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Assunto Da 1a Prova

O documento descreve os conjuntos numéricos naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais. É apresentada a definição formal de cada conjunto e algumas de suas propriedades e operações básicas.
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Assunto Da 1a Prova

O documento descreve os conjuntos numéricos naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais. É apresentada a definição formal de cada conjunto e algumas de suas propriedades e operações básicas.
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IFPB CAMPUS CAMPINA GRANDE

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
DISCIPLINA: PRÉ-CÁLCULO
PROF.: DR. SALOMÃO ALMEIDA
________________________________________________________

CONJUNTOS NUMÉRICOS

Neste capítulo serão estudados os conjuntos cujos elementos são números. Os conjuntos
numéricos são coleções de números que possuem características semelhantes. Eles nasceram
como resultado das necessidades da humanidade de realizar certas operações numéricas. Na
verdade, a insuficiência de um conjunto numérico realizar uma operação desejada levou à
criação de outro conjunto numérico.

1. CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS: Classificamos como naturais os números que


representam quantidades de elementos de conjuntos finitos, inclusive o vazio. Indicamos por 

o conjunto dos números naturais e por   o conjunto dos números naturais não nulos:

  {0,1, 2, 3, 4,5,...}

  {1, 2, 3, 4,5, 6,...}

1.1 Números consecutivos, antecessor e sucessor

Se n é um número natural, então n + 1 é um número natural tal que:

i) n e n + 1 são chamados números naturais consecutivos.


ii) n é o antecessor de n + 1.
iii) n + 1 é o sucessor de n.

1.2 Propriedades dos números naturais

P1) Todo número natural tem sucessor.


P2) A soma de dois números naturais quaisquer é um número natural.
P3) O produto de dois números naturais quaisquer é um número natural.

Observação 1: O conjunto dos números naturais não é fechado em relação à subtração, ou seja,
a diferença entre dois naturais nem sempre é um número natural.
2. CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS: Denominamos conjunto dos números inteiros, e
indicamos por  , o conjunto:

  {..., 3, 2, 1, 0,1,2,3,...}

2.1 Subconjuntos de 

i)   {..., 3, 2, 1,1, 2, 3,...} é o conjunto de números inteiros não nulos.
ii)    {0,1, 2, 3, 4, 5,...} é o conjunto de números inteiros não negativos.

iii)   {1,2,3, 4,5,...} é o conjunto de números inteiros positivos.

iv)    {..., 3, 2, 1, 0} é o conjunto de números inteiros não positivos.

v)   {..., 3, 2, 1} é o conjunto de números inteiros negativos.

2.2 Números consecutivos, antecessor e sucessor

Se n é um número inteiro, então n + 1 é um número inteiro tal que:

i) n e n + 1 são chamados números inteiros consecutivos.


ii) n é o antecessor de n + 1.
iii) n + 1 é o sucessor de n.

2.3 Número par e número ímpar

i) Um número inteiro é par se, e somente se, pode ser representado sob a forma 2n, com n  
ii) Um número inteiro é ímpar se, e somente se, pode ser representado sob a forma 2n + 1, com
n.

2.4 Propriedades dos números inteiros

P1) Sendo P e I os conjuntos dos números inteiros pares e ímpares, respectivamente, temos
P I   e P I  .
P2) Todo número inteiro tem sucessor e antecessor.
P3) A soma de dois números inteiros quaisquer é um número inteiro.
P4) O produto de dois números inteiros quaisquer é um número inteiro.
P5) A diferença de dois números inteiros quaisquer é um número inteiro.

Observação 2: O conjunto dos números inteiros não é fechado em relação à divisão, ou seja, o
quociente entre dois inteiros nem sempre é um número inteiro.
2.5 Exercícios

01. Demonstrar que o quadrado de um número inteiro x é par se, e somente, esse número é
par, isto é, x2 é par  x é par, com x   .

Resolução
1ª parte: Vamos demonstrar a implicação  , ou seja: se x2 é par, então x é par.

Se x2 é par, então ele é da forma 2n, com n   . Logo,

x2  2n  x  2n . Como x   , então n tem que ser da forma 2QP, em que QP é um

quadrado perfeito. Assim, tem-se x  2n  2(2QP )  2 QP , portanto, x é par.

2ª parte: Como a sentença usa o símbolo  , também é necessário demonstrar a


implicação  , ou seja: se x é par, então x2 é par.

