Textos Literários
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Português
Professor: Eduardo Valladares
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Texto 3 – Balada do amor através das idades
2. A norma culta não prevê o emprego dos pronomes tal como aparecem no Texto 3. Levando em
consideração a proposta de linguagem do movimento literário em que o poema se insere,
justifique o uso dos pronomes no primeiro verso.
Texto 4:
Almeida e Costa comprão para remeterem para fora da Província, huma escrava que seja perfeita
costureira, engomadeira, e que entenda igualmente de cozinha, sendo mossa, de bôa figura, e
afiançada conduta para o que não terão duvida pagala mais vantajosamente; quem a tiver e
queira dispor, pode dirija-se ao escriptorio dos mesmos na rua da fonte dos Padres, N. 91.
(Gazeta Commercial da Bahia, 19 de setembro de 1832)
Texto 5 – COSTUREIRA
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Texto 6 – Anúncios classificados
Vendedoras. Ótima aparência, excelente salário. Rua tal, no tal. Recusada. Boutique cidade
precisa moça boa aparência entre 25 e 30 anos. Marcar entrevista tel. no tal. Recusada. Moças
bonitas e educadas para trabalhar como recepcionistas. Garantimos ganhos acima de um milhão.
Procurar D. Fulana das 12,00 às 20,00 horas, na rua tal, nº tal. Recusada. Senhor solitário com
pequeno defeito físico procura moça de 30 anos para lhe fazer companhia. Não precisa ser
bonita. Endereço tal. Desta vez ela não disfarçou a corcunda nem pôs óculos escuros para
esconder o estrabismo. Contratada.
(CUNHA, Helena Parente. Cem mentiras de verdade, 1985).
4. Do Texto 4:
a) selecione 2 (dois) verbos e 2 (dois) substantivos que apresentem forma ou emprego diferentes
da atual;
b) reescreva-os na forma vigente.
6. Aponte 2 (duas) características que comprovem não ser o Texto 6, de fato, um anúncio
classificado.
Texto 7:
Sim, meu pai adorava-me. Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cérebro e muito coração,
assaz crédula, sinceramente piedosa – caseira, apesar de bonita, e modesta, apesar de
abastada; temente às trovoadas e ao marido. O marido era na terra o seu deus. Da colaboração
dessas duas creaturas nasceu a minha educação, que, se tinha alguma cousa boa, era no geral
viciosa, incompleta e, em partes, negativa. Meu tio cônego fazia às vezes alguns reparos ao
irmão; dizia-lhe que ele me dava mais liberdade do que ensino, e mais afeição do que emenda;
mas meu pai respondia que aplicava na minha educação um sistema inteiramente superior ao
sempre usado; e por este modo, sem confundir o irmão, iludia-se a si próprio.
(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas,1881)
Texto 8:
Passou pela sala, sem parar avisou ao marido: vamos sair! e bateu a porta do apartamento.
Antônio mal teve tempo de levantar os olhos do livro – e com surpresa espiava a sala já vazia.
Catarina! Chamou, mas já se ouvia o ruído do elevador descendo. Aonde foram? perguntou-se
inquieto, tossindo e assoando o nariz. Porque sábado era seu, mas ele queria que sua mulher e
seu filho estivessem em casa enquanto ele tomava o seu sábado. Catarina! chamou aborrecido
embora soubesse que ela não poderia mais ouvi-lo. Levantou-se, foi à janela e um segundo
depois enxergou sua mulher e seu filho na calçada.
(LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. In: —. Laços de Família, 1960)
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7. Os Textos 7 e 8 apresentam diferenças no comportamento dos personagens femininos.
a) Que classe gramatical predomina, em cada texto, na caracterização desses personagens?
b) Como se manifesta a relação marido/mulher nos Textos 7 e 8?
Texto 9:
Texto 10:
Os moradores desta costa do Brasil todos têm terra de sesmarias dadas e repartidas pelos
capitães da terra, e a primeira coisa que pretendem alcançar são escravos para lhe fazerem e
granjearem suas roças e fazendas, porque sem eles não se podem sustentar na terra: e uma das
coisas porque o Brasil não floresce muito mais, é pelos escravos que se alevantarão e fugirão
para suas terras e fogem cada dia: e se esses índios não foram tão fugitivos e mutáveis, não
tivera comparação a riqueza do Brasil.
(GANDAVO, Pero de Magalhães. 1576. Tratado das terras do Brasil. Lisboa. In: AGUIAR,
F.(org.).1999. Com palmos medida. Terra, trabalho e conflito na literatura brasileira. São Paulo,
Fundação Perseu Abramo: p. 35)
9. Qual o aspecto, na relação de trabalho, que une os Textos 9 e 10, apesar de escritos em
épocas tão distintas, século XX e XVI, respectivamente?
10. Destaque do Texto 10 duas formas verbais que indicam fatos passados e estão grafadas de
forma diversa à atual, apontando a ortografia agora vigente.
11. Quais as formas verbais que poderiam substituir, sem prejuízo do sentido, foram e tivera, na
última linha do Texto 10?
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Gabarito
1. No Texto I, a mudança é vista como tranqüila e inevitável; no Texto II, a mudança é apenas
aparente.
2. O uso de pronomes não corresponde à norma culta, porque o poema em questão pertence ao
Movimento Modernista, que se propôs a romper com os padrões tradicionais.
8. A recorrência do uso de possessivos: o Sábado era seu (“seu Sábado”), sua mulher, seu filho.
A evocação da mulher, sob a forma do vocativo: “Catarina!” (...) “Catarina!”.
10. Alevantarão e fugirão, que indicam, no texto, tempo passado, e não futuro, atualmente
grafados alevantaram e fugiram.
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4. Além da expressão destacada no item “a” da questão acima, existe uma outra imagem que
retoma o título do texto. Identifique-a e, em seguida, explite a visão acerca da poesia apresentada
no texto.
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5. Identifique, na terceira estrofe, o valor semântico dos pronomes indefinidos nela presentes.
7. Em “Os atônitos objetos que não sabem mais o que são”, identifique a classe gramatical dos
vocábulos destacados.
8. O que seria a “Transfiguração”, do ponto de vista poético, referida na última estrofe? Por que,
nesse sentido, os objetos “não sabem mais o que são”?
