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Aulas - PROCESSO EXECUTIVO

Este documento apresenta os conceitos e procedimentos básicos do processo executivo em Portugal. Aborda os tipos de títulos executivos, as formas de execução, como pagamento de quantia certa, entrega de coisa certa e prestação de facto, e os processos executivos comum e especial.

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Vanessa Santos
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Aulas - PROCESSO EXECUTIVO

Este documento apresenta os conceitos e procedimentos básicos do processo executivo em Portugal. Aborda os tipos de títulos executivos, as formas de execução, como pagamento de quantia certa, entrega de coisa certa e prestação de facto, e os processos executivos comum e especial.

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PROCESSO EXECUTIVO

Professora Rita Rola


Aula n.º 1
18/09/2023
Título executivo – exemplo para a próxima aula

Aula n.º 2
25/09/2023
Art. 1º CPC - A ninguém é licito o recurso à força própria para fazer valer os seus direitos; Para
o efeito, na falta de cumprimento da obrigação, o credor tem direito a exigir o cumprimento
judicialmente (art. 762º n.º 1 e 817º CPC)
Quando alguém pretende forçar a outro, o cumprimento de uma obrigação que lhe é devida,
fá-lo por meio de uma ação executiva – art. 10º n.º 4 CPC

A ação executiva é o procedimento legal utilizado para forçar o cumprimento de uma sentença
judicial ou titulo executivo, para garantir o pagamento de uma divida ou cumprimento de uma
obrigação (art. 10º n.º 4 CPC).Tem como principal objetivo converter a decisão ou titulo em
ações práticas que levem à satisfação do crédito do credor, obtendo o mesmo resultado ou
equivalente ao que obteria com o cumprimento espontâneo, sem recurso à coerção.
 A satisfação do crédito do credor obtém-se através da agressão do património
e do direito fundamental à propriedade do devedor – penhora de bens;
É essencial a garantia de que o título que serve de base à execução existe e que o devedor
ainda não cumpriu a obrigação. Nesta medida, o título mais seguro é a sentença condenatória,
atendendo a que já foi alvo de análise pelo tribunal o direito do credor.

Toda a ação executiva tem obrigatoriamente por base um titulo executivo art. 10º n.º 5 e
703º n.º 1 CPC

Espécies de títulos executivos – art. 703º CPC


A) Sentenças condenatória;
B) Documentos exarados ou autenticados – documentos autênticos no qual o devedor
reconhece expressamente a dívida ou obrigação de prestar;
C) Títulos de crédito – cheques, livranças, letras, etc;
D) Documentos a que seja atribuída força executiva – injunções, quando aposta a formula
executória (7º-22º do anexo ao DL n.º 269/98, de 01 de Setembro), ata de assembleia
de condóminos (DL 268/94, de 25 de outubro), etc;

Títulos extrajudiciais que servem de base como títulos executivos


 Títulos de crédito
 Acordo de mediação
 Atas de assembleia de condóminos
 Documentos autenticados

Fim da execução
Execuções tem como fim -art. 10º n.º6 CPC
 Pagamento de quantia certa:
É a forma de execução mais comum. Quando a obrigação consista na entrega
de uma quantia em dinheiro (art.550º e 551º CC) e a obrigação não seja
voluntariamente cumprida, o credor pode obter o cumprimento coativo, através
da penhora e consequente venda de bens do património do devedor (art. 601º
e 817º CC).
 Entrega de coisa certa – Execução específica:
Quando a obrigação do título executivo, consista na entrega de coisa móvel ou
imóvel. O exequente requer a apreensão da coisa e que lhe seja entregue (art.
827º, 859º e 861º CC). Quando não seja possível, o exequente pode requerer
a conversão da execução em execução para pagamento de quantia certa,
mediante a liquidação do valor da coisa e prejuízo resultante da falta de
entrega. Seguidamente procede-se à penhora de bens necessários para
satisfazer o pagamento da quantia apurada (art. 867º n.º 1 CPC).
 Prestação de um facto – negativo ou positivo:
Quando o titulo executivo de base seja de uma obrigação de prestar um facto
positivo, ou seja, praticar uma ação (art. 828º CC) ou prestar um facto
negativo, dever de não fazer uma coisa (829º CC).
Quando a prestação seja de natureza fungível, ou seja, possa ser prestada por
terceiro, sem prejuízo para o credor, este pode requerer ab initio, que o facto
seja prestado por terceiro à custa do devedor (art. 767º CC) através da
execução especifica (art. 828ºCC).
 Cumulativamente o credor pode requerer o pagamento de uma
indemnização pela mora ou pelo dano sofrido pela não realização da
prestação (art. 868º n.º 1 CPC).
Quando a prestação seja de natureza infungível e só possa ser realizado pelo
próprio devedor (art. 767º n.º2 CC) e este não a realizar, pode pedir o
pagamento de sanção pecuniária compulsória (art. 829º-A n.º 1 CC, 868º n.º 1
2ª parte CPC). Pode igualmente pedir a conversão da execução em
pagamento de quantia certa, (art. 868º n.º 1 1ª parte e 869º CPC).
No caso de não ser possível obter o cumprimento da prestação, o fim da execução é o mesmo
para todos os tipos de execução. Conversão da execução em pagamento de quantia certa.

