidos pelo enunciado do problema:

P(1)=0 => (1)3+a.(1)2+b(1)+c = 0 => 1+a+b+c=0 => a+b+c=-1


P(2)=0 => (2)3+a.(2)2+b(2)+c = 0 => 8+4a+2b+c=0 => 4a+2b+c=-8
P(3)=30 => (3)3+a.(3)2+b(3)+c = 30 => 27+9a+3b+c=30 => 9a+3b+c=3

Temos um sistema de três variáveis:

a  b  c  -1

4a  2b  c  -8
9a  3b  c  3

Resolvendo esse sistema encontramos as soluções:

a=9, b=-34, c=24

Portanto o polinómio em questão é P(x)= x3+9x2-34x+24.


O problema pede P(-1):

P(-1)= (-1)3+9(-1)2-34(-1)+24 => P(-1)=-1+9+34+24


P(-1)= 66
Resposta: P(-1)= 66

10
2.3. Polinómios iguais

Dizemos que dois polinómios A(x) e B(x) são iguais ou idênticos (e indicamos A(x)B(x)) quando
assumem valores numéricos iguais para qualquer valor comum atribuído à variável x. A condição para
que dois polinómios sejam iguais ou idênticos é que os coeficientes dos termos correspondentes sejam
iguais.
Exemplo:
Calcular a,b e c, sabendo-se que x2-2x+1  a(x2+x+1)+(bx+c)(x+1).

Resolução:

Eliminando os parênteses e somando os termos semelhantes do segundo membro temos:


x2-2x+1  ax2+ax+a+bx2+bx+cx+c
1x2-2x+1  (a+b)x2+(a+b+c)x+(a+c)
Agora igualamos os coeficientes correspondentes:

a  b  1

a  b  c  2
a  c  1

Substituindo a 1ª equação na 2ª:


1+c = -2 => c=-3.
Colocando esse valor de c na 3ª equação, temos:
a-3=1 => a=4.
Colocando esse valor de a na 1ª equação, temos:
4+b=1 => b=-3.
Resposta: a=4, b=-3 e c=-3.

Obs: um polinómio é dito identicamente nulo se tem todos os seus coeficientes nulos.

2.4. Divisão de polinómios

Sejam dois polinómios P(x) e D(x), com D(x) não nulo.


Efectuar a divisão de P por D é determinar dois polinómios Q(x) e R(x), que satisfaçam as duas condições
abaixo:

1ª) Q(x).D(x) + R(x) = P(x)


2ª) gr(R) < gr(D) ou R(x)=0
P( x) D( x )
R( x) Q( x)

Nessa divisão:
P(x) é o dividendo.
D(x) é o divisor.
Q(x) é o quociente.
R(x)  é o resto da divisão.

Obs: Quando temos R(x)=0 dizemos que a divisão é exacta, ou seja, P(x) é divisível por D(x) ou D(x) é
divisor de P(x).

Se D(x) é divisor de P(x)  R(x)=0

11
Exemplo:

Determinar o quociente de P(x)=x4+x3-7x2+9x-1 por D(x)=x2+3x-2.


Resolução: Aplicando o método da chave, temos:

x 4  x3  7 x 2  9 x  1 x 2  3x  2
 x 4  3x3  2 x 2 x 2  2 x  1  Q( x)
 2 x3  5 x 2  9 x  1
 2 x3  6 x 2  4 x
x2  5x  1
 x 2  3x  2
2 x  1  R( x)

Verificamos que:

x

4

x 3
- 2
7x 9x
- 1  (x 2  3x - 2) (x 2 - 2x  1)  (2x  1)
    
P(x) D(x) Q(x) R(x)

Divisão de um polinómio por um binómio da forma ax+b

Vamos calcular o resto da divisão de P(x)=4x2-2x+3 por D(x)=2x-1.


Utilizando o método da chave temos:

4x2  2x  3 2x  1
 4x  2x2
2x
3
Logo: R(x)=3
A raiz do divisor é 2x-1=0 => x=1/2.
Agora calculamos P(x) para x=1/2.
P(1/2) = 4(1/4) – 2(1/2) + 3
P(1/2) = 3

Observe que R(x) = 3 = P(1/2)


Portanto, mostramos que o resto da divisão de P(x) por D(x) é igual ao valor numérico de P(x) para
x=1/2, isto é, a raiz do divisor.

2.5. Teorema do resto

O resto da divisão de um polinómio P(x) pelo binómio ax+b é igual a P(-b/a).


Note que –b/a é a raiz do divisor.

Exemplo: Calcule o resto da divisão de x2+5x-1 por x+1.


Resolução: Achamos a raiz do divisor:
x+1=0 => x=-1
Pelo teorema do resto sabemos que o resto é igual a P(-1):

12
P(-1)=(-1)2+5.(-1)-1 => P(-1) = -5 = R(x)
Resposta: R(x) = -5.

2.6. Teorema de D’Alembert

Um polinômio P(x) é divisível pelo binômio ax+b se P(-b/a)=0


Exemplo: Determinar o valor de p, para que o polinómio P(x)=2x 3+5x2-px+2 seja divisível por x-2.

Resolução:

Se P(x) é divisível por x-2, então P(2)=0.


P(2)=0 => 2.8+5.4-2p+2=0 => 16+20-2p+2=0 => p=19

Resposta: p=19.

Divisão de um polinómio pelo produto (x-a)(x-b)

Vamos resolver o seguinte problema: calcular o resto da divisão do polinómio P(x) pelo produto (x-a)(x-
b), sabendo-se que os restos da divisão de P(x) por (x-a) e por (x-b) são, respectivamente, r1 e r2.
Temos:
a é a raiz do divisor x-a, portanto P(a)=r1 (eq. 1)
b é a raiz do divisor x-b, portanto P(b)=r2 (eq. 2)
E para o divisor (x-a)(x-b) temos P(x)=(x-a)(x-b) Q(x) + R(x) (eq. 3)

O resto da divisão de P(x) por (x-a)(x-b) é no máximo do 1º grau, pois o divisor é do 2º grau; logo:
R(x)=cx+d

Da eq.3 vem:
P(x)=(x-a)(x-b) Q(x) + cx + d
Fazendo:
x=a => P(a) = c(a)+d (eq. 4)
x=b => P(b) = c(b)+d (eq. 5)

Das equações 1, 2, 4 e 5 temos:

ca  d  r1

cb  d  r2
Resolvendo o sistema obtemos:

r1  r2 ar2  ar1
c e d  , com a  b
ab ab
r  r2 ar2  ar1
Logo : R ( x)  1 x , com a  b
ab ab

Observações:
1ª) Se P(x) for divisível por (x-a) e por (x-b), temos:
P(a)= r1 =0
P(b)= r2 =0
Portanto, P(x) é divisível pelo produto (x-a)(x-b), pois:

r1  r2 ar2  ar1
R( x)  x  00  0
a b a b

13
2ª) Generalizando, temos:
Se P(x) é divisível por n factores distintos (x-a1), (x-a2),..., (x-an) então P(x) é divisível pelo
produto (x-a1)(x-a2)...(x-an).

Exemplo:

Um polinómio P(x) dividido por x dá resto 6 e dividido por (x-1) dá resto 8. Qual o resto da divisão de
P(x) por x(x-1)?

Resolução:

0 é a raiz do divisor x, portanto P(0)=6 (eq. 1)

1 é a raiz do divisor x-1, portanto P(1)=8 (eq. 2)


E para o divisor x(x-1) temos P(x)=x(x-1) Q(x) + R(x) (eq. 3)

O resto da divisão de P(x) por x(x-1) é no máximo do 1º grau, pois o divisor é do 2º grau; logo:
R(x)=ax+b

Da eq.3 vem:
P(x)=x(x-1) Q(x) + ax + b
Fazendo:
x=0 => P(0) = a(0)+b => P(0) = b (eq. 4)
x=1 => P(1) = a(1)+b => P(1) = a+b (eq. 5)

Das equações 1, 2, 4 e 5 temos:

b  6

a  b  8
Logo, b=6 e a=2.
Agora achamos o resto: R(x) = ax+b = 2x+6
Resposta: R(x) = 2x+6.

14
2.7. O dispositivo de Briott-Ruffini

Serve para efectuar a divisão de um polinómio P(x) por um binómio da forma (ax+b).
Exemplo: Determinar o quociente e o resto da divisão do polinómio P(x)=3x 3-5x2+x-2 por (x-2).

Resolução:

COEFICIENT ES DE P(x)

 
RAIZ DO DIVISOR    
2 3 5 1 2
 3.(2)  5 1.(2)  1 3.(2)  2
3
 1
3
 
4

COEFICIENT ES DO QUOCIENTE Q(x) RESTO

Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de P(x), pois o divisor é de grau 1.

Resposta: Q(x)=3x2+x+3 e R(x)=4.

Para a resolução desse problema seguimos os seguintes passos:


1º) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do dividendo ordenadamente na parte de cima da
“cerquinha”.
2º) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo.
3º) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente repetido abaixo e somamos o produto com o 2º
coeficiente do dividendo, colocando o resultado abaixo deste.
4º) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado abaixo do 2º coeficiente e somamos o produto
com o 3º coeficiente, colocando o resultado abaixo deste, e assim sucessivamente.
5º) Separamos o último número formado, que é igual ao resto da divisão, e os números que ficam à
esquerda deste serão os coeficientes do quociente.

Decomposição de um polinómio em factores

Vamos analisar dois casos:

1º caso: O polinómio é do 2º grau.


De uma forma geral, o polinómio de 2º grau P(x)=ax2+bx+c que admite as raízes r1 e r2 pode ser
decomposto em factores do 1º grau, da seguinte forma:

ax2+bx+c = a(x-r1)(x-r2)
Exemplos:
Fatorar o polinómio P(x)=x2-4.

Resolução:

Fazendo x2-4=0, obtemos as raízes r1=2 e r2=-2.


Logo: x2-4 = (x-2)(x+2).

Fatorar o polinómio P(x)=x2-7x+10.

Resolução:

15
Fazendo x2-7x+10=0, obtemos as raízes r1=5 e r2=2.
Logo: x2-7x+10 = (x-5)(x-2).

2º caso: O polinómio é de grau maior ou igual a 3.


Conhecendo uma das raízes de um polinómio de 3º grau, podemos decompô-lo num produto de
um polinómio do 1º grau por um polinómio do 2º grau e, se este tiver raízes, podemos em seguida
decompô-lo também.

Exemplo: Decompor em factores do 1º grau o polinómio 2x3-x2-x.

Resolução:

2x3-x2-x = x.(2x2-x-1)  colocando x em evidência


Fazendo x.(2x2-x-1) = 0 obtemos: x=0 ou 2x2-x-1=0.
Uma das raízes já encontramos (x=0).
As outras duas saem da equação: 2x2-x-1=0 => r1=1 e r2=-1/2.
Portanto, o polinómio 2x3-x2-x, na forma factorada é:
2.x.(x-1).(x+(1/2)).

Generalizando, se o polinómio P(x)=anxn+an-1xn-1+...+a1x+a0 admite n raízes r1, r2,..., rn, podemos


decompô-lo em factores da seguinte forma:

anxn+an-1xn-1+...+a1x+a0 = an(x-r1)(x-r2)...(x-rn)

Observações:
Se duas, três ou mais raiz forem iguais, dizemos que são raízes duplas, triplas, etc.
Uma raiz r1 do polinómio P(x) é dita raiz dupla ou de multiplicidade 2 se P(x) é divisível por (x-r1)2 e não
por (x-r1)3.

2.8. Produtos Notáveis

É muito comum nas expressões algébrica o aparecimento de certos produtos. Para simplificar o trabalho
nos cálculos será muito útil a aplicação dos produtos notáveis. Veja a tabela abaixo:

Produtos notáveis Exemplos


(a+b)2 = a2+2ab+b2 (x+3)2 = x2+6x+9
(a-b)2 = a2-2ab+b2 (x-3)2 = x2-6x+9
(a+b)(a-b) = a2-b2 (x+3)(x-3) = x2-9
(x+a)(x+b) = x2+(a+b)x+ab (x+2)(x+3) = x2+5x+6
(a+b)3 = a3+3a2b+3ab2+b3 (x+2)3 = x3+6x2+12x+8
(a-b)3 = a3-3a2b+3ab2-b3 (x-2)3 = x3-6x2+12x-8
(a+b)(a2-ab+b2) = a3+b3 (x+2)(x2-2x+4) = x3+8
(a-b)(a2+ab+b2) = a3-b3 (x-2)(x2+2x+4) = x3-8

16
2.9. ALGUNS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

1) Desenvolva:

a) (3x+y)2

(3x+y)2 = (3x)2+2.3x.y+y2 = 9x2+6xy+y2

b) ((1/2)+x2)2

((1/2)+x2)2 = (1/2)2+2.(1/2).x2+(x2)2 = (1/4) +x2+x4

c) ((2x/3)+4y3)2

((2x/3)+4y3)2 = (2x/3)2-2.(2x/3).4y3+(4y3)2= (4/9)x2-(16/3)xy3+16y6

d) (2x+3y)3

(2x+3y)3 = (2x)3+3.(2x)2.3y+3.2x.(3y)2+(3y)3 = 8x3+36x2y+54xy2+27y3

e) (x4+(1/x2))3

(x4+(1/x2))3 = (x4)3+3.(x4)2.(1/x2)+3.x4.(1/x2)2+(1/x2)3 = x12+3x6+3+(1/x6)

f) ((2x/3)+(4y/5)).((2x/3)-(4y/5))

((2x/3)+(4y/5)).((2x/3)-(4y/5)) = (2x/3)2-(4y/5)2 = (4/9)x2-(16/25)y2

2) Efectue as multiplicações:

a) (x-2)(x-3)

(x-2)(x-3) = x2+((-2)+(-3))x+(-2).(-3) = x2-5x+6

b) (x+5)(x-4)

(x+5)(x-4) = x2+(5+(-4))x+5.(-4) = x2+x-20

3) Simplifique as expressões:

a) (x+y)2–x2-y2

(x+y)2–x2-y2 = x2+2xy+y2–x2-y2 = 2xy

b) (x+2)(x-7)+(x-5)(x+3)

(x+2)(x-7)+(x-5)(x+3) = x2+(2+(-7))x+2.(-7) + x2+(-5+3)x+3.(-5) =


x2-5x-14+ x2-2x-15 = 2x2-7x-29

c) (2x-y)2-4x(x-y)

(2x-y)2-4x(x-y) = (2x)2-2.2x.y+y2-4x2+4xy = 4x2-4xy+y2-4x2+4xy = y2

17
3. Radiciação

3.1. Potenciação de Radicais

Observando as potências, temos que:

De modo geral, para se elevar um radical a um dado expoente, basta elevar o radicando àquele
expoente. Exemplos:

Divisão de Radicais
Segundo as propriedades dos radicais, temos que:

De um modo geral, na divisão de radicais de mesmo índice, mantemos o índice e dividimos os radicais:
Exemplos:

: =

Se os radicais forem diferentes, devemos reduzi-los ao mesmo índice e depois efectue a operação.
Exemplos:

3.2. Racionalização de denominadores

Considere a fracção: que seu denominador é um número irracional.

Vamos agora multiplicar o numerador e o denominador desta fracção por , obtendo uma fracção
equivalente:

Observe que a fracção equivalente possui um denominador racional.

A essa transformação, damos o nome de racionalização de denominadores.


A racionalização de denominadores consiste, portanto, na obtenção de um fracção com denominador
racional, equivalente a uma anterior, que possuía um ou mais radicais em seu denominador.
Para racionalizar o denominador de uma fracção devemos multiplicar os termos desta fracção por uma
expressão com radical, denominado factor racionalizante, de modo a obter uma nova fracção equivalente
com denominador sem radical.

18
Principais casos de racionalização:

1º Caso: O denominador é um radical de índice 2: Exemplos:

é o factor racionalizante de , pois . = =a

2º Caso: O denominador é um radical de índice diferente de 2. Exemplos:

é o factor racionalizante de

é o factor racionalizante de

é o factor racionalizante de
é o factor racionalizante de
Potência com expoente racional
Observe as seguintes igualdades:

ou
Igualmente podemos transformar uma potência com expoente fraccionário em um radical.

De modo real, definimos:

, com a R ,m, n, N, a >0, n>0, m>0


Podemos também transformar um radical com expoente fraccionário:

Propriedade das potências com expoentes racionais


As propriedades das potências com expoentes racionais são as mesmas para os expoentes inteiros.
Sendo a e b números reais e positivos e os expoentes números racionais, temos que:

Exemplo:

19
3.3. A recorrência de François Viète no cálculo da raiz quadrada de um número

Vamos supor que queiramos calcular a raiz quadrada de um número “x” e que não tivéssemos os recursos
hoje disponíveis.
François Viète, matemático francês, desenvolveu um método muito interessante para resolver este
problema.
Supondo que, para calcular a raiz quadrada de um número “x”, nós “chutássemos” o resultado.
Viète partiu da premissa de que a raiz quadrada de uma número qualquer “x”, é composto pela parte que
corresponde ao nosso acerto “R” e uma outra corresponde ao erro “E”, que eventualmente cometeríamos
ao tentar “chutar” o valor da raiz

Equacionando :

Equação I

x  RE

Elevando-se ambos os lados da equação ao quadrado, teremos:

 x 2
 R  E 
2

x  R  2RE  E 2
2

Como queremos um “chute” o mais próximo do valor exacto, então queremos um erro “E” o menor
possível.
Um erro “E”, muito pequeno, implica que seu quadrado tenderá para zero.
Logo, faremos E2  0

x  R 2  2RE  0
2RE  x  R 2
x  R2
E
2R
Substituindo “E” na Equação I , teremos:

 x  R2 
x  R   
 2R 

Observe que o efeito erro “E” foi eliminado.

Exemplo :
Calcular a raiz quadrada de 4 pelo método de recorrência de Viète.

Solução :

20
Primeiro vamos chutar um valor qualquer para a raiz de 4.
Por exemplo, vamos chutar que fosse 1 .

x  RE

4 1 E

Pela eliminação do erro, através da definição de Viète, teremos:


 x  R2 
x  R   
 2R 
 4  12 
4  1   
 2 
 4  1
4  1  
 2 
 3
4  1  
 2

4  2,50 ( utilizando-se este resultado como recorrência )

 x  R2 
x  R   
 2 R 
 4  2,50 2 
4  2,50   
 5 
 4  6,25 
4  2,50   
 5 
 4  6,25 
4  2,50   
 5 
4  2,50   0,45

4  2,04

Se fizermos novas recorrências, encontraremos resultados cada vez mais próximos de 2 ( que é a raiz
quadrada de 4 ).

Fonte de referência : Portal Prandiano

21
4. Função de 1º grau

Definição:

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em IR dada por uma
lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e a 0.
Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo
constante.
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:
f(x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3
f(x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7
f(x) = 11x, onde a = 11 e b = 0

Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax + b, com a 0, é uma reta oblíqua aos eixos Ox
e Oy.
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:
Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus pontos e ligá-los com o auxílio de uma régua:
a) Para x = 0, temos y = 3 · 0 - 1 = -1; portanto, um ponto é (0, -1).

b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, e outro ponto é .

Marcamos os pontos (0, -1) e no plano cartesiano e ligamos os dois com uma reta.

x y
0 -1

Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é uma reta.


O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente angular da reta e, como veremos adiante, a está ligado à
inclinação da reta em relação ao eixo Ox.
O termo constante, b, é chamado coeficiente linear da reta. Para x = 0, temos y = a · 0 + b = b. Assim, o
coeficiente linear é a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo Oy.
Zero e Equação do 1º Grau
Chama-se zero ou raiz da função polinomial do 1º grau f(x) = ax + b, a 0, o número real x tal que f(x)
= 0.
Temos:

f(x) = 0 ax + b = 0
Vejamos alguns exemplos:

22
Obtenção do zero da função f(x) = 2x - 5:

f(x) = 0 2x - 5 = 0
Cálculo da raiz da função g(x) = 3x + 6:
g(x) = 0 3x + 6 = 0 x = -2

Cálculo da abscissa do ponto em que o gráfico de h(x) = -2x + 10 corta o eixo das abicissas:
O ponto em que o gráfico corta o eixo dos x é aquele em que h(x) = 0; então:
h(x) = 0 -2x + 10 = 0 x=5

Crescimento e decrescimento
Consideremos a função do 1º grau y = 3x - 1. Vamos atribuir valores cada vez maiores a x e observar o
que ocorre com y:

x -3 -2 -1 0 1 2 3
y -10 -7 -4 -1 2 5 8

Notemos que, quando aumentos o valor de x, os correspondentes


valores de y também aumentam. Dizemos, então que a
função y = 3x - 1 é crescente.
Observamos novamente seu gráfico:

Regra geral:
a função do 1º grau f(x) = ax + b é crescente quando o coeficiente de x é positivo (a > 0);
a função do 1º grau f(x) = ax + b é decrescente quando o coeficiente de x é negativo (a < 0);
Justificativa:
para a > 0: se x1 < x2, então ax1 < ax2. Daí, ax1 + b < ax2 + b, de onde vem f(x1) < f(x2).
para a < 0: se x1 < x2, então ax1 > ax2. Daí, ax1 + b > ax2 + b, de onde vem f(x1) > f(x2).
Sinal
Estudar o sinal de uma qualquer y = f(x) é determinar os valor de x para os quais y é positivo, os valores
de x para os quais y é zero e os valores de x para os quais y é negativo.
Consideremos uma função afim y = f(x) = ax + b vamos estudar seu sinal. Já vimos que essa função se

anula pra raiz . Há dois casos possíveis:


1º) a > 0 (a função é crescente)

y>0 ax + b > 0 x>

23
y>0 ax + b < 0 x<
Conclusão: y é positivo para valores de x maiores que a raiz; y é negativo para valores de x menores
que a raiz

2º) a < 0 (a função é decrescente)

y>0 ax + b > 0 x<

y>0 ax + b < 0 x<

Conclusão: y é positivo para valores de x menores que a raiz; y é negativo para valores de x maiores que
a raiz.