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Gabarito
1. a) Trata-se de um julgamento depreciativo do valor dessas pessoas.
b) A presença da interjeição, sugerindo lamentação, e do demonstrativo, sugerindo pejoração.
c) A gente saiu ontem.
3. Sim, “inquietantemente” é advérbio e “inquieto”, adjetivo. Além disso, no trecho original, sugere-
se que a ação é praticada de forma obsessiva e, com a transformação, sugere-se que o eu-lírico
fica nervoso enquanto procura.
5. “qualquer” e “todas” possuem um valor semelhante, já que apontam para a idéia de totalidade
dos vocábulos a que se referem.
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Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
- Eh! carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem é toda remendada.
Os carvões caem.
(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.)
- Eh! carvoero!
Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles...
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!
- Eh! carvoero!
Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado,
Encarapitados nas alimárias,
Apostando corrida,
Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados!
Petrópolis, 1921
(BANDEIRA, Manuel. O ritmo dissoluto. In: _____. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro :
Nova Aguilar, 1983. p. 192.)
2. O eu-lírico, no decorrer do texto 1, coloca-se como uma terceira pessoa que poetiza a vida dos
meninos carvoeiros.
a) O que representam os versos introduzidos por travessão?
b) Identifique a marca gramatical evidenciadora da interpelação dos meninos carvoeiros pelo eu-
lírico.
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Texto 3: Poema Relativo
Vem, ó bem-amada.
Junto à minha casa
tem um regato (até quieto o regato).
Não tem pássaros, que pena!
Mas os coqueiros fazem,
quando o vento passa,
um barulho que às vezes parece
bate-bate de asas.
Supõe, ó bem-amada,
se o vento não sopra,
podem vir borboletas
à procura das minhas jarras
onde há flores debruçadas,
tão debruçadas que parecem escutar.
Todos os homens têm seus crentes,
ó bem-amada:
- os que pregam o amor ao próximo
e os que pregam a morte dele.
Mas tudo é pequeno e ligeiro no mundo, ó amada.
Só o clamor dos desgraçados
é cada vez mais imenso!
Vem, ó bem-amada.
Junto à minha casa
tem um regato até manso.
E os teus passos podem ir devagar
pelos caminhos:
aqui não há a inquietação
de se atravessar o asfalto.
Vem, ó bem-amada,
porque, como te disse,
se não há pássaros no meu parque,
pode ser, se o vento
não soprar forte,
que venham borboletas.
Tudo é relativo
e incerto no mundo.
Também tuas sobrancelhas
parecem asas abertas.
(LIMA, Jorge de. Poemas escolhidos. In: _____. Poesia completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar,
1997. pp. 285-6.)
4. Em seu Poema Relativo, Jorge de Lima assume uma temática que parece resgatar a própria
essência da composição poética: o amor. Aproximando os seus pontos comuns e evidenciando os
divergentes, comente como o texto 2 se relaciona com a produção convencional romântica.
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5. No verso 3 - tem um regato (até quieto o regato). -, no verso 4 - Não tem pássaros, que pena! -
e no verso 25 - tem um regato até manso. -
a) Identifique o(s) elemento(s) gramatical(is) que reflete(m) o envolvimento emotivo direto do eu-
lírico na informação;
b) Substitua a marca de coloquialidade por um registro da norma culta vigente.
6. Com base nos textos apresentados, como pode ser caracterizada a concepção do escritor
modernista quanto à expressividade lírica na criação poética? Contraste-a com o lirismo
parnasiano.
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Gabarito
1. a) A temática escolhida reflete uma contextualização cotidiana, simples; o vocabulário utilizado
não mostra erudição, mas, ao contrário, elementos de coloquialidade, como em Eh, carvoero!.
b) A denúncia contra o trabalho das crianças se coloca de forma sutil, poética. Embora sejam
crianças raquíticas, vivendo em uma ingênua miséria, a sua apresentação pelo poeta as torna
elementos suaves. Trata-se, sim, de arte engajada, mas em estilo não tão explícito.
3. Um bom exemplo é o verso 15, em que o eu-lírico se utiliza da segunda pessoa do plural (tida
como extremamente formal, mesmo que apenas em seu uso indicador do plural). A impressão
causada é a de um observador culto, analisando uma situação cotidiana. O efeito é de
simplicidade na abordagem.
4. Da mesma forma que o eu-lírico romântico, o eu-lírico do Poema Relativo invoca sua bem-
amada, tentando angariar a sua simpatia. No entanto, não consegue apresentar-lhe elementos
exclusivamente belos, mostrando que tudo, na verdade, é relativo, até mesmo ela.
7. o amor ao próximo / a morte dele; Mas tudo é pequeno / é cada vez mais imenso!; podem ir
devagar / aqui não há a inquietação.
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Os girassóis
amarelo!
resistem.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. In: Estrela da vida inteira (Poesias reunidas e Poemas
traduzidos). 11º- edição, ilustrada, comemorativa do centenário do poeta. Rio de Janeiro: José
Olympio Editora, 1986. Página 95.
b) Aponte outros três recursos expressivos utilizados e explique como auxiliam na montagem
espacial e plástica do poema.
2. Responda às questões:
SOBRE O SENTAR-/ESTAR-NO-MUNDO
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1. Onde quer que certos homens se sentem
2. sentam poltrona, qualquer o assento.
3. Sentam poltrona: ou tábua-de-latrina,
4. assento além de anatômico, ecumênico,
5. exemplo único de concepção universal,
6. onde cabe qualquer homem e a contento.
*
1. Ondequer que certos homens se sentem
2. sentam bancos ferrenhos de colégio;
3. por afetuoso e diplomata o estofado,
4. os ferem nós debaixo, senão pregos,
5. e mesmo a tábua-de-latrina lhes nega
6. o abaulado amigo, as curvas de afeto.
7. A vida toda, se sentam mal sentados,
8. e mesmo de pé algum assento os fere:
9. eles levam em si os nós-senão-pregos,
10. nas nádegas da alma, em efes e erres.
Melo Neto, J.C.de. A educação pela pedra. In:_______. Poesias completas. Rio de Janeiro:
Sabiá, 1968.
3. O crítico Luís Costa Lima afirma em relação a João Cabral de Melo Neto: “Cabral trata seu
tema com o mesmo pensar seco com que o engenheiro dirige suas construções. Seu
lirismo não depende de estados sentimentais, nem para sua leitura, nem para sua
recepção. Lúcido e cortante, se emociona é pela inteligência e pela “visibilidade” do texto.
