Matematica Basica III
Matematica Basica III
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Livro eletrônico
ISBN 978-65-89549-05-5(E-book)
Parabéns por ter escolhido esta Eletiva para o seu currículo, pois
MENSAGEM AO ESTUDANTE
ela fará diferença em sua vida ao lhe ajudar a ampliar seus conheci-
mentos sobre Matemática Básica II. Este conhecimento fez diferença
para a Humanidade e pode fazer diferença em sua vida ajudando, entre
outras coisas, a ampliar o domínio das operações básicas, das frações
e a resolver problemas do cotidiano que utilizem esses conteúdos.
Ressalta-se que para a escolha de uma eletiva, faz-se necessário
se autoconhecer, identificar os valores nos quais se sustentam o seu
Projeto de Vida e como esses valores podem contribuir para o seu
sucesso como pessoa e como cidadão.
Prepare-se para a viagem do conhecimento que, por meio da
Matemática, fará você aprender a aplicar métodos e a desenvolver
procedimentos científicos e práticos, para além da teoria. Algumas
das experiências que você vai realizar aqui foram desenvolvidas por
grandes escritores, cientistas, matemáticos e suas descobertas podem
abrir muitas portas para sua formação profissional.
Ao final do fascículo, você vai encontrar os EXERCÍCIOS PROPOSTOS,
eles estão organizados em 4 níveis e ajudarão a verificar o desenvol-
vimento da aprendizagem dos conteúdos estudados nesta Eletiva.
O objetivo é que este material o/a auxilie a exercer o protagonismo
de modo que você identifique seus potenciais, interesses e paixões e
estabeleça estratégias e metas para alcançar seus próprios objetivos
em todas as dimensões. Logo, o presente material deve servir de apoio
para se atingir esse objetivo.
Sucesso e bom estudo!
P. 6
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Aritmética de números reais 7
Contando ou medindo 7
A reta real 10
Exercícios propostos 24
Folha de cálculos 31
HABILIDADES DESENVOLVIDAS
Ao longo dessa Eletiva você terá oportunidade (EF07MA11) Compreender e utilizar a multiplicação
de desenvolver, mesmo que parcialmente, as e a divisão de números racionais, a relação entre
habilidades do campo aritmético da BNCC, do elas e suas propriedades operatórias.
ENEM e do SPAECE. (EF07MA12) Resolver e elaborar problemas que
envolvam as operações com números racionais.
BNCC
(EF07MA08). Comparar e ordenar frações associa- ENEM
das às ideias de partes de inteiros, resultado da H1 – Reconhecer, no contexto social, diferentes
divisão, razão e operador. significados e representações dos números e
(EF07MA09) Utilizar, na resolução de problemas, a operações - naturais, inteiros, racionais ou reais.
associação entre razão e fração, como a fração
2/3 para expressar a razão de duas partes de SPAECE
uma grandeza para três partes da mesma ou três
D16 – Estabelecer relações entre representações
partes de outra grandeza.
fracionárias e decimais dos números racionais.
(EF07MA10) Comparar e ordenar números racionais
em diferentes contextos e associá-los a pontos
da reta numérica.
P. 1 P. 7
Nosso primeiro contato com números se dá através dos inteiros não negativos,
aqui chamados de números naturais 1 (conjunto com símbolo N).
Na língua portuguesa (assim como na maioria das línguas latinas), utiliza-
mos os algarismos hindu-arábicos em um sistema posicional para representar
quantidades. Os traçados dos três primeiros algarismos não nulos, 1, 2 e 3,
trazem em si lembretes dos valores que eles representam.
Exercício 3.1 Maria comprou duas pizzas de 8 pedaços para dividir com os
amigos. Ao todo, foram comidos 13 pedaços. Qual a fração de uma pizza
corresponde aos pedaços que sobraram?
1
Alguns autores não consideram o número zero como um natural. Isso é uma mera
convenção, mas é importante que autores, alunos e professores deixem suas escolhas claras
para não causar confusão na comunicação das ideias.
P. 8 Seção 3.1 P. 2
“quantas vezes” a unidade cabe dentro do intervalo a ser medido. Porém, essa
quantidade claramente não precisa ser um número inteiro, daí a necessidade
do uso dos números racionais.