Inequações de primeiro grau


Introdução
Denominamos inequação toda sentença matemática aberta por uma
desigualdade.
As inequações do 1º grau com uma variável podem ser escritas numa das seguintes formas:
, , , , como a e b reais . Exemplos:

24
Representação gráfica de uma inequação do 1º grau com duas variáveis
Método prático
Substituímos a desigualdade por uma igualdade.
Traçamos a reta no plano cartesiano.
Escolhemos um ponto auxiliar, de preferência o ponto (0, 0) e verificamos se o mesmo satisfaz ou não a
desigualdade inicial.
Em caso positivo, a solução da inequação corresponde ao semiplano ao qual pertence o ponto
auxiliar.
Em caso negativo, a solução da inequação corresponde ao semiplano oposto aquele ao qual
pertence
o ponto auxiliar. Exemplos:
Representa graficamente a inequação

Tabela
x y (x, y)
0 4 (0, 4)
2 0 (2, 0)

Substituindo o ponto auxiliar (0, 0) na inequação


Verificamos:

(Afirmativa positiva, o ponto auxiliar


satisfaz a inequação)
A solução da inequação corresponde ao semiplano ao qual pertence o ponto auxiliar (0, 0).

Resolução Gráfica de um Sistema de Inequações do 1º grau


Para resolver um sistema de inequações do 1º grau graficamente, devemos:
traçar num mesmo plano o gráfico de cada inequação;
determinar a região correspondente à intersecção dos dois semiplanos. Exemplos:

Dê a resolução gráfica do sistema:


Solução
Traçando as retas -x + y = 4 e 3x + 2y = 6.
Tabela
x y (x, y)
0 4 (0, 4)
Gráfico
-4 0 (-4, 0)

Tabela

25
x y (x, y)
0 -1 (0, -1)
1 0 (1, 0)

Função Quadrática
Definição
Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR dada por
uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:
f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1
f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1
f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5
f(x) = - x2 + 8x, onde a = 1, b = 8 e c = 0
f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma curva chamada
parábola.
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e, em seguida,
ligamos os pontos assim obtidos.

26
x y
-3 6
-2 2
-1 0

0 0
1 2
2 6

Observação:
Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:
se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;
se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;

Zero e Equação do 2º Grau


Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c , a 0, os números reais
x tais que f(x) = 0.
Então as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são as soluções da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0, as
quais são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:

Temos:

Observação
A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o radicando
, chamado discriminante, a saber:
quando é positivo, há duas raízes reais e distintas;
quando é zero, há só uma raiz real;
quando é negativo, não há raiz real.
Coordenadas do vértice da parábola
Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a
parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.

Em qualquer caso, as coordenadas de V são . Veja os gráficos:

27
Imagem
O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c, a 0, é o conjunto dos valores que y pode
assumir. Há duas possibilidades:
1ª - quando a > 0,

a>0

28
2ª quando a < 0,

a<0

Construção da Parábola
É possível construir o gráfico de uma função do 2º grau sem montar a tabela de pares (x, y), mas
seguindo apenas o roteiro de observação seguinte:
O valor do coeficiente a define a concavidade da parábola;
Os zeros definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos x;

O vértice V indica o ponto de mínimo (se a > 0), ou máximo (se a< 0);
A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola;
Para x = 0 , temos y = a · 02 + b · 0 + c = c; então (0, c) é o ponto em que a parábola corta o eixo dos y.
Sinal
Consideramos uma função quadrática y = f(x) = ax2 + bx + c e determinemos os valores de x para os
quais y é negativo e os valores de x para os quais y é positivos.
Conforme o sinal do discriminante = b2 - 4ac, podemos ocorrer os seguintes casos:
1º - >0
Nesse caso a função quadrática admite dois zeros reais distintos (x1 x2). a parábola intercepta o eixo
Ox em dois pontos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:

29
quando a > 0
y>0 (x < x1 ou x > x2)
y<0 x1 < x < x2

quando a < 0
y>0 x1 < x < x2
y<0 (x < x1 ou x > x2)
2º - =0

30
quando a > 0

quando a < 0

2º - <0

31
quando a > 0

quando a < 0

Sistemas Lineares
Equação linear
Equação linear é toda equação da forma:
a1x1 + a2x2+ a3x3 + ... + anxn = b
em que a1, a2, a3, ... , an são números reais, que recebem o nome de coeficientes das incógnitas
x1, x2,x3, ... , xn, e b é um número real chamado termo independente ( quando b=0, a equação recebe o
nome de linear homogênea).
Veja alguns exemplos de equações lineares:
3x - 2y + 4z = 7 -2x + 4z = 3t - y + 4

(homogênea)
As equações a seguir não são lineares:

32
xy - 3z + t = 8 x2- 4y = 3t - 4

Sistema linear
Um conjunto de equações lineares da forma:

é um sistema linear de m equações e n incógnitas.


A solução de um sistema linear é a n-upla de números reais ordenados (r1, r2, r3,..., rn) que é,
simultaneamente, solução de todas as equações do sistema.
Matrizes associadas a um sistema linear
A um sistema linear podemos associar as seguintes matrizes:
matriz incompleta: a matriz A formada pelos coeficientes das incógnitas do sistema.
Em relação ao sistema:

a matriz incompleta é:

matriz completa: matriz B que se obtém acrescentando à matriz incompleta uma última coluna formada
pelos termos independentes das equações do sitema.
Assim, para o mesmo sistema acima, a matriz completa é:

Sistemas homogêneos
Um sistema é homogêneo quando todos os termos independentes da equações são nulos:

Veja um exemplo:

33
A n-upla (0, 0, 0,...,0) é sempre solução de um sistema homogêneo com n incógnitas e recebe o nome de
solução trivial. Quando existem, as demais soluções são chamadas não-triviais.

Classificação de um sistema quanto ao número de soluções

Resolvendo o sistema , encontramos uma única solução: o par ordenado (3,5). Assim,
dizemos que o sistema é possível (tem solução) e determinado (solução única).

No caso do sistema , verificamos que os pares ordenados (0,8),


(1,7),(2,6),(3,5),(4,4),(5,3),...são algumas de suas infinitas soluções. Por isso, dizemos que o sistema é
possível (tem solução) e indeterminado (infinitas soluções).

Para , verificamos que nenhum par ordenado satisfaz simultaneamente as equações.


Portanto, o sistema é impossível (não tem solução).

Resumindo, um sistema linear pode ser:


a) possível e determinado (solução única);
b) possível e indeterminado (infinitas soluções);
c) impossível (não tem solução).

Sistema normal
Um sistema é normal quando tem o mesmo número de equações (m) e de incógnitas (n) e o determinante
da matriz incompleta associada ao sistema é diferente de zero.
Se m=n e det A 0, então o sistema é normal.

Regra de Cramer
Todo sistema normal tem uma única solução dada por:

em que i { 1,2,3,...,n}, D= det A é o determinante da matriz incompleta associada ao sistema, e Dxi é o


determinante obtido pela substituição, na matriz incompleta, da coluna i pela coluna formada pelos
termos independentes.

Discussão de um sistema linear


Se um sistema linear tem n equações e n incógnitas, ele pode ser:
a) possível e determinado, se D=det A 0; caso em que a solução é única.
Exemplo:

m=n=3

Então, o sistema é possível e determinado, tendo solução única.

b) possível e indeterminado, se D= Dx1 = Dx2 = Dx3 = ... = Dxn= 0, para n=2. Se n 3, essa condição só
será válida se não houver equações com coeficientes das incógnitas respectivamente proporcionais e
termos independentes não-proporcionais.
Um sistema possível e indeterminado apresenta infinitas soluções.
Exemplo:

34
D=0, Dx =0, Dy=0 e Dz=0
Assim, o sistema é possível e indeterminado, tendo infinitas soluções.
c) impossível, se D=0 e Dxi 0, 1 i n; caso em que o sistema não tem solução.
Exemplo:

Como D=0 e Dx 0, o sistema é impossível e não apresenta solução.

Sistemas Equivalentes
Dois sistemas são equivalentes quando possuem o mesmo conjunto solução.
Por exemplo, dados os sistemas:

e
verificamos que o par ordenado (x, y) = (1, 2) satisfaz ambos e é único. Logo, S 1 e S2 são equivalentes: S1
~ S2.

Propriedades
a) Trocando de posição as equações de um sistema, obtemos outro sistema equivalente.
Por exemplo:

e
S1 ~S2

b) Multiplicando uma ou mais equações de um sistema por um número K (K IR*), obtemos um


sistema equivalente ao anterior. Por exemplo:

S1 ~S2

c) Adicionando a uma das equações de um sistema o produto de outra equação desse mesmo sistema por
um número k ( K IR*), obtemos um sistema equivalente ao anterior.
Por exemplo:

Dado , substituindo a equação (II) pela soma do produto de (I) por -1 com (II),
obtemos:

35
S1~S2, pois (x,y)=(2,1) é solução de ambos os sistemas.
Sistemas escalonados
Utilizamos a regra de Cramer para discutir e resolver sistemas lineares em que o número de equações
(m) é igual ao número de incógnitas (n). Quando m e n são maiores que três, torna-se muito trabalhoso
utilizar essa regra. Por isso, usamos a técnica do escalonamento, que facilita a discussão e resolução de
quaisquer sistemas lineares.
Dizemos que um sistema, em que existe pelo menos um coeficiente não-nulo em cada equação, está
escalonado se o número de coeficientes nulos antes do primeiro coeficiente não nulo aumenta de equação
para equação.
Para escalonar um sistema adotamos o seguinte procedimento:
a) Fixamos como 1º equação uma das que possuem o coeficiente da 1º incógnita diferente de zero.
b) Utilizando as propriedades de sistemas equivalentes, anulamos todos os coeficientes da 1ª incógnita
das demais equações.
c) Repetimos o processo com as demais incógnitas, até que o sistema se torne escalonado.

Vamos então aplicar a técnica do escalonamento, considerando dois tipos de sistema:


I. O número de equações é igual ao número de incógnitas (m=n)

Exemplo 1:
1ºpasso: Anulamos todos os coeficientes da 1º incógnita a partir da 2º equação, aplicando as propriedades
dos sistemas equivalentes:
Trocamos de posição a 1º equação com a 2º equação, de modo que o 1º coeficiente de x seja igual a 1:

Trocamos a 2º equação pela soma da 1º equação, multiplicada por -2, com a 2º equação:

Trocamos a 3º equação pela soma da 1º equação, multiplicada por -3, com a 3º equação:

2º passo: Anulamos os coeficientes da 2º incógnita a partir da 3º equação:


Trocamos a 3º equação pela soma da 2º equação, multiplicada por -1, com a 3º equação:

Agora o sistema está escalonado e podemos resolvê-lo.


-2z=-6 z=3
Substituindo z=3 em (II):

36
-7y - 3(3)= -2 -7y - 9 = -2 y=-1
Substituindo z=3 e y=-1 em (I):
x + 2(-1) + 3= 3 x=2
Então, x=2, y=-1 e z=3

Exemplo 2:
1º passo: Anulamos todos os coeficientes da 1º incógnita a partir da 2º equação:
Trocamos a 2º equação pela soma do produto da 1º equação por -2 com a 2º equação:

Trocamos a 3º equação pela soma do produto da 1º equação por -3 com a 3º equação:

2º passo: Anulamos os coeficientes da 2ª incógnita, a partir da 3º equação:


Trocamos a 3ª equação pela soma do produto da 2ª equação por -1 com a 3º equação:

Dessa forma, o sistema está escalonando. Como não existe valor real de z tal que 0z=-2,
o sistema é impossível.

II) O número de equações é menor que o número de incógnitas (m < n)

Exemplo:

1º passo: Anulamos todos os coeficientes da 1º incógnita a partir da 2º equação:


Trocamos a 2º equação pela soma do produto da 1º equação por -2 com a 2º equação:

Trocamos a 3º equação pela soma do produto da 1º equação por -1 com a 3º equação:

2º passo: Anulamos os coeficientes da 2º incógnita, a partir da 3º equação:

37
Trocamos a 3º equação pela soma do produto da 2º equação por -3 com a 3º equação

O sistema está escalonado. Como m<n, o sistema é possível e indeterminado, admitindo


infinitas soluções. A diferença entre o número de incógnitas (n) e o de equações (m) de
um sistema nessas condições é chamada grau de indeterminação (GI):
GI= n - m
Para resolver um sistema indeterminado, procedemos do seguinte modo:
Consideramos o sistema em sua forma escalonada:

Calculamos o grau de indeterminação do sistema nessas condições:


GI = n-m = 4-3 = 1
Como o grau de indeterminação é 1, atribuímos a uma das incógnitas um valor ,
supostamente conhecido, e resolvemos o sistema em função desse valor. Sendo t= ,
substituindo esse valor na 3º equação, obtemos:

12z - 6 = 30 12z= 30 + 6 =
Conhecidos z e t, substituímos esses valores na 2º equação:

Conhecidos z,t e y, substituímos esses valores na 1º equação:

Assim, a solução do sistema é dada por S= , com IR.


Para cada valor que seja atribuído a , encontraremos uma quádrupla que é solução
para o sistema.

FUNÇÃO MODULAR

Módulo (ou valor absoluto) de um número

O módulo (ou valor absoluto) de um número real x, que se indica por | x | é definido da
seguinte maneira:
 x, se x  0
x 
 x, se x  0
38
Então:
 se x é positivo ou zero, | x | é igual ao próprio x.
Exemplos: | 2 | = 2 ; | 1/2 | = | 1/2 | ; | 15 | = 15

 se x é negativo, | x | é igual a -x.


Exemplos: | -2 | = -(-2) = 2 ; | -20 | = -(-20) = 20

O módulo de um número real é sempre positivo ou nulo. O módulo de um número real


nunca é negativo.
Representando geometricamente, o módulo de um número real x é igual a distância do
ponto que representa, na reta real, o número x ao ponto 0 de origem. Assim:

Se | x | < a (com a>0) significa que a distância entre x e a origem é menor que a, isto é,
x deve estar entre –a e a, ou seja, | x | < a  -a < x < a.

Se | x | > a (com a>0) significa que a distância entre x e a origem é maior que a, isto é,
deve estar à direita de a ou à esquerda de –a na reta real, ou seja: | x | > a  x > a ou x
< -a.

Equações modulares

Toda a equação que contiver a incógnita em um módulo num dos membros será
chamada equação modular.

Exemplos:

| x2-5x | = 1
| x+8 | = | x2-3 |

Algumas equações modulares resolvidas:

Resolver a equação | x2-5x | = 6.


Resolução: Temos que analisar dois casos:
caso 1: x2-5x = 6
caso 2: x2-5x = -6

Resolvendo o caso 1:

39
x2-5x-6 = 0 => x‟=6 e x‟‟=-1.
Resolvendo o caso 2:
x2-5x+6 = 0 => x‟=3 e x‟‟=2.
Resposta: S={-1,2,3,6}

Resolver a equação | x-6 | = | 3-2x |.


Resolução: Temos que analisar dois casos:
caso 1: x-6 = 3-2x
caso 2: x-6 = -(3-2x)
Resolvendo o caso 1:
x-6 = 3-2x => x+2x = 3+6 => 3x=9 => x=3
Resolvendo o caso 2:
x-6 = -(3-2x) => x-2x = -3+6 => -x=3 => x=-3
Resposta: S={-3,3}

Inequações modulares

Chamamos de inequações modulares as inequações nos quais aparecem módulos de


expressões que contém a incógnita.

Algumas inequações modulares resolvidas:

Resolver a inequação | -2x+6 | < 2.


Resolução:
 2  2 x  6 2 x  6  2
| - 2x  6 |  2   2  2 x  6  2     
 2 x  6  2  2 x  4
2 x  8 x  4
   
2 x  4 x  2

S = {x  IR | 2<x<4}

Dê o conjunto solução da inequação |x2-2x+3|  4.

Resolução:
|x2-2x+3|  4 => -4  x2-2x+3  4.
Então temos duais inequações (que devem ser satisfeitas ao mesmo tempo):
Eq.1: -4  x2-2x+3
Eq.2: x2-2x+3  4

Resolvendo a Eq.1:
-4  x2-2x+3 => -4-3  x2-2x => -7  x2-2x => x2-2x+7  0 => sem raízes reais

Resolvendo a Eq.2:
x2-2x+3  4 => x2-2x-1  0


 x'  1  2
Aplicando Bhaskara encontramos as raízes 

 x' '  1  2
S  {x  IR | 1  2  x  1  2}
40
Módulo e raiz quadrada

Consideremos os números reais x e y.


Temos por definição, que
xy
se e somente se, y2 = x e y0. Daí podemos concluir que
x2  x
só é verdadeiro se x0.
Se tivermos x<0, não podemos afirmar que
x2  x
pois isso contradiz a definição.

Por exemplo, se x=-3, teríamos:


(3) 2  3
o que é um absurdo, pois o primeiro membro é positivo e o segundo negativo. Usando a
definição de módulo, podemos escrever:

x 2 | x |
o que é verdadeiro para todo x real.

Devemos proceder da mesma forma em relação a todas raízes de índice par:


4
x 4 | x |, 6
x 6 | x |, 2n
x 2n | x |, com x  IR e n  IN *

Com relação às raízes de índice ímpar, podemos escrever:


3
x 3  x, 5
x 5  x, 2 n 1
x 2n1  x, com x  IR e n  IN

Função modular

Chamamos de função modular a função f(x)=|x| definida por:

 x, se x  0
f ( x)  
 x, se x  0

Observe, então, que a função modular é uma função definida por duas sentenças.

 Determinação do domínio

41
Vamos determinar o domínio de algumas funções utilizando inequações
modulares:

Exemplo 1: Determinar o domínio da função


1
f ( x) 
| x | 3

Resolução:
1
Sabemos que só é possível em IR se | x | 3  0.
| x | 3
Então : | x | 3  0  | x | 3  x  3 ou x  3
Resposta : D  {x  IR | x  3 ou x  3}

Exemplo 2: Determinar o domínio da função


f ( x)  2 | x  1 |

Resolução:

Sabemos que 2 | x  1 | só é possível em IR se 2 | x  1 | 0.


Então : 2 | x  1 | 0   | x  1 | 2  | x  1 | 2   2  x  1  2
 2  x 1  2   2 1  x  2 1  1  x  3
Resposta : D  {x  IR | 1  x  3}

 Gráfico

Vamos construir o gráfico da função f(x)=|x|:

x y=f(x)
-1 1
-2 2
0 0
1 1
2 2

Gráfico da função f(x)=|x|:

42
43
PROBABILIDADE

A história da teoria das probabilidades, teve início com os jogos de cartas, dados e de
roleta. Esse é o motivo da grande existência de exemplos de jogos de azar no estudo da
probabilidade. A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de ocorrência
de um número em um experimento aleatório.
Experimento Aleatório
É aquele experimento que quando repetido em iguais condições, podem fornecer
resultados diferentes, ou seja, são resultados explicados ao acaso. Quando se fala de
tempo e possibilidades de ganho na loteria, a abordagem envolve cálculo de
experimento aleatório.
Espaço Amostral
É o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório. A letra
que representa o espaço amostral, é S.
Exemplo:
Lançando uma moeda e um dado, simultaneamente, sendo S o espaço amostral,
constituído pelos 12 elementos:
S = {K1, K2, K3, K4, K5, K6, R1, R2, R3, R4, R5, R6}
Escreva explicitamente os seguintes eventos: A={caras e m número par aparece},
B={um número primo aparece}, C={coroas e um número ímpar aparecem}.
Idem, o evento em que:
a) A ou B ocorrem;
b) B e C ocorrem;
c) Somente B ocorre.
Quais dos eventos A,B e C são mutuamente exclusivos

Resolução:
Para obter A, escolhemos os elementos de S constituídos de um K e um número par:
A={K2, K4, K6};
Para obter B, escolhemos os pontos de S constituídos de números primos:
B={K2,K3,K5,R2,R3,R5}
Para obter C, escolhemos os pontos de S constituídos de um R e um número ímpar:
C={R1,R3,R5}.
(a) A ou B = AUB = {K2,K4,K6,K3,K5,R2,R3,R5}
(b) B e C = B  C = {R3,R5}
(c) Escolhemos os elementos de B que não estão em A ou C;
B  Ac  Cc = {K3,K5,R2}
A e C são mutuamente exclusivos, porque A  C = 

Conceito de probabilidade
Se num fenômeno aleatório as possibilidades são igualmente prováveis, então a
probabilidade de ocorrer um evento A é:

Por, exemplo, no lançamento de um dado, um número pasra pode ocorrer de 3 maneiras


diferentes dentre 6 igualmente prováveis, portanto, P = 3/6= 1/2 = 50%
Dizemos que um espaço amostral S (finito) é equiprovável quando seus eventos
elementares têm probabilidades iguais de ocorrência.

44
Num espaço amostral equiprovável S (finito), a probabilidade de ocorrência de um
evento A é sempre:

Propriedades Importantes:
1. Se A e A‟ são eventos complementares, então:
P( A ) + P( A' ) = 1
2. A probabilidade de um evento é sempre um número entre  (probabilidade de evento
impossível) e 1 (probabilidade do evento certo).

