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Fotografia Nas Aulas de Artes Nas Escolas Públicas DE SOMBRIO-SC: Refletindo A Prática Do Professor

Este trabalho discute a presença da fotografia nas aulas de artes nas escolas públicas de Sombrio-SC, tendo como objetivo principal entender a percepção dos professores sobre essa linguagem artística. A autora realizou uma pesquisa de campo aplicando questionários com professores de artes da região para analisar como eles abordam a fotografia em sala de aula. Os resultados indicaram que a fotografia está presente nas aulas, mesmo que como
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Fotografia Nas Aulas de Artes Nas Escolas Públicas DE SOMBRIO-SC: Refletindo A Prática Do Professor

Este trabalho discute a presença da fotografia nas aulas de artes nas escolas públicas de Sombrio-SC, tendo como objetivo principal entender a percepção dos professores sobre essa linguagem artística. A autora realizou uma pesquisa de campo aplicando questionários com professores de artes da região para analisar como eles abordam a fotografia em sala de aula. Os resultados indicaram que a fotografia está presente nas aulas, mesmo que como
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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE ARTES VISUAIS

GABRIELA DA SILVA BORGES

FOTOGRAFIA NAS AULAS DE ARTES NAS ESCOLAS PÚBLICAS


DE SOMBRIO-SC: refletindo a prática do professor

CRICIÚMA, DEZEMBRO 2010


GABRIELA DA SILVA BORGES

FOTOGRAFIA NAS AULAS DE ARTES NAS ESCOLAS PÚBLICAS

DE SOMBRIO-SC: refletindo a prática do professor

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


para obtenção do grau de Licenciado no curso
de Licenciatura em Artes Visuais da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC.

Orientadora: Prof.ª Aurélia Regina de Souza Honorato

CRICIÚMA, DEZEMBRO 2010


2

GABRIELA DA SILVA BORGES

FOTOGRAFIA NAS AULAS DE ARTES NAS ESCOLAS PÚBLICAS

DE SOMBRIO-SC: refletindo a prática do professor

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela


Banca Examinadora para obtenção do Grau de
Licenciada no Curso de Artes Visuais da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC, com Linha de Pesquisa em Arte e
Educação.

Criciúma, 01 de Dezembro de 2010

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Aurélia Regina de Souza Honorato – Mestre - (UNESC) – orientadora

Prof. Guilherme de Quadra Esmeraldino - Especialista - (UNESC)

Prof. Silemar Maria de Medeiros da Silva - Mestre - (UNESC)


3

Dedico este trabalho aos meus pais que


batalharam para pagar meus estudos, e que
sem eles hoje não estaria aqui, pois eles são
as razões da minha vida.
4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço ao meu Pai Deus, por me oportunizar em estar


hoje aqui com coragem, determinação, fazendo esse trabalho de conclusão de
curso.
Aos meus Pais Ana Maria da Silva Borges e Nilsonei Borges, por
cuidarem de mim e por estar sempre ao meu lado, batalhando para poder me
oferecer um estudo de boa qualidade, pois muitas vezes abriram mão de algo que
desejavam para me ajudar a pagar meus estudos.
A minha melhor amiga e irmã Camila Borges da Silva (in memoriam) que
sempre me incentivou em meus estudos e apoiou-me até onde pode, sei que ela
sempre manda forças positivas e luz magnífica de onde ela está, pois acredito que
ela ficaria muito orgulhosa de ver esta conclusão de curso a qual esteve presente
desde o início, obrigada por tudo, te amarei eternamente.
Aos meus colegas de classe em especial Cristina Américo, Lisiane
Spilere, Andressa Vitali, Maria Luiza Alberton, Maria Isabel e Claudia por nesses
quatro anos estarem ao meu lado, me ajudando e me apoiando principalmente nas
horas mais difíceis. Vocês serão sempre minhas amigas de verdade e sempre
estarão em meu coração.
Aos professores do curso de Artes Visuais, pelas oportunidades que
criaram de partilha do saber. A coordenação do curso, pela disposição de escuta e
pelo apoio de diferentes formas e em diferentes momentos.
Ao meu namorado Daniel Possamai Vieira, por estar ao meu lado neste
quatro anos.
Aos professores que contribuíram respondendo aos questionários, por
serem receptivos, deixo aqui meu sincero agradecimento.
Aos professores Guilherme de Quadra e Silemar Maria Medeiros da Silva
por aceitarem contribuir com esta pesquisa compondo a banca examinadora.
E a minha orientadora, Aurélia Regina Honorato, uma pessoa maravilhosa
que não há palavras para citar inúmeras qualidades e também não tenho palavras
para dizer o quanto sou grata. Deixo expresso, meu muito obrigado pela força que
me deste, pelo seu olhar crítico, paciência, determinação, carinho, pois não poderia
ter escolhido uma orientadora tão boa quanto você, sempre sendo amiga e com
5

palavras justas, muito obrigada por me ajudar na construção deste trabalho sou
eternamente grata.
6

“A arte consiste em fazer os outros sentirem


o que nós sentimos, em os libertar deles
mesmos, propondo-lhes a nossa
personalidade para especial libertação.”
Fernando Pessoa
7

RESUMO

Essa pesquisa tem por tema Arte e Fotografia, que buscou analisar se os
professores de Artes no município de Sombrio-SC trabalham a fotografia em suas
aulas. A escolha do meu tema partiu das dificuldades que encontrei no meu estágio
dos alunos do ensino fundamental e médio em trabalhar novas linguagens na sala
de aula. Tendo como problema ivestigar se os professores de artes das escolas do
município de Sombrio-SC trabalham a linguagem da fotografia e com objetivo Geral
de perceber qual o entendimento dos professores de Artes do município de Sombrio
sobre a linguagem fotográfica e que conceitos possuem sobre a mesma linguagem.
Assim, optei pela pesquisa de campo qualitativa, aplicada a professores de Artes no
município – SC através de questionários. O referencial teórico foi aprofundado a
partir de autores que discutem a arte e seus desdobramentos na educação. Foi
possível verificar nesta pesquisa que a fotografia esta presente nas aulas, mesmo
sendo como instrumento, e que todos os professores gostam e entendem fotografia
como arte.

Palavras-chave: Arte. Ensino da arte. Fotografia. Formação de professores de


Artes.
8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LDB – Lei das Diretrizes de Base da Educação Nacional


PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais
PPP – Projeto Político Pedagógico
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense
9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................13
2.1 Conceito de Arte................................................................................................13
2.2 A arte e a escola ................................................................................................17
2.3 Formação do Professor de Artes ....................................................................20
2.4 A fotografia como arte e sua inserção na sala de aula ..................................23
3 METODOLOGIA ....................................................................................................29
3.1 A pesquisa .........................................................................................................29
3.2 Campo investigatório........................................................................................30
3.3 Os pesquisados.................................................................................................31
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................33
5 PROJETO DE CURSO ..........................................................................................39
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................41
REFERÊNCIAS.........................................................................................................44
ANEXO .....................................................................................................................47
10

1 INTRODUÇÃO

Em minha infância fui uma menina quieta. Lembro-me que adorava


dançar e a dança foi algo que sempre me encantou, por isso sonhava em ser uma
bailarina ou uma professora de dança.
Durante a vida escolar, adorava estar no meio das atividades onde a
dança estava em foco. Fiquei tão encantada pelas atividades de dança na escola,
que a disciplina com a qual mais me identifiquei foi Educação Artística.
Eram aulas que conseguiam expor minha expressão através de papel e o
lápis de cor, adorava pintar, recortar e fazer colagem. As atividades nestas aulas
eram sempre as mesmas, mas mesmo assim as adorava, porém visualizava a
Educação Artística como uma descontração das outras aulas.
Entrando na universidade e cursando Licenciatura em Artes Visuais foi
que percebi a complexidade do Ensino da Arte e sua importância no
desenvolvimento cognitivo e sensível das crianças e jovens nas escolas.
Dentro do curso que escolhi a disciplina de fotografia me encantou como
a dança me encantava na infância, a dança me dava liberdade para me expressar
através do corpo, e a fotografia me fez expressar o mesmo sentimento, mas através
do olhar.
Através da disciiplina de fotografia tive entendimento melhor sobre essa
linguagem, então optei ter como profissao ao qual hoje, faço registros constantes
dos movimentos do corpo, pois trabalho com pessoas como modelos para minha
produção artística. Quando estou com uma máquina fotográfica na mão, esqueço-
me do mundo real e viajo para o mundo da imaginação, onde cada click que faço
uso minha total criatividade.
Esta sensação que tenho foi o meu despertar para investigar a linguagem
fotográfica na escola, em especial na aula de Artes. Além da minha experiência com
a arte fotográfica tive oportunidade de estagiar, como professora de Artes em duas
turmas do Ensino Médio no município de Sombrio – SC.
A possibilidade que obtive de incluir a arte fotográfica na sala de aula me
fez perceber o quanto a disciplina de Artes está perdendo, assim como os alunos e
professores, em não vivenciar a linguagem fotográfica em seu cotidiano escolar.
11

Observo a fotografia em sala de aula de duas formas, a primeira como


possibilidade de apontar questões de ordem pedagógica e a segunda com
capacidade de despertar curiosidade, portanto acredito que essa comunicação
através da fotografia também pode contribuir de forma imediata com nossa relação
com o mundo.
Analisando por este pressuposto a fotografia se torna importante para que
seja trabalhada em sala de aula, sendo direcionada para a ampliação da percepção
dos alunos, possibilitando que tenham olhar critico sobre o mundo que os cerca,
propiciando autonomia e formação de opinião.
Percebo que atualmente muitas pessoas são influenciadas por não
saberem o que realmente querem e suas decisões correspondem a padrões
midiáticos e sociais. Nesse meio o consumo se dá pela aparência, onde as belas
imagens fotográficas são o ponto inicial de qualquer produto, sendo maciçamente
alvo dos marketeiros e publicitários.
Nossos olhos são enganados por belas imagens de lindas mulheres,
pratos visualmente saborosos, produtos em mirabolantes embalagens, entretanto
em seu interior são totalmente diferentes do que nos é apresentado.
Nos estágios que atuei, observei que os alunos sentiam desejo de
conhecer e experimentar outros tipos de linguagens visuais, além das usuais
apresentadas, como o desenho e a pintura. partindo das dificuldades que encontrei,
comecei a questionar-me o quanto poderia ser interessante, trabalhar a linguagem
fotográfica nas aulas de Artes.
E seguindo essa linha de pensamento me pergunto: Será que os
professores de Artes do município de Sombrio estão qualificados para trabalhar a
fotografia nas suas aulas? Como os professores de Artes em Sombrio vêem a
linguagem fotográfica? Como os professores de Artes planejam suas aulas? Será
que eles percebem a fotografia como arte? Qual a importância da fotografia para o
ser humano?
Entendendo ser de grande importância para a formação de pessoas com
visão crítica, com o intuito de trazer para dentro da escola e em especial nas aulas
de Artes a fotografia, tanto no ensino fundamental como no médio, trago nessa
pesquisa meu problema , que é o de investigar e analisar se os professores de Artes
da rede pública de ensino do município de Sombrio/SC estão utilizando a linguagem
fotográfica em suas aulas.
12

