145392-Mec Geral Exp 2022-2
145392-Mec Geral Exp 2022-2
Março de 2019
Cabo Frio - RJ
Apostila Mecânica Geral Experimental.
Prof. Alexandre P. Carmo (apcarmo@iff.edu.br)
Sumário
Capítulo 1 - Medidas Físicas ........................................................................................................... 1
1.1 Introdução.............................................................................................................................. 1
1.2 Grandezas Físicas .................................................................................................................. 1
1.3 Medidas de uma grandeza física ........................................................................................... 6
1.4 Algarismo significativo ......................................................................................................... 7
1.4.1 Operações com algarismos significativos ...................................................................... 9
1.5 Regras de arredondamento .................................................................................................... 9
1.6 Exercício.............................................................................................................................. 10
Capítulo 2 - Instrumentos de medida ............................................................................................ 13
2.1 Introdução............................................................................................................................ 13
2.2 Aparelhos analógicos .......................................................................................................... 13
2.2.1 Régua graduada ............................................................................................................ 13
2.2.2 Balança Tríplice-escala ................................................................................................ 14
2.3 Aparelhos com escala auxiliar............................................................................................. 16
2.3.1 Paquímetro Universal ................................................................................................... 17
2.3.2 Outros instrumentos com escala auxiliar ..................................................................... 18
2.4 Instrumentos digitais ........................................................................................................... 18
2.4.1 Cronômetro digital ....................................................................................................... 19
2.5 Atividade prática ................................................................................................................. 20
Capítulo 3 - Análise estatística de dados ....................................................................................... 22
3.1 Introdução............................................................................................................................ 22
3.2 Incertezas de Tipo A ........................................................................................................... 22
3.2.1 Valor médio e desvio padrão ........................................................................................ 22
3.2.2 O desvio padrão da média ............................................................................................ 23
3.3 Incertezas em medidas físicas diretas.................................................................................. 23
3.4 Incertezas em medidas físicas indiretas .............................................................................. 24
3.5 Precisão e exatidão .............................................................................................................. 26
3.6 Exercícios ............................................................................................................................ 27
Capítulo 4 - Construção e Interpretação de Gráficos Lineares ..................................................... 29
4.1 Introdução............................................................................................................................ 29
4.2 Como desenhar um gráfico ................................................................................................. 29
4.3 Método dos Mínimos Quadrados ........................................................................................ 31
Apostila Mecânica Geral Experimental.
Prof. Alexandre P. Carmo (apcarmo@iff.edu.br)
1.1 Introdução
A Física é uma ciência cujo objeto de estudo é a Natureza. Ela é classificada na grande
área das ciências exatas, que estudam as regularidades ou leis simples da Natureza. O enorme
sucesso das ciências exatas se deve ao método sistemático de obter conhecimento a partir de
observações, de experimentos e de comparações críticas dos resultados experimentais com
modelos teóricos (hipóteses) que surgem gradativamente no processo da construção do
conhecimento. Este método é chamado método científico, base das ciências naturais. Ao estudar
um dado fenômeno físico procura-se entender como certas propriedades ou grandezas associadas
aos corpos participam desse fenômeno.
Ao aplicar o método científico a um fenômeno de interesse busca-se obter ao final uma
lei física, que deve explicar um grande número de fatos da Natureza. Estas leis são quantitativas,
ou seja, devem ser expressas por funções matemáticas. Assim, para se estabelecer uma lei física
está implícito que se deve avaliar quantitativamente uma ou mais grandezas físicas e, portanto
realizar medidas. É importante observar que praticamente todas as teorias físicas conhecidas
representam aproximações aplicáveis num certo domínio da experiência. Assim, por exemplo, as
leis da mecânica clássica são aplicáveis aos movimentos usuais de objetos macroscópicos, mas
deixam de valer em determinadas situações: i) quando as velocidades são comparáveis com a da
luz, deve-se utilizar a teoria da relatividade restrita de Einstein; ii) quando há campo
gravitacional extremos, por exemplo próximos de estrelas, utiliza-se a teoria da relatividade
geral; iii) para objetos em escala atômica, é necessário empregar a mecânica quântica.
Entretanto, o surgimento de uma nova teoria não necessariamente inutiliza as teorias
precedentes, elas podem complementar como no caso da mecânica clássica.