Lirismo que não permite um consumo emotivo, pois de geometria se constrói.”
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Gabarito
1. a) O poema tem predominantemente períodos simples com orações absolutas e frases
nominais. Apenas um período é composto por subordinação em todo o poema. [ “o sol acaba de
crestar as boninas que murcharam.”] Seguem enumerados os demais casos de períodos simples.
As orações absolutas, justapostas ao longo do poema, correspondendo a cada um dos versos,
deixam as imagens mais claras, mais desenhadas, “fotográficas”, enfim, mais visíveis. Acaba
havendo uma distribuição mais espacial das palavras.
Exemplos:
2. a) Um dos recursos expressivos no texto é o diminutivo e é seu emprego que contribui muito
para criar o efeito de sentido irônico que percorre todo o poema. O que se dá é a mescla entre a
utilização de diminutivos no seu sentido estrito de diminutivo do tamanho (“gatinho”, “patinha”), o
diminutivo no sentido de diminuição do valor (“pensãozinha”) e ainda o diminutivo de palavras
como “mijada”, que seria de uso impróprio, fundindo quantidade, delicadeza e escárnio na síntese
irônica do poema em relação à ambiência pseudo-burguesa do poema. Interessante que, mesmo
sem o sufixo, a palavra “pensão” significa o sentido menor da palavra “hotel”.
b) Ao dispor a palavra “amarelo” quase no centro do poema, o poeta cria, ao mesmo tempo, a
sensação de isolamento e de centralização convergente, lembrando a imagem do sol neste texto
tão “ensolarado” por tanta iluminação. Gramaticalmente, ocorre o seguinte: a palavra “amarelo”
que na frase esperada - “os girassóis amarelos resistem” - seria adjetivo, concordando em gênero
e número com “girassóis”, teria a função sintática de adjunto adnominal. No novo contexto, sendo
colocada no singular, altera o efeito de sentido, deixando de ser adjetivo e passando a ter o valor
de interjeição, já que o enunciado sugere, explicitamente, que o termo se refere a “girassóis”, e
não a “resistem”.
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3. a) O texto confirma a posição do crítico na medida em que trabalha com metáforas relativas a
elementos concretos, com a ausência de embalo e com a impessoalidade característica da
postura de quem considera o mundo exterior antes do mundo interior.
b) O texto se afasta por completo da postura simbolista, já que nesta escola a musicalidade, o
abstracionismo, o ilogismo e a interioridade humana são elementos bastante privilegiados.
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Gabarito
1. E
2. a) Nesse capítulo, o narrador compara sua imaginação às éguas iberas. A metáfora empregada
pelo narrador indica que sua imaginação corre livre e solta. É também fértil e ambiciosa, porque
diante da “menor brisa lhe dava um potro, que saía logo cavalo de Alexandre”. Desse modo, a
metáfora utilizada sugere que a natureza imaginativa do narrador permite que supostos indícios
se transformem rapidamente em verdades.
b) A metáfora da égua ibera remete à natureza fantasiosa do narrador, Bento Santiago, que, no
capítulo citado, recorre à imaginação para escapar da carreira eclesiástica. Como justificativa para
a falta de vocação religiosa, imagina confessar à mãe, a devota D. Glória, seu relacionamento
amoroso às escondidas com Capitu. No romance, a imaginação fecunda de Bento Santiago
justifica a hipótese de adultério, fazendo crescer o ciúme, que sustenta a acusação e condenação
de Capitu sem provas concretas.
3. B
4. D
5. C
6. A
8. B
9) a) Dentre os recursos descritivos utilizados pela autora no excerto fornecido, destaca-se, por
exemplo, a enumeração de frases nominais no primeiro período: “Salão repleto de luzes,
orquestra ao fundo, brilho de cristais por todo lado.” A linguagem adotada aproxima-se da técnica
cinematográfica. O texto apresenta ao leitor a atmosfera tensa de expectativa por meio de flashes
rápidos que valorizam os aspectos visuais da cena: “salão repleto de luzes”, “brilho de cristais”,
“pano verde”, “mulheres em longos vestidos e homens de black-tie.”
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Literatura
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2. (ENEM 2015)
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Literatura
Professor: Diogo Mendes
Tendo em vista seus elementos constitutivos e o meio de divulgação, esse texto identifica-se
como
a) verbete enciclopédico, pois contém a definição de um item lexical.
b) cartaz, pois instrui sobre a localização de um ambiente que oferece atrações turísticas.
c) cartão-postal, pois a imagem mostra ao destinatário o local onde se encontra o remetente.
d) anúncio publicitário, pois busca persuadir o público-alvo a visitar um determinado local.
e) fotografia, pois retrata uma paisagem urbana de grande impacto.
3. (ENEM 2015) Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio Madeira (RO)
Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de obras de usina. Exemplares estão no
Museu Emilio Goeldi, no Pará
O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no
Rio Madeira, em Porto Velho, resultou na descoberta de um anfíbio de formato parecido com uma
cobra. Atretochoana eiselti é o nome científico do animal raro descoberto em Rondônia. Até
então, só havia registro do anfíbio no Museu de História Natural de Viena e na Universidade de
Brasília. Nenhum deles tem a descrição exata de localidade, apenas “América do Sul”. A
descoberta ocorreu em dezembro do ano passado, mas apenas agora foi divulgada.
XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 1 ago. 2012.
4. (ENEM 2015) Tema recorrente na obra de Jorge Amado, a figura feminina aparece, no
fragmento, retratada de forma semelhante à que se vê no texto do moçambicano Mia Couto.
Nesses dois textos, com relação ao universo feminino em seu contexto doméstico, observa-se
que
a) o desejo sexual é entendido como uma fraqueza moral, incompatível com a mulher casada.
b) a mulher tem um comportamento marcado por convenções de papéis sexuais.
c) à mulher cabe o poder da sedução, expresso pelos gestos, olhares e silêncios que
ensaiam.
d) a mulher incorpora o sentimento de culpa e age com apatia, como no mito bíblico da
serpente.
e) a dissimulação e a malícia fazem parte do repertório feminino nos espaços público e
íntimo.
