Relatório de Estágio - Farmácia Azevedo
Relatório de Estágio - Farmácia Azevedo
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Relatório de Estágio | Farmácia Azevedo
Farmácia Azevedo
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Julho de 2015
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DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE
Eu, Ana Carolina Correia Costa, abaixo assinado, nº 201200050, aluna do Mestrado
Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do
Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.
Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,
mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes
dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a
outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso
colocado a citação da fonte bibliográfica.
Assinatura: ______________________________________
II
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, irmãs e irmãos, que sempre foram uma inspiração e sem eles teria
sido impossível chegar a este ponto.
Um agradecimento aos meus amigos, aos de sempre e aos que surgiram neste
percurso, foram essenciais e sem vós não teria sido o mesmo.
Ao Artem, por todo o apoio e por me fazer acreditar nas minhas capacidades nos
momentos mais difíceis.
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RESUMO
IV
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ÍNDICE
V
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VI
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VII
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LISTA DE ABREVIATURAS
VIII
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Figura 6 – Distribuição dos resultados das respostas dadas pelas pessoas que afirmaram
já ter tido pelo menos um episódio de halitose - questões 3, 4 e 5, respetivamente. .......41
Figura 10 – Resultado das respostas à questão sobre o local onde adquirem os produtos
para a higiene oral ...........................................................................................................42
Figura 11 - Motivos pelos quais os utentes adquirem ou não os produtos na farmácia ...42
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ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo II - Cartão de divulgação dos serviços prestados pela Farmácia Azevedo ...........54
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1. INTRODUÇÃO
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2. FARMÁCIA AZEVEDO
A Farmácia Azevedo existe desde novembro de 1945 e desde abril de 1983 mantém-
se sob a propriedade e direção técnica da Dra. Maria Isabel
Frias do Vale (Figura 1). A Farmácia Azevedo conta com
uma equipa de profissionais qualificados e um grande
número de clientes fidelizados. Neste espaço não se vendem
apenas medicamentos, mas também outros produtos e
serviços relacionados com a saúde e o bem-estar.
Figura 1 – Fachada da Farmácia
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A Farmácia Azevedo presta vários serviços aos seus clientes, dispondo de um gabinete
de atendimento personalizado para tal. Neste local é efetuada a avaliação dos diferentes
parâmetros bioquímicos, que serão abordados com mais detalhe ao longo do relatório,
administração de vacinas, testes de gravidez, entre outros. Neste gabinete também são
realizadas consultas de nutrição e podologia.
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3. SISTEMA INFORMÁTICO
O sistema informático usado na Farmácia Azevedo é o Sifarma2000®, desenvolvido
pela Glintt®. É uma aplicação concebida para a realização de vendas, nas várias
componentes: venda normal, suspensa e/ou a crédito, apoio em termos de fichas técnicas
dos produtos, indicações e contraindicações e algum apoio a nível de gestão financeira.
Ou seja, concluídas as vendas, é feita a atualização de stocks, geração de encomendas,
faturação às entidades e registo de valores pagos pelos utentes que aparecerá como valor
recebido em caixa6.
Quanto à gestão de encomendas, o Sifarma2000® possibilita a análise e aprovação da
proposta gerada pelo sistema, o seu envio a fornecedores, processar a sua receção,
gestão de bónus de fornecedores, devoluções a fornecedores e a sua regularização por
crédito ou produto, com a correspondente atualização de stocks6.
Relativamente à faturação, este sistema organiza automaticamente as receitas em
lotes de 30, fazendo a sua gestão e permitindo a emissão de verbetes de identificação de
cada lote, o resumo mensal dos lotes (por organismo) e a respetiva fatura, da qual é
enviada uma cópia para a Associação Nacional de Farmácias (ANF) 6.
O sistema informático é usado também na realização de inventários, verificação de
produtos sem consumo, prazos de validade, contagem física, recolha de quebras,
estatísticas de vendas, entre outras funcionalidades indispensáveis para uma eficaz gestão
das farmácias6.
Durante o meu período de estágio, utilizei esta ferramenta para os mais diversos fins,
tais como a realização e receção de encomendas, gestão de stocks, atendimento ao
utente, atualização de preços, consulta do histórico de vendas e de informação técnica e
científica de medicamentos, gestão de devoluções, entre outros.
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4. GESTÃO DA FARMÁCIA
4.1. Gestão de stock
Uma gestão eficiente de stocks é imprescindível para o correto funcionamento da
farmácia. Constitui um fator fulcral não só para a viabilidade financeira da farmácia, como
também para a satisfação do utente. O stock excessivo é desaconselhado pois implica um
avultado esforço financeiro, levando a uma maior tendência para a perda de rotatividade
de produtos, maior número de produtos com prazo de validade expirado e disponibilização
de maior espaço na farmácia. Contudo, o stock também não deve ser demasiado baixo ao
ponto de não cobrir a procura e as necessidades do utente, comprometendo assim o
serviço prestado pela farmácia.
Critérios como o tipo de prescrição, a época do ano e a relevância dada pelos media a
determinados produtos devem ser tidos em conta na concretização de encomendas. É
essencial um conhecimento profundo da saída dos produtos, da procura de cada um e dos
custos associados a fim de estipular um stock mínimo e um stock máximo para cada
produto de modo a tentar evitar ruturas de stock e impedir a retenção de produtos.
As condições de negociação e as margens de lucro para a farmácia são fatores que
também são tidos em conta na gestão de stocks. Assim, e através do Sifarma2000®, esta
tarefa encontra-se bastante facilitada, pois possibilita a consulta do histórico de vendas de
forma gráfica e a definição de quantidades máximas e mínimas dos produtos, gerando
diária e automaticamente encomendas para fornecedores pré-estabelecidos.
Durante o meu estágio senti que esta área era abordada com grande atenção e
responsabilidade por forma a procurar e manter o equilíbrio indispensável a uma gestão de
sucesso.
4.2. Encomendas
A aquisição de medicamentos e outros produtos de saúde pode ser feita de duas
formas: através de distribuidores grossistas, que funcionam como intermediários entre a
farmácia e os laboratórios, e/ou diretamente aos laboratórios de indústria farmacêutica. A
escolha dos distribuidores é feita através de uma análise criteriosa de diversos parâmetros,
entre os quais a rapidez e eficácia na entrega, a qualidade do serviço prestado, as
facilidades de pagamento, a possibilidade de devoluções e a bonificação de produtos. No
entanto, torna-se necessário recorrer a mais do que um armazenista em simultâneo, de
modo a ter acesso aos produtos em falta no menor tempo possível e beneficiar das
melhores ofertas em termos financeiros. Assim, a Farmácia Azevedo trabalha com três
distribuidores diários, sendo o principal a PLURAL (Cooperativa Farmacêutica, Crl), mas
também a COOPROFAR (Cooperativa dos Proprietários de Farmácia) e Alliance
Healthcare.
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4.4. Armazenamento
O armazenamento deve permitir o fácil acesso aos medicamentos para que o
atendimento aos clientes seja rápido e eficaz.