Nos componentes curriculares experimentais devemos conhecer o método científico e
especialmente em "Mecânica Geral Experimental" vamos utilizar experiências da Mecânica com
esta finalidade.
1) Determinar um conjunto objetos físicos para os quais a grandeza G faz sentido, que
denominaremos de domínio de G (representado por DG).
2) Especificar um procedimento experimental para testar se dois objetos, pertencentes a DG,
são equivalentes. É importante ressaltar que objetos distintos podem ser equivalentes
quanto a uma grandeza e não serem equivalentes em relação à outra.
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3) Estabelecer uma forma de atribuir valores para a grandeza G (VG) dos objetos
pertencentes a DG.
4) Definir um procedimento para soma de valores da grandeza G.
Para muitas (mas não para todas) as grandezas físicas existe ainda uma definição de
comparação de valores no sentido maior ou menor.
Podemos agora responder "o que é fazer uma medida?". Fazer uma medida significa
comparar uma quantidade de uma dada grandeza, com outra quantidade da mesma grandeza,
definida como unidade ou padrão dela. Por longo tempo cada país, cada região, cada cidade teve
seu próprio sistema de unidades (valores padrões de medida). Essas unidades de medidas,
entretanto, eram geralmente arbitrárias e imprecisas, como por exemplo, aquelas baseadas no
corpo humano: palmo, pé, polegada, braça, entre outras.
Para facilitar o comércio internacional, diversos países criaram padrões comuns para
medir grandezas físicas através de um acordo internacional. A 14ª Conferência Geral sobre Pesos
e Medidas, CGPM (da sigla em francês Conférence Générale des Poids et Mesures), ocorrida em
1971, estabeleceu as sete grandezas físicas fundamentais, mostradas na Tabela 1.1, que
constituem a base do Sistema Internacional de Unidades (SI).
Quando escritos por extenso, os nomes de unidades sempre começam por letra
minúscula, mesmo quando deriva do nome de um cientista. Os símbolos das unidades, no
entanto serão escritos em maiúsculo quando a unidade é proveniente do nome de um cientista. O
nome da unidade de temperatura grau Celsius, símbolo ºC, não é uma exceção à regra de se
escrever o nome das unidades com letra minúscula, visto que a unidade grau começa pela letra
“g” minúscula e o adjetivo “Celsius” começa pela letra “C” maiúscula, pois este é um nome
próprio. A exceção para que o nome de uma unidade comece com letra maiúscula, ocorre tão
somente quando estiver localizado no início da frase ou em sentença com letras maiúsculas,
como em um título.
Quando dizemos que uma dada distância é de 15 metros (15 m), estamos afirmando que
essa distância é quinze vezes o tamanho padrão para o metro no SI. O valor de uma grandeza
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física (VG) deve ser expresso como o produto de um número pela dimensão (unidade de medida),
simbolizado por [VG].
Um número isolado NÃO significa uma grandeza física, a unidade de medida é imprescindível
para identificá-la!
Além das dimensões definidas na Tabela 1.1, há grandezas físicas derivadas que são
definidas em termos de equações. Essas grandezas terão como unidade de medida o produto de
potências das dimensões das grandezas de base usando as equações que relacionam as
quantidades derivadas às grandezas de base. Assim, sendo Q uma grandeza física derivada:
i
Um artefato de platina-irídio mantido no BIPM (sigla em francês de Bureau International des Poids et Mesures)
nas condições especificadas pela 1ª CGPM em 1889.
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ii
Inicialmente era um protótipo construído em 1872, em 1960 passou a ser estabelecido em termos do comprimento
de onda de uma emissão do criptônio 86, e em 1983 foi estabelecida em termos da velocidade da luz.
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Apesar do SI ser o sistema padrão para as unidades de medida é reconhecido que algumas
unidades fora do SI ainda são utilizadas em publicações científicas, técnicas e comerciais. Outras
unidades fora do SI, como as unidades de tempo e de ângulo, estão enraizadas na história e na
cultura humana, e por isso continuam sendo usadas. Há ainda casos em que os cientistas achem
alguma vantagem particular em utilizar outro sistema de unidades em seu trabalho diferente do
SI. Um exemplo disso é a utilização das unidades CGS (centímetro, grama e segundo) para a
teoria do eletromagnetismo aplicada à eletrodinâmica quântica e à relatividade. É importante
conhecer as unidades fora do SI e suas respectivas correspondências no SI, possibilitando assim
realizar conversões entre sistemas.
