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ProvaModelo BG11

O documento apresenta dois estudos sobre a origem do SARS-CoV-2. O Estudo 1 analisou a interação entre a proteína S do vírus e o recetor ECA-2 em diferentes espécies, sugerindo que tartarugas foram hospedeiros intermediários. O Estudo 2 comparou sequências genéticas de coronavírus em diferentes animais e concluiu que o SARS-CoV-2 tem origem em morcegos, com possível recombinação genética com outro coronavírus desconhecido.

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Ana Santos
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O documento apresenta dois estudos sobre a origem do SARS-CoV-2. O Estudo 1 analisou a interação entre a proteína S do vírus e o recetor ECA-2 em diferentes espécies, sugerindo que tartarugas foram hospedeiros intermediários. O Estudo 2 comparou sequências genéticas de coronavírus em diferentes animais e concluiu que o SARS-CoV-2 tem origem em morcegos, com possível recombinação genética com outro coronavírus desconhecido.

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Prova-Modelo de Biologia e Geologia | 2021

Ensino Secundário
11.o Ano de Escolaridade
Duração da Prova: 120 minutos | Tolerância: 30 minutos 11 Páginas

A prova inclui 15 itens, devidamente identificados no enunciado, cujas respostas contribuem obri-
gatoriamente para a classificação final (itens I – 1., I – 3., I – 7., I – 8., I – 9., I – 13., II – 1., II – 5.,
II – 6., II – 11., II – 17., III – 4., III – 6., III – 7. e III – 8.2.). Dos restantes 24 itens da prova, apenas contri-
buem para a classificação final os 10 itens cujas respostas obtenham melhor pontuação.

Indique de forma legível a versão da prova.


Para cada resposta, identifique o grupo e o item.
Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.
Não é permitido o uso de corretor.
Risque aquilo que pretende que não seja classificado.
Apresente apenas uma resposta para cada item.
As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de
respostas, o grupo, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
Nas respostas aos itens que envolvem a produção de um texto, deve ter em conta os conteúdos
e a sua organização, a utilização da terminologia específica da disciplina, a integração da informa-
ção contida nos documentos e a eficácia da comunicação em língua portuguesa.

Página 1/10
Grupo I

O SARS-CoV-2* é um vírus pertencente à família Coronaviridae; é esférico e tem aproximadamente


125 nm de diâmetro. Está revestido por um envelope fosfolipídico coroado por «espinhos» de glicopro-
teína S, uma molécula formada por três subunidades constituídas por 1260 aminoácidos e resíduos de
oligossacarídeos.

A entrada do SARS-CoV-2 no organismo do ser humano pelas vias áreas exige um reconhecimento
prévio: o domínio RBD (receptor-binding domain) da glicoproteína S adere ao recetor de membrana das
células do epitélio respiratório, a enzima conversora da angiotensina 2 (ECA-2), cuja principal função é
reduzir a pressão arterial e aqui serve de intermediário da entrada do vírus na célula-alvo.

O gene que codifica a proteína ECA-2 está localizado no cromossoma X e apresenta vários polimorfismos
causados por mutações no DNA, resultando em diferentes variantes do gene e, consequentemente, da
estrutura tridimensional da proteína expressa, que não comprometem o funcionamento da mesma.

Após o reconhecimento, a entrada do SARS-CoV-2 nas células do organismo invadido pode dar-se por
dois mecanismos distintos: o invólucro viral pode fundir-se com a membrana plasmática da célula-
-alvo, mediante a ação de uma protease – a TMPRSS2 –, permitindo a entrada do vírus no citoplasma
da célula ou o SARS-CoV-2 pode ser endocitado pela célula-alvo, graças à ligação à ECA-2. O processo
de entrada e replicação do vírus encontra-se ilustrado na figura 1.

Para investigar o possível transmissor do SARS-CoV-2 para o ser humano, vários estudos têm sido
levados a cabo, mas ainda não existem respostas concretas.

Estudo 1
Liu e seus colaboradores realizaram uma pesquisa exaustiva sobre a interação entre o domínio RBD da
glicoproteína S e o recetor ECA-2 no hospedeiro. Para tal, analisaram a sequência genética e peptídica
do RBD de várias espécies virais e de animais, como morcegos (Rhinolophus sinicus e Rhinolophus
pearsonii), o pangolim (Manis javanica), uma cobra (Ophiophagus hannah) e tartarugas (Chrysemys
picta bellii, Chelonia mydas e Pelodiscus sinensis), tendo constatado que estas últimas poderão ter sido
os hospedeiros intermediários da transição de SARS-CoV-2 para os seres humanos.

Estudo 2
Wei Ji e seus colaboradores realizaram análises às sequências dos RNA de vários coronavírus, partindo
do pressuposto de que os códigos genéticos de diferentes organismos têm tendência a usar um dos
vários codões que codificam o mesmo aminoácido em detrimento dos outros, isto é, uma maior fre-
quência de um codão preferencial.

Realizaram vários trabalhos de investigação em que recorreram ao estudo comparativo do uso de


codões sinónimos, tendo comparando 272 sequências genómicas, obtidas em oito animais de várias
localizações geográficas, incluindo o ser humano.

Os resultados demonstraram que a nova sequência do SARS-CoV-2 forma um grupo de genes distinto
dos genes do SARS-CoV e dos demais cinco coronavírus que infetam o ser humano. Com base nesses
estudos, pôde-se verificar que há diferenças significativas entre as várias sequências de RNA analisa-
das, expressas no cladograma representado na figura 2A. Para explicar os resultados alcançados com
o estudo comparativo do uso de codões sinónimos pelas diferentes espécies, os investigadores suge-
rem que houve uma recombinação entre os materiais genéticos de coronavírus encontrados no mor-
cego e um coronavírus de origem desconhecida. Considera ainda que, os desvios significativos na

* O SARS-CoV-2 foi inicialmente designado 2019-nCoV.

Página 2/10
frequência relativa de codões sinónimos ocorrem por diversos fatores que estão relacionados com
o equilíbrio resultante das interações entre mutações e a seleção natural. Esses estudos são importan-
tes para determinar o animal reservatório do novo coronavírus e, assim, entender os mecanismos
moleculares envolvidos na sua propagação entre as espécies.