Os racionais resolvem o problema do ponto vista prático, pois com eles
já podemos medir qualquer segmento com uma precisão tão grande quanto se
queira. Mas, surpreendentemente, o conjunto dos números racionais também
não é suficiente para medir de forma exata todo seguimento! Daí, a “necessidade”
do uso dos números reais.
O P
0 1 R
Figura 3.3: uma barra que mede 4 unidades de comprimento, já que sobre
cabem exatamente 4 cópias de u.
O P
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
(a) −11, −3 e 6.
(b) −11, −5 e 6.
(c) −10, −3 e 5.
(d) −10, −8 e 5.
P Q S
−5 0 10
que corresponde ao ponto que a aluna deve marcar para acertar a tarefa
pedida.
(a) A.
(b) B.
(c) C.
(d) D.
1900 B A C D 2000
O P
1 2 3 5 6 7 9
0 4 4 4 4 4 4 4 8 4
4 4
O P
1 1 3 5 3 7 9
0 4 2 4 1 4 2 4 2 4 3
Solução. Devemos dividir o segmento unitário em duas partes iguais (ou seja,
ao meio), a fim de marcar o número 12 sobre a reta. Em seguida, marcamos
os múltiplos positivos e negativos desta subunidade para a direita e para a
esquerda da origem, respectivamente, como na Figura 3.8. Como −6 ≤ m ≤ 6
temos 6 múltiplos de 1/2 para cada lado. Em tal figura, quando o resultado
da divisão m/2 é um inteiro, resolvemos por anotar apenas o resultado dessa
divisão (por exemplo, escrevemos 1 no lugar de 22 , escrevemos 2 no lugar
de 42 , etc), e usamos “marcas” maiores para os números inteiros (isso não é
obrigatório, mas facilita bastante a leitura e interpretação da figura).
O P
− 52 − 32 − 12 1 3 5
−3 −2 −1 0 2
1 2
2 2
3
R
racionais Q irracionais R − Q
Lembre-se: N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R.
São números reais: todos os números racionais (incluindo os inteiros) e
os irracionais. Eles podem ser positivos, negativos ou zero.
Não são números reais: números que não “cabem” na reta real, tais como
os números complexos (por exemplo, raiz quadrada de −1); e o infinito (que
não é considerado um número).
√ √
Os números 2, 5 e π são exemplos de irracionais. Esses números são
reais
√ positivos, pois existem segmentos com esses comprimentos. Por exemplo,
2 significa um número cujo quadrado é igual a 2. Pelo Teorema
√ de Pitágoras,
o comprimento da diagonal de um quadrado de lado 1 mede 2. De fato, se
d é tal comprimento, aplicado Pitágoras ao triângulo retângulo formado por
dois lados e uma diagonal deste quadrado, temos (a soma dos quadrados dos
catetos é o quadrado da hipotenusa):
√
12 + 12 = d2 =⇒ 2 = d2 =⇒ d = 2 (pois d > 0).
√
Da mesma forma, 5 significa um número cujo quadrado é igual a 5
e é o comprimento da hipotenusa de um triângulo retângulo de catetos de
comprimentos iguais a 1 e 2.
√
5
√ 2
1
1 2
ambos por 2, √
simplificando a fração). Elevando ao quadrado ambos os lados
da igualdade 2 = ab , temos:
2
√ a a2
( 2)2 = =⇒ 2 = 2 =⇒ 2b2 = a2 .
b b
Agora, como 2k 2 é par, segue que, b2 é par. Da mesma forma que acima, temos
que b é par. Mas isso é impossível, pois no máximo um dentre a e b poderia
ser par. √
Nesse ponto (e como já frisamos),
√ sendo impossível que 2 seja racional,
só resta a outra possibilidade: 2 é irracional.
√
Exercício 3.6 Use a ideia acima para mostrar
√ que 5 é irracional. (Sugestão:
supondo, por redução ao absurdo, que 5 = a/b, com a e b naturais, ao
invés de considerar as possibilidades de a ou b serem números pares ou
ímpares, considere as possibilidades de a ou b serem ou não múltiplos de 5.)
72°
36°
1 1
e
et
72° D
re p
36° 36°
A C
1 x−1
x
(b)
E
G
A C
D F
√
1+ 5 1 + (a/b) b+a
= = ,
2 2 2a
também um racional, o que não é verdade.
