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Sabão em Barra - Processo

O documento descreve um projeto que ensinou estudantes a produzir sabão e produtos de limpeza a partir de óleo de cozinha usado, coletado em comunidades. O projeto realizou palestras e oficinas sobre a produção sustentável destes itens, e testou amostras dos produtos em laboratório para avaliar qualidade. Os resultados mostraram benefícios técnicos, sociais e ambientais do projeto.

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Sabão em Barra - Processo

O documento descreve um projeto que ensinou estudantes a produzir sabão e produtos de limpeza a partir de óleo de cozinha usado, coletado em comunidades. O projeto realizou palestras e oficinas sobre a produção sustentável destes itens, e testou amostras dos produtos em laboratório para avaliar qualidade. Os resultados mostraram benefícios técnicos, sociais e ambientais do projeto.

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AÇÃO SOCIOAMBIENTAL E CIENTÍFICA: PRODUÇÃO DE

SABÃO E DERIVADOS DE LIMPEZA A PARTIR DO ÓLEO


RESIDUAL
Larissa Gomes Pereira da Silva1; Vinicius Emanuel da Silva2; José Edvaldo Alves da Silva Júnior3;
Viviane Ferreira Lima4; Flávia Gonçalves Domingues Ferreira5, Flávia Garrett Azevedo6

¹ Graduanda do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Estácio Recife – PE,


larissagomes_p.silva@outlook.com;
² Graduando do Curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário Estácio Recife – PE,
vinnyemanuel123@hotmail.com;
³Graduando do Curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Estácio Recife – PE,
joseedvaldoalvesj@hotmail.com;
4
Graduanda do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Estácio Recife – PE,
vivianesilvape@gmail.com;
5
Professora dos Cursos das Engenharias do Centro Universitário Estácio Recife – PE,
flavia.domingues@estacio.br;
6
Professora dos Cursos das Engenharias do Centro Universitário Estácio Recife – PE,
flavia.garrett@estacio.br;

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo ensinar aos alunos as diversas técnicas da
produção de sabão artesanal, oriundos de óleo reutilizados, além de produtos derivados
de limpeza. Além disso, levar essa conscientização nas comunidades durante a coleta do
óleo. A metodologia foi composta de duas etapas: a primeira de forma científica, na
produção dos produtos artesanais. A segunda etapa, foram as atuações em forma de
Palestra e de oficinas no DIA E, realizado no dia 19 de setembro no COMPAZ. Foram
obtidos resultados de ordem técnicas, sócio, empreendedor e sustentáveis. Os visitantes
receberam panfletos com as devidas orientações e pequenas amostras dos produtos.
Foram sorteados Kits para os visitantes e anotados aos que desejavam participar das
oficinas oferecidas pela Unidade San Martin - Núcleo das Engenharias da Estácio Recife.

Palavras-chave: produtos de limpeza, óleo residual, sustentabilidade.

ABSTRACT
The present work had as objective to teach to the students the diverse techniques of the
production of handmade soap, originating from oil reused, besides products derived from
cleaning. Also, bring this awareness in the communities during the collection of oil. The
methodology was composed of two stages: the first one in a scientific way, in the
production of artisanal products. The second stage was the activities in the form of a
Lecture and workshops at DIA E, held on September 19 at COMPAZ. Technical, social,
entrepreneurial and sustainable results were obtained. Visitors received pamphlets with
the proper guidelines and small samples of the products. Kits were drawn for the visitors
and annotated for those who wanted to participate in the workshops offered by the San
Martin Unit - Nucleus of Engineering Estácio Recife.

Keywords: cleaning products, residual oil, sustainability.

1
1. Introdução

A crescente preocupação em relação ao meio ambiente e o aumento do uso do


óleo de cozinha, frequentemente utilizado em frituras, sem falar no mal que o “excesso”
pode causar ao organismo, também produz dano ao meio ambiente se jogado pelo ralo da
pia, pois provoca o entupimento das tubulações nas redes de esgoto, aumentando em até
45% os seus custos de tratamento (Biodiesel, 2008).