SARS-CoV-2
Reconhecimento e entrada

Via da fusão menbranar


Via da endocitose

ECA2 TMPRSS2 Membrana plasmática


Citoplasma

Transporte Exocitose
Libertação do RNA viral

Endossoma

«Montagem» do vírus Golgi


Ribossoma humano

Leitura do RNA genómico viral ERGIC (Compartimento


Genoma viral
intermediário
Síntese de proteínas virais
Replicação do RNA viral entre o RER
não estruturais
e o complexo de Golgi)

Formação do complexo
replicação/transcrição
Síntese de proteínas virais
estruturais RER

Figura 1 – Ilustração esquemática e simplificada das etapas de infeção viral pelo SARS-CoV-2.
Adaptado de Duan L et al. (2020). The SARS-CoV-2 Spike Glycoprotein Biosynthesis, Structure, Function,
and Antigenicity: Implications for the Design of Spike-Based Vaccine Immunogens.
Front. Immunol. 11:576622.doi: 10.3389/fimmu.2020.576622

B 40

BG11 35
Prova Modelo
Distância euclidiana quadrada

30
IL_PM_BG11_01
2. prova25

PE.2018.0022.01.02
20
A 19 Maio 2021 • Ricardo Coelho
Bungarus multicinctus

15
Erinaceus europaeus
Rhinolophus sinicus
bat-SL-CoVZC45

10
Manis javanica
Homo sapiens
SARS-CoV-2

Gallus gallus

5
Naja atra

Marmota

0
s

ra

us

us
s
tu

lu

en
ot

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ae
al

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ni
Ga
m

op

Ho

Ma

eu
us

ol

ac
in
ar

in
Rh
ng

Er
Bu

Figura 2 – Cladograma (A) e gráfico representativo das diferenças genéticas do RNA viral, encontrado nos
diversos animais em estudo, com base na frequência relativa de codões sinónimos (B).
Texto e imagens adaptados de Liu, Z et al (2020). Composition and divergence of coronavirus spike proteins and host ACE2
receptors predict potential intermediate hosts of SARS-CoV-2. Journal of Medical Virology;
Ji, W, Wang, W, Zhao, X, Zai, J, Li, X. (2020) Cros-species transmission of the newly identified coronavirus
2019-nCoV. J Med Virol; 92: 433–440;
Duan, L et al. (2020). The SARS-CoV-2 Spike Glycoprotein Biosynthesis, Structure, Function, and Antigenicity: Implications
for the Design of Spike-Based Vaccine Immunogens. Front. Immunol. 11:576622.doi: 10.3389/fimmu.2020.576622

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BG11
1. A entrada do vírus na célula pode dar-se por
(A) fusão do invólucro viral com a membrana plasmática, sendo a ECA-2 a «chave» para a sua
entrada.
(B) endocitose mediada por recetores, sendo a região RDB da glicoproteína S a «chave» para
a sua entrada.
(C) fusão do invólucro viral com a membrana plasmática, através da clivagem da ECA-2.
(D) endocitose mediada por recetores, por intermédio da TMPRSS2, que se liga à ECA-2.

2. A glicoproteína S é uma molécula globular, cujo domínio RDB se liga à ECA-2. Quanto a essa molé-
cula, podemos inferir que tem estrutura
(A) terciária, pois é formada por vários domínios proteicos.
(B) terciária, uma vez que tem uma forma tridimensional definida.
(C) quaternária, visto que é formada por vários domínios proteicos.
(D) quaternária, já que tem uma forma tridimensional definida.

3. Tendo por base a figura 1, ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo
a reconstituir a sequência correta dos acontecimentos relacionados com a infeção de uma
célula hospedeira humana por SARS-CoV-2.
(A) Exocitose dos vírus replicados.
(B) Ligação da RDB da glicoproteína S à ECA-2.
(C) Replicação de várias cópias de RNA viral subgenómico.
(D) Tradução do RNA genómico em proteínas não estruturais.
(E) Transporte das proteínas virais no complexo de Golgi.

4. Na produção das glicoproteínas S, os resíduos de oligossacarídeos são adicionados aos domínios


proteicos
(A) no retículo endoplasmático, sendo posteriormente secretados, por exocitose, para o invólucro
viral.
(B) no complexo de Golgi, de onde são encaminhados, por vesículas exocíticas, para a superfície
celular.
(C) no citoplasma, graças à intervenção das proteínas não estruturais produzidas pelo vírus.
(D) em vesículas exocíticas, onde se estabelecem ligações glicosídicas com a porção proteica.

5. Estes estudos permitem estabelecer as relações evolutivas entre os diferentes coronavírus,


podendo ser entendidos como
(A) argumentos citológicos.
(B) argumentos moleculares.
(C) argumentos anatómicos.
(D) argumentos paleontológicos.

6. Na experiência do estudo 2, a espécie que serviu de controlo foi


(A) Homo sapiens.
(B) Rhinolophus sinicus.
(C) Erinaceus europaeus.
(D) SARS-CoV-2.

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7. Relativamente ao gene da ECA-2, podemos afirmar que
(A) apenas as fêmeas podem expressá-lo, uma vez que se localiza no cromossoma X.
(B) as mutações descritas são consideradas silenciosas, pois a proteína não se altera.
(C) na anáfase I de um macho, cada célula-filha recebe uma cópia desse gene.
(D) podem ocorrer fenómenos que aumentam o seu polimorfismo durante a prófase I.

8. Wei Ji afirma que os desvios significativos na frequência relativa de codões sinónimos ocorrem
por diversos fatores que estão relacionados com o equilíbrio resultante das interações entre
as mutações e a seleção natural, o que corresponde a uma visão
(A) neodarwinista sobre a evolução do coronavírus.
(B) darwinista da evolução do coronavírus.
(C) lamarkista da evolução da EAC-2.
(D) fixista da dinâmica mutacional do vírus.

9. Da análise do cladograma (figura 2A), é possível constatar que existe


(A) mais homologia entre o pangolim e o ouriço-cacheiro do que entre SARS-CoV-2 e
bat-SL-CoVZC45.
(B) mais analogia a entre SARS-CoV-2 e bat-SL-CoVZC45 do que entre a marmota e o ser
humano.
(C) o RNA da galinha e do morcego apresentam mutações mais recentes do que as mutações
no RNA do pangolim.
(D) a marmota tem mais codões sinónimos com o ser humano do que com o ouriço-cacheiro.

