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Pedagogia Do Ocio

O documento discute conceitos fundamentais da educação a distância e aberta, incluindo suas gerações, modalidades de ensino formal, informal e não formal, tecnologias usadas e sistemas de gestão de aprendizagem. Aborda temas como ensino a distância, educação aberta, comunidades virtuais de aprendizagem e ambientes virtuais de aprendizagem.
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Pedagogia Do Ocio

O documento discute conceitos fundamentais da educação a distância e aberta, incluindo suas gerações, modalidades de ensino formal, informal e não formal, tecnologias usadas e sistemas de gestão de aprendizagem. Aborda temas como ensino a distância, educação aberta, comunidades virtuais de aprendizagem e ambientes virtuais de aprendizagem.
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11010– Educação Aberta e a Distância / Lina Morgado & Nathalie Ferret

TEMA 1 – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E EDUCAÇÃO ABERTA

1. Ensino a Distância & Ensino Aberto

No Ensino a Distância o grande desafio do docente é fazer com que as suas metodologias de ensino se
adaptem ao discente. Ou seja, este tem um grande estímulo pela frente, fazer com que o ensino chegue ao
discente de forma a colmatar as dificuldades e enaltecer as perspetivas do discente quanto ao método de
ensino, que agora se centra mais no aluno do que propriamente no professor, fazendo com que o papel deste
último seja mais de tutoria.

O Ensino Aberto é entendido como o meio de estimular as entidades educativas a mudar paradigmas quanto
à escola tradicional, trazendo para estas o acesso a novos recursos tecnológicos, e conceber padrões de
estudo e aprendizagem diferentes para os discentes.

2. As Gerações do Ensino a Distância (Anderson & Dron, 2012)

RESPOSTA E-FÓLIOA
A 1ª Geração: Pedagogia cognitivo-behaviorista de educação a distância que está diretamente agregada aos
massmedia (rádio, televisão, revistas, jornais, etc.) ou seja a Telescola. Esta modalidade de Ensino centra-se
na escola tradicional, onde o professor é o detentor do conhecimento e por consequência é nesta geração
que nos devemos também centrar no indivíduo e na necessidade de medir comportamentos efetivos, e não
atitudes ou capacidades (p. 121).

A 2ª Geração: Pedagogia socioconstrutivista de educação a distância, está diretamente relacionada com o


ensino contemporâneo, onde este se centra no discente e o próprio é o construtor do seu processo de
aprendizagem munindo-se das novas tecnologias (multimédia) onde o docente tem um papel apenas de
moderador desta aprendizagem, fazendo com que este seja mais colaborativo e participativo com o uso da
Web 1.0, como referem Anderson & Dron (2012, pp. 123-124)

Por último, a 3ª Geração: Pedagogia conectivista de educação a distância onde esta, como já referido da 2ª
geração assegura que o discente seja autónomo, criativo e participativo no seu processo de aprendizagem,
mas sobretudo o construtor do seu próprio conhecimento, no entanto esta geração conetivista define-se,
segundo George Siemens & Stephen Downes (apud Anderson & Dron, 2012, p. 126), como a aprendizagem
é o processo de construir redes de informação, contatos e recursos que são aplicados a problemas reais. Este
conetivismo é um produto de um mundo em rede, Web 2.0 (p. 129). Face a esta situação, novos desafios são
lançados, novos ambientes virtuais devem ser testados para viabilizar a sua flexibilidade, a sua clareza e
eficácia. Para estimular os aprendentes e os educadores temos de promover uma aprendizagem de alta
qualidade e assim garantir a sua continuidade.

No entanto, no recurso de (Anderson & Dron, 2012, p. 120) falam de 5 gerações de tecnologia para a
educação. Na 1ª Geração dizem que esta era essencialmente utilizada pelo correio, na 2ª geração já entram
os massmedia, a 3ª geração onde começam a entrar as tecnologias interativas, como o áudio e o vídeo e na
4ª e 5ª geração então a web 2.0. ou web semântica.

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11010– Educação Aberta e a Distância / Lina Morgado & Nathalie Ferret

1ª Geração – Ensino por correspondência surge com o aumento das redes ferroviárias e o correio, onde havia
troca de correspondência entre docentes e discentes.

2ª Geração – Transmissão por rádio e televisão não chegava a todas as casas, no entanto o ensino começa
a aparecer nos meios de difusão como rádio e televisão complementando os guias de estudo e manuais que
lhes chegavam via postal.

3ª Geração – Universidades Abertas dá-se com o aparecimento de tecnologias que permitem a


interatividade à distância entre o docente e o discente com o apoio dos guias de estudo e manuais que
chegam através de via postal, juntando o apoio da rádio e da televisão assim como o aproveitamento do
telefone como tecnologia para desenvolver as conferências (por exemplo).

4ª Geração – Teleconferência passa a desenvolver-se, sobretudo através de áudio e vídeo, onde discentes e
docentes, mesmo que distantes a nível geográfico, usufruem das tecnologias para seu benefício encurtando
as distâncias através da teleconferência.

5ª Geração – Ensino Online decorre sobretudo através da internet (web 2.0) onde os recursos fornecidos aos
discentes já são realizados de forma online e onde estes encontram uma variedade de informação mais
alargada. Esta geração, as ferramentas de comunicação estão mais alargadas, facilitando a comunidade entre
docente e discente.

3. Conceito de educação a distância face ao conceito de ensino a distância

Uma vez que a o conceito de ensino está relacionado com a prática de transmissão de conhecimento por
parte do docente aos seus discentes, a distância associa-se ao processo de ensino-aprendizagem que é
realizado através das novas tecnologias.

Assim a educação a distância dá-se quando o docente aplica o ensino a distância, ou seja, este tem como
principal objetivo a transmissão de conhecimento assim como o principal objetivo do discente é aprender,
logo os dois lados têm um papel importante sendo que nesta educação a distância o foco principal é o ensino-
aprendizagem ser centrado no aluno. No fundo este é caracterizado como um regime de autoaprendizagem,
na medida em que o aluno gere o seu tempo e a sua disponibilidade na forma como, quando e onde quer
aprender, devido a distância física ser minimizada pelas tecnologias.

4. Caracterizar: e-learning, blended learning (b-learning), mobil-learning (m-learning),


recursos abertos, comunidade de aprendizagem, ambiente virtual de aprendizagem,
web1, Web 2.

E-LEARNING – está relacionada com a aprendizagem que é realizada através de meios eletrónicos,
nomeadamente através de tecnologias onde se possam aceder à internet de modo a chegar aos conteúdos
disponibilizados online.

B-LEARNING – assenta no ensino/aprendizagem de modo presencial e eletrónico. Ou seja, considerado


como ensino misto.
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M-LEARNING – está relacionado com o ensino que dá como opção o uso de dispositivos móveis (smartphone,
tablet…), em suma tecnologias móveis que possam aceder à internet de modo a que os aprendentes giram a
sua aprendizagem em qualquer lugar, desde que tenham acesso à internet para complementar a sua
aprendizagem.

RECURSOS ABERTOS – é um conjunto de recursos/informações (vídeos, recursos de leitura…) que os


discentes têm acesso de forma livre por forma a adquirir conhecimento sobre determinado tema.

COMUNIDADE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM – são os aprendentes que comunicam entre si e trocam


impressões sobre a sua aprendizagem, partilham para além de conhecimento, recursos de modo a que
conjuntamente contruam o conhecimento.

AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM – baseia-se num conjunto de tecnologias que certificam os


aprendentes na sua aprendizagem. Estes ambientes são elaborados para fins de aprendizagem.

WEB 2.0 – A Web 2.0. é a evolução da web 1.0 onde neste último só havia acesso ao conteúdo publicado, ou
seja, não era possível partilhar nada sendo que a sua publicação também era limitada. Com a chegada da
web 2.0. o indivíduo ganha autonomia podendo ele próprio criar conteúdo para a internet ilimitadamente,
nos blog’s, fóruns, vídeos (por exemplo).

