Fundamentos Do Turismo
Fundamentos Do Turismo
Turismo
Reflexão ......................................................................................................................................................... 2
1. QUANDO SURGIU O TURISMO?...................................................................................................... 2
Reflexão
O que você sabe sobre o
Podemos dizer que não há um consenso entre os mais diversos autores do tema, sejam eles
brasileiros ou mesmo estrangeiros, sobre quando efetivamente se deu o início da atividade turística.
Alguns consideram o seu surgimento na Antiguidade, outros na Grécia Antiga, outros durante o
período de existência do Império Romano e outros, ainda, consideram o seu surgimento na época
dos Fenícios. Existem também aqueles que consideram o surgimento do Turismo há milhões de
anos!
Como não há uma data definida e acordada para o início do Turismo, elaboramos nesta seção
um resumo cronológico sobre o surgimento da atividade que, segundo a nossa ótica, é de maior
importância para uma melhor contextualização do Turismo. Acompanhe, a seguir, a evolução do
turismo na ordem cronológica, seguida, inclusive, de contextualizações conceituais.
O homem sempre precisou viajar! Para sobreviver, para proteger-se, para conquistar, comerciar,
por curiosidade natural, por lazer, enfim, há registros desde a pré-história de deslocamentos
individuais e em grupo.
O homem sempre precisou viajar! Para sobreviver, para proteger-se, para conquistar, comerciar,
por curiosidade natural, por lazer, enfim, há registros desde a pré-história de deslocamentos
individuais e em grupo. As civilizações mais antigas fizeram longas viagens nas regiões onde
surgiram, atuais Oriente Médio, parte da África e da Ásia, graças aos avanços “científicos e
tecnológicos” da época.
Caverna de Madasin - Há quem acredite que um turismo embrionário era praticado por
povos primitivos ainda na pré-história. Registros arqueológicos na Caverna de Madasin, nos
Pirineus, identificaram que seus habitantes, há 13.000 anos A.C., viajavam até o mar e
retornavam (LEAKEY, 1999 apud BADARÓ, 2005).
Povos Mesopotâmios - É muito provável que já houvesse algum olhar turístico nas longas
viagens marítimas dos fenícios, inventores do comércio e da moeda, três milênios antes
da era cristã, ou nas caravanas dos povos mesopotâmios (sumérios, babilônios, assírios)
que atravessavam as regiões áridas do Oriente Médio, dando início a um culto singular à
hospitalidade. Apesar da vida nômade desses povos, sempre havia uma tenda pronta a
receber os estranhos.
Civilização Maia (Pré-colombianas) - O povo maia habitou a região das florestas tropicais
das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (região sul do atual México).
Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os
toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia.
Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio
de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram
governadas por um estado teocrático. O império maia era considerado um representante
dos deuses na Terra.
Nesta época surgiu o caminho que ligava os Andes ao Oceano Atlântico, denominado
Caminho do Peabiru. A grande importância histórica do caminho de Peabiru foi,
primeiramente, guiar as migrações indígenas de todos os indígenas latinos americanos,
mas também serviu para facilitar a circulação de mercadorias, o comércio e as missões
religiosa.
Grécia Antiga - Mas foi na Grécia Antiga que o Turismo começou a tomar forma como
atividade econômica. Por volta do século 7 a.C., os eventos desportivos realizados a cada
quatro anos na cidade-estado de Olímpia atraíam não apenas atletas como, também,
Roma Antiga - Roma foi o centro do maior império do mundo ocidental na Idade Antiga
e por quase dois séculos viveu um período de relativa paz, sob forte domínio militar, que
ficou conhecido como “Pax Romana” (de 29 a.C., quando Augusto César declarou o fim
das guerras de conquista, até 180 d.C., com a morte de Marco Aurélio). Durante essa “paz
romana”, foi intensa a construção de estradas, hospedarias e até mesmo centros de
tratamento termal, no vastíssimo império que ia da Inglaterra até a Mesopotâmia,
incluindo metade da Europa, grande parte do Oriente Médio e do norte da África.
O intercâmbio comercial e as movimentações militares promovidas pelo Império
Romano deram origem não apenas ao costume das viagens de lazer como também às
próprias palavras que passaram a designar essa nova atividade humana.
Vikings - As pessoas que viviam na Escandinávia por volta do ano 800 da nossa era até
cerca de 1100 são conhecidas como vikings. A antiga palavra escandinava vikings significava
pirata e muitas pessoas pensam nos vikings apenas como invasores selvagens. Os vikings,
porém, também eram notáveis exploradores, conquistadores, fazendeiros, comerciantes e
artífices. Desenvolveram leis justas e um sistema de democracia.
O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era
hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes),
camada média (funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa
(artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias
ou com trabalhos em obras públicas.
Os sacrifícios eram a principal parte dos cultos e na época das grandes festas, eram feitas
oferendas não somente ao Deus Sol, mas também a outras divindades, afim de manter a
benevolência para com seus seguidores, para estes eventos acontecia o êxodo dos vilarejos e
províncias, o que acarretava em um numero maior de pessoas em torno dos grandes templos.
A maioria dos sacrifícios eram de llamas, cuys, roupas, ouro, prata, frutas e chicha, mas ao
longo da história peruana houveram muitos sacrifícios humanos, pois se encontraram
evidências disso em escavações arqueológicas e nos relatos dos cronistas. Há quem diga que
essa prática foi mais freqüente ao norte do país e que na época dos Incas, os sacrifícios
humanos diminuíram.
O declínio do Império Romano e sua queda por volta do ano 400 d.C. marcaram o fim
do período inicial da história do Turismo. As guerras sucessivas prejudicaram as estradas e o
comércio tornou-se muito difícil. Acabaram as viagens como forma de lazer. A partir daí, o
Turismo ganha características de aventura ou de manifestação da fé.
e, a partir do século 6, passam a ser chamados de “romeiros”, já que a cidade de Roma foi
incluída nos roteiros das peregrinações (BADARÓ, 2000).