10. Da análise do gráfico da figura 2B, e sabendo que as diferenças encontradas na análise do uso de
codões sinónimos das várias espécies são estatisticamente significativas, é possível afirmar que
(A) a origem do SARS-CoV-2 está relacionada com o pangolim e não com o morcego.
(B) o SARS-CoV-2 não apresenta homologia com o vírus encontrado na marmota.
(C) o SARS-CoV-2 apresenta homologias com mais do que um dos vírus estudados.
(D) o ouriço-cacheiro e o pangolim são os animais com maior semelhança genética entre si.

11. Para validar o estudo, foi necessário


(A) fazer a colheita das amostras nas condições do habitat natural de cada espécie.
(B) usar fragmentos de DNA do SARS-CoV-2 idênticos aos demais animais em estudo.
(C) utilizar a mesma região genómica em cada uma das espécies estudadas.
(D) manter os animais em estudo em condições de cativeiro idênticas.

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12. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra corresponde um só
número.

a) a que pertence a tartaruga. Chelonia mydas


A designação Chrysemys picta bellii refere-se à ______
e Pelodiscus sinensis são duas espécies de tartarugas pertencentes, inequivocamente, ao/à mes-
b)
mo(a) ______. À semelhança dos anfíbios, as tartarugas, tal como os demais répteis, são animais
c)
cujo coração apresenta ______. d) para garantir e facili-
As suas superfícies respiratórias são ______
e)
tar a _______ dos gases respiratórios.

a) b) c) d) e)
1. espécie 1. Família 1. 2 cavidades 1. avascularizadas 1. difusão indireta
2. subespécie 2. Género 2. 3 cavidades 2. externas 2. difusão direta
3. família 3. Reino 3. 4 cavidades 3. ramificadas 3. osmose

13. A evolução por fusão de genes é um processo evolutivo que implica a fusão de materiais gené-
ticos provenientes de espécies diferentes, através de fenómenos como a endossimbiose, a hibri-
dação e a transferência de genes. Explica em que medida os resultados do estudo 2, de Wei Ji,
vêm corroborar a hipótese da evolução por fusão de genes.

Grupo II

Em Portugal continental efetuaram-se, recentemente, importantes descobertas paleontológicas.


Estas incluem um conjunto de 614 pegadas de dinossauros carnívoros e herbívoros, com cerca de
129 milhões de anos, na zona do cabo Espichel, em Sesimbra, no distrito de Setúbal, e uma nova espé-
cie de planta fóssil, identificada na Bacia Carbonífera do Douro. Os resultados das descobertas foram
publicados em revistas científicas da especialidade, dada a sua relevância científica.

A norte do cabo Espichel, no topo da Formação de Areia do Mastro, foram identificados três grandes
conjuntos de pegadas de dinossauros, em três camadas de calcário distintas. A referida formação geo-
lógica compreende arenitos estuarinos, margas siltosas e calcários cujo registo fóssil é também cons-
tituído por invertebrados (equinoides, gastrópodes naticidas e bivalves), algas do grupo Dasycladaceae
e foraminíferos, que documentam ambientes marinhos a lagunares. O facto de ocorrer reduzido hidro-
dinamismo na Formação de Areia do Mastro facilitou a preservação das pegadas de dinossauros e
proporcionou um habitat favorável para a sobrevivência dos seres vivos.

Na Formação de Areia do Mastro, atribuída ao Cretácico (Barremiano Inferior), a maioria das pegadas
de dinossauros saurópodes pertencem a indivíduos adultos, o que permite considerar que esses gran-
des herbívoros usavam as planícies costeiras para se moverem entre pastagens, durante um longo
período de tempo, contribuindo para pisotear o solo. Além disso, os rastos de terópodes possibilitaram
identificar a predominância de dinossauros carnívoros nas zonas entre marés do cabo Espichel durante
o Barremiano, o que indica que, possivelmente, poderiam ter usado essas áreas como terreno de caça.

Mais a norte de Portugal, há cerca de 350 milhões de anos ocorreu uma colisão entre continentes que
deu origem a uma grande dobra geológica, que se estende atualmente entre Esposende e Castro Daire.
É de salientar a implantação de uma floresta densa a oeste do anticlinal numa extensão hoje conhecida
como Bacia Carbonífera do Douro.

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Nesta bacia foram identificados fósseis de Equisetales, que representam um grupo diversificado e
abundante de plantas articuladas com ampla distribuição geográfica, que tiveram o seu maior desen-
volvimento no final do Paleozoico e início do Mesozoico. A ordem Equisetales é representada por
12 famílias, a maioria das quais foram extintas no final da idade Paleozóica – atualmente existe apenas
uma única família viva, as Equisetaceae.

O fóssil de Iberisetum wegeneri descoberto nesta região representa um novo género e uma nova espé-
cie endémica da Bacia no interior do maciço montanhoso do Douro. Esta planta apresentava um caule
frondoso articulado, o que mostra uma combinação única de características macromorfológicas
comuns em vários géneros fósseis de diferentes famílias equisetalianas. A morfologia singular das
bainhas foliares de Iberisetum wegeneri representa uma novidade evolutiva para os Equisetales e
sugere uma organização heliotrópica (movimento em direção ao sol) da planta durante sua vida. Esta
morfologia funcional resulta de uma adaptação evolutiva às condições climáticas e ecológicas restritas
ao ambiente da Bacia do Douro.

Adaptado de Figueiredo, S. D., De Carvalho, C. N., Cunha, P. P., & De Sousa Carvalho, I. (2021). New Dinosaur Tracks from the
Lower Barremian of Portugal (Areia do Mastro Formation, Cape Espichel). Journal of Geoscience and Environment
Protection, 9, 84-96;
Pedro Correia, Zbynĕk Šimůnek, Artur A. Sá. (2021). The equisetalean Iberisetum wegeneri gen. nov., sp. nov. from the Upper
Pennsylvanian of Portugal. Historical Biology, publicado online a 3 de fevereiro 2021

1. Os três grandes conjuntos de pegadas de dinossauros da Formação de Areia do Mastro foram


preservados porque
(A) a areia é uma rocha detrítica com boas características de fossilização devido à sua permea-
bilidade.
(B) resultaram da fossilização de arenitos, margas e carbonatos, que são rochas sedimentares.
(C) o contexto paleoambiental descrito permitiu a coexistência de três grupos de dinossauros.
(D) se verificaram condições de baixo hidrodinamismo associado à deposição de siltes.

2. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a formação das


pegadas fósseis descritas.
(A) Compressão dos materiais pelos sedimentos que os recobrem.
(B) Ação erosiva que expõe as marcas das pegadas à superfície.
(C) Preenchimento do interior das depressões das pegadas por sedimentos finos.
(D) Transformação do material preservado em rocha consolidada.
(E) Pisoteio deixando impressas, no sedimento, as marcas das pegadas.

3. As pegadas da Formação de Areia do Mastro são consideradas icnofósseis porque


(A) correspondem à atividade dos seres vivos, tal como os moldes das amonites.
(B) fornecem informação sobre o modo de alimentação dos dinossauros.
(C) permitem reconstituir o modo de locomoção dos dinossauros.
(D) permitiram perceber que os saurópodes viviam em grandes grupos de indivíduos.

4. As rochas sedimentares descritas, onde foram encontradas as pegadas de dinossauros, são de


origem
(A) quimiogénica e correspondem ao Cenozóico.
(B) quimiogénica e correspondem ao Mesozóico.
(C) detrítica e correspondem ao Cretácico Inferior.
(D) detrítica e correspondem ao Barremiano Inferior.

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5. O carvão da Bacia Carbonífera do Douro pode ser considerado uma reserva geológica porque
(A) existe em quantidades conhecidas e identificadas, sendo viável a sua extração.
(B) é um bem geológico disponível ao ser humano, usando como fonte energética.
(C) se mantém inalterado, apesar das flutuações nas concentrações na referida bacia.
(D) a sua exploração aumenta quando os valores sobem nos mercados internacionais.

6. Os dinossauros do grupo dos saurópodes eram herbívoros, sendo, no ecossistema, integrados no


(A) primeiro nível trófico e tinham um sistema circulatório aberto.
(B) segundo nível trófico e tinham um sistema circulatório aberto.
(C) primeiro nível trófico e tinham um sistema circulatório fechado.
(D) segundo nível trófico e tinham um sistema circulatório fechado.

7. Os dinossauros eram macroconsumidores, apresentando um tubo digestivo


(A) completo, realizando a digestão numa cavidade gastrovascular.
(B) incompleto, realizando a digestão numa cavidade gastrovascular.
(C) completo, realizando a digestão extracelular.
(D) incompleto, realizando a digestão intracelular.

8. Face à adaptação ao meio, refira qual o tipo de hematose que apresentam os invertebrados iden-
tificados no registo fóssil descrito: equinoides (como as estrelas-do-mar e os ouriços-do-mar) e
bivalves.

9. A alga Dasycladaceae, encontrada no registo fóssil descrito, é integrada, segundo Whittaker, no


Reino
(A) das Plantas porque se trata de um ser eucarionte.
(B) Protista devido ao seu reduzido grau de diferenciação.
(C) das Plantas porque são seres autotróficos fotossintéticos.
(D) Protista porque se trata de um grupo de seres procariontes.

10. Na Formação de Areia do Mastro, que contém arenitos estuarinos de água salobra, margas siltosas
e carbonatos marinhos,
(A) a precipitação do calcário ocorre devido à elevada concentração de dióxido de carbono.
(B) a sequência granulométrica decrescente das rochas descritas corresponde a arenito, marga
e siltito.
(C) o hidrogenocarbonato origina calcário, que é uma rocha metamórfica quimiogénica.
(D) o estuário tem água salobra, que representa um elevado índice de salinidade.

11. Os dinossauros extinguiram-se no final do Cretácico da Era Mesozoica. Relacione a hipótese


mais aceite actualmente para explica esta extinção com as alterações produzidas nos vários
subsistemas terrestres.

12. Na Formação de Areia do Mastro, encontrou-se conteúdo macro fossilífero constituído por frag-
mentos de conchas de tartarugas e dentes de peixe, entre outros. Explique o que terá acontecido
para que estes fósseis se encontrem em rochas localizadas 1 m a 3 m acima do nível do mar.

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13. A designação wegeneri, dada ao fóssil identificado na Bacia Carbonífera do Douro, honra o geólogo
e meteorologista Alfred Wegener (1880-1930), autor da Teoria da Deriva Continental. Esta teoria
(A) explica a deriva continental através do movimento das correntes de convecção.
(B) apoiou-se em vários tipos de argumentos, como os paleontológicos.
(C) utilizou argumentos morfológicos para evidenciar a continuidade litológica de determinadas
regiões.
(D) justificou a ocorrência dos limites divergentes com o afastamento dos continentes.

14. A Bacia do Douro, intramontanhosa, com sedimentação exclusivamente continental, é um


(A) anticlinal, cujo núcleo é formado pelos estratos rochosos mais antigos.
(B) sinclinal, que promoveu a deposição de materiais de origem continental.
(C) sinclinal, formado por materiais com comportamento dúctil que dobraram em U.
(D) anticlinal, que favoreceu a deposição dos materiais de granulometria fina.

15. Na região do Douro afloram xistos, que são rochas metamórficas características de
(A) metamorfismo regional, que sofreram pressões dirigidas.
(B) metamorfismo regional, que sofreram pressões litostáticas.
(C) metamorfismo de contacto, com textura foliada.
(D) metamorfismo de contacto, com textura não foliada.

16. O fóssil descoberto na Bacia do Douro, denominado Iberisetum wegeneri, representa um novo
Género e uma nova espécie de um grupo extinto de plantas
(A) cujo Género é wegeneri, sendo iberisetum a designação da espécie.
(B) cuja espécie é wegeneri, do Género Iberisetum wegeneri.
(C) cujo restritivo específico é wegeneri, sendo Iberisetum o Género.
(D) cuja Família é wegeneri, da espécie Iberisetum wegeneri.

17. As plantas, como a Iberisetum wegeneri, realizam fotossíntese, processo no qual


(A) o oxigénio é o aceitador final dos eletrões transportados.
(B) o principal objetivo é libertar oxigénio para a atmosfera.
(C) ocorre fixação do carbono inorgânico no ciclo de Calvin.
(D) há libertação de carbono inorgânico no ciclo de Krebs.

