100% acharam este documento útil (12 votos)
7K visualizações36 páginas

Manual - Massagem Desportiva

O documento discute a massagem desportiva, incluindo os tipos de massagem (pré-desportiva, inter-evento e pós-desportiva), seus objetivos, momento, ritmo e duração. Também aborda lesões esportivas, incluindo conceito, mecanismos, tipos e tratamento.

Enviado por

Diogo Neves
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
100% acharam este documento útil (12 votos)
7K visualizações36 páginas

Manual - Massagem Desportiva

O documento discute a massagem desportiva, incluindo os tipos de massagem (pré-desportiva, inter-evento e pós-desportiva), seus objetivos, momento, ritmo e duração. Também aborda lesões esportivas, incluindo conceito, mecanismos, tipos e tratamento.

Enviado por

Diogo Neves
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 36

PS 01.02.

0
 


ÍNDICE

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 2

1. MASSAGEM DESPORTIVA ............................................................................................. 3

1.1. Conceito ....................................................................................................................... 3

1.2 Massagem Pré-desportiva............................................................................................... 3

1.3. Massagem inter-evento.................................................................................................. 4

1.4. Massagem Pós-desportiva ............................................................................................. 4

2. MASSAGEM TERAPÊUTIC A .......................................................................................... 8

2.1. Momento, ritmo e duração.............................................................................................. 8

2.2. Massagem .................................................................................................................... 8

3. LESÕES DESPORTIVAS ..............................................................................................18

3.1. Conceito ..................................................................................................................... 18

3.2. Mecanismos de lesão .................................................................................................. 18

3.3. Gravidade/ Severidade ................................................................................................ 19

3.4. Tipos de Lesões.......................................................................................................... 19

3.5. Estágios do processo de reparação .............................................................................. 20

3.6. Lesões Músculo-esqueléticas....................................................................................... 22

Tratamento:....................................................................................................................... 31

BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................34

1
 


INTRODUÇÃO

O Curso de Massagem Desportiva pretende ir de encontro às necessidades indi vi duais d o


atleta. Com o aumento do número de pessoas a praticar desporto, combinado com um
aumento de competitividade e intensidade do exercício físico, o inter ess e e a p r o c ur a d a
massagem desportiva tem também registado um aumento significativo. É cada vez mais
uma terapia reconhecida como uma “arte” que pode maximizar o desempenho d es porti vo .
Tornou-se parte integrante da recuperação atlética na medicina desportiva, passando pelas
faculdades, clubes desportivos amadores, clubes desportivos profissionais e ao trein o p ar a
os Jogos Olímpicos.

2
 


1. MASSAGEM DESPORTIVA

1.1. Conceito
A massagem Terapêutica específica para atletas, normalmente denominada
Massagem Desportiva, define-se como uma forma criteriosa e intuitiva de aplicação de
massagem, movimento e alongamento para indivíduos fisicamente activos.
Massagem desportiva divide-se em 3 componentes, antes da actividade física, durante a
actividade física e depois da actividade física, é essencialmente aplicada a desportistas.

1.2 Massagem Pré-desportiva


Actualmente a performance de um atleta é um conjunto de variáveis onde a
massagem desempenha um papel importante.
Possui a mesma intenção que o aquecimento, no entanto, não o substitui já que n ão
mobiliza tecido suficiente para criar alterações circulatórias e de temperatur a n ec es s ár i as
para as necessidades do atleta.

1.2.1. Objectivos
O aquecimento é a preparação do corpo para a atividade física. Os objetivos são
elevar a temperatura do corpo, aumentando a atividade cardiovascular, prepar ando as s i m
os músculos para o exercício, auxiliando assim a execução de alongamen tos es pec ífi cos
necessários para qualquer desempenho. A massagem é realizada de forma rápida e
profunda. Possui efeitos psicológicos. É um bom momento de reforçar mensagens de
otimismo e acalmar temores sobre medo de lesões e o estado dos adversários.

Os objectivos incluem:
a) Amolecer e libertar a fáscia e outras estruturas do tecido conjuntivo;
b) Diminuir a tensão muscular generalizada;
c) Aumentar a resposta de hipermía nos músculos a serem utilizados na actividade;
d) providenciar mais sentido cinestésico que ajuda a criar uma atitude posi tiv a ( o s atl etas
sentem os músculos mais relaxados o que significa potencialmente mais confiança e men o r
risco de lesão;

3
 


1.2.2. Momento, ritmo e duração


 Deve ser realizada a menos de uma hora do início da prova/jogo;
 Podem ser feitas algumas manobras a alguns músculos específicos, seguindo- se o
aquecimento e depois a rotina normal de massagem;
 Deve terminar pelo menos10 minutos antes do início da prova/jogo;
 Tem duração de 10 a 15 minutos, nunca excedendo os 20 minutos;
 O ritmo é rápido (quer para ocupar correctamente o tempo disponível quer para
evitar a sedação);
 Nos atletas muito ansiosos pode ser necessária uma abordagem mais lenta;

1.2.3. Massagem
 Deslizamentos 1 mão
 Fricções
 Deslizamentos 2 mãos
 Rodilhares
 Agitação
 Percussão (tipo1 e tipo 2 alternados)
 Agitação

1.3. Massagem inter-evento

 O momento de aplicação é óbvio;


 A massagem complementa a rotina regular entre eventos;
 Realizada para aceder apenas a alguns músculos/áreas específicas;
 É realizada um pouco mais lenta q a massagem anterior;
 Tem duração de 5 a 10 minutos, nunca excedendo os 15 minutos;

1.4. Massagem Pós-desportiva

1.4.1. Objectivos
Tem como objectivo eliminar os resíduos do corpo, permitindo q ue as fun ç õ es d o
corpo voltem ao normal. No fim de qualquer período de actividade física o sistema
cardiovascular talvez esteja trabalhando excessivamente, como forte resultado da cessação
da actividade a pressão pode cair subitamente. A massagem, especialmente o deslizamento
centrípeto é muito útil para restaurar a normalidade. Promove a eliminação de resíduos
metabólicos musculares adquiridos pela forte carga da actividade física. Também auxili a n a

4
 


redução de dor e nódulos de tensão, havendo a suspeita de lesão tecidual, pode-se ap l ic ar


a massagem com gelo. Utiliza-se manobras de massagens profundas e lentas.
Também tem efeito psicológico agregado.
Esta categoria assiste o organismo em determinados processos fisiológicos:
 Aumento do metabolismo para recolocar o déficit de O2
 Reciclagem de sub-produtos metabólitos)
 Redução da tensão muscular generalizada
 Facilitação da circulação linfática
 Remoção de edema
 Devolver flexibilidade ao tecido muscular e conjuntivo.