Esse descarte, além de causar mau cheiro, aumenta consideravelmente as


dificuldades referentes ao tratamento de esgoto. E acaba chegando aos rios e até mesmo
ao oceano, através das tubulações. A presença do óleo na água é facilmente perceptível.
Por ser mais leve e menos denso que a água ele flutua, não se misturando, permanecendo
na superfície. Cria-se assim uma barreira que dificulta a entrada de luz e bloqueia a
oxigenação da água. Esse fato pode comprometer a base da cadeia alimentar aquática
(fitoplânctons), causando um desequilíbrio ambiental, comprometendo a vida (Paraíso,
2008).

Os óleos vegetais são produtos naturais constituídos por uma mistura de ésteres
derivados do glicerol (triacilgliceróis ou triglicerídios), cujos ácidos graxos contêm
cadeias de 8 a 24 átomos de carbono com diferentes graus de insaturação. Conforme a
espécie de oleaginosa, variações na composição química do óleo vegetal são expressas
por variações na relação molar entre os diferentes ácidos graxos presentes na estrutura.
Portanto, a análise da composição de ácidos graxos constitui o primeiro procedimento
para a avaliação preliminar da qualidade do óleo bruto e/ou de seus produtos de
transformação e isto pode ser obtido através de vários métodos analíticos tais como a
cromatografia líquida de alta eficiência, a cromatografia em fase gasosa5 e a
espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (Plank et. al., 1994 e
Mittelbach et. al, 1996)

A reciclagem de resíduos de óleos vegetais saturados atualmente concentra – se


na adição do óleo como o ingrediente do biodiesel, técnicas para produção de sabão,
resinas para tintas e massa de vidraceiro (Ambiente Brasil, 2008). Essa reciclagem é
realizada pela técnica de saponificação.

A saponificação é a reação química que ocorre através da mistura de um ácido


graxo existente em óleos ou gorduras com uma base com forte aquecimento. O sabão é
um sal de ácido carboxílico e por possuir uma longa cadeia carbônica em sua estrutura
molecular é capaz de se solubilizar tanto em meios polares quanto em meios apolares. A
extremidade polar do sabão é solúvel em água; a cadeia longa é apolar e solúvel em óleos;
quando uma gota de óleo é atingida pelo sabão, o mesmo penetra, assim tornando solúvel
em água (Allinger, 1976).

De acordo com Drashirley (2003), o processo de elaboração de sabão caseiro era


bastante conhecido, mas com o advento do sabão em pó, com a migração do pessoal da

2
zona rural para as grandes cidades e o ritmo de vida atual, o processo caiu em desuso e
esquecimento. Atualmente, é raro encontrar mesmo no meio rural quem ainda se dedique
a fabricar sabão artesanalmente. Durante centenas de anos os sabões foram usados para
processos de limpeza e lavagem, em todo o mundo, sendo conhecidos há mais de 2.500
anos. Os fenícios se banhavam fazendo uso de uma pasta obtida fervenda banha de cabra
com cinzas de madeira.

2. Material e Métodos

A metodologia utilizada, foi descritiva. Através da observação, analise e registro


dos fatos em estudo. Explicativa, na identificação dos fatores que contribuem com a
ocorrência do processo experimental.

As abordagens foram de forma qualitativa e quantitativa com procedimento


experimental no laboratório com teste; comprovando através dos dados laboratoriais, com
resultados do processo de saponificação através do óleo residual, pelo estudo estatístico
das amostras realizadas em laboratório e pesquisa de satisfação dos produtos. Além disso,
da realização das Palestras e treinamentos do COMPAZ.

Os Locais de estudo foram na própria comunidade onde ocorreram as palestras e


oficinas.

Os Materiais a serem utilizados no processo foram: 5 litros de água; 2 litros de


óleo de cozinha; 1 kg de soda cáustica em flocos ou escamas; 500 ml de desinfetante a
base de eucalipto e 30 ml de essência aromatizante (Figura 1). Além de vidrarias e
equipamentos: Bécheres de 1000 mL; provetas de 1000mL; bastão de vidro; pipetas
graduadas de 50 mL; vidro de relógio com 10 cm de diâmetro; dessecador; aquecedor e
balança analítica com precisão.

Figura 1- Reagentes que foram utilizados na produção dos produtos de limpeza

3
3. Resultados e Discussões

3.1 Coleta e conscientização


A coleta (Figura 2), foi realizada semanalmente nos bairros de Ouro Preto –
Olinda, Afogados e San Martin.