Formas de processo comum – art. 550º CPC


A ação executiva para entrega de coisa certa ou prestação de facto, segue forma única.
A ação executiva para pagamento de quantia certa, pode ser sumária ou ordinária – art.
550º CPC
Em regra, nos termos do n.º 2, a execução é sumária:
a) Decisões judiciais que não sejam executadas no próprio processo;
b) Injunção com aposição da formula executória;
c) Título extrajudicial de obrigação vencida com hipoteca ou penhor;
d) Título extrajudicial de obrigação vencida cujo valor não exceda o valor do dobro da
alçada do tribunal de 1ª instância, ou seja, € 10.000 – art. 44º LOSJ.

Execução sumária:
O Agente de execução tem autonomia de prosseguir com o processo e penhoras antes da
citação ao executado. Só após a penhora é que ocorre a citação para dedução oposição à
execução e/ou à penhora (855º n.º 3 e 856º n.º1 CPC) .

Em exceção, nos termos do n.º 3, é ordinária:


a) Nos casos previstos no 714º e 715º , ou seja, quando esteja em causa uma obrigação
alternativa que exija a escolha da prestação ou obrigação dependente de condição
suspensiva ou prestação por parte do credor ou terceiro.
b) Quando a obrigação careça de ser liquidada em fase executiva e a liquidação não
dependa de simples cálculo aritmético (art. 716º n.º 4 e 5).
c) Quando esteja em causa titulo executivo diferente de sentença, apenas contra um
dos cônjuges e o exequente invoque a comunicabilidade da divida no requerimento
executivo (art. 724º n.º 1 al. e) e 741º n.º 1).
d) Quando a execução tenha sido movida apenas contra o devedor subsidiário que não
tenha renunciado ao beneficio da excussão prévia (art.745º n.º 1 e 2).

O processo é mais moroso. É dada a possibilidade ao executado de defesa


(oposição) antes de iniciadas as penhoras.
Possibilidade após citação, de no prazo de 20 dias, indicar bens à penhora ou
pagar.
A penhora de bens tem como objetivo a liquidação do valor devido, através da venda judicial
dos mesmo e posterior satisfação do crédito da exequente. Após as penhoras o executado é
notificado para querendo, opor-se as penhoras que foram feitas. Se não se opuser, os bens
afetos são vendidos.
Se o bem for vendido por valor superior ao devido, o remanescente é entregue ao executado.