5. (ENEM 2016)
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2. (ENEM 2015)
Campanhas educativas têm o propósito de provocar uma reflexão em torno de questões sociais
de grande relevância, tais como as relacionadas à cidadania e também à saúde. Com a imagem
de um relógio despertador e o slogan “Sempre é hora de combater a dengue”, a Campanha
Nacional de Combate à Dengue objetiva convencer a população de que é preciso
a) eliminar potenciais criadouros, quando aparecer a doença.
b) posicionar-se criticamente sobre as ações de combate ao mosquito.
c) prevenir-se permanentemente contra a doença.
d) repensar as ações de prevenção da doença.
e) preparar os agentes de combate ao mosquito.
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3. (ENEM 2015) Considerando o texto, os Jogos dos Povos Indígenas assemelham-se aos Jogos
Olímpicos em relação à
a) quantificação de medalhas e vitórias.
b) melhora de resultados e performance.
c) realização anual dos eventos e festejos.
d) renovação de técnicas e táticas esportivas.
e) aproximação de diferentes sujeitos e culturas.
4. (ENEM 2015)
A charge retrata um comportamento recorrente nos dias atuais: a insatisfação das pessoas com o
peso. No entanto, do ponto de vista orgânico, o peso corporal se torna um problema à saúde
quando
a) estimula a adesão à dieta.
b) aumenta conforme a idade.
c) expressa a inatividade da pessoa.
d) provoca modificações na aparência.
e) acomete o funcionamento metabólico.
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O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado “Vei, a Sol”, do livro Macunaíma, de
Mário de Andrade, pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro. Considerando a
linguagem empregada pelo narrador, é possível identificar
a) resquícios do discurso naturalista usado pelos escritores do século XIX.
b) ausência de linearidade no tratamento do tempo, recurso comum ao texto narrativo da
primeira fase modernista.
c) referência à fauna como meio de denunciar o primitivismo e o atraso de algumas regiões
do país.
d) descrição preconceituosa dos tipos populares brasileiros, representados por Macunaíma e
Caiuanogue.
e) uso da linguagem coloquial e de temáticas do lendário brasileiro como meio de valorização
da cultura popular nacional.
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2. (ENEM 2015) Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a percepção de um
lirismo presente nas cenas e fatos do cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata a
poesia desses elementos a partir do(a)
a) reflexão irônica sobre a importância atribuída aos estudos por sua mãe.
b) sentimentalismo, oposto à visão pragmática que reconhecia na mãe.
c) olhar comovido sobre seu pai, submetido ao trabalho pesado.
d) reconhecimento do amor num gesto de aparente banalidade.
e) enfoque nas relações afetivas abafadas pela vida conjugal.
3. (ENEM 2015)
As redes sociais permitem que seus usuários facilmente compartilhem entre si ideias e opiniões.
Na tirinha, há um tom de crítica àqueles que
a) fazem uso inadequado das redes sociais para criticar o mundo.
b) são usuários de redes sociais e têm seus desejos atendidos.
c) se supõem críticos, porém não apresentam ação efetiva.
d) são usuários das redes sociais e não criticam o mundo.
e) se esforçam para promover mudanças no mundo.
4. (ENEM 2015) O rap constitui-se em uma expressão artística por meio da qual os MCs relatam
poeticamente a condição social em que vivem e retratam suas experiências cotidianas.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.
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5. (ENEM 2015) Um relacionamento de grupo saudável exige um número de indivíduos
trabalhando interdependentemente para completar um projeto, com total participação individual e
contribuição pessoal. Se uma pessoa domina, os outros membros têm pouco crescimento ou
prazer na atividade, não existe um verdadeiro relacionamento no grupo. O teatro é uma atividade
artística que exige o talento e a energia de muitas pessoas — desde a primeira ideia de uma peça
ou cena até o último eco de aplauso. Sem esta interação não há lugar para o ator individualmente,
pois sem o funcionamento do grupo, para quem iria ele representar, que materiais usaria e que
efeitos poderia produzir? O aluno-ator deve aprender que “como atuar”, assim como no jogo, está
intrinsecamente ligado a todas as outras pessoas na complexidade da forma da arte. O teatro
improvisacional requer relacionamento de grupo muito intenso, pois é a partir do acordo e da
atuação em grupo que emerge o material para as cenas e peças.
SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2008.
Com base no texto, as diferenças e similaridades dos atores são aceitas no teatro de
improvisação quando
a) todos experimentam o teatro juntos e sem julgamentos.
b) uma parte do grupo comanda a outra, exercendo o poder.
c) a opinião de alguns tem valor e demonstra a sua capacidade individual.
d) a individualidade se destaca e traz à tona o talento daquele que é o melhor.
e) uma pessoa precisa dominar, comandando as ações do grupo, sem acordos.
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2. (ENEM 2015) Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a percepção de um
lirismo presente nas cenas e fatos do cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata a
poesia desses elementos a partir do(a)
a) reflexão irônica sobre a importância atribuída aos estudos por sua mãe.
b) sentimentalismo, oposto à visão pragmática que reconhecia na mãe.
c) olhar comovido sobre seu pai, submetido ao trabalho pesado.
d) reconhecimento do amor num gesto de aparente banalidade.
e) enfoque nas relações afetivas abafadas pela vida conjugal.
3. (ENEM 2015)
As redes sociais permitem que seus usuários facilmente compartilhem entre si ideias e opiniões.
Na tirinha, há um tom de crítica àqueles que
a) fazem uso inadequado das redes sociais para criticar o mundo.
b) são usuários de redes sociais e têm seus desejos atendidos.
c) se supõem críticos, porém não apresentam ação efetiva.
d) são usuários das redes sociais e não criticam o mundo.
e) se esforçam para promover mudanças no mundo.
4. (ENEM 2015) O rap constitui-se em uma expressão artística por meio da qual os MCs relatam
poeticamente a condição social em que vivem e retratam suas experiências cotidianas.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.
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5. (ENEM 2015) Um relacionamento de grupo saudável exige um número de indivíduos
trabalhando interdependentemente para completar um projeto, com total participação individual e
contribuição pessoal. Se uma pessoa domina, os outros membros têm pouco crescimento ou
prazer na atividade, não existe um verdadeiro relacionamento no grupo. O teatro é uma atividade
artística que exige o talento e a energia de muitas pessoas — desde a primeira ideia de uma peça
ou cena até o último eco de aplauso. Sem esta interação não há lugar para o ator individualmente,
pois sem o funcionamento do grupo, para quem iria ele representar, que materiais usaria e que
efeitos poderia produzir? O aluno-ator deve aprender que “como atuar”, assim como no jogo, está
intrinsecamente ligado a todas as outras pessoas na complexidade da forma da arte. O teatro
improvisacional requer relacionamento de grupo muito intenso, pois é a partir do acordo e da
atuação em grupo que emerge o material para as cenas e peças.
SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2008.
Com base no texto, as diferenças e similaridades dos atores são aceitas no teatro de
improvisação quando
a) todos experimentam o teatro juntos e sem julgamentos.
b) uma parte do grupo comanda a outra, exercendo o poder.
c) a opinião de alguns tem valor e demonstra a sua capacidade individual.
d) a individualidade se destaca e traz à tona o talento daquele que é o melhor.
e) uma pessoa precisa dominar, comandando as ações do grupo, sem acordos.
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Português
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TEXTO II
Relato de um certo oriente Emilie, ao contrário de meu pai, de Dorner e dos nossos vizinhos, não
tinha vivido no interior do Amazonas. Ela, como eu, jamais atravessara o rio. Manaus era o seu
mundo visível. O outro latejava na sua memória. Imantada por uma voz melodiosa, quase
encantada, Emilie maravilha-se com a descrição da trepadeira que espanta a inveja, das folhas
malhadas de um tajá que reproduz a fortuna de um homem, das receitas de curandeiros que
veem em certas ervas da floresta o enigma das doenças mais temíveis, com as infusões de
coloração sanguínea aconselhadas para aliviar trinta e seis dores do corpo humano. “E existem
ervas que não curam nada”, revelava a lavadeira, “mas assanham a mente da gente. Basta tomar
um gole do líquido fervendo para que o cristão sonhe uma única noite muitas vidas diferentes”.
Esse relato poderia ser de duvidosa veracidade para outras pessoas, mas não para Emilie.
HATOUM, M. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.
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Português
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d) formas de resistência locais e do cultivo das superstições.
e) costumes domésticos e levantamento das tradições indígenas.
3. (ENEM 2015) Como estamos na “Era Digital”, foi necessário rever os velhos ditados existentes
e adaptá-los à nova realidade. Veja abaixo...
1. A pressa é inimiga da conexão.
2. Amigos, amigos, senhas à parte.
3. Para bom provedor uma senha basta.
4. Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
5. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
6. Quem clica seus males multiplica.
7. Quem semeia e-mails, colhe spams.
8. Os fins justificam os e-mails.
Disponível em: www.abusar.org.br. Acesso em: 20 maio 2015 (adaptado).
No texto, há uma reinterpretação de ditados populares com o uso de termos da informática. Essa
reinterpretação
a) torna o texto apropriado para profissionais da informática.
b) atribui ao texto um caráter humorístico.
c) restringe o acesso ao texto por público não especializado.
d) deixa a terminologia original mais acessível ao público em geral.
e) dificulta a compreensão do texto por quem não domina a língua inglesa.
4. (ENEM 2015) Em primeiro lugar gostaria de manifestar os meus agradecimentos pela honra de
vir outra vez à Galiza e conversar não só com os antigos colegas, alguns dos quais fazem parte
da mesa, mas também com novos colegas, que pertencem à nova geração, em cujas mãos, com
toda certeza, está também o destino do Galego na Galiza, e principalmente o destino do Galego
incorporado à grande família lusófona.
E, portanto, é com muito prazer que teço algumas considerações sobre o tema apresentado.
Escolhi como tema como os fundadores da Academia Brasileira de Letras viam a língua
portuguesa no seu tempo. Como sabem, a nossa Academia, fundada em 1897, está agora
completando 110 anos, foi organizada por uma reunião de jornalistas, literatos, poetas que se
reuniam na secretaria da Revista Brasileira, dirigida por um crítico literário e por um literato
chamado José Veríssimo, natural do Pará, e desse entusiasmo saiu a ideia de se criar a
Academia Brasileira, depois anexada ao seu título: Academia Brasileira de Letras.
Nesse sentido, Machado de Assis, que foi o primeiro presidente desde a sua inauguração até a
data de sua morte, em 1908, imaginava que a nossa Academia deveria ser uma academia de
Letras, portanto, de literatos.
BECHARA, E. Disponível em: www.academiagalega.org. Acesso em: 31 jul. 2012.
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c) atribui à palestra características linguísticas restritas à modalidade escrita da língua
portuguesa.
d) dificulta a compreensão do auditório para preservar o caráter rebuscado da fala.
e) evidencia distanciamento entre o palestrante e o auditório para atender os objetivos do
gênero palestra.
5. (ENEM 2015) O artigo apresenta uma reflexão sobre a Revolução da Informação, que, assim
como a Revolução Industrial, provocou impactos significativos nas sociedades contemporâneas.
Ao tratar da Revolução da Informação, o autor enfatiza que
a) o comércio eletrônico é um dos canais mais importantes dessa revolução.
b) o computador desenvolve na criança uma inteligência maior que a dos pais.
c) o aumento no número de empregos via internet é uma realidade atualmente.
d) o colapso educacional é fruto de uma incongruência no ensino do século XX.
e) o advento da Revolução da Informação causará impactos nos próximos 50 anos.
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2. (Questão 105)
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b) “As pesquisas mostram que quem tem menos de três pessoas em sua rede de contatos
próxima [...] tem mais chances de desenvolver uma doença mental”.
c) “Caminhe ou corra, ande de bicicleta, pratique um esporte, dance. Os exercícios fazem as
pessoas se sentirem bem”.
d) “Tente algo novo, matricule-se em um curso [...] Escolha um desafio que você vai gostar de
perseguir.”
e) “Fazer parte de uma comunidade traz benefícios — entre eles relações sociais mais
significativas”.
3. (Questão 113)
Nesse texto, associam-se recursos verbais e não verbais na busca de mudar o comportamento
das pessoas quanto a uma questão de saúde pública. No cartaz, essa associação é ressaltada
no(a)
a) destaque dado ao laço, símbolo do combate à aids, seguido da frase “Use camisinha”.
b) centralização da mensagem “Previna-se”.
c) foco dado ao objeto camisinha em imagem e em palavra.
d) laço como elemento de ligação entre duas recomendações.
e) sobreposição da imagem da camisinha e da boia, relacionada à frase “Salve vidas”.
