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Guia de Trabalho cp2 dr3

O documento discute o associativismo em Portugal. Resume: 1) As associações são importantes para a participação cívica e democracia, mas Portugal tem baixos níveis de associativismo. 2) Após a Revolução de 1974, o número de associações aumentou e diversificou-se, incluindo associações de defesa e ambientais. 3) No entanto, fatores como individualismo e critérios econômicos ameaçam o associativismo, que é importante para a sociedade.
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O documento discute o associativismo em Portugal. Resume: 1) As associações são importantes para a participação cívica e democracia, mas Portugal tem baixos níveis de associativismo. 2) Após a Revolução de 1974, o número de associações aumentou e diversificou-se, incluindo associações de defesa e ambientais. 3) No entanto, fatores como individualismo e critérios econômicos ameaçam o associativismo, que é importante para a sociedade.
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Área de Competência-Chave: Cidadania e Profissionalidade – CP2

UFCD 2: Complexidade e Mudança

Resultados de Aprendizagem: RA3/DR3 – Associativismo e Movimentos Coletivos


Domínio: Institucional
Critérios de Evidência/Competências:
• Descodificar e distinguir opiniões em diferentes níveis de análise.
• Analisar a fraca mobilização associativa ou rigidez institucional e as formas de as ultrapassar.
• Compreender a organização e a dinamização de coletivos distintos.

Verificação de critério(s):

Nome do Formando: _______________________________________________ Entregue em ___/___/2021

ATIVIDADE N.º1– O Associativismo

Elementos dinamizadores do desenvolvimento local e comunitário: o associativismo

O processo contemporâneo de construção e ação política caracteriza-se, cada


vez mais, pelo envolvimento de múltiplos agentes, e não se restringe, somente,
às autoridades governamentais e seus representantes, isto é, às organizações
governamentais. Surgem novos grupos sociais, de cariz empresarial, ou ainda
organizações não-governamentais (ONG). As ONG são organizações
publicamente envolvidas, na medida em que promovem a integração de
indivíduos na vida local, e de grupos de cidadãos simplesmente preocupados
com o estado da sociedade atual e que, face ao seu distanciamento relativamente ao poder local, se servem destas
instituições para fazer ouvir a sua voz. Isto é, estas organizações surgem como uma forma de intervenção política
por parte daqueles que se sentem desfasados do poder instaurado.

A formação de associações pode assumir-se como uma possibilidade efetiva de grupos de cidadãos lutarem e
afirmarem a sua identidade. As organizações de tipo associativo são o eixo nuclear de qualquer política de
desenvolvimento, na medida em que constituem um pilar decisivo na construção de solidariedades, são a expressão
de uma forma de vida em comunidade, que favorece o exercício da democracia e da cidadania. As associações
voluntárias, movidas por fins e metas que não se traduzem na obtenção de lucro, geralmente englobam, na sua
estrutura, a presença de voluntários, que se mobilizam para concretizar fins sociais.

As coletividades assumem uma importância social, cultural, política e económica bastante significativa. Por não
aceitar a filosofia consumista e economicista dominante, como forma de regular a atividade e a intervenção dos
seus protagonistas no interior das sociedades, o movimento associativo ainda não viu devidamente reconhecido o
contributo essencial que fornece, nem vislumbra nos poderes instituídos uma atitude que lhe permita aumentá-lo
substancialmente não lhes reconhecendo as funções sociais desempenhadas por este movimento.

Associativismo e participação social em Portugal

A participação dos portugueses nas atividades associativas é bastante reduzida. A maior parte dos portugueses não
pertence a nenhuma associação. O aumento da participação social, em Portugal, ocorre após o 25 de Abril de 1974,
em virtude do abrandamento da pressão social e política em que o país se encontrava submergido. Este incremento
participativo relaciona-se, portanto, mais com um processo transitório democrático do que especificamente com
questões mais direcionadas com a mudança de valores, atitudes e comportamentos.

1
Portugal detém o mais baixo índice de associativismo por habitante de toda a Europa. Porém, apesar das
dificuldades que envolvem a ação dos dirigentes, todas as estatísticas disponíveis demonstram que o número de
coletividades tem vindo constantemente a aumentar (…), sempre mantendo um balanço positivo entre aqueles
que são criados e os que desaparecem.

Esta fraca expressão do associativismo em Portugal pode ser explicada por alguns fatores como a tardia aquisição
do direito de livre associação e as fragilidades da democratização do sistema político, e constitui um elemento
indicador da debilidade da sociedade portuguesa em termos de capital social, entendido como um conjunto de
normas – designadamente, a confiança social e reciprocidade generalizada – e de relações sociais, que permitem
aos participantes agir concertadamente para atingir, com maior eficácia, objetivos comuns .

Os defensores de um processo de democratização plena da sociedade, assente na participação dos cidadãos na


resolução das crescentes dificuldades com que um grande número de pessoas se debate na sua vida quotidiana (de
ordem social, cultural, económica, etc.), afirmam e lutam para que se reconheça a importância crescente do
associativismo sob as suas diferentes formas.

Trata-se de uma atitude de rejeição de um mundo marcado, cada vez de forma mais vincada, pelo individualismo,
pela manutenção e consolidação de privilégios, pelas assimetrias do desenvolvimento, pela descrença na atividade
dos políticos e pela ausência de um mínimo razoável de solidariedade impedida de se manifestar pela imposição
implacável de critérios puramente economicistas.