Os objectivos incluem:
a) Ajudar os músculos a alcançar índices normais de tónus e alongamento;
b) Ajudar no retorno venoso para potenciar a recuperação metabólica;
c) Desactivar pontos-gatilho que se podem ter desenvolvido;
d) Reduzir o risco de rigidez muscular

1.4.2. Momento, ritmo e duração


 Não possui rigidez de duração;
 Será mais proveitosa para o atleta se for realizada cerca 2h após o final da prova;
 Coadjuvante do processo de arrefecimento (administrada após o final dessa rotina
específica);
 Massagem continua a ser curta e dirigida a grandes grupos musculares (até
porque o técnico pode ter de trabalhar sobre diversos atletas);
 Cadência mais lenta (aprofundando a pressão de forma progressiva);
 Investigação demonstra a importância do timing de aplicação para evitar a rigi dez
muscular tardia (aparentemente quebra um dos primeiros passos do processo de inflamação
– acumulação de neutrófilos).

5
 


1.4.3. Etapas
a) Perceber se o desporto é predominantemente SUPERIOR ou INFERIOR no que diz
respeito à especificidade dos gestos técnicos;
b) Estimularmos em primeiro lugar os principais elementos miofasciais da região;
c) De seguida iniciar trabalho sobre grupos musculares principais que estão r eg ular men te
em sobrecarga;
d) Não esquecer que temos de trabalhar as regiões miotendinosas, “estações” fasciais c om
respectivas linhas e finalmente a relação por vezes problemática entre os epimísios dos
principais ventres musculares

1.4.4. Massagem

1.4.4.1 Parte Posterior


Gémeo (cada técnica repetir 2 a 3 vezes)
 Deslizamento a 1 mão

 Nodulares (quando lateralizar relaxamos)


 Deslizamentos a 2 mãos
 Murros
 Deslizamento braquial ( 3 linhas)
 Rodilhar directo
 Murrinhos
 Separação de gémeos
Coxa (todas as técnicas dos gémeos menos a separação)

1.4.4.2. Parte Anterior


Perna
 Deslizamento a 2 mãos
 Lateralizamos parte interna
 Soldados (pressão aferente)
 Soldados intercalados (pressão, relaxa)
 Deslizamentos a 2 mãos

Coxa (dividir a coxa em duas partes: parte central e externa / parte interna)

6
 


1.4.4.3 Parte central e externa


 Deslizamento a 1 mão
 Nodulares (pressão, relaxa)
 Deslizamentos a 2 mãos
 Murros (1 mão suporta; inverte)
 Deslizamento braquial (central e lateral)
 Rodilhar directo (central e lateral)
 Murrinhos
 Agitação

1.4.4.4 Parte interna


 Flectimos, lateralizamos
 Deslizamento a 1 mão
 Nodulares a 1 mão
 Soldados
 Agitação

1.4.4.5 Coluna cervical


 Deslizamento médio cervical
 Nodulares (pressão, relaxa)
 Deslizamentos horizontais
 Murros (pressão, relaxa)
 Deslizamento braquial tipo 1
 Rodilhar directo
 Deslizamento braquial tipo 2
 Amassamento com a região palmar (pressão, relaxa)
 Deslizamento braquial tipo 3
 Agitação

1.4.4.6 Coluna lombar


 Amassamentos
 Deslizamentos com o cotovelo
 Forte deslizamento lombar
 Deslizamento (ascendente/ descendente) - ligamento ílio lombar

7
 


2. MASSAGEM TERAPÊUTICA

A massagem terapêutica cada vez mais vem sendo prescrita por médicos para
complementar aos tratamentos médicos tradicionais nos caso de doenças, contusões e
dores visto que um número cada vez maior de pesquisas documentam a sua eficiência.

A massagem não apenas faz o atleta se sentir melhor. Ela reduz os batimentos
cardíacos e a pressão sangüínea, aumenta a circulação do sangue e o fluxo linfático, r ed uz
as tensões e espasmos musculares, aumenta a amplitude dos movimentos e ajuda a ali v i ar
a dor, melhorando assim o tratamento médico.

A massagem terapêutica envolve a manipulação das estruturas dos tecidos mo l es . A


massagem suaviza e acalma, ajuda na redução do stress, e pode ajudar na taxa de
recuperação do corpo contra contusões, torções e doenças.

2.1. Momento, ritmo e duração

 Movimentos lentos
 Numerosas repetições de cada movimento
 A duração depende do tamanho da área a tratar e da patologia
 O nº de sessões depende do tempo que demora até se atingir o bem estar
 A pressão depende do efeito pretendido, dependendo da finalidade es p ec ífic a d o
movimento e do problema físico do paciente

2.2. Massagem

PARTE POSTERIOR Todas as técnicas de pós desportiva mais:

 Deslizamento em todo o membro e entre cada técnica.