As viagens de caráter religioso se intensificaram entre os séculos VII e IX. Foi desse
período final, por exemplo, a descoberta da tumba do apóstolo São Tiago, no norte da
Espanha, o que atraiu grande veneração a ponto de motivar o peregrino francês Aymeric
Picaud a escrever as histórias sobre o apóstolo e um roteiro de viagem sobre a travessia da
França até o sepulcro de São Tiago. Este roteiro, editado em 1140, foi considerado o primeiro
guia turístico impresso da Europa. E até hoje o “Caminho de Santiago de Compostela” é um
dos roteiros mais visitados do mundo.
No século XI, Jerusalém foi dominada pelos turcos seljúcidas, que nessa época
ocupavam grandes extensões da Ásia central e ocidental. A partir daí, entre os séculos XI e
XIII, com a motivação inicial de libertar o Santo Sepulcro das “profanações” turcas, o mundo
cristão organizou as expedições militares-religiosas conhecidas como Cruzadas.
Até então, a atividade turística era coisa para jovens, em sua maioria acompanhados
de professores ou religiosos (BADARÓ, 2005). Eram viagens realizadas principalmente pela
nobreza masculina e pelo clero. Na Europa do século 16, alguns países se destacavam como
centros de efervescência cultural. Visitar esses países era, fazia parte de um aprendizado
indispensável à boa educação. E se estas eram viagens “educativas”, necessário se fazia
contar com um professor ou tutor que falasse a língua do país visitado e que conhecesse os
hábitos e costumes locais.
No século XVI, ocorrem muitas viagens não oficiais realizadas por jovens
acompanhados de seu professor particular (que geralmente viajava antes para conhecer os
hábitos e costumes locais, além do idioma), que possuía algumas características marcantes,
tais como: eram realizadas por uma classe privilegiada, de elite; eram consideradas um tour
de aventura; eram feitas majoritariamente pelas pessoas do sexo masculino; eram
esporádicas e com duração aproximada de três anos.
No século XVI, surge o considerado “1º hotel do mundo”, de nome Wekalet Al Ghury
no Cairo – Egito - para atender mercadores;
No século XVII, ocorre uma melhoria nos transportes de então, que eram feitos em
lombo de cavalo ou puxados por carroças e carruagens. Inventa-se a Belina (um tipo de
carruagem mais rápida, de duas poltronas), e também a diligência;
Em fevereiro de 1919 foi realizada a primeira viagem turística aérea entre Paris e
Londres, num avião que seria usado na Primeira Guerra, mas acabou adaptado para
passageiros. Tinha 12 lugares e fez o percurso em duas horas e meia. Em 1925 houve um
Congresso Internacional em Haia, Holanda, reunindo as Associações Oficiais de Tráfego e
Turismo de diferentes países, e providências foram tomadas para a formação de um órgão
internacional que viria a ser a UIOOT – União Internacional de Organizações Oficiais de
Turismo.
Durante a Segunda Guerra o turismo parou, e com a criação da ONU, em 1945, ele foi
reconhecido como atividade econômica importante e mundial, e ficou sob a responsabilidade
da UNESCO, até a criação da OMT em 1970, no México, e hoje a sede está em Madrid,
Espanha.
Depois da Segunda Guerra Mundial teve início o período econômico conhecido como
Estado do Bem Estar Social, que impulsionou bastante o turismo quando países europeus, e
depois em outros continentes, passaram a fazer um controle maior da economia e garantiram
melhores condições de sobrevivência dos trabalhadores, através da estatização, educação,
saúde e previdência social. A Cultura de Massa, característica da industrialização da
sociedade, também incrementou o turismo, através da diferenciação de conhecimentos e
produção de obras e eventos de entretenimento, e que também acabou se tornando uma
atividade econômica importante na sociedade moderna.
Em 1949 foi vendido o primeiro pacote aéreo e a partir daí o avião passou a ser a
principal opção de todos os envolvidos com a atividade, tornando-a cada vez mais intensa,
fomentadora de outras, e motor da economia de muitas cidades e países. Em 1956 foi
realizado o Primeiro Congresso de Turismo Social, em Berna, quando foram aprovadas por
outros países europeus as férias remuneradas, impulsionando a criação de agências e
operadoras em todo o mundo. Em 1972 houve a Convenção Mundial do Patrimônio, da
UNESCO, pois já se manifestava a preocupação com monumentos e o meio ambiente,
supostamente agredidos pela indústria turística que hoje é, reconhecidamente, instrumento
de preservação do patrimônio histórico, do meio ambiente, de culturas e da paz mundial,
demonstrando a transcendentalidade e a heterogeneidade dessa atividade.
viajando, exigindo melhor formação dos profissionais, melhor qualidade de serviços, novos
parceiros, como o marketing e a publicidade, e mais investimento em infra-estrutura, o que
fez com que muitos operadores e centros turísticos adequassem a demanda à oferta desses
centros. Na década de 90 o turismo passou a fazer parte da agenda econômica de vários
países, focando na preparação de profissionais, promoção e sustentabilidade, além de
políticas supranacionais com leis que fomentam o turismo. Na França já existe desde 1999 o
ramo do Direito do Turismo devido a necessidade da atividade amparar-se em leis do direito
civil, direito do consumidor, direito internacional público e privado, direito comercial, entre
outros, que reconheçam suas relações com outras atividades, suas necessidades e objetivos.