Nesse trabalho de conclusão de curso, através de pesquisa qualitativa,


utilizei-me como fonte teórica alguns autores que discutem a arte, o ensino da arte e
a fotografia. E está estruturada da seguinte forma:
No primeiro capitulo exponho um pouco sobre o conceito de arte, sua
história e o seu imenso valor para a sociedade atual.
Segundo capítulo descrevo sobre o ensino da arte e suas implicações na
escola, trazendo breves palavras sobre os “Parâmetros curriculares nacionais”.
Em terceiro capítulo discorro sobre a formação do professor de Artes e
suas contribuições na formação dos alunos do Ensino Fundamental e Médio.
Ao quarto capítulo reflito sobre a linguagem fotográfica e sua relevância
para o ensino da arte e para a formação de um ser de visão critica.
O quinto capítulo apresento a metodologia utilizada nesta referida
pesquisa, assim como relato o campo investigativo.
Sexto capítulo trago as analise de dados que foram coletadas junto aos
professores de Artes do município de Sombrio/SC.
Sétimo e último capítulo apresento projeto de curso ao qual tem como
posiibilitar aos professores de Artes conhecimento sobre a fotografia e seu uso em
sala de aula, trago as minhas considerações finais acerca desta experiência de
pesquisa com os professores de Artes das escolas públicas de Sombrio/SC.
13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Conceito de Arte

Sabe-se que a arte está presente no mundo desde a antiguidade, quando


os homens da Pré-História, expressavam nas paredes das cavernas suas
representações das caças e seu dia-dia, bem como reproduziam esculturas de
madeira, osso e pedras, tudo com significados para aquela época, ou seja, não
desenhavam sem um motivo prévio. O que entendemos é que através do desenho
acreditavam impor forças sobre o animal que iriam caçar (como se estivessem
apreendendo-os). Para esta evolução “o homem que desenhou um bisão em uma
caverna pré-histórica teve de aprender a construir conhecimentos para difundir essa
prática” (BRASIL, 1998, p.20).
Durante a história sempre houveram discussões sobre o significado da
palavra arte, pois para podermos entender a arte primeiramente precisamos
compreendê-la, pois Arte tem vários significados.

Antes mesmo de saber escrever, o homem expressou e interpretou o


mundo em que vivia pela linguagem da arte. A caverna, com sua umidade
rochosa, foi ateliê do homem pré-histórico. Diante dos mistérios do que lhe
era desconhecido, o artista retirava-se para ficar a sós na caverna. Por dias
e dias, nela habitava, desvendando pelo fazer das mãos e pela força
imaginante, o que não compreendia, mas sonhava compreender.
(MARTINS, 1998, p.34)

Algumas pessoas interpretam a arte como criação, já outros, acreditam


que é uma forma de imitação. Para Bosi (2000 p.13):

Arte é um fazer. A arte é um conjunto de atos pelos quais se muda e se


transforma a matéria oferecida pela natureza e pela cultura. Nesse sentido
qualquer atividade humana, desde que conduzida regularmente a um fim,
pode chamar-se artística.

A arte tem como formas de criação as linguagens, estas podem ser


visuais, musicais, cênicas, de dança, fotográficas, entre outras. Todas essas
14

criações são, para o artista de um modo particular, suas formas de ser e pensar em
sua estada no mundo (MARTINS, 1998).
Quando se trabalha com a linguagem da arte, a mente e o coração atuam
juntos, e isso contribui na formação de sujeitos críticos, observadores e sensíveis. O
ser humano através da linguagem da arte transforma, cria, inventa a matéria
oferecida pela natureza e pela cultura em algo significativo. Desta forma é de
fundamental importância que o homem conheça e vivencie o universo da arte, pois
isso possibilita o desenvolvimento dos sentidos auditivos, visuais, táteis, sensoriais,
assim como contribui na formação da consciência crítica e do seu
autoconhecimento.

Pode se dizer que linguagem é um sistema simbólico e toda linguagem é


um sistema de signos...Somos radiados por ruidosas linguagens verbais e
não verbais – sistemas de signos- que servem de meio de expressão e
comunicação entre nós, humanos, e podem ser percebidas por diversos
órgãos dos sentidos, o que nos permite identificar e diferenciar, por
exemplo. Uma linguagem oral (a fala). Uma linguagem gráfica (a escrita, um
gráfico), uma linguagem tátil (o sistema de escrita braile, um beijo), uma
linguagem auditiva (o apito do guarda ou do Juiz de futebol)...e a linguagem
visual(o desenho, a pintura, a escultura, a fotografia, o cinema) entre
outras...Nossa penetração na realidade, portanto, é sempre mediada por
linguagem, por sistemas simbólicos. (Martins, 1998, p.37).

Para a autora quando nos damos conta disso, vemos que a linguagem é a
forma essencial da nossa experiência no mundo e, conseqüentemente, reflete nosso
modo de estar no mundo. Por isso é que toda linguagem é um sistema de
representações pelo qual olhamos, agimos e nos tornamos conscientes da
realidade.
Segundo Martins (1998) a arte não envelhece porque o ser humano que a
contempla é sempre novo, ou sua leitura terá outro olhar pela infinita capacidade do
homem de perceber, sentir, pensar, imaginar, emocionar-se e construir significações
diante de formas artísticas.
A criação artística desvela imagens sonoras, visuais, cênicas num modo
singular de captar e poetizar a realidade (MARTINS, 1998).
O trabalho do artista é transbordamento de vida interior, sua identidade,
sua vivência. Em sua produção artística esta registrada sua personalidade, sua
identidade, seus valores (CORREA, 2007, In OLIVEIRA )
15

O artista é um ser sensível, intuitivo e criativo vivente entre os homens


comuns, pois sabemos que este é voz que se altera através dos materiais que utiliza
para criar suas obras. É através de sua arte que estabelece novas formas de
expressão, de idéias, de sentimentos (CORREA, 2007, In OLIVEIRA)
A arte, como uma linguagem representa os sentidos, transmite
significados que não podem ser transmitidos através de nenhum outro tipo de
linguagem, tais como as linguagens discursivas e científicas, pois a arte como
linguagem permite ao apreciador uma viagem cognitiva intima, algo que somente o
apreciador pode entender e sentir o que a arte lhe esta transmitindo. Melhor
dizendo, a mesma obra de arte pode ter entendimentos e sentimentos transmitidos
de forma diferente para cada observador.
Para Cesar, Piovan (2007, p.23) a “arte, portanto, nada mais é do que a
capacidade do homem de expressar em matéria – pedra, tecido, papel ou outras
formas – as interiorizações, criações e retratações do mundo que vive”.
Mesmo que não sejamos cultos em saber o que venha ser a arte, ou seja,
que não tenhamos um conhecimento culto dos elementos artísticos contidos em um
objeto ou uma obra e quais foram às técnicas utilizadas pelo artista, ainda sim
conseguimos interpretá-la e senti-la, mesmo da forma mais simples, pois qualquer
objeto de arte mexe com os nossos sentidos mais íntimos, um deles nossa própria
imaginação.
Sendo que para poder compreender a cultura de um país, primeiramente
precisamos entender a arte. Se não houver conhecimento nenhum sobre a arte de
uma sociedade, não poderemos ter conhecimento de sua cultura.
Aqueles que estão ligados na tarefa essencial de fundar a identificação
cultural, não podem alcançar um resultado significativo sem o conhecimento das
artes.
Encontramos pessoas que não sentem interesse pela arte e nem por
movimentos ligados a mesma, porém o que talvez elas não imaginem é que a arte
não se restringe apenas a pinturas ou esculturas ela também pode ser apresentada
em formas mais populares e nas mais diversas culturas, como a música, o cinema a
dança e a fotografia.
Através da poesia contida na imagem ilustrativa as artes falam aquilo que
as demais ciências não podem dizer, por que elas usam outro tipo de linguagem, a
escrita e científica, que sozinhas não são capazes de entender as diferenças
16

culturais. Dentre muitas, as artes visuais, tendo a imagem como matéria-prima,


tornam possíveis a visualização de quem somos, onde estamos e como sentimos.
A ciência e arte estão intimamente ligadas entre si, como os pulmões e o
coração de tal que se forma que um destes órgãos esta pervertido, o outro não
consegue funcionar. (TOLSTÓI, 2002)
A arte na educação como forma de expressão pessoal e como reflexo
cultural é instrumento de extrema importância e que torna possível a identificação
cultural de um determinado grupo social. Com as artes podemos desenvolver a
percepção, incentivar a imaginação, apreender a realidade do meio em que vivemos,
Como traz PCNs (BRASIL, 2008, p.177)

O ideário sobre o ensino da Arte contempla as diferenças de raça, etnia,


religião, classe social, gênero, opiniões sexuais, e um olhar mais sistemático
sobre outras culturas. Denuncia, ainda, ausência das mulheres na historia
as arte e nos seus circuitos de difusão, circulação e prestigio. Considera-se,
ainda, a educação especial, tomando o aluno portador de necessidades
educacionais especiais como detentor de cultura de minoria de espaço
escolar, pondo em pauta a necessidade de reforçar a herança estética e
artística dos alunos de acordo com seu meio ambiental. Enfim exigem
valores estéticos mais democráticos, o que se chama de alfabetização
cultura: possibilitar que o aluno desenvolva competências em múltiplos
sistemas de percepção, avaliação e prática da arte.

