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Trabalho Servico Social

1) O documento discute a origem e fundamentos da profissão de Serviço Social no Brasil, bem como aspectos éticos da atuação do Assistente Social. 2) O Serviço Social surgiu no Brasil na década de 1930 e se atualizou para atender às novas demandas sociais no contexto do capitalismo neoliberal. 3) O código de ética de 1993 estabeleceu novos princípios como a defesa dos direitos humanos e da justiça social, mudando o foco do Assistente Social de assistencial
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Trabalho Servico Social

1) O documento discute a origem e fundamentos da profissão de Serviço Social no Brasil, bem como aspectos éticos da atuação do Assistente Social. 2) O Serviço Social surgiu no Brasil na década de 1930 e se atualizou para atender às novas demandas sociais no contexto do capitalismo neoliberal. 3) O código de ética de 1993 estabeleceu novos princípios como a defesa dos direitos humanos e da justiça social, mudando o foco do Assistente Social de assistencial
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INTRODUÇÃO

Para alcançar os objetivos propostos pelo trabalho, se faz necessário


apresentar de forma sintetizada a profissão do Serviço Social, sua origem e
fundamentos. Além disso, será abordado também a aspectos éticos presentes
na atuação do Assistente Social.
O Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, interventivo e crítico,
sendo uma profissão de nível superior regulamentada pela Lei nº 8.662 de 07
de junho de 1993. É importante salientar alguns termos divergentes, mas que
são por muitas vezes confundidos.
O Assistente Social é o profissional que possui o bacharelado em Serviço
Social e registro no Conselho Regional de Serviço Social – CRESS. Já a
Assistência Social é uma Política Pública.

DESENVOLVIMENTO
O Serviço Social, inserido na divisão sócio - técnica têm sua origem histórica
no Brasil anos 30 do século XX, a partir do contexto e particularidades sociais,
econômicas e políticas atrelado ao processo de consolidação do capitalismo no
Brasil.
O Serviço Social neste cenário contemporâneo do capitalismo neoliberal e
financeiro, como profissão inserido no sistema, se atualizou para atender as
novas demandas da sociedade em geral, alterando o mercado de trabalho, as
condições do exercício profissional e os processos e condições de trabalho
profissionais, se reformulando através das novas diretrizes curriculares, do
Código de Ética do Assistente Social e da lei de regulamentação da profissão.
(IAMAMOTO,2000)
Nessa conjuntura, de acordo com Iamamoto (2000) há uma enorme
necessidade de cessar com a visão focalista, com o fatalismo histórico e com o
messianismo profissional, pois o Assistente Social não é o agente
revolucionário que irá transformar a ordem societária, uma vez que ele é
também um profissional assalariado na ordem vigente, nisso, o Serviço Social
é considerado trabalho pelo fato de se encaixar como profissão que é
assalariada, sendo essencial ao capitalismo.
Além disso, o assistente social tem como objeto de trabalho as expressões da
questão social, fruto das mazelas, desigualdades sociais e da contradição entre

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o capitalismo e o trabalho. O profissional atua através de conhecimento, e de
instrumentos para intervir a partir das bases teórico-metodológicos, por meio da
regulamentação da profissão, se materializando assim em entrevistas sociais,
visitas domiciliares, pareceres sociais, reuniões, entre outros.
(IAMAMOTO,2000)
Iamamoto(2000) afirma que no contexto de capitalismo contemporâneo, um
novo modelo de profissional é traçado afim de viabilizar direitos aos indivíduos,
sendo capacitado com as análises dos processos sociais, se atualizando
conforme as novas demandas. Esse profissional deve ser capaz de promover
mudanças tanto na matéria quanto no sujeito, em detrimento da composição da
profissão. Nas novas demandas da profissão contemporânea, o assistente
social deve intervir por meios das condições objetivas e subjetivas, pelo
conhecimento técnico e teórico, desenvolvendo métodos e transformando
possíveis ideias em ação.
As demandas profissionais expressam interesses contraditórios, pois são
demandas que surgem por intermédio das classes subordinadas, entretanto,
são disseminadas pelas instituições, se estruturando em demandas
institucionais e demandas da classe dominante. O profissional carece analisar
e questionar as demandas imediatas dos usuários, uma vez que nem sempre
será a demanda real, e sim uma entrada até a veracidade. (IAMAMOTO,2000)
No quadro social contemporâneo, as políticas sociais estão cada vez mais
mercantilistas, focalistas, imediatistas, forçando o Assistente Social a ser um
profissional que responda as demandas imediatas, e não reais, tendo como
objeto apenas o indivíduo, e executando assim práticas disciplinadoras para
que o sujeito se encaixe na sociedade. Isso está diretamente relacionada com
o desenvolvimento social do trabalho. (IAMAMOTO,2000)
Portanto, é de suma importância a prática profissional de maneira a questionar
e analisar as situações que lhe são colocadas, agindo criticamente e em
conformidade com o código de ética da profissão e com o projeto ético-político.
Diante de todas as especificidades da profissão, o Serviço Social carrega uma
carga histórica é que essencial para a sua compreensão atual.
Apesar disso, é importante colocar que a profissão está se desenvolvendo com
o passar dos anos, e, segundo Netto (1996) considerando as mutações no
mundo do trabalho e societária, como por exemplo as implicações da