Probabilidade Condicional
Antes da realização de um experimento, é necessário, que já tenha alguma informação
sobre o evento que se deseja observar.Nesse caso o espaço amostral se modifica e o
evento tem a s sua probabilidade de ocorrência alterada.
Fórmula de Probabilidade Condicional
P(E1 e E2 e E3 e ...e En-1 e En) é igual a P(E1).P(E2/E1).P(E3/E1 e E2)...P(En/E1 e E2 e
...En-1).
Onde P(E2/E1) é a probabilidade de ocorrer E2, condicionada pelo fato de já ter ocorrido
E1;
P(E3/E1 e E2) é a probabilidade ocorrer E3, condicionada pelo fato de já terem ocorrido
E1 e E2;
P(Pn/E1 e E2 e ...En-1) é a probabilidade de ocorrer En, condicionada ao fato de já ter
ocorrido E1 e E2...En-1.

Exemplo:
Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20 azuis. Se ocorrer um sorteio de 2
bolas, uma de cada vez e sem reposição, qual será a probabilidade de a primeira ser
vermelha e a segunda ser azul?
Resolução:
Seja o espaço amostral S=30 bolas, bolinhas e considerarmos os seguintes eventos:
A: branca na primeira retirada e P(A) = 10/30
B: preta na segunda retirada e P(B) = 20/29
Assim:
P(A e B) = P(A).(B/A) = 10/30.20/29 = 20/87

Eventos independentes
Dizemos que E1 e E2 e ...En-1, En são eventos independentes quando a probabilidade
de ocorrer um deles não depende do fato de os outros terem ou não terem ocorrido.
Fórmula da probabilidade dos eventos independentes:
P(E1 e E2 e E3 e ...e En-1 e En) = P(E1).P(E2).p(E3)...P(En)

Exemplo:
Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20 azuis. Se sortearmos 2 bolas, 1 de
cada vez e respondo a sorteada na urna, qual será a probabilidade de a primeira ser
branca e a segunda ser preta?
Resolução:
Como os eventos são independentes, a probabilidade de sair vermelha na primeira
retirada e azul na segunda retirada é igual ao produto das probabilidades de cada

45
condição, ou seja, P(A e B) = P(A).P(B). Ora, a probabilidade de sair vermelha na
primeira retirada ´e 10/30 e a de sair azul na segunda retirada 20/30. Daí, usando a regra
do produto, temos: 10/30.20/30=2/9.
Observe que na segunda retirada forma consideradas todas as bolas, pois houve
reposição. Assim, P(B/A) =P(B), porque o fato de sair bola vermelha na primeira
retirada não influenciou a segunda retirada, já que ela foi reposta na urna.

Probabilidade de ocorrer a união de eventos


Fórmula da probabilidade de ocorrer a união de eventos:
P(E1 ou E2) = P(E1) + P(E2).P(E1 e E2)
De fato, se existirem elementos comuns a E1 e E2, estes eventos estarão computados no
cálculo de P(E1) e P(E2). Para que sejam considerados uma vez só, subtraímos P(E1 e
E2).
Fórmula de probabilidade de ocorrer a união de eventos mutuamente exclusivos:
P(E1 ou E2 ou E3 ou ... ou En) = P(E1) + P(E2) + ... + P(En)

Exemplo: Se dois dados, azul e branco, forem lançados, qual a probabilidade de sair 5
no azul e 3 no branco?
Considerando os eventos:
A: Tirar 5 no dado azul e P(A) = 1/6
B: Tirar 3 no dado branco e P(B) = 1/6
Sendo S o espaço amostral de todos os possíveis resultados, temos:
n(S) = 6.6 = 36 possibilidades. Daí, temos:P(A ou B) = 1/6 + 1/6 – 1/36 = 11/36

Exemplo: Se retirarmos aleatoriamente uma carta de baralho com 52 cartas, qual a


probabilidade de ser um 8 ou um Rei?
Sendo S o espaço amostral de todos os resultados possíveis, temos: n(S) = 52 cartas.
Considere os eventos:
A: sair 8 e P(A) = 8/52
B: sair um rei e P(B) = 4/52
Assim, P(A ou B) = 4/52 + 4/52 – 0 = 8/52 = 2/13. Note que P(A e B) = 0, pois uma
carta não pode ser 8 e rei ao mesmo tempo. Quando isso ocorre dizemos que os eventos
A e B são mutuamente exclusivos.

Análise Combinatória

Fatorial de um número:

n!=n.(n-1).(n-2)...3.2.1
Definições especiais:
0!=1
1!=1

46
100!101!
1) Calcule o valor da expressão .
99!
100!101! 100.99!101.100.99!
  100  101.100  100  10100  10200
99! 99!

( x  1)!
2) Resolva a equação  56.
( x  1)!
( x  1)! ( x  1)( x)( x  1)!
 56   56  ( x  1)( x)  56  x 2  x  56 
( x  1)! ( x  1)!
 1  225  1  15 x  7
 x 2  x  56  0  x   x 
2 2 x  -8
Resposta : x  7, pois não existe fatorial de um número negativo.

3) Quatro times de futebol (Grêmio, Santos, São Paulo e Flamengo) disputam o torneio dos
campeões do mundo. Quantas são as possibilidades para os três primeiros lugares?
R : Existem 4 possibilidades para o 1º lugar, sobrando 3 possibilidades para o 2º lugar e 2
possibilidades para o 3º lugar  4.3.2  24 possibilidades.

Arranjo simples:

n!
An, p 
(n  p)!

A6, 2  A4,3  A5, 2


4) Calcule .
A9, 2  A8,1
6! 4! 5!
 
A6, 2  A4,3  A5, 2 (6  2)! (4  3)! (5  2)! 30  24  20 34 17
   
A9, 2  A8,1 9! 8! 72  8 80 40

(9  2)! (8  1)!

47
5) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos formar com o algarismos do
sistema decimal (0,1,2,3,4,5,6,7,8,9) sem os repetir, de modo que :
a) COM ECEM COM 1.
R : O número pode possuir três algarismos , sendo que para o primeiro existe apenas 1
possibilidade (1) e para os outros dois ainda existem 9 números disponíveis :
9! 9! 9.8.7!
1. A9, 2     9.8  72 números.
(9  2)! 7! 7!

b) COM ECEM COM 2 E TERM INEM COM 5.


R : Para o primeiro algarismo existe apenas 1 possibilidade (2), e para o terceiro também
existe apenas 1 possibilidade (5). Para o segundo ainda existem 8 possibilidades :
8! 8! 8.7!
1.1. A8,1     8 números.
(8  1)! 7! 7!

c) SEJAM DIVISÍVEIS POR 5.


R : Para um número ser divisível 5, ele deve terminar com 0 ou com 5. Primeirame nte
vamos calcular o número de divisíveis por 5 que terminam com 0 :
 Para o terceiro algarismo existe apenas 1 possibilidade (0), e para os dois primeiros ainda
existem 9 números disponíveis. Portanto o número de divisíveis por 5 que terminam com 0 é :
9! 9! 9.8.7!
1. A9, 2     9.8  72 números.
(9  2)! 7! 7!
 Agora calculamos quantos divisíveis por 5 terminam com 5 : para o terceiro algarismo
existe apenas uma possibilidade (5). Para o primeiro algarismo existem ainda 8 possibilidades,
pois o número não pode começar com 0 (senão seria um número de 2 algarismos ). E para o
segundo algarismo também existem 8 possibilidades (o segundo algarismo pode ser 0).
8! 8! 8! 8! 8.7! 8.7!
1. A8,1 . A8,1  .  .  .  8.8  64 números.
(8  1)! (8  1)! 7! 7! 7! 7!
Resposta : O número de divisíveis por 5 é 72  64  136 números.

6) Quantos são os números compreendidos entre 2000 e 3000 formados por algarismos
distintos escolhidos entre 1,2,3,4,5,6,7,8 e 9?
R : O número deve ter quatro algarismos (pois está entre 2000 e 3000). Para o primeiro
algarismo existe apenas uma possibilidade (2), e para os outros três ainda existem 8 números
disponíveis, então :
8! 8! 8.7.6.5!
1. A8,3     8.7.6  336 números.
(8  3)! 5! 5!

48
Permutação Simples: É um caso particular de arranjo simples. É o tipo de
agrupamento ordenado onde entram todos os elementos.

Pn  n!

7) Quantos números de 5 algarismos distintos podem ser formados por 1,2,3,5 e 8?


P5  5! 5.4.3.2.1  120 números.

8) Quantos anagramas da palavra EDITORA :


a) COM EÇAM POR A.
Para a primeira letra existe apenas uma possibilidade (A), e para as outras 6 letras
existem 6 possibilidades. Então o total é :
1.P6  1.6! 6.5.4.3.2.1  720 anagramas.

b) COM EÇAM POR A e terminam com E.


Para a primeira letra existe 1 possibilidade (A), e para última também só existe 1 (E),
e para as outras 5 letras existem 5 possibilidades. Então o total é :
1.1.P5  1.1.5! 5.4.3.2.1  120 anagramas.

8) Calcule de quantas maneiras podem ser dipostas 4 damas e 4 cavalheiro s, numa fila, de
forma que não fiquem juntos dois cavalheiro s e duas damas.
R :Existem duas maneiras de fazer isso :
C - D - C - D - C - D - C - D ou D - C - D - C - D - C - D - C
Colocando um cavalheiro na primeira posição temos como número total de maneiras :
P4 .P4  4!.4! 24.24  576 maneiras.
Colocando uma dama na primeira posição temos também :
P4 .P4  4!.4! 24.24  576 maneiras.
Portanto o total é 576  576  1152 maneiras.

Combinação Simples: é o tipo de agrupamento em que um grupo difere do outro


apenas pela natureza dos elementos componentes.

n!
Cn, p 
p!(n  p)!

49
9) Resolver a equação C m ,3  C m , 2  0.
m! m!
 0
3!(m  3)! 2!(m  2)!
m.(m  1).(m  2).(m  3)! m.(m  1).(m  2)!
 0
3!(m  3)! 2!(m  2)!
m.(m  1).(m  2) m.(m  1)
 0
3! 2!
m 3  2m 2  m 2  2m m 2  m
 0
6 2
m 3  3m 2  2m  3m 2  3m
 0  m 3  6 m 2  5m  0
6
6  16 m '  5
m 2  6m  5  0  m   
2 m ' '  1
Resposta : m  5.
obs : m  1 não é a resposta porque não pode haver C1,3.

10) Com 10 espécies de frutas, quantos tipos de salada, contendo 6 espécies diferentes
podem ser feitas?
10! 10.9.8.7.6! 5040 5040
C10, 6      210 tipos de saladas.
6!.(10  6)! 6!.4! 4! 24

11) Numa reunião com 7 rapazes e 6 moças, quantas comissões podemos formar com 3
rapazes e 4 moças?
RAPAZES- C 7 ,3
M OÇAS- C 6, 4
O resultado é o produto C 7 ,3 .C 6, 4 .
7! 6! 7.6.5.4! 6.5.4! 210 30
.  .  .  35.15  525 comissões.
3!(7  3)! 4!(6  4)! 3!.4! 4!.2! 3! 2

50
Matrizes
Introdução
O crescente uso dos computadores tem feito com que a teoria das matrizes seja cada
vez mais aplicada em áreas como Economia, Engenharia, Matemática, Física, dentre
outras. Vejamos um exemplo.
A tabela a seguir representa as notas de três alunos em uma etapa:
Química Inglês Literatura Espanhol
A 8 7 9 8
B 6 6 7 6
C 4 8 5 9
Se quisermos saber a nota do aluno B em Literatura, basta procurar o número que fica
na segunda linha e na terceira coluna da tabela.
Vamos agora considerar uma tabela de números dispostos em linhas e colunas, como
no exemplo acima, mas colocados entre parênteses ou colchetes:

Em tabelas assim dispostas, os números são os elementos. As linhas são enumeradas


de cima para baixo e as colunas, da esquerda para direita:

Tabelas com m linhas e n colunas ( m e n números naturais diferentes de 0) são


denominadas matrizes m x n. Na tabela anterior temos, portanto, uma matriz 3 x 3.
Veja mais alguns exemplos:

é uma matriz do tipo 2 x 3

é uma matriz do tipo 2 x 2

51
Notação geral
Costuma-se representar as matrizes por letras maiúsculas e seus elementos por letras
minúsculas, acompanhadas por dois índices que indicam, respectivamente, a linha e a
coluna que o elemento ocupa.
Assim, uma matriz A do tipo m x n é representada por:

ou, abreviadamente, A = [aij]m x n, em que i e j representam, respectivamente, a linha e a


coluna que o elemento ocupa. Por exemplo, na matriz anterior, a23 é o elemento da 2ª
linha e da 3ª coluna.

Na matriz , temos:

Ou na matriz B = [ -1 0 2 5 ], temos: a11 = -1, a12 = 0, a13 = 2 e a14 = 5.


Denominações especiais
Algumas matrizes, por suas características, recebem denominações especiais.
Matriz linha: matriz do tipo 1 x n, ou seja, com uma única linha. Por exemplo, a matriz
A =[4 7 -3 1], do tipo 1 x 4.

Matriz coluna: matriz do tipo m x 1, ou seja, com uma única coluna. Por

exemplo, , do tipo 3 x 1

Matriz quadrada: matriz do tipo n x n, ou seja, com o mesmo número de linhas e

colunas; dizemos que a matriz é de ordem n. Por exemplo, a matriz é do


tipo 2 x 2, isto é, quadrada de ordem 2.
Numa matriz quadrada definimos a diagonal principal e a diagonal secundária. A
principal é formada pelos elementos aij tais que i = j. Na secundária, temos i + j = n + 1.
Veja:

52
Observe a matriz a seguir:

a11 = -1 é elemento da diagonal principal, pis i = j = 1


a31= 5 é elemento da diagonal secundária, pois i + j = n + 1 ( 3 + 1 = 3 + 1)
Matriz nula: matriz em que todos os elementos são nulos; é representada por 0m x n.

Por exemplo, .

Matriz diagonal: matriz quadrada em que todos os elementos que não estão na
diagonal principal são nulos. Por exemplo:

Matriz identidade: matriz quadrada em que todos os elementos da diagonal principal


são iguais a 1 e os demais são nulos; é representada por In, sendo n a ordem da matriz.
Por exemplo:

Assim, para uma matriz identidade .

Matriz transposta: matriz At obtida a partir da matriz A trocando-se ordenadamente as


linhas por colunas ou as colunas por linhas. Por exemplo:

53
Desse modo, se a matriz A é do tipo m x n, At é do tipo n x m.
Note que a 1ª linha de A corresponde à 1ª coluna de At e a 2ª linha de A corresponde à
2ª coluna de At.
Denominações especiais
Algumas matrizes, por suas características, recebem denominações especiais.
Matriz linha: matriz do tipo 1 x n, ou seja, com uma única linha. Por exemplo, a matriz
A =[4 7 -3 1], do tipo 1 x 4.

Matriz coluna: matriz do tipo m x 1, ou seja, com uma única coluna. Por

exemplo, , do tipo 3 x 1

Matriz quadrada: matriz do tipo n x n, ou seja, com o mesmo número de linhas e

colunas; dizemos que a matriz é de ordem n. Por exemplo, a matriz é do


tipo 2 x 2, isto é, quadrada de ordem 2.
Numa matriz quadrada definimos a diagonal principal e a diagonal secundária. A
principal é formada pelos elementos aij tais que i = j. Na secundária, temos i + j = n + 1.
Veja:

Observe a matriz a seguir:

54
a11 = -1 é elemento da diagonal principal, pis i = j = 1
a31= 5 é elemento da diagonal secundária, pois i + j = n + 1 ( 3 + 1 = 3 + 1)
Matriz nula: matriz em que todos os elementos são nulos; é representada por 0m x n.

Por exemplo, .

Matriz diagonal: matriz quadrada em que todos os elementos que não estão na
diagonal principal são nulos. Por exemplo:

Matriz identidade: matriz quadrada em que todos os elementos da diagonal principal


são iguais a 1 e os demais são nulos; é representada por In, sendo n a ordem da matriz.
Por exemplo:

Assim, para uma matriz identidade .

Matriz transposta: matriz At obtida a partir da matriz A trocando-se ordenadamente as


linhas por colunas ou as colunas por linhas. Por exemplo:

Desse modo, se a matriz A é do tipo m x n, At é do tipo n x m.

55
Note que a 1ª linha de A corresponde à 1ª coluna de At e a 2ª linha de A corresponde à
2ª coluna de At.
Multiplicação de matrizes
O produto de uma matriz por outra não é determinado por meio do produto dos sus
respectivos elementos.
Assim, o produto das matrizes A = ( aij) m x p e B = ( bij) p x n é a matriz C = (cij) m x n
em que cada elemento cij é obtido por meio da soma dos produtos dos elementos
correspondentes da i-ésima linha de A pelos elementos da j-ésima coluna B.

Vamos multiplicar a matriz para entender como se obtém


cada Cij:
1ª linha e 1ª coluna

1ª linha e 2ª coluna

2ª linha e 1ª coluna

2ª linha e 2ª coluna

Assim, .
Observe que:

Portanto, .A, ou seja, para a multiplicação de matrizes não vale a propriedade


comutativa.

56
Vejamos outro exemplo com as matrizes :

Da definição, temos que a matriz produto A . B só existe se o número de colunas de


A for igual ao número de linhas de B:

A matriz produto terá o número de linhas de A (m) e o número de colunas de B(n):


Se A3 x 2 e B 2 x 5 , então ( A . B ) 3 x 5
Se A 4 x 1 e B 2 x 3, então não existe o produto
Se A 4 x 2 e B 2 x 1, então ( A . B ) 4 x 1

Propriedades
Verificadas as condições de existência para a multiplicação de matrizes, valem as
seguintes propriedades:
a) associativa: ( A . B) . C = A . ( B . C )
b) distributiva em relação à adição: A . ( B + C ) = A . B + A . C ou ( A + B ) . C = A .
C+B.C
c) elemento neutro: A . In = In . A = A, sendo In a matriz identidade de ordem n
Vimos que a propriedade comutativa, geralmente, não vale para a multiplicação de
matrizes. Não vale também o anulamento do produto, ou seja: sendo 0 m x n uma matriz
nula, A .B =0 m x n não implica, necessariamente, que A = 0 m x n ou B = 0 m x n.

Matriz inversa
Dada uma matriz A, quadrada, de ordem n, se existir uma matriz A', de mesma
ordem, tal que A . A' = A' . A = In , então A' é matriz inversa de A . representamos a
matriz inversa por A-1 .

Determinantes
Como já vimos, matriz quadrada é a que tem o mesmo número de linhas e de colunas
(ou seja, é do tipo nxn).
A toda matriz quadrada está associado um número ao qual damos o nome de
determinante.
Dentre as várias aplicações dos determinantes na Matemática, temos:
resolução de alguns tipos de sistemas de equações lineares;

57
cálculo da área de um triângulo situado no plano cartesiano, quando são conhecidas as
coordenadas dos seus vértices;

Determinante de 1ª ordem
Dada uma matriz quadrada de 1ª ordem M=[a11], o seu determinante é o número real
a11:
det M =Ia11I = a11
Observação: Representamos o determinante de uma matriz entre duas barras verticais,
que não têm o significado de módulo.
Por exemplo:
M= [5] det M = 5 ou I 5 I = 5 M = [-3] det M = -3 ou I -3 I = -3

Determinante de 2ª ordem

Dada a matriz , de ordem 2, por definição o determinante associado a


M, determinante de 2ª ordem, é dado por:

Portanto, o determinante de uma matriz de ordem 2 é dado pela diferença entre o


produto dos elementos da diagonal principal e o produto dos elementos da diagonal
secundária. Veja o exemplo a seguir.

Menor complementar
Chamamos de menor complementar relativo a um elemento aij de uma matriz M,
quadrada e de ordem n>1, o determinante MCij , de ordem n - 1, associado à matriz
obtida de M quando suprimimos a linha e a coluna que passam por aij .
Vejamos como determiná-lo pelos exemplos a seguir:

a) Dada a matriz , de ordem 2, para determinar o menor complementar


relativo ao elemento a11(MC11), retiramos a linha 1 e a coluna 1:

Da mesma forma, o menor complementar relativo ao elemento a12 é:

58
b) Sendo , de ordem 3, temos:

Cofator
Chamamos de cofator ou complemento algébrico relativo a um elemento aij de uma
matriz quadrada de ordem n o número Aij tal que Aij = (-1)i+j . MCij .
Veja:

a) Dada , os cofatores relativos aos elementos a11 e a12 da matriz M são:

b) Sendo , vamos calcular os cofatores A22, A23 e A31:

59
Teorema de Laplace
O determinante de uma matriz quadrada M = [aij]mxn pode ser obtido pela
soma dos produtos dos elementos de uma fila qualquer ( linha ou coluna) da matriz M
pelos respectivos cofatores.
Assim, fixando , temos:

em que é o somatório de todos os termos de índice i, variando de 1 até m, .


Regra de Sarrus
O cálculo do determinante de 3ª ordem pode ser feito por meio de um dispositivo
prático, denominado regra de Sarrus.

Acompanhe como aplicamos essa regra para .

1º passo: Repetimos as duas primeiras colunas ao lado da terceira:

2º passo: Encontramos a soma do produto dos elementos da diagonal principal com os


dois produtos obtidos pela multiplicação dos elementos das paralelas a essa diagonal (a
soma deve ser precedida do sinal positivo):

3º passo: Encontramos a soma do produto dos elementos da diagonal secundária com


os dois produtos obtidos pela multiplicação dos elementos das paralelas a essa diagonal
( a soma deve ser precedida do sinal negativo):

60
Assim:

Observação: Se desenvolvermos esse determinante de 3ª ordem aplicando o Teorema de


Laplace, encontraremos o mesmo número real.