5. Educação e aprendizagem formal, informal e não formal (DePryck, Ensino a


distância: o quê, porquê e para quem?, 2006, p. 10)

A Educação tem como principal objetivo o método de ensino e aprendizagem baseada em três pontos
basilares a aprendizagem formal que é baseada no ensino lecionado numa entidade educativa ou formativa
preparada com objetivos que conduzam à certificação do aluno; a aprendizagem não-formal que se
desenvolve sobretudo por meio de workshops (por exemplo), ou seja não é de desenvolvida de modo a
certificar o aprendente, embora seja composta por objetivos; a aprendizagem informal baseia-se na
ocupação em meio familiar, de lazer ou de trabalho, não tem objetivos e, como a aprendizagem não-formal,
não é desenvolvida por forma a certificar o individuo.

6. Dimensões gerais de um ambiente de aprendizagem em educação a distância

As dimensões que são pontos fulcrais para o desenvolvimento dos ambientes de aprendizagem são a
dimensão social que se baseia na fácil acessibilidade por parte dos docentes à base que servirá de apoio à
socialização por parte dos discentes na construção do seu processo de ensino e aprendizagem; a dimensão
psicológica e cognitiva desenvolve-se através dos obstáculos – como as necessidades educativas especiais
(NEE), como exemplo – por forma a docência ser resiliente e conseguir ajudar o aluno a ultrapassar as
dificuldades cognitivas que lhe estão associadas; neste sentido, ainda temos a dimensão física onde a
docência tem um papel fulcral no desenvolvimento criação de condições para os docentes adequando o seu
currículo aos alunos.

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7. Tecnologias usadas em ensino a distância

Sendo as tecnologias uma forma de comunicarmos com o mundo na troca de conhecimento, em EaD estas
são aplicadas por tipos de interação no caso unidirecional (one way) – onde a partilha do conhecimento é
realizada só por uma parte (ex. a TV) – e bidirecional (two way) – onde a partilha do conhecimento é realizada
nos dois sentidos, como exemplo temos comunicações síncronas (teleconferência, tempo real) e as
comunicações assíncronas (fórum, e-email).

8. Sistema de gestão de aprendizagem (LMS – Learning Management System).

Os LMS, têm o papel de monitorizar a aprendizagem dos alunos em ambientes virtuais restritos promovendo
a atuação dos indivíduos envolvidos na plataforma.

9. Ferramentas de comunicação mediada por computador.

As ferramentas usadas pela comunicação mediada por computador são sobretudo o e-mail onde a
comunicação é de um-para-um; o fórum de discussão onde a comunicação é realizada de muitos-para-muitos
e por exemplo as listas de discussão onde esta é realizada de um-para-muitos.

TEMA 2 – ENSINO E APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. Distância transacional

Na Educação a Distância (EaD) existe uma distância transacional. Esta distância vem juntar-se à distância
física que já existe por parte do docentes e discentes, sendo que esta provoca um afastamento pedagógico
o que induz a conduta dos envolvidos assim como a metodologia a ser transmitida no processo de
ensino/aprendizagem. Em EaD o processo de ensino/aprendizagem é centrado no aluno, fazendo com que o
papel do professor seja de moderador/tutor e que tem um papel preponderante na conquista da atenção do
aluno na construção da aprendizagem, da autoconfiança e da auto-orientação por parte do discente.

2. Fatores de que depende a distância transacional

A distância transacional depende de várias condições, nomeadamente do diálogo instrucional que se baseia
na forma tanto como o docente como o discente se inter-relacionam, este acrescenta propositadamente
uma forma de construção de partilha contribuindo assim para um melhor entendimento entre docente e
discente, sendo que quanto maior o diálogo menor é a distância transacional; a estrutura do programa
baseia-se na finalidade estratégica usada para que o programa educativo seja levado de forma coerente
criando condições para uma melhor compreensão por parte do discente. Ou seja, pretende-se com a
estrutura do programa que havendo uma maior estrutura organizacional há uma maior distância transacional
na medida em que esta é organizada de forma os discentes terem acesso aos materiais didáticos assim como
a orientações por parte dos docentes por forma a não haver no futuro uma possibilidade de diálogo. Caso a
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estrutura do programa seja mal estruturada o contrário acontece; por fim o envolvimento e autonomia do
aluno na distância transacional varia com a estrutura. Ou seja, se a estrutura é bem estruturada a distância
do aluno vai ser maior e por consequência a autonomia do mesmo também aumenta, o contrário também
acontece, quando a estrutura é mal-organizada, a distância diminui e a autonomia também.

3. Abordagens instrucionistas e abordagens construtivistas em EaD

O instrutivismo, defendido pelo teórico Bruner, assenta no behaviorismo que defende que o indivíduo
aprende a relacionar-se com o meio ambiente e por consequência se adapta aos cenários buscando
circunstâncias que vão permitir o melhoramento e aperfeiçoamento do seu desenvolvimento cognitivo. Não
obstante, é papel do professor transmitir o seu currículo dando exemplos para minimizar as dificuldades dos
seus discentes, para que estes possam aplicar de forma coerente a aprendizagem no seu dia-a-dia; no
instrutivismo o ensino é centrado no professor, sendo este tutor dos discentes corrigindo as falhas dos
mesmos.

O construtivismo, defendido pelos teóricos Piaget e Vygotsky (entre outros), assentam na construção
cognitiva do indivíduo fazendo com que a aprendizagem seja assimilada e acomodada. Ou seja, os discentes
constroem o seu saber com base na aprendizagem já obtida. Ao contrário do instrutivismo aqui a
aprendizagem é centrada no aluno por forma a estimular a sua cognição criativa.

Construtivismo e andragogia (DePryck, Ensino a distância: o quê, porquê e para quem?, 2006)

4. Aprendizagem Independente e Aprendizagem Colaborativa

A aprendizagem independente baseia-se na aprendizagem que é centrada no aluno, ou seja o aluno tem que
se auto liderar de modo a encaminhar a sua aprendizagem de forma orientada e autónoma, para traçar
objetivos para a construção da sua aprendizagem.

A aprendizagem colaborativa baseia-se na influência social, ou seja, só há aprendizagem colaborativa,


quando os discentes cooperam uns com os outros no processo de ensino/aprendizagem.

5. Ambientes pedagógicos centrados no conhecimento, no aprendente e na comunidade


(Pereira, 2006, p. 47)

O ambiente pedagógico centrado no conhecimento (APCCon) resulta da concentração do mesmo para que
este chegue aos discentes sob a forma de objetivos de modo a que esta transmissão de conhecimento de
docente para discente leve este último a gerir a sua aprendizagem de maneira a que o docente seja apenas
e só um tutor que irá mediar a informação entre o desenvolvimento cognitivo e o entendimento.

O ambiente pedagógico centrado no aprendente (APCA) resulta da ligação entre o docente-discente-


conhecimento. Cabe ao professor determinar o currículo a ser transmitido e por sua consequência estes
ambientes é onde são valorizados o conhecimento prévio, as crenças, as competências e atitudes na medida
em que o professor na avaliação diagnóstica vai adequar o seu currículo ao discente por forma a motivá-lo a
desenvolver a sua criatividade no conhecimento já adquirido e aquele que ainda está por adquirir conforme
os objetivos dados pelo docente para a construção do conhecimento do discente.

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O ambiente pedagógico centrado na comunidade (APCCom) resulta da globalização e contemporaneidade


vividas nos dias de hoje, onde a tecnologia domina pedagogicamente o ensino a distância. Assim no APCCom
a aprendizagem é realizada de forma colaborativa, não havendo entre os mesmos disputa entre quem sabe
mais e quem sabe menos, cooperando todos entre si na construção da aprendizagem e do conhecimento
fazendo com que os fóruns de discussão seja uma mais valia na comunicação assíncrona entre os discentes
proporcionando uma melhoria na qualidade da partilha de ideias, pois o tempo de reflecção proporciona
uma maior calma e precaução naquilo que é partilhado com a comunidade em si, sendo a interação social
uma mais valia neste ambiente pedagógico.