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(múltiplo) ou contém (submúltiplo) na grandeza física medida. Ou seja, a medida direta de uma
grandeza é o resultado da leitura de uma magnitude mediante o uso de aparelho de medida.
Exemplos de medidas diretas:
comprimento de um objeto utilizando uma régua graduada;
corrente elétrica em um circuito com um amperímetro;
massa de um corpo com uma balança;
intervalo de tempo entre dois eventos com um cronômetro.
A medição indireta de uma grandeza física é feita por meio de medições diretas de uma
ou mais grandezas de mesma espécie ou grandezas relacionadas, acrescidas de operações
matemáticas, suportadas por teorias que relacionam as diversas grandezas com aquela a ser
medida, que conduzem à medida procurada.
Exemplos de medidas indiretas:
velocidade média de um móvel (v) determinando a distância percorrida (S) e o tempo
(t), e utilizando a equação da cinemática v=S/t;
raio de uma esfera (r) determinando o diâmetro da esfera (d) e a relação r=d/2.
Um dos princípios fundamentais da Física afirma que: "Não se pode medir uma grandeza
física com precisão absoluta", isto é, "qualquer medição, por mais bem feita que seja e por mais
preciso que seja o aparelho, é sempre aproximada". De forma mais simples, toda medida possui
uma incerteza (erro ou desvio) associada a seu valor.
Figura 1.2: Medida de comprimento da barra usando régua com escala centimétrica.
Ao tentarmos expressar o resultado desta medição percebemos que ela deve estar
compreendida entre 3 cm e 4 cm. Como a menor divisão da escala da régua é de 1 cm (precisão),
fica difícil ou impossível a determinação exata do número de milímetros que excedem a 3 cm no
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Figura 1.3: Medida de comprimento da barra usando régua com escala milimétrica
Nesse caso somos capazes de expressar o resultado afirmando que o valor está entre 3,7
cm e 3,8 cm. Como a menor divisão da régua em questão é de 0,1 cm (ou 1 mm) podemos
estimar o valor da medida como sendo aproximadamente 3,75 cm, dessa forma nosso algarismo
duvidoso é o 5. Note que uma vez utilizado um instrumento com maior precisão conseguimos
expressar o resultado com um número maior de algarismos significativos, já que 3,75 cm possui
três algarismos significativos.
A identificação de um algarismo significativo numa medida deve seguir as seguintes
regras gerais:
1. Não é algarismo significativo os zeros à esquerda do primeiro algarismo diferente de
zero. Assim, tanto L = 32,5 cm como L = 0,325 m representam a mesma medida e tem 3
algarismos significativos. Outros exemplos:
a. 5 = 0,5x10 = 0,05x102 = 0,005x103 e possuem 1 algarismo significativo;
b. 26 = 2,6x10 = 0,26x102 = 0,026x103 e possuem 2 algarismos significativos;
c. 0,00034606 = 0,34606x10-3 = 3,4606x10-4 e possuem 5 algarismos significativos.
2. Zero à direita de algarismo significativo também é algarismo significativo. Portanto, L =
32,5 cm e L = 32,50 cm são diferentes, ou seja, a primeira medida tem 3 algarismos
significativos, enquanto que a segunda é mais precisa e tem 4 algarismos significativos.
3. É significativo o zero situado entre algarismos significativos. Por exemplo, L = 3,25 m
tem 3 algarismos significativos, enquanto que L = 3,025 m tem 4 algarismos
significativos.
4. Quando se trata apenas de valor numérico, pode-se dizer, por exemplo, que 5 = 5,0 =
5,00 = 5,000. Entretanto, quando se lida com resultados de medidas físicas deve-se
sempre lembrar que 5 cm ≠ 5,0 cm ≠ 5,00 cm ≠ 5,000 cm, já que estas medidas tem 1, 2,
3 e 4 algarismos significativos, respectivamente. Em outras palavras, a precisão de cada
uma delas é diferente.
