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VIGILÂNCIA

Este documento descreve os tipos de vigilância e o perfil de um vigilante. A vigilância patrimonial é uma atividade autorizada que envolve proteger o patrimônio e as pessoas dentro dos limites do imóvel vigiado. Um vigilante deve ser dinâmico, interativo, técnico, alerta, adestrado, preventivo e proativo.

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VIGILÂNCIA

Este documento descreve os tipos de vigilância e o perfil de um vigilante. A vigilância patrimonial é uma atividade autorizada que envolve proteger o patrimônio e as pessoas dentro dos limites do imóvel vigiado. Um vigilante deve ser dinâmico, interativo, técnico, alerta, adestrado, preventivo e proativo.

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Curso Básico de Formação de Vigilante

VIGILÂNCIA (VIG)

I. TIPOS DE VIGILÂNCIA

1. CONCEITO. O termo vigilância remete a uma atitude de precaução, cuidado e prevenção, ou ainda,
zelo e diligência. Em outras palavras, vigilância é uma condição de movimento, dinamismo e alerta,
conceito este oposto ao de estático. A vigilância patrimonial é uma atividade autorizada, controlada e
fiscalizada pelo Departamento de Polícia Federal, desenvolvida por pessoas capacitadas através de Cursos
de Formação de Vigilantes, vinculadas às Empresas autorizadas, com o fim de exercer preventivamente a
proteção do patrimônio e das pessoas que se encontram nos limites do imóvel vigiado, podendo ser em
estabelecimentos urbanos ou rurais; públicos ou privados.
Outra definição de Vigilância: É uma sensação na qual a pessoa ou empresa emprega recursos humanos
capacitados agregando a isso o uso de equipamentos específicos e estabelecendo normas e
procedimentos a fim de produzir um ESTADO DE AUSÊNCIA DE RISCO.
Cabe salientar que nos termos do artigo 1 3 da Portaria 387/06, do DPF (Departamento de Polícia
Federal) a atividade de vigilância patrimonial somente poderá ser exercida dentro dos limites dos
imóveis vigiados, portanto das barreiras perimetrais para o interior do estabelecimento.

2. PERFIL DO VIGILANTE

O vigilante é a pessoa capacitada a zelar pela ordem nos limites do seu local de trabalho,
visando à satisfação do usuário final do seu serviço. Dentro das normas aplicadas sobre segurança privada,
temos que o vigilante deve exercer suas atividades com urbanidade (civilidade, cortesia, boas relações
públicas), probidade (honestidade) e denodo (coragem, bravura, mostrando seu valor).
As próprias exigências estabelecidas pelo órgão controlador d a segurança privada nos
revelam que o vigilante deve ser pessoa de conduta reta, sendo, portanto, pessoa de confiança.
Além do aspecto moral, no que tange à conduta de retidão, o vigilante é uma pessoa que
deve estar o tempo todo alerta a tudo e a todos, tendo total controle da situação local, através da
própria inspeção visual em todo perímetro de segurança, como forma primordial de prevenção e
demonstração de controle.
A atuação do vigilante é de caráter preventivo, de modo a inibir, dificultar e impedir
qualquer ação delituosa, mostrando-se dinâmico nas suas atitudes.

Dinâmico Interativo Técnico Alerta Adestrado Proativo Preventivo

2.1 Dinâmico: Característica que indica atividade, energia, vitalidade e rapidez.


2.2 Interativo: Qualidade de interação com o público, urbanidade, sociabilidade e transmissão de
confiança, priorizando o atendimento adequado às pessoas com deficiência11.
2.3. Técnico: Capacidade de empregar todas as técnicas, doutrinas e ensinamentos adequados à
consecução da sua missão12.
2.4 Alerta: É o estado de sentido, prevenção e cuidado. É o método para que o vigilante se coloque em
posição de alarme, de forma que sua atenção se volte facilmente para o local de onde surge o perigo,
permitindo ação imediata e assegurando sua sobrevivência.
2.5 Adestrado: Desenvoltura corporal, aprimoramento físico, domínio de técnicas de defesa pessoal e
capacitação para o uso proporcional de força, através de tecnologias não letais e do uso da arma de fogo
como último recurso defesa própria e de terceiros13.
2.6 Preventivo: Atributo de o vigilante ser visível ao público em geral, a fim de evitar a ação de
delinqüentes, manter a integridade patrimonial e dar segurança às pessoas14.

11 Anexo I da Portaria nº 387 MJ/DPF, de 28/08/2006


12 Idem.
13 Idem.

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2.7 Proativo: Ação de antever e se antecipar ao evento danoso, com o fim de evitá-lo ou de minimizar
seus efeitos e, principalmente, visar à adoção de providências para auxiliar os agentes de segurança
pública, como na coleta das primeiras informações e evidências da ocorrência, de preservação dos
vestígios e isolamento do local do crime15.

3. CONCEITO DE ÁREA DE GUARDA (SOB RESPONSABILIDADE DO VIGILANTE): A área


de guarda sob a responsabilidade do vigilante envolve todo o imóvel vigiado, tendo pontos fixos, como, por
exemplo, controles de acessos e demais áreas cobertas através de serviço móvel de fiscalização e vigilância, com
total controle das instalações físicas.

4. INTEGRIDADE PATRIMONIAL E DAS PESSOAS:


A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 144 que: A segurança pública, dever do Estado,
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio...
Seguindo o mandamento constitucional e, considerando que a segurança privada é complemento da
segurança pública, conclui-se facilmente que as atividades do vigilante patrimonial voltam-se para a
proteção d a integridade do patrimônio e das pessoas, nos locais em que os órgãos de segurança pública
não se fazem permanentemente presentes, pois tais órgãos não visam ao interesse pessoal e particular e
sim ao interesse público.
Nesse sentido, a atuação preventiva do vigilante patrimonial, nos limites do imóvel vigiado tem por
finalidade a garantia da segurança das instalações físicas e de dignitários (pessoas que se encontram no
interior do imóvel no qual o vigilante exerce a atividade preventiva de segurança, controle e proteção).

5. VIGILÂNCIA EM GERAL
O vigilante patrimonial é profissional capacitado, registrado no Departamento de Polícia Federal e
autorizado a exercer a vigilância patrimonial, desde que vinculado a uma empresa autorizada, em
qualquer estabelecimento, seja da iniciativa privada (instituições financeiras, empresas, shopping-centers,
hospitais, escolas etc.), seja da Administração Pública Direta (órgãos federais, estaduais, municipais ou
distritais) ou Indireta (autarquias, empresas públicas, empresas de economia mista e fundações). Nestas
últimas, empregam-se vigilantes contratados por empresas especializadas em segurança, que forem
vencedoras em procedimento licitatório e celebrarem o contrato de prestação de serviços de segurança.
Em todos esses locais em que o vigilante atua, seu objetivo deve estar voltado à garantia da ordem interna, à
preservação da integridade patrimonial, à proteção da integridade pessoal, à constatação de irregularidades
com as correspondentes providências e a satisfação do usuário final.

6. VIGILÂNCIA EM BANCO
Por força da Lei 7.102/83, as instituições financeiras são obrigadas a possuir sistema de segurança com
pessoas adequadamente preparadas, denominadas vigilantes. Logo, não se trata de uma faculdade e sim de
uma obrigação a que todos os estabelecimentos financeiros devem se submeter, mantendo vigilância
ininterrupta durante seu horário de funcionamento.
Por se referir a local em que há guarda de valores e movimentação de numerários, é inegável que se trata
de um ponto visado pelos criminosos e que exige do vigilante atuação atenta para garantir a prevenção
e, por conseguinte, a proteção das pessoas e do patrimônio.
Na vigilância dos estabelecimentos financeiros o vigilante deve sempre procurar posicionar-se em pontos
estratégicos, o que lhe permitirá maior ângulo de visão, de modo que sua retaguarda esteja sempre
protegida, impedindo dessa forma que seja alvo de criminosos que sempre se valem do fator surpresa.
Os deslocamentos para fazer a rendição do ponto estratégico (cabines ou similares) devem ser feitos em
momento oportuno, sem seguir rotinas, procurando a ocasião de menor movimento na agência,
deslocando-se com as costas protegidas, o coldre aberto e mão na arma, a arma no coldre e o dedo fora
do gatilho. No ato da rendição, primeiro entra o v igilante que está substituindo para depois sair o
vigilante que foi rendido. Ao entrar na cabine, fazer de modo que o coldre fique à frente do corpo e o
vigilante entre olhando para o público e com as costas protegidas.