Assim, após a verificação da encomenda procede-se à armazenagem dos produtos,
dando prioridade aos produtos de frio que são prontamente colocados no frigorífico.
Todos os produtos são armazenados por prazo de PV segundo a regra “first expired,
first out” em que as embalagens com prazo mais antigo são selecionadas para serem
dispensadas em primeiro lugar. A regra “first in, first out” também é válida, neste caso para
produtos que não tenham PV impresso na embalagem.
Devem ser cumpridas as condições de conservação estabelecidas em termos de
temperatura, luminosidade e humidade. A temperatura e a humidade são registadas por
sensores calibrados, localizados no front office, back office e frigorífico, cujos dados são
verificados, recolhidos, analisados e arquivados mensalmente.
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4.6. Devolução
A devolução de produtos é efetuada quando estes estão caducados, quando não estão
aptos a ser dispensados devido a alterações nas suas características, quando se
encontram fora do mercado, foram pedidos por engano, entre outras razões.
Eu efetuei algumas devoluções de produtos ao fornecedor, os quais na sua maioria
apresentavam a embalagem danificada.
Em caso de devolução é necessário elaborar uma nota de devolução que será entregue
(em duplicado), juntamente com o produto a devolver, ao estafeta que entrega a
encomenda seguinte. Quando o pedido de devolução é aceite, o fornecedor/laboratório
procede à emissão de uma nota de crédito ou à troca do produto.
5. DISPENSA DE MEDICAMENTOS
A dispensa do medicamento é a principal ação realizada pela farmácia comunitária
destinada ao bem-estar e qualidade de vida do utente. No ato da dispensa o farmacêutico
tem um papel importante, devendo garantir o esclarecimento de possíveis dúvidas sobre a
administração dos medicamentos e detetar possíveis interações medicamentosas ou
reações adversas7.
De acordo com o DL n.º 176/2006 de 30 de Agosto, os medicamentos de uso humano
são classificados quanto à dispensa ao público em medicamentos sujeitos a receita médica
(MSRM) e MNSRM7,8.
O farmacêutico tem a função de dispensar ao utente toda a informação necessária
acerca da posologia, duração do tratamento, modo de administração e possíveis reações
adversas. Assim, durante a dispensa de medicamentos cabe ao farmacêutico interagir com
o utente para compreender se o tratamento prescrito na receita médica está de acordo com
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os sintomas demonstrados. Caso não seja possível fazer uma interpretação objetiva da
prescrição, o farmacêutico deve contatar o médico a alertar para possíveis lapsos na
prescrição7.
O aconselhamento farmacêutico ao utente poderá levar à dispensa de um MNSRM, ou
de outro produto ou acessório e à informação de medidas não farmacológicas com o
objetivo de resolução de um transtorno minor ou da melhoria da eficácia da farmacoterapia
já em curso. Assim, são colocadas as questões necessárias ao utente de forma a reunir
todos os dados indispensáveis para prosseguir com a indicação, ou no caso de o transtorno
ser mais complexo, aconselhar a ida ao médico.
Durante o estágio na Farmácia Azevedo pude prestar, sob supervisão, o
aconselhamento adequado. Esta prática de dispensa de medicamentos foi essencial para
a minha aprendizagem. Quanto à dispensa de MSRM aprendi a avaliar a receita médica
cedida pelo utente, a selecionar os medicamentos correspondentes à prescrição médica,
informar qual a posologia a adotar e indicar quais os riscos associados e alguns cuidados
especiais. Na dispensa de MNSRM fui desenvolvendo a capacidade de avaliação dos
sintomas e de aconselhamento de produtos, incluindo as áreas dos suplementos
alimentares e dermocosmética.
Possam constituir um risco direto ou indireto para a saúde do utente, quando utilizados
sem vigilância médica ou quando utilizados frequentemente e em quantidades
consideráveis para fins distintos daquele a que se destinam;
Contenham substâncias cujas atividade ou reações adversas necessitem de avaliação
aprofundada;
Sejam administradas por via parentérica.
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No caso de algum erro ser detetado, este deve ser corrigido, sendo, por vezes,
necessário contatar com o doente, ou, até mesmo, com o médico prescritor.
O Sifarma2000® é crucial na faturação dos lotes no final de cada mês, pois permite a
sua gestão e a emissão de um Verbete de Identificação de cada lote, ao qual é anexado.
Neste documento devem constar dados relativos à identificação da farmácia, identificação
do organismo a que corresponde o lote, assim como o número de receitas que contém, e,
ainda, as importâncias totais do lote relativas ao valor de PVP, ao valor pago pelos utentes
e ao valor a pagar relativo à comparticipação do organismo12.
Durante o meu estágio, participei na conferência e correção de receitas, na sua
organização para o seu envio para as entidades responsáveis.
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normal. Em caso de valores fora dos intervalos de referência, procurava, em conversa com
o utente, saber quais os hábitos que deveria mudar de modo a adotar um estilo de vida
mais saudável e incentivá-lo à adesão ou à continuidade da terapêutica ou remeter para o
médico.
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7.9. VALORMED
A VALORMED é uma sociedade que se responsabiliza pela gestão dos resíduos de
embalagens de medicamentos inutilizáveis. Os medicamentos e produtos farmacêuticos
são depositados em contentores localizados na farmácia, que quando cheios são enviados
à VALORMED que assume a responsabilidade da eliminação dos resíduos de forma
segura, para prevenção de danos ambientais.
8. Atividades Complementares
Além das atividades que constituem o quotidiano da farmácia, no meu estágio tive ainda
a oportunidade de participar em outras atividades (Anexo I).
No início do estágio, e por sugestão dos colegas, achei que seria útil a Farmácia
Azevedo ter uma forma de divulgação dos serviços prestados, que fosse facilmente
acessível. Assim, elaborei cartões com esta informação (Anexo II), que indicavam também
os horários disponíveis para a realização dos serviços e consultas de nutrição e podologia,
e também com os contactos da farmácia. Esta solução revelou-se muito útil e de fácil
consulta pelos clientes que precisavam de aceder a estas informações.
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1. INFEÇÕES URINÁRIAS
O farmacêutico assume hoje um papel de enorme importância ao nível dos
cuidados de saúde primários, pois é o primeiro contacto do doente com os serviços de
saúde. O acesso é fácil, rápido e económico. Uma das situações relativamente à qual é
consultado com relativa frequência é pelos sintomas associados a infeções do trato urinário
ou infeções urinárias (ITU). Impõe-se nestes casos a prestação de conselhos em termos
de profilaxia, higiene, participação no diagnóstico/ monitorização e, eventualmente,
remissão para uma consulta médica.
Tendo verificado a grande quantidade de medicamentos que eram prescritos para
tratar as ITU, pude concluir sobre a relevância destas infeções na comunidade e daí que a
farmácia tenha também sentido a necessidade de dispor de um equipamento que permita
ao farmacêutico fazer uma primeira abordagem da situação e por consequência dispor de
dados quali e quantitativos que sirvam de sustentação aos seus aconselhamentos.