O simples fato de termos a arte inserida na grade curricular nas aulas do


ensino fundamental e médio, não a torna algo mágico que irá tornar o individuo um
ser pensante, critico ou ainda alguém preparado para contribuir para com a sua
sociedade. Para tal se faz necessário que gestores públicos e educadores
compreendam e ponham em prática o ensino da arte, tal como nos permite a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação e também ampliem seus olhares para o significado
e sentido da arte existir na escola.

Desde minha passagem pela escola básica e também pelos estágios ainda é
visível o desleixo para com a disciplina de Artes. A arte nas escolas, pelo menos nas
que freqüentei, ainda é vista quase que exclusivamente como um mero fazer, seja
na produção de cartazes para as festas comemorativas, ou de lembranças para os
dias especiais, como dias das mães e pais.

É visível inclusive o despreparo de alguns professores de Artes, seja pelo


transcurso do tempo de formação, para aqueles antigos que não vieram
acompanhando as transformações sociais e tecnológicas atuais, seja por aqueles
17

formados a pouco, por sua falta de interesse pessoal, minada pela falta de cultura
advinda de sua formação. Esta falta de preparação do professor para ensinar artes é
um problema crucial, a qual nos leva inclusive, em muitos casos, vindo confundir
improvisação com criatividade.

Quando se vê um trabalho significativo fica claro como a arte é importante no


âmbito educacional, pois procura através das análises e tendências individuais,
encaminhar e contribuir na formação do gosto, estimulando assim a inteligência e o
conhecimento e ainda ajudando e muito na formação de nossa personalidade.

No próximo capítulo trago um pouco do percurso do ensino da arte no Brasil


procurando contextualizar esta situação que percebo no ensino hoje e buscando
refletir com esses pontos positivos e negativos que vim demonstrando acima.

2.2 A arte e a escola

O Ensino da arte tem como objetivo possibilitar que o aluno ao, conhecê-
la, desenvolva potencialidades como a percepção, a observação, a imaginação e a
sensibilidade, podendo assim contribuir para a consciência do seu lugar no mundo e
para a ampliação de seu olhar estético na compreensão dos conhecimentos nas
diversas áreas.
Martins (1998) informa que em 1971 a Lei 5.692, trouxe a reforma do
ensino de 1º e 2º grau no Brasil, desde então a arte passou a integrar o currículo da
educação básica, mas como atividade e não como disciplina, e também a ser tratada
como meio de sensibilização e conhecimento.
Segundo Barbosa (1991) em 1973 foram instituídos também cursos
universitários pelo Governo Federal para formar artistas educadores. O currículo
desses cursos baseava-se em prática em ateliês, seguida de alguma informação
teórica sobre arte, principalmente sobre história da arte.
Segundo Martins (1998) no período compreendido entre as décadas de
80 e 90 do século XX, muitas das escolas no Brasil, apresentavam um total
desprezo pelas aulas de Artes, tendo suas horas reduzidas ou até mesmo ausentes.
18

Foi através de congressos nacionais e internacionais sobre arte e


educação, que se passou a discutir sobre os cursos de formação em Artes desde a
pré-escola aos cursos de especialização dos profissionais que trabalham na área.
Todo esse movimento trouxe resultados positivos para a área, tanto na
união da classe, como também na promulgação da nova Lei das Diretrizes e Bases
da educação nacional (LDB) Nº 9394/96 que traz em seu artigo 26, parágrafo 2º:

o
§ 2 O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais,
constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
alunos. (Art. 26, parágrafo 2º da Lei 9394/96, revogado pela Lei 12.287 de
13 de julho de 2010.)

A atual legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte


na formação e desenvolvimento de crianças e jovens. Ela visa destacar os aspectos
essenciais da criação e percepção estética dos alunos e o modo de tratar a
apropriação de conteúdos imprescindíveis para a cultura do cidadão
contemporâneo. As oportunidades de aprendizagem da arte mobilizam a expressão
e a comunicação pessoal ampliando a formação do estudante como cidadão,
principalmente por intensificar as relações dos indivíduos tanto com seu mundo
interior como o exterior.

Barbosa (1991) enfatiza que Augusto Rodrigues criou em 1948, no


estado de Rio de Janeiro a escolinha de Arte no Brasil, onde o aluno podia desenhar
e pintar com liberdade para se expressar. Esta escolinha começou a garantir uma
identificação com as idéias de Herbert Read, que era concretizar uma vida
educacional, feliz e pacifica, ele defendia um processo educacional que garantisse o
crescimento do individuo, Read tinha como princípios a educação e união e não
educação e divisão, por isso ele pensava que as artes teriam que estar inseridas na
educação para um bem maior de toda sociedade. Em 1973 essas escolinhas eram
as únicas instituições permanentes de formação do professor de Arte para atuar em
sala de aula.
Conforme LDB ( BRASIL,2008) a Lei n.5.692/71 o ensino da arte faz parte
da área da linguagem. Então denominada de comunicação e Expressão, passando a
integrar, com adoção dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a área de
Linguagens, Código e suas Tecnologias, neste documento, buscou-se discutir as
implicações dessa relação, destacando dois grandes vetores, quais sejam: o campo
19

abrangente das diversas manifestações da linguagem e o universo específico da


arte. Estas duas perspectivas não são excludentes, pois a arte hoje estabelece
vínculos muitos estreitos com o cotidiano e com todas, as outras formas do saber.
Nas últimas décadas do século XX houve tentativas de melhoria do
ensino da arte. A partir dos anos 80 foi criado o movimento Arte Educação, onde os
professores tiveram iniciativa de organizar e conscientizar os profissionais da área
de arte para a valorização da disciplina, entidades públicas e particulares reuniram-
se por todo o país por meio de eventos com objetivo de propor novos conhecimentos
e andamentos para ação educativa em arte.

A Arte é importante para escola, principalmente porque é importante fora


dela. Por ser um conhecimento construído pelo homem através dos tempos,
a arte é um dos patrimônios culturais da humanidade e de todo ser humano
tem direito ao acesso a esse saber. (MARTINS, 1998, p.13)

No intuito de entender e explicar a função da arte para o sujeito e a


sociedade dentro desta filosofia, primeiramente devemos estar preparados para
explicar a importância da arte na educação..A junção da arte e da educação
proporciona um aprendizado condizente com o que é declarado na LDB no seu
artigo 3.º, dos princípios e fins da educação nacional que é respeitar, valorizar e
garantir ao educando uma formação completa de conteúdos práticos em sua
existência.
O simples fato de termos a arte inserida na grade curricular nas aulas do
ensino fundamental e médio, não a torna algo mágico, e não é essa magia que irá
tornar o individuo um ser pensante, critico ou ainda alguém preparado para contribuir
com sua sociedade. Para tal se faz necessário que gestores públicos e educadores
compreendam e ponham em prática o ensino da arte, tal como nos permite a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação e também ampliem seus olhares para o significado
e sentido da arte existir na escola. “O papel do mediador e professor é
imprescindível, pois sua mediação fermentará a articulação da criança com arte e,
conseqüentemente, com relações sócio - histórico - culturais implicadas” (MELO
2001, p. 59).
Desde muito tempo a arte em algumas escolas públicas e particulares é
trabalhada de forma inadequada, proporcionando um distanciamento dos alunos das
produções artísticas nas diferentes linguagens. Em experiência própria vivenciei
20

fatos que os professores distanciavam os alunos das aulas de Artes, fazendo com
que eles não sentissem prazer em estar dentro da sala de aula, pois os professores
não inovavam suas aulas, ficando sempre com o mesmo plano de aula criado há
tempos atrás para um tipo de aluno que não é o que está com ele hoje, não
prendendo a atenção dos alunos, contribuindo assim para a desvalorização da
disciplina e para a sua própria desvalorização como profissional.
Para se trabalhar com a arte é necessário promover um diálogo entre o
espectador e a obra. Fazê-lo compreender, analisar, observar, perceber, distinguir,
criticar e apreender o sentido da expressão trazida pelo artista.

Por meio da arte não produzimos apenas textos avulsos sobre temas
variados. Tal como ocorre na ciência, na filosofia e na religião, a arte é um
tipo particular de narrativa sobre o ser humano, a natureza e o cosmos,
sintetizando as visões de mundo de cada época e cultura. Modo de ação
produtiva do homem, ela é fenômeno social e parte da cultura. Esta
relacionada com tonalidades da existência humana, mantém intimas
conexões com o processo histórico e possui sua própria historia dirigida que
é por tendências que nascem, desenvolvem-se e morrem, a as quais
correspondem estilos e formas definidos. (NUNES, 1991, p.1)

A arte na escola tem como premissa possibilitar que o aluno reflita sobre
arte, desenvolvendo emoções e uma visão critica do mundo que o cerca. Pois
aprender arte envolve fazer trabalhos artísticos, apreciação e reflexão sobre eles, e
também conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza, bem como sobre
as produções artísticas individuais de distintas culturas e épocas.
O educando tendo conhecimento sobre arte poderá melhor conhecer sua
realidade cotidiana, a realidade da cultura em geral, valorizando os diferentes modos
de pensar e agir na e da sociedade.

2.3 Formação do Professor de Artes

A formação do professor de Artes é assunto debatido em vários estudos,


visto que sua função na escola não é percebida com o valor que lhe é devido.
Em minha experiência como aluna e também como estagiária percebi a
desvalorização do professor de Artes, não só por parte da escola, refiro-me aqui a
professores de diversas áreas, alunos e equipe diretiva, mas também por parte dos
pais dos alunos, pois para eles, me dá a impressão que a matéria de Artes é a que
menos importa. Talvez esse seja um fato isolado e específico da comunidade com a
qual convivo, mas será? O que será que está faltando para que esse cenário mude?
21

Nas primeiras décadas do século XX, grande parte dos professoires só


passavam desenhos onde nessa fase o aluno somente copiava e repetia as
atividades. Esse tipo de ensino é chamado tradicional e ainda hoje em algumas
escolas pode ser encontrado, sendo que o professor se interessa somente no
produto final e não no processo.