Determinante de ordem n > 3


Vimos que a regra de Sarrus é válida para o cálculo do determinante de uma matriz de
ordem 3. Quando a matriz é de ordem superior a 3, devemos empregar o Teorema de
Laplace para chegar a determinantes de ordem 3 e depois aplicar a regra de Sarrus.

Propriedades dos determinantes


Os demais associados a matrizes quadradas de ordem n apresentam as seguintes
propriedades:
P1 ) Quando todos os elementos de uma fila ( linha ou coluna) são nulos, o determinante
dessa matriz é nulo.
Exemplo:

P2) Se duas filas de uma matriz são iguais, então seu determinante é nulo.
Exemplo:

61
P3) Se duas filas paralelas de uma matriz são proporcionais, então seu determinante é
nulo.
Exemplo:

P4) Se os elementos de uma fila de uma matriz são combinações lineares dos elementos
correspondentes de filas paralelas, então seu determinante é nulo.
Exemplos:

P5 ) Teorema de Jacobi: o determinante de uma matriz não se altera quando somamos


aos elementos de uma fila uma combinação linear dos elementos correspondentes de
filas paralelas.
Exemplo:

Substituindo a 1ª coluna pela soma dessa mesma coluna com o dobro da 2ª, temos:

P6) O determinante de uma matriz e o de sua transposta são iguais.


Exemplo:

P7) Multiplicando por um número real todos os elementos de uma fila em uma matriz, o
determinante dessa matriz fica multiplicado por esse número.

62
Exemplos:

P8) Quando trocamos as posições de duas filas paralelas, o determinante de uma matriz
muda de sinal.
Exemplo:

P9) Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são
todos nulos, o determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal.
Exemplos:

P10) Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal secundária são
todos nulos, o determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal

multiplicado por .
Exemplos:

63
P11) Para A e B matrizes quadradas de mesma ordem n, .

Como:
Exemplo:

P12)
Exemplo:

64
Binômio de Newton

Introdução
Pelos produtos notáveis, sabemos que (a+b)² = a² + 2ab + b².
Se quisermos calcular (a + b)³, podemos escrever:
(a + b)3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3
Se quisermos calcular , podemos adotar o mesmo procedimento:
(a + b)4 = (a + b)3 (a+b) = (a3 + 3a2b + 3ab2 + b3) (a+b)
= a4 + 4a3b + 6a2b2 + 4ab3 + b4

De modo análogo, podemos calcular as quintas e sextas potências e, de modo geral,


obter o desenvolvimento da potência a partir da anterior, ou seja, de .
Porém quando o valor de n é grande, este processo gradativo de cálculo é muito
trabalhoso.
Existe um método para desenvolver a enésima potência de um binômio, conhecido
como binômio de Newton (Isaac Newton, matemático e físico inglês, 1642 - 1727).
Para esse método é necessário saber o que são coeficientes binomiais, algumas de suas
propriedades e o triângulo de Pascal.

Coeficientes Binomiais
Sendo n e p dois números naturais , chamamos de coeficiente binomial de

classe p, do número n, o número , que indicamos por (lê-se: n sobre p).


Podemos escrever:

O coeficiente binomial também é chamado de número binomial. Por analogia com


as frações, dizemos que n é o seu numerador e p, o denominador. Podemos escrever:

É também imediato que, para qualquer n natural, temos:

Exemplos:

65
Propriedades dos coeficientes binomiais
Se n, p, k e p + k = n então
1ª)

Coeficientes binomiais como esses, que tem o mesmo numerador e a soma dos
denominadores igual ao numerador, são chamados complementares.
Exemplos:

Se n, p, k ep p-1 0 então
2ª)

Essa igualdade é conhecida como relação de Stifel (Michael Stifel, matemático


alemão, 1487 - 1567).
Exemplos:

66
Triângulo de Pascal

A disposição ordenada
dos números binomiais,
como na tabela ao lado,
recebe o nome de
Triângulo de Pascal

Nesta tabela triangular, os números binomiais com o mesmo numerador são escritos
na mesma linha e os de mesmo denominador, na mesma coluna.

Por exemplo, os números binomiais , , e estão na linha 3 e os números

binomiais , , , , ..., , ... estão na coluna 1.


Substituindo cada número binomial pelo seu respectivo valor, temos:

Construção do triângulo de Pascal


Para construir o triângulo do Pascal, basta lembrar as seguintes propriedades dos
números binomiais, não sendo necessário calculá-los:

1ª) Como = 1, todos os elementos da coluna 0 são iguais a 1.

2ª) Como = 1, o último elemento de cada linha é igual a 1.


3ª) Cada elemento do triângulo que não seja da coluna 0 nem o último de cada linha é
igual à soma daquele

67
que está na mesma coluna e linha anterior com o elemento que se situa à esquerda
deste último (relação
de Stifel).
Observe os passos e aplicação da relação de Stifel para a construção do triângulo:

Propriedade do triângulo de Pascal


P1 Em Qualquer linha, dois números binomiais eqüidistantes dos extremos são iguais.

De fato, esses binomiais são complementares.

P2 Teorema das linhas: A soma dos elementos da enésima linha é .

De modo geral temos:

P3 Teorema das colunas: A soma dos elementos de qualquer coluna, do 1º elemento


até um qualquer, é igual ao elemento situado na coluna à direita da considerada e na
linha imediatamente abaixo.

68
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21
1 + 4 + 10 + 20 = 35

P4 Teorema das diagonais: A soma dos elementos situados na mesma diagonal


desde o elemento da 1ª coluna até o de uma qualquer é igual ao elemento imediatamente
abaixo deste.

1 + 3 + 6 + 10 + 15 = 35

Fórmula do desenvolvimento do binômio de Newton


Como vimos, a potência da forma , em que a, , é chamada
binômio de Newton. Além disso:
quando n = 0 temos
quando n = 1 temos
quando n = 2 temos
quando n = 3 temos
quando n = 4 temos

Observe que os coeficientes dos desenvolvimentos foram o triângulo de Pascal.


Então, podemos escrever também:

69
De modo geral, quando o expoente é n, podemos escrever a fórmula do
desenvolvimento do binômio de Newton:

Note que os expoentes de a vão diminuindo de unidade em unidade, variando de n


até 0, e os expoentes de b vão aumentando de unidade em unidade, variando de 0 até n.
O desenvolvimento de (a + b)n possui n + 1 termos.

Fórmula do termo geral do binômio


Observando os termos do desenvolvimento de (a + b)n, notamos que cada

um deles é da forma .

Quando p = 0 temos o 1º termo:

Quando p = 1 temos o 2º termo:

Quando p = 2 temos o 3º termo:

Quando p = 3 temos o 4º termo:

Quando p = 4 temos o 5º termo:


..............................................................................
Percebemos, então, que um termo qualquer T de ordem p + 1pode ser expresso por:

70
Matrizes e determinantes

71
1) Dadas as matrizes :
 5 2  2  2 a b 
A  , B  e X   tais que 2 A  X  B, calcule o determinan te de X .
 1 1  0 1  c d 
Primeirame nte encontramos a matriz X :
5 2  a b   2  2
2  
 1 1   c d  0 1 
 10 4 a b   2  2
 2  
 2  c d  0 1 
10  a  2  a  8
4  b  2  b  6
 10  a 4  b  2  2   8 6
  2  c 2  d   0 1     X  
     2  c  0  c  2  2 1
2  d  1  d  1
8 6
det X   8.1  6.(2)  8  12  20
2 1

2 1 3
2) Encontre a solução da equação 4  1 n  1  12.
n 0 n
Para achar o determinan te de uma matriz 3x3 podemos utilizar a regra de Sarrus, que consiste em
copiar as duas primeiras colunas à direita da matriz, e subtrair a soma dos produtos da primeira
diagonal, pela soma dos produtos da segunda :
2 1 3 2 1
4  1 n  1 4  1  12  (2n  n(n  1)  0)  (3n  0  4n)  12
n 0 n n 0
(2n  n 2  n)  n  12  n 2  4n  12  0
4  16-4.1.(-12 ) 4  64 48 n  6
n  n  n 
2 2 2 n  2

72
 1 0
5  3
3) Sendo A   2 3 e B  
1 2 
calcule AB.
 0 4 

Essa é uma questão de multiplicação de matrizes, onde estamos multiplicando uma matriz 3x2
por uma 2x2. O resultado será obtido pelo produto de cada linha da matriz A por cada coluna
da matriz B. O resultado será uma matriz 3x2.
 1.5  0.1 1.(3)  0.2   5  3
AB  (2).5  3.1 (2)(3)  3.2  AB   7 12 
 0.5  4.1 0(3)  4.2   4 8 

4 5
4) Sendo A   , determine a matriz inversa da matriz A.
 3 4
Sabemos que uma matriz multiplicada pela sua inversa resulta na matriz identidade , ou seja :
A. A 1  I
4a  5c  1 4a  5c  1 a  4
   
4 5 a b  1 0 4b  5d  0 3a  4c  0 c  3
3 4. c d   0 1  3a  4c  0  4b  5d  0 b  5
       

3b  4d  1 3b  4d  1 d  4
 4  5
Portanto, a matriz inversa de A é A 1   
 3 4 

73
Logaritmos

Definição de logaritmo

a x  b  x  log a b sendo b>0 ,a>0 e a1

Na igualdade x  log a b obtemos :


a= base do logaritmo
b= logaritmando ou antilogaritmo
x= logaritmo

Exemplos :
1) log 2 32  5 pois 2 5  32
2) log 4 16  2 pois 4 2  16
3) log 5 1  0 pois 5 0  1

Consequências da definição

Sendo b>0 ,a>0 e a1 e m um número real qualquer, temos a seguir algumas
consequências da definição de logaritmo:

log a 1  0 log a a  1 log a a m  m a loga b  b

log a b  log a c  b  c

Propriedades operatórias dos logaritmos

Logaritmo do produto: log a ( x. y)  log a x  log a y (a>0, a1, x>0


e y>0)

2) Logaritmo do x quociente: (a>0, a1,


x>0 e y>0) log a    log a x  log a y
 y

3) Logaritmo da potência: log a x m  m.log a x (a>0, a1, x>0 e m )

m
n
x x
m n

74
Caso particular: como , temos:

m
m
log a x  log a x 
n m n
. log a x
n

Cologaritmo

Chamamos de cologaritmo de um número positivo b numa base a (a>0, a1)


e indicamos cologa b o logaritmo inverso desse número b na base a

1
colog a b  log a (a>0, a1 e b>0)
b
1
Como log a  log a 1  log a b  0  log a b   log a b, podemos também escrever :
b

colog a b   log a b

Mudança de base

Em algumas situações podemos encontrar no cálculo vários logaritmos em


bases diferentes. Como as propriedades logarítmicas só valem para logaritmos
numa mesma base, é necessário fazer, antes, a conversão dos logaritmos de bases
diferentes para uma única base conveniente. Essa conversão chama-se mudança de
base. Para fazer a mudança de uma base a para uma outra base b usa-se:

log b x
log a x 
log b a

FUNÇÃO LOGARÍTMICA

75
A função f:IR+IR definida por f(x)=logax, com a1 e a>0, é chamada
função logarítmica de base a. O domínio dessa função é o conjunto IR+ (reais
positivos, maiores que zero) e o contradomínio é IR (reais).

GRÁFICO CARTESIANO DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Temos 2 casos a considerar:


 quando a>1;
 quando 0<a<1.

Acompanhe nos exemplos seguintes, a construção do gráfico em cada caso:

y=log2x (nesse caso, a=2, logo a>1)


Atribuindo alguns valores a x e calculando os correspondentes valores de y,
obtemos a tabela e o gráfico abaixo:

X 1/4 1/2 1 2 4
y -2 -1 0 1 2

y=log(1/2)x (nesse caso, a=1/2, logo 0<a<1)


Atribuindo alguns valores a x e calculando os correspondentes valores de y,
obtemos a tabela e o gráfico abaixo:

X 1/4 1/2 1 2 4
Y 2 1 0 -1 -2

76
Nos dois exemplos, podemos observar que
o gráfico nunca intercepta o eixo vertical;
o gráfico corta o eixo horizontal no ponto (1,0). A raiz da função é x=1;
y assume todos os valores reais, portanto o conjunto imagem é Im=IR.

Além disso, podemos estabelecer o seguinte:

a>1 0<a<1

f(x) é crescente e Im=IR f(x) é decrescente e Im=IR


Para quaisquer x1 e x2 do domínio: Para quaisquer x1 e x2 do domínio:
x2>x1  y2>y1 (as desigualdades têm x2>x1  y2<y1 (as desigualdades têm
mesmo sentido) sentidos diferentes)

77
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS

Chamamos de equações logarítmicas toda equação que envolve logaritmos


com a incógnita aparecendo no logaritmando, na base ou em ambos.

Exemplos de equações logarítmicas:


log3x =5 (a solução é x=243)
log(x2-1) = log 3 (as soluções são x’=-2 e x’’=2)
log2(x+3) + log2(x-3) = log27 (a solução é x=4)
logx+1(x2-x)=2 (a solução é x=-1/3)

Alguns exemplos resolvidos:


log3(x+5) = 2
Resolução: condição de existência: x+5>0 => x>-5
log3(x+5) = 2 => x+5 = 32 => x=9-5 => x=4
Como x=4 satisfaz a condição de existência, então o conjunto solução é S={4}.

log2(log4 x) = 1
Resolução: condição de existência: x>0 e log4x>0
log2(log4 x) = 1 ; sabemos que 1 = log2(2), então
log2(log4x) = log2(2) => log4x = 2 => 42 = x => x=16
Como x=16 satisfaz as condições de existência, então o conjunto solução é S={16}.

Resolva o sistema:

log x  log y  7

3. log x  2. log y  1
Resolução: condições de existência: x>0 e y>0
Da primeira equação temos:
log x+log y=7 => log y = 7-log x
Substituindo log y na segunda equação temos:
3.log x – 2.(7-log x)=1 => 3.log x-14+2.log x = 1 => 5.log x = 15 =>

=> log x =3 => x=103


Substituindo x= 103 em log y = 7-log x temos:
log y = 7- log 103 => log y = 7-3 => log y =4 => y=104.
Como essas raízes satisfazem as condições de existência, então o conjunto solução é
S={(103;104)}.

INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS

Chamamos de inequações logarítmicas toda inequação que envolve


logaritmos com a incógnita aparecendo no logaritmando, na base ou em ambos.

78
Exemplos de inequações logarítmicas:
1) log2x > 0 (a solução é x>1)
2) log4(x+3)  1 (a solução é –3<x1)

Para resolver inequações logarítmicas, devemos realizar dois passos importantes:


1º) redução dos dois membros da inequação a logaritmos de mesma base;
2º) aplicação da propriedade:

a>1 0<a<1
logam > logan  m>n>0 logam > logan  0<m<n
(as desigualdades têm mesmo sentido) (as desigualdades têm sentidos diferentes)

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

log2(x+2) > log28


Resolução:
Condições de existência: x+2>0, ou seja, x>-2 (S1)
Como a base (2) é maior que 1, temos:
x+2>8 e, daí, x>6 (S2)
O conjunto solução é S= S1  S2 = {x  IR| x>6}.
Portanto a solução final é a intersecção de S1 e S2, como está representado logo
abaixo no desenho:

log2(log3x)  0
Resolução:
Condições de existência: x>0 e log3x>0
Como log21=0, a inequação pode ser escrita assim:
log2(log3x)  log21
Sendo a base (2) maior que 1, temos: log3x  1.
Como log33 = 1, então, log3x  log33 e, daí, x  3, porque a base (3) é maior que 1.
As condições de existência estão satisfeitas, portanto S={x  IR| x  3}.

79
Identidades trigonométricas

sen( x) 
1) tg ( x)  Relação válida para todo x   k
cos( x) 2
cos( x)
2) cot g ( x)  Relação válida para todo x  k
sen( x)
1 
3) sec( x)  Relação válida para todo x   k
cos( x) 2
1
4) cos ec ( x)  Relação válida para todo x  k
sen( x)
5) sen 2 ( x)  cos 2 ( x)  1

Fórmulas da adição

6) sen(a  b)  sen(a ). cos(b)  sen(b). cos(a )


7) sen(a  b)  sen(a ). cos(b)  sen(b). cos(a )
8) cos(a  b)  cos(a ). cos(b)  sen(a ). sen(b)
9) cos(a  b)  cos(a ). cos(b)  sen(a ). sen(b)
 
 p/ a  2  k
tg (a )  tg (b)  
10) tg (a  b)   p/ b   k
1  tg (a ).tg (b)  2
p/ (a  b)    k
 2
 
 p/ a  2  k
tg (a )  tg (b)  
11) tg (a  b)   p/ b   k
1  tg (a ).tg (b)  2
p/ (a  b)    k
 2

As fórmulas acima são verdadeir as para arcos positivos, cuja soma


pertence ao primeiro quadrante.

80
Fórmulas da multiplicação

12) sen(2 x)  2. sen( x). cos( x)


13) cos(2 x)  cos 2 ( x)  sen 2 ( x)
2.tg ( x)
14) tg (2 x) 
1  tg 2 ( x)

Fórmulas da transformação em produto

x y x y
15) sen( x)  sen( y )  2. sen . cos 
 2   2 

x y x y
16) sen(x) - sen(y)  2. sen . cos 
 2   2 

x y x y
17) cos( x)  cos( y )  2. cos . cos 
 2   2 

x y x y
18) cos( x)  cos( y )  2. sen . sen 
 2   2 

81
Equações Trigonométricas

INTRODUÇÃO

Quando encontramos função trigonométrica da incógnita ou função


trigonométrica de alguma função da incógnita em pelo menos um dos membros de
uma equação, dizemos que esta equação é trigonométrica.
Exemplos:

1) sen x + cos x = e sen 2x = cos2 x são equações trigonométricas.

2) x + ( tg 30º) . x2 e x + sen 60º = não são equações trigonométricas.


Dizemos que r é uma raiz ou solução da equação trigonométrica f(x) = g(x) se r
for elemento do domínio de f e g e se f(r) = g(r) for verdadeira.

Na equação sen x - sen =0, por exemplo, os números são algumas

de suas raízes e os números não o são.


O conjunto S de todas as raízes da equação é o seu conjunto solução ou conjunto
verdade.
Quase todas as equações trigonométricas, quando convenientemente tratadas e
transformadas, podem ser reduzidas a pelo menos uma das três equações seguintes:
sen x = sen a cos x = cos a tg x = tg a
Estas são as equações trigonométricas elementares ou equações trigonométricas
fundamentais.

RESOLUÇÃO DA 1ª EQUAÇÃO FUNDAMENTAL


Ela baseia-se no fato de que, se dois arcos têm o mesmo seno, então eles são
côngruos ou suplementares.

Logo, podemos escrever que:

82
sen x = sen a
O conjunto solução dessa equação será, portanto:

Logo, podemos escrever que:


cos x = cos a x= a+
O conjunto solução dessa equação será, portanto:

RESOLUÇÃO DA 3ª EQUAÇÃO FUNDAMENTAL


Ela baseia-se no fato de que, se dois arcos têm a mesma tangente, então eles são
côngruos ou têm suas extremidades simétricas em relação ao centro do ciclo
trigonométrico.

Logo, podemos escrever que:

O conjunto solução dessa equação será, portanto:

83
Inequações Trigonométricas

INTRODUÇÃO
Quando encontramos função trigonométrica da incógnita ou função
trigonométrica de alguma função da incógnita em pelo menos um dos membros de
uma inequação, dizemos que esta inequação é trigonométrica.
Exemplos:

1) sen x > e sen2 x + tg 2 são inequações trigonométricas.

2) ( sen 30º) . (x2 - 1) > 0 não são inequações


trigonométricas.
Resolver uma inequação como f(x) < g(x), por exemplo, significa determinar o
conjunto S dos números s, sendo s elemento do domínio de f e de g, tais que f(s) < g(s).
O conjunto S é chamado de conjunto solução da inequação e todo elemento
de S é uma solução da inequação.

Assim, na inequação sen x > , os números são algumas de suas

soluções e os números não o são.

RESOLUÇÃO DAS INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS FUNDAMENTAIS


Quase todas as inequações trigonométricas, quando convenientemente tratadas e
transformadas, podem ser reduzidas a pelo menos uma das inequações fundamentais.
Vamos conhecê-las, a seguir, através de exemplos.
1º caso : sen x < sen a (sen x sen a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

84
, que é uma solução particular no intervalo .
Acrescentando às extremidades dos intervalos encontrados, temos a solução
geral em IR, que é:

O conjunto solução é, portanto:

Por outro lado, se a inequação fosse , então, bastaria incluir


as extremidades de

e o conjunto solução seria:

2º caso: sen x > sen a (sen x sen a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação sen x > sen ou sen x > encontramos,
inicialmente,

, que é uma uma solução


particular no intervalo .
Acrescentando às extremidades dos intervalos encontrados, temos a solução
geral em IR, que é:

85
O conjunto solução é , portanto:

3º caso: cos x < cos a (cos x cos a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação

encontramos, inicialmente,

, que é uma solução particular no intervalo


.
Acrescentando às extremidades do intervalo encontrado, temos a solução
geral em IR,
que é:

O conjunto solução é, portanto:

Por outro lado, se a inequação fosse cos x cos ou cos x , então, bastaria incluir

as extremidades de e o conjunto solução seria:

4º caso: cos x > cos a ( cos x cos a)

86
Por exemplo, ao resolvermos a inequação encontramos,

inicialmente, , que é uma solução particular no intervalo


. Acrescentando ) às extremidades
dos intervalos encontrados, temos o conjunto solução seguinte:

5º caso: tg x < tg a (tg x tg a)

Por exemplo, ao resolvermos a inequação encontramos,

inicialmente, , que é uma solução particular no


intervalo .