6. Modelos de ambientes pedagógicos & modelos de ensino online. (Morgado, 2001, p.


5)

O papel do docente no ambiente pedagógico centrado no conhecimento, tem o papel de moderar ou


tutorear o ensino/aprendizagem do mesmo, deste modo parte do docente incentivar a aprendizagem de
modo específico para que o discente atinja os objetivos estruturados e assim consiga alcançar o objetivado;
já no ambiente pedagógico centrado no aprendente ou na comunidade a aprendizagem já dependerá mais
do discente uma vez que esta é centrada nele e assim os objetivos já são controlados pelo discente e apenas
monitorizados pelo docente, sendo este um facilitador na metodologia.

Modelos de ensino online são centrados no professor onde a transferência de conhecimento é realizada da
mesma forma que no ensino tradicional, no entanto esta é mediada através das tecnologias; na tecnologia
onde é relativizada o papel do docente e do discente e a tecnologia ganha o papel de “transmissora de
conhecimento” no estudante

7. As funções do formador em educação online (Morgado, 2001, p. 12)

Em educação online o formador deverá ser moderador da aprendizagem, promotor das tecnologias de
informação e comunicação incorporando-as no meio educativo, que este seja também um promotor de uma
educação ativa e centrada no aluno implementando os objetivos pedagógicos por forma a que estes tenham
êxito no desempenho da função como formador.

O formador em educação online tem que ter um conhecimento das tecnologias de modo a que seja
polivalente no uso das máquinas tecnológicas, no uso dos sistemas operativos para que opere com rigor as
aplicações tecnológicas, assim como deve ter em atenção os softwares mais adequados para exercer a sua
função de transmissor/moderador/facilitador de conhecimento.

O formador em educação online, deve ainda incentivar o discente a usar fontes fidedignas, incentivando o
trabalho colaborativo e assim o aluno poder-se automotivar e construir o seu saber de forma interessada e
dedicada, incentivar o acesso aos recursos virtuais aliciando os mesmo na comunicação da sua aprendizagem
e adotar medidas para que os discentes se tornem responsáveis na realização dos seus trabalhos, permitindo
que os alunos, e como já supracitado se automotivem. É também função do formador demonstrar aos seus
discentes o poder das novas tecnologias, demonstrar e definir o papel das comunicações síncronas e
assíncronas, deverá ter a capacidade de liderar e mediar questões, assim como ser inclusivo compreendendo

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os discentes, o formador deve ser cordial e acima de tudo deve conhecer bem a estrutura e os objetivos da
formação.

8. Caracterizar as variáveis críticas em educação on-line (Morgado, 2001, p. 8)

As variáveis críticas na educação online são:

Tempo Online é uma variável muito importante na educação online, na medida em que o docente e/ou
discente é o detentor da sua gestão do tempo, cabe-lhe a ele gerir quando como e onde quer realizar os
objetivos propostos para a unidade curricular. Se não vejamos, se os intervenientes não fizerem uma boa
gestão do tempo, estes podem não conseguir cumprir os prazos definidos, logo a estratégia adotada teve
uma falha. É extremamente necessário que haja uma boa gestão por forma a que ambos consigam usufruir
do tempo possível para interagir síncrona ou assincronamente.

Dimensão do Grupo está interligada à finalidade do curso, influenciando a qualidade dos contactos e por
consequência a atuação dos mesmos, ou seja, quanto maior for o grupo mais qualidade tem que haver nas
interações entre docentes e discentes. Este deverá proporcionar um feedback de modo a que o aluno se sinta
acompanhado e não haja uma carga cognitiva grande, o professor deve ser o facilitador

Adaptação à Assincronia dá-se quando há alguma dificuldade em acompanhar determinado “debate” ou


partilha de opinião na unidade curricular, tornando-se impraticável por vezes a resposta a determinado
assunto levando por vezes à não contribuição do mesmo.

Comunidade de Aprendizagem surge no seguimento da promoção do pensamento crítico, questionação,


autonomia, cooperação, negociação por parte do discente. Assim o docente tem como principal papel
contribuir para a movimentação da aprendizagem e do saber para que esta não estagne, mas sim se exacerbe
e também contribui para o progresso das relações interpessoais.

9. Caracterizar estratégias pessoais de apreensão da informação (Cap. 4, p. 45)


(Pereira, 2006)

O conhecimento estratégico baseia-se na forma como decoramos removemos a informação importante de


um texto, na medida do que ouvimos ou lemos. Este conhecimento estratégico assenta em três pontos
essenciais: a estratégia da repetição que se apoia na reincidência de palavras que temos que lembrar mais
tarde; na estratégia de elaboração que se apoia na forma como resumimos para lembrar, ou seja, a triagem
das ideias fundamentais para uma melhor clareza dos factos estudados; e por último a Estratégia de
organização que se apoia na forma como se regista os conceitos e se interligam uns com os outros.

10. Caracterizar estratégias metacognitivas

Modo de pensar de um indivíduo sobre o modo como ele próprio aprende

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As estratégias metacognitivas envolvem pensar ou reflectir sobre o processo de aprendizagem,


planear para aprender, monitorizar a tarefa de aprendizagem e avaliar quanto e como se aprendeu. As
estratégias metacognitivas vão norteá-lo para a adopção de uma conduta padrão.
A situação educativa enquanto processo de construção conjunta entre alunos e professores permite
compartilhar significados e representações sobre a realidade. É preciso ter em mente a influência que
os professores exercem sobre a aprendizagem dos estudantes, garantindo assim maior ou menor
espaço para actividades mentais construtivas por parte deles, de modo que as concepções e os
parâmetros que utilizam possam contribuir para que aprendam a aprender, aprendam a pensar,
progressivamente, sozinhos.

11. Caracterizar o conceito de estilo de aprendizagem (Cap. 6, p. 74) (Petersen, 2006)

O estilo de aprendizagem caracteriza-se sobretudo pela forma como se aprende e não o que se aprende,
utilizando a melhor estratégia para adquirir conhecimento. Esta é fundamentada pelos princípios
construtivistas onde a aprendizagem é com base no conhecimento já adquirido, ou seja, a construção deste
conhecimento.

12. Identificar e caracterizar algumas escalas de estilos de aprendizagem (Cap. 6, pp.


73-76) (Petersen, 2006)

Os estilos de aprendizagem são suportados por diferentes categorias: Baseados no meio envolvente que se
apoiam nos estímulos físicos externos, tais como: a luz, o som, a temperatura, etc. Estes estímulos externos,
também de apoiam em cinco categorias diferentes: ambientais, emocionais, sociológicas, físicos e
psicológicos; Baseados nos traços de personalidade apoiam-se em dois comportamentos introversão e
extroversão que se desencadeiam em quatro funções sendo elas o sentir, o pensar, a intuição e a sensação.
Ainda em relação à comunicação entre docentes e discentes há seis categorias nos quais eles se dividem
aprendentes independentes, dependentes, participantes, desinteressantes, colaborativos e competitivos;
baseados na inteligência apoiam-se em sete categorias Inteligência cinestésica/corporal, Inteligência
interpessoal, Inteligência intrapessoal, Inteligência lógico-matemática, Inteligência musical/rítmica,
Inteligência verbal/linguística e Inteligência visual/espacial; baseados nos sentidos apoiam-se sobretudo em
três sentidos que necessitamos para obtermos mais conhecimento, nos aprendentes visuais, nos
aprendentes auditivos e nos aprendentes cinestésicos; por último e não menos importante os estilos de
aprendizagem baseados na perceção e no processamento de informação que se apoiam na forma como o
discente assimila nova informação. Neste estilo, teóricos caracterizam-no como concreto, abstrato,
sequencial e parcial.