Mas o fim da Guerra Fria foi também o fim do Estado do Bem Estar Social e foram
retomados os ideais do liberalismo econômico, que é a mínima intervenção do estado e a
livre circulação de capitais, tendo inicio a globalização, com profundas modificações no
mercado de trabalho, tendo sido substituído o emprego formal e o apoio do estado, pela
terceirização, empreendedorismo e cooperativas. Deixaram de existir ganhos como férias
remuneradas, décimo terceiro salário e fundo de garantia, o que afetou o turismo nos últimos
anos, modificando o perfil de turismo de massa para o turismo individual, de negócios e de
eventos.
f) O TURISMO NO BRASIL
Vários estudiosos, inclusive o suiço Arthur Haulot, apresentam-na como de origem hebraico
antigo, advinda da palavra tur, constante na Bíblia – Êxodo, capítulo XII, versículo 17, quando
“Moisés enviou um grupo de representantes ao país de Canaã para visitá-lo e informar-se a respeito
de suas condições topográficas, demográficas e agrícolas”. Nessa forma, tur é hebreu antigo e
significa “viagem de descoberta, de exploração, de reconhecimento” (CÉZAR, 2005)..
“Segundo o conceito tradicional das relações entre as pessoas - diz Abdelwahab Bouhdiba - o
código da hospitalidade é sagrado. Beber da mesma água e comer do mesmo sal cria um vínculo
místico e a hospitalidade é uma comunhão que cria laços duradouros” (apud BELCHIOR e
POYARES, 1987).
O uso do cavalo como transporte nas vias e estradas romanas fez surgir ainda novos tipos de
hospedagem: o stabulum (acomodações para o viajante e tratamento da montaria), as mutationes
(mantidas pelo Estado, destinadas à troca de animais e ao repouso de viajantes), as mansiones
(destinadas a abrigar tropas militares em marchas) e as tabernae (onde se vendiam produtos da
terra, comidas e bebidas).
Desde que se estuda o turismo de forma sistêmica, sempre houve grande controvérsia por parte
dos autores em conceituar este fenômeno. A seguir você será apresentado a algumas definições de
Turismo, que são aceitas e comumente utilizadas pelos diversos autores da área, seja em nível
nacional, seja em nível internacional. Veja quais são:
“...o deslocamento para fora do local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60
dias motivado por razões não-econômicas.” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO, 2001)
Todavia esta definição sofreu aperfeiçoamento em 1994. Desta data em diante, a OMT passou a
considerar que:
“...o turismo engloba as atividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares fora de
seu ambiente usual durante não mais do que um ano consecutivo, negócios ou outros fins.” (OMT,
2001)
É importante destacar que o uso do termo ambiente usual tem por finalidade excluir as viagens
dentro da área habitual de residência, as viagens frequentes ou regulares entre o domicílio e o lugar
de trabalho e outras viagens dentro da comunidade com caráter de hábito. Tal definição serve para
padronizar o conceito de turismo nos vários países-membros dessa organização, mas não para
definir a real magnitude desse fenômeno.
Por essa definição, o turismo é um fenômeno que envolve quatro componentes com perspectivas
diversas:
Também pode ser compreendido com um sistema de serviços com finalidade única e exclusiva
de planejamento, promoção e excursão de viagem. Mas é preciso que se tenha infraestrutura
adequada para atender ao desejo e/ou necessidade da pessoa que adquiriu o serviço, a saber: a
recepção, hospedagem, consumo e atendimento às pessoas e/ou grupos oriundos de suas
localidades residenciais.
Para Hermann Von Schattenhofen (apud MOESCH, 2002, p. 10), o turismo “compreende todos
os processos, especialmente os econômicos, que se manifestam na chegada, na permanência e na
saída do turista de um determinado município, país ou estado”.
O turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas
em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano,
com finalidade de lazer, negócios ou outras (OMT, 2001, p. 38).
Atividade Turística
3. A ATIVIDADE TURÍSTICA
De acordo com a definição da OMT, o turismo é descrito como as atividades que realizam as
pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos de seu entorno habitual, por um
período de tempo consecutivo inferior a um ano, com a finalidade de lazer, por negócios e outros
motivos, não relacionados com o exercício de atividade remunerada no lugar visitado. (OMT, apud
DIAS, 2005, p. 18). Nesta definição incluem-se todas as atividades dos visitantes, como os turistas
(visitantes que pernoitam) e os excursionistas (visitantes de um dia), conforme exemplo posto na
figura abaixo.
O quadro a seguir define os diferentes tipos de tempo que estão intimamente relacionados com
a atividade turística:
a) TEMPO LIVRE − Diz-se tempo livre para b) TEMPO MORTO − É um tempo livre que não é
diferenciá-lo de outras modalidades do ocupado nem com atividades de lazer nem com
tempo. Livre por oposição ao tempo preso, compromissos ou afazeres complementares de
ocupado, obrigado. Tempo livre compreende ordem econômica, social ou política. É um tempo
aquela parcela de tempo ocupada com livre adquirido por lei, mas totalmente estagnado e
atividades específicas, fora do tempo de marcado pelo aborrecimento. As pessoas que
trabalho, a partir de uma decisão tomada consomem este tempo o fazem não por uma livre
livremente. decisão, mas porque não possuem outra escolha.
A ATIVIDADE TURÍSTICA 15
Fundamentos do Turismo
Reflexão
A divisão do tempo é de fundamental importância para todos nós. Com base no que você pôde
verificar sobre essa divisão, tente pensar como ela ocorre para você numa base semanal, por exemplo.
Pense em como você divide o seu tempo. Essa divisão é a mais adequada? Você tem dedicado tempo
para o lazer e o entretenimento? As suas obrigações de trabalho são levadas para casa para serem
feitas nos finais de semana? Você tem alocado um tempo para fazer atividades com a sua família e seus
amigos?
O conceito adotado pela Organização Mundial do Turismo – OMT (1994) pode ser utilizado
para identificar tanto o turismo entre países como dentro do próprio país. Dentre as definições de
turismo há alguns elementos comuns que se encontram em todas elas, que são:
Como um sistema econômico formado por uma série de empresas públicas e privadas que
oferecem uma variedade de serviços turísticos e porque produtos voltados para o lazer e
entretenimento etc. Esse conjunto de empresas voltadas para o entendimento das necessidades
dos turistas que geram produtos integrados para o seu consumo denominamos indústria
turística.