14 Idem.
15 Idem.
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Curso Básico de Formação de Vigilante

A vigilância constante e a observação em todo perímetro de segurança, com atenta inspeção


visual, principalmente na entrada da agência são fatores inibidores e que fatalmente irá desencorajar
o criminoso.
O vigilante não deve fornecer, qualquer que seja a necessidade, o telefone dos Funcionários
e/ou Gerente da agência bancária, sem prévia autorização. Informar a gerência local caso ocorra tal
situação.
Antes de assumir o serviço, o vigilante deve fazer testes para verificar o funcionamento
dos equipamentos de segurança: sistema de alarmes, portas giratórias, rádio transmissor e/ou outros
meios de comunicação, bem como verificar cestos de lixo, sanitários, janelas, portas, portões e
estacionamentos.
O vigilante deverá manter a atenção redobrada no momento de entrega e retirada de
numerários pelo carro forte, procurando observar as áreas interna e externa do banco, para checagem da
segurança. Caso haja qualquer situação suspeita, deve sinalizar para os seguranças do carro forte.

PORTA GIRATÓRIA

Aqui estão as normas mais comuns que devem ser seguidas pelo vigilante que esteja atuando junto a
porta giratória de segurança, também conhecida como “porta panda”:
1) O vigilante deverá permanecer posicionado em local que será demarcado pelo Departamento de
Segurança, onde existirão acionadores de alarmes;
1) Quando houver o travamento da p orta, o vigilante deverá deslocar-se para perto da mesma e
perguntar à pessoa se esta está portando algum objeto metálico; em caso afirmativo, deverá pedir para
ver o objeto (molhos de chaves, fivela de cinto, moedas, guarda-chuvas, etc.);
2) Após a verificação do objeto metálico, deve solicitar à pessoa que entregue tal objeto e novamente passe
pelo detetor de metais;
3) Se o detetor não acusar nenhum outro objeto metálico, devolver à pessoa o objeto que lhe foi entregue
anteriormente;
4) Se o detetor acusar a presença de outro objeto metálico, indagar se a pessoa ainda possui algo de
metal. Proceder, então, conforme itens 1 e 2 acima;
5) Quando a pessoa que causou o travamento tratar-se de mulher ou senhoras idosas, o vigilante deverá
proceder conforme o item 2 e solicitar a abertura de bolsa ou sacola a fim de fazer uma rápida
(porém eficiente) revista visual. Todo trabalho deve ser feito com educação exemplar, ponderação e
palavras amenas;
6) Quando o travamento ocorrer com pessoas que possuam arma de fogo, avisando o vigilante a respeito
dessa condição e apresentando registro e porte de arma, o vigilante deverá perguntar se é cliente
daquela agência e somente liberar a porta após autorização da gerência. Caso a pessoa não receba
autorização, impedir a entrada e solicitar que retorne sem a arma;
7) Quando o travamento ocorrer e a pessoa tratar-se de policial civil ou militar, solicitar a identidade
funcional, observando bem a fotografia e a data de validade. Vale acrescentar que existem no mercado
“carteiras porta- funcional”, que não são documentos e podem ser adquiridas por pessoas alheias à
função. Em caso de confirmar a presença de policial, após a identificação, liberar a porta;
8) Quando tratar-se de policial militar fardado, proceder conforme item 8. Vale lembrar que vários
estabelecimentos bancários já sofreram assaltos em que o meliante trajava uniforme completo da
Policia Militar ou coletes de uso costumeiro pela Policia Civil.

7. VIGILÂNCIA EM SHOPPING
Os shoppings são as principais opções de passeio, compras, diversões infantis, alimentação, e uso de
caixas eletrônicos dos grandes centros urbanos, justamente por ser considerado um lugar de maior
circulação de pessoas e que possui segurança.
A atuação do vigilante patrimonial nos shoppings, como em todo e qualquer
estabelecimento, tem caráter preventivo de modo a coibir ações criminosas pela sua própria presença
reconhecida pelo uso de uniforme.
Por se tratar de local aberto ao público e com grande circulação de pessoas, o vigilante deve
ficar atento ao comportamento e atitude das pessoas, agindo com muita discrição, de modo a fazer

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segurança sem constranger aqueles que buscam nos shoppings um passeio em um ambiente seguro e
protegido. O vigilante não deve considerar seu trabalho como um lazer, simplesmente por estar em um
shopping. Seu comportamento deve ser o mais responsável possível, estabelecendo um meio de
comunicação com os lojistas em situações de anormalidades e/ou pessoas com comportamento suspeito.
Todos que ali se encontram contam com a proteção que se inicia com a entrada no
estacionamento e se prolonga pelos corredores, lojas, praça de alimentação, playland e caixas eletrônicos,
que por ser considerado um ambiente seguro e movimentado, são constantemente visitados da abertura ao
fechamento dos shoppings.

8. VIGILÂNCIA EM HOSPITAL
Outra instituição que utiliza o serviço de vigilância patrimonial para proteger o patrimônio e pessoas são
os Hospitais. Nestes locais, os principais delitos são furtos de medicamentos, seqüestro e troca de recém-
nascidos, assassinatos e seqüestro de criminosos internados.
O vigilante empregado neste local de trabalho deve estar atento a todos os movimentos
internos, em especial nas dependências em que o acesso seja restrito a determinadas pessoas e
horários pré- estabelecidos pela Direção.
O equilíbrio emocional é de fundamental importância, pois se trata de local onde as pessoas
constantemente entram em desespero e, por vezes, d emonstrando real insatisfação em relação ao
atendimento dos médicos e seus auxiliares, sendo, portanto, propício ao conflito e desgaste psíquico.
A portaria é o local de acesso ao público em geral, devendo o vigilante ficar atento às vias de
acesso para a parte interna das instalações que são restritas a funcionários e pessoas autorizadas.
Outro momento crítico é o horário das visitas, em que a atenção deve ser redobrada, pois os
grupos criminosos que praticam delitos em hospitais são estrategistas e na maioria das vezes se passam
por enfermeiros, médicos, funcionários de empresas prestadoras de serviços etc. Como em todos os locais
de vigilância, a instalação de medidas de segurança é de fundamental importância para prevenir as ações
criminosas, como por exemplo: Circuito Fechado de TV, em todos os pontos possíveis, inclusive
nos berçários; pulseiras com código de barras pelos pacientes; controle de visitantes através de
identificação e biometria (íris, impressões digitais), com o devido registro de dados; câmeras nas
farmácias, com monitoramento e acesso controlado eletronicamente através de senhas pessoais, etc.

9. VIGILÂNCIA EM ESCOLA
A vigilância em estabelecimentos de ensino é a que requer o melhor preparo, pois nestes locais o
profissional de segurança é mais que um vigilante. É um auxiliar direto dos educadores. Sua postura, seu
comportamento maduro, suas atitudes coerentes e discretas permitirão o sucesso no relacionamento
com os alunos, pois qualquer tipo de liberdade ou brincadeira pode comprometer a boa imagem de toda a
equipe de segurança.
O controle de acesso e as rondas permanentes é que garantirão a segurança e irão impedir a
prática de atos ilegais. O acesso deve ser restrito aos alunos matriculados, funcionários, membros do
corpo docente e pessoas devidamente autorizadas.
A utilização de medidas de segurança, como por exemplo, catracas eletrônicas, circuito
fechado de TV, uso de uniforme pelos alunos e vigilantes controlando acesso e realizando rondas
permanentes, são as melhores maneiras de evitar qualquer ocorrência no estabelecimento de ensino.
Os problemas nos estabelecimentos de ensino não são apenas internos, portanto, o vigilante
deve ficar atento quanto à presença de pessoas estranhas nas imediações da escola, pois ocorrências de
tráfico de entorpecentes são bastante comuns nestes locais, onde traficantes se aproveitam da pouca
experiência e imaturidade dos jovens, para “vender” drogas. Caso perceba tal ação, o vigilante deve
relatar o fato ao Diretor da escola a fim de que sejam adotadas providências junto à Secretaria de
Segurança Pública.

10. VIGILÂNCIA EM INDÚSTRIA


A atuação do vigilante patrimonial nas indústrias é importantíssima para impedir, desde pequenos furtos
praticados até mesmo por funcionários, a espionagens industriais, sabotagens e invasões por quadrilhas ou
bandos. O controle do acesso de pessoas, veículos e materiais, juntamente com um efetivo e permanente
serviço móvel de fiscalização e vigilância (rondas), são as principais medidas para inibir a ação criminosa.

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Curso Básico de Formação de Vigilante

As principais medidas de segurança para uma indústria são:

Na entrada de veículos instalar clausuras (espaços entre dois portões);


Revistar todos os veículos que forem adentrar ao pátio interno, após ser analisada a real necessidade de
acesso;
Controle de acesso com base na biometria (impressões digitais, íris etc.);
Revista moderada de funcionários de acordo com a legislação vigente;
Banco de dados de funcionários;
Investigação social de candidatos às vagas da indústria;
Barreiras perimetrais que impeçam a invasão, podendo inclusive utilizar cercas eletrificadas;
Instalação de circuito fechado de TV, com sala de monitoramento 24 horas por dia;
Palestras aos funcionários buscando a conscientização de todos, como colaboradores da
funcionalidade do sistema de segurança.

