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Plano de Estudo Tutorado: Semana 1

[1] O documento apresenta um plano de estudo tutorado para a disciplina de Geografia do 3o ano do ensino médio, abordando as transformações no mundo rural e a globalização e migrações. [2] A primeira semana trata das transformações no mundo rural e da globalização nos movimentos populacionais, explicando diferentes tipos de migração e suas causas. [3] A segunda semana abordará as novas fronteiras do capitalismo global e as migrações internacionais.

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Plano de Estudo Tutorado: Semana 1

[1] O documento apresenta um plano de estudo tutorado para a disciplina de Geografia do 3o ano do ensino médio, abordando as transformações no mundo rural e a globalização e migrações. [2] A primeira semana trata das transformações no mundo rural e da globalização nos movimentos populacionais, explicando diferentes tipos de migração e suas causas. [3] A segunda semana abordará as novas fronteiras do capitalismo global e as migrações internacionais.

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE ESTUDO TUTORADO


COMPONENTE CURRICULAR: GEOGRAFIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 3º ANO – EM
PET VOLUME: 04/2021
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA: TURNO:
BIMESTRE: 4º TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: NÚMERO DE AULAS POR MÊS:

SEMANA 1

EIXO TEMÁTICO:
As transformações no mundo rural.

TEMA/TÓPICO(S):
As transformações no mundo rural.

HABILIDADE(S):
Analisar o sistema de trabalho no campo nos países centrais e periféricos.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Espaço rural, sustentabilidade, minifúndio, subsistência.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Sociologia, História, Biologia, Artes.

TEMA: Globalização e migrações


Caro (a) estudante, nesta semana você vai compreender o papel da globalização nos movimentos po-
pulacionais e explicar os movimentos migratórios e suas motivações políticas, econômicas, sociais
e ambientais.

POVOS EM MOVIMENTO
O verbo migrar, de acordo com o dicionário Aurélio, significa “mudar de país, ou região”. Além de mudar
de país ou região, a migração significa o ato de locomover-se de uma região para a outra independente-
mente se haverá mudança definitiva ou não.
Migração é o deslocamento populacional pelo espaço geográfico, de forma temporária ou permanente,
que desde o início da humanidade têm contribuído para a sobrevivência do ser humano. O homem quem
migra o faz por alguma razão e, muitas vezes, a sobrevivência de um determinado grupo social depende
de seu deslocamento pelo espaço, como, por exemplo, durante a pré-história, quando os primeiros se-
res humanos migravam em busca de alimento.

123
No decorrer da história da humanidade, os grandes
fluxos migratórios internacionais, ou seja, as prin-
cipais direções de migração, ocorreram, principal-
mente, por razões econômicas, mas nem sempre
se deslocaram para o mesmo sentido. Para se ter
uma ideia, entre o século XVI até as primeiras déca-
das do século XX, o principal movimento migratório
internacional ocorria da Europa para as outras re-
giões do globo, já que os países europeus foram os
grandes responsáveis pela colonização da América,
África e Ásia.
A locomoção de um local para o outro já pode ser
considerada um movimento migratório. Com isso,
existem vários tipos de migração, conforme tempo
de viagem, distância ou motivo. Vejamos algumas:
• Migração pendular: é uma das mais comuns,
pois diz respeito ao movimento que ocorre de um lu-
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/ gar para o outro diariamente. Ir à escola, depois vol-
geografia/o-que-e-migracao.htm. Acesso em 14 ago. 2021. tar para casa, ou ir a um supermercado e retornar ao
lar já são exemplos da migração pendular. É o movi-
mento que fazemos quando vamos a um local e retornamos para o local de origem no mesmo dia.
• Migração sazonal: ocorre apenas em algumas épocas do ano, como em estações do ano, ou em
épocas de colheitas na agricultura. Pode ocorrer em vários momentos, quando passamos alguns
meses em um local e depois retornamos.
• Migração externa ou internacional: deslocamentos entre países, chamada também de imigração.
• Migração de refúgio: ocorre por fatores inertes aos seres. Geralmente quem realiza esse tipo
de migração está fugindo de algo que ocorreu em seu lar original, sendo chamado de refugiado.
Essa fuga pode estar associada a fenômenos climáticos, guerras políticas, crises econômicas,
entre outros.
• Transumância: é bem parecida com a migração sazonal, mas ocorre em épocas específicas.
Esse movimento é comum nas plantações de cana-de-açúcar, quando os trabalhadores vão
para as fazendas apenas na época de colher a cana, retornando para suas casas quando o tra-
balho é finalizado.
• Êxodo rural: é o movimento que acontece quando a população rural deixa o campo e parte para
a cidade, seja em busca de novas oportunidades ou moradia, seja mesmo para mudar de ares.
• Êxodo urbano: é o reverso do êxodo rural, ou seja, quando a população urbana deixa a cidade e
vai para o campo.
• Diáspora: quando uma população inteira é dispersada de sua região local, seja à força (como os
negros na época da escravidão), seja de forma espontânea (como os hebreus quando saíram do
Egito antigo).
As migrações são as formas mais eficientes de conexão entre as sociedades, pois permitem trocas
de culturas, línguas, costumes e tradições. Há uma grande interação entre os povos quando ocorrem
movimentos migratórios, desde a Antiguidade até os dias atuais, quando eles são mais rápidos e in-
tensos. As principais causas da migração estão relacionadas a fatores econômicos, sociais, culturais
e ambientais.
Migração é um termo bastante amplo e que faz referência a todos os tipos de deslocamentos que acon-
tecem no espaço. Quando nos referimos aos processos de imigração e emigração, damos ênfase na di-
reção em que esse movimento ocorre. A imigração corresponde à chegada de uma pessoa ou um grupo
de pessoas em um determinado lugar. O ato de saída, por sua vez, é chamado de emigração.

