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Roteiro - Calcio em Leite

Este documento descreve o procedimento para determinar a concentração de cálcio em amostras de leite utilizando titulação complexométrica com EDTA. O método envolve padronizar uma solução de EDTA, realizar uma pré-titulação da amostra de leite para calcular o volume de alíquota, e então titular a alíquota para calcular a concentração de cálcio.

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Roteiro - Calcio em Leite

Este documento descreve o procedimento para determinar a concentração de cálcio em amostras de leite utilizando titulação complexométrica com EDTA. O método envolve padronizar uma solução de EDTA, realizar uma pré-titulação da amostra de leite para calcular o volume de alíquota, e então titular a alíquota para calcular a concentração de cálcio.

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Universidade do Estado Da Bahia – UNEB

Departamento de Ciências Exatas e da Terra – DCET – Campus I


Colegiado de Licenciatura Em Química
Componente curricular: Química Analítica
Docentes: Prof. Dr. Vitor Hugo Migues

ROTEIRO PARA A PRÁTICA


DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM LEITE

1. ASSUNTOS ENVOLVIDOS
Titulação envolvendo reações de complexação. Utilização de indicadores
metalocrômicos. Determinação da concentração de cálcio. Exatidão e precisão
de uma análise.

2. OBJETIVO GERAL Determinar a concentração de cálcio em amostra de leite,


utilizando métodos volumétricos de formação de complexos.

3. REAGENTES E MATERIAIS
Bureta volumétrica; béquer; erlenmeyer; pipetas volumétricas; balão volumétrico;
proveta; suporte universal e garra para bureta; frasco lavador; balança analítica
(± 0,0001 g); solução de EDTA ≈0,02 mol L-1; indicador eriocromo-T (0,5 g em
100 mL etanol); CaCO3 p.a. sólido; NaOH 1 mol L-1; KCN sólido; tampão de
amônio (pH=10); amostras de leite.

4. INTRODUÇÃO
A análise volumétrica de complexação é um método analítico que compreende
a titulação de íons de metais com espécies ligantes ou complexantes. O agente
complexante mais utilizado é o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA). O EDTA
em solução aquosa, forma complexos estáveis de estequiometria 1:1 com um
grande número de íons de metais. O EDTA pode ser obtido com alta pureza,
na forma do ácido propriamente dito ou na forma do sal dissódico diidratado.
As duas formas possuem elevada massa molar, mas o sal dissódico tem a
vantagem de ser bem mais solúvel em água. Um composto orgânico que é
capaz de utilizar dois ou mais grupos para formar ligações coordenadas com
um íon de metal é denominado de agente quelante e o complexo formado,
quelato. A estrutura química do EDTA é apresentada na Figura 1.

Figura 1 - Estrutura química do EDTA


Os dois átomos de nitrogênio possuem par de elétrons disponível capazes de
formar ligações coordenadas com um íon de metal, assim como os quatro
grupos carboxílicos quando dissociados. Portanto, existe a capacidade do EDTA
disponibilizar em sua estrutura, seis grupos complexantes. Este agente
complexante pode ser representado pelo símbolo H4Y. O ligante não protonado
Y4−, é a espécie que complexa os íons de metal. A Figura 2 ilustra a estrutura
do complexo de cálcio-EDTA. O ponto de viragem das titulações
complexométricas é determinado com indicadores metalocrômicos. Os indicadores
mais comumente usados são: negro de eriocromo T, alaranjado de xilenol,
calcon, calmagita, murexida, violeta de pirocatecol e outros. Os indicadores
metalocrômicos são corantes orgânicos coloridos que formam quelatos com os
íons metálicos. O quelato tem uma cor diferente daquela do indicador livre. Para
que este processo ocorra na prática, é necessário que a estabilidade do
complexo metal−Indicador seja menor que a do metal−EDTA. Caso isto não
aconteça, o EDTA não deslocará o metal do complexo metal−Indicador.

O indicador negro de eriocromo T não pode ser empregado na titulação direta


do cálcio com EDTA porque a formação do complexo cálcio−indicador provoca
uma mudança de coloração pouco definida no ponto final da titulação. Para
evitar este problema, adiciona-se uma pequena quantidade de Mg2+ à solução
onde o Ca2+ é analisado. O complexo Ca−EDTA é mais estável do que o
complexo Mg−EDTA e, portanto, é titulado primeiro. Neste caso, devesse fazer
uma correção para compensar a quantidade de EDTA usada para a
complexação do Mg2+ adicionado. Uma técnica melhor consiste em adicionar o
Mg2+ à solução de EDTA e não à solução de cálcio como descrito anteriormente.
Estes íons Mg2+ reagem rapidamente com o EDTA formando o complexo
Mg−EDTA, causando uma redução na concentração molar do EDTA, de tal
modo que esta solução deve ser padronizada após a adição do Mg 2+. Esta
padronização pode ser feita por meio de uma titulação com CaCO 3 dissolvido
em ácido clorídrico, ajustando-se o pH, adicionando o indicador a solução e
titulando com EDTA. Nesta segunda alternativa não há necessidade de se
efetuar nenhuma correção para a quantidade de Mg 2+ adicionado, pois este já
é considerado na padronização do EDTA.

Figura 2 - Estrutura do complexo cálcio−EDTA.


