Guia de Trabalho cp2 dr3
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Verificação de critério(s):
A formação de associações pode assumir-se como uma possibilidade efetiva de grupos de cidadãos lutarem e
afirmarem a sua identidade. As organizações de tipo associativo são o eixo nuclear de qualquer política de
desenvolvimento, na medida em que constituem um pilar decisivo na construção de solidariedades, são a expressão
de uma forma de vida em comunidade, que favorece o exercício da democracia e da cidadania. As associações
voluntárias, movidas por fins e metas que não se traduzem na obtenção de lucro, geralmente englobam, na sua
estrutura, a presença de voluntários, que se mobilizam para concretizar fins sociais.
As coletividades assumem uma importância social, cultural, política e económica bastante significativa. Por não
aceitar a filosofia consumista e economicista dominante, como forma de regular a atividade e a intervenção dos
seus protagonistas no interior das sociedades, o movimento associativo ainda não viu devidamente reconhecido o
contributo essencial que fornece, nem vislumbra nos poderes instituídos uma atitude que lhe permita aumentá-lo
substancialmente não lhes reconhecendo as funções sociais desempenhadas por este movimento.
A participação dos portugueses nas atividades associativas é bastante reduzida. A maior parte dos portugueses não
pertence a nenhuma associação. O aumento da participação social, em Portugal, ocorre após o 25 de Abril de 1974,
em virtude do abrandamento da pressão social e política em que o país se encontrava submergido. Este incremento
participativo relaciona-se, portanto, mais com um processo transitório democrático do que especificamente com
questões mais direcionadas com a mudança de valores, atitudes e comportamentos.
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Portugal detém o mais baixo índice de associativismo por habitante de toda a Europa. Porém, apesar das
dificuldades que envolvem a ação dos dirigentes, todas as estatísticas disponíveis demonstram que o número de
coletividades tem vindo constantemente a aumentar (…), sempre mantendo um balanço positivo entre aqueles
que são criados e os que desaparecem.
Esta fraca expressão do associativismo em Portugal pode ser explicada por alguns fatores como a tardia aquisição
do direito de livre associação e as fragilidades da democratização do sistema político, e constitui um elemento
indicador da debilidade da sociedade portuguesa em termos de capital social, entendido como um conjunto de
normas – designadamente, a confiança social e reciprocidade generalizada – e de relações sociais, que permitem
aos participantes agir concertadamente para atingir, com maior eficácia, objetivos comuns .
Trata-se de uma atitude de rejeição de um mundo marcado, cada vez de forma mais vincada, pelo individualismo,
pela manutenção e consolidação de privilégios, pelas assimetrias do desenvolvimento, pela descrença na atividade
dos políticos e pela ausência de um mínimo razoável de solidariedade impedida de se manifestar pela imposição
implacável de critérios puramente economicistas.
Esta “crise do associativismo”, a manter-se, provocará o agravamento de muitos dos fenómenos negativos que
caracterizam a nossa sociedade. Em grande medida, a sua resolução depende, por um lado, da liquidação da visão
economicista hegemónica e, por outro, do apoio à intervenção
sustentada a muitos milhares de cidadãos desejosos de fornecerem um
trabalho voluntário, economicamente desinteressado e
conscientemente assumido. Trabalho esse que deve ser entendido não
como uma substituição da ação do Estado, mas como um fator essencial
do desenvolvimento que a complementa, e que com ela estabelece
uma relação dignificante para ambos, uma parceria dinâmica.
O associativismo é particularmente favorável ao exercício da democracia, constituindo por isso um importante fator
de construção da nova cidadania e definição da identidade local, e para a integração social e expressão cultural no
exterior do sistema economicista dominante.
É essencial reconhecer a especificidade e a importância do associativismo, especialmente sob a sua forma cultural
e recreativa, na medida em que o seu funcionamento assenta numa lógica que não pertence nem ao domínio
mercantil, nem aos objetivos centrais da estratégia que o movimento associativo deve elaborar.
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O 25 DE ABRIL E O MOVIMENTO ASSOCIATIVO POPULAR
A população organizada nas suas associações conseguiu resistir a este período de falta de liberdade e democracia.
Muitos homens e mulheres tiveram aí: na banda de música, no grupo de teatro, na biblioteca, no grupo coral, no
desporto, nas salas de convívio, a sua escola cívica e de cidadania, pelo que, com a conquista da liberdade, muitos
vieram a ocupar funções públicas de relevo na sociedade democrática instituída pelo 25 de Abril de 1974.
Cerca de metade das associações que hoje temos em Portugal nasceram após o 25 de Abril de 1974 e a par do
substancial aumento do número de associações, mais dois factos se verificaram: as coletividades mais “clássicas”
diversificaram em muito as suas atividades e por outro lado, emergiram ou reforçaram-se outros tipos de
associativismo: de defesa (património, consumidores, à vítima, etc.); movimento de moradores; juvenil e
estudantes; ambiente e ecologia; de pais e da família, pessoa com deficiência etc.. Mais tarde, na década de oitenta
do século XX, as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social).
OS VALORES DO ASSOCIATIVISMO
A evolução do Movimento Associativo Popular (cultura, recreio e desporto), aliás como todas as outras “famílias”
do Associativismo em Portugal tem sempre como “pano de fundo” a sociedade em geral e, apesar de todas as
mudanças verificadas, mantêm com grandes valores: Solidariedade; Autonomia / Independência; Democracia /
Cidadania; Trabalho Voluntário e Benévolo, sendo espaços onde se exercem e reclamam direitos: de reunião, de
associação, à cultura, ao desporto, ao lazer, ao protesto, à indignação. A uma vida autenticamente humana, a uma
vida verdadeiramente feliz.
Está claro que a democracia interna é o fator decisivo do Movimento Associativo Popular, ontem, hoje e sempre.
f) Discrimine três exemplos de associações, destacando o (s) objetivo (s) subjacente (s) a cada uma delas.
g) 1. Se sim, indique qual a associação e explique, de forma resumida, os motivos que o levaram a pertencer
g) 2. Se não, refira se gostaria ou não de fazer (indicando em caso afirmativo a associação em causa).
h) Indique as dificuldades que se apresentam ao funcionamento associativo, nos nossos dias (razões pelas quais as
pessoas dificilmente se mobilizam em torno dos seus ideais/causas?)
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j) Crie uma associação que considerem ser útil ao meio local onde se encontram inseridos.
Parâmetros a considerar:
A) Nome da Associação
B) Slogan da Associação
C) Área de Intervenção
D) Problema que visa combater e/ou sensibilizar e/ou necessidade que pretende colmatar
E) Principais objetivos
Bom trabalho!!!