Pelo exposto, achei que o desenvolvimento deste tema seria oportuno para o
contexto da Farmácia Azevedo e podia contribuir para melhorar o atendimento ao balcão
dos utentes que solicitam o teste, ou aumentar o conhecimento dos que têm dúvidas acerca
deste tema. Assim, elaborei um panfleto (Anexo VI) com o objetivo de informar a população
e divulgar as formas a farmácia e o farmacêutico podem ajudar.
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podendo ser classificada em ITU recidivante ou reinfeção. A distinção é feita pela altura em
que se manifesta, sendo que a ITU recidivante ocorre nas primeiras 2 semanas após o final
da antibioterapia, sendo o agente etiológico o mesmo da infeção inicial. As causas podem
ser várias, tal como ser resultado de insuficiência do tratamento inicial, que pode-se dever
a antibioterapia inadequada, resistência antibiótica ou incumprimento da terapia prescrita.
A reinfeção aparece mais tarde, após 2 semanas do final do tratamento da ITU inicial, num
doente que se encontrava curado, sendo o agente etiológico diferente da ITU anterior27.
Torna-se importante a distinção, pelo que um utente que se apresente com sintomas
de infeção urinária frequentes, deve ser encaminhado para o médico, de forma a fazer as
análises necessárias e um tratamento adequado.
1.2. Epidemiologia
A infeção do trato urinário é a terceira infeção mais comum no homem ficando somente
atrás apenas das infeções respiratórias e gastrointestinais, sendo as infeções bacterianas
mais frequentes nos cuidados primários31. A prevalência é alta no sexo feminino. Estudos
apontam que uma em cada cinco mulheres tem uma infeção urinária em algum momento
das suas vidas. O número de recidivas nas mulheres é significativo, variando entre 0,3 a
7,6 episódios por ano32.
1.3. Etiopatogenia
Os microrganismos podem chegar ao aparelho urinário por via hematogénea, linfática
ou ascendente. Apenas uma pequena parte de episódios tem etiologia externa, ou seja,
causado dos microrganismos ambientais. A via ascendente é a mais comum, sendo a zona
urogenital colonizada por principalmente bactérias, provenientes do cólon. Isto pode-se
inferir tendo em conta que os microrganismos mais frequentes são Enterobacteriaceae
como a Escherichia coli (E. coli) (70% a 90%), Proteus mirabilis (10%) ou Klebsiella sp.
(6%). Bactérias gram-positivas também são comuns como Staphylococcus saprophyticus
(4%) e Enterococcus sp. (2%)33,34.
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lombar, náuseas e vómitos. Na cistite a febre é rara e geralmente abaixo dos 38ºC. As
infeções urinárias altas apresentam sintomas como febre e calafrios, lombalgia e mal-estar
geral por vezes acompanhado de náuseas e vómitos. A intensidade e prevalência de
sintomas poderão variar entre os indivíduos28,31.
Assim, é importante fazer uma anamnese a um doente que apareça com queixas de
sintomas de infeção urinária. Esta consiste em questionar o utente sobre os sintomas,
como: o que sente, qual a severidade e quando começaram os sintomas. Algumas
perguntas poderão ser: Tem dificuldade para começar a urinar? Tem de fazer força com o
abdómen para começar a urinar? Quando termina de urinar parece que a bexiga ainda não
esvaziou por completo? Sente ardor ao urinar? Tem sangue na urina ou alteração de cor?
A urina tem cheiro desagradável? Tem febre ou dores?38.
Deve ser também papel do farmacêutico formular algumas questões sobre os hábitos
diários de higiene, alimentação e saúde em geral. Costuma beber muita água? Com que
periodicidade urina? Após a micção limpa-se com papel? Em que direção o faz, de frente
para trás ou ao contrário? É sexualmente ativa (o)?
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Estas medidas carecem de suporte científico, no entanto são regras básicas que devem
ser seguidas, tendo em conta os fatores de risco, a etiopatogenia da infeção e os fatores
protetores do hospedeiro. São os conselhos gerais dados à população pelos profissionais
de saúde e estão incluídos também em guidelines28.
Existem vários produtos de venda livre que podem ajudar a prevenir ou a reduzir a
gravidade da infeção urinária baixa. São SA ou DM. Os disponíveis na farmácia durante o
estágio, encontram-se representados na Tabela 1:
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Tabela 1 – Composição dos produtos destinados à prevenção de ITU disponíveis na Farmácia Azevedo
27
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Vitamina C
Acidifica a urina, o que a torna menos favorável para o crescimento bacteriano, e
reforça o sistema imunitário53. No entanto, os estudos são contraditórios, e acredita-se que
a quantidade necessária de Vitamina C (ou sumo de arando) para acidificar a urina seriam
doses não toleráveis e alguns autores acreditam que a acidificação da urina não tem um
papel importante na prevenção de ITU47. Não obstante, noutro estudo, foi mostrado que a
toma de 100 mg de ácido ascórbico é capaz de prevenir ITU na gravidez54.
Lactoferrina
A lactoferrina é uma glicoproteína que transporta o ferro. É libertada pelos
neutrófilos durante um processo inflamatório. Esta tem ação antimicrobiana tanto por
quelatar o ferro, que é essencial para o crescimento das bactérias, ou pela destabilização
das membranas bacterianas. Para além disso, modula o processo inflamatório ao prevenir
a libertação de citocinas dos monócitos e regular a proliferação e diferenciação das células
imunitárias. Esta capacidade está relacionada com a possibilidade de se ligar a
lipopolissacarídeos (endotoxina) com muita afinidade, evitando a sua ligação a um recetor
na superfície do monócito. Em estudos in vitro e em animais, a lactoferrina exibiu atividade
significante contra E. coli, P. mirabilis, S. aureus, C. albicans, entre outros
patogéneos55,56,57.
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Fruto-oligossacáridos
Os Fruto-oligossacáridos (FOS) são cadeias complexas de açúcares, não
metabolizados pelo organismo humano e não calóricos, que possuem efeito pré-biótico.
Ou seja, estimula o crescimento seletivo das bactérias benéficas do cólon. A presença de
maior número de bifidobactérias no intestino torna o ambiente intestinal pouco propício ao
desenvolvimento de estirpes patogénicas (incluindo E. coli). Desta forma, os fruto-
oligossacáridos promovem a redução do número de microrganismos com potencial para
contaminação uretral58,59.
Em relação a estes suplementos, apesar de existirem estudos sobre a eficácia dos seus
componentes, ainda fica muito por se saber, uma vez que não estão a ser feitos estudos
controlados e randomizados. Para além disso, seria necessário saber qual a dose eficaz
para cada suplemento. No entanto, uma vez que o seu efeito é benéfico num número de
casos significativo, pode ser uma boa estratégia de auxiliar um utente com ITU recorrentes,
podendo ainda serem associados à terapêutica antibiótica prescrita pelo médico. É
necessário reforçar a mensagem de que estes suplementos não têm a indicação de tratar
ITUs, para isso deverá procurar-se uma consulta médica.