 Fricções Em todos os locais

 Nodulares

8
 


1. Deslizamento com movimentos alternados dos polegares

2. Deslizamentos com os punhos

3. Deslizamento lateral

9
 


Perna

1. Deslizamento com uma mão 2. Amassamento no Gémeo

3. Compressão do Gémeo e deslizamento

Coxa

1. Deslizamentos com os punhos 2. Deslizamento com os punhos lateral

2. Amassamento 4. Técnicas de percussão

10
 


Costas

1. Deslizamento longitudinal 2. Deslizamento lateral

3. Deslizamento em ziguezague 4. Deslizamento profundo, com


a mão

5.Deslizamento com o antebraço 6. Deslizamento com o antebraço

7. Deslizamento invertido

11
 


8. Amassamento na borda lateral 9. Compressão na região lombar

10. Fricção transversal nos paravertebrais 11. Deslizamento profundo com os


Polegares

12. Deslizamento com os punhos 13. Compressão ao longo das cristas


ilíacas

14. Deslizamentos com os punhos na região torácica

12
 


15. Deslizamento com o polegar 16. Deslizamento com o polegar


na região torácica na omoplata

17. Deslizamento com o polegar 18. Deslizamento ao longo da


na omoplata borda medial da omoplata

19. Compressão na região 20. Deslizamentos com os


superior do ombro punhos na cervical

13
 


PARTE ANTERIOR Todas as técnicas de pós desportiva mais:

1.Deslizamento intermitente do 2. Deslizamento intermitente


lado anterior do tornozelo e lateral ao tendão-de-aquiles
maléolo

3. Círculos fixos nos maléolos

4. Mistura na articulação

Perna

1. Deslizamento ascendente da 2. Deslizamento descendente da


perna perna

3. Deslizamento com os punhos

14
 


Joelho

1. Compressão dos tecidos 2. Alongamento dos tecidos

Coxa

1. Deslizamento profundo lateral 2. Deslizamento profundo medial

3. Deslizamento intermitente profundo

15
 


Membro superior

Deslizamento em todo membro

Mão

1. Deslizamento profundo do lado


palmar

2. Fricções anteriores

3. Mistura na articulação

1.Deslizamento com o polegar


Antebraço
nos extensores e flexores
2. Deslizamento ascendente

3. Mistura

Cotovelo

1.Fricção no cotovelo

2. Alongamentos dos tecidos

16
 


Braço

1. Deslizamento ascendente lateral 2. Deslizamento ascendente medial

3. Compressão nos músculos 4. Amassamento

5.Compressão do deltóide 6. Deslizamento com pressão


na região axilar

17
 


3. LESÕES DESPORTIVAS

3.1. Conceito
Considera-se lesão desportiva toda a condição ou sintoma que implicou pelo menos
uma das seguintes consequências e que tenha ocorrido como resultado da participação d a
actividade desportiva: tenha sido motivo directo para interromper a acti v i d ade d es por tiv a
(treinos e competições) durante pelo menos 24 horas; se a condição ou sintoma não
motivou a interrupção total da actividade desportiva, mas foi determinante para alterar a s ua
actividade quer em termos quantitativos (menor nº de horas de prática, menor i n tensi dade
dos exercícios/esforços físicos) quer em termos qualitativos (alteração d os ex er c íci os o u
movimentos realizados); e jovem praticante procurou um conselho ou tratamen to j un to d e
profissionais de saúde para resolver essa condição ou sintoma.

3.2. Mecanismos de lesão

3.2.1. Macrotraumatismos (entorse, pancada, estiramento excessivo, etc.) em q ue


o atleta situa no espaço e no tempo o movimento ou gesto que desencadeou o s p r imei ro s
sintomas e que normalmente desencadeia uma incapacidade funcional imediata do
segmento afectado tanto maior quanto mais grave for a lesão.
Podemos dar vários exemplos:
 Entorses da articulação tíbio-társica (tornozelo) em flexão plantar e inversão (les ões
capsulo-ligamentares e em algumas situações ocorrem também fracturas e lesões
nas cartilagens de crescimento no caso dos jovens) na recepção ao s o l o ap ós um
salto;
 Entorses do joelho após uma mudança brusca de direcção envolvendo por exemp l o
um mecanismo de valgo e rotação externa do joelho (lesões capsulo- li gamentar es
e/ou meniscais, luxação da rótula). Aqui parece haver uma maior predisposição par a
as jovens do sexo feminino.
 Estiramento excessivo e descontrolado numa abertura das pernas (lesão dos
adutores); esforços explosivos como um sprint com dor aguda tipo picada na coxa ou
perna (lesão muscular dos isqueo-tibiais ou gémeos)
 Traumatismo directo da coxa (contusão com hematoma intramuscular);
e) Gestos com amplitudes extremas de abdução e rotação externa do ombro que

18
 


causa uma luxação da articulação gleno-umeral, ou gesto de placagem de um


opositor (rugby) que causa traumatismo ou luxação da articulação acromio-clavicular.

3.2.2. Microtraumatismos repetidos a partir da repetição exaustiva de elementos


técnicos da modalidade sem os adequados períodos de recuperação/repouso ou na
execução incorrecta de certos gestos. Este tipo de mecanismos está na base do que se
chama as lesões por sobrecarga ou lesões por esforços repetidos – LER (overuse injuri es ) .
Nos jovens atletas este tipo de mecanismos adquirem uma importância particular quando se
aumenta o volume e a intensidade do treino numa fase em que corpo biológico está em
permanentes mudanças.
Independentemente dos mecanismos (macro ou micro) as lesões desportivas podem ocorrer
sem haver história anterior de lesão ou queixas nessa estrutura – 1ª lesão, ou serem
recidiva de lesão anterior ou seja existir uma história passada de lesão nessa estrutura
(pelo menos uma vez), mas com recuperação completa da mesma.

3.3. Gravidade/ Severidade

3.3.1. Lesões minor, que na maioria das vezes não obrigam a parar a actividade,
embora a possam condicioná-la e aumentem o risco de ocorrer uma lesão mais grave
.
3.3.2. Lesões major que implicam quase sempre uma paragem da actividade
principal (pode-se e deve-se manter sempre algum grau de actividade física) e tr atamen to
adequado.

3.4. Tipos de Lesões

3.4.1. Lesões agudas


Este tipo de lesões ocorrem por exemplo, imediatamente após um
macrotraumatismo de lesão major com sinais e sintomas precoces) onde a fase inflamatória
aparece com os seus sintomas inequívocos: calor (energia metabólica irradiada), rubor
(vasodilatação e aumento da vascularização); edema e/ou hematoma locais (exsudado
inflamatório e/ou hemorragia) e dor – estimulação das terminações nervosas aferentes , p or

19
 


processos quer de na natureza física, quer de natureza química sobre os nocioceptores, que
ocorrem nas primeiras horas pós-lesão.
O conjunto destes sinais/sintomas levam a uma limitação/incapacidade fun c ion ais
que será tanto mais acentuada quanto maior for a gravidade e a extensão da(s) les ão( ões )
inicial(is).