18. Discuta qual das funções, fotossíntese ou respiração aeróbia, terá surgido primeiro na história
evolutiva da Terra.

Grupo III

A Bacia Lusitânica, localizada na margem ocidental da placa Ibérica, originou-se durante uma fase de
rifting, no final do Triásico, que deu origem à abertura do mar de Tétis no Jurássico. A deposição de
sedimentos em regimes transgressivos do Jurássico Inferior, em condições marinhas relativamente
profundas e anóxicas/hipóxicas, permitiu a existência de matéria orgânica. O Toarciano, o quarto andar
do Período Jurássico, tem na Bacia Lusitânica uma forte expressão cartográfica e uma importante
representação estratigráfica, sendo materializado por sedimentos carbonatados de origem marinha.

Adaptado de Duarte, Luís. (2020). O Toarciano na Bacia Lusitânica (Portugal). Singularidades e a sua importância na
estratigrafia à escala global. In book: Abrantes, I., Callapez, P. M., Correia, G. P., Gomes, E., Lopes, B., Lopes, F. C., Pires, E., &
Rola, A. (Eds.), Uma visão holística da Terra e do Espaço nas suas vertentes naturais e humanas. Homenagem à Professora
Celeste Romualdo Gomes. Coimbra: CITEUC. (pp.83-103)

Página 9/10
1. O alargamento da crosta, no processo de rifting, cria condições propícias para a subida de magma,
associado a vulcanismo ativo,
(A) com erupções efusivas que permitiram a abertura do mar de Tétis.
(B) com erupções explosivas que permitiram a abertura do mar de Tétis.
(C) com formação de lavas em almofada devido à explosividade vulcânica.
(D) com formação de nova crosta oceânica com elevado teor em sílica.

2. A transgressão marinha do Jurássico Inferior descrita no texto corresponde


(A) à deposição de sedimentos de granulometria progressivamente mais grosseira.
(B) à elevação do nível do mar, associado a um aumento da profundidade do mesmo.
(C) ao aumento da erosão costeira, por exposição aos agentes erosivos eólicos.
(D) à redução da deposição na orla marítima devido à movimentação das dunas.

3. A Bacia Lusitânica formou-se num contexto geológico de


(A) vulcanismo primário com origem em magma basáltico.
(B) estiramento crustal e, consequentemente, subducção.
(C) atividade vulcânica, que originou rochas leucocratas.
(D) vulcanismo ativo de características explosivas.

4. Durante o processo que levou à instalação da Bacia Lusitânica no final do Triásico, pode-se infe-
rir que se formaram
(A) falhas normais, com elevação do teto em relação ao muro.
(B) falhas inversas, com elevação do teto em relação ao muro.
(C) falhas normais, com elevação do muro em relação ao teto.
(D) falhas inversas, com elevação do muro em relação ao teto.

5. De acordo com o texto, no Jurássico Inferior verificaram-se boas condições para a formação de
rochas sedimentares. Explique, com base nessa informação, como se formou o carvão existente
na região.

6. A grafite é um mineral constituído por carbono puro, que apresenta fratura irregular e dureza 1.
Ocorre em carvões, muitas vezes disseminados em rochas metamórficas, sendo um mineral
(A) característico das rochas metamórficas, de baixa dureza, o que permite a sua utilização na
escrita.
(B) característico das rochas sedimentares, uma vez que apresenta fratura irregular, tal como
a calcite.
(C) polimorfo do diamante, pois embora ambos sejam formados por carbono, apresentam dis-
tinta forma cristalina.
(D) isomorfo do diamante, o qual tem dureza 10, mas tem a mesma composição química e
forma cristalina da grafite.

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7. Associe cada tipo de rochas da Coluna I uma ou mais características da Coluna II.
Escreva na folha de respostas cada letra da Coluna I seguida do número ou dos números
(de 1 a 9) correspondente(s).

Coluna I Coluna II
(a) Rochas vulcânicas (1) R
 esultam da recristalização de material rochoso no estado
(b) Rochas plutónicas sólido.
(c) Rochas metamórficas (2) Formam-se por consolidação do magma à superfície ou
perto dela.
(3) Gabro e diorito são exemplos dessas rochas.
(4) Apresentam textura afanítica.
(5) Os seus minerais são visíveis macroscopicamente.
(6) Apresentam textura granular.
(7) F
 ormam-se em profundidade, a partir de rochas
preexistentes.
(8) P odem apresentar minerais-índice, como a distena.
(9) O processo de arrefecimento do magma que lhe dá origem
é rápido.

8. No dia 12/02/2021, pelas 22h08 (hora local), as estações da Rede Sísmica de Portugal Continental
registaram um sismo de magnitude 3,5, cujo epicentro se localizou a cerca de 10 km a norte de Rio
Maior. Este sismo não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima
III/IV nos concelhos de Alcobaça (Leiria) e Rio Maior (Santarém).

8.1. Com base nos dados descritos, pode-se afirmar que


(A) se tratou de um sismo superficial, uma vez que o epicentro se localizou a 10 km de Rio
Maior.
(B) o sismo foi considerado fraco, pois o valor da energia libertada no epicentro foi de 3,5.
(C) a magnitude registada em todas as estações sismográficas foi de 3,5.
(D) a intensidade sísmica foi III/IV, segundo a escala de Richter.

8.2. De entre as afirmações seguintes (I a V), sobre o sismo descrito, seleccione as que se rela-
cionam com a intensidade sísmica do mesmo.
I. O abalo sísmico foi sentido em várias localidades.
II. A energia do sismo foi diminuindo à medida que se afastava do epicentro.
III. O sismo não causou estragos nos edifícios públicos e privados.
IV. Foi possível, através dos dados recolhidos, traçar as isossistas.
V. Com a informação recolhida e o conhecimento geológico da região, determinou-se
o hipocentro.

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Propostas de resolução

Prova-Modelo do Exame Final Nacional de Biologia e Geologia | 2021

Grupo I

1. (B). A entrada do vírus na célula pode dar-se por endocitose mediada por recetores, perante
o reconhecimento e a ligação da região RDB da glicoproteína S à ECA-2, ou seja, como uma «chave»
(região RDB da glicoproteína S) que se liga à «fechadura» (ECA-2), e que assim abre a «porta de
entrada» e desencadeia a endocitose de vesículas que contêm o vírus (confirma B). Quando a infe-
ção ocorre por via da fusão com a membrana, entra em ação a protéase TMPRSS2 (exclui D) que
permite a fusão do invólucro viral à membrana plasmática (exclui C). A ECA-2 funciona como
«porta de entrada» para a endocitose do vírus e não como chave para a entrada do vírus por fusão
do invólucro viral com a membrana plasmática (exclui A).