Antes de ser preparado para explicar a importância da arte na educação, o


professor deverá estar preparado para entender e a explicar a função da
arte para o indivíduo e a sociedade. A arte não tem importância para o
homem somente como instrumento para desenvolver sua criatividade, sua
percepção, mas tem importância em si mesma, como objeto de estudo. O
importante é compreender que a arte se constitui de manifestações da
atividade criativa dos seres humanos ao atingirem com o mundo em que
vivem, ao se conhecerem e ao conhecê-lo. (BARBOSA, 1975, p.90)

Na história da educação e também no ensino da arte, além dos métodos


tradicionais de ensino podemos também encontrar metodologias que trazem em
suas concepções um olhar para uma sociedade mais justa que acreditam no
potencial criativo dos alunos. Este método é chamado de Escola Nova, que tem
como objetivo romper as ditas cópias de modelos e partir para a criatividade e a
livre-expressão. Um aspecto relevante dessa pedagogia é a valorização e o respeito
para com a relação professor e aluno.Conforme Katz (1999, p.47):

O relacionamento entre ambos precisa ter algo em comum, este caso,


interesse e envolvimento mútuo. Interesse que vai muito além das rotinas e
das regras da instituição educacional, de informações sobre a conduta e o
nível de desempenho das crianças. O relacionamento educador-criança
deve ter como base envolvimentos “com o progresso do trabalho, com as
idéias a serem exploradas, com técnicas e materiais a serem usados e com
o progresso dos próprios projetos.

A Educação Artística, em 1971, através da nova LDB, foi incluída no


currículo escolar, mas mesmo assim, ainda era considerada uma “atividade
educativa” e não uma disciplina. Somente a partir de 1980, em virtude do movimento
Arte-Educação, é que as mudanças começaram a acontecer.
Foram vários debates e discussões sobre a função do professor, sua
valorização, seu aprimoramento, com o intuito de rever a ação educativa em arte, e
mostrar seu real valor. Mas a grande maioria que questiona sobre a utilidade da arte,
alegando não haver necessidade em trazer para a sala algo que não ajudará o aluno
em seu dia-a-dia.
22

Vendo as mudanças que o ensino da arte teve de alguns anos até os dias
de hoje, podemos notar que há um histórico rico em conquistas, mas vêem-se na
prática professores com formação precária e com pouco acesso às discussões
teóricas, aos congressos de artes e também de educação, não raramente os
educadores transformam sua prática em um círculo vicioso, e nem mesmo revisam
seu planejamento apenas mudam algumas atividades.
Na formação do professor é preciso que seja desenvolvida a consciência
de que ele é o sujeito que vai intermediar os conhecimentos, seu papel é o de
oferecer oportunidades de conhecer novos conceitos, novos conhecimentos.
A expressão artística, não existe sem que os conteúdos de consciência,
os estados sentimentais e emotivos experimentados, as vivências, enfim, se
concretizem numa forma, termo final do processo de criação, quando as intuições
convertem-se em imagens, música, poesia e fotografia.
O professor de Artes, não diferente de outras disciplinas na perspectiva
de que, precisa ser criativo, trazer propostas de trabalhos diferenciados para os
alunos, fazendo com que estes sintam vontade em aprender.

O ensino da arte, atuando no processo de aprendizagem desenvolvendo da


criança, propicia a compreensão de sua historia enquanto ser humano além
de possibilitar a construção da autonomia, da cooperação, do senso crítico
da criatividade, da responsabilidade, enfim, contribui para o exercício da
cidadania. [...] Para que isso aconteça, a compreensão do papel mediador
do professor é imprescindível, pois sua mediação fomentará a articulação
da criança com arte e, conseqüentemente, com as relações socioculturais
implicadas. (MELO, 2001, p.48-49)

O profissional de ensino de artes deve, além de outras características, ser


capaz de desenvolver projetos pedagógicos em parceria com outros educadores,
desenvolvendo os aspectos cognitivos, sensíveis e culturais. Vejo como importante,
tanto para a escola como um todo e também para o aluno em especial, que os
outros profissionais da educação percebam o professor de Artes como alguém que
vem buscar o desenvolvimento amplo do educando e não apenas alguém com
maiores habilidades artísticas e que deve se limitar a ser o decorador da escola, ou
criador e fazedor de lembranças em datas comemorativas.
“Cabe aos professores balancear nos seus projetos conteúdos dos
diversos tipos, recortando quantidades factíveis no cotidiano dos projetos escolares,
23

buscando ensiná-lo sem profundidade e a variedade de acordo com cada realidade


escolar”. (BRASIL, 1998, p.46).
Acredito ser uma das funções do professor de Artes possibilitar a seus
alunos um espaço de cultura onde seja possível ampliar as expressões e as
linguagens deles para que se tornem cidadãos mais críticos e menos influenciáveis,
tendo uma opinião própria, justa e ética.
O ser humano, constantemente é vitima da influência ou da manipulação,
quando não da imposição de idéias, portanto professores de artes têm uma grande
importância na formação de cidadãos mais críticos, criadores, sensíveis, e com
opiniões próprias.

[...] o professor é estimulador do olhar crítico dos alunos com relação às


formas produzidas por eles, pelos colegas e pelos artistas e temas
estudados, bem como às formas da natureza e das que são produzidas
pelas culturas; (BRASIL,1998 p.99).

A educação em Arte tem uma importância fundamental em qualquer


sociedade, ela influência todas as demais áreas, seja na economia, saúde,
qualidade de vida, entre outros, portanto bases que só podem existir com um ensino
de qualidade. Para que esta educação tenha êxito precisamos de formação
adequada de professores.
Um professor estimulador tende a trabalhar diversas linguagens em sala
de aula, ampliando conhecimento do aluno, tornando o aluno mais critico, e uma das
linguagens que pode ser trabalhada dentro de sala de aula para estimular o aluno
seria a fotografia uma linguagem que está no meio do interesse das crianças e
Jovens, então neste próximo capitulo trago pouco sobre este assunto a fotografia e
sua inserção na sala de aula.

2.4 A fotografia como arte e sua inserção na sala de aula

Fotografia surgir no ano de 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce,


e a partir daí a fotografia foi evoluindo cada vez mais.
Como declara Eitler (In, GARCIA, 2000, p.34):
24

O aparecimento da foto, ou processo fotográfico, data aproximadamente de


1830, e sua invenção é o resultado do cruzamento de duas outras
invenções anteriores. Uma, de origem física, ou seja, a formação da
imagem através de um dispositivo ótico e a segunda de ordem química,
ação da luz sobre certas substancias a base de sais de prata... Mais tarde,
no final do século XVIII, era comum alguns pintores utilizarem uma espécie
de câmera escura para copiar paisagens.

A pintura na época possuía a tradição de fazer retratos e com o


aparecimento da fotografia os pintores foram sendo deixados um pouco de lado.
Segundo Entler (2007, p. 5) “quando a fotografia estava evoluindo no
século XIX, conquistou rapidamente a atenção e a simpatia de muitos, mas teve de
enfrentar duras críticas vindas de artistas que não reconheciam seu caráter estético”.
Estas divergências de pensamentos resultaram na dúvida se poderíamos
considerar a fotografia como manifestação artística, já que a mesma aparentemente
é uma reprodução, ou seja, reprodução em série, o que ficaria longe de ser uma
obra única (CESAR; PIOVAN, 2007).
Conforme os mesmos autores, não importa se o fotógrafo cria, recria ou
retrata e sim que existe uma forma única de expressão através da lente, sendo a
máquina somente o instrumento, como o pincel para a pintura.
Para ”Cesar; Piovan” (2007) o fotógrafo como os artistas precisam estudar
e conhecer cores, luz, composição e perspectiva para retratar o mundo de uma
maneira exclusiva e mesmo que seja várias vezes reproduzidas, sua obra pode ser
considerada arte, entretanto ela pode deixar de ser quando perdemos a essência
criativa na produção da imagem, a qual é a forma final.
Segundo “Kandinsky” (2008, p.11) o importante da essência da forma é
saber que a mesma venha de uma necessidade interior, esta forma é o meio de
materializar o sentimento quando um valor é desenvolvido no ser humano, assim
forma “[...] é a expressão exterior do conteúdo interior”, ou seja, representa a
personalidade do autor.
Assim a arte na fotografia nasce da intuição de sentimentos que o artista
converte em imagens, intuição que prescinde dos conceitos abstratos e gerais,
indispensáveis ao conhecimento científico e filosófico, e que se constitui em
expressão sentimental ou emotiva.
Para Flusser (2002, p.37) as “fotografias abrem ao observador visões do
mundo” e seus críticos devem reconhecer conceitos, em vez das idéias como a
pintura.
25

A intenção do fotógrafo é “eternizar seus conceitos em forma de imagens


acessíveis a outros, afim de se eternizar nos outros” (FLUSSER, 2002, p.41).
Cesar; Piovan (2007) admirando a obra chegamos ao criador, portanto
fotografar não é apenas um ato mecânico de reproduzir uma imagem e sim uma
linguagem visual que carrega em si características próprias da criação artística,
assim como a pintura e a escultura.
Araújo (2006) enfatiza que até o século XX as pessoas não se davam
conta de que o resultado das imagens, também, dependia do olhar de cada
fotógrafo. A partir desta época a idéia de que a fotografia era algo impessoal, deu
lugar a um composto de idéias e conceitos, caberia a fotografia, testemunhar o que
há em nosso mundo visual, e também ao fotógrafo ver e avaliar o que é importante
registrar. Agora ele tem plenos poderes criativos podendo exaltar cenas que todos
consideram comuns em fatos raros e singulares.
Conforme Flusser (2002, p.3) as “imagens são mediações entre o homem
e o mundo”, assim a fotografia é utilizada como forma de registrar um fato
acontecido ou momento importante da história de cada um.
Há pouco tempo atrás eram usadas máquinas analógicas de filme, onde a
grande maioria das pessoas não possuía condições de ter, ou de manter.
Atualmente fotografar é muito simples devido às facilidades e ao acesso oferecido
pela tecnologia.
A grande coqueluche, desde o início do século XXI, tem sido a das câmeras
digitais e a dos aparelhos celulares que também dispõem de câmeras
fotográficas. Ambas trouxeram à tona a cultura visual o império de uma
versão renovada dos instantâneos fotográfico (ARAUJO, 2006, p. 198).