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i. Adição e subtração
Primeiro devemos reduzir todas as parcelas à mesma unidade. Após realizar a soma ou
subtração, o resultado deve apresentar apenas um algarismo duvidoso. Ou seja, devem ser
mantidos apenas os algarismos que não sofreram influência de algarismos duvidosos. Por
exemplo:
2,041 cm 20,00 g
+ 0,0498 cm - 0,5 g Resultado
98,00 cm Resultado 19,50 g => 19,5 g
100,0908 cm => 100,09 cm
2π x 40 cm = 251,327412 cm => 25 x 10 cm
Em todos os casos sugere-se que as contas sejam feitas mantendo todos os algarismos e
os arredondamentos necessários sejam feitos ao final, no resultado da operação.
1.5 Regras de arredondamento
Para efetuar o arredondamento deve-se utilizar a norma nacional ABNT NBR 5891:1977.
O arredondamento, de acordo com essa norma, segue as seguintes regras (o traço abaixo do
número representa o número que será mantido):
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Uma boa sugestão é que o arredondamento só se faz uma vez, ou seja, não se deve fazer o
arredondamento do arredondamento. Evite olhar o último algarismo para arredondar o
penúltimo, em seguida o antepenúltimo e assim por diante até chegar onde se quer. Faça o
arredondamento numa única observação de um algarismo.
1.6 Exercício
1) Verifique quantos algarismos significativos apresentam os números abaixo:
a) 0,003055 b) 1,0003436 c) 0,0069000 d) 162,32x106
e) 54359,02 f) 0,3005 g) 1,2097x10-4 h) 15,4990
4) Dentre os conjuntos de medidas realizadas com cada uma das réguas, indique quais estão
erradas.
Régua com escala decimétrica:
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0,8 dm; 172 dm; 0,81 dm; 5 cm; 35,5 cm; 25,1 x 10 cm; 32 x 10 cm; 50 mm; 12,8 x 102
mm; 550 x 102 mm; 5 x 10 mm; 89,2 x 10 mm; 15 x 10-1 m; 12,00 m; 1,18 x 10-1 m; 6 x
10-2 m.
Régua com escala centimétrica:
0,55 m; 91,050 m; 133 x 10-2 m; 0,80 dm; 172 dm; 10,1 dm; 1 x 10-2 dm; 1,00 x 10 cm;
55,5 x 10 cm; 66,66 cm; 1 x 10-1 cm; 8,890 x 102 cm; 7,8 cm; 50 mm; 12,8 x 10 mm; 137
mm; 37,7 mm; 17,000 x 103 mm.
Régua com escala milimétrica:
5,555 m; 99,0501 m; 3,2786 x 10-1 m; 7,67325 x 102 m; 648,28 x 10-2 m; 0,80 dm; 172
dm; 0,999 dm; 1 x 10-3 dm; 5,55 x 10 cm; 32,23 x 101 cm; 347,01451 x 103 cm; 1 x 10-2
cm; 7,81 cm; 27,3 cm; 50 mm; 12,7 x 10 mm; 1,0 mm; 37,7770 x 103 mm; 1,99 mm.
5) Um nó é definido como uma milha náutica por hora. Uma milha náutica equivale à
distância de 1 minuto de latitude. O perímetro da Terra é 40 000 km.
a) A quantos metros equivale uma milha náutica?
b) Um navio anda na velocidade de 20 nós. Qual sua velocidade em m/s?
8) A relação entre a altura h atingida por um líquido em um tubo capilar vertical, e o raio r
do tubo, é dada por: h = 2 δ / (μgr), onde δ é a tensão superficial do líquido, μ sua massa
específica, e g a aceleração da gravidade. Determine a altura atingida pelo álcool em um
capilar com 0,40 mm de raio, dado que δ = 22,3 x 10-5 N/cm, μ = 0,7894 g/cm³ e g =
9,8066 m/s².
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2.1 Introdução
O objetivo neste capítulo é reconhecer os procedimentos de manuseio e determinação da
precisão de alguns aparelhos frequentemente utilizados no curso de "Mecânica Geral
Experimental".
A precisão de um aparelho de medida corresponde à quantidade mínima da grandeza
física que ele é capaz de diferenciar. Por exemplo, numa régua milimétrica, a precisão é de
1 mm. Ao realizar uma medida devemos apresentar o resultado levando em consideração além
do valor obtido à incerteza da medida. Assim ao realizar uma medida de uma grandeza física X,
por exemplo, devemos apresentar o resultado dessa medida da seguinte forma:
(x±ux) [X]
Alguns exemplos são: régua com escala milimétrica, balança analógica, termômetro analógico.