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Cor e Turvação
Alterações na cor “normal” da urina são frequentemente causadas por fármacos e
seus metabolitos. Uma turvação branca pode ser devido a piúria em ITU por bactérias ou
fungos, mas também outras situações, como precipitação de fosfatos em urina alcalina,
lípidos na urina na presença de síndrome nefrítico ou contaminação com pomadas ou ainda
proteinúria grave. Hematúria é reconhecida pela presença de turvação castanha-
avermelhada com sedimento da mesma cor62.
É necessário verificar sempre a cor e turvação da amostra, pois qualquer cor que
não seja amarelo pode ser indicativo de patologias, contaminação da amostra, utilização
de alguns fármacos, ou outras situações.
Odor
A urina pode apresentar odores diferentes, que podem ter significância clinica, por
exemplo, um odor frutado ou de acetona na presença de cetonúria (sinal de possível
acidose metabólica), álcool na presença de intoxicação e em ITUs causada por bactérias
com capacidade de degradar a ureia, o odor poderá ser de amónia62.
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As ITU serão sempre uma realidade frequente nas farmácias, cabendo a quem está
atrás do balcão transmitir conhecimento sobre esta doença e dar resposta, dentro do
possível, aos pedidos de ajuda dos clientes. O folheto informativo elaborado foi bem
recebido tanto pelos colegas da farmácia, como pelos utentes, sendo muito compensador
do meu trabalho. Com o desenvolvimento deste tema, e com a pesquisa que fiz, apendi
muito para além dos conhecimentos que já tinha, e foi útil no estágio, da mesma maneira
que será útil no futuro. O folheto foi importante para veicular informação relativa a esta
patologia e tornou-se uma ferramenta útil de trabalho na farmácia Azevedo, tanto para
informar os utentes, ao mesmo tempo que promove os serviços da farmácia e os produtos
que tem ao dispor para prevenir as ITU, que podem ainda ser do seu desconhecimento.
2. SECURA OCULAR
Os problemas oftalmológicos são cada vez mais frequentes nos dias que correm.
As novas tecnologias, as exigências do dia-a-dia, o stress, a poluição afetam esse órgão
que, por ser tão vulnerável, deve ser tratado cuidadosamente e com aconselhamento
profissional.
Escolhi desenvolver este tema pois as queixas com os olhos, em especial, a secura
ocular, é uma realidade frequente na farmácia e é preciso estar apto a interpretar a
descrição dos sintomas do utente para prestar o aconselhamento mais adequado. De
forma a expor este conhecimento, achei oportuno elaborar um folheto com informação
acessível, clara e resumida sobre o tema e com conselhos de prevenção desta patologia,
para ser distribuído aos balcões da Farmácia Azevedo (Anexo VII).
2.1. Definição
A Secura ocular, Síndrome do Olho Seco ou, simplesmente, Olho Seco, é uma
desordem do filme lacrimal que ocorre quando há uma deficiência na quantidade ou na
qualidade da lágrima natural66,67.
É uma doença com prevalência marcada. Vários estudos internacionais estimam
uma prevalência entre 15 e 58%, apesar dos resultados nos estudos não serem
comparáveis68.
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2.3. Sintomas
Tendo em conta as diferentes origens da perturbação, dão origem a sintomas que são
fáceis de detetar, como: ardência e prurido, sensação de areia nos olhos, pálpebras
pesadas, olhos cansados, olhos vermelhos e lacrimejantes, visão manchada,
hipersensibilidade à luz e/ou a lentes de contacto e/ou a cosméticos e pálpebras
inflamadas. Estes podem aparecer isoladamente ou em combinação, consoante a
gravidade da situação, podendo também ocorrer em outras patologias oftalmológicas,
sendo importante a sua distinção66,68.
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dispensação de colírios com alguma viscosidade, alertar que podem perturbar a visão,
devendo o utente evitar conduzir. Alguns colírios têm ainda proteção ultravioleta, que pode
ter interesse. Se os olhos secos não melhorarem com tratamentos convencionais, os
doentes devem ser encaminhados para um médico.
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3. HALITOSE
O mau hálito ou halitose é ainda um assunto pouco discutido nos dias que correm.
O meu objetivo ao desenvolver este tema é chamar à atenção da população para este
problema, de forma a entenderem que não deve haver tabus, mas sim uma eficaz deteção
do problema, adoção de medidas preventivas e tratamento e que em muitos casos esta
situação incómoda tem uma solução fácil ou, por outro lado, pode ser indicativa de
problemas de saúde mais graves, merecendo particular atenção.
Para tal, e de forma a expor este tema e de poder ter um contacto mais próximo
com os utentes, elaborei um folheto informativo sobre o tema (Anexo VIII) e realizei um
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inquérito sobre o conhecimento e experiência pessoal dos utentes com a halitose e aspetos
relacionados com a sua higiene oral (Anexo IX).
3.1. Definição
Halitose ou mau hálito corresponde à exalação de odores desagradáveis oriundos
da cavidade oral80. É o 3º motivo de visitas ao dentista, estando apenas atrás das cáries e
doença periodontal81.
É uma condição desagradável que causa restrições sociais. Estudos mostram que
existe uma elevada prevalência de halitose moderada, que ronda os 15-30% da população,
enquanto os casos mais severos estão restringidos a cerca de 5% da população81.
3.2. Etiologia
Estudos mostram que em mais de 80% dos casos a origem da halitose é dentro da
cavidade oral e inclui reservatórios bacterianos, como o dorso da língua, gengivas,
próteses e espaços periodontais onde bactérias anaeróbias degradam aminoácidos
contendo enxofre para produzir os compostos sulfurados voláteis (CVS), principalmente
sulfito de hidrogénio (H2S) e metilmercaptano (CH3SH), compostos esses responsáveis
pelo mau odor. O reservatório no dorso da língua é considerado a mais importante fonte
de CVS e pode-se detetar ao observar uma fina camada branca sobre a língua81,82.
Assim, as principais causas de halitose estão associadas a higiene oral deficiente:
lavagens diárias insuficientes ou não feitas de forma correta, má higiene da prótese ou
fixação da mesma - e também a patologias da cavidade oral: aftas, cáries, gengivites,
periodontites são também das principais causas da halitose de origem bucal81.
No entanto, existem outras causas, também frequentes, tais como: patologias do
foro ORL, como constipações, amigdalite, sinusite; problemas gastrointestinais, como a
gastrite, azia, refluxo gastroesofágico e o jejum prolongado; boca seca, em casos de baixa
produção de saliva, dormir e respirar pela boca e ar condicionado; problemas hepáticos ou
renais, diabetes mellitus, o consumo de alguns medicamentos ou ainda por stress83.
Pode também haver halitose temporária, devido à ingestão de alimentos como alho
ou cebola, ou bebidas alcoólicas, comidas condimentadas, entre outros. O tabaco também
é um fator importante, para além do mau odor, também seca a mucosa oral81.
Quem tem mau hálito pode sentir-se envergonhado, inibido de falar em público e
muitas vezes é difícil a própria pessoa ter a perceção de que existe essa alteração no
hálito, pois o olfato tente a habituar-se aos odores corporais constantes. Este problema
pode tornar-se numa limitação social e afetiva84.