ℝ
R
palavra “dois” em Português, pela palavra “two” em Inglês, pelo algarismo 2
P. 18 Seção 3.4 P. 12
tomar uma potência de 10 que tem tantos zeros quantas são as casas decimais
do número original. Essa potência é utilizada no denominador enquanto que
no numerado colocamos o produto desta potência pelo número original. Logo,
todo número com uma quantidade finita de casas decimais não nulas é racional.
10d = 6,666 . . . .
Dessa forma, “ganhamos” um algarismo 6 à esquerda da vírgula, mas não A remoção de um elemento
perdemos nenhum algarismo à direita, já que continuam existindo infinitos de um conjunto infinito
deles. Agora, quando subtraímos d de 10d, toda a parte não inteira se anula: não altera o fato dele ser
infinito. Essa é a principal
10d − d = 6,666 . . . − 0,666 . . . = 6. distinção entre conjuntos
finitos e infinitos.
Dessa maneira, concluímos que
6 2
9d = 6 =⇒ d = = .
9 3
Exercício 3.9 Mostre como converter a dízima periódica de cada item para
a forma fracionária.
(a) t = 0,616161 . . ..
(b) s = 2,473333 . . .
P. 20 Seção 3.5 P. 14
Solução. (a) Temos uma dízima simples cujo período, 61, possui dois alga-
rismos. Vamos multiplicar t por 100 para que a vírgula seja movida para
logo após o primeiro período.
100t = 61,6161 . . .
t = 0,616161 . . . .
Logo, 100t − t = 61 =⇒ 99t = 61 =⇒ t = 61 99 .
(b) Esta dizima possui parte inteira 2, anteperíodo 47 e período 3. O truque
é fazer duas multiplicações, uma para colocar a vírgula logo antes do
período e outra para colocá-la logo depois. Temos que:
100s = 247,3333 . . .
1000s = 2473,333 . . .
Neste exemplo, já que o número 3 se repete infinitas vezes, mesmo
deslocando uma das cópias do “3” da direita para a esquerda da vírgula,
a expressão à direita da vírgula nos dois últimos números permanece a
mesma. Agora, basta subtrair o primeiro número do segundo para que
as partes não inteiras se anulem:
1000s − 100s = 2473,333 . . . − 247,3333 . . . =⇒
(1000 − 100)s = 2473 − 247 =⇒
900s = 2226.
Logo,
2226
s= .
900
O número 0,999 . . .
A dízima 0,999 . . . é muito importante. Se chamarmos esse número de n e
seguirmos os passos da subseção anterior, teremos que:
10n = 9,999 . . .
n = 0,999 . . . .
Logo,
10n − n = 9,999 . . . − 0,999 . . . = 9 =⇒ 9n = 9 =⇒ n = 1.
Isso mesmo, 0,999 . . . = 1. Pelo fato de termos usado infinitos algarismos
O argumento aqui é o iguais a 9 o resultado é exatamente igual a 1. Se interrompêssemos os algarismos
mesmo utilizado na se- em qualquer instante, por exemplo, 0,99 ou 0,999 ou 0,999999, o resultado
ção do grilo binário: não obtido seria aproximadamente 1, mas diferente de 1. Porém, quando usamos
é possível que 0,999 . . . infinitos 9s, não apenas chegamos perto de 1, mas obtemos um número que é
seja igual a qualquer outra exatamente igual a 1. O infinito é realmente muito interessante. Pelo mesmo
coisa diferente de 1. motivo, 0,1999 . . . = 0,2.
Ao trabalhar com dízimas é sempre mais conveniente convertê-las a frações.
Às vezes, isso pode ser evitado. Por exemplo, é bastante claro que 2 · 0,444 . . . =
0,888 . . .. Porém, não é muito óbvio como calcular 2 · 0,666 . . .. Não é claro o
que deve ser feito com o “vai um” ao realizar uma soma infinita. Esse problema
pode ser evitado convertendo a dízima para frações. Por exemplo,
6 12 4
2 · 0,666 . . . = 2 · = = = 1,333 . . . .
9 9 3
P. 15 Seção 3.5 P. 21
6,444 . . .
.
1,222 . . .