Aula n.º 3
02/10/2023
Execuções para entrega de coisa certa (art. 10º n.º 6 CPC)
 Título executivo integra a obrigação da entrega de coisa (imóvel ou móvel) ao
exequente. – cf. art. 827º CC, 859º e 861 CPC
 O executado é notificado para proceder à entrega da coisa ou opor-se à execução, no
prazo de 20 dias (art. 859º CPC).
 À efetivação da entrega da coisa, são aplicáveis as disposições relativas à penhora,
procedendo-se às buscas necessárias caso o executado não proceda voluntariamente
à entrega (art. 861º n.º 1 CPC).
 Se a coisa não for encontrada, a ação executiva pode ser convertida em ação de
pagamento de quantia certa – o exequente fica com o direito ao valor das coisas e dos
prejuízos resultantes da impossibilidade da execução especifica – cf. 867º CPC
 Segue forma de processo unitário

Prestação de facto
 Pode ser positivo (Prestação de facto fungível – art. 828º CC) ou negativo (Prestação
de facto negativo – 829º CC).
Fungível
Art. 762º n.º 1 CC – o devedor cumpre a obrigação, quando realiza a prestação a
que está vinculado;
A prestação pode ser cumprida pelo devedor ou por terceiro – art. 767º n.º 1 CC e
868º n.º 1 1ª parte CPC;
O credor pode requerer a prestação de facto + juros e indemnização -art. 868º n.º 1
CPC;
2
Infungível – art. 767º n.º 2 CC
Quando a prestação de facto seja infungível, por impossibilidade de entrega da coisa,
seja pelo devedor ou por terceiros, a ação deve ser convertida em ação para pagamento de
quantia certa – art. 868º n.º 1 1ª parte, a contrario, + 867º n.º 1 CPC – podendo juntar-se ao
pedido, o pagamento de ação pecuniária compulsória – art. 829º-A CC.

Processo executivo comum


Art. 546º n.º 2 2ª parte CPC – A todos os processos é atribuída a forma comum, quando não
lhe seja atribuída forma especial. Finalidades:
 Pagamento quantia certa
 Entrega de coisa certa
 Prestação de facto

Processo executivo especial


Art. 546º n.º 2 1ª parte CPC - É utilizado em casos de dívidas e obrigações de natureza muito
específica. Exemplos:
 Prestação de alimentos art. 933º e ss CPC
 Pagamento de custas judiciais – cf. 35º n.º 5 Regulamento das Custas Processuais

Processo de execução fundada em sentença (art. 626º CPC + 85º CPC + 546º n.º 2 1ª
parte)
No âmbito de processo declarativo ou crime, havendo sentença, a execução do processo corre
nos próprios autos do processo em que a sentença foi proferida, de forma autónoma sob a
forma de processo especial. Respeita o principio do pedido.

Pressuposto processuais do processo executivo


Pressupostos Gerais (iguais aos do processo declarativo)
 Personalidade judiciaria – art. 11º CPC
 Capacidade judiciária – art. 15º CPC

 Legitimidade – Art. 817.º do CC e 53.º/1 do CPC: a execução tem de ser promovida


pela pessoa que no título executivo figure como credor e deve ser instaurada contra a
pessoa que no título tenha a posição de devedor.
 Patrocínio judiciário – art. 40º e ss CPC
 Tribunal

Pressupostos Especiais (exclusivos do processo executivo)


Para que o credor possa intentar uma ação executiva, é necessário que disponha de um titulo
executivo (art. 10º n.º 4, 703º) e que a obrigação exequenda seja certa, exigível e liquida (art.
713º).
 Obrigação é certa quando: objeto determinado, sabe-se precisamente o que se deve. Se
a obrigação não for certa, a execução tem de principiar pelas diligencias necessárias para
torná-la certa (art. 713º).
 Exigível: quando a obrigação se encontra vencida ou o seu vencimento depende de
simples interpelação do devedor. Pode a obrigação encontra-se vencida, mas por ter
natureza sinalagmática ainda não ser exigível, se o credor ainda não tenha cumprido a
prestação a que se encontra vinculado.
 Liquida: Quando a obrigação está determinada em relação à sua quantidade ou montante,
ou seja, sabe-se exatamente quanto se deve. Ou quando não esteja definido, é facilmente
determinável através de um simples cálculo aritmético com base nos elementos
constantes no próprio titulo.

PENHORA DE BENS - Só é possível dentro do território nacional (área de competência dos


tribunais portugueses). É possível intentar injunção europeia, para cobrança de valores dentro
da EU. Mas para executar, a execução tem de ser intentada no país do executado.