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3.4. Inquérito
3.4.1. Objetivos
O inquérito elaborado (Anexo IX) tinha como objetivos:
Compreender o que os utentes sabem acerca da halitose, se já tiveram e o que fizeram
de forma a resolver o problema;
Compreender se, à vista dos utentes, o farmacêutico pode ser uma ferramenta
essencial para resolver estas situações;
Interagir com a população, falando sobre um tema pouco habitual e fornecer o folheto
informativo para mais esclarecimentos;
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3.4.2. Metodologias
Foi realizado a 57 indivíduos que visitaram a farmácia, entre os dias 26 e 28 de
abril, dos quais 41 eram do sexo feminino e 16 do sexo masculino, com idades
compreendidas entre os 18 e os 78 anos de idade.
3.4.3. Resultados
A primeira questão pretendia averiguar se os utentes alguma vez tinham tido mau
hálito (Figura 5). A resposta foi maioritariamente negativa, o que contraria os dados
epidemiológicos. A segunda questão permitia a seleção de várias respostas, que foi o mais
verificado. Os inquiridos identificaram múltiplas causas possíveis para o mau hálito (Figura
5), sendo os fracos hábitos de higiene oral a resposta mais comum. Contundo, algumas
pessoas também associaram a outras condições: 8 pessoas associaram a problemas no
estômago ou aparelho digestivo, e ainda a problemas no fígado (1), sinusite (1), medicação
(2) e tabaco (2). Reparei que algumas pessoas fumadoras não identificaram esta causa.
37%
Higiene oral Cáries ou Alimentos Outras
63%
outras Doenças
doenças na
boca
Dos 21 indivíduos que afirmaram ter tido pelo menos um episódio de halitose, ou
de terem sido alertados para isso, apenas 13 afirmaram ter procurado ajuda para corrigir a
situação. Estes procuraram principalmente o médico (dentista ou outro) para resolver o
problema, conseguindo, na maior parte dos casos, resolver o problema (Figura 6).
40
Relatório de Estágio | Farmácia Azevedo
Conseguiu resolver o
problema?
8%
8%
84%
Figura 6 – Distribuição dos resultados das respostas dadas pelas pessoas que afirmaram já ter tido pelo menos um
episódio de halitose - questões 3, 4 e 5, respetivamente
hálito.
Figura 7 – Distribuição dos resultados acerca da
aquisição de produtos para o mau hálito
Recorreria ao seu
farmacêutico? De seguida, foi questionado se, caso algum dia tivessem um
Sim Não NS/NR problema relacionado com o mau hálito, procurariam o
farmacêutico para ajuda e aconselhamento (Figura 8). A
5%
resposta foi maioritariamente positiva, no entanto, houve
40% 55%
muitas respostas negativas.
41
Relatório de Estágio | Farmácia Azevedo
Número de utentes
39
e pasta dentífrica, sendo muito
24
frequente também o uso de colutório
7 5 3
(Figura 9). Reparei que em alguns
casos havia desconhecimento sobre o
que era um escovilhão e um raspador
de língua, tendo sido uma oportunidade
de explicação.
Figura 9 – Distribuição de respostas à questão sobre os
produtos utilizados na sua higiene oral
Pelo conselho
42
Relatório de Estágio | Farmácia Azevedo
3.4.4. Conclusão
A meu ver, os objetivos foram cumpridos. Posso concluir que a população tem
conhecimento sobre o que é a halitose, e a maior parte consegue identificar as causas.
Algumas pessoas não recorreram a ajuda para solucionar o problema, e a maioria procura
o médico, tanto dentista como outro, não vendo o farmacêutico como primeira escolha para
obter ajuda. No entanto, e tendo em conta o caso hipotético de virem a sofrer de halitose,
a maior parte recorreria ao Farmacêutico. Quanto aos produtos utilizados para a higiene
oral, a maior parte das pessoas limita-se à escova e pasta de dentes, o que pode ser um
fator de risco para ter mau hálito e cáries ou outras doenças na cavidade oral. Muitas
pessoas não adquirem os produtos para a higiene oral na farmácia essencialmente devido
ao preço e também ao hábito de comprarem ao mesmo tempo que fazem as suas compras
regulares em superfícies comerciais. Seria importante mostrar às pessoas que, na
farmácia, o preço pode não ser tão elevado comparativamente às marcas de supermercado
e que pode ter uma qualidade superior. A isto acresce o facto de na farmácia receberem
os aconselhamentos personalizados dos farmacêuticos.
43
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44
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46
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47
Relatório de Estágio | Farmácia Azevedo
38. Granado L: Protocolo de tratamento clínico para cistite não complicada na mulher.
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39. European Association of Urology: Diretrizes para infeções urológicas. Acessível em:
http://uroweb.org/wp-content/uploads/Urological-Infections-2012-port.pdf. [acedido em
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40. Direcção-Geral da Saúde: Orientação da Direcção-Geral da Saúde nº 015/2011 de
30/08/2011: Terapêutica de infecções do aparelho urinário (comunidade). Acessível
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41. SOSBEXIGA: Infecções urinárias de repetição na mulher. Acessível em:
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42. Pharmacist advice: Urinary tract infection. Acessível em:
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43. Angelini: Prevecist. Acessível em:
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alimentares/prevecist. [acedido em 15 de março de 2015].
44. Zambon: Área se saúde da mulher. Acessível em: http://www.zambon.pt/pt/zpt-
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45. Theralab: Uricare. Acessível em: http://www.theralab.pt/vercategoria.asp?idcat=49.
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46. Alzueta, A. F. (2008). Aplicaciones fitoterapêuticas del arándano rojo, prevención de
las infecciones del tracto urinário. Offarm; 27(9): 71-78.
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50. Inês CR; Bonnlaender B; Hartwig S; et al (2014). Hibiscus sabdariffa L. – A
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nutraceutical applications. Biomedicine & Preventive Nutrition; 4: 23-27.
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Relatório de Estágio | Farmácia Azevedo
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Relatório de Estágio | Farmácia Azevedo
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ocular/uma-condicao-em-crescimento/. [acedido em 20 de março de 2015].
68. Kangari H, Eftekhari MH, Sardari S, Hashemi H, Salamzadeh J, Ghassemi-Broumand
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69. Fonseca EC, Arruda GV, Rocha EM (2010). Olho seco: etiopatogenia e tratamento.
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70. Angelini: Olho seco – A falta que nos fazem as lágrimas. Acessível em:
http://www.angelini.pt/wps/wcm/connect/pt/home/areas-terapeuticas/Saude-
Visual/Patologia/Olho-seco#b33786d1-bf07-4df5-8f7b-ee71d97a0154. [acedido em
20 de março de 2015].
71. APLO: Olho Seco. Acessível em:
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72. Manual Merck: Síndroma de Sjögren. Acessível em:
http://www.manualmerck.net/?id=77&cn=775. [acedido em 20 de março de 2015].
73. Mayo Clinic: Dry eyes – tests and diagnosis. Acessível em:
http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/dry-eyes/basics/tests-diagnosis/con-
20024129. [acedido em 20 de março de 2015].
