- Standard (Baixa Freq)

AULA 5 – Diodos de Potência - Rápidos (Alta Freq)

A seguir temos o símbolo do diodo e suas características de operação através da curva v x i.

Quando a tensão entre o anodo e o catodo for positiva e maior que VF (em torno de 0,7 V), é dito que
o diodo está diretamente polarizado e está no estado de condução, ou seja, começa a conduzir
corrente direta com uma pequena tensão sobre ele. Em termos gerais, quando o diodo é reversamente
polarizado, ou seja a tensão entre anodo e catodo é negativa, ele está no estado corte, bloqueando a
passagem de corrente no sentido reverso.
Entretanto, no diodo de potência real, para o bloqueio leva-se um tempo adicional, chamado
tRR – tempo de recuperação reversa.
Isso ocorre porque na comutação do estado de condução para o bloqueio, ocorre a descarga da
capacitância intrínseca da junção. Nesse intervalo de tempo tRR, a corrente no diodo torna-se
negativa até que a capacitância seja totalmente descarregada.
Após descarga completa, o diodo efetivamente bloqueia. Esta corrente reversa pode, além de
comprometer o bom funcionamento do circuito, gerar ruídos, sobretensões e perdas adicionais de
comutação.

Principais características dos diodos de potência:

É um dispositivo não-controlado (comuta espontaneamente se diretamente polarizado)

Conduz se estiver diretamente polarizado (VAK > 0) e bloqueia no sentido direto quando i ≤ 0 .

Possui queda de tensão intrínseca quando em condução : VF = 0,7 a 1,2V (forward voltage)

Não são facilmente operados em paralelo

Pode conduzir reversamente durante um tempo trr (tempo de recuperação reversa - especificado
pelo fabricante)

Página 1 de 5
A figura a seguir mostra como ocorre a comutação em um diodo.

tF = Tempo de chaveamento
no sentido direto.

tR = Tempo de chaveamento
no sentido reverso

Comutação do diodo

A partir dos tempos de recuperação reversa, os diodos podem ser classificados quanto à velocidade
de comutação (quanto menor for o tempo tRR, mais rápida será a sua comutação).

* Diodo Schottky apresenta trr muito pequeno (ordem de 10ns), pequena queda de tensão direta (tipicamente
0,2 a 0,3V) e é aplicado em altas freqüências e baixas tensões.
* Diodo ultra-rápido tem trr pequeno (ordem de 40ns) e é próprio para altas frequências, e tensões reversas
em torno de 400V.
* Diodo rápido é utilizado em altas e médias frequencias, altas tensões reversas e potências maiores, mas com
trr na ordem de 200ns..
* Diodo standard (uso geral): dentre todos, é o que apresenta o maior trr (ordem de µs). É Próprio para altas
tensões reversas e altas potências, normalmente utilizado em frequências próximas à da rede CA (Faixa
operacional 60Hz a 200Hz)..

Página 2 de 5
A tabela a seguir mostra algumas linhas comerciais de diodos.

- Baixas tensões - Altas tensões

- Altas freq. trr ≈ 10ns - Altas freq.

- Altas Potencias - Baixas freq.

- Freq. médias

trr > 1µs

Os diodos de potência são fornecidos em vários tipos diferentes de encapsulamento como mostrado na
figura a seguir. É através do encapsulamento que o calor gerado na junção do diodo se difunde para o
ambiente.

Página 3 de 5
 Principais parâmetros dos diodos de potência

 PIV (Tensão de pico inversa) = Tensão reversa máxima que pode ser aplicada nos terminais de
um diodo .

Se a PIV for excedida, o diodo cunduzirá corrente no sentido reverso (tempo >> µs), e pelo efeito
AVALANCHE esta alta corrente reversa fatalmente o levará à região de ruptura.

A PIV é também chamada de PRV (Peak Reverse Voltage) ou tensão de ruptura.