Segundo o mesma autora essas imagens digitais são voláteis, pois além
da grande facilidade que elas possuem para fotografar qualquer situação, em
qualquer lugar, sua natureza digital permite que elas sejam remetidas a quaisquer
outros celulares com a mesma capacidade técnica de computadores em qualquer
ponto do planeta.

[...] o que de fato a fotografia nos traz não é cópia fiel, mas sim um recorte,
uma representação daquela realidade que estamos vendo, até mesmo com
significado político, social e afetivo. O resultado, ou seja, a foto depende de
escolhas e decisões humanas. É de nossa escolha o que e como fotografar
alguém, alguma coisa ou ainda uma cena. Além disso, a fotografia é lida
como superfícies que têm como objetivo, representar alguma coisa
[...]EITLER,2000, In GARCIA, p39)
26

As fotos aparecem no nosso dia a dia como “fotografia de moda, gente,


publicidade, fotojornalismo, foto documental [...] fotos de natureza, turismo e
esportes” (CESAR; PIOVAN, 2007, p.27).
Atualmente grande parte da população possui máquina fotográfica ou já
utilizou uma, entretanto poucos sabem decifrar a fotografia. Estamos cercados por
elas, mas muitas vezes não a observamos, pois as mesmas se tornaram habituais
na sociedade.
Conforme Flusser (2002, p.66) devemos “[...] viver, conhecer, valorizar e
agir em função de fotografias” no intuito de estar verdadeiramente dentro do
universo fotográfico. Vivenciar por recombinar experiências já vividas através da
imagem conhecer, pois abre nossa visão para o mundo..
Flusser,(2002) que as imagens oferecem ao seu observador um espaço
interpretativo onde é formada uma cena onde todos dentro deste tempo mágico
explicam um ao outro.
Segundo Omar (1997, p.5) descobrimos o zen da foto “[...] quando
olhando uma foto, tomamos consciência de tudo o que ocorre em volta dela,
inclusive nós mesmos”
Para Flusser (2002, p.43) “fotografias são imagens técnicas que
transcodificam conceitos em superfícies. Decifrá-las é descobrir o que os conceitos
significam”. Para entender a imagem é necessário que o receptor entenda os
processos de elaboração do criador, que em imagens técnicas onde existe um
aparelho (máquina) entre fotógrafo e significado, fica menos evidente.
A aprendizagem da consciência crítica na fotografia é vital e ainda pode
ser efetuada na sociedade para decifrar a magia que ela possui com o objetivo de
transparecê-la (FLUSSER, 2002).
Os alunos devem ser motivados, pois tendo algo que os agrade, se
mobilizam para a atividade, como exemplo posso citar uma experiência própria de
estágio que participei, onde ao mostrar que o plano de aula era sobre o uso da
linguagem fotográfica, ocorreu uma empolgação geral da turma, por esta ser uma
linguagem diferenciada para eles, assim tudo que foi proposto era produzido com
êxito, abaixo trago uma foto deste estagio ao qual essa linguegem foi muito bem
aceita.
27

Figura 2 – Atividades da autora com a utilização de fotografia com alunos da rede municipal
Fonte: Borges, 2010
Segundo BRASIL (1998, p.41):

Nas aulas, o professor tem de levar em conta que o domínio da tecnologia e


da generalização das redes midiáticas fez com que nossos conceitos de
tempo, espaço, corpo e, portanto, dança, se transformassem,
independentemente de se possuírem ou não computadores, fornos de
microondas, telefones celulares etc. No mundo de hoje, os valores, atitudes
e maneiras de viver e conviver em sociedade estão em constante
transformação por causa da presença das novas tecnologias.

No inicio da fase escolar, como já foi ressaltado, a mídia influencia na


Formação da criança, e isso transparece em seu comportamento mesmo sabendo
que a indústria midiática nem sempre é verdadeira.

[...] nenhuma, ou quase nenhuma imagem de revista, sobretudo revistas de


variedades (fofocas, moda, vida de artistas, mulheres seminuas...) é
publicada sem retoques, e poucos se dão conta disso. É importantíssimo
avisar a todos, sobretudo aos nossos adolescentes que, acreditando ver o
real: mulheres e homens quase perfeitos e simplesmente inexistentes [...]
(MEDEIROS, 2005, p.77)

Para Ferreira (2007) a imagem vem ocupando cada vez mais os espaços
na comunicação e na vida social e em virtude disso, o professor precisa estar
28

preparado para compreender de que maneira crianças lêem as imagens no seu dia-
a-dia, é fundamental que os alunos tenham olhar critico sobre o mundo, dessa forma
é importante que o professor de Artes provoque seus alunos a estabelecerem
relações entre a historia da arte, as demais questões estéticas dos tempos e o seu
cotidiano.
Trabalhar a fotografia, como conteúdo de arte, na sala de aula ,é um
excelente recurso para instigar o olhar estético das crianças e jovens, por meio da
leitura crítica de imagens produzidas por eles ou por artistas dessa linguagem.
Nesta concepção artística de linguagem percebemos que não importa o
nível técnico de quem utiliza a máquina fotográfica, bem como a função da imagem,
pois se “exige do fotógrafo, antes e mais importante que o conhecimento, a
criatividade, a sensibilidade e o talento de ver o mundo e expressá-lo de maneira
que os olhos não são capazes de ver (CESAR; PIOVAN, 2007)”.
Flusser (2002, p.73) “no momento em que a fotografia passa a ser modelo
de pensamento, muda a própria estrutura da existência, do mundo e da sociedade”.
29

3 METODOLOGIA

3.1 A pesquisa

O homem sempre teve consigo o desejo e a necessidade do


conhecimento, este desejo veio a ser atendido através da ciência, sendo esta
vontade de conhecer o desconhecido um dos elementos mais essenciais do ser
humano. Através dos mitos mais importantes contidos em nossa história, esses
presentes nas grandes civilizações, o conhecimento aparece como elemento
definidor por excelência do homem.
Sabedores de que a pesquisa científica gira em torno de informações.
Tudo começa então com as dúvidas e perguntas que surgem na cabeça do
pesquisador:
Há coisas que ele não entende, mas gostaria de compreender, coisas que
ele não sabe, mas gostaria de saber ou, em outras palavras, há informações que ele
gostaria de estar a par, saber se realmente funciona como ele um dia imaginou.
Partindo desta premissa, com o conhecimento que adquiri nesses quatro
anos e meio no Curso de Artes Visuais e trabalhando atualmente como fotógrafa
profissional trago essa pesquisa. Para estudar de que maneira a fotografia se faz
presente no contexto educativo dos professores de Artes da Rede Municipal e
Estadual de Sombrio- SC, optei por uma pesquisa exploratória – descritiva com
levantamento bibliográfico e entrevistas por meio de questionários.,
Essa pesquisa de abordagem qualitativa foi desenvolvida na linha de
pesquisa Educação e Arte do Curso de Artes Visuais da Universidade do Extremo
Sul Catarinense - UNESC e quanto a sua natureza é classificada como pesquisa
básica.
30

[...] a pesquisa qualitativa é uma atividade situada que localiza o observador


no mundo. Consiste em um conjunto de praticas materiais e interpretativas
que dão visibilidade ao mundo. Essas práticas transformam o mundo em
uma serie de representação, incluindo as notas de campo, as entrevistas, as
conversas, as fotografias, as gravações e os lembretes. Nesse nível, a
pesquisa qualitativa envolve uma abordagem naturalista, interpretativa, para
o mundo, o que significa que os seus pesquisadores estudam as coisas em
seus cenários naturais, tentando entender, ou interpretar, os fenômenos em
termos ou significados que as pessoas a eles conferem (DENZIN, 2006,
p.17).

Com base em meus objetivos que são analisar se os professores de Artes


da rede de ensino do município de Sombrio/SC estão utilizando a linguagem
fotográfica em suas aulas e investigar de que forma a fotografia é inserida nas aulas
de Artes das escolas do município de Sombrio – SC,a pesquisa foi exploratória,
realizada por meio de perguntas voltadas para fotografia em sala de aula e o
entendimento dos professores sobre o assunto abordado.
A fotografia como linguagem da arte é o registro e o lápis, de forma
figurativa, nos dias atuais na vida das crianças e adolescente, pois a tecnologia
presente no dia a dia desses permite o uso dessa linguagem/ferramenta
contribuindo na construção de um olhar critico, artístico e estético deles. Nada mais
instigante que trabalhar a linguagem fotográfica na escola, pois é um meio inovador
e criativo para poder aguçar o interesse dos alunos pelas artes e se trabalhar de
uma forma prazerosa, inovadora e instigante a arte em sala de aula.

3.2 Campo investigatório

A pesquisa coletada e observada veio por meio de analises feitas através


de respostas dos professores de Artes do município de Sombrio-SC.
Sombrio foi emancipado em 30 de dezembro de 1953, situado no extremo
sul de Santa Catarina, inserido na Associação dos Municípios do Extremo Sul
Catarinense – AMESC - distante 30 km da fronteira do vizinho Rio Grande do Sul e
245 km da capital Florianópolis, possui uma área de 142,7 km² e aproximadamente
25.000 habitantes.
Sobre o nome do município, Farias (2000, p.30) afirma que:
31

Os tropeiros, ao tangerem o gado pela região, alimentavam suas boiadas


junto à lagoa, antes de se aventurarem a subida da serra, utilizando as
sombras das figueiras para repousarem. Face ao movimento das águas do
Rio da Lage associavam toda a massa da água da região do rio,
Identificando a área de repouso como sendo “sombra do rio”, que evoluiu
para Sombrio: local de sombra sobre o rio.