11. VIGILÂNCIA EM PRÉDIO


Outros locais de atuação da segurança privada são os limites dos prédios residenciais e comerciais.
Um dos grandes focos dos criminosos têm sido os condomínios residenciais em razão da
real carência de medidas de segurança aliado ao fato da displicência dos moradores.

Vigilância em Prédios Residenciais: A atuação do vigilante em um prédio residencial visa em


primeiro plano a segurança e tranqüilidade dos moradores. A casa é o asilo inviolável protegido pela
Constituição Federal e faz parte da vida privada de cada pessoa, de modo que o ingresso ou a permanência
sem consentimento de quem de direito configura crime de invasão de domicílio. Contra a vontade de
quem de direito o acesso somente poderá ocorrer em caso de flagrante delito ou desastre, para prestar
socorro ou, durante o dia, com ordem judicial. Visando complementar a atividade de segurança, é
indispensável à realização de rondas para constatar quaisquer irregularidades e adotar as correspondentes
providências.

Vigilância em Prédios Comerciais: Nos prédios comerciais a atuação do vigilante visa à proteção
e a segurança dos funcionários, visitantes, clientes e das instalações físicas. Neste caso, o sistema de
segurança deve ser planejado de acordo com as peculiaridades locais, de modo que os principais pontos
de segurança sejam os controles de acessos de pessoas e veículos.
O uso de tecnologias modernas (circuito fechado de TV, botão de pânico; catracas
eletrônicas, controles de acesso pela biometria, clausuras etc.) tem sido os principais recursos
utilizados para garantir a segurança destes locais.
O acesso restrito e controlado com emprego de tecnologias modernas, utilização de
manobristas para evitar a entrada de visitantes por pontos em que não seja o de acesso de pessoas,
normas internas e rondas constantes garantirão a prevenção nos prédios comerciais.

II. FUNÇÕES DO VIGILANTE

Cabe ao vigilante o efetivo controle de tudo que diz respeito à ordem interna; a
regularidade das instalações; o controle das entradas proibidas; das entradas permitidas; o controle da
circulação interna; o fiel cumprimento das normas emanadas por quem de direito; o controle do
material sob sua responsabilidade; o registro das ocorrências internas; a imediata comunicação ao seu
superior de qualquer incidente, principalmente irregularidade com armamento, munição e colete a prova
de balas; o devido zelo com a apresentação pessoal; a postura e o comportamento de acordo com os
padrões sociais, dentre outras atribuições peculiares à sua função.

1. IDENTIFICAR E COMPREENDER AS FUNÇÕES DO VIGILANTE

Vigilante é um profissional especializado em segurança, que a legislação conceitua como


sendo “pessoa adequadamente preparada”, para o exercício da atividade de segurança de estabelecimentos
financeiros, comerciais, residências, condomínios, etc. O vigilante, dentro de sua profissão, pode prestar

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Curso Básico de Formação de Vigilante

várias modalidades de serviços, desde que esteja habilitado de acordo com a lei, para o exercício dessas
atividades:

Vigilante Patrimonial, quando empregado para vigiar um determinado local (com bens ou não);
Equipes de Transporte de Valores, se possuir o curso de vigilante, a extensão em Transporte de
Valores e pertencer a uma Empresa Especializada em Transporte de Valores (legalmente
autorizada a funcionar).
Segurança pessoal, se for possuidor do curso de vigilante; exercer a profissão há pelo menos um
ano; possuir extensão em Segurança Pessoal e estiver vinculado a uma Empresa de Segurança
(devidamente regularizada perante o Departamento de Polícia Federal).

O vigilante é, hoje, essencial à segurança de grande parte da população, pois é ele quem está nas
fábricas, nos condomínios, nas residências, nos shoppings, centros comerciais e outros locais, onde o
sistema de segurança pública não pode estar (dada a natureza privada destes locais).

2. EMPREGAR TÉCNICAS DE GUARDA E AVALIAÇÃO DA SUA IMPORTÂNCIA NUM ESQUEMA


DE SEGURANÇA

O profissional deve estar atento às técnicas do serviço, sempre cuidando para não prejudicar
o Plano (esquema) de Segurança.

3. GUARDA FIXO. GUARDA MÓVEL (RONDA). SEDE DA GUARDA

O Vigilante desempenhará suas funções no Posto de Serviço (local no qual o Vigilante


deverá permanecer até o término do seu turno de trabaho, não podendo dele afastar-se nem abandoná-lo,
exceto mediante autorização do seu superior hierárquico).

Tipos de Postos de Serviço


Fixos Móveis (ou de Ligação) Extensão

Fixos: Postos Fixos: são os postos onde o segurança deverá permanecer sem se afastar, sob pena de
perder o controle do acesso ou até mesmo facilitar uma invasão. Como exemplo de posto fixo, podemos
citar: Guaritas de Segurança ou Cabines de Segurança, instaladas em pontos estratégicos, de onde o
vigilante tem maior campo de visão; S a l a d e M o n i t o r a m e n t o d e I m a g e n s , C entral de
Comunicação Operacional etc.

Móveis (ou de Ligação): são os postos onde o vigilante se desloca dentro de uma área delimitada (em
qualquer direção). Este tipo de posto é utilizado quando a área a ser coberta é mais extensa.
Postos de Extensão: são os postos nos quais o vigilante se desloca dentro de uma área razoavelmente
extensa (não sendo necessário um ponto de referência)

Funções do Vigilante em Postos Fixos

A atuação do vigilante no posto fixo exige atenção redobrada, posicionando-se em pontos


estratégicos, de modo a nunca estar exposto à ação do inimigo (desatento, de costas para a rua etc.). Sua
postura e demonstração de observação crítica são fatores fundamentais para inibir a ação criminosa, pois o
delinqüente não busca o confronto e sim a rendição de forma covarde, valendo-se do fator surpresa.
Visando não perder a atenção da área vigiada, o vigilante não deve permitir aglomeração de
pessoas em seu posto; caso necessite dar informações, deve ser o mais breve possível e cuidando, num
primeiro momento, de sua própria segurança; não utilizar aparelhos sonoros estranhos ao equipamento
de comunicação fornecido pelo empregador e manter a adequada postura, conscientizando-se que, por
trabalhar uniformizado, é um verdadeiro alvo de observação.
Caso o posto fixo não seja somente de vigilância deve ainda fazer o devido controle de acordo
com as peculiaridades locais.
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Curso Básico de Formação de Vigilante

Funções do Vigilante nas Rondas


As rondas são serviços móveis de fiscalização e vigilância que tem por finalidade cobrir os
espaços vazios existentes entre pontos fixos de segurança. São diligências que o vigilante realiza para
verificar irregularidades.
Ao lado do controle de acesso, a ronda é um dos serviços mais importantes realizados pelo
profissional de segurança na vigilância patrimonial, pois é a atividade que permitirá ao vigilante o
efetivo controle das instalações em geral, bem como da observância da circulação interna de pessoas,
veículos e materiais.
Visando não receber o posto sem saber a normalidade local, o vigilante deverá realizar sua
primeira ronda antes da assunção do serviço e, se possível, em companhia daquele que estiver passando o
posto. Considerando que nos termos do artigo 13 da Portaria 387/06 do DPF a vigilância patrimonial é
exercida nos limites do imóvel vigiado, as rondas podem ser divididas em Internas e Periféricas, não
podendo, por determinação do órgão controlador, ser externa.

a) Rondas Internas: São aquelas realizadas no interior das instalações, nos setores
desativados por ocasião do encerramento expediente.

b) Rondas Periféricas: São aquelas realizadas no espaço compreendido entre a área


construída e as barreiras perimetrais. Por ser a ronda uma diligência para se verificar irregularidades, o
vigilante deve ser crítico e observador ao realizá-la, procurando envidar esforços para solucionar as
irregularidades constatadas. Não sendo possível, deve anotar no livro de ocorrências de serviço e
comunicar a quem de direito, para que sejam adotadas as providências pertinentes.
Portanto, tudo deve ser alvo de observação, como por exemplo, pessoas circulando
internamente aparentando estarem perdidas e desorientadas, pessoas circulando após o término do
expediente, reconhecimento das pessoas que circulam internamente pelo crachá, abordagem de pessoas
com comportamento suspeito, fiscalização das instalações físicas em geral, verificação dos veículos
estacionados, observação de pontos vulneráveis no perímetro de segurança, observação de presença de
veículos e pessoas em atitude suspeita pelas imediações etc.
Uma das formas mais eficientes para se fazer uma ronda sem esquecer qualquer detalhe é o
chamado check-list (uma lista com todos os itens que o vigilante deverá observar ao fazer a ronda). Isso
evita que se esqueça de fiscalizar algum ponto.
Normalmente as empresas utilizam equipamentos de controle das rondas dos vigilantes, como
por exemplo: relógio-vigia, bastão eletrônico, sensores de presença, terminais eletrônicos etc., tudo
com o objetivo de mostrar à supervisão como transcorreu o serviço de rondas realizado pelo vigilante.
Dentre os equipamentos que o vigilante utiliza nas rondas podemos citar: revólver cal. 38,
cassetete de madeira ou borracha, algemas, lanterna, rádio transceptor portátil, equipamento de controle
de rondas e colete a prova de balas.