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concentração de renda e propriedade, os efeitos da urbanização desenfreada,
a crescente exclusão social, entre outros, e dessa forma mudanças também
nos espaços ocupacionais dos assistentes sociais, verificou uma grande
demanda para o Serviço Social.

O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL


Na história da profissão, foram verificados cinco códigos de ética, sendo o mais
recente publicado no ano de 1993.
Os códigos de ética de 1947 traz os costumes moralizadores e conservador, os
códigos de 1965, 1975 possuem caráter assistencialista, ainda
moralizador/conservador.
Já o código de ética de 1986 apresenta uma ruptura com o conservadorismo.
No plano da reflexão e da normatização ética, o Código de Ética Profissional de
1986 foi uma expressão daquelas conquistas e ganhos, através de dois
procedimentos: negação da base filosófica tradicional, nitidamente
conservadora, que norteava a "ética da neutralidade", e afirmação de um novo
perfil do técnico, não mais um agente subalterno e apenas executivo, mas um
profissional competente teórica, técnica e politicamente.
A revisão do texto de 1986 processou-se em dois níveis. Reafirmando os seus
valores fundantes - a liberdade e a justiça social -, articulou-os a partir da
exigência democrática: a democracia é tomada como valor ético-político
central, na medida em que é o único padrão de organização político-social
capaz de assegurar a explicitação dos valores essenciais da liberdade e da
eqüidade. É ela, ademais, que favorece a ultrapassagem das limitações reais
que a ordem burguesa impõe ao desenvolvimento pleno da cidadania, dos
direitos e garantias individuais e sociais e das tendências à autonomia e à
autogestão social. Em segundo lugar, cuidou-se de precisar a normatização do
exercício profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam
retraduzidos no relacionamento entre assistentes sociais,
instituições/organizações e população, preservando-se os direitos e deveres
profissionais e a qualidade dos serviços.
A revisão a que se procedeu, compatível com o espírito do texto de 1986,
partiu da compreensão de que a ética deve ter como suporte uma ontologia do
ser social: os valores são determinações da prática social, resultantes da

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atividade criadora tipificada no processo de trabalho. É mediante o processo de
trabalho que o ser social se constitui, se instaura como distinto do ser natural,
dispondo de capacidade teleológica, projetiva, consciente; é por esta
socialização que ele se põe como ser capaz de liberdade. Esta concepção já
contém, em si mesma, uma projeção de sociedade - aquela em que se propicie
aos trabalhadores um pleno desenvolvimento para a invenção e vivência de
novos valores, o que, evidentemente, supõe a erradicação de todos os
processos de exploração, opressão e alienação. É ao projeto social aí
implicado que se conecta o projeto profissional do Serviço Social - e cabe
pensar a ética como pressuposto teórico-político que remete para o
enfrentamento das contradições postas à Profissão, a partir de uma visão
crítica, e fundamentada teoricamente, das derivações ético-políticas do agir
profissional.
É necessário enfatizar que o Projeto ético-político é um marco na história do
serviço social, haja vista que tal implementação neste campo do trabalho,
insere-se numa nova ótica dada tanto aos profissionais, quanto sua postura
ética e o atendimento à sua clientela.
Acredita-se que com o código de ética, especificamente aqui discutido o de
1993, valores e princípios como liberdade, aumento da cidadania, efetivação
das práticas de democracia, discriminação, defesa dos direitos humanos,
eliminação das formas de preconceitos, valorização humana e equidade e
justiça social, fizeram a profissão fundamentar seu foco com maior atenção aos
direitos essenciais à vida plena de seus usuários.
Neste cenário cheio de conflitos sociais em que o profissional do serviço social
atual, se já no campo público municipal, estadual ou federal, seja no contexto
da esfera privada, deve agir com posicionamento ético, conforme preconiza o
código de ética de 1993. Todavia, que nestes campos, especialmente o
público, estes profissionais devem ter ações com fundamento de educador
político. Educador político voltado para o trabalho de formação da
personalidade política na articulação de saberes essenciais à convivência
coletiva e na autossustentabilidade de seus usuários, ajudando-os a tornarem
independentes politicamente.
O código de ética de 1993, ajudou de forma decisiva para a construção do
Projeto ético-político profissional do serviço social de forma que no atual