3.4.2. Lesões crónicas


Estes tipos de lesão caracterizam-se pelo manter dos sinais e/ou si ntomas p or um
período mínimo de 3 meses, sem ter havido alívio completo dos mesmo s. Co n dic ionam a
actividade e podem sofrer períodos de agudização que desencadeiam uma resposta
inflamatória impeditiva de qualquer tipo de treino.
Segundo Caine et al (1996), o número de anos de prática e o início da comp etiç ão
podem ser os principais factores de risco para o desenvolvimento de algumas lesões
crónicas. O número e gravidade de lesões tende naturalmente a aumentar com o aumen to
dos níveis de competição.
As lesões crónicas mais comuns são as tendinopatias, bursites, apofisites ou
entesopatias (lesões nos locais de inserção óssea das estruturas múscul o- tendin osas n o
caso dos jovens atletas) e fracturas de fadiga. A dor instala-se gradualmente e pode ati n gir
intensidades que incapacitam o jovem para a prática desportiva e podem inter fer ir mes mo
com as actividades funcionais.

3.5. Estágios do processo de reparação

Após qualquer lesão, quer seja a partir de microtraumatismos ou macrotraumatismos ,


inicia-se o processo de reparação. Este processo é geneticamente deter mi nado tal c o mo
são os mecanismos de auto-regulação. Pode-se dizer que temos no nosso código genético,
processos de AUTO-REPARAÇÃO, que são accionados após a ocorrência de qualquer
lesão e que se podem descrever em diferentes estadios:

3.5.1. FASE INFLAMATÓRIA (até às primeiras 48/72 h)

3.5.1.1. Sinais:
 CALOR – energia metabólica irradiada
 RUBOR – vasodilatação e aumento da vascularização (angiogénese)
 EDEMA/HEMATOMA – exsudado inflamatório e/ou hemorragia

20
 


 DOR – estimulação das terminações nervosas aferentes, por processos quer d e n a


natureza física, quer de natureza química sobre os nocioceptores, que ocorr em n as
primeiras horas pós-lesão.

O conjunto destes sinais/sintomas levam a uma limitação/incapacidade fun c ionai s


que será tanto mais acentuada quanto maior for a gravidade e a extensão da(s) les ão( ões )
inicial(is).

3.5.1.2. Objectivos do Tratamento:


 Controlar a resposta inflamatória
 Melhorar a nutrição tecidular e a drenagem das substâncias indesejadas
 Reduzir a dor e o edema/hematoma locais

3.5.1.3. Princípios terapêuticos de Intervenção


O conjunto de procedimentos terapêuticos a seguir nas primeiras 48/72 h, poder ão s er
descritos de uma forma sucinta pelas iniciais inglesas RICE. No entanto deverá existir
sempre uma avaliação prévia que conduza a um diagnóstico.
Diagnóstico Clínico
Procedimentos - RICE THERAPY
Rest – Repouso selectivo (movimento protegido)
Ice – Frio/Gelo local (durante 10 a 15 min de 2 em 2 horas)
Compression - Compressão selectiva
Elevation - Elevação

Simultaneamente devem-se evitar outro conjunto de procedimentos que podem


contribuir para agravar a lesão inicial.

O que não se deve fazer – HARM


Heat - Calor na região lesada sob qualquer forma
Alcóol - (ingestão de alcóol)
Actividade excessiva da região lesionada (ignorar os sintomas).
Massage - Massagem

Em caso de dúvida ou de sintomas persistentes e incapacitantes DEVE PROCURAR A


CONSULTA DE UM MÉDICO OU UM FISIOTERAPEUTA com experiência em lesões
desportivas.

21
 


A aplicação de ligaduras funcionais pode ser um excelente método uma vez


despistadas lesões osteo-articulares.

3.5.2. FASE DE REPARAÇÃO TECIDULAR (Reparação Fibroblástica) vai do 3º/4º


dia até ao 10º/14º dia.

Objectivos do Tratamento:
 Promover a reparação tecidular eficiente e sem recidivas
 Promover o comportamento normal da estrutura lesada

Os processos de reparação dos tecidos moles devem ser feitos p er miti ndo al g uns
movimentos. É a fase da função protegida. A imobilização prolongada e to tal d o s tec i dos
moles afectados promovem uma cicatrização desordenada não func i onal. O m o vim en t o
controlado induz um tecido em reparação mais funcional

3.5.3. FASE DE REMODELAÇÃO que vai do 10º/14º dias até 21º/60º dias,
consoante a gravidade e a extensão da lesão inicial. Esta fase continua, completa e
consolida os processos ocorridos na fase fibroblástica anterior.
Objectivo:
 Consolidar o processo de reparação e prevenir a cicatrização excessiva e
desordenada.

É a fase onde se deve fazer a reintegração progressiva e gradual ao treino e à


actividade desportiva. É essencial a sintonia entre o Fisioterapeuta e o treinador nesta fase

3.6. Lesões Músculo-esqueléticas

3.6.1. LESÕES AGUDAS DE TECIDOS MOLES

a) Cãibra
Mecanismo de defesa. Caracterizada por contracção muscular intermitente, in tensa,
involuntária e muito dolorosa. Desaparece com a contracção do antagonista.
Apesar de existirem muitas causas para cãibras musculares, grandes perdas de
sódio e líquidos costumam ser factores essenciais que predispõem atletas a cãibras
musculares. O sódio é um mineral importante na iniciação dos sinais dos nervos e ac ç õ es
que levam ao movimento nos músculos. Por isso, um défice desse elemento e d e l íq ui do s

22
 


pode tornar os músculos sensíveis. Sob tais condições, uma leve tensão e um mo v i men to
subjacente podem fazer o músculo se contrair e se contorcer incontrolavelmente.

