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6 - Princípios Do Sistema Recursal

1) O princípio da primazia das decisões de mérito estabelece que o juiz deve julgar o mérito da causa sempre que possível, priorizando a solução de fundo em detrimento de decisões técnicas. 2) O princípio do duplo grau de jurisdição garante que as decisões judiciais possam ser reapreciadas por órgão jurisdicional hierarquicamente superior, porém não é uma garantia constitucional absoluta no processo civil. 3) Os princípios recursais orientam a aplicação das normas processuais

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6 - Princípios Do Sistema Recursal

1) O princípio da primazia das decisões de mérito estabelece que o juiz deve julgar o mérito da causa sempre que possível, priorizando a solução de fundo em detrimento de decisões técnicas. 2) O princípio do duplo grau de jurisdição garante que as decisões judiciais possam ser reapreciadas por órgão jurisdicional hierarquicamente superior, porém não é uma garantia constitucional absoluta no processo civil. 3) Os princípios recursais orientam a aplicação das normas processuais

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TEORIA GERAL DOS RECURSOS

1.0) PRINCÍPIO DA PRIMAZIA


NO NOVO CPC
DAS DECISÃO DE MÉRITO
Meios de impugnação às decisões judiciais
O princípio da primazia das
TÍTULO II decisões de mérito advém com a
DOS RECURSOS entrada em vigor do novo código de
CAPÍTULO VI processo civil de 2015, estando
consagrado no seu Art. 4°.
PRINCÍPIOS DO SISTEMA
RECURSAL Cujo coloca que: - “As partes
têm direito de obter em prazo
1.0) INTRODUÇÃO
razoável a solução integral do
mérito, inclusive a atividade
Os princípios recursais
satisfativa”.
descendem da própria interpretação
do texto legal, e também do vasto
Este princípio consubstancia
conteúdo dado pela doutrina.
que a solução de mérito é prioritária
a solução que não é de mérito.
Os princípios podem ser
Logo, o juiz deve julgar ou ao
conceituados, à luz das lições de
menos tentar julgar o mérito
Miguel Reale, como alicerces
sempre que possível, não o
jurídicos, bases fundantes da
julgando somente nos casos em que
aplicação normativa, têm por
não puder de fato.
objetivo orientar o ordenamento
jurídico.
A decisão de mérito é então
considerada sempre como
São princípios do sistema
prioritária a decisão que não é de
recursal:
mérito.

a) Princípio da Primazia das


Deste modo, o princípio da
decisões de mérito
primazia da decisão de mérito
b) Duplo grau de jurisdição
incumbe ao juiz, sempre que
c) Princípio da singularidade, da
possível, superar os vícios,
unicidade ou da
estimulando, viabilizando e
Unirecorribilidade.
permitido sua correção a fim de que
d) Princípio da Correspondência
possa efetivamente examinar o
e) Princípio da Taxatividade
mérito e resolver o conflito posto
f) Princípio da Fungibilidade
pelas partes.
Recursal
g) Princípio da Proibição da
Reformatio in Peius
h) Princípio da Colegialidade
É exatamente isso que coloca o
i) Princípio da Dialeticidade
Art. 139, IX do NCPC.  
que o STF e STJ poderão
Art. 139, Caput. - O juiz dirigirá o desconsiderar um defeito de um
processo conforme as disposições recurso especial ou extraordinário
deste Código, incumbindo-lhe: desde que o recurso seja
tempestivo e o vicio não se repute
IX – Determinar o suprimento de grave, com a finalidade de facilitar
pressupostos processuais e o o julgamento de mérito.
saneamento de outros vícios
processuais. Art. 1.029. § 3o O Supremo
Tribunal Federal ou o Superior
Analisando a influência deste Tribunal de Justiça poderá
princípio sobre a ótica recursal, desconsiderar vício formal de
destaca-se sua aplicação em alguns recurso tempestivo ou determinar
casos. sua correção, desde que não o
repute grave.
Sendo o primeiro deles, a hipótese
Tamanha é a importância deste
de que o juiz não pode considerar
dispositivo, que ele também foi
inadmissível o recurso por deserção,
previsto na lei 13.015 de 2014, cujo
sem antes oportunizar ao recorrente
é a lei que Altera a Consolidação
que recolha o preparo, seja o
das Leis do Trabalho (CLT) para
recolhimento em dobro para os casos
dispor sobre o processamento de
em que não recolheu, ou o
recursos no âmbito da Justiça do
recolhendo da parte que falta para os
Trabalho.
casos que o recorrente recolheu
apenas uma parcela do preparo. Art. Art. 896 - §11 – CLT.  Quando
1.007, §§ 2° e 4° do NCPC. o recurso tempestivo contiver
defeito formal que não se repute
Outra hipótese é a possibilidade grave, o Tribunal Superior do
do autor apelar contra a decisão que Trabalho poderá desconsiderar o
indefere sua petição inicial sem vício ou mandar saná-lo, julgando
julgar o mérito, uma vez que, o o mérito. 
legislador oportunizando ao autor
que apele contra esta decisão,
oportunize também que o mérito seja
julgado.