Competência do Tribunal – Execuções relativas a indemnizações


Artigo 87º CPC – execuções relativas a indemnizações por litigância de má-fé (art. 542º
CPC) ou situações análogas, é competente o tribunal onde tenha ocorrido a condenação;
 Corre por apenso no respetivo processo.
Artigo 88º CPC – Quando as decisões indemnizações tenham sido proferidas no tribunal da
relação ou STJ, a execução corre na 1ª instancia competente da área em o processo tenha
corrido.
Artigo 89º CPC – Regra geral
 Domicilio do executado;
 Quando seja pessoa coletiva – pode optar pelo tribunal do lugar onde a
obrigação deveria ser cumprida;
 Domicilio do exequente no Porto ou Lisboa (área metropolitana) e o
executado tenha domicilio na mesma área - pode optar pelo tribunal do
lugar onde a obrigação deveria ser cumprida;

Exequibilidade da sentença - art. 704º CPC


n.º 1 – A sentença não pode ser executada (não é título executivo), se ainda não transitou em
julgado ou se ao recurso interposto tiver sido atribuído efeito suspensivo.
Considera-se que a sentença transitou em julgado, quando já não seja passível de recurso ou
reclamação – art. 628º CPC
Recursos podem ter dois efeitos – suspensivo e devolutivo
 Efeito Devolutivo – Ainda que o réu interponha recurso, o processo não
suspende. O exequente pode executar a sentença, enquanto outra decisão
diferente não existir.
 Efeito Suspensivo – O recurso suspende os efeitos da sentença, até
apreciação e decisão do recurso. Tem efeito suspensivo nas situações
previstas art. 647º n.º 2 e 3 CPC
Por regra, todos os recursos sem efeito devolutivo (art. 647º n.º 1 CPC).
Tem efeito suspensivo as situações previstas na lei (art. 647º n.º 2 e 3 CPC) ou, fora
das situações previstas na lei, o réu pode pedir a suspensão da execução quando a
execução da decisão lhe cause prejuízo considerável e preste caução (n.º 4). A
suspensão fica condicionada à prestação de caução, nos prazos fixados pelo tribunal.
n.º 4 – quando o bem penhorado seja a habitação efetiva do executado, este pode solicitar a
suspensão da venda até decisão efetiva de recurso, sob pena de lhe causar prejuízo
irreparável.
n.º 5 - Quando a sentença executada tenha efeito meramente devolutivo e não tenha sido
pedida a suspensão nos termos previstos no 647º n.º 4, pode obter a suspensão mediante
prestação de caução.

Convencionar pagamentos de prestações ou obrigações futuras - art. 707º CPC


Documentos exarados/autenticados, em que se convencionam pagamentos futuros ou
constituição de obrigações futuras, são título executivo, desde que, complementados com
documento que comprove que alguma prestação foi realizada ou alguma obrigação foi
constituída.
Por exemplo:
Contrato de concessão de crédito – da celebração do contrato de crédito resulta a vontade
do banco vir a tornar-se credor mediante disponibilização do empréstimo. Será executável
se em complemento o banco dispuser de documento complementar que comprove a
efetiva concessão do crédito.
- É titulo executivo, quando falhar uma prestação, vencem as restantes.

Tramitação eletrónica do processo - art. 712º CPC


A entrada do processo executivo e a sua tramitação é feita via eletrónica.
Os documentos originais que formulam o processo executivo, devem ser enviados por correio
para o tribunal no prazo de 10 dias úteis.