Esta “crise do associativismo”, a manter-se, provocará o agravamento de muitos dos fenómenos negativos que
caracterizam a nossa sociedade. Em grande medida, a sua resolução depende, por um lado, da liquidação da visão
economicista hegemónica e, por outro, do apoio à intervenção
sustentada a muitos milhares de cidadãos desejosos de fornecerem um
trabalho voluntário, economicamente desinteressado e
conscientemente assumido. Trabalho esse que deve ser entendido não
como uma substituição da ação do Estado, mas como um fator essencial
do desenvolvimento que a complementa, e que com ela estabelece
uma relação dignificante para ambos, uma parceria dinâmica.

O associativismo cultural e social continua a persistir como disposição


fundamental para a dinâmica social do presente. O movimento
associativo, através das suas diferentes estruturas, desempenha um
papel insubstituível no contexto social global, fornecendo um
contributo essencial dirigido ao interesse geral. A associação atua para além do sector do trabalho possibilitando o
investimento do tempo liberto em benefício de algo que, sendo pessoal, assume um carácter essencialmente
coletivo, solidário e com capacidade sustentada de intervenção social, política, cultural, económica, e de coesão do
tecido comunitário.

O associativismo contribui para a consolidação e dinamização do tecido social, e é um importante fator de


transformação e inovação social. Assume-se como um local de experimentação de novas soluções. Reveste-se de
uma forte contribuição económica, através do investimento humano voluntário, estruturando o segmento
específico da economia social, desenvolvendo uma ação que, de outra forma, ficaria extremamente onerosa para
a comunidade e, na prática, difícil de realizar.

O associativismo é particularmente favorável ao exercício da democracia, constituindo por isso um importante fator
de construção da nova cidadania e definição da identidade local, e para a integração social e expressão cultural no
exterior do sistema economicista dominante.

É essencial reconhecer a especificidade e a importância do associativismo, especialmente sob a sua forma cultural
e recreativa, na medida em que o seu funcionamento assenta numa lógica que não pertence nem ao domínio
mercantil, nem aos objetivos centrais da estratégia que o movimento associativo deve elaborar.
2
O 25 DE ABRIL E O MOVIMENTO ASSOCIATIVO POPULAR

A população organizada nas suas associações conseguiu resistir a este período de falta de liberdade e democracia.
Muitos homens e mulheres tiveram aí: na banda de música, no grupo de teatro, na biblioteca, no grupo coral, no
desporto, nas salas de convívio, a sua escola cívica e de cidadania, pelo que, com a conquista da liberdade, muitos
vieram a ocupar funções públicas de relevo na sociedade democrática instituída pelo 25 de Abril de 1974.

Cerca de metade das associações que hoje temos em Portugal nasceram após o 25 de Abril de 1974 e a par do
substancial aumento do número de associações, mais dois factos se verificaram: as coletividades mais “clássicas”
diversificaram em muito as suas atividades e por outro lado, emergiram ou reforçaram-se outros tipos de
associativismo: de defesa (património, consumidores, à vítima, etc.); movimento de moradores; juvenil e
estudantes; ambiente e ecologia; de pais e da família, pessoa com deficiência etc.. Mais tarde, na década de oitenta
do século XX, as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social).

OS VALORES DO ASSOCIATIVISMO

A evolução do Movimento Associativo Popular (cultura, recreio e desporto), aliás como todas as outras “famílias”
do Associativismo em Portugal tem sempre como “pano de fundo” a sociedade em geral e, apesar de todas as
mudanças verificadas, mantêm com grandes valores: Solidariedade; Autonomia / Independência; Democracia /
Cidadania; Trabalho Voluntário e Benévolo, sendo espaços onde se exercem e reclamam direitos: de reunião, de
associação, à cultura, ao desporto, ao lazer, ao protesto, à indignação. A uma vida autenticamente humana, a uma
vida verdadeiramente feliz.

Está claro que a democracia interna é o fator decisivo do Movimento Associativo Popular, ontem, hoje e sempre.

1.Após a leitura do texto, responde às seguintes questões:

a) Explica o que são ONG’s.

b) Explica a importância da formação de associações.

c) Identifica as razões que levaram a uma “crise de associativismo”.

d) Apresenta as mudanças que ocorreram no movimento associativo após o 25 de Abril.

e) Refere o que entende por associativismo e movimentos coletivos.

f) Discrimine três exemplos de associações, destacando o (s) objetivo (s) subjacente (s) a cada uma delas.

g) Faz ou já fez parte de alguma associação?

g) 1. Se sim, indique qual a associação e explique, de forma resumida, os motivos que o levaram a pertencer

a essa mesma associação.

g) 2. Se não, refira se gostaria ou não de fazer (indicando em caso afirmativo a associação em causa).

Justifique a sua resposta.

h) Indique as dificuldades que se apresentam ao funcionamento associativo, nos nossos dias (razões pelas quais as
pessoas dificilmente se mobilizam em torno dos seus ideais/causas?)

i) Apresente soluções de combate às dificuldades que enunciou.

3
j) Crie uma associação que considerem ser útil ao meio local onde se encontram inseridos.

Parâmetros a considerar:

A) Nome da Associação

B) Slogan da Associação

C) Área de Intervenção

D) Problema que visa combater e/ou sensibilizar e/ou necessidade que pretende colmatar

E) Principais objetivos

F) Quem são os seus associados

G) Formas de divulgação da associação

H) Medidas a serem lançadas/implementadas pela associação

Bom trabalho!!!

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