 IF(AVG)MAX (Corrente Direta Média Máxima) = Corrente máxima que o diodo pode suportar com
segurança quando diretamente polarizado.
Ordem de grandeza: está na faixa de alguns poucos a centenas de ampéres.

 tRR (Tempo de Recuperação Reverso) = Intervalo de tempo em que a corrente reversa flui pelo
diodo.
É uma das características mais importantes no chaveamento em altas velocidades, pois influi
diretamente na dissipação térmica do diodo.

No diodo de potência real, a passagem do estado ligado para desligado não é instantânea. Antes de
desligar, uma corrente reversa flui por um curto espaço de tempo e o diodo não desliga até que a
corrente reversa caia a zero.

Esse tempo varia de centenas de ns a µs.

Diodos com tRR baixo são usados em aplicações de alta frequência, como inversores, fontes chaveadas,
choppers (conversores DC-DC), etc.

 TJmax (Temperatura Máxima de Junção) = Temperatura máxima que o diodo pode suportar na
sua junção sem apresentar defeito.

Cada diodo tem a sua Tjmáx, que pode ser extraída de datasheet. Em geral, esta temperatura máxima
vale aproximadamente +150ºC.

As temperaturas extremas dos diodos de silicio variam entre – 40ºC a +180ºC. A operação em
temperaturas mais baixas resulta em melhor desempenho e aumento de vida útil.

A temperatura na junção pode ser monitorada através de termopares posicionados na carcaça metálica
do diodo.

Os diodos são em geral montados em dissipadores de calor para que haja melhora nas condições
térmicas de operação.

 IFSM (Corrente Máxima de Surto) = Corrente direta máxima que o diodo pode suportar durante
um período transitório no circuito. Ex: acionamento de
grandes cargas.

Obsevar a máxima corrente de pico no diodo: IFSM > IPICO

(Datasheet) (projeto)

Página 4 de 5
Proteções em diodos de potência

 Sobretensão

Quando o diodo está diretamente polarizado, a tensão entre seus terminais é baixa, não ocorrendo
maiores problemas. Entretanto, um diodo reversamente polarizado atua como circuito aberto:

Se a tensão reversa nos terminais do diodo excede a PIV especificada pelo fabricante, a corrente
reversa dispara (Efeito Avalanche). Por segurança, na prática, utilizamos:

PIV ≥ 1,3 . VRmáx (polarização reversa)

(datasheet) (projeto)

 Sobrecorrente

O fabricante especifica o valor nominal de corrente máxima direta no diodo com base nas temperaturas
máximas de junção.

Recomenda-se que a máxima corrente direta do projeto se mantenha abaixo da máxima corrente direta
especificada pelo fabricante. Por segurança, na prática, utilizamos:

IF ≤ 0,7 . IFmáx (polarização direta)

(projeto) (datasheet)

 Transitórios

Transitórios ou transientes são picos de tensão de curta duração (dv/dt), provocados pela comutação
(ou chaveamento) do diodo de potência, especialmente de cargas indutivas, podendo ultrapassar a
tensão máxima reversa suportável. Descargas elétricas atmosféricas também podem provocar
transientes com picos elevados de tensão.
A proteção contra transientes é feita com um circutio RC série, denominado circuito amaciador ou
S>UBBER, conectado em paralelo com o diodo D. Esse artificio reduz o pico de tensão durante dv/dt.

Quando a tensão no diodo de potência começa a crescer, o capacitor Cs

começa a carregar (via diodo Ds), desviando parcialmente a corrente do
diodo D. Quando o diodo de potência liga, o capacitor se descarrega
pelo resistor.

O valor do resistor Rs deve ser tal que permita toda a descarga do capacitor Cs durante o mínimo
tempo ligado do diodo de potência e, por outro lado, limite o pico de corrente a um valor inferior à
máxima corrente de pico repetitiva. Deve-se usar o maior valor ôhmico possível para o resistor Rs.

Página 5 de 5