Contudo, alguns aparelhos que apresentam escala semelhante à da régua não permitem essa
avaliação. É o caso de um paquímetro não digital que é considerado um aparelho com escala
auxiliar.
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escala milimétrica, onde a menor divisão vale 1 mm. Logo, a incerteza de escala da régua é
σap = 1/2 x (precisão da régua escala milimétrica) = 1/2 x (1 mm) = 0,5 mm
Obviamente, no caso das réguas com escalas centimétrica (menor divisão de 1 cm) e
decimétrica (menor divisão de 1 dm), as incertezas de escalas são 0,5 cm e 0,5 dm,
respectivamente. Para entender a origem deste critério considere, por exemplo, a medida do
comprimento do lápis com uma régua com escala milimétrica mostrada na Figura 2.1. Com o
olho bem treinado ou com o auxílio de uma lupa, e se os traços de marcação dos milímetros
inteiros da régua forem suficientemente estreitos, pode-se avaliar até décimos de milímetro.
Contudo, este procedimento pode não ser válido. Se uma régua é graduada em milímetros é
porque o material com que é feita pode resultar em variações do comprimento total comparáveis
com a sua menor divisão ou, então, o próprio processo de fabricação pode não ser seguro, dando
variações comparáveis com a menor divisão. Nestes casos, supor a régua exata e avaliar décimos
de milímetro não é garantia de uma boa medida. Por outro lado, arredondar até o milímetro
inteiro mais próximo pode implicar em perda de informação. Assim, avaliar a incerteza em
metade da precisão é um meio termo aceitável. É importante observar que esta incerteza
corresponde na verdade à incerteza máxima que pode ser obtida com a régua com escala
milimétrica. O comprimento do lápis na Figura 2.1 é de 6,45 cm, sendo que os algarismos 6 e 4
são exatos e o 5 é o algarismo duvidoso, ou estimado. Portanto, o resultado da medida deve ser:
Existem inúmeros instrumentos analógicos de leitura direta que seguem a mesma lógica
de leitura que a régua, pode ser citado: transferidor, termômetro, manômetro, entre outros. De
forma análoga a incerteza atribuída à medida nesses instrumentos será a metade da precisão do
instrumento (menor divisão da escala).
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algarismo na casa do milésimo do grama, sendo este algarismo duvidoso. Sendo a precisão da
balança (menor divisão) de 0,1 g a incerteza do aparelho será dada por:
Prato
Ajuste do
ponto zero
Fiel (ponto de zero)
Antes de fazer uma medida com a balança, deve-se verificar se está zerada. Para isto, sem
nenhum objeto no prato da balança, deve ser verificado se, ao colocar os marcadores das escalas
nas respectivas marcas de zero, o ponteiro situado na extremidade do braço da balança (fiel) está
apontando para o zero de uma escala vertical. A inclinação do braço da balança pode ser ajustada
girando um parafuso situado na base da balança ou girando um contra peso situado no braço da
balança no lado oposto à escala vertical. A balança deve ser zerada para evitar erros sistemáticos
nas medidas. Ao medir a massa de um objeto colocando-o no prato da balança, o braço desta
ficará levantado, sendo necessário posicionar os marcadores das escalas de forma que o ponteiro
volte para o zero da escala vertical. Assim feito, o valor da massa fica indicada pelas posições
dos marcadores nas escalas da balança.
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A Figura 2.3 apresenta a medida da massa (m) de um corpo em uma balança tríplice-
escala com precisão de 0,2 g. O valor da leitura indicada pelas setas, incluindo a incerteza na
medida, é
m = (190,4 ± 0,1) g.
Escala
principal
Escala
nônio
Figura 2.4: Escala com nônio
A leitura em um instrumento com nônio deve ser feita em duas etapas, a primeira
observa-se o valor da última marcação da escala principal que o zero na escala do nônio passou,
soma-se ao valor da escala principal o valor onde a primeira marcação do nônio coincide com a
marcação da escala principal.
Na Figura 2.5 é apresentado um exemplo de leitura com escala auxiliar (nônio). É
importante notar que a escala principal está marcada em centímetros, com subdivisões de 1 mm.
O nônio possui dez divisões, dessa forma cada divisão do nônio corresponde a 0,1 mm.
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cm
mm
Antes de utilizar o paquímetro é importante verificar se o fixador está solto, para que a
escala de nônio deslize livremente. É importante usar o impulsor para ajustar firmemente os
bicos (ou as orelhas) nas laterais da peça para efetuar a medida.