Aula n.º 4
09/10/2023

Elementos a constar do requerimento executivo - artigo 724 º CPC


n.º 2 – quando indique bens à penhora, deve indicar todos os elementos que possui e que
contribuam para a correta identificação, especificação e localização;
n.º 3 – quando se pretenda a penhora de créditos, deve fornecer-se todas as informações
possíveis ao AE ou oficial de justiça;
n.º 4 – o requerimento executivo deve ser acompanhado:
 Entregue em papel: original do título executivo / entregue eletronicamente: cópia do
título executivo;
 Documentos relativos aos bens penhoráveis indicados;
 Comprovativo de pagamento de taxa de justiça;
CURIOSIDADE:
Situações em que é SEMPRE entregue em papel o requerimento executivo: Quando o
exequente é um particular sem mandatário, tem de entregar o requerimento de execução em
papel (não tem acesso ao citius) – até determinado valor é possível.
n.º 5 - Quando a execução se funde em título de crédito e o requerimento executivo tiver sido
entregue por via eletrónica, o exequente deve sempre enviar o original para o tribunal,
dentro dos 10 dias subsequentes à distribuição; na falta de envio, o juiz, oficiosamente ou a
requerimento do executado, determina a notificação do exequente para, em 10 dias, proceder a
esse envio, sob pena de extinção da execução.
n.º 6 – o requerimento executivo só se considera apresentado, depois de paga a primeira
fase ao agente de execução;

Quando é que secretária pode recusar o requerimento? – art. 725º CPC


n.º 3 - O exequente, pode no prazo de 10 dias contados da notificação da recusa do
recebimento/notificação da decisão judicial, apresentar novo requerimento ou apresentar os
documentos em falta.
n.º 4 – Findo prazo dos 10 dias sem que nada seja feito, a execução extingue-se.

Art. 726º CPC – Só ocorre no processo ordinário


Os processos executivos que seguem a forma de processo ordinário têm um caracter mais
“frágil” (fragilidade dos títulos), o juiz faz uma apreciação liminar, para apreciar a validade da
ação, antes de citar o executado.
Nota: não acontece nos processos sumários, porque já existe um titulo executivo sólido.
n.º 4- o juiz pode citar o exequente para suprir irregularidades, fora as previstas no n.º 2. Não
sendo possível suprir, o processo fica sem efeito (n.º5)
n.º 6 – executado é citado para pagar ou se opor em 20 dias. Findo prazo o AE questiona o
tribunal sobre a oposição, se não houver, é que o AE inicia as pesquisas para prosseguir com
penhoras.
n.º 7 – Quando foi indicado pelo exequente no requerimento a comunicabilidade da divida ao
cônjuge, o juiz cita-o para se pronunciar se aceita a comunicabilidade ou não (n.º 2 do 741º
CPC).
 O cônjuge tem prazo de 20 dias para se pronunciar. Se nada disser, a dívida é
considerada comum.

Dispensa de citação prévia – art. 727º


n.º 1 - Pode ser requerida a dispensa de citação, alegando-se o justo receio de dissipação dos
bens;
n.º 3 - se não se conseguir citar o executado e após várias tentativas, pode requerer-se
também a dispensa de citação.
n.º 4 - Quando seja dispensada, o processo corre da mesma forma do processo sumário – ou
seja, parte logo para a penhora.

EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA, SOB A FORMA DE PROCESSO


ORDINÁRIO
 Meio através do qual o executado contesta o direito da parte a proceder à execução
forçada.
 Em regra, só pode ser deduzida pelo executado, contra o exequente.
 Oposição à execução por embargos, está regulada nos artigos 728º a 734º CPC

Na execução para pagamento de quantia certa sob a forma de processo ordinário, a oposição
pode ser apresentada após o despacho de citação do executado, no prazo de 20 dias contados
da referida citação (art. 726º n.º 6 e 728º n.º 1). Quando seja pedida a dispensa da citação
prévia, o executado é citado do processo aquando da realização da penhora (art. 727º)
podendo reagir nos termos do art. 856º n.º 1, simultaneamente através de embargos do
executado e oposição à penhora, no prazo de 20 dias contados da citação.
Sob a forma de processo sumário, a oposição só poderá ser apresentada após a penhora do
património do executado (art. 856º n.º 1).

Art. 728 º - Embargos


n.º 1 - Oposição pode ser deduzida no prazo de 20 dias contados da citação.
n.º 3 – Quando estamos perante vários executados, o prazo para oposição de cada um conta
mediante a sua própria citação. Não sendo aplicável o n.º 2 do artigo 569.º CPC (disposições
gerais).

EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA, SOB A FORMA DE PROCESSO


SUMÁRIO
Art. 855º CPC
- n.º 2 - Sempre que o AE tiver duvidas se estamos perante um titulo válido, questiona o juiz;
- n.º 3 - a penhora efetua-se SEMPRE antes da citação do executado;
- n.º 5 – 550º n.º 2 al. d) - Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não
exceda o dobro da alçada do tribunal de 1.ª instância. + a penhora de bens imóveis, de
estabelecimento comercial, de direito real menor que sobre eles incida ou de quinhão em
património que os inclua, só pode realizar-se depois da citação do executado, em
consequência da aplicação do disposto no artigo 726.º.

Artigo 855.º-A - O requerimento deve fazer-se acompanhar do contrato celebrado entre as


partes, sob pena de recusa.
Artigo 856.º Oposição à execução e à penhora
- O executado é citado da execução e da penhora no mesmo ato.
- Quando o executado esteja presente no momento da penhora, a citação deve ser feita no
momento. Se não estiver, no prazo de 5 dias após efetivação da penhora.
- Com os embargos (oposição à execução) é cumulada a oposição à penhora que este queira
deduzir.

Artigo 857.º
- Decreto-Lei n.º 269/98, de 1 de setembro

Aula n.º 5
16/10/2023

Fundamentos de oposição à execução, baseada em sentença – art. 729º CPC


A sentença é o título mais fiável que pode servir de base à execução, porque trata-se de caso
já apreciado por um juiz. Assim, SÓ, pode ser feita oposição à execução por sentença nos
termos previstos no 729º CPC.
A oposição mais comum ocorre porque o réu foi julgado à revelia (al. d) + art. 696º al. e)).
 O réu não foi citado ou a citação feita é nula;
 Não teve conhecimento da citação por facto que não lhe é imputável;
 O réu não pode contestar por motivo de força maior;
Ou porque a quantia exequenda já se encontra liquidada – art. 729º n.º e)

Fundamentos de oposição à execução, baseada em decisão arbitral – art. 730º CPC

Fundamentos de oposição à execução, baseada noutro título – art. 731º CPC


Se o título não se tratar de sentença ou injunção com aposição da formula executória os
fundamentos de oposição à execução podem ser os elencados no 729º CPC ou outros que
possam ser invocados como defesa no processo de declaração.

Termos de oposição à execução – art. 732º CPC


São indeferidos quando:
 Deduzidos fora do prazo;
 Fundamento desadequado do previsto no 729º a 731º CPC;
 Manifestamente improcedentes;
n.º 3 – tudo o que não for expressamente contestado pelo exequente, é dado como
confessado.
n.º 4 - se os embargos totalmente forem procedentes, a execução extingue-se na totalidade.
Se foram parcialmente, apenas prossegue com a cobrança do valor considerado procedente.

Embargos – forma de oposição ao processo executivo; forma de reagir ao processo;


Oposição à penhora – o réu admite que existe processo, mas opõe-se à penhora;

Embargos à execução art. 733º CPC


 Em regra, os embargos de executado, tanto no processo ordinário como no sumário,
não suspende o processo executivo (art. 733º n.º 1 a contrario).
 No entanto, ainda que a execução embargada prossiga, nem o exequente nem outros
credores podem receber pagamentos, sem prestar caução (n.º 4), para proteger o
executado na eventualidade de a oposição vir a ser considerada procedente. As
diligencias para pagamento ocorrem nos termos do 796º.
 Quando seja penhorada a casa de morada de família do executado, este pode requerer
ao juiz que o bem não seja vendido enquanto não for proferida uma decisão em 1ª
instancia sobre os embargos, desde que, comprove que a venda lhe irá causar prejuízo
grave e irreparável (n.º 5).
 A execução que esteja suspensa, prossegue de os embargos estiverem parados
durante mais de 30 dias, por negligencia do embargante – n.º 3.

Suspende-se, nos termos do 733º n.º 1 al. al):


 Se o embargante prestar caução – no montante da dívida exequenda e despesas
previsíveis da execução (juros de mora, custas da execução e honorários e despesas
do AE);
 Quando a penhora realizada permita garantir o pagamento da totalidade da dívida
exequenda e despesas previsíveis (735º n.º 3), o executado pode requerer a dispensa
da prestação de caução. O quando a penhora garanta parcialmente o referido valor,
pode requerer a prestação de caução no valor remanescente, porquanto não se
justifica a duplicação da garantia.