Tratamento:
O tratamento seria colocar bolsa de água quente para melhorar o fluxo de sangue
para os músculos, tomar água gelada para permitir maior absorção, ou seja, a água g el ad a
é mais rapidamente absorvida em relação à água quente e, alongamentos, lentos e
gradativos, nos músculos afectados, sem forçar muito (alongue até o l i mi te d e ten s ão d o
músculo, sem forçar).

b) Contracturas
Mecanismo de defesa que impede maiores solicitações funcionais. A contracção
muscular é constante, há presença de dor, diminuição da flexibilidade muscular e hipertonia
muscular.
Surge geralmente num músculo que não foi alongado antes da sessão ou por
esforço muito grande durante a realização de alguma manobra, mas não o sufi c i ente p ar a
romper as fibras. Não impede as actividades rotineiras, mas dificulta algumas ac ti v idades
desportivas. Muitas vezes, ao tocar a região, é possível identificar certo endurecimento
muscular bem delimitado.

Tratamento:
O tratamento seria colocar bolsas de água quente para melhorar o fluxo de sangue e
relaxar o músculo subjacente realizar massagem de tipo MTP (massagem transversal
profunda) ou cyriax. No final colocar bolsas de frio para diminuir a inflamação causada p el a
massagem e pelo calor. Este tratamento devera decorrer por vários dias.

c) Contusões
São causadas por traumas durante o contado sem corte externo do músculo
resultando em tecidos e células danificadas e sangramento profundo dentro ou entre os
músculos. O resultado é a formação de tecido necrótico e hemorragia levando a inflamação.
Há lesão de tecidos em consequência de golpe directo. Há dor, edema e hematoma.
Três graus de contusões. O grau I é de pouca gravidade enquanto o grau III é grave.

Tratamento:
Numa fase inicial (aguda) em que há hematoma, inflamação, o objectivo do tratamento
é minimizar a inflamação e controlar o quadro álgico, através da remoção do hematoma.
Deve-se iniciar imediatamente, com a seguinte conduta:

23
 


 Repouso: para aliviar a dor musculo esquelética e promover a cicatrização.


 Elevação: o membro lesado deve ser elevado fazendo com que ocorra um aumen to
do retorno venoso e linfático, estimulando a absorção do edema.
 Compressão: o efeito mecânico e fisiológico da compressão faz com que oco r r a um
aumento na pressão extravascular permitindo ou auxiliando na reabsorção do
edema.
 Crioterapia,
 Anti-inflamatórios não esteróides: são utilizados por suprirem a reacção inflamató ri a
inicial, pois inibem a produção de mediadores da dor, permitindo melhorar a
performance num período precoce. São mais efectivos se usado s p o r d uas a s ei s
semanas, dando alívio de dor e a inflamação, além de reduzir o edema, permitindo o
rápido retorno ao movimento.
 Exercícios isométricos: indicado para melhora a força muscular. Deve ser sabido que
o seu efeito é mínimo com relação à resistência e à fadiga.
 Movimentos intra-articular passivos: para manter as articulações c o m mo bi li zaç ão
normal enquanto o músculo começa a cicatrizar e para alívio da dor.

d) Entorse
Ocorrem quando há estiramento e/ou ruptura dos ligamentos. Há perda da
estabilidade da articulação. Há dor, edema, impotência funcional e contracturas muscular es
periféricas.

Tratamento:
Numa fase inicial (aguda) em que há hematoma, inflamação, o objectivo do
tratamento é minimizar a inflamação e controlar o quadro álgico, através da remoção do
hematoma. Deve-se iniciar imediatamente, com a seguinte conduta:
 Repouso: para aliviar a dor musculo esquelética e promover a cicatrização,
 Elevação: o membro lesado deve ser elevado fazendo com que ocorra um aumen to
do retorno venoso e linfático, estimulando a absorção do edema
 Compressão: o efeito mecânico e fisiológico da compressão faz com que oco r r a um
aumento na pressão extravascular permitindo ou auxiliando na reabsorção do edema
 Crioterapia,
 Anti-inflamatórios não esteróides: são utilizados por suprirem a reacção inflamató ri a
inicial, pois inibem a produção de mediadores da dor, permitindo melhorar a
performance num período precoce. São mais efectivos se usado s p o r d uas a s ei s

24
 


semanas, dando alívio de dor e da inflamação, além de reduzir o edema, permiti n do


o rápido retorno ao movimento.
 Exercícios isométricos: indicado para melhora a força muscular. Deve ser sabido que
o seu efeito é mínimo com relação à resistência e à fadiga
 Movimentos intra-articular passivos: para manter as articulações c o m mo bi li zaç ão
normal enquanto o músculo começa a cicatrizar e para alívio da dor. A pouco e
pouco de acordo com a recuperação inicial, o atleta devera realizar exercícios físicos
de resistência gradual para recuperação do tônus muscular.

Três tipos de entorse

Entorse de I grau: O (s) ligamento (s) é pouco


distendido, com possível ruptura de algumas fibras o
tornozelo não costuma doer ou inchar em demasia;
contudo, uma torção ligeira aumenta o risco de uma
lesão recorrente.

Entorse de II grau: O (s)


ligamento (s) é distendido, com
ruptura parcial de fibras á
inflamação e os hematomas são
frequentes. Em geral, é dolorosa
e torna-se difícil andar.

Entorse de III grau: O (s) ligamento (s) é


totalmente rompido. Causando inchaço e por
vezes hemorragia sob a pele. Por
conseguinte, o tornozelo torna-se instável e
incapaz de suportar o peso.

25
 


e) Distensões
Ocorre quando o músculo é estirado para lá da sua capacidade ou por ruptura.
Ocorre apenas em músculos e tendões. A distensão é uma ruptura de um múscul o , d es d e
algumas fibras até o músculo inteiro (ruptura total). A distensão pode ocorrer , p o r fal ta d e
aquecimento, alongamento e por cansaço muscular
Tratamento:
Numa fase inicial (aguda) em que há hematoma, inflamação, o objectivo do
tratamento é minimizar a inflamação e controlar o quadro álgico, através da remoção do
hematoma. Deve-se iniciar imediatamente, com a seguinte conduta:
 Repouso: para aliviar a dor musculo esquelética e promover a cicatrização,
 Elevação: o membro lesado deve ser elevado fazendo com que ocorra um aumen to
do retorno venoso e linfático, estimulando a absorção do edema,
 Compressão: o efeito mecânico e fisiológico da compressão faz com que oco r r a um
aumento na pressão extravascular permitindo ou auxiliando na reabsorção do
edema,
 Crioterapia,
 Anti-inflamatórios não esteróides: são utilizados por suprirem a reacção inflamató ri a
inicial, pois inibem a produção de mediadores da dor, permitindo melhorar a
performance num período precoce. São mais efectivos se usado s p o r d uas a s ei s
semanas, dando alívio de dor e da inflamação, além de reduzir o edema, permiti n do
o rápido retorno ao movimento.
 Exercícios isométricos: indicado para melhora a força muscular. Deve ser sabido que
o seu efeito é mínimo com relação à resistência e à fadiga,
 Movimentos intra-articular passivos: para manter as articulações c o m mo bi li zaç ão
normal enquanto o músculo começa a cicatrizar e para alívio da dor. A pouco e
pouco de acordo com a recuperação inicial, o atleta devera realizar exercícios físicos
de resistência gradual para recuperação do tônus muscular.