Art. 331.  Indeferida a petição


inicial, o autor poderá apelar,
facultado ao juiz, no prazo de 5
(cinco) dias, retratar-se.

Destaca-se ainda a hipótese


que vem sendo tratada por parte
da doutrina como o marco do
princípio da primazia das decisões
2.0) PRINCÍPIO DO DUPLO
de mérito, estando prevista no Art.
GRAU DE JURISDIÇÃO
1.029, §3° do NCPC, cujo coloca
numero 2 do artigo 8° da Convenção
O princípio do duplo grau de Americana de Direitos Humanos,
jurisdição, advento da revolução garante-se a existência do duplo grau
francesa, tem por dizer que, em de jurisdição para o processo penal,
regra, que as causas julgadas devem sendo que, voltando-se para um
ser reapreciadas por um órgão enfoque processual civil, apenas
jurisdicional hierarquicamente encontra-se, tal princípio, presente na
superior ao primeiro que proferiu a legislação infraconstitucional, pois
decisão a ser reexaminada.1 não foi introduzido no elenco dos
direitos e garantias constitucionais
“Consiste em estabelecer a dos indivíduos e da sociedade, de
possibilidade de a sentença modo que não se reveste de
definitiva ser reapreciada por inafastabilidade, sendo legitimas
órgão de jurisdição, normalmente algumas restrições.3
de hierarquia superior à daquele
que a proferiu, o que se faz de Por tudo, e com maior razão no
ordinário pela interposição de sistema recursal cível, o princípio do
recurso. Não é necessário que o duplo grau de jurisdição não tem
segundo julgamento seja conferido previsão constitucional, nem tem
a órgão diverso ou de categoria caráter absoluto, em virtude das
hierárquica superior a daquele que várias exceções arroladas na própria
realizou o primeiro exame. Nelson Constituição Federal.
Nery.
Como é o caso do art. 34 da
Entretanto, o princípio não se Lei 6.830 de 1980, onde coloca que
constitui como uma garantia o recurso de embargos infringentes
constitucional, muito embora de alçada são interposto para o juiz
presente no Pacto de São José da de primeiro grau, ao invés de irem
Costa Rica2, do qual a República para o juízo de 2° grau.
Brasileira é signatária, como
também, sob o enfoque, da Cita-se também os inúmeros
combinação dos §§2° e 3° do artigo casos de competência originária do
5° da CF, com a alínea “h” do STF (Art. 102, I da CF), cujo
1
O princípio do duplo grau de jurisdição está 3
Não há na Constituição de 1988 de forma
consubstanciado na exigência de que uma expressa a garantia genérica do princípio do
mesma causa seja submetida à apreciação de duplo grau de jurisdição, nem poder-se-ia
dois órgãos jurisdicionais distintos, com o órgão dizer que este estaria implicitamente
de segundo grau em patamar superior ao órgão garantido no artigo 5, LV e respectivo
de primeiro grau, na estrutura organizacional parágrafo único, isso porque a Suprema Corte
judiciaria. Bernardo Pimentel. já decidiu no RE 201297-1, DJ 05.09.97,
Relator Ministro Moreira Alves, pela negativa
2
Pacto de São José da Costa Rica, ratificado desse entendimento, ao afirmar que “a própria
pelo Brasil em 1992: “Garantias judicias: Constituição admite a existência de decisões
omissis 2. Toda pessoa acusada de um delito em grau único de jurisdição não apenas nos
tem direito a que se presuma sua inocência, casos que especifica, como os de ações
enquanto não for legalmente comprovada sua originárias perante o Supremo Tribunal
culpa. Durante o processo, toda pessoa tem Federal, mas também genericamente, ao
direito, em plena igualdade, às seguintes admitir, no artigo 102, III, recurso
garantias mínimas: omissis h) direito de extraordinário nas causas decididas em única
recorrer da sentença a juiz ou tribunal instância, quando ocorre hipótese prevista
superior”. numa das letras “a”, “b” ou “c”, do mesmo