Na Figura 2.7 é apresentado um exemplo de medida feita com um paquímetro universal
com escala principal em centímetro, e subdivisões de 1 mm, e escala de nônio com dez
marcações principais, contendo 5 subdivisões em cada, totalizando assim 50 divisões no nônio.
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A precisão do aparelho será de 0,02 mm (ou 0,002 cm). A leitura da medida, já com a incerteza
do instrumento, será:
(2,862 ± 0,002) cm
cm
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Figura 2.8: Cronômetro AK68 no modo relógio. Esse modo também indica o dia da semana.
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as indicações de semana referentes a “SU”, “FR” e “AS” ficaram piscando. Para iniciar/parar o
cronômetro é necessário acionar o botão “C”. Se o cronômetro estiver parado ao acionar o botão
“A” o visor será zerado. Se a cronometragem estiver ativa ao acionar o botão “A” a função
“split” será acionada, com isso a tela ficará congelada, porém a contagem do tempo continuará
em segundo plano; ao acionar novamente o botão “A” a tela retornará para o valor do tempo da
cronometragem.
b)
c)
Incerteza:
0,5% medida + 0,1°C
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d)
4) Utilizando uma régua e um paquímetro para determinar as dimensões relevantes dos corpos de
provas.
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(3.1)
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Na equação acima introduzimos a notação sigma, muito útil em vários casos, de acordo com a
qual
(3.2)
Geralmente nós também requeremos alguma medida da variação nos valores de xi. Esta
variação está relacionada com a incerteza na nossa estimativa do valor "correto" de x. A
"melhor" estimativa da variação é dada por uma quantidade representada por , denominada
desvio padrão (ou desvio padrão amostral) de x, dada por:
(3.3)
Calcular o desvio padrão pode ser muito tedioso. Você deve praticar esse cálculo, pelo
menos, algumas vezes de forma manual. Mais tarde, para cálculos de desvio padrão, você pode
usar uma calculadora que tem uma função de desvio padrão, ou uma planilha eletrônica.
(3.4)
Note que poderíamos reduzir o desvio padrão da média, tomando mais medidas (fazendo
N maior). No entanto, não faz sentido em tomar mais do que o número necessário para reduzir o
desvio padrão da média para um valor abaixo do erro da própria leitura do instrumento.
pela letra “u” minúsculo seguido do símbolo da medida deve incluir, não somente a
incerteza aleatória (tipo A) expressa pelo desvio padrão da média , mas também a incerteza
intrínseca (tipo B) do aparelho de medida, isto é:
(3.5)
(3.6)
A incerteza de uma medida física deve ser sempre escrita com apenas um algarismo
significativo, e o valor da medida deve ser tal que o número de casas decimais seja igual ao da
incerteza. Por exemplo, considere uma medida de um intervalo de tempo (t) sendo
, e ao calcular a incerteza padrão obteve . O resultado será:
.
Lembre-se que a incerteza em qualquer quantidade medida tem as mesmas dimensões
que a quantidade medida. Na equação (3.6) a unidade da grandeza é representada colocando o
símbolo que representa a grandeza entre colchetes.
(3.7)
(3.8)
Na Tabela 3.1 são apresentadas algumas relações entre a incerteza da medida direta e a incerteza
combinada para a função utilizada na medição indireta.
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Tabela 3.1: Relações dos valores médios e incertezas combinadas para grandeza indireta de uma variável
iii
iii
É muito comum o caso onde o resultado de uma experiência é dado em função de duas ou
mais medidas independentes. Supondo a grandeza indireta sendo função de duas
medidas diretas e independentes, isto é, a medida de não afeta a medida de . Teremos
nesse caso que a incerteza vai depender das incertezas e da seguinte forma:
(3.9)
Na Tabela 3.2 são apresentadas algumas relações entre a incerteza da medida direta e a incerteza
combinada para a função utilizada na medição indireta.
Tabela 3.2: Relações dos valores médios e incertezas combinadas para grandeza indireta de duas variáveis
Com as relações apresentadas nas tabelas 3.1 e 3.2 é possível fazer combinações capazes
de atender um grande número de relações utilizadas em medidas indiretas. Para casos omissos
nas tabelas basta utilizar as expressões gerais para a propagação da incerteza. Podemos expandir
nosso raciocínio para uma grandeza física que tenha a relação expressa por uma função de várias
variáveis
(3.10)
iii
A incerteza do ângulo deve ser em radianos (entre 0 e 2π) para o cálculo da incerteza combinada.