87
A solução geral em IR pode ser expressa por .
O conjunto solução é, portanto:

6º caso: tg x > tg a ( tg x tg a)

Vamos estudar este último caso resolvendo a inequação tg x > tg como exemplo.

Então, na resolução da inequação encontramos,

inicialmente, , que é uma solução particular no intervalo


.
A solução geral em IR pode ser expressa por

.
O conjunto solução é, portanto:

Números Complexos

88
O conjunto dos números complexos

De números complexos você deve saber :


i 2  1
Conjugado de um número complexo : z  a  bi  z  a  bi
z1 z1 .z 2
Divisão de dois números complexos : 
z 2 z 2 .z 2
M ódulo de um número complexo : z  a 2  b 2
a b
Argumento de um número complexo : cos( )  e sen( ) 
z z
Forma trigonomé trica ou polar : z  z .(cos( )  i. sen( ))
M ultiplicação na forma trigonomé trica : z1 .z 2  z1 . z 2 .(cos( 1   2 )  i. sen( 1   2 ))
z1 z1
Divisão na forma trigonomé trica :  .(cos( 1   2 )  i. sen( 1   2 ))
z2 z2
Potenciaçã o na forma trigonomé trica : z n  z .(cos(n )  i. sen(n ))
n

Exercícios resolvidos

2i
1) Calcule .
5  3i
M ultiplicam - se ambos os termos da fração pelo número complexo conjugado do
denominado r :
(2  i ) (5  3i ) 10  6i  5i  3i 2 10  11i  3 7  11i 7 11
.      i
(5  3i ) (5  3i ) 25  9i 2
25  (9) 34 34 34

1 i i
2) Coloque na forma a  bi a expressão  .
1 i i  2
Em cada fração, multiplicamos seus termos pelo número complexo conjugado do
denominado r :
(1  i ) (1  i ) i (2  i ) 1  2i  i 2  2i  i 2 1  2i  1  2i  (1)
.  .     
(1  i ) (1  i ) (2  i ) (2  i ) 1 i 2
4i 2
1  (1) 4  (1)
 2i 1  2i 1  2i  5i  1  2i 1  7i 1 7
   i      i
2 5 5 5 5 5 5

89
3) Calcule :
92 4 45 4
a) i 92
 92 23  i 1
0
b) i 45
 44 11  i1  i
0 1
310 4 1081 4
c) i 310
 308 77  i  1 2
d) i 1081
 1080 270  i 1  i
2 1
e) i 4 n  i 4  i 2 .i 2  (1).(1)  1 f) i 4 n 1  i 4 n .i  1.i  i
g) i 4 n  2  i 4 n .i 2  1.(1)  1 h) i 4 n 3  i 4 n .i 3  1.(i )  i

(4  3i )(12  5i )
4) Ache o módulo do número complexo .
2i
Primeirame nte colocamos o número na forma a  bi :
(4  3i )(12  5i ) ( 2i ) (48  20i  36i  15i 2 ).( 2i ) (33  56i ).( 2i )
.   
( 2i ) ( 2i )  2i 2
 2(1)
 33 2i  56 2 33 2
   28 2  i
2 2
Agora encontramos o módulo desse número complexo :
2
 33 2  2178 8450 4225
z  a  b  (28 2 )   
2 2
  1568 

2
  
 2  4 4 2
65 2 65 2 65 2
 .   z 
2 2 2 2

5) Obtenha o argumento dos números complexos a seguir :


a) z  2  2 3i  z  2 2  (2 3 ) 2  4  12  16  4
a 2 1
cos( )    
z 4 2 
   60 
0

b 2 3 3  3
sen( )   
z 4 2 

90
b) z  4i  z  0 2  4 2  16  4
a 0 
cos( )   0 
z 4  
   90 
0

b 4 2
sen( )    1 
z 4 

6) Passe o número complexo z  8i para a forma trigonomé trica.


z  0 2  8 2  64  8
a 0 
cos( )   0 
z 8  
 
b 8 2
sen( )    1 
z 8 
Passando para a forma trigonomé trica :
z  z .(cos( )  i. sen( ))
     
z  8. cos   i. sen  
 2  2 

     
7) Dados z1  5(cos( )  i. sen( )) e z 2  3. cos   i. sen  , obtenha z1 .z 2 .
 3  3 
z1  (5 cos( )) 2  (5 sen( )) 2  (5) 2  0 2  25  5
2 2
        9 27 36
z 2   3 cos     3 sen       9 3
  3    3  4 4 4
a 3/ 2 1 
a 5  cos( 2 )    
cos( 1 )    1 z2 3 2
z1 5   
 1   3 3  2 
b 0 3
sen( 1 )   0  b 2 3 
z1 5  sen( 2 )    
z2 3 2 
z1 .z 2  z1 . z 2 .(cos( 1   2 )  i. sen( 1   2 ))
     
z1 .z 2  5.3. cos     i. sen    
  3  3 
  4   4 
z1 .z 2  15. cos   i. sen  
  3   3 

91
Progressões

Progressões Aritméticas

Progressão aritmética é uma sequência numérica na qual, a partir do segundo, cada


termo é igual à soma de seu antecessor com uma constante, denominada razão.

Fórmula do termo geral de uma P.A. : an  a1  (n  1).r

(a1  a n ).n
Soma de termos de uma P.A. finita : S n 
2
Logo abaixo temos alguns exercícios de progressões aritméticas resolvidos.

Dada a P.A. (-19,-15,-11,...) calcule o seu enésimo termo.

Primeirame nte encontramos a razão : r  a2  a1  r  15  (19)  r  4.


Logo, o termo geral é :
an  a1  (n  1).r  an  19  (n  1).4  an  19  4n  4  an  4n  23

Interpole seis meios aritméticos entre –8 e 13.

No problema : a1  8, an  13, n  8 (pois 6 meios aritméticos serão interpolados


entre os dois extremos, que são - 8 e 13. Logo, existem 8 termos na P.A.).
Para interpolar os valores, devemos encontrar a razão :
an  a1  (n  1).r  13  8  (8  1).r  13  8  7r  13  8  7r 
21
7r  21  r   r  3.
7
Encontrada a razão, basta interpolar os meios aritméticos :
- 8, - 5, - 2, 1, 4, 7, 10, 13

Escreva uma P.A. de três termos, sabendo que a soma desses termos vale 12 e que a
soma de seus quadrados vale 80.

92
a1  a 2  a3  12
 2
a1  a 2 2  a3 2  80
Sabemos que a 2  a1  r e que a3  a1  2r. Então substituimos no sistema acima :
a1  (a1  r )  (a1  2r )  12 3a1  3r  12
 2   2 
a1  (a1  r )  (a1  2r )  80 a1  a1  2a1 r  r  a1  4a1 r  4r  80
2 2 2 2 2 2

 12  3r
3a1  3r  12  a1   a1  4  r
  3
3a 2  6a r  5r 2  80
 1 1

Substituindo na segunda equação temos :


3(4  r ) 2  6(4  r )r  5r 2  80
3(16  8r  r 2 )  (24  6r )r  5r 2  80
48  24r  3r 2  24r  6r 2  5r 2  80
48  2r 2  80  2r 2  80  48  2r 2  32  r 2  16  r  16  r  4
Agora encontramos o primeiro termo :
1) Para r  4 :
a1  4 - r  a 1  4 - 4  a 1  0
P.A : (0,4,8)

1) Para r  4 :
a1  4 - r  a 1  4 - (-4)  a 1  8
P.A : (8,4,0)

Resposta : (0,4,8) ou (8,4,0).

93
4) Calcule quantos números inteiros existem entre 13 e 247 que não são múltiplos de 3.

Entre 13 e 247 existem 233 números. Para calcular quantos números NÃO são múltiplos de 3,
nós devemos calcular primeirame nte quantos números SÃO múltiplos de 3, e logo após subtrair o número
total de números (233) pelo número de múltiplos, o que dará como resultado o número de NÃO múltiplos.

Para calcular o número de múltiplos de 3 :


a1  15 (pois é o primeiro múltiplo de 3 depois do 13)
r  3, a n  246 (pois é o último múltiplo de 3 antes do 247). Basta achar o n, que é o número de múltiplos :
234
a n  a1  (n  1).r  246  15  (n - 1)3  231  3n - 3  n   n  78
3
Dos 233 números, 78 são múltiplos de 3, logo 155 não são múltiplos de 3.

5) Encontre o valor de x para que a sequência (2x, x+1, 3x) seja uma progressão
aritmética.

Para ser uma P.A. : a3  a 2  a 2  a1


3x  ( x  1)  ( x  1)  2 x
2x 1  1  x
2
2x  x  1  1  3x  2  x
3

6) Numa progressão aritmética em que a2+a7=a4+ak, o valor de k é:

(a1  r )  (a1  6r )  (a1  3r )  a k


2a1  7r  a1  3r  a k
2a1  a1  7r  3r  a k  a k  a1  4r
Logo k  5, pois a5  a1  4r.

7) Se Sn é a soma dos n primeiros termos da progressão aritmética (-90,-86,-82,...) então


o menor valor de n para que se tenha Sn>0 é:

94
r  4

Pelo enunciado, obtemos os seguintes dados : a1  90
a  94 (pois a S deve ser maior que zero)
 n n

Basta encontrar o número de termos :


a n  a1  (n  1).r
94  90  (n  1).4
94  90  4n  4
188
184  4  4n  n   n  47
4

8) A soma dos n primeiros números pares positivos é 132. Encontre o valor de n.

r  2 ; a1  2 ; S n  132
a n  a1  (n  1).r  a n  2  (n  1).2  a n  2  2n  2  a n  2n
Substituindo na fórmula da soma temos :
(a1  a n ).n ( 2  2n) n
Sn   132   n 2  n  132  0
2 2
 1  1  4.1.132  1  529  1  23 n  12
n     n  11
2 2 2 n  11

Progressões Geométricas

Podemos definir progressão geométrica, ou simplesmente P.G., como uma sucessão


de números reais obtida, com exceção do primeiro, multiplicando o número anterior por
uma quantidade fixa q, chamada razão.
Podemos calcular a razão da progressão, caso ela não esteja suficientemente evidente,
dividindo entre si dois termos consecutivos. Por exemplo, na sucessão (1, 2, 4, 8,...), q =
2.
Cálculos do termo geral
Numa progressão geométrica de razão q, os termos são obtidos, por definição, a partir
do primeiro, da seguinte maneira:
a1 a2 a3 ... a20 ... an ...
a1 a1xq a1xq2 ... a1xq19 a1xqn1 ...
Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo geral, também chamado
enésimo termo, para qualquer progressão geométrica.
an = a1 x qn1
Portanto, se por exemplo, a1 = 2 e q = 1/2, então:
an = 2 x (1/2)n 1

95
Se quisermos calcular o valor do termo para n = 5, substituindo-o na fórmula,
obtemos:

a5 = 2 x (1/2)51 = 2 x (1/2)4 = 1/8

A semelhança entre as progressões aritméticas e as geométricas é aparentemente


grande. Porém, encontramos a primeira diferença substancial no momento de sua
definição. Enquanto as progressões aritméticas formam-se somando-se uma mesma
quantidade de forma repetida, nas progressões geométricas os termos são gerados pela
multiplicação, também repetida, por um mesmo número. As diferenças não param aí.
Observe que, quando uma progressão aritmética tem a razão positiva, isto é, r > 0, cada
termo seu é maior que o anterior. Portanto, trata-se de uma progressão crescente. Ao
contrário, se tivermos uma progressão aritmética com razão negativa, r < 0, seu
comportamento será decrescente. Observe, também, a rapidez com que a progressão
cresce ou diminui. Isto é conseqüência direta do valor absoluto da razão, |r|. Assim,
quanto maior for r, em valor absoluto, maior será a velocidade de crescimento e vice-
versa.
Soma dos n primeiros termos de uma PG
Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , an , ...) . Para o cálculo da soma dos n primeiros termos
Sn , vamos considerar o que segue:
Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ... + an-1 + an
Multiplicando ambos os membros pela razão q vem:
Sn . q = a1 . q + a2 .q + .... + an-1 . q + an .q .
Conforme a definição de PG, podemos reescrever a expressão como:
Sn . q = a2 + a3 + ... + an + an . q
Observe que a2 + a3 + ... + an é igual a Sn - a1 . Logo, substituindo, vem:
Sn . q = Sn - a1 + an . q
Daí, simplificando convenientemente, chegaremos à seguinte fórmula da soma:

Se substituirmos an = a1 . qn-1 , obteremos uma nova apresentação para a fórmula da


soma, ou seja:

Exemplo:
Calcule a soma dos 10 primeiros termos da PG (1,2,4,8,...)
Temos:

Observe que neste caso a1 = 1.


5 - Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada
Considere uma PG ILIMITADA ( infinitos termos) e decrescente. Nestas condições,
podemos considerar que no limite teremos an = 0. Substituindo na fórmula anterior,
encontraremos:

Exemplo:
Resolva a equação: x + x/2 + x/4 + x/8 + x/16 + ... =100

96
O primeiro membro é uma PG de primeiro termo x e razão 1/2. Logo, substituindo na
fórmula, vem:

Dessa equação encontramos como resposta x = 50.

Limites

Noção intuitiva de limite


Seja a função f(x)=2x+1. Vamos dar valores a x que se aproximem de 1, pela sua direita
(valores maiores que 1) e pela esquerda (valores menores que 1) e calcular o valor
correspondente de y:
X y = 2x + 1 x y = 2x + 1
1,5 4 0,5 2
1,3 3,6 0,7 2,4
1,1 3,2 0,9 2,8
1,05 3,1 0,95 2,9
1,02 3,04 0,98 2,96
1,01 3,02 0,99 2,98

Notamos que à medida que x se aproxima de 1, y se aproxima de 3, ou seja, quando x


tende para 1 (x 1), y tende para 3 (y 3), ou seja:

Observamos que quando x tende para 1, y tende para 3 e o limite da função é 3.


Esse é o estudo do comportamento de f(x) quando x tende para 1 (x 1). Nem é
preciso que x assuma o valor 1. Se f(x) tende para 3 (f(x) 3), dizemos que o limite de
f(x) quando x 1 é 3, embora possam ocorrer casos em que para x = 1 o valor de f(x)
não seja 3.
De forma geral, escrevemos:

97
se, quando x se aproxima de a (x a), f(x) se aproxima de b (f(x) b).

Como x² + x - 2 = (x - 1)(x + 2), temos:

Podemos notar que quando x se aproxima de 1 (x 1), f(x) se aproxima de 3, embora


para x=1 tenhamos f(x) = 2. o que ocorre é que procuramos o comportamento de y
quando x 1. E, no caso, y 3. Logo, o limite de f(x) é 3.
Escrevemos:

Se g: IR IR e g(x) = x + 2, g(x) = (x + 2) = 1 + 2 = 3, embora g(x) f(x) em x


= 1. No entanto, ambas têm o mesmo limite.

Propriedades dos Limites

1ª)
Exemplo:

2ª)
Exemplo:

98
3ª)
Exemplo:

4ª)
Exemplo:

5ª)
Exemplo:

6ª)
Exemplo:

7ª)
Exemplo:

8ª)
Exemplo:

Limites Laterais
Se x se aproxima de a através de valores maiores que a ou pela sua direita,
escrevemos:

Esse limite é chamado de limite lateral à direita de a.


Se x se aproxima de a através de valores menores que a ou pela sua esquerda,
escrevemos:

Esse limite é chamado de limite lateral à esquerda de a.


O limite de f(x) para x a existe se, e somente se, os limites laterais à direita a
esquerda são iguais, ou sejas:

Se

Se

99
Continuidade
Dizemos que uma função f(x) é contínua num ponto a do seu domínio se as seguintes
condições são satisfeitas:

Propriedade das Funções contínuas


Se f(x) e g(x)são contínuas em x = a, então:
f(x) g(x) é contínua em a;
f(x) . g(x) é contínua em a;

é contínua em a .
Limites envolvendo infinito
Conforme sabemos, a expressão x (x tende para infinito) significa que x assume
valores superiores a qualquer número real e x (x tende para menos infinitos), da
mesma forma, indica que x assume valores menores que qualquer número real.
Exemplo:

a) , ou seja, à medida que x aumenta, y tende para zero e o limite é zero.

b) , ou seja, à medida que x diminui, y tende para zero e o limite é zero.

c) , ou seja, quando x se aproxima de zero pela direita de zero ou


por valores maiores que zero, y tende para o infinito e o limite é infinito.

d) , ou seja, quando x tende para zero pela esquerda ou por valores


menores que zero, y tende para menos infinito

Limite de uma função polinomial para

100
Seja a função polinomial . Então:

Demonstração:

Mas:

Logo:

De forma análoga, para , temos:

Exemplos:

Limites trigonométricos

Demonstração:
Para , temos sen x < x < tg x. Dividindo a dupla desigualdade por sen x > 0,
vem:

101
Invertendo, temos:

Mas:

g(x) < f(x) < h(x) são funções contínuas e se , então, .

Logo,
Limites exponenciais

Neste caso, e representa a base dos logaritmos naturais ou neperianos. Trata-se do


número irracional e cujo valor aproximado é 2,7182818.

Veja a tabela com valores de x e de .


x 1 2 3 10 100 1 000 10 000 100 000

2 2,25 2,3703 2,5937 2,7048 2,7169 2,7181 2,7182

Notamos que à medida que .

De forma análoga, efetuando a substituição , temos:

Ainda de forma mais geral, temos :

As duas formas acima dão a solução imediata a exercícios deste tipo e evitam
substituições algébricas.

Se ,então .
Mas:

Logo:

102
Como x 0 , então u 0. Portanto:

Generalizando a propriedade acima, temos .

ORIGEM DO CONCEITO DE
DERIVADA DE UMA FUNÇÃO

O conceito de função que hoje pode parecer simples, é o resultado de uma lenta e longa
evolução histórica iniciada na Antiguidade quando, por exemplo, os matemáticos
Babilónios utilizaram tabelas de quadrados e de raízes quadradas e cúbicas ou quando
os Pitagóricos tentaram relacionar a altura do som emitido por cordas submetidas à
mesma tensão com o seu comprimento. Nesta época o conceito de função não estava
claramente definido: as relações entre as variáveis surgiam de forma implícita e eram
descritas verbalmente ou por um gráfico.

Só no séc. XVII, quando Descartes e Pierre Fermat introduziram as coordenadas


cartesianas, se tornou possível transformar problemas geométricos em problemas
algébricos e estudar analiticamente funções. A Matemática recebe assim um grande
impulso, nomeadamente na sua aplicabilidade a outras ciências - os cientistas passam, a
partir de observações ou experiências realizadas, a procurar determinar a fórmula ou
função que relaciona as variáveis em estudo. A partir daqui todo o estudo se desenvolve
em torno das propriedades de tais funções. Por outro lado, a introdução de coordenadas,
além de facilitar o estudo de curvas já conhecidas permitiu a "criação" de novas curvas,
imagens geométricas de funções definidas por relacões entre variáveis.

Foi enquanto se dedicava ao estudo de algumas destas funções que Fermat deu conta
das limitações do conceito clássico de reta tangente a uma curva como sendo aquela que
encontrava a curva num único ponto. Tornou-se assim importante reformular tal
conceito e encontrar um processo de traçar uma tangente a um gráfico num dado ponto -
esta dificuldade ficou conhecida na História da Matemática como o " Problema da
Tangente".

Fermat resolveu esta dificuldade de uma maneira muito simples: para determinar uma

103
tangente a uma curva num ponto P considerou outro ponto Q sobre a curva; considerou
a reta PQ secante à curva. Seguidamente fez deslizar Q ao longo da curva em direcção a
P, obtendo deste modo retas PQ que se aproximavam duma reta t a que Fermat chamou
a reta tangente à curva no ponto P.

Fermat notou que para certas funções, nos pontos onde a curva assumia valores
extremos, a tangente ao gráfico devia ser uma reta horizontal, já que ao comparar o
valor assumido pela função num desses pontos P(x, f(x)) com o valor assumido no outro
ponto Q(x+E, f(x+E)) próximo de P, a diferença entre f(x+E) e f(x) era muito pequena,
quase nula, quando comparada com o valor de E, diferença das abcissas de Q e P.
Assim, o problema de determinar extremos e de determinar tangentes a curvas passam a
estar intimamente relacionados.

Estas ideias constituiram o embrião do conceito de DERIVADA e levou Laplace a


considerar Fermat "o verdadeiro inventor do Cálculo Diferencial". Contudo, Fermat não
dispunha de notação apropriada e o conceito de limite não estava ainda claramente
definido.
No séc.XVII, Leibniz algebriza o Cálculo Infinitésimal, introduzindo os conceitos de
variável, constante e parâmetro, bem como a notação dx e dy para designar "a menor
possível das diferenças em x e em y. Desta notação surge o nome do ramo da
Matemática conhecido hoje como " Cálculo Diferencial ".

Assim, embora só no século XIX Cauchy introduzia formalmente o conceito de limite e


o conceito de derivada, a partir do séc. XVII, com Leibniz e Newton, o Cálculo
Diferencial torna-se um instrumento cada vez mais indispensável pela sua aplicabilidade
aos mais diversos campos da Ciência.