2. (C). A estrutura terciária ocorre quando existe apenas uma única cadeia polipeptídica com confi-
guração geométrica tridimensional (globular) (exclui A). Assim, ser globular, só por si, não é con-
dição para que a proteína tenha estrutura quaternária (exclui D), mas sim terciária, que não é
o caso da glicoproteína S (exclui B). De acordo com o texto, a glicoproteína S é uma molécula for-
mada por três subunidades; ou seja, possui estrutura quaternária (confirma C).

3. B, D, C, E, A. A entrada do vírus pode dar-se por endocitose, por ligação da RDB da glicoproteína
S à ECA-2 (B). Já na vesícula endocítica, o vírus segue para o citoplasma e liberta o ácido ribonu-
cleico (RNA) viral genómico, permitindo a produção de proteínas não estruturais (D) envolvidas no
processo de replicação do RNA subgenómico e a consequente transcrição e tradução, com vista à
síntese de estruturas proteicas virais (C). As proteínas virais sintetizadas são transportadas até ao
retículo endoplasmático (RE) e são encaminhadas para o complexo de Golgi (E), de onde partem
os novos vírus, transportados dentro de vesículas que se vão fundir com a membrana plasmática
para serem exocitados (A).

4. (B). No citoplasma são sintetizadas as proteínas não estruturais do vírus, necessárias para fabri-
car as proteínas estruturais, e é replicado o material genómico (exclui C). A porção proteica da
glicoproteína é sintetizada no RER (exclui A), passando posteriormente para o complexo de Golgi,
onde lhe são adicionados os resíduos de oligossacarídeo (confirma B). As vesículas exocíticas ape-
nas servem para libertar os vírus para o exterior (exclui D); por outro lado, as ligações glicosídicas
estabelecem-se apenas entre monossacarídeos.

5. (B). Os estudos apresentados utilizam RNA dos vários coronavírus, para fazer a comparação das
suas sequências genéticas e codões sinónimos, o que significa que estas informações são de natu-
reza molecular, podendo, por isso, ser considerados argumentos moleculares (confirma B).
Os argumentos citológicos dizem respeito ao estudo comparativo das cédulas (exclui A), os anató-
micos, ao estudo comparativo da anatomia de diferentes órgãos ou estruturas (exclui C) e os argu-
mentos paleontológicos dizem respeito ao estudo comparativo dos fósseis (exclui D).

6. (D). Homo sapiens, Rhinolophus sinicus e Erinaceus europaeus são as espécies cujas sequências
genéticas estão a ser analisadas por comparação com o genoma do SARS-CoV-2. Por isso, este
último é a espécie que serve de controlo e as primeiras são as espécies em estudo (confirma D e
exclui as restantes).
7. (D). As variações génicas (polimorfismos) que ocorrem no gene da ECA-2 podem aumentar durante
a prófase I, visto que é nesta fase da meiose que ocorrem os fenómenos de crossing-over, que
contribuem para o aumento da variabilidade do material genético (confirma D). Visto que o cro-
mossoma X existe em ambos os sexos, o gene é expresso quer em mulheres, quer em homens
(exclui A). As mutações que resultam nos polimorfismos descritos podem ser consideradas silen-
ciosas visto que não há perda da funcionalidade da proteína, apesar de se ter alterado parte da sua
estrutura tridimensional (exclui B). Durante a anáfase I que ocorre num macho, apenas existe um
cromossoma X; logo, só uma das células-filhas receberá o gene ECA-2 no final da divisão I da
meiose (a outra receberá um Y) (exclui C).

8. (A). O conceito de seleção natural foi introduzido por Darwin; no entanto, no seu tempo não havia
conhecimentos de genética capazes de explicar as mutações (exclui B). A explicação de que
as mutações estão na base da variabilidade genética sobre a qual trabalha a seleção natural
surge com a teoria sintética da evolução, também conhecida como neodarwinismo (confirma A).
O lamarckismo defendia que as alterações do ambiente é que mudavam os seres vivos, que
necessitavam de se ajustar (exclui C) e o fixismo propunha que todas as espécies eram imutáveis
(exclui D).

9. (D). Tratando-se de procurar as semelhanças evolutivas entre os codões sinónimos usados em


cada espécie, será de esperar que a semelhança genética será tanto maior quanto maior for
o número de codões sinónimos, o que pode ser encarado como uma homologia evolutiva e não
uma analogia (exclui B). SARS-CoV-2 e bat-SL-CoVZC45 são os que apresentam maior proximi-
dade filogenética no cladograma representado, uma vez que derivam ambos do mesmo ramo
(exclui A). O ramo do cladograma no qual se situam o morcego e a galinha diverge primeiramente
que o ramo que inclui o pangolim (exclui C). A marmota e o ser humano surgem no mesmo ramo
evolutivo, pelo que têm mais codões sinónimos entre si do que qualquer deles com o ouriço-
-cacheiro, que divergiu primeiro (confirma D).

10. (B). Visto que as diferenças são todas estatisticamente significativas, então qualquer um dos seres
analisados tem codões sinónimos diferentes dos restantes, por isso, não há homologia entre
o vírus e a marmota (confirma B), nem entre outros quaisquer animais analisados (exclui as res-
tantes).

11. (C). Para que o estudo tenha validade, as variáveis que possam afetar o estudo do RNA (exclui B)
devem ser controladas. Assim, deve ser usada a mesma porção do genoma em todas as espécies
analisadas, bem como os procedimentos a adotar em termos de protocolo experimental de extra-
ção, sequenciação e identificação dos codões sinónimos (confirma C). O habitat natural ou as con-
dições de cativeiro não influenciam a qualidade e a variedade do genoma de cada espécie analisada
(exclui A e D).