Sede do Guarda

Considera-se sede do guarda o local onde os vigilantes fazem a assunção do serviço, bem
como permanecem os materiais e livros de registro de recebimento e passagem do serviço e de ocorrências.
Todo vigilante deve fazer a conferência dos materiais que se encontram sob sua guarda, sejam de
propriedade do empregador, sejam de propriedade do tomador do serviço (cliente).
Tais materiais devem ser controlados e registrados em livro próprio, como forma de
controle, de modo que o vigilante que está passando o posto transfira sua responsabilidade àquele que está
assumindo.
De todos os materiais que existem no posto de serviço, os que merecem atenção
redobrada são aqueles controlados pela Polícia Federal e Comando do Exército (armamentos, munições
e colete a prova de balas), pois o furto, roubo ou extravio de qualquer um desses equipamentos obriga a
empresa de vigilância a fazer o Boletim de Ocorrência e a comunicação imediata ao Departamento de
Polícia Federal, não sendo possível resolver tal questão apenas internamente.
Nesse sentido, observa-se que o artigo 13, parágrafo único da Lei Federal 10.826/03

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Curso Básico de Formação de Vigilante

prevê a responsabilidade criminal do dono ou diretor da empresa de segurança que deixar de fazer a
ocorrência policial e comunicar à Polícia Federal em 24 horas o furto, roubo ou qualquer forma de
extravio de armamento, munições e acessórios, de propriedade da Empresa de Segurança.

4. DESEMPENHO DO VIGILANTE

A fim de que o vigilante desempenhe suas função de acordo com os ditames estabelecidos
pela política da segurança privada adotada pela Policia Federal, é necessário que se invista de maneira
sólida em seu treinamento e capacitação profissional. Somente um profissional capacitado
profissionalmente terá condições de agir de acordo com as expectativas do usuário final do serviço.
Portanto, é de suma importância o treinamento permanente e a conscientização do próprio
profissional, no que tange a seu dever de controle, fiscalização e promoção da ordem interna do
estabelecimento vigiado.

IV. SEGURANÇA FÍSICA DE INSTALAÇÕES

O conceito Segurança Física de Instalações pode ser entendido por uma atitude que reúne uma
série de ações preventivas, conhecimentos, reflexos e mecanismos a serem utilizados no momento
preciso, vindo dessa forma favorecer as ações desenvolvidas pelo agente de segurança.

Em todo estabelecimento (industrial ou comercial, de natureza pública ou privada), é existe


algum tipo de segurança que assegure o patrimônio material e humano. Para que funcione a contento, é
necessário um planejamento nas instalações, bem como, disciplinar os funcionários que ali prestam
serviços e, ao mesmo tempo, orientar a todos os clientes e/ou visitantes das instalações.

Durante a elaboração desse planejamento deve-se lembrar das normas disciplinadoras.


Entretanto, vale ressaltar que as normas são apenas mecanismos facilitadores e não meios proibitivos e
constrangedores. Sendo assim, é preciso lembrar que nenhuma norma existente é superior a uma lei
vigente.

1. MEDIDAS NECESSÁRIAS A UM PERFEITO SISTEMA DE CONTROLE E SEGURANÇA FÍSICA DE


INSTALAÇÕES

São medidas que garantem a funcionalidade do sistema preventivo de segurança. Constituem


verdadeiros obstáculos, quer seja por barreiras e equipamentos, quer seja pela ação humana, para inibir,
dificultar e impedir qualquer ação criminosa.
Em se tratando de Segurança Física de Instalações, existem dois tipos de medidas a serem
consideradas:

a) Medidas Estáticas são barreiras e equipamentos utilizados no sistema de segurança que visam inibir e
impedir ações criminosas, bem como garantir maior eficiência da atividade de vigilância patrimonial. Ex:
Barreiras perimetrais, circuito fechado de TV, sistemas de alarmes, portas giratórias detectoras de metais,
catracas eletrônicas, portinholas (passagem de objetos), clausuras (espaço entre dois portões, que
antecedem a entrada de veículos e pessoas, aparelhos de controle de acesso com base na biometria
(impressão digital, íris) etc.).

b) Medidas Dinâmicas é a atuação inteligente do vigilante, como pessoa capacitada para fazer a
segurança física das instalações e dignitários. Ex: Identificação pessoal, abordagem à distância,
sinalização entre os integrantes da equipe de segurança em casos de pessoas em atitude suspeita, contato
telefônico com empresas fornecedoras e prestadoras de serviços para confirmar dados de funcionários,
vigilância atenta, posicionar-se em pontos estratégicos (pontos que permitam visão ampla do
perímetro de segurança), redobrar a atenção quanto aos pontos vulneráveis (pontos que permitam fácil
acesso) etc.

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Curso Básico de Formação de Vigilante

2. PROTEÇÃO DE ENTRADAS NÃO PERMITIDAS

As entradas não permitidas não são os maiores alvos das invasões, pois quaisquer acessos
por esses pontos chamam a atenção, ficando em evidência, que é justamente o que os grupos
criminosos evitam em suas ações.
No entanto, o maior erro do profissional de segurança é não acreditar na audácia do
criminoso, mesmo as pesquisas indicando que, via de regra, as invasões ocorrem pelas entradas
permitidas. A fiscalização, o controle e a vigilância devem ser constantes e abranger todos os pontos do
perímetro de segurança, de modo a inibir e impedir qualquer ação criminosa, ressaltando que a atividade de
vigilância patrimonial tem caráter preventivo.
Várias medidas de proteção devem ser adotadas, incluindo restrição de acesso, a vigilância
constante executada pelo homem ainda é a mais importante.

2.1 Barreiras Perimetrais: são obstáculos disponibilizados na área do serviço, podendo ser
aplicada, por exemplo, na preservação da cena do crime, no ordenamento de estacionamento interno ou
externo, etc., as quais se classificam em:

a) Naturais: são acidentes da natureza, aproveitados pelo homem na área de segurança. Ex.:
rios, mares, lagoas, montanhas, etc.;
b) Artificiais: são as construídas ou estabelecidas pelo homem, que podemos classificar como:
- Vazadas: cerca de arame farpado, grades;
- Opacas: tapume de uma construção;
- Permanentes: um muro de uma residência;
- Temporárias: limites de uma casa realizados com varas;
- Animais: são aquelas em que o homem utiliza o emprego de animais. Ex.: cães, cavalos,
gansos, cobras, etc.

3. CONTROLE DE ENTRADAS PERMITIDAS

As entradas permitidas são pontos fixos de segurança, denominados de PORTARIA, em


que o vigilante deve controlar e fiscalizar a entrada e saída de pessoas, veículos e materiais.
A portaria é um dos principais pontos de segurança de qualquer estabelecimento vigiado.
Trata-se de um ponto que exige do vigilante conhecimento efetivo de suas atividades, tirocínio, raciocínio
rápido, organização, dinâmica e boa capacidade de comunicação. A falta de controle neste ponto revela a
ausência total de segurança.

4. PREVENÇÃO DE SABOTAGEM

O termo sabotagem consiste na tentativa de impedir ou prejudicar total ou parcialmente o


curso normal do trabalho de uma pessoa ou de um equipamento e com esse ato, danificar,
propositadamente, instalações industriais, comerciais, repartições públicas ou as coisas nelas existentes,
tendo como alvo a desestabilização de determinada empresa ou pessoa.
Os serviços de rondas periódicas são necessários como ações de caráter preventivo contra
sabotagem, pois é através delas que serão detectadas quaisquer anormalidades ou, até mesmo, uma
sabotagem.
Ao segurança compete estar sempre atento a qualquer ato que tenha por objetivo embaraçar,
danificar, paralisar ou diminuir o ritmo normal do serviço, devendo este comunicar de imediato estes atos
ao seu superior, para que em tempo hábil sejam tomadas as medidas necessárias.