A ATIVIDADE TURÍSTICA 16
Fundamentos do Turismo
Como prática social e cultural orientada para atender às necessidades psicossociologias dos
turistas, que geram incontáveis interações sociais entre diversos agentes (Turistas x Residentes,
Funcionários das empresas turísticas x Viajantes, Turistas x Turistas, Agentes públicos x
Turistas, etc. ) provocando mudanças sociais e culturais.
O visitante pode ser internacional quando viajar para outro país; e interno quando viaja
dentro de um país em que reside.
1 - Turistas: Os visitantes que pernoitam em local diferente de seu local habitual, que
permanecem mais de 24 horas, ocupando qualquer alojamento coletivo ou privado
no lugar visitado.
A ATIVIDADE TURÍSTICA 17
Fundamentos do Turismo
Turista é qualquer pessoa que visita um país que não o do seu local normal de residência, por
qualquer motivo desde que não seja decorrente de uma ocupação remunerada dentro do país
visitado
Reflexão
Faça uma pesquisa e disserte sobre outras unidades utilizadas pelo turismo mundial;
Alojamento Turístico;
Encontro Habitual;
Classificação por motivo de viagem.
TURISTA - visitante temporário que permanece pelos menos 24h num pais;
EXCURSIONISTA - visitante temporário que permanece menos 24h e não pernoit; entretanto
não contempla os turistas domésticos.
Conforme a OMT, considera-se a origem e o destino dos visitantes, onde existem três
tipos básicos de turismo: Interno (ou doméstico); Receptivo e Emissor.
Turismo Interno (ou doméstico): realizado pelos viajantes dentro de seu próprio país.
Compreende as viagens aos finais de semana, para o campo ou praia, visitar parentes,
excursões religiosas, entre outras.
Turismo Receptivo: realizado pelos viajantes que não são residentes no país, na região
ou na localidade. Compreende como exemplo as viagens ou visitas pelos europeus a região
nordeste. No Brasil, São Paulo é a cidade que mais recebe turistas, tendo alto índice de
turismo receptivo.
Turismo Emissor: realizado pelos viajantes para fora do país, região ou localidade.
Compreende como exemplo a ida de brasileiros ao nordeste; as capitais de Estado são os
principais emissores de turistas para o litoral. São Paulo é o principal Estado emissor de
turistas para todo o país.
A ATIVIDADE TURÍSTICA 18
Fundamentos do Turismo
Desses três tipos básicos de turismo, derivam outras categorias: Turismo Interior,
Turismo Nacional e Turismo Internacional.
A ATIVIDADE TURÍSTICA 19
Fundamentos do Turismo
Sistema Turismo
4. SISTEMA TURÍSTICO
Reflexão
Na década de 1950, um grupo de cientistas propôs o
conceito de sistema que causou um impacto considerável, Mas o que é um sistema?
afetando diversos campos do conhecimento humano.
O que lhe vem à mente
Surgiram múltiplas referências, nas mais variadas áreas do quando pensa nessa palavra?
conhecimento, com abordagem sistêmica. Que relação ela pode ter
com as atividades do turismo?
A natureza da atividade turística é um resultado complexo de inter-relações entre
diferentes fatores que precisam ser considerados conjuntamente, numa ótica sistemática,
isto é, como um conjunto de elementos inter-relacionados entre si que se desenvolvem
dinamicamente.
SISTEMA TURÍSTICO 20
Fundamentos do Turismo
De acordo com Beni (1997), “o Turismo, na linguagem da Teoria Geral de Sistemas, deve
ser considerado um sistema aberto que [...] permite a identificação de suas características
básicas, que se tornam os elementos do sistema. Essa abordagem facilita estudos
multidisciplinares a partir de várias perspectivas com ponto de referência comum [...]”
Ambiente natural;
Ambiente cultural;
Ambiente social e econômico;
Nas funções de organização e operacionalização.
Dessa maneira, Beni (1997) divide sua teoria de sistemas em três grandes conjuntos:
SISTEMA TURÍSTICO 21
Fundamentos do Turismo
Veja que de uma forma bem simples, podemos afirmar que Sistema Turístico é um
conjunto complexo de inter-relações de diferentes fatores que devem ser considerados
conjuntamente sob uma ótica sistemática, ou seja, um conjunto de elementos inter-
relacionados que evoluem de forma dinâmica e cujos quatro elementos básicos são: a
demanda, a oferta, o espaço geográfico e os operadores de mercado.
No caminho da sua “viagem”, você vai encontrar maiores detalhes sobre demanda
turística e o que significa e caracteriza a oferta turística. Aproveite, então, mais uma etapa
da viagem para aprimorar seus conhecimentos.
Você Sabia? A oferta turística de uma localidade é constituída da soma de todos os produtos e
serviços adquiridos ou consumidos pelo turista durante a sua estada em uma destinação. É
importante ressaltar que esses produtos e serviços são oferecidos por uma gama de produtores e
fornecedores diferentes que, apesar de atuarem de forma individual, são entendidos pelo turista
como um todo que integra a experiência vivencial da viagem. (RUSCHMANN, 1997, p.138).
Conhecer a oferta turística é de grande importância para que haja uma melhor
compreensão do fenômeno turístico; apresenta características próprias, que são
relevantes, quando se têm em mente os crescentes fluxos turísticos internacionais.
SISTEMA TURÍSTICO 22
Fundamentos do Turismo
De modo geral, pode-se dizer que a oferta é a quantidade de bens e serviços que uma
empresa, ou conjunto de empresas, está apta e disposta a produzir e colocar no mercado
por determinado preço, determinada qualidade, determinado local e determinado
período de tempo. No curto prazo, as relações de mercado são regidas por uma lógica
denominada Lei da Oferta e da Procura 1 . Diz esta lei que, quando os consumidores
querem comprar um determinado produto em maior quantidade do que a disponível no
mercado, o preço tende a subir. Do contrário, quando existe pouca demanda, os
ofertantes tendem a reduzir o preço desse produto.