12. a) – 2; b) – 3; c) – 2; d) – 3; e) – 1. A designação Chrysemys picta bellii é trinomial, o que significa


que se refere à subespécie. Sendo Chelonia mydas e Pelodiscus sinensis duas espécies de tartaru-
gas, apenas podemos ter a certeza de que pertencem ao mesmo Reino, visto que pertencem
a Géneros diferentes (Chelonia e Pelodiscus, respetivamente) e não há informação relativa à Famí-
lia. Por serem répteis, têm coração com três cavidades, tal como os anfíbios, isto é, duas aurículas
e um ventrículo (com septo incompleto, no caso das tartarugas). As superfícies respiratórias são
os pulmões, por isso, são muito vascularizadas, com ramificações internas. Visto que o sangue é
o intermediário na distribuição do oxigénio às células, diz-se que as trocas gasosas ocorrem por
difusão indireta.
13. Os resultados obtidos por Wei Ji e seus colaboradores revelam diferenças significativas entre
as várias sequências de RNA analisadas, logo não é possível atribuir a nenhum dos animais estu-
dados, de forma isolada, o papel de intermediário na transmissão do vírus para o ser humano. Por
isso, estes investigadores apresentam a hipótese de que o novo coronavírus tenha resultado de
uma recombinação entre os materiais genéticos de um coronavírus encontrado no morcego e um
coronavírus de origem desconhecida; ou seja, propõem que o coronavírus presente no ser humano
tenha resultado de dois e não de apenas um intermediário, sugerindo que terá resultado da recom-
binação do material genético de dois vírus, por fusão.

Grupo II

1. (D). Como é referido no texto, o reduzido hidrodinamismo verificado na Formação de Areia do


Mastro facilitou a preservação das pegadas de dinossauros, associado à deposição de material
fino, como é o caso do silte (confirma D), que contribuiu para a sua fossilização. A areia, devido
à sua elevada porosidade e à sua permeabilidade, não ajuda na preservação dos materiais no
processo de fossilização (exclui A), nem quando consolida sob a forma de arenito (exclui B).
O facto de existirem dinossauros na região, não é condição suficiente para que possa ocorrer
fossilização (exclui C).

2. E, C, A, D, B. Em primeiro lugar, os dinossauros tiveram de deixar as marcas de pegadas impres-


sas nos sedimentos que pisaram (E); depois, essas marcas foram preenchidas por sedimentos
finos (C), que ficaram sujeitos a compressão litostática devido ao processo de deposição (A); final-
mente este material sofreu diagénese e foi transformado em rocha consolidada (D), que, por ação
erosiva dos sedimentos que a recobriam, ficou exposta (B).

3. (C). Os icnofósseis, como é o caso das pegadas dos dinossauros, correspondem a vestígios ou
marcas deixadas pela atividade desses seres, permitindo reconstituir o seu modo de locomoção
(confirma C). As pegadas também podem ajudar a reconstituir o paleoambiente da região onde
foram encontradas, nomeadamente perceber se os seres em causa andavam em grupos, sendo,
para isso, necessários outros estudos complementares. No entanto, as pegadas não são classifi-
cadas como icnofósseis pelo facto de permitirem perceber se os dinossauros andavam em grupo
(exclui D). Os icnofósseis que fornecem a melhor informação sobre a alimentação dos dinossauros
são os coprólitos (exclui B). Os moldes das amonites, correspondem a somatofósseis (exclui A).

4. (B). As rochas descritas são calcários, rochas sedimentares quimiogénicas (exclui C e D) de idade
Cretácica (Barremiano Inferior) da Era Mesozoica (confirma B e exclui A).

5. (A). A reserva geológica de carvão corresponde aos depósitos de carvão, já descobertos, que
podem ser legalmente extraídos, de forma economicamente rentável (confirma A). O facto de
o carvão da Bacia Carbonífera do Douro estar disponível ao ser humano e ser usado como fonte
energética, não garante a sua viabilidade económica (exclui B), tal como o facto de se manter inal-
terado também não o garante (exclui C), referindo-nos ao conceito de recurso. Embora a explora-
ção do carvão da Bacia Carbonífera do Douro possa aumentar quando os valores sobem nos
mercados internacionais, este facto não justifica a sua classificação como reserva (exclui D).

6. (D). Os saurópodes, sendo herbívoros, alimentavam-se de plantas; eram, por essa razão, consumi-
dores de primeira ordem, ou seja, pertenciam ao segundo nível trófico (exclui A e C). Estes animais
apresentavam, sistema circulatório fechado, no qual o sangue fluia sempre dentro de vasos san-
guíneos (exclui A e B).
7. (C). Os dinossauros, tal como os répteis, tinham um tubo digestivo completo, com duas aberturas
(boca e ânus) (exclui B e D), em que o alimento ingerido se deslocava para fazer a digestão mecâ-
nica e química. Visto que este fenómeno ocorre na cavidade do tubo digestivo e não nas células,
diz-se que é extracelular (exclui A). A cavidade gastrovascular é típica de animais que apresentam
tubo digestivo incompleto (exclui A).

8. Hematose branquial.

9. (B). Segundo Whittaker (1979), as algas são incluídas no Reino Protista, por apresentarem redu-
zido grau de diferenciação, contrariamente às Plantas, embora partilhem com elas o facto de
serem autotróficas e fotossintéticas (não sendo esta condição exclusiva das Plantas) (exclui C).
O facto de serem eucariontes também não é determinante para a sua inclusão no Reino Protista,
visto que Fungos, Animais e Plantas também o são (exclui A). Os seres procariontes são os Monera
(exclui D).

10. (B). O calcário precipita em condições de reduzida concentração de dióxido de carbono (exclui A),
uma vez que as águas com dióxido de carbono provocam a dissolução do calcário originando hidro-
genocarbonato de cálcio (exclui C). A água salobra apresenta uma salinidade intermédia, entre
a água doce e a água salgada (exclui D). Os materiais descritos com granulometria mais grosseira
correspondem ao arenito, seguindo-se a marga e a mais fina o siltito (confirma B).

11. A hipótese mais aceite para a extinção dos dinossauros corresponde à colisão de um asteroide
com a Terra, há 66 milhões de anos, na Península de Yucatán, região que corresponde atualmente
ao México, causando uma grande cratera de impacto na geosfera terrestre. Deste impacto resul-
tou a elevação de grande quantidade de poeiras para a atmosfera, as quais causaram um arrefe-
cimento global no planeta. Parte destas poeiras precipitaram, com as chuvas, levando à alteração
da composição da hidrosfera. A conjugação destes fatores teve também consequências na bios-
fera levando à extinção dos dinossauros.