Figura 2- Coleta com conscientização da comunidade e entrega do óleo na Instituição

Todos da comunidade, após escutarem e receberem os panfletos educativos,


começaram a juntar seus óleos e fazerem em suas casas sabões artesanais; quando não
tinham o tempo disponível, deixavam no ponto de coleta da Instituição.

3.2 Produção e testes dos produtos de limpeza

A preparação seguiu uma metodologia pré-estabelecida do projeto em estudo.


Colocados os reagentes, todos foram homogeneizados (Figura 3); para o sabão artesanal
foram colocados de copinhos de plástico de 50mL e foram analisados a cada dia o pH
(Figura 4) e comparados com o industrial; para a produção do sabonete líquidos,
desinfetante de banheiro e detergente de prato, foram colocados em garrafas pet de
volume útil de 250mL e da mesma forma analisados o pH a cada dia.

4
Figura 3- Produção dos produtos de limpeza

Figura 4- Testes dos produtos pela verificação do pH por fenolftaleína e pelo pHmetro

Após os testes do pH, foram verificados parâmetros (cor, cheiro e consistência).

3.2.1 Sabão artesanal


As 8 amostras analisadas tiveram as seguintes características: 1º. amostra: 20ml
de água + 20g de soda cáustica + corante azul e fragrância +100ml de óleo limpo (marca
A) obteve: cor azulada, textura sólida, pouco cheiro da fragrância, pH 7.96 e temperatura
de 22,8°C; 2º. amostra: 20ml de água + 20g de soda cáustica + 100ml de óleo limpo(
marca A) obteve: cor amarelada, textura pastosa, sem cheiro, pH 7.39 e temperatura de
21,2°C; 3º. amostra: 20ml de água 20g de soda cáustica + 100 ml de óleo pouco utilizado
(amostra x) obteve: cor amarelada, textura sólida, sem cheiro, pH 7.65 e temperatura de
20,8°C ; 4º. amostra: 20ml de água + corante e fragrância + 20g de soda cáustica + 100ml
de óleo pouco utilizado (amostra x) obteve: cor esverdeada, textura sólida, cheiro da
fragrância, pH 7.75; 5º e temperatura de 21,1°C ; 5º. amostra: 20ml de água + 20g de soda
cáustica + corante azul e fragrância +100ml de óleo limpo ( marca B) obteve: cor azulada,
textura sólida, pouco cheiro da fragrância, pH 7.83 e temperatura de 21,6°C ; 6º. amostra:
20ml de água + 20g de soda cáustica + 100ml de óleo limpo (marca B) obteve: cor
amarelada, textura pastosa, sem cheiro, pH 7.45 e temperatura de 21,1°C; 7º. amostra:
20ml de água 20g de soda cáustica + 100 ml de óleo pouco utilizado (amostra y) obteve:
cor amarelada, textura sólida, sem cheiro e pH 7.55; e 8º. amostra: 20ml de água + corante
e fragrância + 20g de soda cáustica + 100ml de óleo pouco utilizado (amostra y) obteve:
cor esverdeada, textura sólida, cheiro da fragrância, pH 7.56 e temperatura de 21,9°C .

Figura 5- Sabões artesanais

5
3.2.2 Detergente de prato, Desinfetante de banheiro e sabonete líquido

Em cada produto, foi realizado amostras em triplicata. Os resultados: cheiro


característico da essência utilizada, cor característica do produto e textura, no caso do
sabonete líquido, viscoso e nos demais liquido. Todos com pH de 7.5 e 8.0, após as
análises foram etiquetados com suas caraterísticas conforme Figura 6.

Figura 6- Produtos de limpeza.

3.3 Palestras e Oficinas

As Palestras foram realizadas a cada visita de grupos, foram passadas a


importância do não descarte do óleo em ralos, pias e vasos sanitários; que o óleo não se
mistura na água e o odor atrai ratos, baratas nas residências, além de causar entupimento
nas galerias. As técnicas do preparo também foram demonstradas e em cada turno foram
sorteados Kits de limpeza para as donas de casa da comunidade, conforme figura 7.

Figura 7- Palestras e recebimentos dos kits de limpeza.