Em linhas gerais, sem levar em consideração os atrativos naturais das regiões que motivam,
numa primeira etapa, a criação de fluxos turísticos, pode-se definir a oferta básica como o
conjunto de equipamentos, bens e serviços de alojamento, de alimentação, de recreação e lazer,
de caráter artístico, cultural, social ou de outros tipos, capaz de atrair a assentar numa
determinada região, durante um período determinado de tempo, um público visitante. Como é
evidente, os valores que a natureza oferece sem necessidade da interferência do homem (sol,
praias, montanhas, paisagens) são as fontes de atração que sustentam os deslocamentos de
pessoas com finalidades especificamente turísticas. Não há dúvida de que esses elementos
imprescindíveis, por natureza não-reguláveis, escapam totalmente de um tratamento econômico
e ficam à margem do que se pode entender por “oferta” no sentido estrito da palavra. (BENI,
1998, p.153)
A oferta em turismo pode ser concebida como o conjunto dos recursos naturais e
culturais que, em sua essência, constituem a matéria-prima da atividade turística porque,
na realidade, são esses recursos que provocam a afluência de turistas. A esse conjunto
agregam-se os serviços produzidos para dar consistência ao seu consumo, os quais
1 Em economia a Lei da Oferta e da procura é a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto, ou a procura de um produto, e a quantidade que pode
ser oferecida, ou que o produtor deseja oferecer. Em períodos que temos grande oferta de um determinado produto, o seu preço cai. No entanto se o que tem é uma.
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Fundamentos do Turismo
compõem os elementos que integram a oferta no seu sentido amplo, numa estrutura de
mercado.
O quadro que se apresenta a seguir serve como exemplo de oferta turística de um país.
Hotéis 9.436
Acampamentos 928
Restaurantes 50.055
Agências de Viagens (centrais e sucursais) 4.450
Instalações náuticas 335
Estações de esqui 30
Campos de golfe 127
Parques aquáticos 31
Parques de diversões 6
Estações termais 96
Cassinos 20
Quadro: Oferta turística na Espanha
Fonte: Secretaria Geral de Turismo, 1993 in OMT. Introdução ao Turismo. São Paulo: Roca, 2001.
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Fundamentos do Turismo
e) Absorção – Uma das grandes vantagens do turismo é que a oferta agregada é maior
do que a produção. Em quase todas as atividades produtivas humanas, o resultado _
a oferta colocada no mercado – requer transformação laborativa. No caso do turismo,
ofertam-se o clima e as belezas naturais, que não foram produzidas pelo homem.
Assim também são os atrativos culturais, históricos, arquitetônicos e sociais, que são
criados com outras intenções e depois são convertidos em produto turístico.
Sabemos que a oferta turística é composta por um conjunto de elementos que podem
ser divididos conforme a seguir:
a) Atrativos turísticos;
b) Serviços turísticos;
c) Serviços públicos;
d) Infraestrutura básica;
e) Gestão;
f) Imagem da marca;
g) Preço.
SISTEMA TURÍSTICO 25
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TIPOS SUBTIPOS
Montanhas Picos Serras
Montes/morros/colinas Outros
Planalto e Planícies Chapadas/tabuleiros Patamares Pedras/tabulares
Vales/rochedos
Pântanos
Fontes hidrominerais e/ou termais
Parques e reservas de flora e fauna
Grutas/cavernas/furnas
Áreas de caça e pesca
Quadro: Tipos de atrativos naturais
Fonte: Adaptado IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 55.
TIPOS SUBTIPOS
Monumentos. Arquitetura civil
Arquitetura religiosa / funerária
Arquitetura industrial / religiosa
Arquitetura militar
Ruínas
Esculturas
Pinturas
Outros legados
Sítios. Sítios históricos
Sítios científicos
Instituições e Estabelecimentos de Museus
Pesquisa e Lazer. Bibliotecas
Arquivos
Institutos históricos e geográficos
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Fundamentos do Turismo
SISTEMA TURÍSTICO 27
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TIPOS SUBTIPOS
Meios de Hospedagem. Hotéis.
Motéis.
Flats.
Pousadas.
Pensões.
Pensionatos.
Lodges.
Hospedarias.
Albergues da juventude.
Bed & Breakfast.
Cruzeiros marítimos.
Campings.
Acantonamentos.
Colônias de férias.
Imóveis de aluguel.
Alimentação. Restaurantes.
Lanchonetes.
Sorveterias/docerias.
Cafés/casas de sucos/casas de chá.
Cervejarias.
Quiosques de praias.
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Fundamentos do Turismo
Entretenimentos. Bares.
Boates.
Danceterias.
Clubes/estádios/ginásios.
Casas de espetáculos.
Cinemas/teatros.
Parques de diversões.
Parques aquáticos.
Parques temáticos Boliches.
Pistas de patinação Bilhares.
Campos de golfe.
Terminais de turismo social.
Hipódromos.
Velódromos.
Autódromos/kartódromos.
Marinas Mirantes/belvederes.
Informação Turística. Guias/mapas.
Postos de informações/centros de informações turísticas.
Centrais de informações turísticas Jornais e revistas especializadas.
Outro elemento que merece destaque sobre a oferta turística é o conjunto de serviços
públicos necessários ao ato do consumo turístico. Não adianta uma localidade possuir
bons atrativos e bons serviços se não coloca à disposição do turista alguns serviços
básicos, como transportes públicos, por exemplo.
SISTEMA TURÍSTICO 29
Fundamentos do Turismo
TIPOS SUBTIPOS
Transportes. Táxi.
Ônibus.
Metrô.
Teleférico.
Bonde.
Trem.
Transporte.
Aquático.