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A expressão para a incerteza combinada para a medida indireta será dada por:
(3.11)
De forma geral o resultado de uma medida indireta deve ser apresentado como:
(3.12)
Lembrando que a incerteza deve ter apenas um algarismo significativo, e que o valor da
medida ( deve ter o mesmo número de casas decimais da incerteza. Além disso, a unidade de
medida, , da incerteza e da medida devem ser a mesma.
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(3.13)
(3.14)
Tanto a incerteza relativa quanto o erro relativo são geralmente apresentados em termos de
porcentagem, e quanto menor forem seus valores mais preciso e exato, respectivamente, será a
medida.
3.6 Exercícios
1 - a) Um estudante mede o comprimento (L) de um pêndulo simples e relata sua melhor
estimativa como 110mm e o intervalo em que o comprimento provavelmente se encontra como
108 mm a 112 mm. Reescreva este resultado na forma . b) Se outro estudante relatar sua
medição da corrente elétrica (I) como sendo , qual é o intervalo dentro do qual I
provavelmente se encontra?
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5 - Você mede, quatro vezes, o tempo de queda de uma bola largada de uma janela do segundo
andar utilizando um cronômetro com erro de 0,1s e obtém os seguintes resultados: 1,1s; 1,3s;
1,2s; 1,0s.
Determine a melhor estimativa para o tempo, com a respectiva incerteza levando em
consideração o erro do aparelho e o desvio padrão da média.
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A incerteza para a pressão e temperatura são constantes, com valores respectivamente iguais
a 1 mmHg e 2 °C.
As regras básicas que devem ser seguidas na construção de gráficos são:
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Seguindo esses passos teremos um gráfico para os dados da Tabela 4.1 como o
apresentado na Figura 4.1.
120
Dados experimentais
100
80
Temperatura (°C)
60
40
20
0
60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110
-20
-40
Pressão (mmHg)
Figura 4.1: Gráfico com os dados do experimento para determinar o zero absoluto.
Com base no gráfico é fácil perceber que a temperatura apresenta uma dependência linear
com a pressão para a condição estabelecida no experimento. Ou seja, podemos ajustar uma
função do tipo
(4.1)
na qual o y será a temperatura e x a pressão.
Para este experimento percebemos que o coeficiente A será a temperatura que o gás terá
quando a pressão for zero (se o gás não condensar antes em um líquido). Essa temperatura é
chamada de zero absoluto da temperatura. O coeficiente B depende da natureza do gás, da sua
massa e do seu volume. É preciso determinar o valor de A e B que melhor se ajustam aos dados
experimentais obtidos, isso pode ser feito utilizando o Método dos Mínimos Quadrados.
(4.2)
(4.3)
(4.5)
Uma forma de facilitar os cálculos dos coeficientes é montar, com base nos dados
experimentais, uma tabela (como a Tabela 4.2) com os valores relevantes. Uma vez feita a
análise dimensional dos coeficientes nesta tabela e demais cálculos devem ser feitos sem as
respectivas unidades.
Tabela 4.2: Valores necessários para o cálculo dos coeficientes pelo Método dos Mínimos Quadrados
i Pressão = x Temperatura = y x2 xy
1 65 -20 4225 -1300
2 75 16 5625 1200
3 85 42 7225 3570
4 95 94 9025 8930
5 105 126 11025 13230
N=5 425 258 37125 25630
Substituindo os valores da Tabela 4.2 nas equações (4.4), (4.2) e (4.3) obtém-se os
valores para os coeficientes da equação (4.1), que juntamente com a análise dimensional (4.5)
tornam-se:
-------------------------------------------------------------------
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(4.6)
É necessário inserir a reta de ajuste no gráfico com os pontos experimentais. Para isso
devem ser definidos dois valores arbitrários para a pressão (variável independente da equação),
dentro dos limites dos dados experimentais, e calcular os respectivos valores para a temperatura
utilizando a equação (4.7). Os valores obtidos são apresentados na Tabela 4.3.