74. Keratos. Secura ocular - conseguências. Acessível em:
http://perso.numericable.fr/keratos/portugues/secura-ocular-consequencias.htm.
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75. AJMC: Management of dry eye. Acessível em:
http://www.ajmc.com/publications/supplement/2008/2008-04-vol14-n3Suppl/Apr08-
3142pS088-S101/. [acedido em 20 de março de 2015].
76. Restasis: Ciclosporine. Acessível em:
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77. Bhargavaa R, Kumar P, Phogatc H, Kaurc A, Kumar M (2015). Oral omega-3 fatty acids
treatment in computer vision syndrome related dry eye. Contact Lens Anterior Eye.
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78. Bhargava R, Kumar P, Kumar M, Mehra N, Mishra A (2013) a randomized controlled
trial of ómega-3 fatty acids in dry eye syndrome. International Journal of
Ophthalmology; 6: 811-816.
50
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51
Relatório de Estágio | Farmácia Azevedo
PARTE V. ANEXOS
Anexo I: Cronograma das atividades realizadas ao longo do estágio curricular.
Janeiro
Receção, conferência de encomendas e etiquetagem.
Receção e gestão de reservas.
Formação Pharma Nord: Bioactivo®.
Elaboração do resumo da formação dos produtos da gama Bioactivo®.
Elaboração do cartão de divulgação dos serviços prestados pela Farmácia Azevedo.
Fevereiro
Elucidação sobre os testes bioquímicos e realização dos mesmos aos utentes.
Formação Avène®.
Formação Ducray®.
Formação Uriage® – Curso geral.
Formação “Novidades Pierre Fabre”.
Formação Espaço Animal: Vendas cruzadas e novos medicamentos disponíveis para os
animais.
Elaboração do resumo da Formação Espaço Animal.
Formação grupo Gameiros: “Ortóteses: A intervenção do farmacêutico em lesões músculo-
esqueléticas”.
Formação Pierre Fabre Santé: Drill®, Pedi relax®, Pré-butix®, Percutalfa®, Naturactive®,
Oral Care (Elgydium®, Arthrodont®).
Março
Esclarecimentos sobre o sistema informático utilizado no ato da dispensação.
Início do ato de dispensação.
Formação na farmácia: Vicks®, Oral-B®, Kukident®.
Formação GSK: Saúde gengival.
Formação na farmácia: Juzo®.
Formação na farmácia: Sumo Detox® (Theralab).
Elaboração do folheto informativo “Infeções urinárias”.
Elaboração do folheto informativo “Secura Ocular”.
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Abril
Início da conferência de receituário.
Controlo dos prazos de validade.
Realização dos inquéritos “Estudo da Prevalência e Caracterização de Doentes Idosos
Polimedicados da Zona Norte de Portugal” do grupo de investigação Farma|inove.
Formação Boiron® – medicamentos homeopáticos.
Formação Solares Avène®
Elaboração do folheto “Risco Cardiovascular”
Realização do inquérito sobre Halitose.
Elaboração do folheto informativo “Halitose”.
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Anexo II: Cartão de divulgação dos serviços prestados pela Farmácia Azevedo (Frente e
verso).
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Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
I
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
______________________________
Julho de 2015
I
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE
Eu, Ana Carolina Correia Costa, abaixo assinado, nº 201200050, aluno do Mestrado
Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto,
declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.
Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,
mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes
dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a
outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso
colocado a citação da fonte bibliográfica.
Assinatura: _______________________________________
II
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
AGRADECIMENTOS
III
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
RESUMO
IV
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
ÍNDICE
ÍNDICE DE FIGURAS E TABELAS……………………………………………………………..…VII
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................... VIII
INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 1
1. Organização E Gestão Do Centro Hospitalar E Universitário De Coimbra, E.P.E. E Dos
Serviços Farmacêuticos.......................................................................................................... 2
1.1. CHUC .............................................................................................................................. 2
1.2. Serviços Farmacêuticos ................................................................................................... 2
1.2.1. Estrutura física dos SF .............................................................................................. 3
1.2.2. Recursos Humanos ................................................................................................... 3
1.2.3. Sistema informático ................................................................................................... 3
2. Setor De Farmacotecnia ..................................................................................................... 4
2.1. Unidade de preparação de medicamentos não estéreis................................................... 4
2.2. Unidade de misturas intravenosas (UMIV) ....................................................................... 5
2.2.1.Nutrição parentérica ................................................................................................... 6
2.2.2. Registro de atividade: UMIV ...................................................................................... 6
2.3. Unidade de preparação de citotóxicos ............................................................................. 7
2.3.1. Quimioterapia ............................................................................................................ 7
2.3.2. Ambulatório ............................................................................................................... 8
2.4. Radiofarmácia .................................................................................................................. 8
2.5. Hospital Pediátrico ......................................................................................................... 10
2.5.1. Manipulados em Pediatria – não estéreis ................................................................ 11
2.5.2. Quimioterapia .......................................................................................................... 11
2.5.3. Nutrição parentérica ................................................................................................ 11
2.6. Registro de atividade: área de Farmacotecnia ............................................................... 11
3. Setor De Distribuição - Hospital Pediátrico ....................................................................... 12
3.1. Doentes em regime de Internamento ............................................................................. 12
3.1.1. Distribuição Tradicional ........................................................................................... 13
3.1.2. Distribuição por níveis ............................................................................................. 13
3.1.3. Distribuição por dose unitária .................................................................................. 14
3.2. Medicamentos sujeitos a controlo especial .................................................................... 15
3.2.1. Medicamentos Estupefacientes e Psicotrópicos (MEP) ........................................... 15
3.2.2. Hemoderivados ....................................................................................................... 16
3.2.3. Gases medicinais .................................................................................................... 17
3.3. Doentes em regime de Ambulatório ............................................................................... 18
V
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
VI
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
Figura 2 – Pyxis®................................................................................................................. 14
VII
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LISTA DE ABREVIATURAS
AO Assistentes Operacionais
AT Assistentes Técnicos
CFLH Câmara de Fluxo de ar Laminar Horizontal
CFALV Câmara de Fluxo de ar Laminar Vertical
CHUC Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
DL Decreto-lei
FH Farmacêutico Hospitalar
FU Fluorouracilo
FF Forma Farmacêutica
GHAF Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia
HUC Hospitais da Universidade de Coimbra
HD Hospital de Dia
HP Hospital Pediátrico
HSC Hospital Sobral Cid
INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.
MM Medicamento Manipulado
MEP Medicamentos Estupefacientes e Psicotrópicos
NPT Nutrição Parentérica
SC Serviço Clínico
SF Serviços Farmacêuticos
SGICM Sistema de Gestão Integrado do Circuito do Medicamento
SI Sistema Informático
TF Técnico de Farmácia
UMIV Unidade de Misturas Intravenosas
UPC Unidade de Preparação de Citotóxicos
VIII
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INTRODUÇÃO
1
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2
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3
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2. SETOR DE FARMACOTECNIA
Farmacotecnia é uma área que engloba todos os métodos inerentes à manipulação de
substâncias farmacológicas com vista a melhorar a dispensa de medicamentos, como
adaptação da formulação e da dosagem ao doente. Estas preparações são reguladas pelos
Decretos-Lei nº 95/2004, de 22 de Abril que “Regula a prescrição e a preparação de
medicamentos manipulados” e pela Portaria n.º 594/2004 de 2 de Junho, que define as
“Boas Práticas a Observar na Preparação de Medicamentos Manipulados em Farmácia de
Oficina e Hospitalar”4,5.