Três tipos de distensões

Distensões de I grau: o músculo ou tendão é


pouco distendido, mais frequente entre os
atletas, conhecido também como micro-ructura.
A quantidade de fibras musculares que se
rompe é muito pequena. Ele aparece como
uma dor muscular, que piora ao esforço. Não
há sinal de derrame sanguíneo ou inchaço. A
aplicação de gelo deve ser imediata.

26
 


Distensão de II grau: o músculo ou


tendão é distendido e a ruptura
parcial, reflecte a ruptura de um
número apreciável de fibras e é
quase sempre sentida como uma
sensação de uma pedrada ou
estilhaça na região. É comum ( o uv i r
o barulho da própria ruptura do
músculo). O hematoma aparece n as
primeiras horas e muitas vezes, p el a
gravidade, ele pode deslocar-se para
um ponto distante e mais baixo do
local da distensão. A incapacidade
da movimentação do músculo
atingido é muito grande e qualquer
tentativa de movimento é muito
dolorosa. A aplicação do gelo tem
que ser iniciada e tratamento de
fisioterapia.

Distensão de III grau: o músculo ou tendão é


totalmente rompido. Produz uma grande
incapacidade de articulação que o músculo r o mpi do
movimente. O tratamento nesse caso é cirúrgico,
analgésico e anti inflamatórios e posteriormente
fisioterapia.

27
 


f) Rompimento da cartilagem
As cartilagens recobrem as extremidades ósseas e reduzem o atrito entre os os s o s.
Pode haver perfuração e rompimento da cartilagem se houver torção ou compressão de
uma articulação

Tratamento:
O tratamento numa fase aguda será repouso, imobilização, compressão, elevação e
gelo. Acompanhado com anti-inflamatórios, em seguida passara por diagnostico com o
médico.
Exames específicos como TAC, ressonância magnética, ecografia etc. Para av al i ar
a gravidade da lesão, poderá ser caso de cirurgia, se não for o caso normalmente o
tratamento será: descanso e o paciente usara canadianas e iniciara um tratamento
específico de fisioterapia para restaurar e nutrir este rompimento desta cartilagem.

g) Luxações e sub- luxações


Dá-se quando os ossos de uma articulação saem da sua posição normal. Caso
voltem novamente á posição normal, estamos perante uma sub-luxação. Se uma articulação
recebe pressão demasiada, os ossos que se encontram nessa articulação podem ser
desconectados ou deslocados. Normalmente quando isso acontec e, o c or re a r up tur a d a
cápsula articular, o rompimento de ligamentos (entorse), com frequência, lesões dos nervos.
Há dor, por vezes fracturas, imobilidade, hematoma, contracturas musculares periféricas

Tratamento:

Algumas vezes é difícil diferenciar entre um osso deslocado e um osso fracturado.


Ambas as situações são de emergência. Em ambos os casos, as etapas básicas de
primeiros socorros são as mesmas.
A cicatrização dos ligamentos adjacentes à articulação deslocada leva de 3 a 6 semanas.

 Verifique as vias respiratórias da vítima, sua respiração e circulação. Se necessário,


inicie a respiração assistida.
 Mantenha a vítima imóvel e transmita-lhe segurança.
 Se a pele apresentar um ferimento devido a um osso fracturado ou se você suspeita
que possa haver um osso fracturado por baixo da pele, tome as medidas
necessárias para prevenir infecções. Não respire sobre a ferida, não lave o u to q ue
nela. Cubra o ferimento com uma compressa esterilizada antes de imobilizar a
lesão.

28
 


 Faça uma tala ou um suporte para o ferimento na posição em que o encontrou.


Certifique-se de imobilizar a área tanto acima quanto abaixo da articulação lesada e
de verificar a circulação sanguínea na área afectada após sua imobilização.
Compressas de gelo poderão ser aplicadas para diminuir a dor e o i n c h aço. Par a
verificar a circulação, examine o pulso radial no punho ou pressione com fi r meza a
pele na área afectada - ela deve ficar branca e depois de 2 segundos ad q uir ir uma
tonalidade rósea.
 Tente evitar o choque. Deite a vítima na posição horizontal, erga seus pés cerc a d e
30 centímetros e cubra a vítima com um casaco ou cobertor. Não mova a v íti ma s e
houver suspeita de lesões na cabeça, costas ou pernas.
 Procure assistência médica.

Este é um método de reposicionamento de ombro: uma pessoa puxa o peito,


utilizando um pano ou um cobertor (à esquerda).
Enquanto isso, outra pessoa fica presa ao antebraço da vítima com uma tira de pano,
corda ou lençol (à direita), utilizando o peso de seu corpo para puxar na direção
oposta. Isso deixa a mão da segunda pessoa livre para manipular o ombro lesionado
da vítima

29
 


3.6.2. Lesões Crónicas de Tecidos Moles

a) Distensão muscular crónica


Acontece quando um músculo é constantemente sobrecarregado o u al o ngad o em
excesso

b) Bursite

Inflamação das bolsas, por alongamento contínuo e excessivo o u p or ex c es so d e


uso. Ocorre também quando há tracção brusca dos tendões. A função desta bolsa é evitar o
atrito entre duas estruturas (por exemplo, tendão e osso ou tendão e múscul o ) . As bo l s as
estão localizados próximas articulações, qualquer processo inflamatório nestes tecidos
moles será percebido frequentemente por pacientes como dor na articulação. Num processo
inflamatório poderá haver necessidade de retirar o excesso de líquido sinovial das bolsas.