Sombrio é pequena e aconchegante, típica cidade de interior, o seu meio


econômico se dá pela forte agricultura, pela indústria pautada nas confecções de
roupas, onde este meio de atividade tornou-se um grande foco para novas
oportunidades de emprego e negócios, destacando-se o pessoal da moda e estilo, o
campo publicitário, aqui entra os fotógrafos, aonde chega a ter dez fotógrafos
profissionais em nossa cidade. Nossa educação como em qualquer outro município
brasileiro tem melhorado em alguns pontos gradativamente, em outros deixa a
desejar, nossa cultura é típica açoriana, com pitadas da colonização italiana e alemã
que vieram para nossa região trabalhar no meio rural.
Conforme mencionou Farias (2000, p. 242): “A cultura tradicional de
Sombrio como a de todo o litoral catarinense é de base cultural açoriana, cuja
essência reflete a simplicidade, o orgulho, a religiosidade, o misticismo e o profundo
respeito pelo homem e a natureza”.
No município de Sombrio-SC a educação, está bem valorizada, onde
basicamente todos os bairros são atendidos, sejam com creches, pequenas
escolinhas, escolas ou ainda com centro tecnológico federal, com cursos de
graduação e tecnólogos, além de cursos profissionalizantes, entre eles fotografia e
os cursos de graduação a distancia, também há o centro de atendimento da criança
e adolescente, onde atende mais de duzentas crianças e adolescente, que consta
doze oficinas como artes, musica, xadrez, teatro, capoeira, dança, esporte,
informática, matemática, português e recanto.

3.3 Os pesquisados

A pesquisa caracteriza-se como qualitativa tendo como instrumento a


realização de questionário que foi entregue para sete professores de Artes dos quais
apenas cinco gentilmente retornaram e contribuíram com a realização dessa
32

pesquisa. Dos questionários analisados, dois são de professores da rede estadual e


três da rede municipal.
Os pesquisados atuam no ensino fundamental e médio. São eles: Silvia
S. da Cunha, Kátia Regina Ferreira, Izabel Paulino Daboit dos Santos, Simoni
Patrício Matheus, Elisiana Luchina Coelho, que serão tratados aqui pelo primeiro
nome garantindo assim suas coautorias na pesquisa.
Todos os professores pesquisados são graduados em Artes Visuais,
quatro deles possuem pós-graduação em nível de especialização. A coleta de dados
se deu por meio de um questionário com 10 perguntas. Todos autorizaram o uso de
suas respostas na pesquisa, através de um documento de autorização entregue a
eles pela pesquisadora no mês de outubro de 2010.
33

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Para melhor me acercar do tema e também para que os leitores possam


compreender a estratégia de análise aqui trazida selecionei as perguntas mais
relevantes que se constituíram em categorias de análise. A primeira categoria foi
determinada a partir da questão: Que entendimento você tem sobre fotografia?
Aqui apresento três respostas que abrem possibilidades de diálogo com minha
questão de pesquisa:
Kátia - A fotografia possibilita reviver cenas que foram significativas,
entendo que a fotografia é uma imagem feita por meio da luz.
Elisiana - Registro constante de um momento como ela arte do Belo feio,
só a fotografia pode tornar o feio como belo (arte).
Simone - Não posso falar alguma coisa sobre fotografia porque, não
estudei sobre esse assunto, pouco que sei, pra mim são recordações que ficam de
amigos, famílias, de festas e encontros.
Como se percebe, alguns dos professores entrevistados conhece a
fotografia como um recurso para o registro de seus momentos significativos.
Sobretudo a fotografia trás em si a mensagem de quem capta e a criatividade de
quem observa, como fica evidenciado nas palavras de Kossoy (2000, p.34) ao
afirmar que o dado do real, registrado fotograficamente, corresponde a um produto
documental elaborado cultural, técnica e esteticamente, portanto ideologicamente:
registro/criação.
Neste sentido quem capta a imagem não é, então, um mero operador de
sua câmera fotográfica, como crêem alguns professores entrevistados e parte da
sociedade, mas alguém que interpreta, registra e cria uma dada realidade de acordo
com suas próprias preferências e referências.
Ao público a qual se destina as imagens fotográficas também o fará
leituras pessoais, de acordo com suas referências particulares, já que a imagem
visual não é somente uma representação da realidade, ficando evidenciada nas
palavras de Gombrich ( 1986 apud ZANIRATO, 2004. p.02): “a imagem visual não é
uma simples representação da realidade e sim um sistema simbólico, desvendado
pelo indivíduo que, em função de sua cultura e de sua história pessoal, incorporou
34

modos de representação e potencialidades de leitura que lhe são próprios expressão


biblioteca cognoscitiva para referir-se ao universo individual de referências,
expressão que considero ideal para referir-me a esse universo próprio do leitor,
observador da imagem fotográfica”.
A imagem fotográfica não é neutra, sem vida como alguns insistem em
pensar, inverso disso, no olhar de que entende a fotografia com outro olhar, ela é
carregada de energia, vida e intensidades desde o momento de sua produção por
quem lhe capta, dentro das escolhas envolvidas, seja pela melhor distribuição, aqui
enquadramento, e objetivando formas próprias de ler e interpretar cada imagem
realizadas pelo leitor.
Neste sentido ao registrarmos nosso cotidiano, nosso momentos íntimos e
significativos, o documento se transforma em obra. É a obra documentando a si
mesma, por ter alcançado o apogeu da auto-referencialidade e da lógica modernista:
a obra se encarrega de sua própria mediação, ou seja, de sua própria
documentação, exibição e crítica.
Se faz então necessário trazer este aparato cultural contido nas imagens
cotidianas, históricas para dentro de nossas aulas de artes, cativando o interesse do
aluno pela cultura passada de sua gente, pela história de seu povo, e demonstrando
a evolução humana que pode ser apresentada pelas imagens de uma forma
diferente e criativa.
Neste sentido só temos idéia de como éramos quando criança ao
observarmos nossas fotografias de pequeno, e também só sabemos como eram
nosso avós e pais quando tinham a nossa idade pelo mesmo motivo à linguagem
fotografia, ou seja a nossa história em partes é contada por fotos, nossa memória é
formada e auxiliada por estas imagens que convencionamos chamar de fotografias.
A segunda categoria que trago, diz respeito ao questionamento que se
trava na contemporaneidade sobre fotografia ser ou não ser arte. As respostas das
professoras:
Izabel - Com a arte contemporânea a fotografia vem sendo utilizada como
mídia principal das obras. Quantas vezes, já vimos em exposições de arte
representada por centenas de galeria de fotos.
Silvia - Pois o olhar do fotografo ou do artista é que vai captar o momento,
o instante que será revelado como arte. A máquina é o instrumento do artista
(fotógrafo) assim como o pincel é o instrumento do pintor e do gravador do artista.
35

Kátia - Para se tirar uma bela imagem tem que ter sensibilidade, equilíbrio
e prazer, por isso considero arte.
Sendo assim a fotografia em si é um meio de se expressar artisticamente,
porém a intenção na qual ela é produzida é que se traduz na arte. Janson (2001, p.
878) afirma que: “a fotografia, tal como a arte, implica criatividade, porque, pela sua
própria natureza, recorre à imaginação.
Fotografia para alguns pensadores é arte, pois consideram que a
fotografia é um fazer e não tão somente um registro como alguns retratam. É uma
produção acurada onde há influencia do olhar do observador ao captar o registro;
este olhar criativo e critico já imagina o que pretende transmitir com aquela imagem,
esta imaginação do ser criativo faz a diferença, traz na imagem à emoção do
momento, a história do momento e sua poesia contida por trás da imagem
fotográfica, fazendo assim surgir arte no que parece tão somente um registro do
tempo, no entendimento de Eitler:

A fotografia oferece uma imagem determinada pelo ângulo de visão,


distancia e enquadramento escolhidos. O que as fotografias fazem é
oferecer a possibilidade de uma nova visão, um novo modo de olhar
determinadas coisas e fatos. (2000, p.39):

Janson traz fotografia como arte conforme pode ser observado em suas
palavras:
É claro que a fotografia em si é apenas um meio, como o óleo ou o pastel
para criar arte, não podemos por si só reclamar-se como tal. Afinal de
contas o que distingue a arte de uma técnica é a razão porque é produzida
e não o modo de produção (2001, p. 878).

Também evidenciando a particularidade que traz em si a imagem


captada, quanto ao seu capturador, este por sua vez, utiliza-se de técnicas para tal
captura influenciadas pela sua experiência intima, carregando-a com sua criatividade
e percepção de mundo:

A imagem é atividade que coloca em jogo técnicas e um sujeito (operário,


artesão ou artista, segundo cada cultura) operando com estas técnica, mas
possuidor de um saber-fazer que leva sempre o traço voluntário., ou não,
de uma certa singularidade. Como operador, este sujeito controla e
manipula técnicas através das quais vive uma experiência intima que
transforma a percepção que tem do mundo... (COUCHOT, 2003, p.15).
36

A terceira categoria elencada para esse estudo parte da pergunta: De que


forma você organiza seu planejamento de aula? Você tem uma diretriz provinda da
escola ou da rede na qual trabalha? as professoras Isabel, Silvia, Elisiana e Kátia
trabalham a partir da proposta da rede de ensino e do Projeto Político Pedagógico
(PPP) de cada escola.Apenas a pesquisada professora Simone faz seu
planejamento através de suas idéias e também de livros didáticos. A organização
das professoras é feito mensalmente através de registros escritos. Conforme está
noPCNs (BRASIL, 1998, p.97):

Neste plano, o professor também é um criador de formas de registrar e


documentar atividades. Tais registros desempenham papel importante na
avaliação e no desenvolvimento do trabalho, constituindo-se fontes e
recursos para articular a continuidade das aulas e devem ser coerentes com
o projeto da escola e do professor na sala de aula. São, entre outros, relatos
de aula, as observações sobre cada aluno e sobre as dinâmicas dos
grupos, a organização dos trabalhos realizados pelos alunos segundo
critérios específicos, as perguntas surgidas a partir das propostas,
descobertas realizadas durante a aula, os tipos de documentação,
gravações, propostas de avaliação trabalhadas durante as aulas e as
propostas de registros sugeridas pelos alunos, como fichas de observação,
cadernos de percurso, “diários de bordo” e instrumentos pessoais de
avaliação.