CASO PRÁTICO
Abel foi citado da execução e notificado da penhora do seu veículo automóvel, no dia
13/10/2023. A execução tem por base uma injunção onde foi aposta formula executória.
Suponha que Abel nunca teve conhecimento da injunção, tendo agora descoberto que a
citação efetuada pelo BNI foi feita na sua morada de há 15 anos. Abel pretende reagir à citação
e notificação recebidas. O que pode fazer e com que fundamento?

R. Oposição mediante embargos nos termos do 728º n.º 1 CPC, no prazo de 20 dias contados
de 13/10, mais 5 dias se for assinado por terceiro. Fundamentos são os previstos no 731º, 729º
al. d), 696º al. e), ii) CPC. Para suspender a penhora, teria que prestar caução nos termos do
733º n.º 1 al. a) CPC.
R. As ações executivas são aquelas em que o credor requer as providencias necessárias para
a realização de uma obrigação que lhe é devida (art.10º n.º 4). Todas as execuções tem por
base um titulo, que limitam o fim e os limites da ação executiva (n.º5). Os títulos executivos que
podem servir de base à ação executiva encontram-se consagrados no art. 703º n.º 1 CPC. In
casu, estamos perante um documento que por disposição especial lhe foi atribuida força
executiva (art. 703º n.º 1 al d)), injunção na qual foi aposta a formula executória.
Os processos executivos podem correr sob a forma de processo comum ou especial (art. 546º
n.º1). O caso concreto, tratar-se-á se processo comum sob a forma sumária (art. 550º n.º 1, 2
al. b)), por se tratar de requerimento de injunção ao qual foi aposta formula executória.
No processo sumário, é dispensada a citação prévia do executado, pelo que a citação da
execução é feita simultaneamente com a citação da penhora (art. 856º n.º 1). Deve ter lugar no
proprio momento da penhora, quando este esteja presente ou, no prazo de 5 dias contados da
efetivaçao da penhora caso não esteja.
Citado o executado, poderá deduzir oposição no prazo de 20 dias contados da citação.
Abel, no caso concreto, poderia opor-se nos termos do art. 857º n.º 1, 729º al. d) e 696º al. c)
ii), por não ter tido conhecimento da citação por facto que não lhe é imputável, atendendo a que
foi citado numa morada na qual já não residia à 15 anos.
No entanto, os embargos de execução e oposição à penhora não suspendem o processo. Para
suspenção do processo, Aberl teria de prestar caução, nos termos do art. 733º n.º 1 al. ).

Aula n.º 6
23/10/2023
Art. 735º CPC
Art. 736º - Bens impenhoráveis
Art. 737º - Bens relativamente impenhoráveis
Art. 738º - Bens parcialmente penhoráveis
1. É penhorável 1/3;
2. Limite máximo de 3 salários mínimos nacionais; limite mínimo de um salário mínimo;
6. é possível durante um ano, reduzir o valor da penhora ou mesmo isentar a penhora.
Devidamente justificado pelas necessidades do agregado familiar. No final do prazo de um
ano, podem pedir novamente e assim sucessivamente.

Art. 740º CPC


Dívida contraída só por um dos cônjuges e a penhora é feita sobre um bem comum do casal. O
cônjuge pode pedir a separação de bens, para evitar a penhora.

Art. 741º CPC


Art. 743º CPC
É penhorada a quota parte num bem indiviso. Depois é vendida a quota-parte.

Aula n.º 7
27/11/2023

Art. 752º CC
Art. 753º CC
- Sempre que realizada a penhora, o AE deve notificar no ato o executado.
- O executado tem obrigação de informar se os bens penhorados são dele, se estão
penhorados à ordem de outro processo ou outra situação.
2. Agente de execução notifica o executado no ato da penhora, ou este estando ausente, é
notificado em 5 dias posteriores à penhora.
Art. 754º CC
- O AE tem de informar sempre as diligencias efetuadas;
- Havendo frustração da penhora também;
- Averbar no processo todos os atos realizados com maior brevidade possível;