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É perder o norte, desorientar-se. Ao pé da letra, “perder a tramontana” significa deixar de ver a
estrela polar, em italiano stella tramontana, situada do outro lado dos montes, que guiava os
marinheiros antigos em suas viagens desbravadoras.
Deixar de ver a tramontana era sinônimo de desorientação. Sim, porque, para eles, valia mais o
céu estrelado que a terra. O Sul era região desconhecida, imprevista; já o Norte tinha como
referência no firmamento um ponto luminoso conhecido como a estrela Polar, uma espécie de
farol para os navegantes do Mediterrâneo, sobretudo os genoveses e os venezianos. Na
linguagem deles, ela ficava transmontes, para além dos montes, os Alpes. Perdê-la de vista era
perder a tramontana, perder o Norte.
No mundo de hoje, sujeito a tantas pressões, muita gente não resiste a elas e entra em parafuso.
Além de perder as estribeiras, perde a tramontana...
COTRIM, M. Língua Portuguesa, n. 15, jan. 2007.
5. (Questão 118) Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da
corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira
seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a
conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia.
Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os
comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia
uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.
Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da
sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do
firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. Constava também
que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila,
não devia exercer maior influência em sua vontade, do que a velha parenta.
ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.
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e) o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito avançados para a sociedade daquele
período histórico.
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Considerando a natureza do tema, a forma como está apresentado e o meio pelo qual é veiculado
o texto, percebe-se que seu principal objetivo é
a) divulgar dados estatísticos recentes sobre a fome no mundo e sobre as inovações
tecnológicas.
b) esclarecer questões científicas acerca dos danos causados pela fome e pela aids nos
indivíduos.
c) demonstrar que a fome, juntamente com as doenças endêmicas, também é um problema de
saúde pública.
d) convidar o leitor a engajar-se em alguma ação positiva contra a fome, a partir da divulgação
de dados alarmantes.
e) alertar sobre o problema da fome, apresentando-o como um contraste no mundo de tantos
recursos tecnológicos.
TEXTO II
Arte de amar
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Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
Os Textos I e II apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema amor. Apesar disso, ambos
definem esse sentimento a partir da oposição entre
a) satisfação e insatisfação.
b) egoísmo e generosidade.
c) felicidade e sofrimento.
d) corpo e espírito.
e) ideal e real.
3. (Questão 107)
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Esse texto trata de uma campanha sobre o trânsito e visa a orientação dos motociclistas quanto
ao(à)
a) intolerância com a morosidade do tráfego.
b) desconhecimento da legislação.
c) crescente número de motocicletas.
d) manutenção preventiva do veículo.
e) cuidado com a própria segurança.
4. (Questão 112) Mudança linguística Ataliba de Castilho, professor de língua portuguesa da USP,
explica que o internetês é parte da metamorfose natural da língua.
— Com a internet, a linguagem segue o caminho dos fenômenos da mudança, como o que
ocorreu com “você”, que se tornou o pronome átono “cê”. Agora, o interneteiro pode ajudar a
reduzir os excessos da ortografia, e bem sabemos que são muitos. Por que o acento gráfico é tão
importante assim para a escrita? Já tivemos no Brasil momentos até mais exacerbados por
acentos e dispensamos muitos deles. Como toda palavra é contextualizada pelo falante, podemos
dispensar ainda muitos outros. O interneteiro mostra um caminho, pois faz um casamento curioso
entre oralidade e escrituralidade. O internetês pode, no futuro, até tornar a comunicação mais
eficiente. Ou evoluir para um jargão complexo, que, em vez de aproximar as pessoas em menor
tempo, estimule o isolamento dos iniciados e a exclusão dos leigos.
Para Castilho, no entanto, não será uma reforma ortográfica que fará a mudança de que
precisamos na língua. Será a internet. O jeito eh tc e esperar pra ver?
Disponível em: http://revistalingua.com.br. Acesso em: 3 jun. 2015 (adaptado).
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E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse
Pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caísse
E o céu furado arriasse
E as virgi toda fugisse
ZÉ DA LUZ. Cordel do Fogo Encantado. Recife: Álbum de estúdio, 2001.
O poema foi construído com formas do português não padrão, tais como “juntim”, “nois”, “tarvês”.
Essas formas legitimam-se na construção do texto, pois
a) revelam o bom humor do eu lírico do poema.
b) estão presentes na língua e na identidade popular.
c) revelam as escolhas de um poeta não escolarizado.
d) tornam a leitura fácil de entender para a maioria dos brasileiros.
e) compõem um conjunto de estruturas linguísticas inovadoras.
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Professor: Diogo Mendes
Na transcrição de fala, especialmente, no trecho “eu branca ... eu fiquei ... olha ... eu pensei que
eu fosse morrer sabe ...”, há uma estrutura sintática fragmentada, embora facilmente interpretável.
Sua presença na fala revela
a) distração e poucos anos de escolaridade.
b) falta de coesão e coerência na apresentação das ideias.
c) afeto e amizade entre os participantes da conversação.
d) desconhecimento das regras de sintaxe da norma padrão.
e) característica do planejamento e execução simultânea desse discurso.
2. (Questão 101)
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Professor: Diogo Mendes
A palavra inglesa “involution” traduz-se como involução ou regressão. A construção da imagem
com base na combinação do verbal com o não verbal revela a intenção de
a) denunciar o retrocesso da humanidade.
b) criticar o consumo de bebida alcoólica pelos humanos.
c) satirizar a caracterização dos humanos como primatas.
d) elogiar a teoria da evolução humana pela seleção natural.
e) fazer um trocadilho com as palavras inovação e involução.
3. (Questão 103) — Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato.
— Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não diga isso a sua mãe. É
fazer pouco-caso de mim.
— Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um
barato!
— Deixe eu escolher, deixe...
— Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal!
— Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado?
— Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era!
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998.
O modo como o filho qualifica os presentes é incompreendido pela mãe, e essas escolhas lexicais
revelam diferenças entre os interlocutores, que estão relacionadas
a) à linguagem infantilizada.
b) ao grau de escolaridade.
c) à dicotomia de gêneros.
d) às especificidades de cada faixa etária.
e) à quebra de regras da hierarquia familiar.
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Professor: Diogo Mendes
O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011 pelo Senado, deixando clara a sua opinião
sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliação pessoal do autor como uma estratégia de
persuasão do leitor é:
a) “Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados”
b) O governo fica autorizado a fixar um novo preço para o maço de cigarros.’’
c) “O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será elevado em 300%.”
d) “Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido.”
e) “Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013.”