Buscando estreitar as questões que focam e contribuem diretamente para


minha investigação, perguntei ás professoras se nos seus planejamentos a
linguagem fotográfica é contemplada e de que forma ela aparece no planejamento.
Silvia, Isabel e Elisiana dizem utilizar a fotografia em sala de aula. Para melhor
compreender a forma como elas trabalham trago abaixo algumas de suas falas:
Elisiana - Como instrumento de trabalho, através do registro da cidade,
pois trabalho muito com cultura em sala de aula e a fotografia antiga é muito
trabalhada nas minhas aulas.
Silvia - Exploro o conteúdo sobre a fotografia, através da perspectiva, da
luz, do enquadramento, através do estilo impressionista e modernista, assim como
arte contemporânea com o artista Vik Muniz. É uma linguagem que eu adoro que
desperta grande interesse de jovens e adultos e crianças.
Simone e Kátia responderam que não utilizam a fotografia, pois não
tiveram em suas formações preparo para uso de tal linguagem não se sentindo
assim seguras para essa ação e também salientam as dificuldades encontradas por
falta de recursos.
37

Martins (1998) relata que para o educador construir o olhar, cuidadoso e


aprendiz, este tem que ser guloso em seu desejo de ensinar, paciente na oferta e na
espera de quem acredita e confia no outro e amoroso no compartilhar de saberes,
como pesquisador, ele ensina porque quer saber mais de sua arte. E aprende a
ensinar ensinando, pensando sobre esse ensinar. E assim ensinando também
aprende.
O professor para os alunos é tido como exemplo a ser seguido. Passam
boa parte do tempo de suas vidas ao lado dos alunos, e como membros pensantes,
formadores de opiniões e mais que isso educadores devem passar exemplos sadios,
um deles é a sede pelo conhecimento.
Inúmeros professores ao se formarem se entregam ao marasmo da vida
cotidiana, ou melhor dizendo, a rotina do dia-a-dia, todavia os professores são parte
importante na formação do aluno, já que estes alunos serão o nosso futuro.
Aprendemos ao cursarmos o nosso curso de graduação da importância
do professor pesquisador e do planejamento das aulas, como já havia mencionado,
somos exemplo a ser seguido, pois bem, como desejar do aluno alguém
diferenciado, aguçado pelo desejo do saber, motivado em pesquisas, querendo
entender o mundo a sua volta, se os professores, aqui me refiro a alguns, deixam a
desejar, não procurando a sua excelência como profissionais.
O professor como orientador, precisa fazer com que os alunos percebam
as qualidades das formas artísticas. Propiciando a flexibilização da percepção com
questionamentos que venham a favorecer diferentes ângulos de proximidade das
formas artísticas, isso seria o seu papel: Aguçando a percepção, motivando a
curiosidade, criando desafios, aceitando a aprendizagem informal que os alunos
trazem para as aulas e ao mesmo passo dando outras perspectivas de
conhecimento.
Sabemos das dificuldades enfrentadas pelas escolas em todo o país, seja
pela precária qualidade de suas instalações, seja pela qualidade do ensino ou ainda
pela falta de recursos, ou acesso a material didático necessário para o
desenvolvimento das aulas.
Alguns professores se utilizam da falta de material para se esquivar da
responsabilidade que lhe cabe, como exemplo que é, mais uma vez deve estar
sempre atualizado, buscando novos meios de captação de interesse do aluno,
trazendo informações do cotidiano, formas de interesse dos alunos e transformá-las
38

em mecanismo de auxílio em suas aulas. Mostrando o seu potencial de criatividade,


fazendo com que a aula se torne proveitosa mesmo com pouco material ou ainda
reutilizando material de “reciclagem” passando com isso uma mensagem positiva e
ecológica.
Se faz necessário aos professores acompanhar a evolução cultural das
novas gerações, tentando captar o interesse do aluno sobre tal assunto e trazendo-o
para as suas aulas, prendendo assim a atenção e o desejo pelo saber.
A quarta e última categoria baseia-se na pergunta: Você acredita que a
imagem fotográfica usada em sala de aula beneficia os alunos? Todas as
professoras foram unânimes em apontar a fotografia como uma linguagem artística
muito potente o que remete a fala de Eitler (2000) que descreve a fotografia como
uma forma de construir e ensinar o olhar buscando novas maneiras de captar o
mundo. Na fala das professoras aparecem os benefícios que a fotografia pode trazer
aos alunos. Agrupei-as aqui da seguinte forma:
• Recurso mais utilizado;
• Trabalhando o passado obtendo compreensão do presente;
• Desperta interesse, curiosidade, descontração, humor dos alunos;
• Acesso a conhecimento da história, viajando através da imaginação.
É percebido aqui que a fotografia, de certa forma, está presente nas
aulas, mesmo não sendo como conteúdo, mas como instrumento. As professoras
entendem que é um conteúdo importante para ser trabalhado, mas pensam que
exige muito conhecimento, e muita prática, sendo assim, talvez esses sejam motivos
suficientes para as professoras não trabalharem com a fotografia em todas as suas
potencialidades, talvez, sem notar, as professoras vão se acomodando e optando
por outros meios de trabalho que sejam de mais fácil acesso e que estejam mais à
mão, deixando de inovar e fazer uma aula diferenciada.
39

5 PROJETO DE CURSO
TÍTULO: TRABALHANDO A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COM OS
PROFESSORES DE ARTES DO MUNICIPIO DE SOMBRIO-SC

JUSTIFICATIVA

Estudar artes promove reconhecimento e conhecimento, faz com que


tenhamos olhar critico, e criativo, mas par isso o professor tem que ser inovador,
para passar para os alunos atualidades, conhecimentos, e novas linguagens.
Trazer essas novas linguagens das artes para o cenário da educação é o
diferencial para uma aula atualizada, tornando a aula mais prazerosa e significativa.
Sabe-se que na formação acadêmica os professores de Artes adquirem
conhecimento em relação à fotografia, entretanto esses ainda podem ser
insuficientes para uma atuação segura em sala de aula. Também nos dias atuais
diante da urgência de planejar suas aulas, os professores muitas vezes acabam por
deixar de lado assuntos e conteúdos importantes e significativos para o aluno, o que
possivelmente pode tornar a aula uma experiência vazia e sem significado. Precisa-
se, portanto da capacitação constante dos profissionais da área da educação, em
específico falo dos professores de Artes.
De maneira geral observando a necessidade de oferecer aos professores
cursos de capacitação que o auxiliem a criar suas aulas a partir da experiência
estética, trago uma proposta de curso que pretende enriquecer o planejamento do
professor, apresentando varias possibilidades da linguagem fotográfica com as quais
ele poderá aprofundar e desenvolver sua experiência de ensino.
Esse curso envolve a prática e a reflexão no uso da fotografia em sala de
aula.

OBJETIVO GERAL
Possibilitar aos professores de Artes conhecimento sobre a fotografia e seu uso em
sala de aula.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compreender a importância da linguagem fotográfica na sala de aula.
40

Realizar experiências com diversos materiais proporcionando maior conhecimento


através da linguagem fotográfica;
Refletir sobre a possibilidade de fazer saídas de campo para mudar cenário de
educação, tendo assim mais conhecimento e valorização de suas aulas.
Relacionar Arte, fotografia e Cultura por meio de práticas fotográficas.

Proposta de carga horária:


Horas-aula:
Total: 30 horas
Público alvo: Professores de Artes
.
EMENTA
Reflexões sobre a arte e suas linguagens. Breve história da fotografia, subsídios
teóricos e práticos para planejamento de aula com a temática cultura local. fotografia
e sala de aula.

METODOLOGIA
Este curso será realizado para professores de Artes do município de Sombrio, para
oportunizar, novos meios de trabalho em sala de aula com base em textos teóricos.
Na prática, estaremos discutindo esse tema, a partir de experiências estéticas
propostas. Todos os conteúdos serão trabalhados por meio de práticas sobre o uso
da fotografia.

REFERÊNCIAS DO PROJETO:

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais/Arte – 2ª ed. – Rio de Janeiro: DPeA, 2000.

GARCIA, Regina Leite. Múltiplas linguagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A,


2000. 107 p. 84-39
41

6 CONCLUSÃO

A pesquisa mostrou que as professoras de Artes do município de Sombrio


reconhecem a linguagem fotográfica como uma linguagem da arte, porém alguns
estão acomodados, trabalhando sempre os mesmo conteúdos, outros estão
acompanhando a evolução cultural, e ainda procurando atualizar-se no conteúdo
pedagógico fazendo pós e cursos de especializações na área de artes. Entretanto
poucos são os que utilizam a fotografia como conteúdo e minha opinião é que a
fotografia deveria aparecer mais como conteúdo e não somente como instrumento,
pois das 5 entrevistadas somente Silvia utiliza a fotografia como conteúdo.
O professor como membro formador do ser e sabedor da constante
evolução do homem, deve saber o quanto se faz necessário acompanharmos tal
evolução. Precisamos constantemente de aperfeiçoamento, seja em cursos de curto
prazo ou a longo como pós e especializações, pois percebi na pesquisa que alguns
professores ainda não utilizam a fotografia como conteúdo, todavia, o meio
tecnológico atual e o interesse dos jovens pela imagem faz necessário rever os
meios e métodos utilizados em aulas para construção do conhecimento.
O professor de Artes não pode se deixar parar no tempo, deve sempre
estar em busca do conhecimento cultural, histórico e artístico. Devendo procurar
cursos de aprimoramento e estar sempre bem atualizados nos assuntos da área e
da atualidade de nossa sociedade, estando assim amparado pelo saber, tornando-
se exemplo a ser seguido, sendo alguém bem preparado para a formação do aluno.
Como o professor deve e irá formar um olhar critico de um aluno, sem
saber novas linguagens, sem ele mesmo, aqui me refiro ao professor, ter olhar
critico, construtor, inovador e diferenciado que ele prega existir nas artes e que serve
na formação do individuo participante da sociedade, se ele mesmo sempre utiliza
dos meios de trabalho, onde por vezes estão obsoletos em criatividade, sem
acompanhamento das novas formas de viver da sociedade, entre elas a tecnologia e
os meios comunicação em massa e dentro desta gama de novas formas de
aprendizado e comunicação, a fotografia se faz presente.
Quando cito olhar crítico não me refiro tão somente na captura da imagem
desejada, mas também o olhar crítico quanto ao contexto contido dentro da imagem,
sua história, seus motivos da captura, suas técnicas aplicadas, a importância
histórica do momento que se passou e ficou registrado.
42