Penhora de bens imóveis


Art. 755º
- O edital – é a citação edital ao executado.
Art. 756º
- regra geral, não deve ser o executado o (fiel) depositário;
- pode sê-lo se o exequente autorizar;
n.º 2 – imóvel com + de 1 arrendatário, o AE designa quem é que ficará como fiel depositário.
n.º 3 – rendas são depositadas no banco ou na secretária do tribunal.
Art. 757º
n.º 4 – porque trata-se de uma invasão de privacidade do executado;
Art. 758º - Penhora de Frutos
Art. 759º
Exemplo: é feita a penhora de um prédio total, em prop.horizontal. Caso seja suficiente, pode
pedir que seja penhorada só uma fração.
Art. 760º
Art. 761º
Exemplo: depositário é um arrendatário e fica doente/ou deixa de ser arrendatário. Pode pedir
a escusa de funções.
Também pode o AE pedir a substituição do fiel depositário, se for verificado que não está a
zelar pelo bem.
Art. 763º

Caso Prático
João, viciado nos jogos de casino deixou de pagar a prestação do crédito habitação junto do
Novo Banco, estando em dívida a quantia de 60.000 €. Tiago e Josefina, foram fiadores de
João, tendo os mesmos renunciado ao beneficio da excussão prévia. O banco decide intentar
ação executiva para cobrança do seu crédito.
1. Pode o banco executar João, Tiago e Josefina em simultâneo? Justifique.
2. Suponha que Tiago morre e tem dois filhos. Podem estes, de alguma forma, responder
pela dívida exequenda?
3. Suponha que o único bem passível de penhora é a casa de habitação se Josefina.
Quid iuris?
4. Neste caso, quem deverá ser nomeado fiel depositário?

Respostas
1. Podem executar em simultâneo e como o Tiago e a Josefina renunciaram ao beneficio
da excussão prévia, podem penhorar-se os bens do devedor subsidiário, sem serem
primeiro excutidos os do devedor principal. Art. 639º CC e 745º n.º1 a contrario CPC.
2. Nos termos do 744º n.º 1, só podem responder com os bens que tenham recebido da
herança.
3. Sendo HPP, só é permitida a penhora nos termos da b) do n.º 4 do art. 751º.
4. Quando a penhora seja sobre a casa de habitação do executado, este será o fiel
depositário – art. 756º n.º 1 al. a).

Trabalho
- Nomear um bem à penhora

Aula 12/01/2024

Resolução Caso Prático


1. Pagamento quantia certa art. 10º n.º 6 CPC
Art. 10º n.º 4 /5 + 703º n.º 1 al. c) CPC
Titulo de crédito de valor inferior ao dobro da alçada de 1ª instancia – processo comum sob a
forma sumária 550º nº 2 d)
2. Art. 855 n.º 3 + 856º n.º 1 e 2
Explicar a tramitação do processo nos termos do 855º e como é que Ana pode reagir nos
termos do 856º 1 e 2
Efeitos da oposição – 733º
Caso Ana prestasse caução, a penhora poderia ser suspensa com base no 733º / 1 al. a) e
785º n.º 3.
3. Art. 738º / 1 CPC – parcialmente penhoráveis
Uma x que Ana é professora e aufere vencimento superior ao SMN.
Salario parcialmente penhorável. Uma vez que estamos perante bem parcialmente
penhorável e Ana aufere salario superior ao SMN, apenas são penhoráveis dois terços
do seu vencimento nos termos do 738º/1 e 3.
4. O exequente pode requerer a comunicabilidade da divida, alegar fundamentadamente
que a divida era comum – art. 741º/1
O cônjuge do executado é citado para em 20 dias declarar se aceita ou não a
comunicabilidade – 741º/2
O cônjuge pode impugnar nos termos do n.º 3 do mesmo artigo. Ou requerer a
separação de bens nos termos do 740º , juntando comprovativo.
Se ela tiver bens, pode na mesma pedir-se a comunicabilidade.
5. 767º /1
757º n.º 2 /3/4
6. 751º n.º 4 al. a) apenas pode ser penhorada de o valor da execução foi igual ou inferior
ao dobro da alçada de 1ª instancia e se …

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