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Curso Básico de Formação de Vigilante

5. CONTROLE DE ENTRADAS E SAÍDAS DE MATERIAIS E PESSOAS

Quanto à entrada e saída de pessoas:

No controle do acesso de pessoas o vigilante deve seguir determinados procedimentos que garantam a
segurança das instalações e de todos que estejam envolvidos no sistema (colaboradores, visitantes,
c lientes, fornecedores etc.). Para tanto seguem alguns mandamentos indispensáveis:
Fazer a inspeção visual, procurando analisar e memorizar as características das pessoas, mostrando-se
atento, pois tal comportamento garante a prevenção, uma vez que qualquer pessoa mal intencionada
perde o interesse de agir quando percebe que foi observada antes de se aproximar;
Fazer a abordagem, preferencialmente à distância, procurando obter e confirmar todos os dados
necessários ao efetivo controle do acesso;
Nunca julgar as pessoas pela aparência, pois as quadrilhas de criminosos procuram induzir o vigilante
a erro. Levar sempre em consideração se é pessoa desconhecida, e mesmo sendo conhecida, caso esteja
acompanhada de desconhecido, deve-se agir com maior critério;
Fazer a identificação pessoal, exigindo a apresentação de documento emitido por órgão oficial e que
possua fotografia. Ex: RG, reservista, passaporte, nova CNH, identidades funcionais etc.
Obs.: A Lei Federal 5.553/68, alterada pela Lei Federal 9.453/97, estabelece que nos locais onde for
indispensável a apresentação de documento para o acesso será feito o registro dos dados e o documento
imediatamente devolvido ao interessado.
Anunciar o visitante ao visitado e, sendo autorizado seu acesso certificar-se de quem partiu a autorização;
Fazer o devido registro dos dados;
Cumprir às normas estabelecidas internamente.
Obs.: Para a efetiva segurança no controle de acesso é indispensável a instalação de medidas
estáticas (Circuito Fechado de TV, Botão de Pânico, aparelhos de controle com base na biometria, etc.)
e treinamento constante dos profissionais de segurança.

Quanto à entrada e saída de materiais:


No tocante ao acesso de materiais, tanto na entrada como na saída do estabelecimento,
deve haver um rígido controle por parte da equipe de segurança, visando garantir a proteção do
patrimônio e também moralizar a atividade de segurança através da demonstração de eficiência.

Entrada de Materiais

Fazer inspeção visual e identificar de forma completa o entregador;


Verificar a quem se destina, pela nota fiscal, confirmando a previsão de entrega e solicitando seu
comparecimento para o recebimento;
Fazer o registro do entregador, da mercadoria que entrou, inclusive do responsável pelo recebimento,
pois não há melhor forma de controle e de prova que o registro.

Saída de Materiais

Fazer a inspeção visual e a identificação de quem está saindo com o material;


Fazer a conferência do material de acordo com o documento de autorização de saída;
Fazer o registro dos dados.
Obs.: O registro dos dados é a única forma de controle e a melhor forma de produção de provas para
diversas finalidades. Portanto o vigilante deve fazê-lo com corretamente e sem qualquer exceção.

6. CONTROLE DE ACESSO DE VEÍCULOS

Outro ponto crítico em um estabelecimento é o acesso de veículos. Por ausência de medidas


de segurança e de profissionais treinados, muitos desses locais são alvo de invasões. Criminosos
constatam as falhas do sistema de segurança e encontram extrema facilidade para agir. Por isso, trata-se de

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Curso Básico de Formação de Vigilante

ponto que exige investimento da empresa tanto no que tange às medidas estáticas (CFTV, clausuras,
etc.) como também em treinamento de pessoal.

Procedimentos

Fazer inspeção visual com atenção voltada às características do veículo e ocupantes, bem como o
comportamento e atitude dos últimos;
Fazer a abordagem, à distância, procurando obter e confirmar todos os dados e, se for necessário, ligar
para a empresa dos ocupantes do auto para fazer a confirmação, antes do ingresso no estabelecimento;
É conveniente que, caso seja autorizado o acesso, o veículo adentre apenas c om o condutor, de modo
que os demais ocupantes desembarquem e acessem pela entrada de pedestres;
Sendo adotado o procedimento acima, identificar o condutor, conforme estudado no controle do acesso
de pessoas, caso contrário todos devem ser identificados;
A instalação de clausuras tem sido uma das principais formas de proteger o vigilante e evitar
invasões, principalmente com uso de veículos clonados;
Caso o estabelecimento não disponha de clausura e, em se tratando de veículo com compartimento
fechado (baú), é viável que se determine seu ingresso de ré, de modo que seja aberto o baú, antes da
abertura do portão, a fim de que o vigilante não se exponha ao vistoriar o veículo e, nem ocorra
invasão;
Fazer o devido registro dos dados de acordo com normas estabelecidas;
Cumprir rigorosamente as normas internas.
Obs.: O registro dos dados é a única forma de controle e a melhor forma de produção de provas para
diversas finalidades. Portanto, o vigilante deve fazê-lo com corretamente e sem qualquer exceção.

7. SIGILO PROFISSIONAL

Violação do segredo profissional: art.154. “Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a
outrem”.
O profissional de segurança, pela natureza de seu serviço, tem acesso a um maior número de
informações que a maioria dos outros empregados da empresa.
Pela sua condição de "Homem de Segurança", deve manter sigilo sobre todas as informações
que lhe forem confiadas, não cabendo a ele avaliar o caráter sigiloso ou não da informação, ou fato
ocorrido.
Deve desconfiar de quem muito pergunta e encaminhar os interessados na informação ao
setor próprio da empresa.
Mesmo fora do horário de serviço, deve estar atento para não comentar assuntos de serviço
em público, nem fornecer dados da segurança a familiares ou amigos.
O sigilo profissional para o homem de segurança, não é virtude, é dever.
Jamais deve informar a pessoas alheias ao serviço sobre:
a) horário de chegada e saída do carro forte;
b) número de elementos que compõe a equipe;
c) numerários;
d) armamento utilizado;
e) sistema de alarmes existentes no estabelecimento, etc.

8. PLANO DE SEGURANÇA

Deve-se ter bem claro que dois dos principais pilares da segurança são a prevenção e a
reação, sendo esta última um conjunto de ações tomadas para conter aquilo que se tentava evitar
(prevenir). Dessa forma, a reação deve ser bem estudada e descrita em forma de um procedimento, que
costuma receber o nome de “planejamento”. Atualmente, muitas empresas elaboram “Manuais de
Procedimentos”, que contemplam diversas situações/problemas, indicando a melhor maneira de como
se deve lidar com cada evento. É importante que todos os envolvidos saibam da existência desses

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Curso Básico de Formação de Vigilante

manuais, para que possam agir de acordo com suas orientações, pois trata das atitudes que a
empresa/cliente espera que o Vigilante demonstre, se houver a concretização dos eventos em questão. Plano
de segurança é um termo muito abrangente. Por isso, costuma-se utilizar conceitos mais específicos, já
que existem diversos tipos de planejamento, tais como: estratégico, tático, técnico, operacional, de gerenciamento
de crises, etc.
O treinamento dos planos de segurança, sejam eles quais forem, desde o abandono de área,
incêndio de grandes proporções, colisão de aeronave em heliponto, ameaça de bomba, ameaça de
contaminação biológica, falta de água/energia elétrica/telefone, espionagem, sabotagem, greve, suicídio,
até um simples plano de abordagem de indivíduo não identificado em atitude suspeita, deve ser levado a
sério, pois, a mais simples das situações pode gerar efeitos desastrosos que se perpetuam por toda a vida.

9. EMERGÊNCIA E EVENTO CRÍTICO


Situações de emergência e eventos críticos ocorrem em qualquer lugar, podendo provocar desde pequenos
acidentes até verdadeiras catástrofes. Exemplos:

a) Roubo:
Manter a calma, evitar o pânico e fazer a comunicação a Polícia na primeira oportunidade;
Contato com o Plantão da Empresa de Segurança;
Reação somente se houver oportunidade total de sucesso, lembrando-se que a atuação do vigilante é
preventiva, de modo a evitar o fator surpresa;
Observação atenta de tudo que se passa: O quê? Quando? Onde? Como? Quem? Quais foram as rotas
de fuga?
Preservação do local para permitir à Polícia Científica a análise e levantamentos devidos.

b) Tumulto:
Manter a calma e controlar o público;
Evacuar o local de forma rápida e discreta;
Não sendo possível manter a ordem interna pelos recursos próprios, acionar a polícia;
Agir de maneira imparcial, conscientizando-se que em ocorrência em que há pessoas com os ânimos
exaltados, a imparcialidade, o equilíbrio emocional e o diálogo são os melhores recursos.
Registrar a ocorrência no livro.

b) Pânico: podem ser o resultado do medo da morte, provocado por situações várias, tendo sua origem
geralmente por meio de boatos, assaltos, explosões, etc.
Manter a ordem e a calma, controlando a situação;
Transmitir às pessoas confiança e calma;
Conduzir os envolvidos a um lugar seguro;
Comunicar a integrantes da empresa;
Registrar a ocorrência no livro.