dispositivo.”
somente enfatizam que o princípio Pois no caso em questão,
não se reveste de garantia estando o processo em condições de
constitucional infestável. imediato julgamento (causa
madura), o Tribunal deverá decidir
No caso em questão, se o STF o mérito, tratando-se o caso de
tem competência originaria para reforma de sentença fundada no art.
julgar uma matéria e julga, não há 485, sentença extra, ultra e cita
recurso algum existente, que se petita, sentença sem
interposto faça com que a matéria fundamentação, ou prescrição e
seja reexaminada por outro tribunal, decadência. (Art. 1.013, §3° do
até porque não existe Tribunal NCPC).
algum superior ao Supremo
Tribunal Federal! Neste caso, o processo, não foi
julgado por um órgão, e
A exemplo, da Ação Direta de reapreciado por um outro órgão
Inconstitucionalidade de lei ou ato superior, já teve seu inicio em um
normativo federal ou estadual e a órgão superior ao primeiro, que por
ação declaratória de regra lhe julgaria.
constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal, conforme Desta forma, respeitando
estabelece o Art. 102, I, a da CF, singular parte da doutrina que
compete ao STF julga-las entende que não, como Fredie
originariamente. Didier Jr. A causa madura burla o
duplo-grau de jurisdição.
Em síntese, o princípio do duplo
grau de jurisdição não perfaz de
uma garantia constitucional 3.0) PRINCÍPIO DA
inafastável, não tendo caráter SINGULARIDADE, UNICIDADE,
absoluto, em virtude de várias OU DA UNIRRECORRIBILIDADE.
exceções previstas na própria
constituição. (AI n. 601.832/SP – Este princípio consubstancia
AgRg, 2ª Turma do STF, Diário da que, em regra, apenas pode-se
Justiça eletrônico n. 64, de 2 e 3 de atacar a decisão judicial com
abril de 2009). apenas um único recurso, ao qual
seja adequado à impugnação.4
Ressalta-se também, que a causa
madura, cujo é causa que está apta Logo, em regra, é inadmissível o
para julgamento, não se tendo mais manejo simultâneo de dois recursos
nenhuma questão, seja de fato ou de que visem impugnar uma mesma
direito a ser produzida, decisão judicial.
encontrando-se o processo em
condições de ser julgado Em exceção a este princípio,
imediatamente. Burla o princípio encontra-se a hipótese da
do duplo-grau de jurisdição, uma
vez que, não oportuniza às partes da 4
O princípio da Unirecorribilidade, vigente
relação processual de terem sua no sistema processual civil brasileiro, veda,
causa apreciada por dois órgãos em regra, a interposição simultânea de
jurisdionais, sendo o segundo vários recursos contra a mesma decisão
hierarquicamente superior ao outro. judicial. (Ag n. 438.568/SC – AgRg – EDcl, 1ª
Turma do STJ, Diário da Justiça de 2 de
dezembro de 2002, p. 248):
interposição simultânea de recurso
especial e extraordinário contra um
mesmo acórdão.

Está hipótese se dá, quando um


acórdão está sustentado por dois
fundamentos autônomos, um de
índole constitucional e outro de
cunho infraconstitucional.

Caso em que, o recurso especial


é julgado pelo STJ (Art. 105, III da
CF). (E o recurso extraordinário
julgado pelo STF Art. 102, III da
CF).

Art. 1.031.  Na hipótese de


interposição conjunta de recurso
extraordinário e recurso especial,
os autos serão remetidos ao
Superior Tribunal de Justiça.

Art. 1.042. § 5o O agravo poderá


ser julgado, conforme o caso,
conjuntamente com o recurso
especial ou extraordinário,
assegurada, neste caso,
sustentação oral, observando-se,
ainda, o disposto no regimento
interno do tribunal respectivo.

4.0) PRINCÍPIO DA
CORRESPONDÊNCIA

Este princípio consiste em dizer


que para cada decisão haverá um
recurso correspondente. Logo, há
um recurso a ser manejado para
cada tipo de decisão.