124
ATIVIDADES
1 - Quais são os fatores que levam as pessoas a migrarem?

2 - Migrações pendulares são:


a) movimentos da população rural em direção aos grandes centros urbanos.
b) deslocamento maciço de populações urbanas em direção ao campo.
c) movimentos ligados a atividades pastoris.
d) movimentos diários de trabalhadores entre o local de residência e o local de trabalho.

3 - “O Ministério da Justiça brasileira, entre 2009 e o primeiro semestre de 2011, regularizou a permanência
no Brasil de 18.004 bolivianos. De acordo com as estatísticas, os bolivianos são a comunidade estrangeira
que mais cresce em São Paulo, e a principal motivação para esse deslocamento é a busca por emprego”.
Disponível em Bolivianos no Brasil. Acesso: 08 agosto 2021.

Nesse contexto, o deslocamento feito pelos bolivianos


a) coloca-os na condição de imigrantes em território brasileiro.
b) corresponde a um processo de migração pendular.
c) classifica-os como emigrantes no espaço brasileiro.
d) configura um processo de migração sazonal.

4 - O que é êxodo rural?

125
5 - Leia com atenção.
“Pau de Arara”
Luiz Gonzaga
Quando eu vim do sertão,
seu môço, do meu Bodocó
A malota era um saco
e o cadeado era um nó
Só trazia a coragem e a cara
Viajando num pau­de­arara
Eu penei, mas aqui cheguei (bis)
Trouxe um triângulo, no matolão
Trouxe um gonguê, no matolão
Trouxe um zabumba dentro do matolão
Xóte, maracatu e baião
Tudo isso eu trouxe no meu matola.
Disponível em: <https://www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/261217/>. Acesso em: 14 ago. 2021.

A letra da música pode ser relacionada a qual fenômeno social?


a) Aglomeração.
b) Conurbação.
c) Êxodo Rural.
d) Transumância.

126
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Os cenários da globalização e fragmentação.

TEMA/TÓPICO(S):
As novas fronteiras do capitalismo global: os territórios nas novas regionalizações/ Fronteiras.

HABILIDADE(S):
Analisar as causas e os efeitos da migração clandestina nos países centrais e periféricos.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Lugar, Território, Região, Imigrantes, Emigrantes, ONU.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Arte, Sociologia, História, Filosofia.

TEMA: Globalização e migrações internacionais I


Caro (a) estudante, nesta semana você vai conscientizar-se da existência dos inúmeros casos de migra-
ção forçada, suas causas e consequências para as pessoas atingidas.

MIGRANTES E REFUGIADOS
Nos últimos anos, foi identificado o maior índice de deslocamento humano, no qual, cerca de 68,5 mi-
lhões de pessoas foram obrigadas a deixar os seus lares, desses 25,4 milhões são considerados refu-
giados. Os pedidos de asilo já chegam a mais de 3,1 milhões em todo o mundo. O monitoramento desses
emigrados é de responsabilidade do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR),
uma Agência da ONU que trata de assuntos para refugiados.
Refugiados são pessoas que estão fora de seu país de origem devido a fundados temores de persegui-
ção relacionados a questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo
social ou opinião política, como também devido à grave e generalizada violação de direitos humanos e
conflitos armados.
Segundo a ONU, na convenção em questão, para ser considerada refugiada, a pessoa precisa declarar
que se sente perseguida pelo Estado de sua nacionalidade por razões de raça, religião, nacionalidade,
grupo social ou opiniões políticas; que se ausentou de seu país em virtude desses termos ou que não
consegue a proteção do poder público pelas mesmas razões.

127
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/de-onde-vem-os-refugiados-por-que-17480704>. Acesso em: 14 ago. 2021.

A origem da maior parte dos refugiados são países da África ou do Oriente Médio. Eles fogem por conta
de conflitos internos, guerras, perseguições políticas, ações de grupos terroristas e violência aos direi-
tos humanos. Metade do fluxo anual de refugiados são sírios, que deixam suas origens devido à guerra
civil em que o país está desde 2011.
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a maior parte dos refugiados realiza deslocamentos dentro
do seu próprio país ou para nações vizinhas. Apesar dos países desenvolvidos serem o grande chamariz
para quem deseja mudar de vida, a maioria acaba permanecendo em países próximos ao seu continen-
te. A razão para isso é a maior permissividade que os países menos desenvolvidos possuem e, também,
o elevado protecionismo dos países desenvolvidos, principalmente na União Europeia, que impõe pesa-
das medidas de restrições a imigrantes ilegais e também a refugiados.
Vimos que foi a partir do século XX que a questão dos refugiados chamou a atenção da comunidade
internacional para a necessidade de que fossem estabelecidas medidas para tratar a questão dos refu-
giados — isso devido à Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial e outros conflitos de grandes
proporções que levaram milhões de pessoas a se refugiarem.
As consequências, em geral, do refúgio são sentidas nos países que abrigam os refugiados. Geralmen-
te, quando há uma leva repentina e grande de fluxo migratório para um local, ocorre o fenômeno que a
geografia chama de “explosão demográfica”. A explosão demográfica afeta diretamente a economia e
as relações sociais, pois ela acarreta uma cadeia de eventos que podem ser desastrosos, como demos-
tramos nos tópicos seguintes:
1. Há uma grande e repentina quantidade de pessoas migrando para um mesmo local.
2. Não há infraestrutura nesse local para receber essas pessoas, fazendo com que o acesso à saú-
de, ao saneamento, à segurança e à educação fique comprometido.
3. Não há emprego e geração de renda para todos, pois o aumento populacional aconteceu de
repente.
4. A fome e a miséria instalam-se entre a população migrante e até entre a população local, pois a
falta de emprego começa a afetar os moradores locais.
5. Há o aumento da criminalidade pela falta de estrutura e de organização.

128
O sofrimento dos refugiados nunca foi tão intenso como tem sido no século XXI, pois, embora não haja
grandes conflitos em escala internacional, as tensões regionalizadas, como guerras civis, movimentos
fundamentalistas que promovem limpeza étnica, governos autoritários, entre outros, têm contribuído
para que milhões de pessoas que vivem em situação de risco se refugiem.

Disponível em: <https://exame.com/mundo/uniao-europeia-quer-novo-pacto-para-lidar-com-imigrantes-e-refugiados/>.


Acesso em: 14 ago. 2021.

ATIVIDADES
1 - A tabela mostra o número total de refugiados no mundo em 2017, segundo relatório do Alto
Comissariado das Nações Unidas Para Refugiados (UNHCR ou ACNUR em português).

Responda:
a) Qual é o país que abriga o maior número de refugiados no mundo?

b) Qual é o continente de origem da maior parcela de refugiados no mundo?

129
2 - Qual é a agência especial internacional responsável para oferecer ajuda humanitária aos refugiados?

3 - Quem são os refugiados? Explique e dê exemplos.

4 - Sobre a questão dos refugiados, assinale V para as afirmativas VERDADEIRAS e F para as FALSAS:
(  ) Os refugiados procuram principalmente países considerados ricos e desenvolvidos.
(  ) Estados Unidos, Alemanha e França são os países que mais recebem refugiados.
(  ) O maior número de refugiados localiza-se em países da África e da Ásia.
(  ) Alguns dos motivos que levam uma pessoa a ser refugiada são: violação dos direitos humanos, ca-
tástrofes naturais, perseguições políticas, religiosas ou étnicas.
(  ) Todos os imigrantes são considerados refugiados, uma vez que o motivo de seus deslocamentos é
o mesmo, ou seja, a violação dos direitos humanos.

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SEMANA 3

EIXO TEMÁTICO:
Os cenários da globalização e fragmentação.

TEMA/TÓPICO(S):
As novas fronteiras do capitalismo global: os territórios nas novas regionalizações/ Fronteiras.

HABILIDADE(S):
Analisar as causas e os efeitos da migração clandestina nos países centrais e periféricos.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Lugar, Território, Região, Imigrantes, Emigrantes, ONU.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Arte, Sociologia, História, Filosofia.

TEMA: Globalização e migrações internacionais II


Caro (a) estudante, nesta semana você vai identificar as origens e os motivos que levam o continente
europeu a receber uma quantidade significativa de imigrantes e refugiados além de compreender o
crescimento do sentimento nacionalista e de grupos xenófobos nos países desenvolvidos da Europa.

OS IMIGRANTES NA EUROPA E A XENOFOBIA


Após o término da Segunda Guerra Mundial, vários países europeus se reconstruíram e se destacaram
no seguimento industrial, como a Alemanha e a França, com o crescimento econômico derivado desse
setor tais nações se tornaram áreas de atração para trabalhadores, sobretudo, imigrantes.
A Europa sempre foi um continente de migrantes, pois sempre atraiu muitas pessoas que buscam me-
lhores condições de vida. A maior parte desses migrantes vem de países do Oriente Médio, Ásia e África,
que enfrentam graves problemas sociais, econômicos e político.
Nos últimos anos, principalmente a partir de 2011, o fluxo migratório para a Europa intensificou-se dras-
ticamente, causando uma grande crise migratória no continente. Estima-se, de acordo com um levan-
tamento realizado pela ONU, que apenas no ano de 2014 a Europa tenha recebido cerca de 6,7 milhões
de migrantes.
De acordo com a ONU, os mais de 15 conflitos (8 na África, 3 no Oriente Médio, 1 na Europa e 3 na Ásia)
existentes no mundo atualmente têm sido a principal motivação para a crise migratória na Europa. Isso
ocorre porque os migrantes, em sua maioria, são refugiados (pessoas que migram para fugir de confli-
tos e perseguições políticas, guerras etc.) dessas regiões de conflito.
A maior parte dos migrantes chega à Europa de forma clandestina por meio da navegação em botes no
Mar Mediterrâneo. Como o acesso do continente por terra é controlado, é cada vez mais comum que os
migrantes se arrisquem na travessia do Mar Mediterrâneo, o que causa diversas mortes por afogamen-
to. Estima-se que mais de 2,5 mil pessoas tenham se afogado em 2014 ao realizar essa travessia.

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Imigrante diante do símbolo da União Europeia cercado por grades.
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/os-imigrantes-na-europa.htm>. Acesso em: 14 ago. 2021.

O problema da xenofobia na Europa vem intensificando-se ao longo do tempo. O continente, assim


como os Estados Unidos, é um dos locais do mundo que mais recebem imigrantes, além de contar com
uma elevada migração interna, graças à livre circulação de pessoas que atinge a maior parte dos paí-
ses-membros da União Europeia. Com isso, a xenofobia, que é a aversão, o preconceito ou a intolerân-
cia para com grupos estrangeiros, aumenta a cada dia.
O aumento dessas migrações internacionais estão geralmente ligadas a fatores de repulsão e de atra-
ção. Os primeiros são aqueles que contribuem para a saída rápida do migrante, seja por razões econô-
micas, por falta de recursos naturais, por crises humanitárias ou ocorrências de guerras ou guerrilhas.
Já os fatores de atração são aqueles que se relacionam às condições oferecidas pelos lugares de des-
tino, como uma economia estável ou uma grande oferta de emprego, melhor qualidade de vida, entre
outros elementos.
No caso da Europa, há a combinação de ambos os fatores. De um lado, a população de países subde-
senvolvidos busca no “velho continente”, além de emprego, melhores condições de vida, fugindo da
realidade econômica de seus locais de origem. Com isso, há uma grande quantidade de estrangeiros
vivendo na Europa, com uma estimativa de seis milhões de pessoas, entre migrantes legais e ilegais.
Os principais fatores que motivam a ocorrência e os aumentos periódicos de ondas xenofóbicas são:
• Crise de identidade que aumenta à medida em que a Europa vai gradativamente se transforman-
do em um local multimiscigenado, haja vista que a maioria dos imigrantes não costuma retornar
para os seus locais de origem, estabelecendo-se em espaço europeu e transmitindo suas heran-
ças genéticas aos seus descendentes, provocando uma transformação étnica.
• A ideia de que os imigrantes “roubam” os empregos dos europeus, pois muitos consideram que
aqueles realizam os mesmos serviços da população local, porém com salários mais baixos e con-
dições de trabalho mais degradantes. Apesar de isso ser verdade, a presença de imigrantes não
diminui o índice de emprego para a população local, haja vista que os estrangeiros costumam
atuar em áreas carentes de emprego.
• A crise econômica que atinge a Europa, de forma mais intensa desde 2011, vem contribuindo
para o crescimento de casos de xenofobia. Isso ocorre porque, com a crise econômica, parte da
população passou a responsabilizar os povos estrangeiros por meio de ideias preconceituosas
pela retração econômica,
• Na Europa, os grupos estrangeiros, cada vez maiores, mais influentes e mais organizados, arti-
culam-se no sentido de conservar suas tradições, incluindo os seus idiomas. Isso gera uma crise
social muito grande, pois os nativos europeus simplesmente não concebem essa ideia, gerando
conflitos cotidianos e sociais, o que pode, em um futuro próximo, reverberar em uma crise sem
precedentes no continente europeu.

132
Apesar de a União Europeia ter criado, já em 1997, o Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia,
ainda há muito o que se avançar no velho continente no que diz respeito à intolerância social e política
para com estrangeiros. O mesmo desafio é enfrentado por outros territórios, como os Estados Unidos
e, recentemente, países emergentes, que vêm se tornando novos vetores para a chegada de migrantes
à procura de melhores condições vida.

ATIVIDADES
1 - O que vem a ser etnocentrismo?

2 - Como a xenofobia se manifesta?

3 - Por que muitos imigrantes, mesmo que ilegais, migram para o continente europeu?

4 - O termo Xenofobia aparece frequentemente em jornais e notícias que tratam de imigrações. Você
acha que o Brasil é um país xenófobo?

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5 - Assinale a alternativa que indica corretamente o processo que ocorre em áreas de perseguições
religiosas, políticas ou ideológicas, guerras, conflitos políticos, falta de oportunidade de trabalho no
local de origem, concentração fundiária.
a) Atração populacional.
b) Aumento das taxas de natalidade.
c) Crescimento vegetativo.
d) Migrações populacionais.

6 - Xenofobia é um termo:
a) que expressa a dificuldade da entrada dos imigrantes no mercado de trabalho.
b) usado para designar a supremacia da raça branca.
c) sinônimo de racismo, muito utilizado nos países da União Europeia.
d) de origem grega, formado a partir das palavras “ xénos” (estrangeiro) e “ phóbos” (medo), que
significa aversão a estrangeiros, repugnância a pessoas e/ou coisas provenientes de países
estrangeiros.

134
SEMANA 4

EIXO TEMÁTICO:
Os cenários da globalização e fragmentação.

TEMA/TÓPICO(S):
As novas fronteiras do capitalismo global: os territórios nas novas regionalizações/ Fronteiras.

HABILIDADE(S):
Analisar as causas e os efeitos da migração clandestina nos países centrais e periféricos.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Lugar, Território, Racismo, Xenofobia, Imigrantes, Emigrantes.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Arte, Sociologia, História, Filosofia.

TEMA: Migrações Internacionais


Caro (a) estudante, nessa semana você vai analisar o fluxo migratório da África.

FLUXO MIGRATÓRIO DA ÁFRICA


A migração vinda da África Subsaariana para a Europa cresceu de maneira drástica nesta última déca-
da, com a chegada de ao menos um milhão de pessoas desde 2010, segundo um relatório publicado pelo
instituto americano Pew Research Center.
Nesse período, a tendência foi a de incrementar o fluxo ano a ano. Por exemplo, houve 58 mil novos pe-
didos de asilo de migrantes da região na Europa durante 2010 e, um ano depois, a cifra já estava em 84
mil. Foram 168 mil novos pedidos em 2017.
MAPA - PAÍSES QUE COMPÕEM A ÁFRICA SUBSAARIANA A África Subsaariana é aquela ao sul do deserto
do Saara, incluindo países como Tanzânia, Gana,
Senegal e Nigéria. Estão excluídos, portanto, os
países do norte africano, como Egito e Marrocos.
A cifra de um milhão de pessoas chegando à
Europa citada pelo Pew leva em conta os 970
mil novos pedidos de asilo e inclui também es-
tudantes e familiares de refugiados espalhados
pelo continente.
A migração da África Subsaariana para os Esta-
dos Unidos também cresceu desde 2010, com
mais de 410 mil pessoas se mudando ao país: 110
mil como refugiados, 190 mil com visto por laços
familiares e 110 mil com outros tipos de visto,
afirma o Pew.
Geralmente se imagina que os fluxos entre a Áfri-
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/as-duas-africas.htm
ca e a Europa e a América do Norte são os únicos,
ou os de maior volume, mas 75% dos indivíduos
que mudaram de ares na África Subsaariana

135
permaneceram dentro do continente, segundo o estudo África em Movimento: Dinâmica e Motores da
Migração ao Sul do Saara, publicado em novembro (2018) pela FAO (agência da ONU para alimentação
e agricultura) e o Centro de Pesquisas Agrícolas para o Desenvolvimento (CIRAD). Trata-se do primeiro
atlas a analisar a inter-relação dos fatores que levam os habitantes do continente africano a abandonar
seus lares.
Em 2015, cerca de 33 milhões de africanos viviam fora de seus países de origem, embora os que se des-
locam dentro do próprio continente respondam por quase 75% desse total. A porosidade das fronteiras
e as regras regionais destinadas a facilitar a livre circulação de pessoas favorecem esse movimento.
Os refugiados africanos são principalmente oriundos do Sudão, do Burundi, da República Democrática
do Congo, da Somália, da Libéria, do Togo, da República Centro-Africana e do Ruanda. Como referido,
9 em cada 10 refugiam-se num país fronteiriço, juntando-se, se possível, em regiões próximas, onde a
população fala a mesma língua.
A precariedade social, econômica e política com que se debatem vários Estados africanos têm concor-
rido para as deslocações forçadas ou por motivos econômicos dentro e fora do continente. O quadro
abaixo ilustra os principais países emissores, receptores e corredores migratórios na África.
África Subsaariana – Principais países emissores, receptores e corredores migratórios

Disponível em: https://www.scielo.br/j/remhu/a/SvC3Fv66p7x7dWzpcVcxk4r/?lang=pt&format=pdf. Acesso 15 de agosto de 2021

Os fluxos migratórios na região subsaariana têm aumentado progressivamente, devido a fatores repul-
sivos associados a conjunturas socioeconômicas e políticas adversas que não favorecem o bem-estar
das populações locais. Muitos destes movimentos enquadram-se no âmbito do estudo das migrações
forçadas e dos refugiados, uma vertente das migrações que tem ganho destaque recentemente.
Na última década tem-se vindo a assistir a um aumento da xenofobia e dos nacionalismos, muitas ve-
zes acompanhados por ondas de violência, em vários países africanos que acolhem um grande número
de migrantes.
O Botswana é igualmente ilustrativo deste fenômeno: os emigrantes do Zimbabwe são alvo de com-
portamentos xenófobos e de agressões. São vítimas de humilhações públicas, de condenações e
expulsões arbitrárias e, mesmo, de torturas ou assassinatos. Também são submetidos a atrasos des-
mesurados na análise dos seus pedidos de asilo, a restrições no acesso ao emprego e à ausência de
acesso a certos cuidados.

136
ATIVIDADES
1 - A maior parte dos refugiados africanos são originários de quais países do continente?

2 - No mapa abaixo estão indicados por números três países do Continente Africano. Escreva o nome
deles nos espaços correspondentes:

1 - ____________________________________________________
2 - ____________________________________________________
3 - ____________________________________________________

3 - Explique o que são países emissores populacionais. Exemplifique.

4 - Assinale a alternativa que indica corretamente o processo que ocorre em áreas de perseguições
religiosas, políticas ou ideológicas, guerras, conflitos políticos, falta de oportunidade de trabalho no
local de origem, concentração fundiária.
a) Atração populacional.
b) Aumento das taxas de natalidade.
c) Crescimento vegetativo.
d) Migrações populacionais.
e) Diminuição das taxas de mortalidade.

137
SEMANA 5

EIXO TEMÁTICO:
Os cenários da globalização e fragmentação.

TEMA/TÓPICO(S):
As novas fronteiras do capitalismo global: os territórios nas novas regionalizações/ Fronteiras.

HABILIDADE(S):
Avaliar as consequências do fechamento das fronteiras dos países de maior desenvolvimento eco-
nômico/ Analisar o deslocamento populacional no jogo das forças entre globalização e fragmenta-
ção/ Analisar as causas e os efeitos da migração clandestina nos países centrais e periféricos.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Globalização, Fronteira, Território, Lugar, Imigração, Emigração.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Arte, Sociologia, História, Filosofia.

TEMA: Globalização e migrações internacionais III


Caro (a) estudante, nesta semana você vai analisar as tensões e conflitos nas regiões de fronteira do
continente latino-americano e os Estados Unidos, e compreender os impactos da ampliação do muro
nas relações diplomáticas.

AMÉRICA LATINA: IMIGRAÇÃO CLANDESTINA E O MURO DO MÉXICO


O contexto político do mundo atual impossibilita a imigração legal para a maioria dos que desejam mu-
dar para outro país, restando-lhes a opção da imigração ilegal.
Convém então que especifiquemos, para compreendermos melhor, que nesse mesmo processo migra-
tório existe diferenciações quanto ao objetivo do migrante e em qual sentido sua mudança se realiza.
Falamos em imigração quando o movimento é de pessoas que entram em um país para fixar residência,
enquanto que a emigração se refere ao processo em que as pessoas de um país deixam seu território
para se fixarem em outro.
As exigências para a imigração legal são tão rígidas e inascíveis para a maioria das pessoas que dese-
jam se deslocar para outros territórios, que a imigração ilegal acaba se tornando a única opção viável.
O exemplo mais claro está na grande quantidade de imigrantes ilegais que tentam ou que conseguem
cruzar a fronteira dos Estados Unidos com o México, que é geralmente motivada pela busca de uma
promessa de melhoria de vida. Esses imigrantes ilegais arriscam a própria vida, pagando grande quan-
tia em dinheiro para que agentes facilitadores, chamados de “coiotes”, os ajudem a atravessar a frontei-
ra. Entretanto, o risco de serem pegos, mortos ou acabarem como vítimas do tráfico de seres humanos,
que vendem homens e mulheres sequestrados como trabalhadores escravos ou para a prostituição
forçada, é grande.
A fronteira entre os dois países (mapa abaixo) é na atualidade um dos mais claros limites entre o mun-
do rico e o mundo pobre. Em quase toda essa faixa fronteiriça, existe um muro intercalado por trechos
de arame farpado, controlado diuturnamente pela guarda de fronteira norte-americana e por sofisti-
cados sistemas eletrônicos cujo objetivo é impedir a todo o custo a entrada de imigrantes ilegais nos
Estados Unidos.

138
Disponível em: <https://istoe.com.br/mexicano-que-se-suicidou-na-fronteira-tentava-voltar-aos-eua-apos-deportacao/>.
Acesso em: 14 ago. 2021.

O Muro do México – também conhecido como Muro fronteiriço Estados Unidos-México – é uma cons-
trução realizada pelo governo estadunidense com o objetivo de estabelecer uma barreira de segurança
entre os dois países. O argumento principal do governo dos Estados Unidos para a construção do muro
é a busca por um maior controle da fronteira a fim de reduzir a onda migratória do território mexicano
em direção ao norte.
O início da construção do Muro do México ocorreu no ano de 1991, mas foi em 1994 que suas obras se in-
tensificaram, durante a chamada “Operação Guardião”. Essa operação pretendia colocar um fim à onda
de imigrações ilegais que aumentava no país a cada ano. O território mexicano era considerado a prin-
cipal porta de entrada para esses imigrantes.
IMAGEM – MURO NA FRONTEIRA ENTRE O MÉXICO Atualmente a extensão do muro entre México
E OS ESTADOS UNIDOS e Estados Unidos é de aproximadamente 1.130
quilômetros, cerca de um terço da fronteira
entre os países. Em alguns pontos, ele é uma
“parede” simples, de altura não muito elevada
e com algumas proteções em seu topo. Em ou-
tros lugares, no entanto, ele é composto por
dois muros e um espaço entre eles por onde
passam veículos militares e de fiscalização,
além de contarem também com algumas tor-
res de observação e militares preparados para,
quem sabe, abater os eventuais invasores.
Muitas críticas são realizadas ao Muro do Méxi-
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/
co, que é inevitavelmente comparado com ou-
internacional-46944513>. Acesso em: 14 ago. 2021.
tros muros que dividem ou dividiram o mundo,
como o Muro de Israel e o antigo Muro de Berlim. Muitas análises afirmam que ele divide muito mais do
que dois países, mas dois “mundos” diferentes: um moderno e desenvolvido e outro atrasado e subde-
senvolvido, apesar das melhorias econômicas e sociais das últimas décadas.
De toda forma, a fronteira entre o México e os Estados Unidos é um dos locais de maior tensão em ter-
mos políticos e também humanitários. Estima-se que mais de seis mil pessoas tenham morrido tentan-
do atravessar essa fronteira. A maior parte dessas mortes teria ocorrido em algumas áreas desérticas
existentes na região.

139
ATIVIDADES
1 - Qual a diferença entre emigração e imigração? Exemplifique.

2 - “O desenvolvimento e o maior acesso ao transporte intercontinental, somados à facilidade de obtenção


de informações sobre outros países por meio dos veículos de comunicação, impulsionaram o movimento
de pessoas que buscam melhores condições de vida – nem sempre alcançadas fora do país de origem.
Ao contrário do que se verifica com os fluxos econômicos, as fronteiras nacionais são reforçadas por
governos de muitos países, principalmente dos desenvolvidos, para a entrada de imigrantes”.
JOIA, A. L., GOETTEMS, A A. Geografia: leituras e interação. Vol. 02. 1º ed. São Paulo: Leya, 2013. p.275.

Um exemplo mundialmente reconhecido de restrição à entrada de imigrantes conforme mencionado no


trecho acima é:
a) a criação da União Europeia com número restrito de países.
b) a construção e ampliação do Muro do México.
c) a intervenção dos Estados Unidos em Cuba.
d) a deportação de estrangeiros irregulares no Brasil.

3 - Você é favorável à política de construção de muros entre fronteiras? Por quê?

140
4 - Quais os objetivos do governo estadunidense ao construir o muro?

5 - Por que os fluxos migratórios em direção aos países mais desenvolvidos se intensificaram nas
últimas décadas?

141
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Os cenários da globalização e fragmentação.

TEMA/TÓPICO(S):
As novas fronteiras do capitalismo global: os territórios nas novas regionalizações/ Fronteiras.

HABILIDADE(S):
Avaliar as consequências do fechamento das fronteiras dos países de maior desenvolvimento eco-
nômico/ Analisar o deslocamento populacional no jogo das forças entre globalização e fragmenta-
ção/ Analisar as causas e os efeitos da migração clandestina nos países centrais e periféricos.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Globalização, Fronteira, Território, Lugar, Imigração, Emigração.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Arte, Sociologia, História, Filosofia.

TEMA: Globalização e migrações internacionais IV


Caro (a) estudante, nesta semana você vai analisar os focos de tensão na região de fronteiras com o
continente europeu e conscientizar-se da necessidade de tratar a questão dos refugiados como um
problema global.

CRISE MIGRATÓRIA NA EUROPA


A crise dos refugiados tem como uma das causas o aumento dos fluxos migratórios, fenômenos que
acompanham a humanidade desde os seus primórdios e cujos motivos podem ser os mais diversos,
embora o mais comum seja a busca por melhores condições de vida, ou seja, migração econômica.
Para compreender a crise dos refugiados, é necessário entender quem são os refugiados. Trata-se de
um grupo específico de imigrantes que recebem essa denominação por conta de uma convenção feita
em 1951 que trouxe regulamentação aos diferentes tipos de imigrantes. Refugiado é uma pessoa que
sai de seu país por conta de “fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, naciona-
lidade, grupo social ou opiniões políticas”, em situações nas quais “não possa ou não queira regressar”.
A origem da maior parte dos refugiados são países da África ou do Oriente Médio. Eles fogem por conta
de conflitos internos, guerras, perseguições políticas, ações de grupos terroristas e violência aos direi-
tos humanos. Metade do fluxo anual de refugiados são sírios, que deixam suas origens devido à guerra
civil em que o país está desde 2011.
O World Migration Report 2018, levantamento realizado pela OIM (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL PARA
MIGRAÇÕES), aponta quais os conflitos que mais geram refugiados. Com base em dados de 2016, a Síria
ocupa o primeiro lugar nesse ranking, sendo seguida pelo Afeganistão – que vive em meio a violência há
30 anos, fato que já levou 2,5 milhões de cidadãos a deixarem o país. Tal número é um pouco menor do
que o de 2015, quando 2,7 milhões de afegãos fugiram do país. Essa diminuição é justificada pela volta
de diversos refugiados. Os conflitos no Sudão do Sul colocaram o país em terceiro lugar nesse ranking,
com 1,4 milhões de refugiados. Juntos, esses três países representam os locais de origem de 55% dos
refugiados no mundo inteiro.

142
MAPA – LOCALIZAÇÃO DA SÍRIA         IMAGEM – REFUGIADOS SÍRIOS

Disponível em: <https://cidadaosdomundosite.wordpress.com/2017/05/17/crise-na-siria-e-a-questao-dos-refugiados-por-gustavo-


rigonato/>. Acesso em: 14 ago 2021.

A crise dos refugiados na Europa, no primeiro semestre de 2015, tem produzido muita discussão e ge-
rado muitos problemas de ordem política e humanitária.
O comum é que inicialmente os refugiados desloquem-se dentro de seu próprio território e, quando isso
não é mais possível, cruzem as fronteiras para os países vizinhos. Os refugiados sírios, por exemplo, não
foram diretamente para a Europa quando a crise intensificou-se, mas para os países mais próximos,
como Jordânia, Líbano e Turquia.
De acordo com dados coletados do Acnur, em 2014, a chegada de migrantes na Europa quadruplicou,
com um total de 280 mil. Mais de 170 mil foram para a costa italiana e 43.500 para a costa grega. Ainda
em 2014, cerca de 144.630 sírios solicitaram refúgio no conjunto da UE (UNIÃO EUROPEIA) desde 2011,
quando começou o conflito no país. As solicitações de refúgio atingiram seu auge, com 1,26 milhão de
solicitações na UE em 2015.
Esse fluxo migratório arrefeceu-se nos anos posteriores por conta de medidas adotadas pelos países
do bloco europeu, tais como o fechamento de fronteiras, especialmente na rota dos Bálcãs, por onde
migrantes iam a pé; o acordo entre a Itália e a Guarda Costeira da Líbia, país que era o principal ponto de
embarque em viagens clandestinas à Europa; e o acordo controverso e criticado firmado em 2016 entre
a União Europeia e a Turquia, pelo qual para cada refugiado sírio que chegasse ao litoral grego e fosse
devolvido à Turquia, outro refugiado que estivesse em território turco seria levado à Europa.
Esse acordo é criticado por defensores de Direitos Humanos, que alegam ser ferida a legislação inter-
nacional de não rejeitar solicitantes de asilo. O efeito dessas medidas fez com que, em 2018, o número
de refugiados e migrantes ingressando na Europa fosse inferior a 200 mil
Em 2018, na Itália, onde chegaram 700 mil migrantes desde 2013, uma coalizão de ultradireita e os
antissistema chegou ao poder no fim de maio e decidiu, entre suas primeiras medidas, negar a auto-
rização para atracar em um porto italiano para um barco humanitário que tinha 630 migrantes proce-
dentes da África. Na Alemanha, em 18 de junho, a ala mais conservadora da coalizão do governo deu
um prazo de duas semanas a Angela Merkel para que feche as fronteiras, o que poderia provocar uma
crise política importante.
Os temores das populações locais — em perderem o emprego, terem seu acesso a serviços estatais
restringido ou redução da qualidade desses serviços e pagarem mais impostos para a rede de proteção
governamental atender a estrangeiros — acabam por gerar focos de xenofobia, isto é, aversão a estran-
geiros, o que pode resultar não só em manifestações individuais de intolerância e preconceito, mas em
organizações de promoção desse tipo de hostilidade, como grupos supremacistas.

143
ATIVIDADES
1 - Explique a relação entre a charge abaixo e a crise migratória no continente europeu.

Disponível em: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQj3OtSBpqSxqS1Yd4-zdx8MsfVFr2mEn__


nAEs85kUSFn92A4o7-4hpG-IgVRntnQ13Tg&usqp=CAU>. Acesso em: 14 ago. 2021.

2 - Sobre a temática xenofobia é CORRETO afirmar que:


a) Nos países desenvolvidos a tendência tem sido a redução desse tipo de preconceito contra
os imigrantes devido à crescente necessidade de trabalhadores menos qualificados para
as indústrias.
b) Diante da crise econômica nos países europeus tem crescido o sentimento xenofóbico
para tentar explicar os atuais problemas sociais e econômicos enfrentados na região,
como o desemprego.
c) A existência de movimentos xenofóbicos nos países europeus encontra pouco apoio políti-
co, pois não existem partidos de extrema direita que levantem essa bandeira de luta contra
os imigrantes.
d) Em momentos de crises humanitárias os movimentos xenofóbicos perdem a força, a exemplo
do que ocorre atualmente na Europa pela ampla aceitação dos refugiados provenientes da
Síria, do Iraque e do norte da África.

144
3-

País asiático em guerra civil desde 2011 e governado por Bashar al-Assad, é o que mais tem contribuído
para o aumento de refugiados na Europa. Qual é o nome desse país? ______________________________

4 - O que diferencia um migrante de um refugiado?

5 - (UERJ 2017.1) - Os refugiados são pessoas que escaparam de conflitos armados ou perseguições.
Com frequência, sua situação é tão perigosa e intolerável que devem cruzar fronteiras internacionais
para buscar segurança nos países mais próximos e então se tornar um “refugiado” reconhecido
internacionalmente, com acesso à assistência dos Estados, da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados)
e de outras organizações.
ADRIAN EDWARDS Adaptado de acnur.org, outubro/2015.

O conceito de refugiado, apresentado no texto, está diretamente associado aos problemas políticos e
econômicos que afetam diversos países na atualidade. Nos últimos anos, a região de origem que tem
contribuído com o maior número de refugiados em direção a países da União Europeia é:
a) Leste Europeu.
b) Oriente Médio.
c) Extremo Oriente.
d) Península Balcânica.

Caro (a) estudante, espera-se que tenha tido sucesso na resolução do PET - 04 de Geografia. Saiba
que, ao longo do ano, você irá entender e compreender sobre a complexidade das paisagens, das
atividades humanas, das sociedades e do nível de desenvolvimento entre os países, as transforma-
ções tecnológicas, o modo como a sociedade se relaciona com a natureza e as formas de organização
espacial. A Geografia tem muito a contribuir para a compreensão do espaço mundial, cada vez mais
complexo, cujas transformações são cada vez mais surpreendentes.

145

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