10. EVACUAÇÃO DE LOCAIS

A principal medida a ser adotada em situação de emergência é a evacuação do local, com a


adoção de um plano de abandono, de forma rápida e discreta, sem causar pânico. Para tanto, é necessário
que o profissional de segurança controle suas emoções, atue com calma, coerência e tenha bom poder de
persuasão e convencimento, transmitindo sensação de segurança a todos que ali se encontram.
O treinamento integrado entre profissionais de segurança e funcionários de outros setores de
uma empresa é de fundamental importância para o sucesso da evacuação do local em situações
emergenciais. As simulações realizadas no dias de normalidade garantirão o sucesso da desocupação da
área em ocasiões de anormalidade, sem que haja pânico, pois dessa forma o emocional dos ocupantes
daquela área já foi previamente preparado em caso de ocorrência de um evento crítico.

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Curso Básico de Formação de Vigilante

As rotas de fuga devem atender, entre outras, as seguintes condições básicas:

a) O número de saídas difere para os diversos tipos de ocupação, em função da altura,


dimensões em planta e características construtivas;
b) As distâncias e o número mínimo e máximo de saídas constam de Normas Técnicas que
tratam do assunto;
c) A distância máxima a percorrer consiste no caminhamento entre o ponto mais distante de
um pavimento até o acesso a uma saída neste mesmo pavimento;
d) Da mesma forma como o item anterior, essa distância varia conforme o tipo de ocupação e
as características construtivas do edifício e a existência de chuveiros automáticos como
proteção;
e) O número previsto de pessoas que deverão usar as escadas e rotas de fuga horizontais é
baseado na lotação da edificação, calculada em função das áreas dos pavimentos e do tipo
de ocupação;
f) As larguras das escadas de segurança e outras rotas devem permitir desocupar todos os
pavimentos em um tempo aceitável como seguro;
g) Isto indica a necessidade de compatibilizar a largura das rotas horizontais e das portas com
a lotação dos pavimentos e de adotar escadas com largura suficiente para acomodar em
seus interiores toda a população do edifício;
h) As normas técnicas e os códigos de obras estipulam os valores das larguras mínimas
(denominado de Unidade de Passagem) para todos os tipos de ocupação;
i) As saídas (para um local seguro) e as escadas devem ser localizadas de forma a propiciar
efetivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota de escape;
j) Para isto devem estar suficientemente afastadas uma das outras, uma vez que a previsão de
duas escadas de segurança não estabelecerá necessariamente rotas distintas de fuga, pois
em função de proximidade de ambas, em um único foco de incêndio, por exemplo, poderá
torná-las inacessível;
k) A descarga das escadas de segurança deve se dar preferencialmente para saídas com acesso
exclusivo para o exterior, localizado em pavimento ao nível da via pública;
l) Outras saídas podem ser aceitas, como as diretamente no átrio16 de entrada do edifício,
desde que alguns cuidados sejam tomados, representados por:
1) Sinalização dos caminhos a tomar;
2) Saídas finais alternativas;
3) Compartimentação em relação ao subsolo e proteção contra queda de objetos
(principalmente vidros) devido ao incêndio e etc.
m) A largura mínima das escadas de segurança varia conforme os códigos e Normas Técnicas,
sendo normalmente 2,20 m para hospitais e entre 1,10 m a 1,20 m para as demais
ocupações, devendo possuir patamares retos nas mudanças de direção com largura mínima
igual à largura da escada;
n) As escadas de segurança devem ser construídas com materiais incombustíveis, sendo
também desejável que os materiais de revestimento sejam incombustíveis;
o) As escadas de segurança devem possuir altura e largura ergométrica dos degraus, corrimãos
corretamente posicionados, piso antiderrapante, além de outras exigências para conforto e
segurança.

Escadas de segurança:

a) Todas as escadas de segurança devem ser enclausuradas com paredes resistentes ao fogo e
portas corta-fogo. Em determinadas situações estas escadas também devem ser dotadas de
antecâmaras enclausuradas de maneira a dificultar o acesso de fumaça no interior da caixa
de escada. As dimensões mínimas (largura e comprimento) são determinadas por Normas
Técnicas;

16 Pátio, interno, de acesso a um edifício.


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Curso Básico de Formação de Vigilante

b) A antecâmara só deve dar acesso à escada e a porta entre ambas, quando aberta, não deve
avançar sobre o patamar da mudança da direção, de forma a prejudicar a livre circulação;
c) Para prevenir que o fogo e a fumaça desprendidos por meio das fachadas do edifício
penetrem em eventuais aberturas de ventilação na escada e antecâmara, deve ser mantida
uma distância horizontal mínima entre estas aberturas e as janelas do edifício.
Acessos:
a) Quando a rota de fuga horizontal incorporar corredores, o fechamento destes deve ser feito
de forma a restringir a penetração de fumaça durante o estágio inicial do incêndio. Para isto
suas paredes e portas devem apresentar resistência ao fogo;
b) Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário prever aberturas
de exaustão e sua subdivisão com portas à prova de fumaça;
c) As portas incluídas nas rotas de fuga não podem ser trancadas, entretanto devem
permanecer sempre fechadas, dispondo para isto de um mecanismo de fechamento
automático;
d) Alternativamente, estas portas podem permanecer abertas, desde que o fechamento seja
acionado automaticamente no momento do incêndio;
e) Estas portas devem abrir no sentido do fluxo, com exceção do caso em que não estão
localizadas na escada ou na antecâmara e não são utilizadas por mais de 50 pessoas. Para
prevenir acidentes e obstruções, não devem ser admitidos degraus junto à soleira, e a
abertura de porta não deve obstruir a passagem de pessoas nas rotas de fuga;
f) O único tipo de porta admitida é aquele com dobradiças de eixo vertical com único sentido
de abertura;
g) Dependendo da situação, tais portas podem ser a prova de fumaça, corta fogo ou ambos;
h) A largura mínima do vão livre deve ser de 80 centímetros.

Sistema de iluminação de emergência:

a) Consiste em um conjunto de componentes e equipamentos que, em funcionamento,


propicia a iluminação suficiente e adequada para:
Permitir a saída fácil e segura do público para o exterior, no caso de interrupção de
alimentação normal;
Garantir também a execução das manobras de interesse da segurança e intervenção de
socorro;
iluminação de emergência para fins de segurança contra incêndio pode ser de dois tipos:
- De balizamento (indica rotas de fuga, orienta a direção e o sentido);
- De aclaramento (ilumina as rotas de fuga eliminando dificuldade de
deslocamento).

b) A iluminação de emergência se destina a substituir a iluminação artificial normal que pode


falhar em caso de incêndio, por isso deve ser alimentada por baterias ou por moto-
geradores de acionamento automático e imediato; a partir da falha do sistema de
alimentação normal de energia;

c) Dois métodos de iluminação de emergência são possíveis:


1) Iluminação permanente, quando as instalações são alimentadas em serviço normal pela
fonte normal e cuja alimentação é comutada automaticamente para a fonte de
alimentação própria em caso de falha da fonte normal;
2) Iluminação não-permanente, quando as instalações não são alimentadas em serviço
normal e, em caso de falha da fonte normal, são alimentadas automaticamente pela
fonte de alimentação própria.

d) Sua previsão deve ser feita nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos, passagens
antecâmara e patamares de escadas;

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Curso Básico de Formação de Vigilante

e) Seu posicionamento, distanciamento entre pontos e sua potência são determinados por
Normas Técnicas.

Elevador de segurança:
a) Para o caso de edifícios altos, adicionalmente à escada, é necessária a disposição de
elevadores de emergência, alimentada por circuito próprio e concebida de forma a não
sofrer interrupção de funcionamento durante um incêndio. Estes elevadores devem:
1) Apresentar a possibilidade de serem operados pela Brigada local ou do Corpo de
Bombeiros;
2) Estar localizados em área protegida dos efeitos de um incêndio.
b) O número de elevadores de emergência necessário a suas localizações é estabelecido
levando-se em conta as áreas dos pavimentos e as distâncias a percorrer para serem
alcançados a partir de qualquer ponto do pavimento.