Se um número inteiro x par, então ele é da forma 2n, com n   . Logo,

x2 = (2n)2 = 4n2 = 2(2n2) , portanto, x2 é par.

02. Demonstrar que o quadrado de um número ímpar qualquer é um número ímpar.

03. Demonstrar que a soma de dois números inteiros pares quaisquer é um número par.

04. Sendo a e b números inteiros tais que a + b é um número par, provar que a2 – b2 é um
número par.

05. Todas as afirmativas sobre números inteiros estão corretas exceto:

a) Nem todo número primo é impar.


b) Todo inteiro par pode ser descrito na forma n2 + 2, n   .
c) A soma de dois inteiros ímpares é sempre um inteiro par.
d) Todo inteiro ímpar pode ser escrito na forma 2n – 9, n   .
e) Se n é um inteiro ímpar, então, n2 também é ímpar.
3. CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS: Número racional é todo aquele que pode ser escrito
por uma razão entre dois números inteiros, sendo o segundo não nulo. Indicamos o conjunto de
todos os números racionais pela letra  , temos:

a 
   ;a   e b   
b 

3.1 Subconjuntos de 

i)  é o conjunto de números racionais não nulos.

ii)   é o conjunto de números racionais não negativos.

iii)  é o conjunto de números racionais positivos.

iv)   é o conjunto de números racionais não positivos.

v)  é o conjunto de números racionais negativos.

3.2 Propriedades dos números racionais

P1) A soma de dois números racionais quaisquer é um número racional.


P2) A diferença de dois números racionais quaisquer é um número racional
P3) O produto de dois números racionais quaisquer é um número racional.
P4) O quociente de dois números racionais quaisquer, sendo o divisor diferente de zero, é um
número racional.

Observação 3: O conjunto dos números racionais não é fechado para operação de radiciação, ou
seja, a raiz de um número racional nem sempre é um número racional.

3.3 Exercícios

06. Se o quociente de um número inteiro p por um número inteiro não nulo q é igual a uma
dízima periódica, dizemos que p/q é a fração geratriz dessa dízima periódica. De acordo com
essa definição, determinar a fração geratriz das dízimas periódicas:

a) 0,6666... b) 0,6777... c) 2,5555... d) 3,021212121...


Resolução

a) 0,6666...

Fazendo x = 0,6666..., tem-se que:


6 2
10x = 6,6666...  10x = 6 + 0,6666...  10x = 6 + x  9x = 6  x = 
9 3

c) 2,5555...

Esse número é igual a 2 + 0,5555... Fazendo x = 0,5555..., tem-se que:


5
10x = 5,5555...  10x = 5 + 0,5555...  10x = 5 + x  9x = 5  x = .
9
5 23
Agora é só somar 2  
9 9

07. Provar que a soma de dois números racionais é um número racional.

Resolução
a c a c ad  bc
Considere os racionais e . Assim, tem-se:  
b d b d bd
Como ad + bc e bd são inteiros, segue que soma de dois números racionais é um número
racional.

3 4 2
08. Coloque os números a  , b e c em ordem crescente.
5 7 3

4. CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS: Número irracional é todo aquele que, em sua
forma decimal, é uma dízima não periódica. Indicaremos o conjunto dos números irracionais por
:

 = {x; x é uma dízima não periódica}

Observação 4: O conjunto dos números irracionais não é fechado para as operações de adição,
multiplicação, subtração e divisão.
4.1 Exercícios

09. Provar que a soma de um número racional com um número irracional é um número
irracional.

Resolução
a
Suponha, por absurdo, que a soma de um racional com um irracional x seja um racional
b
c a c c a bc  ad
. Assim, tem-se: x x  
d b d d b bd
Como bc – ad e bd são inteiros, segue que x é um quociente de dois inteiros, o que é uma
contradição, pois x é irracional.

10. Demonstrar que a medida da diagonal de um quadrado de lado 1 não é um número racional.

11. (EsPCEx) Quaisquer que sejam o número irracional a e o número racional b, pode-se
afirmar que, sempre,

a) a2 é irracional.
b) a2 + b é racional.
c) a.b é racional.

d) b – a + 2 é irracional.
e) b + 2a é irracional.

5. CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS: Qualquer número racional ou irracional é chamado de


número real. Indicando por  o conjunto dos números reais:

 = {x; x é número racional ou irracional} ou     

A união dos racionais com os irracionais preenche todas as lacunas da reta. Por isso, diz-se que
o conjunto dos números reais é denso, cheio ou completo.