Com o advento das novas tecnologias, a sociedade tem vivenciado mudanças de paradigmas em
vários setores. Nesse sentido, o telecommuting traz novidades para o mundo do trabalho porque
proporciona prioritariamente o(a)
a) aumento da produtividade do empregado.
b) equilíbrio entre vida pessoal e profissional do trabalhador.
c) fortalecimento da relação entre empregador e empregado.
d) participação do profissional nas decisões da organização.
e) maleabilidade da empresa.
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Por.
Professor: Fernanda Vicente
Raphael Hormes
Monitor: Caroline Tostes
Por.
Noções básicas de compreensão textual
11/13
(formas de enunciação, público-alvo, níveis de
set
linguagem e conhecimentos extralinguísticos)
RESUMO
Formas de enunciação
Subjetividade e Objetividade
A Subjetividade é tida como característica, particularidade ou domínio do que é subjetivo (particular e
íntimo). Na Filosofia, é o estado psíquico e cognitivo do sujeito cuja manifestação pode ocorrer tanto no
âmbito individual quanto no coletivo, fazendo com que esse sujeito tome conhecimento dos objetos
externos a partir de referenciais próprios.
Na linguagem, temos a subjetividade como forma de expressão particular e pessoal manifestada no texto.
Aqui se encontram as figuras de linguagens e todos os recursos expressivos que demonstram pessoalidade
em seus sentidos e usos.
A Objetividade é tida como uma característica ou particularidade daquilo ou daquele que não é subjetivo.
Para a Filosofia, é realidade externa ou que não se assemelha ao sujeito, podendo ser por ele transformada e
conhecida. Na linguagem, podemos entender a objetividade como expressão direta da mensagem com o
intuito de relatar ou informar sem pareceres pessoais.
Público-alvo
Todo texto (verbal ou não verbal) apresenta uma intencionalidade e uma função social. Para isso, seus autores
utilizam diversos mecanismos linguísticos, trabalhando desde a oralidade até a combinações visuais. O
público-alvo se enquadra na intencionalidade e objetivo do texto. É para ele que a mensagem está ou será
direcionada.
Observe, por exemplo, a propaganda:
Por.
Texto: Gabriela vivia sonhando com seu príncipe encantado. Mas, depois que ela passou a usar O Boticário,
foram os príncipes que perderam o sono.
Note que, em uma análise superficial, a propaganda se dirige ao público feminino, utiliza de intertextualidade
com os contos de fadas e apresenta seus produtos como impulsionadores e intensificadores de atributos
físicos (beleza) em benefício de seus clientes.
Níveis de linguagem
Podemos entender os níveis de linguagem como os diferentes registros nos quais a linguagem pode ser
utilizada pelos falantes conforme o contexto comunicativo, formalidades, regionalidade, função social.
Existem dois níveis macros da linguagem: O culto (registro formal; utilizado em situações de maior
Informal x Formal
Identificamos a formalidade ou informalidade da linguagem como a percepção que o emissor e receptor
possuem para identificar qual linguagem dever ser utilizada no discurso construído e qual está presente no
discurso a ser entendido.
A informalidade acontece em situações comunicativas específicas:
Por.
Técnica
A linguagem técnica normalmente está presente em textos técnicos, voltados para um grupo específico com
função determinada. Podemos citar os manuais, os artigos científicos, leis.
Informativa/denotativa x poética/conotativa
A linguagem informativa é aquela presente em reportagens, notícias e em todo texto que tem por objetivo
transmitir uma mensagem de forma objetiva e impessoal.
A linguagem poética é aquela que apresenta maior subjetividade e/ou se utiliza de recursos expressivos da
língua para se construir.
Cântico XIII
Renova-te.
Por.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Cecília Meireles
EXERCÍCIOS
1. A atrizes
Naturalmente
Ela sorria
Mas não me dava trela
Trocava a roupa
Na minha frente
E ia bailar sem mais aquela
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Sem nem olhar a minha Cara
Tomavam banho
Na minha frente
Para Sair com outro cara
Porém nunca me importei
Com tais amantes
Na Canção, Chico Buarque trabalha uma determinada função da linguagem para marcar a
subjetividade do eu lírico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa admiração está marcada
em
a)
b)
c)
d)
Por.
e)
2. TEXTO I
BACON, F. Três estudos para um autorretrato. Óleo sobre tela, 37,5 x 31,8 cm (cada), 1974.
Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 30 maio 2016.
TEXTO II
Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, como
acontece com pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo mas a matéria foi destruída.
Tenho um rosto destruído.
DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os dois autorretratos apontam para o modo
de representação da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura modernas, o rosto humano
deforma-se, destrói-se ou fragmenta-se em razão
a) da adesão à estética do grotesco, herdada do romantismo europeu, que trouxe novas
possibilidades de representação.
b) das catástrofes que assolaram o século XX e da descoberta de uma realidade psíquica pela
psicanálise.
c) da opção em demonstrarem oposição aos limites estéticos da revolução permanente trazida pela
arte moderna.
d) do posicionamento do artista do século XX contra a negação do passado, que se torna prática
dominante na sociedade burguesa.
e) da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte independentes da matéria presente em
sua história pessoal.
3. TEXTO I
A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a
simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto
curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve
da mensagem, seja ela
interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar
emoção, personalidade ao relato de fato.
VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt.
Acesso em: 27 fev. 2012.
TEXTO II
A dois passos do paraíso
A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da séria série
Por.
Um caminhoneiro conhecido da pequena e
Pacata cidade de Miracema do Norte
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se
Oh! Arlindo Orlando volte
Onde quer que você se encontre
Volte para o seio de sua amada
Ela espera ver aquele caminhão voltando
De faróis baixos e para-choque duro...
BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento).
Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção,
a) estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica.
b) lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma possível situação real de comunicação
radiofônica.
c) marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de
comunicação diferente da radiofônica.
d) direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação do
rádio, que é atingir as massas.
e) objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir
as marcas de subjetividade do locutor.
4. Guardar
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
A memória é um importante recurso do patrimônio cultural de uma nação. Ela está presente nas
lembranças do passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer poético como uma das
maneiras de se guardar o que se quer, o texto
a) ressalta a importância dos estudos históricos para a construção da memória social de um povo.
b) valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou coletivas.
c) reforça a capacidade da literatura em promover a subjetividade e os valores humanos.
d) destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior repertório cultural.
e) revela a superioridade da escrita poética como forma ideal de preservação da memória cultural.