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13. Identificar as competências necessárias para ser um bom aprendente online (Cap.
6, pp. 68-69) (Petersen, 2006)

Espera-se que um bom aprendente online esteja acessível para dividir com os colegas e com os docentes as
suas experiências de vida (pessoais, profissionais e educativas); que esteja à vontade em escrever, pois um
estudante online tem estar à vontade com a sala de aula virtual; tem que se automotivar e ser disciplinado
não correndo o risco de deixar acumular o conteúdo programático; tem que ser capaz de se exprimir quando
as dúvidas surgem; tem que saber gerir o tempo de modo a ter tempo para realizar todas as tarefas inerentes;
ser capaz de se nivelar correspondendo ao currículo lecionado; tem que ser capaz de conseguir desenvolver
o pensamento crítico e fazer com o a tomada de decisões seja parte do processo de aprendizagem que leva
a que o aprendente tenha que ser capaz de debater ideias antes de passar ao processo de resposta; por
último um aprendente online tem que ter acesso a um computador e a internet de modo contínuo para que
a sua aprendizagem seja um sucesso.

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TEMA 3 – ESTRUTURAR E ORGANIZAR FORMAÇÃO A DISTÂNCIA


1. Identificar modelos de Desenho Instrucional (Cap. 2, pp. 22-24) (Schultz, 2006)

Em primeiro, dizer que o desenho instrucional é como o início de cada currículo, ou seja, o desenho
instrucional desenvolve-se através da construção de objetivos que se vão expandir em larga escala. Existem
vários modelos de desenho instrucional sendo eles: os modelos de Dick e Carey; de KnirK e Gustafson; de
Gerlach e Ely; e de Jerrold e Kem. Todos estes modelos têm objetivos em comum nomeadamente: a análise
de necessidades; a elaboração de metas e objetivos instrucionais; a definição do perfil do grupo alvo; a
criação de novos materiais de estudo após a análise; a seleção dos recursos apropriados; a escolha de
tecnologia adequada; a criação do grafismo; e por último a avaliação de todo o processo de todo este
processo.

(DePryck, Ensino a distância: o quê, porquê e para quem?, 2006)

2. Identificar e caracterizar os aspetos didáticos a ter em conta no planeamento de um


módulo a distância ou misto (Cap. 5, pp. 57-63) (Petersen & Tønnesen, 2006)

Os aspetos didáticos assentam em seis pontos importantes, sendo eles: a situação inicial do aprendente
concerne nas imposições e insuficiências de cada discente, assim como nos objetivos, pois esta situação
inicial varia de discente para discente, na medida em que cada um tem (ou não) as suas dificuldades; os
quadros de referência regulam-se pelas medidas adotadas no que concerne ao planeamento, à execução e
à avaliação de cada quadro; os objetivos são três: os cognitivos, os atitudinais e os baseados no
conhecimento; os conteúdos e materiais assentam na matéria e material a ser usado durante a o curso
fazendo com que os discentes atinjam os objetivos com os recursos fornecidos pelos docentes; os processos
e métodos de trabalho desenvolve-se sob a forma de como os discentes e os docentes desenvolvem o
processo de ensino-aprendizagem. Estes podem desenvolver-se: Um-sozinho, Um-para-um, Um-para-
muitos, Muitos-para-muitos; e por último a avaliação tem que responder a questões como: “O que se quer
avaliar? Como é que se quer avaliar? Porque se quer avaliar?”.

3. Aplicar as fases gerais de planeamento de um módulo em ensino a distância


(Morgado, 2018)

Fase 1- Proceder à selecção do que deve ser aprendido – fase de Análise (selecção do que deve ser
aprendido)
Fase 2 - Especificar como é que o processo de aprendizagem vai ocorrer – fase de Desenho
(especificar como o processo de aprendizagem vai decorrer)
Fase 3 - Seleccionar materiais ou produzir materiais – fase do Desenvolvimento (seleccionar
materiais ou produzir materiais)
Na fase do desenho é necessário encontrar meios que irão ser utilizados para criar um ambiente de
aprendizagem que possa levara os resultados pretendidos e especificados na fase de análise.

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Esses meios devem ter como referencia as competências que se desejam aprendidas ou desenvolvidas,
devem ser adaptadas tendo em conta o perfil dos aprendentes

Indique uma actividade adequada para solicitar, como modo de avaliação, a auto-
avaliação por parte dos estudantes de um curso (EaD ou misto)

Diário ou portfólio.

Importa tomar o termo avaliação em duas acepções: a primeira é relativa à avaliação das
aprendizagens realizadas pelos formandos e a segunda é relativa à avaliação do próprio curso. Este
ponto refere-se apenas à primeira delas. No que se refere à avaliação das aprendizagens, há que
distinguir os modos e os instrumentos. De entre os modos de avaliação, tem-se a avaliação
formativa e a avaliação somativa. Com a primeira tem-se como objectivo monitorizar os processos
de aprendizagem e, regra geral, não está implicada a classificação do formando, por parte do
formador. O papel deste estará dirigido para auxiliar o aprendente a regular o seu próprio percurso,
as metas alcançadas e a encontrar os pontos sobre os quais ele necessita de fazer um maior
investimento ou um esforço adicional. No caso de aprendizagem individual, podem ser usados
testes, ensaios, formulação individual de questões, mapas de conceitos, relatórios, portfolios, a
execução prática de uma tarefa, etc., (Sardelich, 2006). De acordo com o tipo de instrumento, o
formador poderá à partida ministrar grelhas de análise ou possíveis respostas esperadas para que o
formando possa ajuizar do nível que atingiu (caso de testes com feedback automático) ou pode, depois
da tarefa realizada, ministrar o feedback sobre a mesma, o qual pode traduzir-se em comentários sobre
os pontos fortes e os pontos fracos, de modo a auxiliar o formando a objectivar o seu desempenho.
Uma forma extremamente importante de avaliação formativa repousa, contudo, na auto-avaliação do
formando (Pallof e Pratt, 1999). Com a auto-avalição, o formando questiona-se quanto às suas metas,
o alcance delas a o seu desempenho nas actividades. Ao fazê-lo, re-equaciona as suas estratégias de
aprendizagem e os seus investimentos, facilitando a gestão do seu próprio processo de aprender e,
simultaneamente, desenvolve capacidades metacognitivas.
A avaliação em situações de trabalho colaborativo assume contornos mais complexos, por um lado,
e mais fluidos, por outro. Em situações de debates e de tarefas realizadas em conjunto, é da maior
importância o próprio feedback entre os formandos. Uma vez que a colaboração implica a negociação
de pontos de vista e a argumentação entre os participantes, a elaboração de uma resposta ao outro é
já uma forma de feedback no que respeita à progressão da actividade ou da tarefa. Dado que o papel
do formador numa situação de aprendizagem colaborativa é mais a de facilitador do que de instrutor,
o feedback é distribuído entre todos os participantes na actividade. Também o grupo poderá fazer
uma paragem para reflectir sobre os ganhos já alcançados e repensar a estratégia adoptada no caso de
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insucessos. Esta reflexão constitui uma forma de avaliação formativa da maior importância no caso
de comunidades de aprendizagem.
A avaliação sumativa, por seu turno, pode ser realizada através dos instrumentos já referenciados,
mas nos casos de tarefas colaborativas poderá ter por base a qualidade da contribuição de cada
membro do grupo, o empenhamento na dinâmica grupal e a responsabilidade pessoal para com a
realização da tarefa. Por outro lado, dado o conhecimento que entretanto cada membro do grupo
adquire sobre os restantes, cada vez mais a avaliação dos formandos em processos de trabalho grupal
é realizada dentro e pelo próprio grupo (McConnel, 2007), mediante parâmetros negociados e
acordados de antemão. Em cenários virtuais, uma das modalidades de trabalho muito usual passa pela
organização e realização de discussões e debates entre os aprendentes. Neste caso, a própria
participação de cada membro da classe nos debates pode ser usada como um modo de avaliação
contextual, seja ela realizada inteiramente pelo formador ou em parte pelos próprios formandos, sob
a forma de hetero-avaliação.
Em suma, elaboração de projectos, de artigos e recensões, tarefas colaborativas de grupo, reflexões
escritas sobre o curso, avaliação crítica de contribuições para os fóruns de discussão, diários,
portfolios, provas de tipos diversos, são instrumentos que poderão ser usados de modo formativo ou
somativo, dependendo dos objectivos da avaliação pretendida (Palloff e Pratt, 2004).