Nos SF do CHUC a farmacotecnia abrange diversas áreas, colmatando diversas
limitações dos produtos colocados no mercado pela indústria farmacêutica. Dá resposta a
estas necessidades através da preparação de medicamentos específicos e adaptados a
cada doente, no que diz respeito à sua patologia, idade e caraterísticas fisiológicas.
A preparação de medicamentos manipulados (MM) nos SF destina-se essencialmente a:
Doentes específicos (fórmulas pediátricas, por ex.);
Preparações estéreis;
Preparação de medicamentos Citostáticos;
Nutrição Parentérica e Misturas Intravenosas.
O meu estágio neste sector realizou-se durante o mês de maio e foi dividido nas quatro
semanas pelos diferentes subsetores desta unidade. Sendo que na primeira semana
participei no setor de farmacotecnia do HP, na segunda semana estive na UMIV/preparações
não estéreis, na terceira semana na UPC e na última semana na unidade de radiofarmácia.
4
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
Para cada medicamento manipulado é elaborada uma guia de produção onde é registada
toda a informação acerca do medicamento manipulado, com a designação atribuída à
preparação a efetuar e respetiva concentração, a data de preparação, composição
qualitativa e quantitativa, dosagem, forma farmacêutica, número de unidades a preparar,
técnica de preparação, material de embalagem e exemplar do rótulo de identificação, bem
como informações que garantem a rastreabilidade do produto final e a sua qualidade, tal
como lote, origem e prazo de validade das matérias-primas e prazo de utilização do MM,
condições de conservação, número de lote atribuído e identificação do operador e
supervisor.
O rótulo deve conter o número de lote atribuído, composição qualitativa e quantitativa,
forma farmacêutica e via de administração, data de preparação, prazo de validade e
condições de conservação.
Nas áreas de manipulação todos os profissionais devem usar túnica e calça fornecidas
pelo hospital. Aquando da manipulação estes devem utilizar equipamento de proteção
individual (touca, máscara, luvas e quando necessário bata), lavar as mãos e trocar de luvas
entre cada preparação.
Durante o estágio nesta unidade elaborei várias guias de produção e rótulos.
5
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Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
2.3.1. Quimioterapia
Os protocolos terapêuticos de quimioterapia são administrados normalmente em
ciclos de tratamento, com intervalos regulares, permitindo que os tecidos mais sensíveis,
como a medula óssea, possam recuperar dos efeitos tóxicos destes compostos, que
exploram a associação de fármacos, com o intuito de combater a heterogeneidade e a
resistência das células neoplásicas7. Para muitos tipos de tumores existem já combinações
estabelecidas e adequadamente validadas que são normalmente conhecidas por siglas
constituídas pela primeira letra do nome comercial ou do nome genérico. Uma vez que estes
fármacos interferem diretamente com a qualidade de vida do doente, os protocolos são
também constituídos por pré e pós-medicação de forma a combater os efeitos adversos,
como por exemplo, os fármacos antieméticos.
Todas as preparações são identificadas por um rótulo que para além dos dados do
doente, fornece informação quanto ao citotóxico e reconstituinte/solução de diluição,
estabilidade, temperatura de armazenamento e via de administração.
A UPC é constituída por quatro salas: sala de validação da prescrição médica;
antecâmara onde é armazenado todo o material a utilizar; sala de individualização, onde são
armazenados os medicamentos, agulhas e seringas e onde se realiza a individualização dos
fármacos a utilizar; sala de manipulação, constituída por duas CFALV de classe II, tipo B2.
Estas salas possuem uma unidade que assegura que o ar introduzido nas salas seja
condicionado e que exista uma pressão positiva na antecâmara e uma pressão negativa na
sala de manipulação.
Após a prescrição médica e confirmação que o doente poderá realizar o ciclo
quimioterápico, o farmacêutico realiza a validação do ciclo de quimioterapia com base no
historial farmacoterapêutico do doente. São impressos os mapas terapêuticos e respetivos
rótulos (de forma a identificar os fármacos\protocolos a preparar). Estes contêm toda a
informação do doente (nome, número do processo, idade, parâmetros fisiológicos (altura,
peso, superfície corporal) e diagnóstico do utente, nome do médico prescritor, serviço clínico,
entre outros), assim como a composição qualitativa e quantitativa da preparação (informação
7
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
2.3.2. Ambulatório
Esta unidade possui ainda uma farmácia de ambulatório, que cede quimioterapia ou
medicamentos adjuvantes para complementar a quimioterapia realizada no HD ou que é de
uso oral, passível de ser feita em casa.
As prescrições são feitas pelo SGICM, validadas pelo farmacêutico que tem em conta a
data do último levantamento e a data da próxima consulta, de forma a dar apenas a
medicação necessária, até ao limite de 30 dias, podendo fornecer até ao máximo de 45, em
casos excecionais, segundo as normas do CHUC.
Aqui são dados conselhos de conservação dos medicamentos, posologia, o que fazer se
tiver efeitos adversos e reforçar a importância do uso responsável do medicamento.
2.4. Radiofarmácia
A Radiofarmácia é uma vertente da Farmácia Hospitalar que é responsável pela gestão,
manipulação, preparação, dispensa e controlo dos produtos radiofarmacêuticos. Está
integrada no serviço de Medicina Nuclear, no HUC, e a manipulação é feita por um FH e um
físico.
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Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
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Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
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2.5.2. Quimioterapia
O HP tem uma sala de preparação de citostáticos, onde são produzidos medicamentos
para o hospital de dia de oncologia. As prescrições são enviadas em papel para os SF,
seguidas de uma validação pela farmacêutica e eventual contacto com os médicos, em caso
alterações de protocolos ou dosagens e confirmação da manutenção de algumas
prescrições programadas. O farmacêutico avalia qual o medicamento que vai utilizar para os
protocolos e como vai ser reconstituído, os volumes, etc. De seguida a farmacêutica emite os
rótulos, que têm a indicação dos medicamentos, dosagens e volumes.
Na Tabela 3 é possível ver algumas das preparações não estéreis em que participei ou
observei efetuar durante o meu estágio neste setor.
11
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
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movimentos efetuados nos Serviços Clínicos (SC) são efetuados num livro de requisições,
correspondente ao Anexo X da Portaria nº 981/98, de 8 de junho.
As auditorias internas que são feitas ao stock assumem particular relevância neste caso.
A contagem do stock dos MEP da farmácia é feita periodicamente por um FH. Cada entrada
ou saída destes medicamentos é registada em mapas de controlo que são arquivados,
garantindo que todos os dados ficam guardados, caso haja erros no sistema informático.