11. PLANOS DE EMERGÊNCIA

Os planos de emergências são formulados pelo responsável pela segurança, com a participação
da equipe, a fim de que se garanta o sucesso da atuação da segurança, caso ocorra o evento crítico, isto
é, situações emergenciais que destoam da rotina do local de trabalho.
A filosofia de um plano emergencial é atribuir a cada integrante da equipe de segurança uma missão
específica, caso ocorra uma situação emergencial previsível (invasão, incêndio, ameaça de bomba,
greve de funcionários etc.).
Pode-se ressaltar aqui as seguintes atitudes a serem tomadas diante das ocorrências abaixo:

a) Incêndio:
1) Tentar debelar o foco de incêndio, não conseguindo, dispara o alarme, se existir, e
entrar em contato com o Corpo de Bombeiros Militar;
2) Proceder à evacuação parcial ou total da área, de forma ordenada, para evitar pânico;
3) Comunicar à Direção da Empresa;
4) Registrar a ocorrência no livro.

Observação: Mesmo se tratando de pequeno foco de incêndio já controlado pelo segurança,


é conveniente acionar o Corpo de Bombeiros Militar para proceder a uma vistoria nas dependências da
Empresa e verificar a origem do incêndio, podendo este ser criminoso ou acidental, por vazamento de
líquido inflamável ou sobrecarga elétrica, etc. Dependendo da proporção do incêndio é conveniente o
segurança acionar também a Polícia, com o objetivo de evitar possíveis saques.

b) Falta de água ou de energia elétrica:


1) Averiguar a origem do problema e resolvê-lo;
2) Redobrar a atenção, principalmente nos locais considerados vulneráveis;
3) Entrar em contato com a empresa concessionária;
4) Entrar em contato com a Direção da Empresa;
5) Registrar a ocorrência no livro;
Observação: A falta de energia, principalmente, poderá ter sido criminosa e, às vezes, a
Empresa não disponibiliza de lâmpadas de emergência ou gerador de energia elétrica.

c) Greve ou vandalismo:
1) Deverá comunicar as autoridades policiais em tempo hábil;
2) Comunicar a integrantes da Direção da Empresa;
3) Redobrar as atenções nos desdobramentos das ações criminosas;
4) Impedir ou dificultar a invasão da área da Empresa;
5) Registrar a ocorrência no livro.

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Curso Básico de Formação de Vigilante

d) Desabamento ou inundações:
1) Entrar em contato com o Corpo de Bombeiros Militar e Defesa Civil, se for o caso;
2) Entrar em contato com integrantes da Direção da Empresa;
3) Proceder buscas e salvamentos na área do sinistro;
4) Isolar a área para evitar saques, presença de curiosos, etc.;
5) Registrar a ocorrência no livro.

e) Boatos perniciosos:
1) Identificar sua origem e agir com medidas que possam neutralizar e impedir sua
propagação;
2) Comunicar em tempo hábil a integrantes da Direção da Empresa;
3) Registrar a ocorrência no livro.

f) Pane na rede de telefonia:


1) Entrar em contato com a Empresa responsável;
2) Comunicar em tempo hábil a integrantes da Direção da Empresa;
3) Redobrar as atenções nos pontos considerados vulneráveis e que a comunicação esteja
prejudicada;
4) Registrar a ocorrência no livro.

A melhor maneira de não se tornar vítima dessas situações é antecipar-se ao problema,


procurando adotar as seguintes medidas:

a) Adotar medidas preventivas, procurando avaliar quais são os riscos que mais ameaçam o
condomínio, levando em conta sua localização, estrutura de construção, capacidade de
ocupação e áreas mais vulneráveis, entre outros aspectos;
b) Organizar Brigadas de Incêndio e Emergência, formadas por funcionários e ocupantes. No
caso dos ocupantes, a participação deverá ser sempre voluntária;
c) Manter um canal de comunicação eficiente com o Corpo de Bombeiros e com a Defesa
Civil;
d) Estabelecer com antecedência qual o tipo de ação a ser adotada em cada situação particular,
como evacuação e socorro a feridos;
e) Fazer exercícios simulados, periodicamente, envolvendo funcionários e ocupantes, para
manter o pessoal sempre alerta contra perigos e riscos eventuais.

12. EXPLOSIVOS

Explosivo é todo composto sólido, líquido ou gasoso, que sofrendo uma reação química
violenta, transforma-se instantaneamente em gás, com produção de alta pressão e elevada temperatura.
Ocorrências com e xplosivos são consideradas de grande vulto e de alto isco, portanto
requer a atuação de profissionais capacitados, com emprego de equipamentos e táticas adequadas. Trata-
se de uma ocorrência onde um erro na atuação poderá ser fatal, com conseqüências danosas a quem se
encontre pelas imediações.
Naturalmente o bem maior que cuidamos não é o patrimônio e sim a vida e a integridade
física; logo, nossa maior preocupação deve centrar-se na evacuação do local e interdição da área de
forma rápida e discreta, sem causar pânico.
Indubitavelmente o vigilante patrimonial não é o profissional capacitado para atuar
efetivamente em ocorrências envolvendo explosivos ou com ameaças de bomba, devendo tomar apenas as
primeiras medidas e acionar a polícia a fim de que a central de operações envie para o local uma equipe
especializada no assunto.
Por se tratar de ações típicas de terrorismo, seus principais agentes são integrantes de
facções criminosas que visam, sobretudo, abalar a estrutura do poder público constituído, de modo que
os maiores alvos de ataque são os edifícios da administração pública, principalmente aqueles ligados
à Polícia, Justiça, Ministério Público, Embaixadas e Instituições Financeiras. Outros pontos visados são
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Curso Básico de Formação de Vigilante

os de grandes aglomerações de pessoas como Estações de Metrô e Trem, Aeroportos e Shoppings.

Indícios que podem identificar a existência de bomba:


a) Tacos soltos ou salientes;
b) Pegadas no solo em lugares impróprios;
c) Pedaços de fita isolante, capas de condutores ou pedaços de fio;
d) Pilhas ou baterias;
e) Móveis ou objetos fora do lugar;
f) Fios elétricos soltos ou ligados a lugares inadequados;
g) Terra solta (removida) ou sinais de pegadas no solo ou em lugares estranhos;
h) Relógio em lugares inadequados ou com diferença de hora que chame sua atenção;
i) Cheiro característico de qualquer substância química;
j) Forro de cadeira, colchões e travesseiros descosturados ou remendados;
k) Afundamento ou saliência de poltronas, sofás, assoalhos e carpetes;
l) Qualquer tipo de anormalidade ou mudança recente de estrutura;
m) Arames tensos ou frouxos;
n) Portas, gavetas, janelas, cortinas, persianas entreabertas ou fechadas;
o) Pinos, parafusos ou pregos soltos.

Em cartas ou pacotes:
a) Selos e lacres alterados ou violados;
b) Papel ou envelope amarrotados;
c) Cordão de pacotes arrebentados ou com nós;
d) Peso e volume avantajado;
e) Cheiro diferente ou característico;
f) Carimbos ilegíveis, anormais ou diferentes;
g) Rigidez da embalagem interna, a qual pode constituir a proteção para o explosivo ou
detonador;
h) Conteúdo ocupando todo espaço interno do envelope;
i) Utilização de envelope duplo ou fora do comum;
j) Pacotes em forma de livro, caixa-pacote ou caixa de bombons;
k) Pacotes que apresentam tensão em lugar qualquer, deixando transparecer a presença de uma
mala;
l) Espessura superior a 5mm;
m) Objeto como lápis, pilhas ou baterias;
n) Marcas gordurosas;
o) Objetos metálicos ou de aço;
p) Emissão de sons ou mau cheiro.

Procedimentos do Vigilante em Casos de Ameaça de Bomba

Acreditar que a ameaça é verdadeira;


Comunicar o fato ao superior imediato ou ao responsável local (Supervisor, Gerente, Diretor);
Não tocar qualquer objeto, seja estranho ou comum ao local, pois em se tratando de ameaça, todo
objeto passa a ser suspeito;
Acionar as autoridades competentes (G.A.T.E , Grupo de Ações Táticas Especiais – Via 190);
Procurar evacuar o local de forma rápida e discreta, evitando causar pânico;
Isolar a área, afastando grupos de curiosos;

13. DETECÇÃO DE ARTEFATOS OU OBJETOS SUSPEITOS

Há casos em que não se recebe a ameaça, mas encontram-se artefatos ou objetos suspeitos.
Nesta situação, o vigilante deve sempre acreditar na pior hipótese, ou seja, considerar que se trata de um
explosivo e tomar todas as precauções necessárias para a preservação das vidas e da integridade física de

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Curso Básico de Formação de Vigilante

todos os que ali se encontram.


O fato de ser um artefato de pequena dimensão não significa que não pode causar dano
irreparável à integridade física e a saúde da pessoa; logo, o isolamento da área e o isolamento do local
devem ser as primeiras medidas. Por se tratar de ocorrência que exige conhecimento específico, o vigilante não
deve arriscar sua vida. O melhor a fazer é isolar a área, evacuar o local e acionar a polícia.