4. Identificar objectivos pedagógicos adequados a um cenário online e a um cenário de


ensino misto
O motor do desenvolvimento dos sistemas de ensino a distância da terceira geração é a redefinição
da aprendizagem como actividade social que implica um recurso extensivo às redes informáticas,
sendo também chamada de “formação online” ou “aprendizagem em rede”. A tecnologia colaborativa
é a base desta geração que tem como objectivo formativo alterar os esquemas mentais, através de um
ensino centrado na equipa de aprendizagem.
Segundo Kaufman (1989), as gerações anteriores foram progressivamente contribuindo para o
aumento da autonomia do aluno, das oportunidades de diálogo e da prioridade atribuída mais à
capacidade de reflectir. O mais relevante é o facto de esta evolução abrir o caminho à criação de
novos modelos pedagógicos.
Por isso, o ambiente de formação online ou misto deve desenvolver-se num contexto pedagógico,
onde o objectivismo, o construtivismo e o modelo eclético possam criar diferentes ambientes de
formação online.
Num ambiente de formação online objectivista, os formandos aprendem individualmente graças à
comunicação assistida por computador e a interacção faz-se através de materiais pedagógicos a

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distância oferecidos via Internet, e a interacção com os formadores/ professores ou companheiros é


mínima.
Este ambiente apresenta uma série de inconvenientes, limites e insuficiências (Mangal, 1990), pois
não estimula os alunos a desenvolverem competências complexas de nível superior, tais como a
criatividade, a aptidão para resolver problemas, conceber, tomar decisões e adquirir conhecimentos a
partir da interacção social.
Num ambiente de formação online construtivista os alunos trabalham em colaboração com os seus
companheiros para construir conhecimento, e embora estejam geograficamente distantes, colaboram,
analisam e sintetizam em grupo usando ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona.
A teoria construtivista sustenta que o conhecimento deve ser descoberto, construído, posto em prática
e validado por cada aluno e que a aprendizagem exige "esforços activos da parte do aluno".
Entre os métodos pedagógicos baseados na abordagem construtivista, podemos indicar a
aprendizagem colaborativa e a criação de situações de aprendizagem que permitem aos alunos
participar na exploração activa e na colaboração social.
Para garantir resultados de aprendizagem uniformes e previsíveis num ambiente de aprendizagem
colaborativa assistida por computador baseado na pedagogia construtivista, foi proposta uma
abordagem eclética de tipo andragógico-pedagógico. Este modelo combina os aspectos mais
pertinentes das perspectivas construtivistas e behaviorista). Esta abordagem pressupõe que os alunos
adquiriram os conhecimentos por si próprios e através da colaboração com os outros.

5. Caracterizar diversos tipos de actividades online de ensino e aprendizagem

Os diversos tipos de actividades online de ensino e aprendizagem serão:


• O debate – Os participantes são convidados a debater um tema particular, a analisar uma
situação complexa, exprimindo e argumentando cada um o seu ponto de vista. O debate pode
ser usado ainda como uma actividade necessária para a tomada de decisões sobre uma situação
complexa. Apropriado para aumentar o conhecimento sobre um determinado tema que
apresenta diversos aspectos que é importante ter em conta ou analisar um problema a partir
de múltiplas perspectivas. Desenvolve competências argumentativas e de interacção social,
propicia o desenvolvimento do espírito crítico e da capacidade de síntese.
• O Brainstorming – Produção de ideias de forma livre a propósito de um assunto ou problema.
Em regra, um grupo de participantes reúne-se com o objectivo de gerar ideias que possam
depois ser úteis para a resolução de um problema, para a análise de um assunto ou para o
delineamento de uma acção.
• O estudo de caso – pode ser efectuado de modo individual ou em grupo e permite a descrição
de uma situação particular, real ou fictícia exemplificada para o estudo de um determinado
conteúdo ou abordagem. É pedido aos alunos que relacionem questões teóricas com a vida
real, aplicando os conceitos à vida real.
• O role-playing – Os participantes são convidados a assumirem determinados papéis e a
colocarem-se na “pele” de um personagem, assumindo as posições desta. Têm nesse âmbito
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que assumir as posições da personagem que encarnam e argumentar de acordo com os pontos
de vista desta. Apropriado para a análise de situações controversas, que envolvem valores e
questões éticas.
Possibilita desenvolver competências argumentativas, reconhecer a importância de diversos
pontos de vista no estudo de uma situação complexa, contrastar posições, aprender a tomada
de decisões complexas, procurar consensos, aplicar teoria à prática.

6. Distinguir os tipos de avaliação praticada em educação a distância

A avaliação por norma é multifacetada, sendo um ato onde se regula as aprendizagens. Na Educação a
Distância, existem dois tipos de avaliação, a avaliação formativa e a avaliação sumativa. A primeira –
avaliação formativa – tem como finalidade facilitar a aprendizagem, tendo o discente o direito de se enganar
de modo que as dificuldades sejam colmatadas junto do docente onde este tem o papel fulcral de colaborar
com o discente reajustando objetivos, atividades e/ou recursos para facilitar o ensino-aprendizagem; a
segunda – avaliação sumativa – por norma realiza-se no fim de uma unidade curricular ou de um semestre
por forma o discente demonstrar a conhecimento global adquirido.

7. Seleccionar atividades de ensino e aprendizagem em função dos objetivos traçados


para um módulo em educação a distância ou misto

É necessário prever tarefas e actividades que necessitem do trabalho colaborativo entre os


formandos para que possam ser completamente realizadas, implica a ideia de empenhamento dos
participantes na construção conjunta de significados sobre as coisas e situações, numa perspectiva
construtivista.
É necessário prever uma situação em que a contribuição de todos é imprescindível
Tarefas estruturadas - Em que o professor especifica de modo detalhado a actividade e os objectivos
(prazos, tempos de execução, conteúdos)

8. Identificar e comentar criticamente cenários pedagógicos pensados para uma


modalidade online ou de ensino misto

Cenário 1 – Determinado pelo professor, tarefas estruturadas o professor especifica de modo


detalhado actividades e objectivos, incluindo prazos, tempos de execução e conteúdos, deixando ao
estudante pouca margem de escolha
O diálogo centra-se sobretudo no diálogo professor/estudante; este responde às questões colocadas
pelo professor. O conteúdo do diálogo é focado na resolução das actividades e nas orientações para
elas.

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No que se refere ao envolvimento, há pouca possibilidade de o estudante influenciar os conteúdos.


As actividades são definidas de modo rígido. O site é estruturado de modo a que o estudante tenha
directo acesso à informação necessária.
O apoio parte do professor (email, presencial, telefone). O feedback é todo dado pelo professor.
O controlo está centralizado no professor; o estudante é confinado a realizar as tarefas de acordo com
os prazos e os ritmos definido pelo professor.
Neste cenário será importante prever modos de incentivar a participação nas actividades online.
O professor caracteriza-se sobretudo por ser instrutor.

Cenário 2 – Determinado pelo professor; actividades não estruturadas o professor determina o


percurso global, os objectivos gerais, o campo a abordar, o nível de abordagem. O estudante, por sua
vez, é livre de explorar e usar qualquer material relevante de acordo com o percurso e orientações do
professor.
O diálogo pode ser gerido pelo professor e nesse caso foca-se na orientação global e nos objectivos
do estudo; o cenário pode implicar diálogo entre os estudantes, segundo os papéis atribuídos pelo
professor. Envolvendo o uso de diálogo assíncrono, o professor pode pedir aos estudantes para
participarem como moderadores, para elaborarem respostas nas discussões ou para classificarem as
suas respostas.
No que se refere ao envolvimento, os estudantes seguem instruções gerais de leitura e de actividades,
mas têm possibilidade de colocar online as suas descobertas e desenvolver aspectos particulares por
sua iniciativa.
O apoio pode fornecido online ou, ocasionalmente, presencial; pode assumir várias formas: feedback
tradicional sobre actividades orientadas, o professor pode actuar como facilitador, oferecendo
sugestões, mas não dando resposta nas fases de descoberta por parte dos estudantes.
Quanto ao controlo, o estudante controla objectivos específicos de aprendizagem dentro dos
objectivos gerais. Os estudantes fazem a gestão de actividades, dentro de parâmetros fornecidos pelo
professor.
O professor funciona sobretudo como guia de aprendizagem.