Para além de os MEP serem armazenados num cofre na farmácia, em cada serviço
existe também um cofre cujo stock é previamente definido entre SF e equipa de
enfermagem, reposto mediante requisição. Este fornecimento é efetuado mediante a
apresentação do respetivo impresso, devidamente preenchido e assinado pelo diretor do
serviço ou substituto legal. Cada requisição apenas pode conter uma única substância ativa,
sem rasuras, na qual o enfermeiro deve colocar a identificação dos doentes a quem foram
administrados os referidos medicamentos (nome e número do processo), o medicamento, a
dosagem, o lote, a data da administração e o enfermeiro responsável pela administração. No
momento da reposição o FH atesta a conformidade dos registos efetuados e assina a
requisição, sendo assim reposta a quantidade que foi utilizada.
O anexo X é constituído por original e duplicado. O original é arquivado nos SF e o
duplicado é arquivado no SC. Os consumos dos MEP são imputados ao serviço,
salvaguardando o registo exato do que está presente nos diferentes serviços. No original o
FH regista, posteriormente, um número de saída interno após imputação dos medicamentos.
Apesar de morosos estes procedimentos garantem uma maior segurança e controlo na
promoção do bom uso do medicamento.
Ao longo do estágio tive a possibilidade de participar em todo o circuito dos MEP,
nomeadamente no controlo do stock e preparação dos medicamentos para posterior entrega
nos SC, diretamente ou através de um enfermeiro.
3.2.2. Hemoderivados
Este grupo engloba todas as substâncias derivadas do sangue ou plasma humano, estão
sujeitas a um elevado risco de contaminação e pelas suas características à consequente
transmissão de doenças infeciosas. Assim, impõe-se a este tipo de produtos um controlo
apertado que é determinado por legislação específica e adequada13.
Por forma a garantir o controlo, antes do seu fornecimento, os hemoderivados são
submetidos a estudos por lote pelo INFARMED que emite o Certificado de Autorização de
Utilização do Lote de Fabrico (CAUL)14.
16
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar – CHUC, E.P.E.
A receção destas substâncias deve ser acompanhada pela guia de remessa, pelo CAUL
e pelo relatório de análise microbiológica e físico-química do produto.
Atualmente o registo das movimentações de produtos hemoderivados está sujeito ao
Despacho Conjunto nº 1051/2000, de 14 de setembro, que criou o modelo nº 1804 da
Imprensa Nacional da Casa da Moeda com o intuito de uniformizar o registo destas
informações num documento constituído por um original destinado aos SF e um duplicado a
arquivar no processo de cada doente14. O fornecimento de medicamentos hemoderivados é
apenas efetuado através do impresso supracitado.
Quando uma requisição chega aos SF, o FH verifica o correto preenchimento dos
quadros A e B. Em seguida o FH preenche o quadro C para o qual precisa de consultar o
CAUL. Por fim, é feito o registo informático de saída do medicamento hemoderivado por
doente.
A requisição do hemoderivado é composta por duas vias – “via serviço” e “via farmácia” –
sendo que a “via serviço” é destacada e entregue juntamente com a medicação para ser
arquivada no respetivo serviço, a “via farmácia” é arquivada com um exemplar do registo de
consumos nos SF.
O registo destes medicamentos é fundamental, uma vez que funciona como uma
metodologia adequada à investigação de eventual relação de causalidade entre a
administração terapêutica destes medicamentos e a deteção de doença transmissível pelo
sangue. Tudo isto faz com que seja um circuito com rastreabilidade, que permite, se existir
um problema após administração, que consigamos saber qual o lote que o causou, sendo o
exemplar arquivado durante 25 anos.
Durante o estágio, tive a oportunidade de proceder ao preenchimento da requisições e
preparação da medicação para ser levada para os serviços.
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4. Atividades Complementares
Para além do meu envolvimento nestes setores, também participei noutras atividade.
Apresentei um resumo da minha passagem pelo setor de farmacotecnia aos colegas
estagiários que não tiveram a oportunidade de passar no mesmo setores que eu e vice-versa
(Anexo I). Também participei em reuniões nos SF onde eram abordados temas sobre o
funcionamento dos setores e outras apresentações. Tive ainda a oportunidade de participar
no 5º Curso de Medicamentos Manipulados em Pediatria pela APFH, que foi muito útil para
compreender a importância deste tema, aprender novas fórmulas e como resolver problemas
relacionados com a preparação dos medicamentos, para além de ficar com um bom registo
de bibliografia que poderei consultar no futuro.
Também foi sugerido fazer um resumo de dois medicamentos, ou associações, para
fazer um dossier no ambulatório e facilitar a dispensa, sendo que fiquei encarregue de fazer
sobre o Efavirenz e associações (Anexo II).
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
1. Ministério da Saúde: Manual da Farmácia Hospitalar, 2005. Acessível em:
http://ofporto.org/upload/documentos/880325-manual-de-Farm.-Hosp.pdf. [acedido em
20 de junho de 2015].
2. Conselho de Administração, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E:.
Relatório de Contas 2013. Acessível em: http://www.chuc.min-
saude.pt/media/relatorios_contas/Relatorio_e_Contas_2013_CHUC.pdf. [acedido em 20
de junho de 2015].
3. CHUC: Regulamento Interno do CHUC, E.P.E. Coimbra, 2012. Acessível em:
http://www.chuc.min-
saude.pt/media/download_gallery/Regulamento_Interno_CHUC_EPE_Homologado_AR
SC_20_12__2012_PB.pdf. [acedido em 20 de junho de 2015].
4. Ministério da Saúde. Decreto-Lei nº 95/2004, de 22 de abril. Diário da República, 1ª
Série A, nº 95;
5. Ministério da Saúde. Portaria nº 594/2004, de 2 de junho. Diário da República,1ª Série B,
nº 129;
6. INFARMED: Nutrição Parentérica. Acessível em: https://www.infarmed.pt/formulário/
navegacao.php?paiid=197. [acedido em 20 de junho de 2015].
7. Cancer research UK: Why plan chemotherapy. Acessível em:
http://www.cancerresearchuk.org/about-cancer/cancers-in-general/treatment/
chemotherapy/plan/why-plan-chemotherapy. [acedido em 20 de junho de 2015].
8. INFARMED: Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos – Meios de diagnóstico.
Acessível em: http://www.infarmed.pt/formulario/frames.php?fich=prefacio. [acedido em
20 de junho de 2015]
9. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso. Decreto-Lei nº 15/93 de 22 de janeiro.
Legislação Farmacêutica Compilada;
10. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso. Lei nº 45/96 de 22 de janeiro. Legislação
Farmacêutica Compilada;
11. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso. Decreto Regulamentar nº 61/94 de 3 de
setembro. Legislação Farmacêutica Compilada;
12. Presidência do Conselho de Ministros e Ministério da Saúde. Portaria nº 981/98 de 8 de
junho. Diário da República, 2ª Série, nº 216;
13. Ministério da Saúde. Despacho nº 11291/97, de 27 de outubro. Diário da República, 2ª
Série, n.º 267;
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ANEXOS
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