Tratamento:

O tratamento da bursite visa tratar a lesão na bolsa lesionada. O pri meir o p as s o d o


tratamento, da bursite, é reduzir a dor e inflamação com repouso, compressão, el ev aç ão e
anti-inflamatórios, gelo também pode ser usado em lesões agudas. Quando o gelo é
necessário, uma bolsa de gelo pode ser aplicada na área afectada por 15-20 minutos a cada
4-6 horas por 3-5 dias. Programa de alongamento pode ser recomendado. Actividade
envolvendo a articulação afectada também deve ser restringida para encorajar a
recuperação e prevenir mais lesões.

Poderá usar-se ultra-som pulsátil para reduzir a inflamaçã. Iontoforese também p o d e


ser usada, envolve o uso de corrente eléctrica para empurrar medicamento através da p el e
directamente sobre a bolsa inflamada. Alongamento suave e exercícios de fo r talec imen to
são adicionados gradualmente. Massagem do tecido mole também é indicada.
Se não houver resposta, o médico pode injectar medicamento corticóide n a ár ea ao
redor da bolsa inflamada. Embora essas injecções sejam comuns no tratamento, elas
devem ser usadas com precaução. Se ainda assim não houver resposta após 6-12 meses o
médico pode fazer artroscopia ou cirurgia aberta para reparar o dano e aliviar pressão sobre
os tendões bolsa.

Se a bursite for causada por uma infecção, o médico pode receitar antibióticos.

30
 


c) Tendinite

Os tendões são estruturas fibrosas cuja função é a transmissão da força p r oduzi da


pelos elementos contrácteis e não contrácteis, dentro da unidade músculo-tendão. A
tendinite é a inflamação dos tendões, por alongamento contínuo e excessivo e por ex c es so
de uso. A inflamação deve-se a micro traumatismos de repetição, que podem ocorrer devido
a desequilíbrios musculares ou fadiga, alterações nos exercícios ou nas rotinas func ion ais ,
erros de treino ou uma combinação de vários desses factores. Tenosinovites é a ten d i n i te
acompanhada pela inflamação da bainha protectora que cobre o tendão.

Essa inflamação pode ter 2 causas:

1) Mecânica – esforços prolongados e repetitivos, além de sobrecarga.


2) Química – a desidratação, quando os músculos e tendões não estão
suficientemente drenados, a alimentação incorrecta e toxinas no organismo podem conduzir
a uma tendinite.

Tratamento:

O objetivo do tratamento é o alívio da dor e a redução da inflamação.Com repouso,


compressão, elevação e anti-inflamatórios, gelo em estado agudo. Uma bolsa de gelo p ode
ser aplicada na área afectada por 15-20 minutos a cada 4-6 horas por 3-5 dias (ou gelo
directo e dinâmico aplicando 10 min/parando 10min/ aplicando 10mi n /) . Imo bi li zaç ão d o
membro para reduzir a inflamação. Poderá usar-se ultra-som pulsátil para reduzir a
inflamação. Iontoforese também pode ser usada, envolve o uso de corrente el éc tr ic a p ar a
empurrar medicamento através da pele directamente sobre a bolsa inflamada. Alongamento
suave e exercícios de fortalecimento são adicionados gradualmente. Massagem d o tec i do
mole também é indicada. Após a recuperação, exercícios de fortalecimento d os mús c ul os
que circundam a região afetada podem ajudar a prevenir a recorrência da lesão.
Os sintomas melhoram com o tratamento e o repouso. Se a lesão for causada por ex c ess o
de uso, deve-se alterar os hábitos de trabalho para prevenir a recorrência do problema, evite
movimentos repetitivos e o uso excessivo de uma extremidade, faça exercícios de
aquecimento de forma lenta antes de iniciar uma atividade vigorosa.

31
 


3.6.3. Lesões Agudas de Tecidos Duros

a) Fracturas
Presença de dor, impotência funcional, deformidade, mobilidade anormal, crepitação,
edema e hematoma
Directa – A estrutura óssea é lesionada onde aconteceu o impacto.
Indirecta – A estrutura óssea é lesionada em outro local onde aconteceu o impacto.
Completas - quando a estrutura óssea é lesionada na sua totalidade
Incompletas - quando a estrutura óssea é lesionada apenas em parte
Fechadas - quando sente-se que o osso está apenas “desnivelado” mas não rompeu
a pele rompendo capilares sanguíneos, ligamentos e músculos
Expostas - Quando o osso fracturou e rasgou a pele rompendo capilares sanguíneo s,
ligamentos e músculos.

Tratamento:

Primeiros socorros:
 Examine as vias respiratórias, a respiração e a circulação da vítima. Se necessár i o,
inicie a respiração artificial
 Mantenha a vítima imóvel e procure transmitir segurança.
 Se houver ruptura da pele provocada por um osso fracturado ou suspeita da
presença de fractura óssea sob a pele, deve-se tomar medidas para prevenir a
infecção. Não respire sobre a ferida, nem tente limpá-la ou explorá-la. Cubra o
ferimento com compressas esterilizadas antes de imobilizar a lesão.
 Imobilize a lesão com tala ou com uma tipóia para mantê-la na posição em q ue fo i
encontrada. Assegure-se de imobilizar a região tanto acima como abaixo da
articulação lesada e verifique a circulação da área afectada após a imobilização.
Aplique compressas de gelo para aliviar a dor e o inchaço. Para examinar a
circulação, verifique primeiro o pulso radial no punho ou pressione firmemente a pele
na área afectada - que deverá empalidecer e recuperar a coloração normal em 2
segundos.
 Procure evitar o choque. Mantenha a vítima deitada e eleve seus pés cerca de 30
centímetros, cobrindo-a com um agasalho ou cobertor. Mas não mude sua p o s i ç ão
se houver suspeita de lesão na cabeça, coluna vertebral ou nas pernas.
 Procure auxílio médico ou 112.