Ressalta-se que, este princípio é


apenas uma manifestação do que já
expressa o código, pois em Art.
994, fixa nove espécies recursais,
cujo cada uma será utilizada para
cada tipo de decisão. Obs.: Os
embargos de declaração são
aplicáveis para qualquer decisão.
DECISÃO RECURSO ARTIGO

Decisão Interlocutória Agravo de instrumento Art. 1.015 do NCPC

Preliminar de Apelação ou;


Decisões interlocutórias Art. 1.009, §1 do NCPC.
não agraváveis Preliminar de contestação
caso a parte contrária do
recorrente não tenha
sucumbido.

Sentença Apelação Art. 1.009 do NCPC.

Decisões Monocráticas Agravo Interno Art. 1.021 do NCP

Recurso Extraordinário Art. 1.029 do NCPC


Decisões Colegiadas Recurso Especial Art. 1.029 do NCPC
Acórdão Recurso Ordinário Art. 1.027 do NCPC
Embargos de Divergência Art. 1.043 do NCPC
Decisão do Presidente Agravo em Recurso Especial Art. 1.042 do NCPC
ou Vice Presidente do em Recurso Extraordinário
Tribunal
Sentença Declaratória Agravo Art. 100 da Lei 11.101 de
de Falência 2005

Decisão interlocutória Irrecorrível, cabe à outra Art. 100 e 101 do NCPC


que concede pedido de parte pedir a revogação do
assistência gratuita beneficio, se não lhe for
judiciária concedido pode apelar por
preliminar.

Decisão interlocutória
que nega ou revoga Agravo de Instrumento Art. 1015, V do NCPC
pedido de assistência
gratuita judiciária
Sentença que decreta Embargos Infringentes de Art. 34 da Lei 6.830 de
execução fiscal até 50 Alçada 1980
OTRN
Sentença em causas Recurso Ordinário Art. 105, II, alínea “c” da
Internacionais CF.
Sentença proferida em Art. 41 da Lei 9.099 de
processo de Recurso Inominado 1995
competência dos
Juizados Especiais
Cíveis
Juizados Federais Recurso Inominado Art. 5° da Lei 10.259
5.0) PRINCÍPIO DA
TAXATIVIDADE
O princípio da taxatividade está
consubstanciado na exigência de CPC de 1931, Art. 810: “Salvo
que somente poderão ser manejados a hipótese de má-fé ou erro
os recursos existentes e previstos grosseiro, a parte não será
no ordenamento jurídico vigente prejudicada pela interposição de
brasileiro. um recurso por outro, devendo os
autos ser enviados à Câmara, ou
Não se admitem, por tanto, a Turma, a que competir o
interposição de recursos julgamento”.
inexistentes, e nem muito menos a
criação autônoma de um recurso “O Superior Tribunal de Justiça
pelo próprio recorrente que não consolidou entendimento no
esteja na lei. sentido de conhecer dos embargos
de declaração como agravo
Cabe ressaltar que os recursos regimental em razão da nítida
estão previstos em sua maior parte pretensão infringente que deles
no Código de Processo civil, em rol emerge, prestigiando os princípios
taxativo, mas não exaustivo, uma da fungibilidade e da economia
vez que há a previsão de recursos processual.” BRASIl, STJ, 1
em outras leis.
Seção, EDcl na Rcl 5932/SP,
Ministro Mauro Campbell
Portanto, os recursos previstos
no Código de Processo Civil atual,
Marques, j. 23/05/2012, p. DJe
são aqueles descritos no Art. 994, 29/05/2012. “Os embargos de
incisos I ao IX. declaração que exclusivamente
objetivam o novo exame do
Destacam-se ainda outros mérito da decisão impugnada
recursos que estão previstos fora do devem ser recebidos como agravo
Código, como o recurso inominado regimental em homenagem ao
manejado contra as sentenças princípio da fungibilidade
proferidas nos Juizados Especiais recursal. 
Cíveis Art. 41 da Lei 9.099/95.