Cenário 3 – Gestão por parte do estudante, actividades estruturadas os estudantes têm controlo
sobre o processo necessário para atingir os objectivos e realizar as tarefas.
Diálogo: o professor estipula as responsabilidades e os procedimentos gerais, mas não a forma de
interacção ou a exploração dos conteúdos e a realização das actividades. O âmbito de aprofundamento

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é limitado pelas tarefas fornecidas pelo professor, mas o diálogo é gerido pelos estudantes, em
interacção com outros estudantes.
O envolvimento é dirigido para a tarefa e para a gestão em pequenos grupos. Os grupos podem ser
auto-seleccionados e auto moderados. O estudante pode relacionar ou adaptar as actividades às suas
próprias circunstâncias.
No que concerne ao apoio, o professor providencia conselhos sobre a natureza das tarefas e dos
objectivos a atingir. O apoio é dado por e-mail ou através de discussão em fórum moderado pelo
professor. Os estudantes fornecem feedback aos membros do seu grupo e aos outros colegas.
Controlo: a condução das actividades é da responsabilidade dos estudantes; são fornecidos links para
outras fontes; há possibilidade de utilização de recursos para além dos programáticos.
O professor actua sobretudo como um treinador.

Cenário 4 - Gestão por parte do estudante, actividades não estruturadas o estudante controla a
direcção geral do percurso de aprendizagem, incluindo os objectivos. Objectivos pessoais são
tomados como tão importantes como os definidos pelo professor.
O diálogo centra-se no trabalho colaborativo dirigido pelo próprio grupo.
Há um envolvimento total do estudante nas actividades. O estudante pode ir trabalhando sozinho ou
com um grupo e pode relacionar a aprendizagem com as suas necessidades, vocacionais ou
académicas.
O apoio reveste a forma de contactos com o professor, por iniciativa do estudante e monitorizados
por este. O professor actua na retaguarda, dando conselhos, disponibilizando sugestões e recursos. O
feedback pode provir de diversas fontes, estudantes ou professor.
Controlo: o estudante determina as finalidades e os produtos da aprendizagem e monitoriza o seu
progresso.
O professor assume um papel de facilitador.

9. Planear cenários pedagógicos adequados a uma modalidade online e a uma


modalidade mista

O planeamento de uma formação online, inicia-se numa fase de pré-programação, seguida de


estratégias clássicas mas sem rigidez dando lugar a uma fase de (re) programação contextual face a
situações reais que surgem à medida que a formação à implementada.

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10. Identificar e analisar vantagens e desvantagens de ferramentas de comunicação


mediada por computador

Vantagens:
A integração das TIC e a capacidade de interacção que as telecomunicações permitem, supera a
distância geográfica, possibilitando a educação em qualquer parte.
A facilidade de utilização e a diversidade de informação possibilita a alunos e docentes acederem a
um mundo para além de sala de aula.
Desvantagens:
Muitos dos cursos online não são mais que páginas da WEB com espaços de e-mail e chat sem
qualquer base pedagógica, onde a formação online é apenas uma transposição do ensino tradicional
de sala de aula para ambiente online. Reeditando antigos materiais pedagógicos em materiais de web,
orientados para a aquisição de informação e memorização

11. Selecionar as ferramentas tecnológicas adequadas a diferentes cenários


pedagógicos criados.

Os chats: possibilitam que os participantes se comuniquem em tempo real. Nessa modalidade de


comunicação, todos os participantes podem se comunicar com todos que estiverem conectados pelo
ambiente virtual de aprendizagem.
Além de possibilitar uma comunicação muitos-para-muitos, essa interface também permite uma
comunicação on-line mais reservada com qualquer participante – um-para-um.
Os fóruns: A interface fórum permite o registo e a comunicação de significados por todo o colectivo
pela tecnologia. Emissão e recepção se imbricam e se confundem permitindo que a mensagem
circulada seja comentada por todos os sujeitos do processo de comunicação. A inteligência colectiva
é alimentada pela conexão da própria comunidade na colaboração todos-todos. Essa é uma das
características fundamentais do ciberespaço.
Obviamente devemos considerar que o colectivo forma uma comunidade virtual. Logo, essa
comunidade compõe um mesmo espaço (não lugar) junto com a infra-estrutura técnica que
denominamos de ciberespaço A possibilidade de diálogos a distância entre indivíduos
geograficamente dispersos favorece a criação colectiva, fazendo com que o ciberespaço seja muito
mais que um meio de informação – TV, rádio, etc. A comunicação assíncrona proporciona não só a
criação de temas de discussões entre estudantes e professores, mas, sobretudo, a troca de sentidos
construídos por cada singularidade. Cada sujeito na sua diferença pode expressar e produzir saberes,

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desenvolver suas competências comunicativas, contribuindo e construindo a comunicação e o


conhecimento colectivamente.
Listas de discussão: têm quase as mesmas características do fórum, é utilizada para a comunicação
assíncrona, em que todos podem se comunicar com todos. A grande diferença é que as mensagens
são socializadas no formato do correio electrónico, não requerendo do usuário o acesso a um ambiente
específico no ciberespaço para o envio e recebimento delas. Muitas internautas preferem usar as listas
de discussão exactamente pela facilidade de interacção via caixa de mensagem. A interface do correio
electrónica é a mais utilizada pela maioria dos internautas. É mais provável passar um dia sem navegar
na www do que não abrir a caixa de mensagens pessoal. Daí é muito mais dinâmico responder e
enviar mensagens pelas listas do que pelo fórum. Não é o caso aqui de afirmar que a lista de discussão
é melhor ou pior que o fórum, são apenas diferentes e é a dinâmica de sentido de cada usuário que
definirá qual interface é mais adequada a sua necessidade comunicacional.
Os blogs: Por conta da facilidade de acesso e apropriação de interfaces no ciberespaço, muitas acções
individuais e sociais vêm se transformando Pelos blogs, os sujeitos podem editar e actualizar
mensagens no formato hiper texto. Além de disponibilizar textos, imagens, sons a qualquer tempo e
espaço, é possível interagir com outros sujeitos, pois o formato blog permite que outros usuários
possam intervir no conteúdo veiculado pelo autor do blog que se pluraliza, compondo, assim, uma
comunidade virtual.
A mudança rápida e drástica da tecnologia implica na dependência das versões mais actualizadas e
recursos mais avançados favorecendo os eternos contratos anuais para suporte.
Devemos ter o cuidado para não tornarmos e nem formarmos usuários dependentes, mas sim sujeitos
criativos, críticos e inovadores. A questão não é simplesmente obter os artefactos computacionais
mais sofisticados, mas saber fazer a escolha e saber como utilizá-los da melhor forma possível.

Gilly Salmon considera que a função do professor num contexto online se altera à
medida que se desenvolvem as actividades. Indique uma atitude inicial do professor
que influencia de modo decisivo a motivação dos estudantes.

dar as boas vindas aos estudantes.