Derivadas
A derivada de uma função y = f(x) num ponto x = x0 , é igual ao valor da tangente
trigonométrica do ângulo formado pela tangente geométrica à curva representativa
de
y=f(x), no ponto x = x0, ou seja, a derivada é o coeficiente angular da reta tangente
ao gráfico da função no ponto x0.
A derivada de uma função y = f(x), pode ser representada também pelos símbolos:
y' , dy/dx ou f ' (x).
A derivada de uma função f(x) no ponto x0 é dada por:

Algumas derivadas básicas


Nas fórmulas abaixo, u e v são funções da variável x.
a, b, c e n são constantes.
Derivada de uma constante

Derivada da potência

104
Portanto:

Soma / Subtração

Produto por uma constante

Derivada do produto

Derivada da divisão

Potência de uma função

Derivada de uma função composta

REGRA DA CADEIA

Regra da cadeia

A fórmula:

é conhecida como regra da cadeia. Ela pode ser escrita como:

Outra fórmula similar é a seguinte:

Derivada da função inversa


A inversa da função y(x) é a função x(y):

105
Derivadas de funções trigonométricas e suas inversas

Derivadas de funções exponencial e logarítmica

Derivada do logaritmo natural

Derivada do logaritmo
em outras bases

Exponencial

106
Lembre-se da definição da função logarítmica com base a > 0:

Derivadas das funções hiperbólicas e suas inversas

Lembre-se das definições das funções trigonométricas:

Derivadas de alta ordem


Seja y = f(x). Temos:
A segunda derivada é dada por:

107
A terceira derivada é dada por:

A enésima derivada é dada por:

Em alguns livros, a seguinte notação também é usada:

Equações Diferenciais

Se y é uma função de x, e n é um inteiro positivo, então uma relação de igualdade (que


não se reduz a uma identidade) que envolva x, y, y', y'', ...,y(n) é chamada uma equação
diferencial de ordem n.

DEFINIÇÃO: Equação diferencial é uma equação que apresenta


derivadas ou diferenciais de uma função desconhecida (a incógnita da
equação).

CLASSIFICAÇÃO
EQUAÇÃO DIFERENCIAL ORDINÁRIA (EDO): Envolve derivadas de uma função
de uma só variável independente.

EQUAÇÃO DIFERENCIAL PARCIAL (EDP): Envolve derivadas parciais de uma


função de mais de uma variável independente.

ORDEM: é a ordem da derivada de mais alta ordem da função incógnita que figura na
equação.
Exemplos:
y' = 2x tem ordem 1 e grau 1
y"+x2(y')3 - 40y = 0 tem ordem 2 e grau 3
2 3
y"'+x y = x.tanx tem ordem 3 e grau 3
RESOLUÇÃO
A solução de uma equação diferencial é uma função que não contém derivadas nem
diferenciais e que satisfaz a equação dada (ou seja, a função que, substituída na equação
dada, a transforma em uma identidade).

Ex: Equação diferencial ordinária: = 3x2 - 4x + 1

108
dy = (3x2 - 4x + 1) dx
dy = 3 x2dx - 4 xdx + dx + C
y = x3 - 2x2 + x + C (solução geral)

Uma solução particular pode ser obtida da geral através, por exemplo, da condição y(-1) =
3
(condição inicial)
3 = -1 - 2 - 1 + C C=7 y = x3 - 2x2 + x + 7 (solução particular)
Observação: Em qualquer dos dois casos, a prova pode ser feita derivando a solução e,
com isso, voltando à equação dada.
As soluções se classificam em:
Solução geral - apresenta n constantes independentes entre si (n = ordem da EDO). Essas
constantes, de acordo com a conveniência, podem ser escritas C, 2C, C2, lnC,
Solução Particular - Obtida da geral, mediante condições dadas (chamadas condições
iniciais ou condições de contorno).

EQUAÇÕES LINEARES HOMOGÊNEAS, 2ª ORDEM


FORMA : y'' + a1 y' + a0 y = 0 (a0, a1 constantes)
Ex: y =
Então y' = e y'' =
Substituindo na equação dada: ou ( )=0

0 para todo x, logo devemos ter = 0, que é uma equação do segundo


grau na variável , chamada EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA.
A solução da equação diferencial linear irá depender da raízes 1 e 2.
1, 2 números reais e distintos C1 e C2 são soluções particulares da
EDO e a solução geral é y = C1 + C2
1= 2= (números reais e iguais) a solução geral da EDO é y = C1 +
C2x
1 = a + bi, 2 = a - bi (complexos conjugados: a, b reais) a solução geral é y =
C1 + C2

Ex: y'' - 2y' - 15y = 0


Equação característica: -2 - 15 = 0 cujas raízes são: 1 = 5, 2= -3

Solução geral: y =

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES DE ORDEM N

Uma equação diferencial linear de ordem n é da forma:


fn(x)y(n) + fn-1(x) y(n-1) +...+ f2(x) y'' + f1(x)y' + f0(x)y = k(x)
onde k(x) e os coeficientes fi (x) são funções de x.

CLASSIFICAÇÕES:
Equação linear homogênea (k(x) = 0), ou equação linear não-homogênea (k(x) 0).

109
Equação linear: de coeficientes constantes ( f0, f1, f2, ..., fn constantes)
de coeficientes variáveis (pelo menos um fi variável)

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATAS


Se P e Q têm derivadas parciais contínuas, então:
P(x,y)dx + Q(x,y)dy = 0
é uma equação diferencial exata se e somente se
Ex: (3x² - 2y³ + 3)dx + (x³ - 6xy² + 2y)dy = 0
P(x,y) = 3x²y - 2y³ + 3 e Q(x,y) = x³ - 6xy² + 2y

e
logo Px = Qx e a equação diferencial é exata.

TEOREMA: A equação diferencial linear de primeira ordem y' + P(x)y = Q(x) pode
ser transformada em uma equação diferencial de variáveis separáveis multiplicando-se

ambos os membros pelo fator integrante .

Ex:
Solução: A equação tem a forma do teorema onde, P(x) = -3x² e Q(x) = x²

Pelo teorema:
Multiplicando todos os termos pelo fator integrante:

- 3x² y = x² ou = x² dx = +C
A multiplicação por dá a solução:

110
Integrais

Integrais indefinidas
Da mesma forma que a adição e a subtração, a multiplicação e a divisão, a operação
inversa da derivação é a antiderivação ou integração indefinida.
Dada uma função g(x), qualquer função f'(x) tal que f'(x) = g(x) é chamada integral
indefinida ou antiderivada de f(x).
Exemplos:

Se f(x) = , então é a derivada de f(x). Uma das antiderivadas

de f'(x) = g(x) = x4 é .

Se f(x) = x3, então f'(x) = 3x2 = g(x). Uma das antiderivadas ou integrais indefinidas de
g(x) = 3x2 é f(x) = x3.

Se f(x) = x3 + 4, então f'(x) = 3x2 = g(x). Uma das antiderivadas ou integrais indefinidas
de g(x) = 3x2 é f(x) = x3 + 4.

Nos exemplos 2 e 3 podemos observar que tanto x3 quando x3+4 são integrais
indefinidas para 3x2. A diferença entre quaisquer destas funções (chamadas funções
primitivas) é sempre uma constante, ou seja, a integral indefinida de 3x2 é x3+C, onde
C é uma constante real.

Propriedades das integrais indefinidas


São imediatas as seguintes propriedades:

1ª. , ou seja, a integral da soma ou diferença é a


soma ou diferença das integrais.

2ª. , ou seja, a constante multiplicativa pode ser retirada do


integrando.

3ª. , ou seja, a derivada da integral de uma função é a própria


função.

Integração por substituição

Seja expressão .

Através da substituição u=f(x) por u' = f'(x) ou , ou ainda, du = f'(x) dx, vem:

admitindo que se conhece .

111
O método da substituição de variável exige a identificação de u e u' ou u e du na integral
dada.

INTEGRAIS DEFINIDAS
Seja uma função f(x) definida e contínua num intervalo real [a, b]. A integral definida
de f(x), de a até b, é um número real, e é indicada pelo símbolo:

onde:
a é o limite inferior de integração;
b é o limite superior de integração;
f(x) é o integrando.

Se representa a área entre o eixo x e a curva f(x), para

Se representa a área entre as curvas, para

112
113
A integral definida, nos exemplos vistos, representa uma área, o que ocorre em muitos
casos, e é uma das formas de se apresentar a integral definida.
De forma geral, para , a área limitada por f(x) e o eixo x, é dada por

, que pode representar a soma das áreas de infinitos retângulos de largura


e cuja altura é o valor da função num ponto do intervalo da base:

Subdividindo o intervalo [a, b] em n subintervalos através das abscissas x0=a, x1,


x2,...,xn=b, obtemos os intervalos (a, x1), (x1, x2), ...., (xn-1, b). Em cada intervalo (xi-1,
xi) tomemos um ponto arbitrário hi.
Seja De acordo com a figura, os retângulos formados têm área

114
Então, a soma da áreas de todos os retângulos é:

que nos fornece um valor aproximado da área considerada.


Aumentando o número n de subintervalos , tal que tenda a zero eo
número n de subintervalos tenda a infinito , temos as bases superiores dos
retângulos e a curva praticamente se confundindo e, portanto, temos a área considerada.
Simbolicamente, escrevemos:

Exemplo:
Seja a área entre y = x e o eixo x, para :

Esta área é dada por:

115
Podemos notar que o processo do limite nos leva ao resultado procurado.

Dividindo o intervalo [0, b] em n subintervalos, cada um terá largura .

Sejam, então, os pontos .

Como f(x) = x, então .

CÁLCULO DA INTEGRAL DEFINIDA


O método que temos para o cálculo da área ou da integral definida, no caso, é ainda
muito complicado, conforme vimos no exemplo anterior, pois encontraremos somas
bem piores.
Para tal, consideremos a área das figuras quando movemos a extremidade direita:

116
Se a área é dada por A(x), então A(a) = 0, pois não há área alguma. Já A(x) dá a área da
figura 1, A(b), a área entre ou seja:

ou seja, A(x) é uma das antiderivadas de f(x). Mas sabemos que se F(x) é antiderivada
qualquer de f(x), então A(x) = F(x) + C. Fazendo x = a, temos: A(a) = F(a) + C = 0
(A(a) = 0)
Logo, C = - F(a) e A(x) = F(x) - F(a).
Portanto:

ou ainda,

Exemplos:

117
Note que conseguimos uma forma de calcular integrais definidas e áreas sem calcular
somas complicadas e usando apenas as antiderivadas.

PROPRIEDADES DA INTEGRAL DEFINIDA

Princípio do Cálculo de Integrais

UMA VISÃO GERAL DOS MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO


Métodos de Abordagem dos Problemas de Integração
Tecnologia - Os programas CAS, tais como Mathematica, Maple e Derive, são capazes
de calcular integrais extremamente complicadas, e cada vez mais instalações modernas
de pesquisa estão sendo equipadas com tais programas.

Tabelas - Antes do desenvolvimento dos programas CAS, os cientistas dependiam


enormemente de tabelas para o cálculo das difíceis integrais que surgem nas aplicações.
Tais tabelas foram compiladas por muitos anos, incorporando habilidade e experiência
de muita gente.

118
Métodos de transformação - São métodos para converter integrais não-conhecidas em
conhecidas. Eles incluem substituição u, manipulação algébrica do integrado, entre
outros métodos.
Nenhum dos três métodos é perfeito; por exemplo, os programa CAS freqüentemente
encontram integrais que não são capazes de integrar e produzem respostas que são, às
vezes, excessivamente complicadas, tabelas não são exaustivas e podem não incluir uma
integral de interesse,e os métodos de transformação dependem da engenhosidade
humana,que pode não ser adequada a problemas difíceis.

Uma Revisão das Fórmulas de Integração


A seguir está uma lista das integrais básicas que encontramos até agora:
CONSTANTES,POTÊNCIAS E EXPONENCIAIS

1.

2.

3.
4.

5.

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
1.

2.

3.

4.

FUNÇÕES HIPERBÓLICAS

1.

2.

3.

4.
FUNÇÕES ALGÉBRICAS (a>0)

1.

2.

119
3.

4.

INTEGRAÇÃO POR PARTES


Dedução da Fórmula para a Integração por Partes
Se f e g são funções diferenciáveis, então, pela regra de diferenciação do produto,

Integrando ambos os lados, obtemos

ou

ou

Uma vez que a integral à direita irá produzir uma outra constante de integração, não há
necessidade de manter o C nesta última equação; assim sendo, obtemos

(1)
a qual é chamada de fórmula de integração por partes. Usando esta fórmula, às vezes
podemos tornar um problema de integração mais simples.
Na prática, é usual reescrever (1) fazendo
u=f(x), du=f '(x)dx
,
Isso dá lugar à seguinte forma alternativa para (1):

(2)

Exemplo

Calcule
Solução. Para aplicar (2), precisamos escrever a integral na forma

Uma maneira de fazer isso é colocar

para que,

Deste modo,a partir de(2)

Integração por Partes para Integrais Definidas


Para integrais definidas, a fórmula correspondente a (2) é:

120
Exemplo

Calcule
Solução. Seja

Assim,

Mas

logo

Fórmulas de Redução
A integração por partes pode ser usada para obter as fórmulas de redução para
integrais. Estas fórmulas expressam uma integral com potência de função em termos de
uma integral que envolve uma potência mais baixa daquela função. Por exemplo, se n
for um inteiro positivo e n 2, então a integração por partes pode ser usada para obter
as fórmulas de redução.

(2)
Para ilustrar como essas fórmulas são obtidas,vamos deduzir a fórmula (2).

para que

Transpondo o último termo para o lado esquerdo obtém-se

121
da qual tem-se(2).

Exemplo

Calcule
Solução. A partir de (2),com n=4

INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS
Integração de Potências de Seno e Co-seno
Na seção fórmulas de redução,obtivemos as fórmulas

No caso onde n=2,estas fórmulas ficam

Podem-se obter formas alternativas para estas fórmulas de integração usando as


identidades trigonométricas.

que provêm das fórmulas para o ângulo duplo

Essas identidades dão lugar a

Integração de produtos de senos e co-senos


Se m e n são inteiros positivos,então a integral

pode ser calculada de diversas maneiras,dependendo de m e n serem pares ou ímpares


Exemplo
Calcule

122
Solução.

Integração de Potências de Tangente e de Secante


O procedimento para integração de potências de tangente e de secante segue
paralelamente os do seno e co-seno.A idéia é usar as seguintes fórmulas de redução para
reduzir o expoente do integrando até que a integral resultante possa ser calculada:

(1) (2)
No caso onde n for ímpar,o expoente pode ser reduzido a um,nos deixando com o
problema de integrar tg x ou sec x.Estas integrais são dadas por

A fórmula pode ser obtida escrevendo-se

A fórmula requer um truque.Escrevemos

As seguintes integrais ocorrem freqüentemente,e vale a pena destacar:

A fórmula(2)já foi vista,uma vez que a derivada de tgx é .A fórmula(1) pode ser
obtida aplicando-se a fórmula de redução,com n=2,ou alternativamente,usando-se a
identidade

123
para escrever

Funções Logarítmica e Exponencial

FUNÇÕES INVERSAS
Em linguagem comum, o termo " inversão" transmite a idéia de uma reversão. Por
exemplo, em meteorologia, a inversão da temperatura é uma reversão nas propriedades
usuais da temperatura de camadas de ar; em música, uma inversão é um tema recorrente
que usa as mesmas notas na ordem reversa. Em matemática, o termo inversa é usado
para descrever funções que são reversas uma da outra, no sentido que cada uma desfaz o
efeito da outra.
A idéia de resolver uma equação y = f (x) para x com uma função de y, digamos x =
g(y), é uma das idéias mais importantes da matemática. Às vezes, resolver esta equação
é um processo simples; por exemplo usando álgebra básica, a equação
y = f (x)
pode ser resolvida para x como uma função de y:
x = g (y)
A primeira equação é melhor para calcular y se x for conhecido, e a segunda é melhor
para calcular x se y for conhecido

O interesse fundamental é identificar relações que possam existir entre as funções f e g,


quando uma função y=f(x) for expressa como x = g(y), ou ao contrário. Por exemplo,
consideremos as funções e discutidas acima. Quando
funções forem compostas em qualquer ordem, uma cancela o efeito da outra
significando que

124
A primeira dessas equações estabelece que cada saída de uma composição g(f(x)) é
igual à entrada, e a segunda estabelece que cada saída da composição f(g(y)) é igual à
entrada. Os pares de funções com essas duas propriedades são tão importantes que há
uma terminologia específica para elas.
Se as funções f e g satisfazem as duas condições
g(f(x)) = x para todo x no domínio de f
f(g(y)) = y para todo y no domínio de g
então, dizemos que f e g são funções inversas. Além disso,
chamamos f uma inversa de g e g uma inversa de f.
Exemplo
Confirme cada um dos seguintes itens.
(a) A inversa de
(b) A inversa de
Solução (a).

Solução (b).

OBSERVAÇÃO. O resultado no exemplo deve fazer sentido intuitivamente para você,


uma vez que as operações de multiplicar por 2 e multiplicar por em qualquer ordem
cancelam uma o efeito da outra, da mesma que as operações de elevar ao cubo e extrair
a raiz cúbica.
DOMÍNIO E IMAGEM DAS FUNÇÕES INVERSAS
A equação seguinte
(f(x)) = x para todo x no domínio de f
f( (x)) = x para todo x no domínio de
implica em certas relações entre os domínios e as imagens de f e . Por exemplo, na
primeira equação a quantidade f (x) é uma entrada de , assim pontos nas imagens de f
estão no domínio de ; e na segunda equação, a quantidade (x)é uma entrada de f,
sendo que pontos na imagem de estão no domínio de f. Tudo isso sugere as
seguintes relações:
domínio de = imagem de f
imagem de = domínio de f
Uma vez que f e g satisfazem duas condições:
g(f(x)) = x para todo x no domínio de f
f(g(y)) = y para todo y no domínio de g
concluímos que elas são inversas. Assim temos o seguinte resultado.
Se uma equação y = f (x) pode ser resolvida para x como uma função de y,
então f tem uma inversa e a equação resultante é x = (y)

125
UM MÉTODO PARA ACHAR INVERSAS
Exemplo
Ache a inversa de f (x) =
Solução. Podemos achar uma fórmula para (y) resolvendo a equação
y=
para x como uma função de y. Os cálculos são:

da qual tem-se que

Até aqui, fomos bem-sucedidos em obter uma fórmula para ; contudo não estamos
realmente completos, uma vez que não há nenhuma garantia de que o domínio natural
associado é o domínio completo para .
Para determinar se isto é o que acontece, examinaremos a imagem de y = f (x) =
. A imagem consiste de todos os y no intervalo , assim este intervalo é
também o domínio de (y); logo a inversa de f é dada pela fórmula

OBSERVAÇÃO. Quando uma fórmula para for obtida resolvendo-se a equação y


= f(x) para x como uma função de y, a fórmula resultante tem y como a variável
independente. Se for preferível ter x como a variável independente para , então há
duas formas: você pode resolver y = f(x) para x com uma função de y, e então substituir
y por x na fórmula final para , ou então você pode trocar x e y na equação original e
resolver a equação x = f(y) para y em termos de x. Neste caso a equação final será y =
(x).
GRÁFICO DAS FUNÇÕES INVERSAS
O próximo objetivo é explorar as relações entre os gráficos de f e . Com esse
propósito, será desejável usar x como a variável independente para ambas as funções, o
que significa estarmos comparando os gráficos de y = f(x) e y = (x).
Se (a,b) for um ponto no gráfico y = f(x), então b = f(a). Isto é equivalente à afirmativa
que a = (b), a qual significa que (b,a) é um ponto no gráfico de y = (x). Em
resumo, inverter as coordenadas de um ponto no gráfico de f produz um ponto no
gráfico de . Analogamente inverter as coordenadas de um ponto no gráfico de
produz um ponto no gráfico de f . Contudo, o efeito geométrico de inverter as
coordenadas de um ponto é refletir aquele ponto sobre a reta y = x (figura 1), e logo os
gráficos de y = f(x) e y = (x) são um do outro em relação a esta reta (figura 2). Em
resumo, temos o seguinte resultado.
Se f tiver uma inversa, então os gráficos de y = f(x) e y = (x) são reflexões um do
outro em relação a reta y = x; isto é, cada um é a imagem especular do outro com
relação àquela reta.

126
FUNÇÕES CRESCENTES OU DECRESCENTES TÊM INVERSAS
Se o gráfico da função f for sempre crescente ou sempre decrescente sobre o domínio
de f, então este gráfico pode ser cortado, no máximo, uma vez por qualquer reta
horizontal e, conseqüentemente, a função f deve ter uma inversa. Uma forma de dizer se
o gráfico de uma função é crescente ou decrescente em um intervalo é pelo exame das
inclinações de suas retas tangentes. O gráfico de f deve ser crescente em qualquer
intervalo, onde f'(x)>0 (uma vez que as retas tangentes têm inclinação positiva) e deve
ser decrescente em qualquer intervalo onde f'(x)<0 (uma vez que as retas tangentes têm
inclinação negativa). Essas observações sugerem o seguinte teorema.

Se o domínio de f for um intervalo no qual f' (x)>0 ou no qual f'(x)<0, então


a função f tem uma inversa.

Exemplo
O gráfico de f(x) = é sempre crescente em , uma vez que

para todo x. Contudo, não há maneira fácil de resolver a equação y = para x em


termos de y; mesmo sabendo que f tem uma inversa, não podemos produzir uma
fórmula para ela.
OBSERVAÇÃO. O que é importante entender aqui é que a nossa incapacidade de
achar uma fórmula para a inversa não nega a sua existência; de fato, é necessário que se
desenvolvam formas de achar propriedades de funções, as quais não têm fórmula
explícita para se trabalhar com elas.
Quando os logaritmos foram introduzidos no século XVII como uma ferramenta
computacional, eles forneceram aos cientistas daquela época um poder de cálculo até
então inimaginável. Embora os computadores e as calculadoras tenham substituído
amplamente os logaritmos em cálculos numéricos, as funções logarítmica e suas

127
relativas tem uma vasta aplicação na matemática e na ciência.