5. O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa
Por.
Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao serem
-
a) adquirem novo potencial de significação.
b) eliminam a subjetividade do poema.
c) opõem-se ao tema principal do poema.
d) invertem seu sentido original.
e) tornam-se confusos e equivocados.
6. João Antônio de Barros (Jota Barros) nasceu aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá (PE).
Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta repentista e escritor de literatura de cordel, já publicou 33
folhetos e ainda tem vários inéditos. Reside em São Paulo desde 1973, vivendo exclusivamente da venda
de livretos de cordel e das cantigas de improviso, ao som da viola. Grande divulgador da poesia
popular nordestina no Sul, tem dado frequentemente entrevistas à imprensa paulista sobre o assunto.
EVARISTO. M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO. H. N. (Coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto,
cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000.
A biografia é um gênero textual que descreve a trajetória de determinado indivíduo, evidenciando sua
singularidade.
No caso específico de uma biografia como a de João Antônio de Barros, um dos principais elementos
que a constitui é:
a) a estilização dos eventos reais de sua vida, para que o relato biográfico surta os efeitos desejados.
b) o relato de eventos de sua vida em perspectiva histórica, que valorize seu percurso artístico.
c) a narração de eventos de sua vida que demonstrem a qualidade de sua obra.
d) uma retórica que enfatize alguns eventos da vida exemplar da pessoa biografada.
e) uma exposição de eventos de sua vida que mescle objetividade e construção ficcional.
7. O que é possível dizer em 140 caracteres?
Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de compreender a importância da concisão nos
Twitter, cuja premissa é dizer algo não importa o quê em 140 caracteres. Desde que o serviço foi
criado, em 2006, o número de usuários da ferramenta é cada vez maior, assim como a diversidade de
jornalismo, fofoca, humor etc., tudo ganha o espaço em inglês), e entender seu
sucesso pode indicar um caminho para o aprimoramento de um recurso vital à escrita: a concisão.
Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).
O Twitter se presta a diversas finalidades, entre elas, à comunicação concisa, por isso essa rede social
a) é um recurso elitizado, cujo público precisa dominar a língua padrão.
b) constitui recurso próprio para a aquisição da modalidade escrita da língua.
c) é restrita à divulgação de textos curtos e pouco significativos e, portanto, é pouco útil.
d) interfere negativamente no processo de escrita e acaba por revelar uma cultura pouco reflexiva.
e) estimula a produção de frases com clareza e objetividade, fatores que potencializam a
comunicação interativa.
8. Camelôs
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão:
O que vende balõezinhos de cor
O macaquinho que trepa no coqueiro
O cachorrinho que bate com o rabo
Os homenzinhos que jogam boxe
Por.
A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado
E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma.
Os objetivos que motivam os seres humanos a estabelecer comunicação determinam, em uma situação
de interlocução, o predomínio de uma ou de outra função de linguagem. Nesse texto, predomina a
função que se caracteriza por
a) tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se tomarem certas medidas para a elaboração
de um livro.
b) enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta para sua obra seus sonhos e histórias.
c) apontar para o estabelecimento de interlocução de modo superficial e automático, entre o leitor
e o livro.
d) fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios que estruturam a forma e o conteúdo de
um livro.
e) retratar as etapas do processo de produção de um livro, as quais antecedem o contato entre leitor
Por.
e obra.
10. Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não
pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma
forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes
sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A
importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São
seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de
índio dentro de vocês. Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos,
como pessoas que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós
não queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês.
TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (adaptado).
Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma padrão da língua portuguesa é
empregada com a finalidade de
a) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna.
b) situar os dois lados da interlocução em posições simétricas.
c) comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos cotidianos.
d) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa.
e) ressaltar a importância do código linguístico que adotamos como língua nacional.
QUESTÃO CONTEXTO
Note que, na tirinha, a personagem da professora faz um paralelo entre o falar de Chico Bento e o
português formal.
Por.
GABARITO
Exercícios
1. e
Na função de linguagem emotiva, a mensagem é centrada no Eu poético. Isso é representado na canção
pela presença de primeira pessoa e explicitação a intensidade do sentimento do eu-lírico expresso pelo
2. b
A imagem já revela traços de transformação adquirida em função do contexto das catástrofes do século
3. a
A oralidade radiofônica tem como característica o diálogo simples com o ouvinte.
4. c
A intenção comunicativa do texto visa relacionar a literatura à preservação da memória e acervo cultural,
pois os pensamentos de uma determinada época podem ser identificados a partir da análise de um
poema, como também, compreender a capacidade subjetiva e os valores humanos.
5. a
A poesia concreta trabalhava todas as potencialidades da palavra: semântica, fonética e disposição na
página. Assim, o poema da questão é um enigma a ser decifrado a partir da sensibilidade do leitor. As
sugerem o matrimônio.
6. b
O texto traz a biografia a partir de referências históricas, valorizando o seu percurso.
7. e
O twitter é uma plataforma de comunicação concisa. logo, leva à prática de uma produção escrita
objetiva e clara.
8. c
O poema apresenta elementos do cotidiano, pois Manuel Bandeira apresentou a realidade, a situação
corriqueira dos camelôs: com brinquedos de tostão nas calçadas, com crianças e pais.
9. d
A função da linguagem que também pode ser identificada no quadrinho é a metalinguística, pois o
quadrinho utiliza a linguagem para explicar o seu processo de produção, referentes à forma e ao
conteúdo.
10. b
Por.
O seguint
denota a posição de respeito por parte do emissor (no caso, o indígena) frente ao código linguístico (no
caso, a língua portuguesa). O emissor demonstra respeito e quer ser respeitado também.
Questão Contexto
Resposta pessoal. Sugestão: Vamos lembrar aqui que a gramática normativa é o sistema da língua que a
estuda e de certa forma cataloga, fazendo com que os falantes se entendam em todas as regiões nas
quais o Português é o idioma falado. Não se deve fazer distinção pejorativa dos níveis de linguagem. A
professora, na tirinha, tinha como objetivo fazer com que Chico Bento aprendesse o Português da
escola, o gramatical, o formal. Chico tem o português popular, regional típico do interior.