Uma análise interessante do papel do professor nos contextos online é a apresentada por Salmon
(2000). Baseando-se no estudo das interacções entre estudantes e professores ao longo de 2 anos, esta
autora concluiu que a função do professor se vai alterando à medida que o curso prossegue,
distinguindo 5 estádios ou níveis. Com base nesta investigação, elaborou um modelo com o qual
consideramos ser possível construir um instrumento de apoio à concepção e planificação dos cursos,
bem como um instrumento de apoio à formação de professores de cursos online.
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1) Acesso e Motivação: ensino sobre a utilização do sistema/plataforma e construção da confiança


do utilizador, encorajando-o a participar regularmente. É neste estádio que se dão as boas vindas aos
participantes e o professor oferece o seu apoio, terminando quando os participantes colocam a sua
primeira mensagem.
2) Socialização: desenvolvimento da coesão e cultura do grupo e de modos sistemáticos de trabalhar
online. A empatia desenvolvida neste estádio funciona como um pré-requisito para o curso e para
discussões relacionadas com o conhecimento interpessoal. Este estádio está terminado quando os
participantes começam a partilhar um pouco de si próprios.
3) Partilha de Informação: encorajar todos os participantes a contribuir para a discussão dos
conteúdos que foram disponibilizados – os materiais. Dado que é neste estádio que os estudantes se
confrontam com a informação, o professor deve estar “sensível” para apoiar e orientar os estudantes
na sua gestão e avaliar se as estratégias que utilizam para lidar com o volume de informação são as
mais adequadas. É também nesta fase que há mais pedidos de ajuda ao professor e uma maior
necessidade de encorajamento e orientação.
4) Construção do conhecimento: encorajar a interacção, fazer ligações com a aprendizagem em
curso, gerir conflitos e dar feedback, reduzir a sua intervenção enquanto professor para permitir a
interacção dos estudantes com os seus pares, criando condições para a construção do conhecimento.
5) Desenvolvimento: neste estádio os estudantes são responsáveis pela sua própria aprendizagem
através das oportunidades criadas, necessitando de pouco apoio para além do já disponibilizado. Para
a autora é aqui que melhor se expressa o paradigma construtivista da aprendizagem.

Suponha que está a pensar planear um pequeno curso em EaD ou misto. Formule duas
questões importantes que deve fazer-se a si próprio(a) antes de começar a planear o
curso.

Existem muitos aspectos pedagógicos substantivos que há que ter em conta no desenvolvimento e na
distribuição de cursos e programas no ensino a distância. Dum ponto de vista prático, antes do início
de um programa a distância o professor deve questionar-se sobre certas características, de forma a
planear uma abordagem adequada. Nomeadamente, deve decidir com base nas seguintes questões:
• Quem são os meus estudantes? São adultos?
• Quais são as suas qualificações?
• Estão habituados à aprendizagem auto-dirigida?
• É a primeira vez que estão a frequentar um programa de ensino a distância?
• Qual o seu nível de literacia tecnológica?

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• Terão acesso à tecnologia através da qual o curso será disponibilizado?


• Quais são os objectivos principais do meu programa?
• O que será mais adequado para os meus estudantes - um programa estruturado ou um
programa não-estruturado?
• Que recursos vou utilizar para veicular os conteúdos e as actividades (papel, vídeo, áudio,
páginas web, etc.)?
• Que ferramentas tecnológicas de comunicação posso usar?
• Devo oferecer formação tecnológica antes de iniciar o programa?
• Quem irá assegurar o apoio técnico durante o curso e como o fará?
• De acordo com os objectivos principais do curso e tendo em conta os meus estudantes, qual
será o melhor ambiente pedagógico?
• Será um ambiente centrado no conhecimento? Ou no aprendente? Ou na comunidade?
• Deverei combiná-los ao longo do curso para aproveitar o melhor de cada um deles?
• Que modelo de ensino a distância está disponível para este programa?
• Se o ensino é misto, quais os conteúdos que vou trabalhar em sessões presenciais e quais os
mais adequados para estudar a distância?
• Qual é o melhor modelo pedagógico para o meu curso?
• Ou, que secções do meu programa se enquadram melhor num modelo de aprendizagem
independente ou num modelo de aprendizagem colaborativa?
• O que se espera de mim em cada um dos casos?
• Como posso gerir o meu tempo ao usar estes modelos?

Depois de responder a estas questões, pode esboçar-se o plano do projecto descrevendo os modelos
escolhidos, as técnicas e as tecnologias, bem como as tarefas a ser realizadas e o tempo que se prevê
ser necessário para o trabalho do professor/tutor.

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OUTRAS QUESTÕES

Sobre o “aprendizado online” podem identificar-se três tipos de ambientes virtuais de


aprendizagem (segundo o estudo de Mason, 1998):

1. “Ambiente Instrucionista” - ambiente centrado no conteúdo (que pode ser impresso) e no suporte
que são tutoriais ou formulários enviados por e-mail (normalmente são respondidos por outras
pessoas). A interacção é mínima e a participação online do estudante é praticamente individual. Este
tipo de ambiente é o mais comum, e representa o tradicional curso Instrucionista onde a informação
é transmitida como na aula expositiva presencial.
2. “Ambiente Interactivo” - ambiente centrado na interacção online, onde a participação é essencial
no curso. Neste caso, o papel do professor é mais intenso, pois as actividades são criadas no decorrer
do curso. Ocorrem também eventos síncronos (chats).
3. “Ambiente Cooperativo” - ambiente cujo objectivo é trabalho colaborativo e participação online.
Existe muita interacção entre os participantes através de comunicação online, construção de
pesquisas, descobertas de novos desafios e soluções. O conteúdo do curso é fluido e dinâmico e
determinado pelos indivíduos do grupo.

Pontos relevantes para a configuração de ambientes virtuais de aprendizagem:

1. Design - este deve ser Simples: a simplicidade do ambiente permite que os participantes aprendam
a utilizar a tecnologia enquanto participam no curso; e Fácil: quanto mais facilidade os participantes
tiverem em relação aos aspectos técnicos, mais tempo terão para se envolver com o conteúdo e
participar activamente no ambiente.
2. Estética – factor primordial para um ambiente agradável e atraente. Assim, a estética compreende
a escolha das interfaces, o design, a cor, as imagens, símbolos, sons, animações, a disposição do
conteúdo, as opções disponíveis em cada página, conexões internas e externas, o mapeamento do
espaço virtual. Para compor a estética é importante: Um ambiente “clean”, isto é, não poluído de
informações, mas com quantidade suficiente para a sua compreensão; Uma boa navegabilidade que
permita o acesso prático, simples, fácil às informações. Um Design harmonioso, ou seja, equilíbrio
nas cores, no tipo de letra, no fundo da página, na escolha das imagens e animação, na definição e
disposição da barra de navegação, e noutros elementos como o som; Uma Padronização suficiente
para reconhecer as páginas que fazem do ambiente e as que não fazem.
3. Contextualização – contextualizar, do latim, significa colocar no contexto, situar a si ou alguém
em relação a uma determinada circunstância. Assim, a contextualização possibilita: Compreender

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as circunstâncias no qual o ambiente foi criado e as suas futuras transformações; Partilhar o


significado entre participantes internos e externos; Construir a identidade do ambiente, conhecer-se
uns aos outros e identificar elementos comuns os quais permitam identificarem-se uns com os outros,
sejam indivíduos ou grupos.
4. Organização – além de proporcionar a boa navegabilidade, permite também que as interacções e
as informações sejam agrupadas em assuntos bem definidos. Assim, um ambiente bem organizado,
além de possibilitar que o utilizador não se perca, perante tantas tarefas, beneficia a reflexão e a
articulação do que já está previamente agrupado.

O papel do mediador pedagógico nos ambientes virtuais:

• Acompanhar as mudanças, detectar as expectativas, objectivos e experiências prévias dos


alunos;

• Actualizar o ambiente com alguma frequência, para que os objectivos colectivos e individuais
sejam alcançados;

• Incentivar o questionamento, a troca de comentários, de informações, críticas e argumentos,

• Abrir o ambiente virtual para as intervenções entre todos os participantes;

• Garantir a socialização das informações, dos objectivos e das intencionalidades entre todos os
participantes;
• Respeitar o ritmo de cada aluno, acompanhando-o e intervindo quando necessário;

• Oferecer suporte, apoio e retorno constante durante o processo, para uma melhor articulação
do feedback das acções com tendência a alcançar outros desafios indo ao encontro do
objectivo principal da actividade;

• Estimular a vontade e o desejo dos participantes, relacionando o assunto principal do curso


com os interesses dos alunos, incentivando ao dialogo continuo entre eles;

• Propiciar oportunidades para que pontos em comum possam surgir entre os indivíduos, de
modo a que o ambiente favoreça a proximidade entre eles.