Procedimentos a serem adotados quando da ameaça de bomba:


a) Comunicar à Direção da Empresa;
b) Busca preventiva do artefato;
c) Guarda de valores;
d) Desvio do trânsito (caso seja necessário);
e) Acionamento de corpo médico (caso seja necessário);
f) Ordenar as rotas de evacuação parcial ou total;
g) Ter fácil acessibilidade às plantas das estruturas existentes na Empresa;
h) Proceder à comunicação com as autoridades policiais especializadas e Corpo de Bombeiros
Militar;
i) Isolamento da área;
j) Proceder ao devido registro no livro de ocorrência;
k) Ainda durante o recebimento da ameaça da existência de uma bomba, o segurança deverá
proceder:

Procedimentos a serem adotados quando da localização do artefato:


a) Não abrir e não entregar ao destinatário;
b) O exame deverá ser realizado por peritos;
c) Atentar para um lugar adequado ao manuseio;
d) Não colocar água ou qualquer substância líquida;
e) Proceder à utilização de cobertura;
f) Evitar o manuseio e não permiti-lo por curiosos;
g) Evacuar o local;
h) Isolar a área em que se encontra o artefato.

Procedimentos a serem adotados após a retirada do artefato:


a) Depois das ações, o segurança ou responsável deverá verificar as possíveis falhas do
controle de acesso de pessoas;
b) Observar o grau de profissionalismo dos seguranças;
c) Observar o plano de segurança e reestruturá-lo, se for o caso;
Observação: É necessário que depois da ameaça sejam realizadas algumas ações, tais como:
a) Proceder uma revisão completa do plano de segurança;
b) Fazer um estudo das atitudes e comportamentos dos funcionários, inclusive os de
segurança;
c) Detectar possível omissão;
d) Proceder às modificações que julgue convenientes.

14. CHAMADO DA POLÍCIA ESPECIALIZADA

As Polícias, como Órgão de Segurança Pública, dispõem de grupos especializados para atuar nas
mais diversas ocorrências. O acionamento do órgão policial para cada caso de evento crítico sempre será através
da Central de Operações. No caso da Polícia Militar (190) e da Polícia Civil (197).
Ao acionar 190 e 197, cada central de operações saberá, de acordo com a natureza da ocorrência, qual
o grupo policial que melhor se adequará para a solução do evento critico.

15. RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA

Ocorrência e o acontecimento de um fato que foge da rotina normal do trabalho, exigindo


a adoção de providências por parte do profissional de segurança e o correspondente registro do fato.
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Curso Básico de Formação de Vigilante

A elaboração de um relatório de ocorrência compreende o cabeçalho e o histórico, que é a


narração dos fatos de maneira clara e objetiva, de modo que o destinatário tenha plenas condições de
entender o que realmente ocorreu e quais providências foram adotadas quando da ocorrência.
O histórico de um relatório de ocorrência deve seguir um roteiro de elaboração, de forma que
o leitor encontre resposta para as seguintes perguntas:
Quando? (dia, mês, ano e hora em que o fato ocorreu);
Onde? (em que lugar aconteceu o fato);
O que? (especificar o fato ocorrido; com quem aconteceu; constar a identificação e a descrição dos
envolvidos);
Como ocorreu? (de que maneira o fato aconteceu);
Por que aconteceu? (explicar os fatos que antecederam, sem suposições);
Quais providências foram tomadas?
Além da elaboração do relatório de ocorrência, cabe ao vigilante o registro da situação do
posto de serviço em todos os turnos de trabalho.

MODELO DO LIVRO DE PASSAGEM DE SERVIÇO

1. PESSOAL DE SERVIÇO:
Relação nominal dos seguranças que executaram o serviço de portaria no dia (narrar a data), no turno de 24
horas (narrar os nomes dos seguranças).

2. MATERIAL EXISTENTE:
Deverá narrar todos os materiais diários de serviço. Ex.:
- 01 (um) birô de madeira com uma cadeira giratória;
- 50 (cinqüenta) crachás de identificação;

3. EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS:
Exemplos:
- 01 (um) aparelho de TV 14” (identificar a marca do produto), com controle remoto, número
de série (para evitar uma possível troca).

4. ARMAMENTO E MUNIÇÃO:
Exemplos:
- 03 (três) revólveres (identificar a marca da arma), calibre 38, números (identificar a
numeração);
- 100 (cem) cartuchos calibre 38 (bom para uso ou impróprio para uso).

5. OCORRÊNCIAS:
Neste campo relatar, resumidamente, a ocorrência e os procedimentos adotados pelo segurança. Caso não
tenha havido ocorrências, narra-se “nada a registrar”.

6. OBSERVAÇÕES:
Este campo será reservado para narrar qualquer anormalidade que aconteça durante a execução do serviço.

7. PASSAGEM DE SERVIÇO:
Neste campo realiza-se o fechamento do livro, da seguinte forma:
“Fi-la ao meu substituto legal (nome do segurança líder que irá assumir o serviço), a quem transmiti as
ordens e materiais.

Loca e data: ________________, ______ de _______________ de __________.

Assinatura do segurança responsável pela equipe que sai: ___________________.

Assinatura do segurança responsável pela equipe que entra: ________________.”

CRISE
1. CONCEITO DE CRISE: Crise é todo incidente ou situação crucial não rotineira, que exige resposta
especial da Polícia, a fim de assegurar uma solução aceitável, em razão da possibilidade de agravamento
conjuntural, inclusive com risco a vida das pessoas envolvidas, podendo se manifestar através de motins
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Curso Básico de Formação de Vigilante

em presídios, roubos a bancos com reféns, seqüestros, atos de terrorismo, tentativa de suicídio, dentre
outras ocorrências de grande vulto.

2. CARACTERÍSTICAS DE UMA CRISE


A crise, como situação crucial, apresenta as seguintes características:
Imprevisibilidade;
Compressão de tempo (urgência);
Ameaça de vida;
Necessidade de postura organizacional não rotineira;
Planejamento analítico especial e capacidade de implementação;
Considerações legais especiais.

3. CONCEITO DE GERENCIAMENTO DE CRISES: A expressão “gerenciamento de crise” leva ao


questionamento: Como gerenciar um fenômeno que desafia o conceito do que é rotineiro e previsível?
Mas, pode-se dizer que gerenciamento de crises refere-se às medidas de contenção e/ou recuperação do
funcionamento normal das organizações, quando este não puder ser mantido através das medidas
preventivas já praticadas.

4. OBJETIVOS DO GERENCIAMENTO DE CRISES


O objetivo do gerenciamento de crises é preservar a vida e aplicar a lei. A vida como bem jurídico de
maior valor é o principal alvo de proteção no gerenciamento de crises.

5. FONTES DE INFORMAÇÃO NUMA CRISE


Sendo a crise uma situação crucial não rotineira e imprevisível que requer uma atuação urgente e
aceitável da Polícia, as fontes de informações serão resultados do trabalho do negociador, que é função
exclusiva da Polícia Militar e da Polícia Civil, e dos setores de inteligência policial.

6. AUTORIDADES LOCAIS QUE DEVEM SER IMEDIATAMENTE COMUNICADAS

Considerando que a segurança pública é dever do Estado, sendo exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, os órgãos policiais se estruturaram
e se especializaram de acordo com a natureza da ocorrência. No que tange ao gerenciamento de crise,
em vários Estados, a Polícia Civil e a Polícia Militar atuam de maneira integrada; no entanto, cada
uma tem seu grupo especializado em casos de ocorrência de situação crucial que exige uma resposta
rápida e aceitável.
A Polícia Civil costuma atuar nas situações de crise com emprego de Grupos de Resgate. Já
a Polícia M ilitar dispõe de Grupos de Ações Táticas, cujas funções principais são atuar em ocorrências
com reféns e explosivos.
O acionamento de qualquer dos Grupos especializados sempre se dá através da Central de
Operações. Quando o atendente da central de operações recebe a informação e toma conhecimento da
natureza da ocorrência, já adotará as providências necessárias.
Em ocorrências de grande vulto, com ameaça de vidas, urgência e necessidade de atuação
especializada organizacional não rotineira, as medidas internas em uma empresa devem se restringir a
manter a calma e acionar imediatamente a Polícia a fim de que sejam adotadas as providências adequadas
e aceitáveis por parte do grupo especializado.
O profissional de segurança privada deve se conscientizar que qualquer decisão precipitada
e inadequada pode resultar em prejuízos irreparáveis e irreversíveis.

Lembre-se!
“Escreveu, assinou , virou documento!”.

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