Observação 5: O conjunto dos números reais não é fechado para operação de radiciação com
radicando negativo, ou seja, a raiz de um número real negativo nem sempre é um número real.
5.1 Intervalos: São partes da reta real.

Considere a, b   com a  b , tem-se:

Representação Algébrica Representação Geométrica Descrição

{x  ;a  x  b} ou [a,b] Intervalo fechado de extremos a e b

{x  ;a  x  b} ou ]a,b[ Intervalo aberto de extremos a e b

Intervalo fechado à esquerda e aberto à


{x  ;a  x  b} ou [a,b[
direita de extremos a e b
Intervalo aberto direita à e fechado à
{x  ;a  x  b} ou ]a,b]
esquerda de extremos a e b

{x  ;x  a} ou [a,  [ Intervalo ilimitado fechado à esquerda

{x  ;x  a} ou ]a,  [ Intervalo ilimitado aberto à esquerda

{x  ;x  a} ou ]  ,a] Intervalo ilimitado fechado à direita

{x  ;x  a} ou ]  ,a[ Intervalo ilimitado aberto à direita

 ou ]  ,  [ Intervalo ilimitado de  a 

Observação 6: Simbolicamente, podemos resumir o que foi estudado sobre os conjuntos


numéricos da seguinte forma:

Evidentemente que, na figura a cima, trata-se de uma mera ilustração para mostrar a relação
de inclusão entre esses conjuntos, haja vista que cada um deles possuem infinitos elementos,
não sendo, portanto, adequado representá-los por uma curva fechada.

6. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

12. (FUVEST) O número x não pertence ao intervalo aberto de extremos –1 e 2. Sabe-se que
x < 0 ou x > 3. Pode-se concluir então que:

a) x ≤ –1 ou x > 3 b) x ≥ 2 ou x < 0 c) x ≥ 2 ou x ≤ –1 d) x > 3 e) nda


13. (FGV) Sejam os intervalos A = ]  , 1], B = ]0, 2] e C = [–1, 1]. O intervalo C ∪ (A ∩ B) é:

a) ]–1, 1] b) [–1, 1] c) [0, 1] d) ]0, 1] e) ]  , –1]

14. (FUVEST) Os números x e y são tais que 5 ≤ x ≤ 10 e 20 ≤ x ≤ 30. O maior valor possível
x
de é:
y

1 1 1 1
a) b) c) d) e) 1
6 4 3 2

15. Um número inteiro multiplicado pelo consecutivo dá produto 156. Qual é o inteiro?

16. (PUC) Considere os conjuntos:

 , dos números naturais,


 , dos números racionais,
  , dos números racionais não-negativos,
 , dos números reais.

O número que expressa:

a) a quantidade de habitantes de uma cidade é um elemento de   , mas não de .


b) a medida da altura de uma pessoa é um elemento de .
c) a velocidade média de um veículo é um elemento de  , mas não de   .

d) o valor pago, em reais, por um sorvete é um elemento de   .

e) a medida do lado de um triângulo é um elemento de  .

17. (FCMSCSP) A soma de três números naturais consecutivos é um número:

a) par b) impar c) primo d) quadrado perfeito e) múltiplo de 3

Resolução
Podemos representar três números naturais consecutivos da seguinte forma: n, n + 1 e
n + 2. Somando-os, tem-se: n + (n + 1) + (n + 2) = 3n + 3 = 3(n + 1)
que é um múltiplo de 3.

Opção e)
18. (ITA) Sobre o número x  7  4 3  3 é correto afirmar que:

a) x ∈ ]0,2[ b) x é racional c) 2x é irracional d) x2 é irracional e) x ∈ ]2,3[

 
19. Em relação aos conjuntos A  x  ;    x  3 e B  x  ;  3  x  11 , pode–se afirmar

que:

a) (A ∩ B) ∪ {3} = [–3, 3]
b) (A ∩ B) ∩ {3} = [–3, 3]
c) (A ∩ B) = (–3, 3)
d) (B – A) ∩ { 11 } = ∅
e) A – B = [–π, 3)

20. (INSPER) Dizemos que um conjunto numérico C é fechado pela operação se, e somente
se, para todo c1, c2 ∈ C, tem-se (c1 c2) ∈ C. A partir dessa definição, avalie as afirmações
seguintes.