6.0) PRINCÍPIO DA
FUNGIBILIDADE
RECURSAL

O princípio da fungibilidade,
decorrente do art. 810 do CPC de
1939. Á luz de uma ótica recursal
consiste na possibilidade da troca
de um recurso por outro, desde que 6.1) FUNGIBILIDADE
se tenha uma dúvida objetiva acerca RECURSAL NO NOVO CPC
de qual recurso manejar, e o
recorrente não tenha cometido erro Art. 1.024 - 3o  O órgão julgador
grosseiro ao impugnar o recurso.5 conhecerá dos embargos de
declaração como agravo interno se
5
O princípio recursal da fungibilidade entender ser este o recurso cabível,
consiste na possibilidade de admissão de
um recurso interposto por outro, que seria o objetiva sobre a modalidade de recurso
cabível, na hipótese de existir dúvida adequada. Dierlei Nunes.
desde que determine previamente a
intimação do recorrente para, no  Existência de dúvida objetiva
prazo de 5 (cinco) dias, quanto ao recurso a ser
complementar as razões recursais, interposto.
de modo a ajustá-las às exigências
do art. 1.021, § 1o.6
 Inexistência de erro grosseiro.
Art. 1.032.  Se o relator, no Superior
Tribunal de Justiça, entender que o
recurso especial versa sobre 7.0) PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO
questão constitucional, deverá DA REFORMATIO IN
conceder prazo de 15 (quinze) dias PEIUS
para que o recorrente demonstre a
existência de repercussão geral e se Este princípio, conforme
manifeste sobre a questão expressa seu nome, consubstancia a
constitucional. regra de que, em regra, a reforma
do recurso não pode prejudicar o
Art. 1.033.  Se o Supremo Tribunal
recorrente.
Federal considerar como reflexa a
ofensa à Constituição afirmada no
recurso extraordinário, por
pressupor a revisão da interpretação Desde modo, não pode o
de lei federal ou de tratado, remetê- julgador do recurso proferir decisão
lo-á ao Superior Tribunal de Justiça em prejuízo do único recorrente.
para julgamento como recurso
especial. Logo, o princípio da non
reformatio in Peius está diretamente
ligado com dimensão da sentença,
EXEMPLO DE FUNGIBILIDADE que pode ser citra, ultra ou extra
RECURSAL NO CÓDIGO DE petita.
PROCESSO PENAL
Exemplo de aplicação do
Art. 579.  Salvo a hipótese de má-fé, a Princípio:
parte não será prejudicada pela
interposição de um recurso por outro. Paulo interpõe ação em face de
Sérgio, com pedido de danos
Observação: Poderá ocorrer fungibilidade,
nos casos em que o julgador ao proferir materiais no valor de 10.000,00 R$.
determinada decisão erre o título dela. Ex.: Julgada a demanda, o juiz decide
Decisão interlocutória com título de parcialmente a causa em face de
Sentença. Paulo, concedendo-lhe tão somente
o valor de 3.000,00 R$. Paulo
6.2) PRESSUPOSTOS DA inconformado apela. Neste caso, o
FUNGIBILIDADE juiz não poderá julgar o recurso de
Paulo, dando-lhe uma decisão que o
Logo para haver possibilidade de prejudique, ou seja, não poderá
fungibilidade deverá ocorrer: diminuir o valor que já obteve na
sentença de parcial procedência,
6
Além de incrementar a segurança jurídica,
deverá aumentar o valor ou mantê-
a previsão contribui para o aumento da
celeridade processual, abreviando o lo igual.
procedimento que decorreria da rejeição
dos embargos de declaração, seguido da
abertura de prazo para interposição de
agravo interno.
7.1) REFORMATIO IN PEIUS E ATENÇÃO - OBSERVAÇÃO
MATÉRIA DE APRECIAÇÃO - ATENÇÃO
OBRIGATÓRIA
Se, porém, houver no processo
Tal princípio, ainda preconiza a uma questão de ordem pública
vedação do julgamento de matérias que não foi analisada, e caso seja
que cujo não foram impugnadas analisada no recurso, e venha a
pelo recurso. prejudicar o recorrente, o
tribunal será LIVRE PARA
Porém, como se sabe, a lei ANALISA-LA, ainda que
determina que algumas matérias, venha prejudicar o recorrente.
por serem de ordem pública, não
precluem, e devem ser A análise de matéria de ordem
obrigatoriamente analisadas. pública que prejudique o
recorrente é uma EXCEÇÃO
São as chamadas matérias de AO PRINCÍPIO DO “NON
ordem pública, a exemplo da REFORMATIO IN PEIUS”.
competência absoluta.