Aeroporto.
Estação ferroviária.
Estação rodoviária.
Estação portuária.
Serviços Bancários. Agências bancárias.
Caixas eletrônicos.
Serviços de câmbio.
Sérvios de Saúde. Farmácias.
Prontos-socorros.
Hospitais.
Clínicas.
Maternidades.
Serviços de Segurança. Polícia turística.
Serviços de salva-vidas.
Corpo de bombeiros.
Serviços de Informação. Posto de informações turísticas.
Sinalização turística.
Mapas e guias turísticos locais.
Serviços de Postos telefônicos.
Comunicações. Orelhões.
Rádio e televisão.
Disponibilidade de fax e Internet.
Serviços de Apoio a Postos de abastecimento.
Automobilistas. Oficinas mecânicas.
Borracheiros.
Lojas de autopeças.
Comércio Turístico. Lojas de conveniências.
Lojas de artesanato.
Lojas de produtos típicos.
Serviços Bancários. Agências bancárias.
Caixas eletrônicos.
Serviços de câmbio.
Quadro: Serviços públicos de apoio ao turismo
Fonte: Adaptado IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 68.
SISTEMA TURÍSTICO 30
Fundamentos do Turismo
A seguir, o último quadro desta série, que apresenta alguns tipos de infraestrutura
básica.
TIPOS SUBTIPOS
Acessos. Rodovias.
Ferrovias.
Fluviovias.
Terminais de passageiros, aéreos, rodoviários, ferroviários,
marítimos, fluviais.
Essa listagem, apresentada pelas tabelas, de forma alguma esgota todos os quesitos
necessários e classificados como “oferta turística”. O turismo depende de uma infinidade
de serviços especializados, os quais, por sua vez, dependem de uma infinidade de
profissionais com as mais variadas especializações.
SISTEMA TURÍSTICO 31
Fundamentos do Turismo
Você sabia? Que as diversas formas de classificação da demanda não são excludentes?
Podemos compor o tipo de demanda que analisamos. Assim, por exemplo, podemos ter uma
demanda turística nacional, com vôo fretado, para a participação em uma feira, com cinco dias de
permanência, numa viagem intermediada por uma agência e destinada a um grupo de adultos. De
outra forma, temos um perfil muito diferente em uma demanda internacional, com ônibus
turístico, para a participação num show de rock, em um final de semana, organizada por uma
operadora, para um grupo de jovens. (LEMOS, 2001, p.74).
De acordo com Lemos (1983 apud FELLINI, 2001, p.75), a classificação da demanda
turística pode ser assim apresentada:
a) Quanto ao espaço:
Nacional ou Doméstico.
Internacional.
SISTEMA TURÍSTICO 32
Fundamentos do Turismo
Automóvel alugado.
Carona.
Trem.
Ônibus rodoviário.
Ônibus turístico.
Vôo comercial.
Vôo fretado.
Marítimo.
Misto.
f) Quanto à idade:
Turismo infantil.
Turismo para jovens.
Turismo para adultos.
Turismo para terceira idade.
As demandas dos diferentes mercados turísticos são variadas, de acordo com os tipos
de ofertas turísticas. Todas, no entanto, em menor ou maior grau de intensidade
possuem as seguintes características: a elasticidade, a sensibilidade e a sazonalidade.
SISTEMA TURÍSTICO 33
Fundamentos do Turismo
SISTEMA TURÍSTICO 34
Fundamentos do Turismo
Aspectos Sociais
5. RELAÇÃO ENTRE TURISTAS E RESIDENTES.
No aspecto social, a principal interação que ocorre nos destinos turísticos, é entre os
visitantes e os moradores locais, sendo os turistas um conjunto de pessoas de todo tipo que
afluem em determinada localidade para usufruir seus recursos naturais e culturais,
incluindo o clima de hospitalidade da população local. Considera-se também a quantidade
de turistas que a localidade comporta, pois o número excessivo de turistas prejudica a
convivência harmônica com a população local, comprometendo assim a segurança local.
As relações entre turistas e residentes em qualquer destino turístico pode ser medido
através de um índice de irritabilidade baseado na evolução gradativa dos sentimentos da
população residente em relação aos visitantes; é constituído pela euforia, apatia, irritação e
antagonismo, conforme escala apontada por Doxey (1972).
A apatia: embora os moradores aceitem os visitantes, a relação entre eles fica mais
formal.
Conforme a tipologia citada por Cohen em 1972 indicam-se quatro tipos básicos de
turistas, classificados em mochileiros, explorador, turista de massas individual e o turista de
massas organizado.
O Mercado
6. MERCADO TURÍSTICO
Assim como a economia mundial tem se globalizado, com o turismo não é diferente, pois
a globalização atingiu vários setores da vida e isto significa que as informações locais
podem ser acessadas dos mais longínquos lugares. Essa abertura de fronteiras possibilita
conhecer sobre atrativos turísticos de cada localidade, independentemente de onde a pessoa
esteja.
MERCADO TURÍSTICO 37
Fundamentos do Turismo
De acordo com Balanzá e Nadal (2003, p.125), o mercado pode ser analisado sob três pontos
de vista diferentes:
MERCADO TURÍSTICO 38
Fundamentos do Turismo
É fato que, na prática, a atividade turística no Brasil se restringe muito mais a uma
minoria, a uma camada economicamente favorecida. Mas isso não inviabiliza a realização
de atividades do turismo por uma população menos favorecida, que não pode viajar. É
possível, com um custo muito mais baixo, desenvolver a prática turística, que pode ser
realizada próxima das residências, desde que o governo proporcione os espaços recreativos
e equipamentos adequados para tal.