EXPOENTES IRRACIONAIS
Em álgebra, as potências inteiras e racionais de um número b estão definidas por

Se b for negativo, então algumas das potências fracionárias de b terão valores


imaginários; por exemplo, . Para evitar esta complicação, vamos supor
que , mesmo que não seja estabelecido explicitamente.
Observe que as definições precedentes não incluem potências irracionais de b, tais
como

Há vários métodos para definir potências irracionais. Uma abordagem é definir


potências irracionais de b como limite de potências racionais. Por exemplo, para definir
devemos começar com a representação decimal de , isto é,
3,1415926
Desta decimal, podemos formar uma seqüência de números racionais que ficam cada
vez mais próximos de isto é,
3,1; 3,14; 3,141; 3,1415; 3,14159
e a partir destes podemos formar uma seqüência de potências racionais de 2:

Uma vez que os expoentes dos termos desta seqüência tendem a um limite , parece
plausível que os próprios termos tendam a um limite; sendo assim, é razoável definir
como sendo este limite. A tabela abaixo fornece evidência numérica de que a
seqüência, na realidade, tem um limite e para quatro casas decimais, o valor deste limite
é 8,8250. Em geral, para qualquer expoente irracional p e número positivo b,
podemos definir como o limite de potências racionais de b, criadas pela expansão
decimal de p.
Tabela
x
3 8,000000
3,1 8,574188
3,14 8,815241
3,141 8,821353
3,1415 8,824411
3,14159 8,824962
3,141592 8,824974

128
A FAMÍLIA DE FUNÇÕES EXPONENCIAIS
Uma função da forma f (x) = , onde b > 0 e b 1, é chamada de função exponencial
de base b, cujos exemplos são
f (x) = , f (x) = , f (x) =
Note que uma função exponencial tem uma base constante e um expoente variável.
Assim as funções tais como f (x) = e f (x) = não seriam classificadas como funções
exponenciais, uma vez que elas tem uma base variável e um expoente constante.
Pode ser mostrado que as funções exponenciais são contínuas e têm um dos dois
aspectos básicos mostrados na figura 1, dependendo de se 0 < b < 1 ou b > 1. A figura
2 mostra os gráficos de algumas funções exponenciais específicas.

OBSERVAÇÃO. Se b = 1, então a função é constante, uma vez que = = 1. Este


caso não é de nosso interesse aqui, assim o excluímos da família das funções
exponenciais.

LOGARITMOS
Lembre-se que, algebricamente, o logaritmo é um expoente. Mais precisamente, se b >
0 e b 1, então para valores positivos de x o logaritmo na base b de x é denotado por

e é definido como sendo aquele expoente ao qual b deve ser elevado para produzir x.
Por exemplo,

Historicamente, os primeiros logaritmos a serem estudados foram os de base 10


chamados de logaritmos comuns. Para tais logaritmos, é usual suprimir referência
explícita para a base e escrever log x e não . Mais recentemente, os logaritmos de
base dois desempenharam importante papel em ciência computacional, uma vez que
surgem naturalmente em sistema numérico binário. Porém, os logaritmos mais
largamente usados nas aplicações são logaritmos naturais, os quais tem uma base

129
natural denotada pela letra e em homenagem ao matemático suíço Leonard Euler, que
primeiro sugeriu sua aplicação aos logaritmos no artigo não-publicado, escrito em 1728.
Esta constante, cujo valor está em seis casas decimais, é
e 2, 718282
surge como assíntota horizontal ao gráfico da equação

y=

Os valores de aproximam-se a e

1 2 2,000000
10 1,1
2,593742
100 1,01
2,704814
1000 1,001
2,716924
10.000 1,0001
2,718146
100.000 1,00001
2,718268
1.000.000 1,000001
2,718280

O fato de que y = e, quando x e quando x é expresso pelos limites

e
A função exponencial f (x) = é chamada de função exponencial natural. Para
simplificar a tipografia, esta função é, algumas vezes, escrita como exp x. Assim, por
exemplo, você pode ver a relação expressa como
exp( + ) = exp( ) exp( )
Esta notação é também usada por recursos computacionais, e é típico acessar a função
com alguma variação do comando EXP.

130
FUNÇÕES LOGARÍTMICAS
A figura 1 que se encontram no item família de funções exponenciais sugere que se b
>0e b 1, então o gráfico de y = satisfaz o teste da reta horizontal, e isso implica
que a função f (x) = tem uma inversa. Para encontrar uma fórmula para esta inversa
(com x como variável independente), podemos resolver a equação x = para y com
uma função de x. Isto pode ser feito tomando o logaritmo na base de b de ambos os
lados desta equação. Isto dá lugar a
= ( )
Porém, se pensarmos ( ) como expoente ao qual b se deve ser elevado para
produzir , então fica evidente que ( ). Assim, pode ser reescrito como
y=
de onde concluímos que a inversa de f (x) = é (x) = x. Isto implica que o
gráfico de x = e o de y = são reflexões um do outro, em relação relação à reta
y = x.

Chamaremos de função logarítmica na base b.


Em particular, se tomarmos f (x) = e (x) = , e se tivermos em mente que o
domínio de é o que a imagem de f, então obtemos
logb(bx)=x para todos os valores reais de x
blog x=x para x>0
Em outras palavras, a equação nos diz que as funções e x cancelam o efeito de outra
quando compostas em qualquer ordem; por exemplo

131
DIFERENCIAÇÃO IMPLÍCITA

FUNÇÕES DEFINIDAS EXPLICITAMENTE E IMPLICITAMENTE


Até agora, estávamos preocupados em diferenciar funções que são expressas na forma y
= f (x). Dizemos que uma equação desta forma define y explicitamente como uma
função de x, pois a variável y aparece sozinha de um lado da equação. Entretanto,
algumas vezes as funções estão definidas com equações nas quais y não está sozinho de
um lado; por exemplo, a equação
yx + y +1 = x
não está na forma y = f (x). Contudo, esta equação ainda define y como uma função de
x, uma vez se pode reescrever como

y=
Assim dizemos que xy + y +1 = x define y implicitamente como uma função de x,
sendo

f (x) =
Uma equação em x e y pode implicitamente definir mais do que uma função de x; por
exemplo, se resolvermos a equação

para y em termos de x, obtemos ; assim, encontramos duas funções que


estão definidas implicitamente por , isto é
e
Os gráficos destas funções são semicírculos superiores e inferiores do círculo
.

y= y=-
Em geral, se tivermos uma equação em x e y, então qualquer segmento de seu gráfico
que passe pelo teste vertical pode ser visto como gráfico de una função definida pela
equação. Assim fazemos a seguinte definição:
Definição. Dizemos que uma dada equação em x e y define a função f

132
implicitamente se o gráfico de y = f (x) coincidir com algum segmento
do gráfico da equação.

Assim, por exemplo, a equação define as funções e


implicitamente, uma vez que os gráficos dessas funções são os
segmentos do círculo .
Às vezes, pode ser difícil ou impossível resolver uma equação em x e y para y em
termos de x.
Com persistência, a equação

por exemplo, pode ser resolvida para y em termos de x, mas a álgebra é enfadonha e as
fórmulas resultantes são complicadas. Por outro lado, a equação
sen(xy) = y
não pode ser resolvida para y em termos de x por qualquer método elementar. Assim,
mesmo que uma equação em x e y possa definir uma ou mais funções de x, pode não ser
prático ou possível achar fórmulas explícitas para aquelas funções.
DIFERENCIAÇÃO IMPLÍCITA
Em geral, não é necessário resolver uma equação de y em termos de x, a fim de
diferenciar as funções definidas pela equação. Para ilustrar isto, consideremos a equação
xy = 1
Uma maneira de achar dy/dx é reescrever esta equação como

da qual tem-se que

Contudo, há uma outra maneira de obter esta derivada. Podemos diferenciar ambos os
lados de xy = 1 antes de resolver para y em termos de x, tratando y como (não-
especificado temporariamente) uma função diferenciável de x. Com esta abordagem,
obtemos

Se agora substituirmos na última expressão, obtemos

que está de acordo com . Este método para obter derivadas é chamado de
diferenciação implícita.

133
Exemplo 1
Use a diferenciação implícita para achar dy/dx se

Resolvendo para dy/dx obtemos

Note que esta fórmula envolve ambos x e y. A fim de obter uma fórmula para dy/dx que
envolva apenas x, teríamos que resolver a equação original para y em termos de x e,

então, substituir em . Entretanto, isto é impossível de ser feito; assim,


somos forçados a deixar a fórmula dy/dx em termos de x e y.

Exemplo 2
Use a diferenciação implícita para achar se .
Solução. Diferenciado ambos os lados de implicitamente, obtém-se

de que obtemos

Diferenciando ambos os lados de implicitamente, obtém-se

Substituindo dentro de e simplificando, usando a


equação original, obtemos

Nos Exemplos 1 e 2, os resultados das fórmulas para dy/dx envolvem ambos x e y.


Embora seja usualmente mais desejável ter a fórmula para dy/dx expressa somente em
termos de x, ter a fórmula em termos de x e y não é um impedimento para achar as
inclinações e as equações das retas tangentes, desde que as coordenadas x e y do ponto
de tangência sejam conhecidas.

134
DERIVADAS DE POTÊNCIAS RACIONAIS DE X
A partir da equação que segue, mostramos que a fórmula

é válida para todos os valores inteiros de n e para n = . Usaremos agora a


diferenciação implícita para mostrar que esta fórmula é válida para qualquer expoente
racional. Mais precisamente, mostraremos que se r for um número racional, então

sempre que e estiverem definidas. Por ora, admitiremos, sem prova que é
diferenciável.
Seja y = . Uma vez que r é um número racional, pode ser expresso como uma razão
de inteiros r = m/n. Assim, y = = pode ser escrito como

Diferenciando implicitamente em relação a x e usando , obtemos

Desta forma, pode ser escrito como

Exemplo

A partir de

Se u for uma função diferenciável de x e r for um número racional, então a regra da

cadeia dá lugar à seguinte generalização de


DERIVADAS DE FUNÇÕES LOGARÍTMICAS E EXPONENCIAIS
Agora obteremos fórmulas das derivadas para as funções logarítmicas e exponenciais e
discutiremos as relações gerais entre e derivada de uma função um a um e a sua inversa.

135
DERIVADAS DE FUNÇÕES LOGARÍTMICAS
O logaritmo natural desempenha um papel especial no cálculo que pode ser motivado
diferenciando , onde b é uma base arbitrária. Para esta proposta, admitiremos que
é diferenciável, e portanto contínua para x > 0. Também necessitaremos do
limite

Usando a definição de derivada, obtemos(com x em vez de v como variável).

Assim,

Mas a partir da fórmula , temos = 1/1n b; logo, podemos reescrever esta fórmula
de derivada como

No caso especial onde b = e, temos = 1n e = 1, logo esta fórmula torna-se

Assim, entre todas as possíveis bases, a base b = e produz a fórmula mais simples da
derivada para . Esta é uma das razões por que a função do logaritmo natural é
preferida sobre todos os logaritmos no cálculo.
Exemplo 1

Ache

136
Solução. A partir de

Quando possível as propriedades dos logaritmos devem ser usadas para converter
produtos, quocientes e expoentes em somas, em diferenças e em múltiplos de
constantes, antes de diferenciar uma função envolvendo logaritmos.
Exemplo 2

DIFERENCIAÇÃO LOGARÍTMICA
Consideremos agora uma técnica chamada diferenciação logarítmica, a qual é útil para
diferenciar funções compostas de produtos, de quocientes e de potências.
Exemplo
A derivada de

é relativamente difícil de ser calculada diretamente. Contudo, se primeiro tomarmos o


logaritmo natural de ambos os lados e, então, usarmos suas propriedades, podemos
escrever:

Diferenciando ambos os lados em relação a x, resulta

Assim, resolvendo para dy/dx e usando obtemos

OBSERVAÇÃO.Uma vez que 1n y é definido apenas para y > 0, a diferenciação


logarítmica de y = f(x) é válida apenas nos intervalos onde f(x) for positiva. Assim, a
derivada mostrada no exemplo é válida no intervalo ( 2, + ), uma vez que a função
dada é positiva para x > 2. Contudo, a fórmula é realmente válida também no intervalo
( - , 2). Isso pode ser visto tomando-se valores absolutos antes de prosseguir com a
diferenciação logarítmica e notando que está definido para todo y exceto em y = 0.
Se fizermos isso e simplificarmos usando as propriedades de logaritmos e dos valores
absolutos, obteremos

137
Diferenciando ambos os lados em relação a x dá lugar a , e, portanto, resulta em .Em
geral, se a derivada de y = f(x) for obtida por diferenciação logarítmica, então a mesma
fórmula para dy/dx resultará tomando-se ou não, primeiro, valores absolutos. Assim,
uma fórmula da derivada obtida por diferenciação logarítmica será válida, exceto nos
pontos onde f(x) for zero. A fórmula pode ser válida também naqueles pontos, mas não
é garantido.

DERIVADAS DAS FUNÇÕES EXPONENCIAIS


Para obter uma fórmula para a derivada de funções exponenciais
y=
reescrevemos esta equação como
x=

e diferenciamos implicitamente usando para obter

que podemos reescrever usando y = como

Assim, mostrando que se for uma função diferenciável, então sua derivada em
relação a x é

No caso especial onde b = e temos 1n e = 1n, assim torna-se

Além disso, se u for uma função diferenciável de x, então tem-se a partir de

e que

OBSERVAÇÃO.É importante distinguir entre diferenciar (expoente variável e base


constante) e (base variável e expoente constante).
Exemplo

Os cálculos a seguir usam

138
DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS
Um problema comum em trigonometria é achar um ângulo cujas funções
trigonométricas são conhecidas. Problemas deste tipo envolvem a computação de
funções arco, tais como arcsen x, arccos x, arctg x, e assim por diante. Consideremos
esta idéia do ponto de vista de funções inversas, com a meta de desenvolver fórmulas de
derivadas para as funções trigonométricas inversas.

IDENTIDADES PARA FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS


Se interpretamos x como um ângulo medido em radianos cujo seno é x, e se
aquele ângulo for não negativo, então podemos representar x como um ângulo em
um triângulo retângulo, no qual a hipotenusa tem comprimento 1 e o lado oposto ao
ângulo de tem comprimento x (figura a). Pelo Teorema de Pitágoras, o lado
adjacente para o ângulo tem comprimento . Além disso, a ângulo oposto
a é , uma vez que o co-seno daquele ângulo é x (figura b). Este triângulo
motiva várias identidades úteis, envolvendo funções trigonométricas que são válidas
para . Por exemplo:

Analogamente, xe x podem ser representadas com ângulos de triângulos


retângulos mostrados na figura c e d. Esses triângulos revelam mais identidades úteis,
como por exemplo:

139
OBSERVAÇÃO. Não se ganha nada memorizando estas identidades; o que é
importante é compreender o método usado para obtê-las.
Exemplo
A figura abaixo mostra um gráfico gerado por um computador de y = (sen x).
Pode se pensar que este gráfico deva ser a reta y = x, uma vez que (sen x) = x. Por
que isto não acontece?

Solução. A relação (sen x) = x é válida no intervalo ; logo


podemos dizer, com certeza, que os gráficos de y = (sen x) e y = x coincidem neste
intervalo. Contudo, fora deste intervalo, a relação (sen x) = x não precisa ser
válida. Por exemplo, se estiver no intervalo , então a quantidade x -
estará no intervalo . Assim

Desta forma,usando a identidade sen(x- ) = -sen x e o fato de que é uma função


ímpar, podemos expressar (sen x) como

Isso mostra que no intervalo , o gráfico de y = (sen x) coincide


com a reta y = -(x- ), a qual tem inclinação -1 e um intercepto x em x = , o que está
de acordo com a figura.

DERIVADAS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS


Lembre-se que se f for uma função um a um, cuja a derivada é conhecida, então há duas
maneiras básicas para obter uma fórmula de derivação para (x), podemos reescrever
a equação y = (x) como x = f(y), e diferenciar implicitamente. Usaremos a
diferenciação implícita para obter a fórmula de derivação para y = x.
Reescrevendo esta equação como x = sen y e diferenciando implicitamente, obtemos

140
Esta fórmula de derivada pode ser simplificada aplicando-se a
fórmula , que foi deduzida a partir do triângulo da figura,
resultando:

Assim, mostramos que

Se u for uma função diferenciável de x, então e a regra da cadeia


produzem a seguinte fórmula generalizada da derivada

O método usado para obter esta fórmula pode também ser usado para obter fórmulas
generalizadas de derivadas para outras funções trigonométricas inversas. Estas
fórmulas, válidas para -1< u < 1, são

141
Tabelas e formulas

Derivada da função f(x) no ponto a

 f ( x )  f (a ) 
f (a )  lim xa  
 xa 

Tabela de derivada
Tabela #1 Tabela #2

f ( x )  x  f (a )  1 1 1
f ( x)   f (a )  2
f ( x)   f (a )  2a
2
x x a
1 2
f ( x)   f ( a ) 
f ( x)  x  f (a )  3a 2
3
2 3
x a
f ( x)  x  f (a )  4a 3 3
4 1
f ( x)  3
 f ( a )  4
x a
f ( x)  x  f (a )  na n 1
m
1 n
f ( x)  n
 f ( a )  n 1
x a

Tabela #3
Base dos
f ( x)  sen( x)  f (a)  cos(a) logaritmos
f ( x)  cos( x)  f (a)   sen(a) neperianos.
1 e  2,718.....
f ( x )  tan( x )  f (a )  2
 (sec( a )) 2
(cos(a ))

Tabela #4 Tabela #5

1
 f ( x )  log 2 x  f (a )
a. log e 2
1
 f ( x )  log 3 x  f (a ) 
a. log142
e 3

1
 f ( x )  log 4 x  f (a ) 
2a
f ( x )  2  f (a ) 
x

log 2 e
3a
f ( x )  3x  f (a ) 
log 3 e
4a
f ( x )  4 x  f (a ) 
log 4 e
ba
f ( x )  b x  f (a ) 
log b e
Regra de derivação
1ª Soma

( f  g )(a)  f (a)  g (a)

2ª Produto
( f .g )(a)  f (a) g (a)  f (a).g (a)

3ª divisão


f f (a ) g (a )  f (a ). g (a )
  (a ) 
g ( g (a )) 2

4ªproduto de matrizes
(f (x) g(x)h(x)) =

(„(a)g(a)h(a)+g‟(a)f(a)h‟(a)+h‟(a)f(a)g(a)

Equação da reta Tangente

y  f (a)  f (a).( x  a)

a c ad  bc a c ac
  .  a m .a n  a mn (n a ) n  a
b d bd b d bd
(a.b) n  a n .b n
a p
d a q 1 1
.  b a a
p q
 a n a n 
c b c an an
d
Produto notável ( a  b) 2  a 2  2ab  b 2 n
a .m a  m.n. a nm

143
( a  b) 2  ( a  b).( a  b)
Distributiva a 2  ab  bc  b 2

2
a 2  2ab  b 2
x a 2  b 2  (a  b).(a  b)
 xdx  2
c Fatoração
a 2  ab  ab  b 2  a 2  b 2
x3
 x dx  3  c
2

a 3  b 3  (a  b).(a 2  ab  b 2 )
x4
  c a 4  b 4  (a  b).(a 3  a 2 b  ab 2 b 3 )
3
x dx
4
n
x n 1 a
 m .n .
a n m
  c
n
x dx m
a
n 1
n  1
Tabela Básica
Integrais
indefinidas
 cos( x)dx  sen( x)  c
 sen( x)dx   cos( x)  c
1
 cos( x) 2
dx  tan( x )  c

 1dx  x  c

Logaritmo neperiano

1
 x dx   x
1.

x
1
1x
dx  log e x  c
 log e x  c

Formulas

1ª  ( f ( x )  g ( x ))dx   f ( x )dx   g ( x )dx

144
2ª   . f ( x )dx   . f ( x )dx

Classificação dos polígonos


Os nomes dos polígonos dependem do critério que utilizamos para classificá-los. Se
usarmos o número de ângulos ou o número de lados, teremos a seguinte nomenclatura:
NOME DO POLÍGONO
NÚMERO DE LADOS
(OU ÂNGULOS) EM FUNÇÃO DO EM FUNÇÃO DO
NÚMERO DE ÂNGULOS NÚMERO DE LADOS
3 triângulo trilátero
4 quadrângulo quadrilátero
5 pentágono pentalátero
6 hexágono hexalátero
7 heptágono heptalátero
8 octógono octolátero
9 eneágono enealátero
10 decágono decalátero
11 undecágono undecalátero
12 dodecágono dodecalátero
15 pentadecágono pentadecalátero
20 icoságono icosalátero

145
Geometria Espacial

Conceitos primitivos
São conceitos primitivos ( e, portanto, aceitos sem definição) na Geometria espacial
os conceitos de ponto, reta e plano. Habitualmente, usamos a seguinte notação:
pontos: letras maiúsculas do nosso alfabeto

retas: letras minúsculas do nosso alfabeto

planos: letras minúsculas do alfabeto grego

Observação: Espaço é o conjunto de todos os pontos.


Por exemplo, da figura a seguir, podemos escrever:

Axiomas
Axiomas, ou postulados (P), são proposições aceitas como verdadeiras sem
demonstração e que servem de base para o desenvolvimento de uma teoria.
Temos como axioma fundamental:existem infinitos pontos, retas e planos.

Postulados sobre pontos e retas


P1)A reta é infinita, ou seja, contém infinitos pontos.

146
P2)Por um ponto podem ser traçadas infinitas retas.

P3) Por dois pontos distintos passa uma única reta.