Wildner e Hillig (2012), constatou-se que o consumo mensal varia, sendo que 44%
do grupo consomem de 2 a 3 litros e 13% consomem 3 a 4 litros, sendo que destes
consumidores 41% descarta uma quantidade relativamente alta, mais de um litro por mês.
As formas de descarte são variáveis, sendo que 9% colocam diretamente na pia, 12%
dispõe no solo, 25% faz doação e 41% guarda para fazer sabão, 4% coloca no lixo comum
e 9% reutiliza para fazer comida para animais ou fazer fogo na churrasqueira.
Conforme Baldasso et. al. (2010), com a reciclagem do óleo além de tirar o mesmo
do meio ambiente, pode ser usado como um bom produto de limpeza podendo ser

6
fabricado sabão, detergentes, sabão em pó, amaciantes. O óleo de fritura quando se
transforma em sabão, tem a capacidade de quebrar a molécula de gordura, deixando
solúvel em água.

3.4 Viabilidade Financeira e o Selo de Instituição Sustentável

A busca de alternativas para solucionar a problemática de acúmulos de substâncias


não biodegradáveis, traz como alternativa a reutilização do óleo, para fins diversos como
produtos de limpeza, com custo baixo. Visto que o único componente a ser comprado
será a soda cáustica; que 1Kg do reagente, com o óleo residual, obtém-se 10kg de sabão
em barra. Uma economia de quase 600%.
Fernandes et. al, (2008), obtiveram um sabão de consistência firme, espumante e
eficiente na limpeza de roupas e louças, especialmente utensílios de alumínio. O custo de
cada barra é de R$ 0,25 em média.
O presente projeto é continuidade ao projeto anterior. Visto que, os trabalhos
realizados nas comunidades tiveram êxito tanto na parte sustentável, quanto na
empreendedora. Algumas donas de casa começaram a ter uma nova perspectiva de
produção para vendas e ajudando com higiene mental.
A Estácio Recife se fez presente com ações sociais nos eventos, nas escolas
públicas, privadas e em Instituições parceiras como o COMPAZ, obtendo o selo de
Sustentabilidade (2017 – 2018 e agora 2018 – 2019) de Instituição Socialmente
Responsável, conforme figura 8.

Figura 8- Selos Obtidos pela Estácio Recife nos anos de 2017 e 2018
Fonte: ABMES, 2019

4. Considerações Finais

O uso de produtos químicos poluentes para desentupir essas instalações de


esgotos, leva à mais poluição e a mais gastos econômicos. Todos da comunidade, são
responsáveis por essas ações negativas. Por isso é importante, que ao descartar o óleo,
deverá ser realizada de forma consciente: colocá-lo em algum recipiente vedado e
descartá-lo com o lixo orgânico comum. Ou usá-lo de forma empreendedora, na produção
de seus próprios produtos de limpeza.

7
Durante da coleta, nas palestras e oficinas, as comunidades receberam panfletos
com as devidas orientações ambiental, além de ordem técnica.
Foram sorteados Kits para os visitantes e anotados os contatos dos que desejavam
participar das oficinas oferecidas pelo Núcleo das Engenharias da Estácio Recife.

5. Referências
ALLINGER, N. L. Química Orgânica.2 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1976.

AMBIENTE BRASIL. Gerenciamento de resíduos. 2008. Disponível em


http://www.ambientebrasil.com.br/ . Acesso em 21 mai. 2017.

BALDASSO, E.; PARADELA, A. L.; HUSSAR, G. J.; Reaproveitamento do óleo de


fritura na fabricação de sabão. Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal, v. 7, n.
1, p. 216-228, jan./mar. 2010

BIODIESEL. Reciclagem de óleo de cozinha. Disponível em:


https://www.biodieselbr.com/ . Acessado em março de 2008.

DRASHIRLEY. A história do sabão. 2003. Disponível em


http://www.drashirleydecampos.c/ . Acesso em 21 jun. 2017.

Fernandes, R. K. M., Pinto, J. M., Medeiros, O. M, Pereira, C. A., Biodiesel a partir de


óleo residual de fritura: Alternativa energética e desenvolvimento sócio- ambiental.
XXVIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. A integração de cadeias
produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a
16 de outubro de 2008.

PARAÍSO. Programa de coleta seletiva de óleo de cozinha usado. Disponível em:


http://www.paraiso.mg.gov.br/ . Acessado em Junho de 2017.

WILDNER & HILLIG, Reciclagem de óleo comestível e fabricação de sabão como


instrumentos de educação ambiental. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e
Tecnologia Ambiental, v(5), n°5, p. 813 - 824, 2012.

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