Pode dizer-se, que o mediador pedagógico tem que estar capacitado para lidar com as complexidades
naturais do ambiente, e ao mesmo tempo ter competência para levá-las ao encontro dos objectivos a
serem alcançados, quer individuais quer colectivos.
Ambientes virtuais de Aprendizagem (AVA) Correspondem a um conjunto de elementos técnicos
e sobretudo humanos e o seu feixe de relações contido no ciberespaço (internet e intranet) com uma
identidade e um contexto específico criados com intenção clara de aprendizagem.

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Segundo Coomey e Stephenson (2001) identificam-se quatro dimensões, nas quais os


cursos com boas práticas se encaixam:

1. Diálogo – deve acontecer entre professor e aluno ou entre estes. Para que se desenvolva o diálogo,
é necessário que este seja preparado pelo professor. As ferramentas tecnológicas favoráveis ao
diálogo encontram-se o e-mail, o chat e os fóruns.
2. Envolvimento – refere-se à realização de tarefas estruturadas, ao envolvimento activo na
exploração dos materiais, à colaboração entre estudantes, à fluidez e à motivação. A fluidez está
associada ao desafio, ao feedback clarificador, ao controlo por parte do estudante e à concentração na
tarefa.
3. Apoio – encontra-se sob a forma de sessões presenciais, de supervisão tutorial, de apoio dos pares,
conselhos de peritos, feedback sobre as performances; está implícito nos serviços de suporte e nas
ferramentas informáticas usadas.
4. Controlo – refere-se ao facto de os estudantes terem, ou não, controlo das actividades de
aprendizagem que são chave para aprender e ao facto de o estudante ser encorajado, ou não, a assumir
esse controlo. Este pode dizer respeito às respostas de exercícios, ao ritmo e ao tempo, à escolha do
conteúdo, à gestão das actividades de aprendizagem, dos objectivos e das finalidades da
aprendizagem, à direcção global do percurso e à avaliação dos resultados.

Princípios orientadores a respeitar para uma concepção eficaz de aprendizagem


online:

• Oferecer um ambiente de aprendizagem baseado na resolução de problemas;

• Propor tarefas autênticas e realistas;

• Dar ênfase à construção de conhecimento;

• Promover a aprendizagem activa;

• Usar com eficácia ferramentas multimédia;

• Combinar as estratégias pedagógicas apropriadas;

• Oferecer um ambiente de aprendizagem com contexto adequado;

• Dar ênfase à aprendizagem de grupo.

Vantagens e desvantagens do chat

• Conversa em tempo real


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• Construção de uma identidade ou permanência no anonimato parcial


• Maior desinibição, mais participação, promove a espontaneidade
• Utilização de cores, formas e ícones expressivos
• Utilização do raciocínio rápido e sintetização de respostas
• Sentimento de pertença social que promove o envolvimento e comprometimento entre os
participantes de uma comunidade (reduz a distância transacional)
• Permite o contacto directo com os formadores para fornecer feedback e corrigir eventuais
lacunas
• Simula o ambiente da sala de aula
• Permite a recuperação das discussões efectuadas, gravando-as num arquivo de texto,
fornecendo informações valiosas para a avaliação
• Constrangimentos de tempo e de espaço
• Pouca margem de reflexão sobre os assuntos, dada a sua instantaneidade
• Penalizadores para pessoas com menor capacidade de expressão escrita ou pouca destreza na
utilização do teclado
• Dispersão dos alunos para assuntos, que não se relacionam com as aprendizagens
• Desorganização na discussão: múltiplos assuntos discutidos simultaneamente, perguntas que
ficam sem resposta, comentários que perdem o sentido
• Exigem a moderação por parte do formador ou outro elemento

Modelos de ensino online

Modelos mais centrados no Professor: Caracterizam-se por se centrarem mais no ensino do que na
aprendizagem, apoiando-se num modelo de ensino baseado na transmissão de informação, adoptando
as mesmas estratégias de ensino agora mediatizadas por uma ferramenta tecnológica
Modelos mais centrados na Tecnologia: estes modelos são centrados na ferramenta tecnológica
adoptada, atribuindo um papel secundário quer ao professor quer ao estudante.
Modelos mais centrados no Estudante: estes modelos inscrevem-se numa tendência contemporânea
em que se valoriza que a instituição de ensino passe a centrar-se na figura do estudante e não na do
professor, embora na realidade reflictam mais uma ntenção do que uma prática. Actualmente, os
modelos mais centrados no estudante baseiam-se, sobretudo, na auto-formação e na auto-
aprendizagem.

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Dimensões Não desejável Aprendizagem

Modelo eclético baseado no


Base pedagógica Modelo instrutivista
construtivismo

Prioridade à aprendizagem Conteúdos Aprender a aprender

Estratégias de aprendizagem Unicamente interactivos Colaborativos e interactivos

Objectivo de aprendizagem Controlo externo Autónomo

Teoria de aprendizagem Behaviorista Cognitivo

Função do professor Didáctico Mediador

Modos de prestação Fixos Abertos

Abordagens de
Superficiais Profundos
aprendizagem

Estruturas de aprendizagem Rígidos Flexíveis/Modulares

Modelos de aprendizagem Centrados no instrutor Centrados na equipa de aprendizagem

Transferência de
Objectivos de aprendizagem Transformação dos modelos mentais
informação

Métodos pedagógicos Passivos Activos

25 / Ana Catarina Carneiro 2019-2020


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David Kolb, tendo estudado como diversos indivíduos aprendem, chegou à conclusão
que há fundamentalmente 4 estilos diferentes. Enumere-os.

O círculo de aprendizagem de Kolb baseia-se na premissa de que interiorizamos o conhecimento


através da experiência concreta ou da observação reflexiva, adaptando este conhecimento através da
conceptualização abstracta ou da experimentação activa.

Kolb definiu quatro estilos de aprendizagem:


• O Divergente é bom na análise de situações concretas a partir de muitos pontos de vista diferentes;
a sua abordagem às situações passa pela observação e não pela acção; tende a apreciar as sessões de
brainstorming e o trabalho em equipa.

• O Assimilador é capaz de compreender um vasto leque de informações e dar-lhe uma forma


lógica e concisa; é menos centrado nas pessoas e mais interessado nas ideias e nos conceitos; prefere
a leitura, as prelecções e a reflexão.

• O Convergente é bom a encontrar usos práticos para ideias e teorias; prefere lidar com tarefas
e problemas técnicos do que com questões sociais e interpessoais; gosta de experimentar novas ideias,
de simulações e de tarefas de laboratório.

• O Acomodador prefere aprender sobretudo com base na prática; gosta de implementar planos
e envolver-se em experiências novas e que constituam um desafio; pode agir com base na intuição e
não na análise lógica; prefere trabalhar com outros e desenvolver trabalho de campo.
Kolb enfatiza que o melhor ensino ocorre quando se desenvolvem cada uma das percepções e
cada um dos métodos de adaptação do conhecimento. Embora se possam ter preferências próprias,
deve tentar-se desenvolver-se as quatro abordagens, o que pode ter lugar durante a preparação das
lições.

A teoria de Kolb tem sido amplamente posta em prática e inspirou muita investigação subsequente.
Peter Honey e Alan Mumford desenvolveram uma taxonomia que se adapta ao círculo de
aprendizagem de Kolb. As designações específicas - activo, pragmático, reflexivo e teórico - são
conceitos base em muitos testes práticos.

26 / Ana Catarina Carneiro 2019-2020


11010– Educação Aberta e a Distância / Lina Morgado & Nathalie Ferret

REFERÊNCIAS
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27 / Ana Catarina Carneiro 2019-2020

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