P4) Um ponto qualquer de uma reta divide-a em duas semi-retas.

Postulados sobre o plano e o espaço


P5) Por três pontos não-colineares passa um único plano.

147
P6) O plano é infinito, isto é, ilimitado.
P7) Por uma reta pode ser traçada uma infinidade de planos.

P8) Toda reta pertencente a um plano divide-o em duas regiões chamadas semiplanos.
P9) Qualquer plano divide o espaço em duas regiões chamadas semi-espaços.

Posições relativas de duas retas


No espaço, duas retas distintas podem ser concorrentes, paralelas ou reversas:

148
Temos que considerar dois casos particulares:
retas perpendiculares:

retas ortogonais:

Postulado de Euclides ou das retas paralelas


P10) Dados uma reta r e um ponto P r, existe uma única reta s, traçada por P, tal que r
// s:

149
Determinação de um plano
Lembrando que, pelo postulado 5, um único plano passa por três pontos não-
colineares, um plano também pode ser determinado por:
uma reta e um ponto não-pertencente a essa reta:

duas retas distintas concorrentes:

duas retas paralelas distintas:

Posições relativas de reta e plano


Vamos considerar as seguintes situações:
a) reta contida no plano
Se uma reta r tem dois pontos distintos num plano , então r está contida nesse
plano:

150
b) reta concorrente ou incidente ao plano
Dizemos que a reta r "fura" o plano ou que r e são concorrentes em P quando
.

Observação: A reta r é reversa a todas as retas do plano que não passam pelo ponto P.
c) reta paralela ao plano
Se uma reta r e um plano não têm ponto em comum, então a reta r é paralela a uma
reta t contida no plano ; portanto, r //

Em existem infinitas retas paralelas, reversas ou ortogonais a r.

P11) Se dois planos distintos têm um ponto em comum, então a sua intersecção é dada
por uma única reta que passa por esse ponto.

Perpendicularismo entre reta e plano


Uma reta r é perpendicular a um plano se, e somente se, r é perpendicular a
todas as retas de que passam pelo ponto de intersecção de r e .

151
Note que:
se uma reta r é perpendicular a um plano , então ela é perpendicular ou ortogonal a
toda reta de :

para que uma reta r seja perpendicular a um plano , basta ser perpendicular a duas
retas concorrentes, contidas em :

Observe, na figura abaixo, por que não basta que r seja perpendicular a uma única reta t
de para que seja perpendicular ao plano:

Posições relativas de dois planos


Consideramos as seguintes situações:

152
a) planos coincidentes ou iguais

b) planos concorrentes ou secantes


Dois planos, , são concorrentes quando sua intersecção é uma única reta:

c) planos paralelo
Dois planos, , são paralelos quando sua intersecção é vazia:

Perpendicularismo entre planos


Dois planos, , são perpendiculares se, e somente se, existe uma reta de um
deles que é perpendicular ao outro:

153
Observação: Existem infinitos planos perpendiculares a um plano dado; esses planos
podem ser paralelos entre si ou secantes.
Projeção ortogonal
A projeção ortogonal de um ponto P sobre um plano é a intersecção do plano com
a reta perpendicular a ele, conduzida pelo ponto P:

A projeção ortogonal de uma figura geométrica F ( qualquer conjunto de pontos)


sobre um plano é o conjunto das projeções ortogonais de todos os pontos de F sobre
:

Distâncias

A distância entre um ponto


e um plano é a medida do
segmento cujos extremos são o
ponto e sua projeção ortogonal
sobre o plano:

A distância entre uma reta e


um plano paralelo é a distância
entre um ponto qualquer da reta
e o plano:

154
A distância entre dois
planos paralelos é a distância
entre um ponto qualquer de um
deles e o outro plano:

A distância entre duas retas


reversas, r e s, é a distância
entre um ponto qualquer de
uma delas e o plano que passa
pela outra e é paralelo à
primeira reta:

Ângulos

O ângulo entre duas


retas reversas é o ângulo
agudo que uma delas
forma com uma reta
paralela à outra:

155
O ângulo entre uma
reta e um plano é o
ângulo que a reta forma
com sua projeção
ortogonal sobre o plano:

Observações:

Diedros, triedos, poliedros


Diedros
Dois semiplanos não-coplanares, com origem numa mesma reta, determinam uma
figura geométrica chamada ângulo diédrico, ou simplesmente diedro:

Triedos
Três semi-retas não-coplanares, com origem num mesmo ponto, determinam três
ângulos que formam uma figura geométrica chamada ângulo triédrico, ou simplesmente
triedro:

156
Ângulo poliédrico
Sejam n semi-retas de mesma origem tais que nunca fiquem três num mesmo
semiplano. Essas semi-retas determinam n ângulos em que o plano de cada um deixa as
outras semi-retas em um mesmo semi-espaço. A figura formada por esses ângulos é o
ângulo poliédrico.

Poliedros
Chamamos de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos planos,
pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois somente uma aresta em comum.
Veja alguns exemplos:

157
Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos polígonos são as
arestas e os vértices do poliedro.

Poliedros convexos e côncavos


Observando os poliedros acima, podemos notar que, considerando qualquer uma de
suas faces, os poliedros encontram-se inteiramente no mesmo semi-espaço que essa face
determina. Assim, esses poliedros são denominados convexos.
Isso não acontece no último poliedro, pois, em relação a duas de suas faces, ele não
está contido apenas em um semi-espaço. Portanto, ele é denominado côncavo.

Classificação
Os poliedros convexos possuem nomes especiais de acordo com o número de faces,
como por exemplo:
tetraedro: quatro faces
pentaedro: cinco faces
hexaedro: seis faces
heptaedro: sete faces
octaedro: oito faces
icosaedro: vinte faces

Poliedros regulares
Um poliedro convexo é chamado de regular se suas faces são polígonos regulares,
cada um com o mesmo número de lados e, para todo vértice, converge um mesmo
número de arestas.
Existem cinco poliedros regulares:
Poliedro Planificação Elementos

4 faces triangulares
4 vértices
6 arestas
Tetraedro

158
6 faces quadrangulares
8 vértices
12 arestas
Hexaedro

8 faces triangulares
6 vértices
12 arestas
Octaedro

20 faces triangulares
12 vértices
30 arestas

Icosaedro

Relação de Euler
Em todo poliedro convexo é válida a relação seguinte:
V-A+F=2
em que V é o número de vértices, A é o número de arestas e F, o número de faces.
Observe os exemplos:

V=8 A=12 F=6 V = 12 A = 18 F = 8


8 - 12 + 6 = 2 12 - 18 + 8 = 2

Poliedros platônicos
Diz-se que um poliedro é platônico se, e somente se:
a) for convexo;
b) em todo vértice concorrer o mesmo número de arestas;
c) toda face tiver o mesmo número de arestas;
d) for válida a relação de Euler.

159
Assim, nas figuras acima, o primeiro poliedro é platônico e o segundo, não-
platônico.

Prismas
Na figura abaixo, temos dois planos paralelos e distintos, , um polígono
convexo R contido em e uma reta r que intercepta , mas não R:

Para cada ponto P da região R, vamos considerar o segmento , paralelo à reta r


:

Assim, temos:

160
Chamamos de prisma ou prisma limitado o conjunto de todos os segmentos
congruentes paralelos a r.

Elementos do prisma
Dados o prisma a seguir, consideramos os seguintes elementos:

bases:as regiões poligonais R e S


altura:a distância h entre os planos
arestas das bases:os lados ( dos
polígonos)
arestas laterais:os segmentos
faces laterais: os paralelogramos AA'BB', BB'C'C, CC'D'D, DD'E'E, EE'A'A
Classificação
Um prisma pode ser:
reto: quando as arestas laterais são perpendiculares aos planos das bases;
oblíquo: quando as arestas laterais são oblíquas aos planos das bases.
Veja:

161
prisma oblíquo
prisma reto
Chamamos de prisma regular todo prisma reto cujas bases são polígonos regulares:

prisma regular hexagonal


prisma regular triangular
Observação: As faces de um prisma regular são retângulos congruentes.

Secção
Um plano que intercepte todas as arestas de um prisma determina nele uma região
chamada secção do prisma.
Secção transversal é uma região determinada pela intersecção do prisma com um
plano paralelo aos planos das bases ( figura 1). Todas as secções transversais são
congruentes ( figura 2).

Áreas
Num prisma, distinguimos dois tipos de superfície:as faces e as bases. Assim, temos
de considerar as seguintes áreas:
a) área de uma face (AF ):área de um dos paralelogramos que constituem as faces;
b) área lateral ( AL ):soma das áreas dos paralelogramos que formam as faces do prisma.

162
No prisma regular, temos:
AL = n . AF (n = número de lados do polígono da base)
c) área da base (AB): área de um dos polígonos das bases;
d) área total ( AT): soma da área lateral com a área das bases
AT = AL + 2AB
Vejamos um exemplo.
Dado um prisma hexagonal regular de aresta da base a e aresta lateral h, temos:

Paralelepípedo
Todo prisma cujas bases são paralelogramos recebe o nome de
paralelepípedo.Assim, podemos ter:
b) paralelepípedo reto

a) paralelepípedo oblíquo

Se o paralelepípedo reto tem bases retangulares, ele é chamado de paralelepípedo


reto-retângulo,ortoedro ou paralelepípedo retângulo.

Paralelepípedo retângulo
Seja o paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c da figura:

163
Temos quatro arestas de medida a, quatro arestas de medida b e quatro arestas de
medida c; as arestas indicadas pela mesma letra são paralelas.

Diagonais da base e do paralelepípedo


Considere a figura a seguir:

db = diagonal da base
dp = diagonal do paralelepípedo

Na base ABFE, temos:

No triângulo AFD, temos:

164
Área lateral
Sendo AL a área lateral de um paralelepípedo retângulo, temos:

AL= ac + bc + ac + bc = 2ac + 2bc =AL = 2(ac + bc)

Área total
Planificando o paralelepípedo, verificamos que a área total é a soma das áreas de
cada par de faces opostas:

AT= 2( ab + ac + bc)

Volume
Por definição, unidade de volume é um cubo de aresta 1. Assim, considerando um
paralelepípedo de dimensões 4, 2 e 2, podemos decompô-lo em 4 . 2 . 2 cubos de aresta
1:

165
Então, o volume de um paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c é dado por:
V = abc
Como o produto de duas dimensões resulta sempre na área de uma face e como
qualquer face pode ser considerada como base, podemos dizer que o volume do
paralelepípedo retângulo é o produto da área da base AB pela medida da altura h:

Cubo
Um paralelepípedo retângulo com todas as arestas congruentes ( a= b = c) recebe o
nome de cubo. Dessa forma, as seis faces são quadrados.

Diagonais da base e do cubo


Considere a figura a seguir:

dc=diagonal do cubo
db = diagonal da base

Na base ABCD, temos:

166
No triângulo ACE, temos:

Área lateral
A área lateral AL é dada pela área dos quadrados de lado a:

AL=4a2

Área total
A área total AT é dada pela área dos seis quadrados de lado a:

AT=6a2

Volume
De forma semelhante ao paralelepípedo retângulo, o volume de um cubo de aresta a
é dado por:
V= a . a . a = a3

Generalização do volume de um prisma

167
Para obter o volume de um prisma, vamos usar o princípio de Cavalieri (
matemático italiano, 1598 - 1697), que generaliza o conceito de volume para sólidos
diversos.
Dados dois sólidos com mesma altura e um plano , se todo plano , paralelo a ,
intercepta os sólidos e determina secções de mesma área, os sólidos têm volumes iguais:

Se 1 é um paralelepípedo retângulo, então V2 = ABh.


Assim, o volume de todo prisma e de todo paralelepípedo é o produto da área da
base pela medida da altura:
Vprisma = ABh
Cilindro
Na figura abaixo, temos dois planos paralelos e distintos, , um círculo R
contido em e uma reta r que intercepta , mas não R:

Para cada ponto C da região R, vamos considerar o segmento , paralelo à reta r


:

168
Assim, temos:

Chamamos de cilindro, ou cilindro circular, o conjunto de todos os segmentos


congruentes e paralelos a r.

Elementos do cilindro
Dado o cilindro a seguir, consideramos os seguintes elementos:

169
bases: os círculos de centro O e O'e raios r
altura: a distância h entre os planos
geratriz: qualquer segmento de extremidades nos pontos das circunferências das bases (
por exemplo, ) e paralelo à reta r
Classificação do Cilindro
Um cilindro pode ser:
circular oblíquo: quando as geratrizes são oblíquas às bases;
circular reto: quando as geratrizes são perpendiculares às bases.
Veja:

O cilindro circular reto é também chamado de cilindro de revolução, por ser gerado
pela rotação completa de um retângulo por um de seus lados. Assim, a rotação do
retângulo ABCD pelo lado gera o cilindro a seguir:

170
A reta contém os centros das bases e é o eixo do cilindro.

Secção
Secção transversal é a região determinada pela intersecção do cilindro com um
plano paralelo às bases. Todas as secções transversais são congruentes.

Secção meridiana é a região determinada pela intersecção do cilindro com um plano


que contém o eixo.

171
Áreas
Num cilindro, consideramos as seguintes áreas:
a) área lateral (AL)
Podemos observar a área lateral de um cilindro fazendo a sua planificação:

Assim, a área lateral do cilindro reto cuja altura é h e cujos raios dos círculos das
bases são r é um retângulo de dimensões :

b) área da base ( AB):área do círculo de raio r

c) área total ( AT): soma da área lateral com as áreas das bases

Volume
Para obter o volume do cilindro, vamos usar novamente o princípio de Cavalieri.
Dados dois sólidos com mesma altura e um plano , se todo plano , paralelo ao
plano , intercepta os sólidos e determina secções de mesma área, os sólidos têm
volumes iguais:

Se 1 é um paralelepípedo retângulo, então V2 = ABh.

172
Assim, o volume de todo paralelepípedo retângulo e de todo cilindro é o produto
da área da base pela medida de sua altura:
Vcilindro = ABh
No caso do cilindro circular reto, a área da base é a área do círculo de raio r
;
portanto seu volume é:

Cilindro eqüilátero
Todo cilindro cuja secção meridiana é um quadrado ( altura igual ao diâmetro da
base) é chamado cilindro eqüilátero.

:
Cone circular
Dado um círculo C, contido num plano , e um ponto V ( vértice) fora de ,
chamamos de cone circular o conjunto de todos os segmentos .

173
Elementos do cone circular
Dado o cone a seguir, consideramos os seguintes elementos:

altura: distância h do vértice V ao plano


geratriz (g):segmento com uma extremidade no ponto V e outra num ponto da
circunferência
raio da base: raio R do círculo
eixo de rotação:reta determinada pelo centro do círculo e pelo vértice do cone

Cone reto
Todo cone cujo eixo de rotação é perpendicular à base é chamado cone reto,
também denominado cone de revolução. Ele pode ser gerado pela rotação completa de
um triângulo retângulo em torno de um de seus catetos.

Da figura, e pelo Teorema de Pitágoras, temos a seguinte relação:

174
g2 = h2 + R2
Secção meridiana
A secção determinada, num cone de revolução, por um plano que contém o eixo de
rotação é chamada secção meridiana.

Se o triângulo AVB for eqüilátero, o cone também será eqüilátero:

Áreas
Desenvolvendo a superfície lateral de um cone circular reto, obtemos um setor circular
de raio g e comprimento :

Assim, temos de considerar as seguintes áreas:


a) área lateral (AL): área do setor circular

175
b) área da base (AB):área do circulo do raio R

c) área total (AT):soma da área lateral com a área da base

Volume
Para determinar o volume do cone, vamos ver como calcular volumes de sólidos de
revolução. Observe a figura:

d = distância do centro
de gravidade (CG) da
sua superfície ao eixo e
S=área da superfície

Sabemos, pelo Teorema de Pappus - Guldin, que, quando uma superfície gira em
torno de um eixo e, gera um volume tal que:

Vamos, então, determinar o volume do cone de revolução gerado pela rotação de


um triângulo retângulo em torno do cateto h:

O CG do triângulo está a uma distância do eixo de rotação. Logo:

Pirâmides

176
Dados um polígono convexo R, contido em um plano , e um ponto V ( vértice)
fora de , chamamos de pirâmide o conjunto de todos os segmentos .

Elementos da pirâmide
Dada a pirâmide a seguir, temos os seguintes elementos:

base: o polígono convexo R


arestas da base: os lados do polígono
arestas laterais: os segmentos
faces laterais: os triângulos VAB, VBC, VCD, VDE, VEA
altura: distância h do ponto V ao plano

Classificação
Uma pirâmide é reta quando a projeção ortogonal do vértice coincide com o centro
do polígono da base.
Toda pirâmide reta, cujo polígono da base é regular, recebe o nome de pirâmide
regular. Ela pode ser triangular, quadrangular, pentagonal etc., conforme sua base seja,
respectivamente, um triângulo, um quadrilátero, um pentágono etc.
Veja:

177
Observações:
1ª) Toda pirâmide triangular recebe o nome do tetraedro. Quando o tetraedro possui
como faces triângulos eqüiláteros, ele é denominado regular ( todas as faces e todas as
arestas são congruentes).

2ª) A reunião, base com base, de duas pirâmides regulares de bases quadradas resulta
num octaedro. Quando as faces das pirâmides são triângulos eqüiláteros, o octaedro é
regular.

Secção paralela à base de uma pirâmide


Um plano paralelo à base que intercepte todas as arestas laterais determina uma
secção poligonal de modo que:
as arestas laterais e a altura sejam divididas na mesma razão;

178
a secção obtida e a base sejam polígonos semelhantes;
as áreas desses polígonos estejam entre si assim como os quadrados de suas distâncias
ao vértice.

Relações entre os elementos de uma pirâmide regular


Vamos considerar uma pirâmide regular hexagonal, de aresta lateral l e aresta da
base a:

Assim, temos:
A base da pirâmide é um polígono regular inscritível em um círculo de raio OB = R.

179
A face lateral da pirâmide é um triângulo isósceles.

Os triângulos VOB e VOM são retângulos.

Áreas
Numa pirâmide, temos as seguintes áreas:
a) área lateral ( AL): reunião das áreas das faces laterais
b) área da base ( AB): área do polígono convexo ( base da pirâmide)
c) área total (AT): união da área lateral com a área da base
AT = AL +AB
Para uma pirâmide regular, temos:

em que:

180
Volume
O princípio de Cavalieri assegura que um cone e uma pirâmide equivalentes
possuem volumes iguais:

Troncos
Se um plano interceptar todas as arestas de uma pirâmide ou de um cone,
paralelamente às suas bases, o plano dividirá cada um desses sólidos em dois outros:
uma nova pirâmide e um tronco de pirâmide; e um novo cone e um tronco de cone.
Vamos estudar os troncos.
Tronco da pirâmide
Dado o tronco de pirâmide regular a seguir, temos:

as bases são polígonos regulares paralelos e semelhantes;


as faces laterais são trapézios isósceles congruentes.

Áreas
Temos as seguintes áreas:
a) área lateral (AL): soma das áreas dos trapézios isósceles congruentes que formam as
faces laterais
b) área total (AT): soma da área lateral com a soma das áreas da base menor (Ab) e
maior (AB)

181
AT
=AL+AB+Ab

Volume
O volume de um tronco de pirâmide regular é dado por:

Sendo V o volume da pirâmide e V' o volume da pirâmide obtido pela secção é


válida a relação:

Tronco do cone
Sendo o tronco do cone circular regular a seguir, temos:

as bases maior e menor são paralelas;


a altura do tronco é dada pela distância entre os planos que contém as bases.
Áreas
Temos:
a) área lateral

182
b) área total

Volume

Sendo V o volume do cone e V' o volume do cone obtido pela secção são válidas as
relações:

Esfera
Chamamos de esfera de centro O e raio R o conjunto de pontos do espaço cuja
distância ao centro é menor ou igual ao raio R.
Considerando a rotação completa de um semicírculo em torno de um eixo e, a esfera
é o sólido gerado por essa rotação. Assim, ela é limitada por uma superfície esférica e
formada por todos os pontos pertencentes a essa superfície e ao seu interior.

Volume
O volume da esfera de raio R é dado por:

183
Partes da esfera
Superfície esférica
A superfície esférica de centro O e raio R é o conjunto de pontos do es[aço cuja
distância ao ponto O é igual ao raio R.
Se considerarmos a rotação completa de uma semicircunferência em torno de seu
diâmetro, a superfície esférica é o resultado dessa rotação.

A área da superfície esférica é dada por:

Zona esférica
É a parte da esfera gerada do seguinte modo:

A área da zona esférica é dada por:

Calota esférica
É a parte da esfera gerada do seguinte modo:

Ä área da calota esférica é dada por:

184
Fuso esférico
O fuso esférico é uma parte da superfície esférica que se obtém ao girar uma semi-
circunferência de um ângulo em torno de seu eixo:

A área do fuso esférico pode ser obtida por uma regra de três simples:

Cunha esférica
Parte da esfera que se obtém ao girar um semicírculo em torno de seu eixo de um
ângulo :

O volume da cunha pode ser obtido por uma regra de três simples:

185
Prismas: (triangular, quadrangular e hexagonal)

Obs: a letra "lambda" representa a medida do lado da base.

Paralelepípedo:

186
Cubo:

Pirâmide:

Tetraedro:

Cilindro:

Cone:

187
Esfera:

Esfera:

Tronco de Cone:

188
Área das figuras planas

Quadrado
Rectângulo

Triângulo Paralelogramo

Trapézio Losango

Triângulo equilátero

Referências
DEMANA, F. D. et al. Pré Cálculo: gráfico, numérico e algébrico, 2a Edição. 2013.

189

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