MERCADO TURÍSTICO 39
Fundamentos do Turismo
O turismo interno, pela sua riqueza natural e cultural, apresenta uma gama de opções
em atividades turísticas. Há em nosso país vários lugares para essas atividades, e entre estes
os mais procurados são a Amazônia, o litoral e o Planalto Central. Além desses, temos
outros tipos de atrativos, como: a arquitetura brasiliense, o turismo histórico em Minas
Gerais, os ramos dos negócios em São Paulo, os atrativos dos pampas, o clima frio e a
arquitetura germânica no sul do país.
MERCADO TURÍSTICO 40
Fundamentos do Turismo
MERCADO TURÍSTICO 41
Fundamentos do Turismo
No decorrer dos anos, sucederam-se inúmeras inaugurações: em 1885, o trem para subir
o Corcovado, sendo o primeiro atrativo turístico a receber uma infraestrutura; em 1908, o
Hotel Avenida, no Rio de Janeiro, com 220 quartos, marcando o início da atividade
hoteleira; em 1927, a empresa aérea Lufthansa cria no Brasil a Condor Syndicat, hoje
denominada Varig, junto com a Panair do Brasil, ambas impulsionando o turismo interno e
externo. Somente em 1968, o governo brasileiro elabora os primeiros instrumentos de
regulamentação da atividade, com a criação do Conselho Nacional de Turismo (CNTur) e
do Fundo Geral de Turismo, com o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR).
Chega, como se costuma dizer, a etapa da maturidade desse setor nos anos 1980, com a
internacionalização marcante das empresas hoteleiras e operadores turísticos, na busca da
maior fatia de mercado turístico, marcando o momento em que o turismo se introduz
totalmente na economia dos países, tornando-se em muitos deles a mola impulsionadora da
economia. Consequemente, os países e suas regiões terminam por aderir às práticas
turísticas como complemento ideal para a economia local, levando até a uma inconsequente
exploração dos atrativos turísticos sem a preocupação em preservar, ao contrário, muitas
vezes agredindo e desrespeitando os bens naturais e culturais de algumas regiões.
MERCADO TURÍSTICO 42
Fundamentos do Turismo
Os inúmeros abusos e o desrespeito para com a natureza são fatos efetivados e que
visivelmente afetaram o cenário do turismo brasileiro, quer relativos ao aspecto econômico,
quer no que se possa compreender como marca cultural, quer no âmbito político e social.
Mas o ponto positivo é que a atividade turística no Brasil tem crescido e reflete a
consolidação de ações em prol de um modo mais harmônico de fazer turismo e estar em
harmonia com o meio ambiente e tudo o que com ele se relaciona.
Nos anos 1980, o turismo ganha mais “fôlego”, torna-se motor impulsionador da
economia de muitos países. Esse ânimo aconteceu em decorrência do avanço das
MERCADO TURÍSTICO 43
Fundamentos do Turismo
MERCADO TURÍSTICO 44
Fundamentos do Turismo
a) 1900 – 1914: nesse período, houve um crescimento tímido, que foi interrompido de
forma brusca pela Primeira Guerra Mundial (1914/1918). Não há estatísticas precisas sobre o
turismo dessa época;
b) 1919 – 1929: período em que ocorreu uma onda ascendente, até que o turismo
alcançou o pico em 1919. Inicio o turismo de massa. Na suíça, em 1919, mais de 2 milhões de
visitantes usufruíram da hospitalidade helvética. Na Alemanha, esse período foi
denominado de ‘República de Weimar’ com muitas atividades culturais que atraiu muitos
jovens do restante da Europa pela efêmera efervescência germânica. A República de
Weimar findou em 1933, quando da ascensão de Hitler ao poder. Em 1929, houve a queda
repentina das ações das Bolsas de Valores de Nova Iorque, ocasionando uma profunda crise
que se espalhou pelo mundo capitalista. O turismo também foi atingido e em 1932 sofreu
graves consequências em razão da crise;
c) 1933 – 1939: ascensão do Turismo até 1937. Esse fortalecimento na Europa não atingiu
a Espanha por causa da Guerra Civil. Em 1939, novamente o decréscimo das correntes
turísticas;
d) 1939 – 1949: no período da segunda guerra, houve uma paralisação total do Turismo
internacional e nacional;
MERCADO TURÍSTICO 45
Fundamentos do Turismo
Tabela: Dados gerais do turismo mundial - Chegada de turistas e receita cambial do turismo
internacional no mundo (1996-2005)
Ano Chegada de turistas internacionais Receitas
Milhões Índice Variação US$ Índice base: Variação
de base: anual (%) bilhões 1996=100 anual (%)
turistas 1996=100
1996 596,5 100 - 435,6 100 -
1997 610,8 102 2,40 436,0 100 0,09
1998 626,6 105 2,59 442,5 102 1,49
1999 650,2 109 3,77 455,0 104 2,82
2000 689,2 116 6,00 482,9 111 6,13
2001 688,5 115 (0,10) 471,6 108 (2,34)
2002 708,9 119 2,96 486,9 112 3,24
2003 696,6 117 (1,74) 532,8 122 9,43
2004 765,5 128 9,89 632,7 145 18,75
2005 808,4 136 5,60 681,5 156 7,71
Fonte: Organização Mundial do Turismo – OMT
Notas: Dados de 2001 a 2004 revisados Dados de 2005 são estimados.
MERCADO TURÍSTICO 46
Fundamentos do Turismo
O que tem sido foco de muitas discussões atualmente é o turismo sustentável como um
meio de gerenciar atividades que propiciem atender, concomitantemente, às necessidades
dos turistas e das regiões receptoras, satisfazendo também as necessidades econômicas,
sociais e ambientais.
MERCADO TURÍSTICO 47
Fundamentos do Turismo
Organizações Turísticas
Certamente você já ouviu falar muito no termo “organização”, e sabe que existem
muitos tipos de organizações, não é mesmo? Mas como definir uma “organização de
turismo”? Quais os elementos que a compõem? O que entra na definição deste termo?
Nesta unidade serão abordados elementos para compreender quais as funções das
organizações de turismo e o que lhes cabe como organismos de prestação de serviços no
conjunto de políticas públicas e privadas.