Tabela 4.3: Pontos utilizados para determinar a reta de ajuste
P (coordenada x) (mmHg) T (coordenada y) (°C)
65 -22,4
105 125,6
Ligando uma reta entre esses dois pontos obtém-se a reta de ajuste. O gráfico da Figura 4.2
mostra a reta de ajuste e os dados experimentais. A equação que estabelece a relação entre as
grandezas envolvidas, que nesse caso são a pressão (P) e temperatura (T), pode ser inserida no
gráfico ou apresentada de forma separa com a devida referência.
120
Dados experimentais
100
Reta ajuste
80
Temperatura (°C)
60
40
20
0
60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110
-20
-40
Pressão (mmHg)
Figura 4.2: Gráfico com dados experimentais e reta de ajuste
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Uma vez determinada à equação que melhor descreve os dados experimentais, equação
(4.7) para nosso exemplo, é possível fazer uma extrapolação da reta de ajuste. A extrapolação
consiste na porção da reta de ajuste fora da região dos pontos experimentais. Porém é importante
ter em mente que não há nenhuma garantia, a princípio, que o comportamento continue igual
fora da região dos dados experimentais. O uso de extrapolação dos resultados experimentais
deve ser utilizado com prudência!
Analisando a equação obtida, percebe-se que o valor para o zero absoluto corresponderia,
no exemplo trabalho, ao valor de -262,9 °C. O valor na literatura para o zero absoluto é definido
como -273,15°C (resultando no valor da constante de Boltzmann na Tabela 1.4). Ao comparar o
valor obtido com os dados experimentais e o da literatura encontra-se um erro relativo (em
módulo) de 3,75%, temos assim que o valor calculado foi 3,75% maior que o de referência. O
erro relativo entre o valor obtido e o valor de referência é uma forma de verificarmos a exatidão
do resultado. Outra informação relevante é sobre a precisão do resultado, mensurada pela
incerteza relativa do resultado. Para determinar a incerteza relativa é necessário estabelecer a
incerteza dos coeficientes obtidos pelo método dos mínimos quadrados.
(4.8)
Mas uma vez é cômodo montar uma tabela para o cálculo de de forma análoga a montada
para o cálculo dos coeficientes pelo método dos mínimos quadrados.
O fator no denominador (N-2) mostra que para o caso de ter apenas dois pares de dados
não é possível fazer qualquer estimativa da incerteza, pois dois pontos
definem exatamente uma reta e a reta de ajuste necessariamente passará sobre os dois pontos
experimentais. Com isso a equação (4.8) retornará , indicando que não é possível
determinar com apenas duas medidas.
O objetivo nesta seção é apresentar as incertezas dos coeficientes A e B, que são
determinadas com base em da seguinte forma:
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(4.9)
(4.10)
(4.12)
A incerteza das medidas para este caso particular será dada por:
(4.13)
(4.14)
Caso o coeficiente obtido esteja relacionado com a grandeza buscada por alguma
expressão matemática (por exemplo, multiplicação por constantes) deve-se utilizar as relações de
propagação de incerteza (incertezas combinadas) para medidas indiretas tratadas na seção 3.4
para isolar a grandeza buscada e a respectiva incerteza padrão combinada associada a ela.
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4.4 Exercícios
1- Para determinar a massa específica (ρ) de uma substância realizou-se um experimento no qual
se mediu o volume (V) e respectiva massa (m) da substância. Os dados coletados são
apresentados na tabela abaixo.
V (mL) 10 20 30 40 50
m (g) 127,5 302,0 380,5 592,0 685,5
2- Em um circuito a corrente elétrica (I) que passa pelo resistor, com resistência (R)
desconhecida, é medida em função da diferença de potencial (ΔV) nos terminais do resistor. Os
dados coletados são apresentados na tabela abaixo, as incertezas das medidas podem ser
desprezadas. Sabendo que a lei de Ohm estabelece que I=ΔV/R, determine utilizando o método
dos mínimos quadrados adequado a resistência, com unidade em Ω=V/A, e respectiva incerteza.
a) Utilize o método dos mínimos quadrados para determine a equação que melhor descreve a
velocidade do corpo em função do tempo. b) Determine a precisão para os valores obtidos. c)
Sabendo que a inclinação utilizada foi de (8±1)°, determine a aceleração da gravidade local com
respectiva incerteza. Calcule o erro relativo do valor obtido com a referência de 9,81 m/s² e
incerteza relativa para a aceleração da gravidade obtida no experimento.
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