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contexto muda-se a figura deste profissional enquanto meramente
assistencialista, mas acima de tudo, um profissional que se coloca contrário ao
discurso fatalista dos donos do saber, dos controladores do capital.
Hoje, o código de ética apresenta 11 princípios fundamentais:

1. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas


políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos
indivíduos sociais;
2. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do
autoritarismo;
3. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de
toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das
classes trabalhadoras;
4. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da
participação política e da riqueza socialmente produzida;
5. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e
políticas sociais, bem como sua gestão democrática;
6. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito,
incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente
discriminados e à discussão das diferenças;
7. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o
constante aprimoramento intelectual;
8. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção
de uma nova ordem societária, sem dominação exploração de classe, etnia e
gênero;
9. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que
partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores;
10. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e
com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;
11. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade,
opção sexual, idade e condição física.

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Desse modo, o Código de Ética de 1993 surge como a necessidade de novos
valores éticos, fundamentados no compromisso com os usuários, com base na
liberdade, na democracia, cidadania, justiça e igualdade social.
A busca pelo fim da exploração, da opressão e da alienação no processo do
trabalho se conecta ao projeto profissional do Serviço Social que passa a
pensar a ética como um pressuposto teórico político voltado para o
enfrentamento das contradições postas á profissão, a partir de uma visão
crítica, e fundamentada teoricamente, das derivações ético-políticas da ação
profissional.
Em suma, O Código de 93 define as diretrizes da profissão, colocando o
Serviço Social num patamar de profissão reconhecida e qualificada para
trabalhar nas questões sociais do país. Cabendo ao Assistente Social aliar a
sua vontade, iluminada pela ética profissional – como intencionalidade de
associação, de coletividade, de compromisso – com o seu saber teórico-prático
crítico e, ainda, com as necessidades e possibilidades das circunstâncias, do
que resultará o produto de sua ação na luta por uma sociedade mais justa.

CONCLUSÃO
Para analisar e tecer reflexões acerca do mercado de trabalho dos assistentes
sociais, se fez necessário observar a conjuntura social por meio do trabalho e
como ele se configura no capitalismo contemporâneo.
Sendo assim, como alternativas para a afirmação do projeto ético político, o
assistente social deve ser um profissional que pensa a política para ter um
posicionamento em favor dos interesses das classes subalternas,
proporcionando instrumentos que viabilizem o acesso dessas classes na busca
de seus direitos, o que inclui a participação nos espaços públicos e sua
constituição enquanto sujeitos políticos coletivos. Correia
(2005) ressalta que o assistente social está sendo solicitado a atuar como
gestor das políticas públicas para criar, organizar e/ou assessorar os
Conselhos e Conferências setoriais, os orçamentos públicos, os planos e
projetos nos estados e municípios brasileiros, mobilizando a participação dos
usuários e dos setores organizados da sociedade.

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Cabe ao assistente social buscar construir uma cultura pública democrática em
que a sociedade tenha um papel questionador e propositivo, por meio do qual
possa partilhar poder e dividir responsabilidades. Portanto, é necessário
enfatizar o papel do assistente social nesses espaços públicos como um
educador político já que são espaços de legitimação da profissão na
deliberação de políticas públicas, na afirmação de seu projeto ético político e
na consolidação de novos direitos.
Uma das poucas inserções dos assistentes sociais que ainda merecem um
estudo e um investimento da categoria é a ocupação dos profissionais em
experiências de orçamento participativo como campo de intervenção para o
serviço social afirmar e reforçar seu projeto ético político.
O assistente social trabalha nos espaços dos conselhos gestores não só como
assessor ou consultor, mas como técnico na própria gestão das políticas
públicas adquirindo novas competências para além da execução das políticas.

REFERÊNCIAS
Disponível em: http://www.prof.joaodantas.nom.br/materialdidatico/material/4_-
_O_projeto_etico-politico_do_Servico_Social.pdf. Acesso em 02/04/2022

Disponível em: http://www.cressmg.org.br/arquivos/simposio/PROJETO


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%20PROJETO%20%C3%89TICO-POL%C3%8DTICO%20DO%20SERVI
%C3%87O%20SOCIAL.pdf Acesso em 02/04/2022

NEVES,Angela. Espaços públicos e Serviço Social: um desafio ao projeto


ético-político. Pelotas.Jan.-jun./2010.

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