Hoje existem muitas preparações e muitos cursos bons com métodos e


tecnologia para preparação dos professores, sendo assim os professores tem mais
condições de trazer algo novo para os alunos, modificando suas aulas, e fazendo
que o aluno sinta prazer em ter aquela aula de artes, trazendo o aluno para
educação através da arte e fazendo que eles pensem diferente esta disciplina.
Fotografia também não se limita a forma como é feita, o meio utilizado,
técnica do fotografo que captou, qual a quantidade de megapixels contém a
máquina, qual a marca da mesma, entre outros detalhes que fazem parte do
trabalho fotográfico.Fotografia vai além, muito, além disso, fotografia se faz
presentes, em jornais, revistas, nas embalagens de produtos, na mídia televisiva, na
febre juvenil e adulta chamada orkut e twinter, no meio de comunicação em massa
mais usado no mundo chamado MSN.
Usar fotografia em aula não significa tão somente usar a maquina e tirar
fotos, claro que ao aprendermos como funciona o processo de captação e registro,
vamos entender melhor o contexto existente na foto aos olhos de quem capta,
contudo usar a fotografia consiste também em trazer imagens de nossa história,
imagens de nossa cultura passada e atual, trazer fotos informativas (foto jornalismo),
trazer embalagens de produtos, propagandas de marcas.
Enfim tudo que possa contribuir para o olhar critico do aluno, fazendo
pensar sobre o que a imagem traz, o que há por traz do registro, ao passo que
interpretamos um texto nas aulas de português , vamos interpretar a imagem, e isso
também é trabalhar a fotografia em aula, servindo para a formação de ser pensante,
critico, criativo e que venha contribuir para o meio social o qual faz parte.
Muitos alunos no meu tempo de escola pensavam que a disciplina de
artes era aula de recreação, sendo destinada para enfeitar em alguma ocasião
como, a páscoa, festa junina, dia dos pais e outros, ou era até para poder gazear,
por isso que vejo quanto aos professores obsoletos, se faz necessário uma radical
mudança, mostrando ao aluno como é bom aprender e desfrutar algo novo.
Pois muitos alunos não terão chances de fazer faculdade, seria justo
então que os professores mostrem a esses alunos o que aprenderam na
universidade, o quanto é importante ser alguém livre de pensamento, critico, criativo
e participativo em seu meio.
Talvez falte a esses educadores uma oportunidade de maior
conhecimento acerca do uso de tal linguagem, para que percebam a importância da
43

fotografia em nossas vidas, como registro histórico, cultural, como meio e conteúdo a
ser utilizado na sala de aula, para formação de um ser critico, seja para as aulas de
artes, seja para as demais disciplinas.
44

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Denize Correa. Imagem (ir) realidade: comunicação e ciber mídia. Porto
Alegre: Sulina, 2006.

BARBOSA, Ana Mae. Teoria e Prática da Educação Artística. São Paulo: Cultrix.
1975.

,_________, A. M. A imagem no Ensino da Arte. 4ªed. São Paulo: Perspectiva,


1991.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais/Arte – 2ª ed. – Rio de Janeiro: DPeA, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. . Orientações curriculares para o ensino


médio. Brasília: Ministério da Educação, 2008. 239.p

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a Arte. São Paulo: Ática, 2000.

CESAR, Newton; PIOVAN, Marcos. Making off: Revelações sobre o dia a dia da
fotografia. 2ed. Brasília: SENAC, 2007.

COUCHOT, Edmond.A tecnologia na arte da fotografia á realidade virtual

DENZIN, Norman K. & LINCOLN, Yvonna S. A disciplina e a prática da pesquisa


qualitativa.In: Denzin, N. K. & Lincoln, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa:
teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006, p. 17

ENTLER, R. “Retrato de uma face velada: Baudelaire e a fotografia”. In: Revista


da Faculdade de Comunicação da FAAP. Nº. 17, 2007, p. 4-9.

FARIAS, Vilson Francisco de. Sombrio 85 anos: natureza, história e cultura.


Sombrio: do Autor, 2000.

FERREIRA, Aurora. A criança e a Arte: o dia-a-dia na sala de aula.Rio de Janeiro:


Wak, 2007.130 p.
45

FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: Ensaios para futura filosofia da


fotografia. Rio de Janeiro: Relume Daramá, 2002.

GARCIA, Regina Leite. Múltiplas linguagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A,


2000. 107 p. 84-39

JANSON,H.W.. História geral da arte.2.ed São Paulo: M. Fontes,2001.

KATZ, Lílian G. As distinções entre a auto-estima e narcisismo: Implicações para


a prática. Em Lilian G. Katz (Ed.), conversas com professores de crianças pequenas.
Uma coleção (pp. 11-46). Norwood, NJ: Ablex, 1999.

LDB - Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (LDB) Nº 9394/96 que traz
em seu artigo 26, parágrafo 2º,D.O.U de 13 de Julho de 2010.

KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. Cotia, SP: Ateliê


Editorial, 2000.

MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles.


Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir, e conhecer a arte.
São Paulo: FTD, 1998. 195 p.

MELO, Chrstianne Pereira Oliveira. O papel do mediador e professor no


processo de ensino- aprendizagem da arte na educação infantil. In:
PILLOTTO, Sílvia Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene de Lima körting. .
Reflexões sobre o ensino das artes. Joinville, SC: Ed. UNIVILLE, 2001.
151 p.

MEDEIROS, Maria Beatriz de Medeiros.Formação para a sensibilização da aishesis .


In: OLIVEIRA, Marilda Oliveira de; HERNÁNDEZ, F. A Formação do Professor e o
Ensino das Artes Visuais. Santa Maria, RS: UFSM, 2005. 231.p

NUNES, Benedito. A filosofia contemporânea. São Paulo: Ática, 1991.

OLIVEIRA, Marilda Oliveira de; HERNÁNDEZ, F. A Formação do Professor e o


Ensino das Artes Visuais. Santa Maria, RS: UFSM, 2005. 231 p

OMAR, Arthur. O zen e a arte gloriosa da fotografia. São Paulo: Cosac e Naify,
1997.
46

RANDINSKY, Wassily. Gramática da criação. Tradução de José Eduardo Rodil.


Lisboa, Portugal: 70, 2008.

TOLSTÓI, Leão,. O que é arte?: a polêmica visão do autor de Guerra e paz. São
Paulo: Duetto, 2002. 320 p.

ZANIRATO, Silvia Helena. A fotografia de imprensa: modos de ler. In: ________;


PELEGRINI, Sandra (Orgs.) As dimensões da imagem: abordagens teóricas e
metodológicas. Maringá, PR: UEM, 2004. No prelo.
47

ANEXO
48

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC


CURSO: Artes Visuais – Licenciatura
PESQUISADORA: Gabriela da Silva Borges
ORIENTADORA: Aurélia Regina de Souza Honorato
TÍTULO DA PESQUISA: Fotografia como Linguagem das Artes Visuais
nas Escolas no Município de Sombrio.

Sr.(a) Professor (a) de Arte;

Hoje, torna-se um grandioso dia para mim, visto que será a realização e
concretização de meu projeto de pesquisa. Pois, através de suas respostas
proferidas, concluirei o levantamento de literatura e coleta de dados para meu
Trabalho de Conclusão de Curso, cujo tema e problema é:
Os professores de Artes do município de Sombrio trabalham a linguagem da
fotografia em suas aulas?
Sendo um questionário a seguir, graciosamente gostaria que respondessem
as perguntas a partir de seus conhecimentos adquiridos e pessoais.
Desde já deixo cientes de que seus nomes não serão expostos, e que as
informações nestes contidas, serão de uso único e exclusivo de minha pesquisa
para a fundamentação e base de um trabalho acadêmico, de Conclusão de Curso da
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, do Curso de Artes Visuais -
Licenciatura.

1 - Identificação:
Nome: ______________________________________________________________
RG: __________________________________________________________
Sexo: Fem ( ) Masc ( )
Data: ___/___/___
Turmas que trabalha: ____________________________________________

2 - Formação em Arte:
( ) Graduado
( ) Pós- graduado
( ) Outros ___________________
49

Está atuando na área? ( ) Sim ( ) Não

3 - Você é professor (a) de Arte há quanto tempo?


( ) Menos de 1 ano
( ) 1 a 2 anos
( ) 2 a 5 anos
( ) Mais de 5 anos _______

4 - Planejamento das Aulas:


4.1 – De que forma você organiza seu planejamento de aula? Você tem uma diretriz
provinda da escola ou da rede na qual trabalha?

4.2 - Se você não segue nenhuma diretriz para seu planejamento, de que forma
você organiza suas aulas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________

4.3 - No seu planejamento, consta a utilização da linguagem fotográfica nas aulas de


Artes?.( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja sim, de que forma a fotografia entra nas suas aulas? Como
conteúdo? Como instrumento?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5 – Se você trabalha a fotografia em sala de aula, qual o sentido de desenvolvê-la?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6 - Você gosta de fotografia?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
50

7 – Você costuma fotografar ou guardar fotografias?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8 – O que você entende por fotografia?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9 – Você acha que a fotografia é arte? Justifique.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10 – Você acredita que a imagem fotográfica usada em sala de aula beneficia os


alunos? Comente.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Assim, se encerra o questionário, espero não ter tomado muito o seu tempo, logo
não ter sido um incômodo responder estas questões, outros sim espero ter também
contribuído com novos conhecimentos a vossa pessoa, assim como me foi. Será de
suma importância, como já citei acima, as informações aqui contidas!

_________________________________________
Assinatura do professor (a)

Obrigada, pela sua colaboração!


Atenciosamente: Gabriela S. Borges
51

AUTORIZAÇÃO

Eu, _______________________________________________inscrito no CPF sob o


nº___________________ e no RG nº. _____________________, residente e
domiciliado à rua ________________________l, no bairro__________________
autorizo a acadêmica do curso de Artes Visuais (UNESC), Sra. Gabriela da Silva
Borges, inscrito no CPF sob o nº. 063.102.099-30 e no RG nº 4.277.949, a expor
em seu trabalho de conclusão de curso TCC, as informações e o questionário por
mim respondido e pertencente ao tema pela acadêmica abordado.

___________________________________________
Assinatura

Sombrio, ________________________________

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