De todos os minerais presentes no corpo humano o elemento cálcio é o mais
abundante: 98% deste elemento estão presentes nos ossos e 1% nos dentes,
o restante em todos os outros tecidos. Trata-se de um elemento essencial para
determinadas reações metabólicas tais como a contração muscular. O soro
sanguíneo contém de 4,5 a 5,5 mmol/L-1 de cálcio e um aumento ou decréscimo
significante de cálcio produz sintomas patológicos como a hipocalcemia, que
ocorre quando a concentração de cálcio cai para 3,5 mmol L -1, resultado de
uma deficiência de hormônio paratireóide ou de uma deficiência em vitamina D.
O tratamento padrão de um paciente hipocalcêmico consiste na injeção
intravenosa de gluconato de cálcio, extrato de paratireóide e vitamina D. Em
casos menos agudos, 1 a 5 gramas de carbonato ou gluconato de cálcio devem
ser administrados oralmente três vezes ao dia. Gluconato de cálcio é encontrado
em tabletes ou em solução. O ânion é resultante de um ácido orgânico fraco,
sendo capaz de reduzir a acidez estomacal, propriedade não apresentada pelo
íon cloreto.
5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
5.1. Tampão de amônio pH = 10.
Calcular e pesar massa de NH4Cl e medir volume de NH3 concentrado
necessário para preparar volume desejado de uma solução tampão de amônio
pH=10 na concentração 0,1 mol L-1. Este tampão deve ser armazenado em
frasco de polietileno, tendo em vista, que em recipientes de vidro ocorre
passagem de íons de metais para a solução.

5.2. Solução de Eriocromo T.


Dissolver quantidade correspondente a 0,5% (m /v) de negro de indicador
Eriocromo-T em etanol. A solução de indicador deve ser preparada
recentemente, pois é instável.

5.3. Solução de EDTA ≈0,02 mol L-1.


Calcular e pesar em um béquer, massa do sal Na 2H2Y.2H2O necessária para
preparar 100 mL de uma solução 0,02 mol L-1. Acrescentar 0,005 g de
MgCl2.6H2O, dissolver com água destilada, transferir para um balão volumétrico
de 100 mL e completar volume com água destilada e homogeneizar o sistema.
Esta solução deve ser armazenada em frasco de polietileno. Caso seja
necessário, outros volumes de solução poderão ser preparados mantendo-se a
proporção.

5.4. Padronização da solução de EDTA ≈0,02 mol L-1.


Pesar 0,183 g de CaCO3 p.a. previamente dessecado e dissolver num béquer
utilizando a mínima quantidade de solução de HCl 1:1. Evaporar até quase a
secura, redissolver em água destilada e transferir para um balão volumétrico de
100 mL. Pipetar para um erlenmeyer uma alíquota de 10,0 mL desta solução,
acrescentar 10 mL de tampão de amônio, 4 gotas de indicador negro de
Eriocromo T e titular com a solução de EDTA. Calcular a concentração da
solução de EDTA e preencher a Tabela I.
5.5. Análise de cálcio no Leite.
5.5.1. Pré-titulação da amostra.
Pipetar 1,0 mL da amostra, acrescentar cerca de 20 a 30 mL de água destilada,
2 mL de tampão amônio, 4 gotas de Eriocromo T e titular com a solução de
padrão EDTA. Determinar o consumo aproximado do titulante. Calcular o volume
de alíquota da amostra que deve ser pipetada para consumir cerca de 3/5 da
capacidade da bureta, de solução padrão de EDTA.

5.5.2. Análise da amostra.


Pipetar o volume de amostra calculado a partir do item 5.5.1 e titular conforme
o procedimento do item
5.4. Calcular a concentração de cálcio e magnésio em mg/200 mL no leite e
preencher a Tabela II.

5. Resultados
5.1. Padronização da solução de EDTA (Tabela I)
Massa (mg) de CaCO3 utilizada =
Volume (mL) da solução padrão preparada =
Volume (mL) gasto de solução de EDTA =
Concentração de EDTA (mol L-1) =

Tabela I - Resultados da padronização da solução de EDTA


EDTA 1 2 3
mL 20,68 20,67 20,70
Mol/L
Concentração média de EDTA (mol L-1) Média e desvio padrão± s =
5.2. Análise da amostra de Leite (Tabela II)
Volume (mL) de amostra analisada =
Volume (mL) gasto de solução de EDTA =
Teor expresso na forma de cálcio (mg/200mL) na amostra =
1 2 3
EDTA mL 15,20 15,27 15,20
Calcio (mg/200 mL)
Teor médio de cálcio em leite (mg/200 mL) ± s =
EXERCÍCIOS
1. Suspeitando-se que um lote de leite possa ter sido adulterado, a nutricionista de
uma indústria decide fazer a determinação do teor de cálcio em uma amostra deste
lote. Utilizando da técnica de complexometria com EDTA, verificou-se que para 10,00
mL de leite foram gastos, em triplicata, volumes de 17,90, 18,00 e 17,95 mL de solução
de EDTA 0,1020 mol L-1. Sabendo que o rótulo do leite sob suspeita diz que o teor de
cálcio é de 240 mg para uma porção de 200 mL da bebida, e aceitando-se um erro de
5% na análise, o produto está ou não dentro das especificações.

2. Pesquise alguns rótulos de leite UHT integral e desnatado. Existe grande variação
nos valores encontrados? Qual a faixa de teores de cálcio, em g L -1, observada? Se
considerarmos que a recomendação de dose diária para um adulto é de 1000 mg de
cálcio, qual volume de leite precisaria ser ingerido para alcançar a recomendação?
Quais outros alimentos são considerados fontes de cálcio e poderiam substituir, ao
menos parcialmente, o leite na dieta?

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