P S T U V
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
Solução. (a) Veja que 3/4 é o mesmo que a fração 34 número racional obtido
dividindo-se o segmento unitário em 4 pedaços e tomando-se 3 deles. Logo, está
entre 0 e 1 (veja o curso Interagindo com Números). O único ponto marcado
na figura que está entre 0 e 1 é o ponto S. Assim, essa deve ser a resposta
correta. Mas vejamos em detalhes.
Temos marcados na escala os números inteiros de −4 a 4. Dessa forma,
temos que cada segmento entre dois números inteiros consecutivos tem compri-
mento 1. Veja que cada um desses segmentos de comprimento 1 foi dividido, na
figura, em 4 pequenos segmentos de mesmo comprimento. Assim cada um deles
possui comprimento 1/4. Para chegar ao número 3/4 devemos andar, a partir
do número zero e no sentido positivo, três vezes o segmento de comprimento
1/4, parando sobre o ponto S. √
(b)
√ Veja que 1 < 2 < 4, logo, 1 < 2 < 2. Assim, o ponto que melhor aproxima
2 deve estar entre os números 1 e 2 na reta numérica. O único ponto √
demarcado nesse intervalo na figura do enunciado é o ponto T . Veja que 2 é
um número irracional, de modo que ele não possui uma representação decimal
com um quantidade finita de algarismos. Mas podemos obter aproximações
melhores 2 2
√ do que a acima. Por exemplo, sabemos que (1,4) < 2 < (1,5) , logo,
1,4 < 2 < 1,5. Isso condiz com a posição do ponto T , que está um pouco à
esquerda da marca correspondente ao valor
√ 1,5. Observação: com o auxílio de
uma calculadora, podemos checar que 2 vale aproximadamente 1,414.
π =3,14159 26535897932384626...
Existem fórmulas que podem ser usadas para calcular os primeiros al-
garismos de π. É possível escrever programas de computador que usam es-
sas fórmulas para obter facilmente as 100 primeiras casas decimais de π,
ou as 1000 primeiras, ou mesmo as 50.000 primeiras, desde que se tenha
P. 24 Seção 3.8 P. 18
Nível 1
5
Python é uma linguagem de programação bastante popular. Talvez você nem saiba,
mas os programas de computador que fazem os modernos smartphones e seus aplicativos
funcionarem são escritos em Python.
P. 19 Seção 3.8 P. 25
Exercício 3.15 — UTF-PR 2012. Indique qual dos conjuntos abaixo é consti-
tuído somente de números racionais.
√
(a) {−1, 2, 2, √π}.
1
(b) {−5, 0, 2 , 9}.
(c) {−2, 0, π, 23 }.
√ √ √
(d) { 3, 64, √ π, 2}.
(e) {−1, 0, 3, 13 }.
Nível 2
(a) 0,010101 . . ..
(b) 0,123123123 . . ..
(c) 0,999 . . ..
(a) Mateus.
(b) Marcos.
(c) João.
(d) Joaquim.
O M L N
0 km 1 km 2 km 3 km
Escola Igreja
Caso ele seja uma dízima, indique seu período. Este número é conhecido
com uma boa aproximação para π. Qual o erro na aproximação que se
comete caso ele seja utilizado para representar π.
Nível 3
(a) 2,099.
(b) 2,96.
(c) 3,021.
(d) 3,07.
(e) 3,10.
(a) 5 °C.
(b) 7 °C.
(c) 13 °C.
(d) 15 °C.
(e) 19 °C.
Nível 4
( )
O número real representado por 0,5222 . . . é um número racional.
( )
O quadrado de qualquer número irracional é um número racional.
( )
Se m e n são números
√ irracionais, então mn pode ser racional.
( )
O número real 3 pode ser escrito na forma ab , onde a e b são inteiros e
b = 0.
( ) Toda raiz de uma equação algébrica de segundo grau é um número real.
(a) 1/2.
(b) 1/3.
(c) 1/6.
P. 23 Seção 3.8 P. 29
(d) 1/5.
(e) 1/8.
(a) x · y é racional.
(b) y · y é irracional.
(c) x + y é racional.
√
(d) x − y + 2 é irracional.
(e) x + 2y é irracional.
Bibliografia
]] FOLHA DE CÁLCULOS
P. 32
]] FOLHA DE CÁLCULOS