12. Os materiais que constituem a Formação de Areia do Mastro foram depositados horizontalmente
(princípio da horizontalidade inicial dos estratos), num ambiente marinho a lagunar com reduzido
hidrodinamismo, e foram cobertos por materiais finos existentes nestas condições, como margas
siltosas. Os estratos que apresentam estes fósseis, como fragmentos de concha de tartaruga e
dentes de peixe, foram deformados, soerguidos e erodidos, deixando os referidos fósseis expostos
numa altura superior à da sua formação.

13. (B). As correntes de convecção e os limites divergentes correspondem à Teoria da Tectónica de


Placas (exclui A e D). Alfred Wegener apresentou vários argumentos para fundamentar a Teoria da
Deriva Continental: os argumentos paleontológicos (confirma B), os argumentos morfológicos,
que referem a correspondência dos contornos dos continentes africano e sul-americano, e
os argumentos litológicos, que são diferentes dos dois anteriores (exclui C).

14. (A). A Bacia do Douro corresponde a um anticlinal (exclui B e C), cujo núcleo dessa dobra é cons-
tituído por materiais mais antigos (confirma A). Dada a deformação dos materiais, não há evidên-
cias que nessa dobra tenha sido privilegiada a deposição de materiais finos, devido ao próprio
contexto geotectónico da região (exclui D).

15. (A). Os xistos são rochas metamórficas que resultam de metamorfismo regional (exclui C e D).
Apresentam textura foliada devido às pressões dirigidas que sofreram (confirma A e exclui B).
16. (C). Iberisetum wegeneri é, no seu todo, a designação de espécie, logo Iberisetum representa
o Género a que pertence e wegeneri refere-se ao restritivo específico (confirma C e exclui as res-
tantes).

17. (C). Durante a fotossíntese ocorre fixação de carbono inorgânico na fase não dependente da luz,
isto é, no ciclo de Calvin (confirma C). A libertação de oxigénio, um subproduto da fotossíntese
(exclui B), está restrita à fase fotoquímica, quando ocorre a fotólise da água e não o ciclo de Krebs
(etapa da respiração aeróbia) (exclui D). Na fotossíntese, o aceitador final dos eletrões é o NADP+
que se reduz a NADPH (exclui A).

18. A fotossíntese deve ter antecedido a respiração aeróbia, pois há evidências de que seriam neces-
sários milhões de anos de fotossíntese para libertar oxigénio suficiente para criar uma atmosfera
rica nesse gás, capaz de suprir as necessidades dos seres aeróbios, isto é, que respiram usando o
oxigénio como aceitador final dos eletrões. Atualmente, a atmosfera terrestre contém cerca de
20% de oxigénio.

Grupo III

1. (A). O processo de rifting (que ocorre nos limites divergentes entre placas litosféricas) levou à
abertura do mar de Tétis, com ascensão de magma pobre em sílica (exclui D), em erupções tipica-
mente efusivas (confirma A e exclui B e C).

2. (B). A transgressão marinha caracteriza-se pelo avanço do nível do mar, devido à sua elevação, e
ao aumento da profundidade (confirma B), levanto à deposição de sedimentos de granulometria
fina (exclui A). Verifica-se aumento da erosão costeira por exposição aos agentes erosivos mari-
nhos e não eólicos, que podem ter influência na movimentação dunar (exclui C e D).

3. (A). A Bacia Lusitânica forma-se num processo associado a limites divergentes entre placas litos-
féricas (exclui B), associado a vulcanismo com magma básico (confirma A) e características efusi-
vas (exclui D), originando rochas melanocráticas (exclui C).

4. (C). Durante o processo de rifting verifica-se a atuação de forças distensivas, que levam à formação
de falhas normais (exclui B e D), com descida do teto em relação ao muro (confirma C e exclui A).

5. A Bacia Lusitânica apresentava boas condições de deposição de matéria orgânica vegetal. Como
a bacia era relativamente profundas e apresentava condições anóxicas/hipóxicas, permitiu a depo-
sição de matéria orgânica, sem que esta entrasse em decomposição. À medida que foram sendo
soterrados, os restos vegetais foram sendo compactados, perdendo voláteis e matéria orgânica, e
enriquecendo em carbono, o que permitiu a ocorrência de carvão.

6. (C). A grafite é um mineral característico das rochas sedimentares biogénicas (exclui A), polimorfo
do diamante (exclui D), uma vez que ambos os minerais são formados por carbono, mas apresen-
tam diferentes formas cristalinas (confirma C). A calcite apresenta fratura regular, (exclui B).
7. (a) – (2), (4), (9); (b) – (3), (5), (6); (c) – (1), (7), (8).
(a) As rochas vulcânicas formam-se por consolidação do magma, à superfície ou perto dela (2), e,
devido ao rápido arrefecimento (9), apresentam textura afanítica (4). (b) As rochas plutónicas,
como é o caso do gabro e do diorito (3), apresentam os seus minerais visíveis macroscopicamente
(5), designando-se a sua textura granular (5). (c) As rochas metamórficas formam-se em profun-
didade, a partir de rochas preexistentes (7), resultando da recristalização de material rochoso no
estado sólido (1) e podem apresentar minerais-índice, tais como a distena (8).

8.1. (C). Os dados descritos apontam para uma magnitude de 3,5, que corresponde à energia
libertada no hipocentro (exclui B), registada em todas as estações sismográficas de forma
igual (confirma C), de acordo com a escala de Richter (exclui D). Os sismos são considerados
superficiais ou profundos segundo a localização do hipocentro, que não é referida na descri-
ção apresentada (exclui A).

8.2. I, III, IV. A intensidade sísmica, que neste caso foi de III/IV, corresponde aos efeitos de um
sismo sobre o ambiente natural, as construções (III) e o modo como esse sismo foi sentido
pelas pessoas (I). Com base nesta informação é possível traçar as isossistas (IV), que são
linhas que unem pontos de igual intensidade sísmica registada. A energia do sismo corres-
ponde à magnitude (exclui II) e os estudos efetuados para determinação do epicentro não
correspondem à intensidade sísmica (exclui V).

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