Logo, em decorrência do efeito ATENÇÃO - OBSERVAÇÃO


devolutivo por profundidade, o - ATENÇÃO
tribunal é livre para apreciar todos
os fundamentos da decisão que foi É importante, também se ater
impugnada, veja: - todos os para esta hipótese, aqui
fundamentos da decisão que foi ilustrada:
impugnada.
Imagine um caso, em que no
Como se sabe a sentença é processo se discuta dois pedidos,
divida por capítulos, cada capítulo é e o juiz tenha julgado os DOIS
referente ao julgamento de um improcedentes, tendo em então
pedido feito pelo autor. uma sentença de Total
improcedência.
O juiz utiliza diferentes
fundamentos, argumentos e Porém, apenas se recorreu de
questões para decidir cada capitulo. um só capitulo o capítulo A.

Se em determinada sentença há O tribunal poderá analisar


dois capítulos e recorre-se apenas tudo do capítulo A, mas nada do
de um deles, o órgão Ad quem é capítulo B se tiver uma
livre para apreciar todos os MATÉRIA DE ORDEM
fundamentos do pedido do autor e PÚBLICA que venha prejudicar
da defesa do réu, todas as questões o recorrente no Capítulo A
não suscitadas ao longo do aquele impugnado, poderá
processo. livremente o Tribunal analisa-la.

Não podendo, nada analisar Mas veja, se o Capítulo B,


do capítulo que não foi aquele que não foi impugnado
impugnado. tiver uma matéria de ordem
pública NÃO PODERÁ O
TRIBUNAL ANALISA-LA,
pois transitou em julgado.
CAPÍTULO
Exemplificando o caso, NÃO
imagine uma sentença que julga RECORRIDO
improcedente dois pedidos, um
de dano moral e outro de dano
material. Transitou em Julgado

PEDIDO – A – DANOS MORAIS O tribunal não poderá


analisar nada deste capítulo,
absolutamente nada, pois a
matéria transitou em julgado,
CAPÍTULO nem mesmo poderá analisar
RECORRIDO alguma questão de ordem
pública.

O tribunal poderá analisar


8.0) PRINCÍPIO DA
tudo deste capítulo que foi
COLEGIABILDIADE
impugnado, todas as questões
suscitadas ou não suscitadas ao
O princípio da colegialidade
longo do processo. Inclusive se
consiste na regra de que as
houver alguma questão de
causas impugnadas devem ser
ordem pública que prejudique o
julgadas por um órgão coletivo,
recorrente.
ou seja, um tribunal colegiado.
Art. 1.013 - § 1o Serão, porém,
objeto de apreciação e julgamento Porém, em exceção a esta
pelo tribunal todas as questões regra encontram-se as decisões
suscitadas e discutidas no monocráticas, aquelas proferidas
processo, ainda que não tenham
sido solucionadas, desde que
pelo relator, onde julga sozinho
relativas ao capítulo impugnado. o recurso.

Decisão monocrática: Art. 932,


III e IV, a; b; c e d do NCPC.

III - não conhecer de


recurso inadmissível,
prejudicado ou que não tenha
impugnado especificamente os
fundamentos da decisão
recorrida;
PEDIDO – B – DANOS MATERAIS
IV - negar provimento a
recurso que for contrário a:

a) súmula do Supremo
Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça ou do
próprio tribunal;

b) acórdão proferido pelo


Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos
repetitivos;

c) entendimento firmado
em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de
assunção de competência

9.0) PRINCÍPIO DA
DIALETICIADE

Este princípio consiste na regra


de que recurso deve apresentar
sempre os motivos, razões e
fundamentos de sua impugnação.

Logo, o recurso deve conter os


motivos da impugnação, as razões e
os fundamentos pelos quais o
recorrente está inconformado com a
decisão.

O recurso que estiver desprovido


de fundamentação, razão ou motivo
não poderá ser julgado e em
consequência não será conhecido,
pois é um recurso inepto, caso em
que o recorrente deverá no prazo de
5 dias sanar o vício. (Art. 932,
paragrafo único NCPC). Art. 932.
Parágrafo único. Antes de considerar
inadmissível o recurso, o relator
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao
recorrente para que seja sanado vício
ou complementada a documentação
exigível.

A multa, preceito secundário da


pena é reconhecida como dívida
de valor, considerando que o
Brasil, em razão do pacto de
São José da costa Rica.

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