32
 


3.6.4. Lesões Crónicas de Tecidos Duros

a) Fractura por stress


Denomina-se "fractura por stress" todas as fracturas ósseas ocorridas em
consequência de uma sobrecarga por exercícios repetitivos, promovendo assim um
"cansaço" no osso. A musculatura não está preparada para absorver os choques repetitivos
de determinados movimentos; assim, a sobrecarga desse choque vai para o osso onde
acabam sofrendo pequenas fissuras ósseas. As fracturas por stress começam como
pequeníssimas fracturas chamadas microfracturas ou microtraumatismos. São de difícil
visualização, pois não aparecem no RX convencional, só são visíveis quando evoluem p ar a
fracturas maiores, antes disso, somente é possível detectá-las através de um exame de
ressonância magnética. O primeiro sinal indicativo é a dor leve durante os esforços e intensa
após os esforços. Os lugares mais atingidos são os ossos da canela (tíbia), os ossos d o p é
(calcâneo e metatarsos).

Tratamento:
O tratamento é conservador, com repouso relativo, isto é, afastado de toda e q ual q uer
atividade de impacto podendo o atleta realizar atividades na água e exercícios de
fortalecimento e alongamento para manter sua condição muscular e cárdio-respiratória.
 Repouso: indivíduos precisam repousar da atividade que causou a fratura por stress,
e realizar atividades sem dor e sem impacto durante seis a oito semanas p ar a q ue
ocorra a cura da fratura
 Calçado adequado: com bom amortecimento e o descanso apropriado podem evitar
este tipo de lesão.
 Substituição: trocar a corrida por outra atividade aeróbia sem impacto como a
natação ou o ciclismo e quando voltar a correr, iniciar em terreno macio
Após o período de recuperação, outras duas semanas da actividade suave sem
nenhuma dor podem ser recomendadas antes que o osso possa com segurança ser
considerado apto para a actividade.

Artrose - degeneração óssea e cartilaginosa de uma articulação


Artrite - inflamação de uma articulação

33
 


Bibliografia

Massagem Terapêutica Introdução prática – Denise Whishello Brown – Editora Manole;


Técnicas de Massagem de Beard – Giovanni de Domenico e Elizabeth C. Wo o d – Ed i to r a
Manole;
Manual de Massagem Terapêutica – Um guia completo de massoterapia para o estudante e
para o terapeuta – Mario-Paul Cassar – Editora Manole;
O Livro das Massagens – Lucinda Lidell – Editora Manole Ltda
Bahr, R., Kannus, P. & van Mechelen, W. (2003) - Epidemiologia e prevenção das lesões
desportivas. In
Kjaer, M., Krog Krogsgaard, M., Magnusson, P., Engebretsen, L., Roos, H., Takala, T., Woo,
S. (2003). Compêndio de medicina desportiva – ciência básica e aspectos clínicos da lesão
desportiva e da actividade física. Lisboa: Instituto Piaget.
Belechri, M, Petridou, E, Kedikoglou, S, Trichopoulos, D. & “Sports Injuries” European Union
group. (2001).
Sports injuries among children in six European union countries. European Journal of
Epidemiology, 17 (11), 1005- 1012.
Benson, B.W. & Meeuwisse, W.H. (2005). Ice hockey injuries. Med Sport Sci., 49, 86-119.
Brooks, J. & Fuller, C. (2006). The Influence of Methodological Issues on th e Res ul ts an d
Conclusions from Epidemiological Studies of Sports Injuries – Illustrative Examples . Spor ts
Med, 36 (6), 459-472.
Brooks, J.H., Fuller, C.W., Kemp, S.P. & Reddin, D.B. (2005). Epidemiology of injuries in
English professional rugby union: part 1 match injuries. Br J Sports Med., 39 (10), 757-766.
Brooks, J.H., Fuller, C.W., Kemp, S.P. & Reddin, D.B. (2005). Epidemiology of injuries in
English professional rugby union: part 2 training Injuries. Br J Sports Med., 39 (10), 767-775.
Caine, D.J. & Nassar, L. (2005). Gymnastics injuries. Med Sport Sci., 48, 18-58.
Emery, C.A., Meeuwisse, W.H. & Hartmann, S.E. (2005). Evaluation of risk factors for in jur y
in adolescent soccer: implementation and validation of an injury surveillanc e s y stem. Am J
Sports Med., 33 (12), 1882- 1891.
Fong, D., Hong, Y., Chan, L., Yung, P. & Chan, K. (2007). A Systematic Review on Ankle
Injury and Ankle Sprain in Sports. Sports Med, 37 (1), 73-94.
Fortin, M. F. (1999). O Processo de Investigação – Da concepção à realização. Loures:
Lusociência.
Fuller, C.W., Ekstrand, J., Junge, A., Andersen, T.E., Bahr, R., Dvorak, J., Hägglund, M.,
McCrory, P. & Meeuwisse, W.H. (2006). Consensus statement on injury

34
 


definitions and data collection procedures in studies of football (soccer) injuries. Clinical
Journal of Sport Medicine, 16 (2), 97-106.
Fuller, C.W., Molloy, M.G., Bagate, C., Bahr, R., Brooks, J.H., Donson, H., Kemp, S.P.,
McCrory, P., McIntosh,
A.S., Meeuwisse, W.H., Quarrie, K.L., Raftery, M. & Wiley, P. (2007). Consensus statement
on injury definitions and data collection procedures for studies of injuries in rugby union. Clin
J Sport Med., 17 (3), 177-181.
Gabbett, T. (2004). Influence of injuries on team playing performance in Rugby League. J Sci
Med Sports, 7 (3), 340-346.
Gabbett, T. & Domrow, N. (2005). Risk factors for injury in subelite rugby league players. Am
J Sports Med., 33 (3), 428-434.
Garraway, W.M., Lee, A.J., Hutton, S.J., Russell, E.B. & Macleod, D.A. (2000). Impact of
professionalism on injuries in rugby union. Br J Sports Med., 34 (5), 348-351.
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto 20
Gissane, C., Jennings, D., Kerr, K. & White, J. (2002). A Pooled Data Analysis of Injury
Incidence in Rugby League Football. Sports Medicine, 32 (3), 211-216.

35

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy