TCC Chumbadores
TCC Chumbadores
TRABALHO DE GRADUAÇÃO
RAFAEL GREGIANIN
CUIABÁ
2014
RAFAEL GREGIANIN
Orientador
CUIABÁ
2014
RESUMO
Anchors are widely used in civil engineering, mainly for the fixture of pre-cast
concrete and steel elements to concrete. Despite its importance, there is still no code for the
design of anchors in Brazil. Therefore, this work aims to show the process to design post-
installed mechanical anchors in structural concrete, following the American code ACI 318,
and also gathering knowledge from national and international sources. All failure processes
and the method to calculate the resistances of each of them were shown. At last, the
information presented in this work was successfully used to solve a problem, in which a steel
element fixed in a concrete base through 6 anchors was checked.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 10
1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................................. 11
1.4 PROBLEMA E HIPÓTESES ................................................................................................. 11
2 MÉTODO E MATERIAIS .................................................................................................... 12
2.1 Coleta de dados ........................................................................................................................ 12
2.2 Pesquisa bibliográfica ............................................................................................................... 12
2.3 Métodos ................................................................................................................................... 12
3 REVISÃO ......................................................................................................................... 13
3.1 ESTADO DA ARTE NO BRASIL ........................................................................................... 13
3.2 CHUMBADORES PÓS-INSTALADOS .................................................................................. 14
3.2.1 Chumbadores de segurança (undercut anchors) ..................................................................... 14
3.2.2 Chumbadores de expansão por torque (torque-controlled anchors) ...................................... 15
3.2.3 Chumbadores de expansão por percussão (Displacement-controlled anchors) ...................... 16
3.3 ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE ANCORAGEM ................................................................ 16
3.4 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CARGA ................................................................. 17
3.5 MECANÍSMOS DE RUÍNA ................................................................................................. 18
3.5.1 Ruína sob tensão normal.......................................................................................................... 18
3.5.1.1 Ruptura no aço do chumbador ................................................................................................ 18
3.5.1.2 Ruptura no cone de concreto ................................................................................................... 19
3.5.1.3 Ruptura da face lateral ............................................................................................................. 20
3.5.1.4 Ruptura por fendilhamento ..................................................................................................... 20
3.5.1.5 Ruptura por escorregamento do chumbador .......................................................................... 21
3.5.2 Ruína sob tensão cisalhante ..................................................................................................... 22
3.5.2.1 Ruptura do aço ......................................................................................................................... 22
3.5.2.2 Ruptura do concreto próximo e longe de bordas .................................................................... 22
4 DIMENSIONAMENTO DE CHUMBADORES PÓS-INSTALADOS EM CONCRETO ..................... 24
4.1 CHUMBADORES SUBMETIDOS À TRAÇÃO ........................................................................ 24
4.1.1 Resistência à ruptura do cone de concreto.............................................................................. 24
4.1.2 Resistência ao escorregamento ............................................................................................... 29
4.1.3 Resistência a ruptura no aço do chumbador ........................................................................... 29
4.1.4 Resistência a ruptura da face lateral ........................................................................................ 30
4.1.5 Resistência a ruptura por fendilhamento ................................................................................ 30
4.2 CHUMBADORES SUBMETIDOS AO CISALHAMENTO ......................................................... 31
4.2.1 Ruptura do aço ......................................................................................................................... 31
4.2.2 Ruptura do concreto longe de bordas (Pry-out) ...................................................................... 32
4.2.3 Ruína do concreto próximo a bordas ....................................................................................... 34
5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 36
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 43
10
1 INTRODUÇÃO
2 MÉTODO E MATERIAIS
2.3 Métodos
1. Estudo aprofundado do modelo do ACI e do ASTM C39 com o objetivo de
identificar as propriedades do material envolvidas nos modelos teóricos de determinação de
resistência dos chumbadores.
3 REVISÃO
Eligehausen et. al. (2006) acentua que se o diâmetro do furo for muito pequeno, a
força de expansão gerada pode lascar ou fendilhar o concreto. Por outro lado, se o diâmetro
for muito grande, a jaqueta de expansão não pressionará a parede do furo suficientemente, e a
capacidade de resistência do chumbador será diminuída. Além disso, se o concreto possuir
alta resistência à compressão (maior que 50 MPa por exemplo), pode ser fisicamente
impossível realizar a expansão do chumbador no grau desejado.
Figura 13 – (a) Chumbador antes e depois de ser submetido à teste de tensão cisalhante.
(b) ruptura do aço precedida pela quebra do concreto.
Figura 15 - Resultado dos testes de ruptura com ruína do cone de concreto em função da
profundidade efetiva.
Fcc0 kc f ck hef1,5
(1)
hef, definido como a distância entre a superfície do concreto e o fim da zona de transferência
de forças, deve ser usado em milímetro.
fck em MPa
A equação (1) decorreu de trabalho experimental em que foram utilizados 519 corpos
de prova. A estatística da investigação está representada na figura 16.
ANc
Fcc,k ed , N c , N cp, N Fcc0
ANco (2)
ANc
Fccg,k ec, N ed , N c, N cp, N Fcc0
ANco (3)
1
ec, N 1.0
2e' N
1
3h
ef (4)
28
Deve-se observar:
ed , N 1 se ca,min 1,5hef
ca,min
ed , N 0,7 0,3 se ca ,min 1,5hef
1,5hef
(5)
ca ,min 1,5hef
cp, N se ca,min cac
cac cac (6)
Onde fuk não deve ser maior que 1,9fyk ou 860 MPa.
Eligehausen (2006) afirma que se o sistema está carregado de forma excêntrica, então
os esforços em cada chumbador são geralmente calculados assumindo comportamento
elástico, ou seja, o chumbador com o maior carregamento determina a carga de ruptura do
grupo.
Assim, o ACI 318 fornece dimensões mínimas para evitar o fendilhamento, dispostas
na tabela 1 e consideradas pelo próprio como conservadoras, porém admite valores menores
caso realize-se testes específicos do produto de acordo com o ACI 355.2.
É limitado ainda o embutimento do chumbador, não podendo adentrar mais que 2/3 do
material base, devendo este ter no mínimo 10 cm de espessura.
Onde:
Nestes casos, Fuchs e Eligehausen (1990) recomendam uma redução de 20% no valor
de α.
Caso força cortante V suficiente esteja sendo aplicada, a placa de base irá girar e
perder contato com o concreto no lado carregado, dando origem a uma força de compressão C
entre a placa de base e o concreto. A ruína configura-se quando a alavanca criada projeta o
rompimento de uma área de concreto em forma de concha atrás do chumbador.
33
Onde:
0, 2
l
0,6 e f ck ca1
1, 5
Vcc0 d0
d0 (12)
Onde para obter resultado em Newtons usa-se ca1, d0 e le em milímetros e fck em MPa
le é a extensão do carregamento, igual a 2d0 para chumbadores de expansão e igual a hef para
todos os outros, porém nunca maior que 8d0.
AVc
Vcc,k ed ,V c,V Vcc0
AVco (13)
AVc
Vccg,k ec,V ed ,V c,V Vcc0
AVco (14)
Analogamente ao item 3.1.1, AVc é a projeção retilínea da área que se romperá, e AVc0
a maior área mobilizável, utilizando-se um ângulo médio de 35° na ruptura do cone de
concreto.
35
1
ec,V 1.0
2e'V
1
3 c a1 (15)
ed ,V 1 se ca 2 1,5ca1
ca 2
ed ,V 0,7 0,3 se ca 2 1,5ca1
1,5ca1 (16)
No caso de chumbadores projetados para uso em região onde não ocorrerão fissuras
sob carregamento de serviço, permite-se o seguinte coeficiente:
c,V 1,4
5 ESTUDO DE CASO
Deseja-se verificar a conexão entre uma viga de aço (ASTM A992) e um elemento de
concreto (fck 30 MPa). A ligação foi realizada utilizando uma placa de base de aço ASTM
A36, com 6 chumbadores de segurança, de diâmetro 1,9 cm e com profundidade efetiva de
embutimento de 30 cm no concreto, localizados em região onde as bordas não exercem
influência. O sistema está submetido a momento reversível de projeto de 6,8 kN.m e uma
força cortante também reversível de 89 kN.
Onde:
M 0
37,5 (2TT ) 17,5 (2TM ) 6,8 kN.m
TT 2,14TM
Assim, TM T3 T4 3,43kN
E TT T5 T6 7,34kN
860MPa
f u 400MPa OK
1,9 f y 1,9 250MPa 475MPa
Ase 2,15cm²
1 1
ec, N 0,92
2e ' N 2 3,63
1 1
3h 3 30
ef
ANc 12100
Fccg,k ec, N ed , N c, N cp, N Fcc0 0,92111 284 390kN
ANco 8100
Não aplicável no presente estudo devido ao fato dos chumbadores estarem localizados
em região afastada de qualquer borda.
Em relação ao aço
V pg ,k kcp Fccg,k
2
hef 30 cm do material base 40 cm OK
3
sx = sy = 20 cm > 11,4 OK
Conclusão
6 CONCLUSÃO
As hipóteses foram parcialmente confirmadas, pois foi visto que é possível modelar
teoricamente a resistência de chumbadores para diferentes tipos de solicitação. Porém, durante
os estudos verificou-se que para chumbadores pós-instalados, não existem modelos de projeto
para os modos de ruptura do fendilhamento e da ruptura da face lateral, devido a
características específicas de cada tipo e marca de chumbador pós-instalado. Sendo assim,
evita-se o acontecimento destes adotando distâncias mínimas de segurança entre chumbadores
e até bordas. Confirmou-se também a possibilidade de adaptar o modelo de projeto do ACI
318 para os conceitos da NBR 6118 visto que as equações estão todas em função de
parâmetros geométricos e da resistência característica do concreto à compressão, a qual é
determinada pelo ASTM C39 da mesma forma que as normas brasileiras.
REFERÊNCIAS
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E-488: Standard test
methods for strength of anchors in concrete elements. 1996.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E-1512: Standard test
methods for testing bond performance of bonded anchors. 2007.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C39: Standard test
method for compressive strength of cylindrical concrete specimens. 2004.
Eligehausen, R., Mallée, R. & Silva, J. Anchorage in concrete construction. 1. Ed. Ernst &
Sohn, 2006.