Sendo assim, será uma espécie de introdução para oferecer uma base ao
entendimento de um todo, que é “sistêmico” e interligado a outros setores e áreas, como
vimos na unidade anterior. Comecemos com as contribuições de Mário Carlos Beni
(1997).
48
Fundamentos do Turismo
Aos órgãos estaduais e municipais cabem, com apoio federal, a concepção dos
programas e a execução dos projetos regionais e locais. Da mesma forma, e
com igual apoio, compete a eles a iniciativa dos melhoramentos e
equipamentos necessários ao uso público das áreas de interesse turístico.
Os estudos de Mário Carlos Beni (1997) nos remetem a uma compreensão do ponto
de vista histórico, importante ao entendimento contextualizado da organização turística.
Observe a cronologia e os fenômenos que lhe são pertinentes:
Reflexão
O papel do poder público pode abranger inúmeras atividades, conforme o grau de intervenção que o
Estado possui na atividade econômica. A seguir alguns exemplos dessas áreas:
A Conferência das Nações Unidas, realizada em Roma, em 1963, diz que cabe
aos Organismos Nacionais de Turismo a tarefa de estimular e coordenar as
atividades nacionais referentes ao turismo;
Em nível estadual, a estrutura organizacional que foi sendo assumida não seguiu
No que se refere ao nível municipal também não houve uma padronização com
relação aos nomes dos órgãos responsáveis pela política oficial de Turismo. Alguns
exemplos da imensa variedade de nomenclaturas atualmente encontradas no vasto
território nacional:
International Association of
amusement Parks and Attractions Visite o site: www.iaapa.org
(IAAPA)
Fonte: Adaptado IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2003, p. 191 - 192.
Planejamento Turístico
8. O PLANEJAMENTO TURÍSTICO
Observe, em primeiro lugar, que tão importante quanto definir “planejar” é situar o
planejamento turístico no contexto de sua utilização de elementos, como: a necessidade
de considerar esta prática no desenvolvimento de atividades, a compreensão do conceito
de forma significativa no universo teórico e metodológico da ação.
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 55
Fundamentos do Turismo
dos recursos utilizados para alcançá-los e das políticas que deverão governar a
aquisição, utilização e disposição desses recursos dá-se o nome de planejamento.
Uma das principais barreiras que atuam contra a atividade do planejamento é a falta
de recursos financeiros e a alegação de que planejar requer muito dinheiro. Justamente
quando se dispõe de menos recursos financeiros, materiais e humanos, mais necessário
se tornam saber como aplicá-los e direcioná-los.
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 56
Fundamentos do Turismo
Planejamento turístico
O planejamento turístico pode ser entendido como “um processo que ordena as
ações do homem sobre uma determinada localidade turística, direcionando a construção
de equipamentos e infraestrutura de uma maneira adequada. Esse direcionamento
impede ou minimiza os efeitos negativos que a atividade turística pode trazer,
destruindo ou afetando a atratividade de um local ou região.”
De acordo com Beni (1998, p.108), “planejar o turismo é raciocinar sobre como a
atividade alcançará uma posição desejada e pré-estabelecida. Os pontos básicos para
chegar a esse estado são: estabelecer objetivos, definir cursos de ação e determinar as
necessidades dos recursos.”
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 57
Fundamentos do Turismo
o bem-estar da população residente e dos turistas. Além disso, deve cuidar da proteção e
conservação do patrimônio ambiental, aí compreendidos os ambientes natural,
psicossocial e cultural, bem como criar condições que facilitem e regulamentem o
funcionamento dos serviços e equipamentos nas destinações, necessários ao
atendimento das necessidades e anseios dos turistas, geralmente a cargo de empresas
privadas.
3. Planejar cuidadosamente o
funcionamento de suas atividades e
3. Criar mecanismos de fiscalização e controle.
equipamentos para atender com qualidade
às necessidades e desejos do turista.
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 58
Fundamentos do Turismo
Fonte: Adaptado de RUSCHMANN, Doris, in ANSARAH, M.G.R (org). Turismo: como aprender – como ensinar. São
Paulo: SENAC, 2001, p. 68.
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 59
Fundamentos do Turismo
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 60
Fundamentos do Turismo
Figura 4.1: Hierarquia das necessidades para elaboração de um planejamento de turismo. Fonte: Organização Mundial
do Turismo (OMT, 2001, p. 175)
Observe que de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2001, p. 177),
a planificação da atividade turística nos níveis supracitados permite um melhor
aproveitamento dos recursos. Isto faz com que as vantagens econômicas, ambientais e
sociais sejam exacerbadas e auxilia na diminuição de problemas e custos.
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 61
Fundamentos do Turismo
O conhecimento de uma vasta gama de fatores em todos esses níveis pode fazer com
que o planejador local obtenha melhores resultados em seu trabalho.
Toda a complexidade da atividade de planejar o turismo faz com que seja necessário
tomar uma série de decisões e implantar ações, que somente surtirão efeito se forem
empreendidas dentro de um esquema metodológico minucioso. Visto que as propostas e
decisões têm importâncias distintas e impactos peculiares, convencionou-se aplicar o
planejamento em três prazos diferentes: longo, médio e curto prazo.
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 62
Fundamentos do Turismo
Você, acadêmico de turismo, precisa entender que o turismo é muito mais que um
fator de incremento do PIB (Produto Interno Bruto). A política e as diretrizes para o
planejamento do turismo no Brasil e no mundo devem, obrigatoriamente, observar o
caráter social e humano da atividade e suas implicações nas comunidades residentes nos
núcleos receptores.
Então, como forma de você contar com uma “ferramenta” facilmente disponível,
quando o assunto for planejamento, lembre-se também do seguinte:
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 63
Fundamentos do Turismo
O QUE É PLANEJAR?
O PLANEJAMENTO TURÍSTICO 64