I. O conjunto A = {0, 1} é fechado pela multiplicação.


II. O conjunto B de todos os números naturais que são quadrados perfeitos é fechado pela
multiplicação.
III. O conjunto C = {1, 2, 3, 4, 5, 6} é fechado pela adição.

Está(ão) corretas(s)

a) apenas a afirmação I.
b) apenas as afirmações I e II.
c) apenas as afirmações I e III.
d) apenas as afirmações II e III.
e) as três afirmações.

21. (IBMEC) Seja n um número natural, tal que: 1  n  24. Considere os conjuntos:


M  x   | x 

48 
n 
 P  x; x  2n 
Q  x; x  2n 

É correto dizer que, se X = (M ∩ P) – Q, o número de elementos do conjunto X é:

a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6
22. (UEL) Dados os conjuntos X e Y, a diferença entre X e Y é o conjunto X − Y = {x∈X e xY}.
Dados os conjuntos (intervalos) A = [2, 5] e B = [3, 4] temos:

a) A − B = {2, 5} e B − A = {−1,−2}
b) A − B = B − A
c) A − B = Ø e B − A = [2, 3]  [4, 5]
d) A − B = (2, 3] ∪ [4, 5) e B − A = Ø
e) A − B = [2, 3) ∪ (4, 5] e B − A = Ø

23. (UEPB) Os conjuntos A e B são definidos como A  x   |  3  x  3 , B  x   | x é divisor

ímpar de 18}. O conjunto A – B será:

a) {0, 2} b) {0, 2, 3} c) {2} d) vazio e) {2, 3}

24. (UFMG) Considere x, y e z números naturais. Na divisão de x por y obtém-se quociente z


e resto 8. Sabe-se que a representação decimal de x/y é a dízima periódica 7,363636... Então,
o valor de x + y + z é

a) 190 b) 193 c) 191 d) 192 e) 198

7. A DIVISÃO POR ZERO1

Desde a primeira vez que fomos aprender a operação de divisão nos alertaram que era
expressamente proibido dividir por zero. Mas qual seria o motivo desse impedimento? Não pode
mesmo? Vamos ter um pouco de ousadia e tentar!
Veremos que a divisão por zero se limita a dois casos: a divisão de um número não nulo
por zero e a divisão de zero por zero. Para simplificar, vou tomar o número 1 para representar
o primeiro caso. Assim, vamos analisar a divisão 1/0 e a divisão 0/0.

7.1 A divisão 1/0

a 1
Sendo a e b números, dizer que  c significa que a  b  c . Assim,  c significa que
b 0
1  0  c , de modo que perguntar "quanto é um dividido por zero?" é o mesmo que perguntar
"qual número que, quando multiplicado por zero, dá um?". Obviamente, não existe nenhum tal
número, logo, não podemos achar um resultado numérico para 1/0. Por isso, dizemos que a
divisão 1/0 é impossível.

1
Adaptado de http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/passa7d.html
Tentando resolver o problema definindo 1/0 = infinito

1 1 1
Podemos pensar que, como os quocientes  10 ,  100 ,  1000 , ...
0,1 0, 01 0,001
vão crescendo sem limite, poderíamos criar num novo objeto matemático, que chamaremos
de infinito e que representaria uma quantidade imensamente grande, o qual seria definido como
sendo o resultado de 1/0. Ou seja: 1/0 = infinito. Mas, quais seriam as consequências de definir
1/0 = infinito? Vejamos:
a
Sabe-se que, se a e b forem números, então b   a . Dessa forma, teríamos de aceitar
b
1
a validade de: 0   1 , ou seja: 0.infinito = 1. Essa última igualdade produz contradição, pois
0
teríamos: 1 = 0.infinito = (2.0).infinito = 2.(0.infinito) = 2.1 = 2. Ou seja, acabaríamos
chegando ao resultado absurdo: 1 = 2.

7.2 A divisão 0/0

a
Novamente, sendo a e b números,  c significa que a  b  c . De modo que
b
perguntar "quanto é zero dividido por zero?" é o mesmo que perguntar "qual número que,
quando multiplicado por zero, dá zero?". Obviamente, que todos os números multiplicados por
zero dá zero, logo, não podemos determinar valor específico para 0/0. Dizemos, então, que a
divisão 0/0 é indeterminada.

Tentando resolver o problema definindo 0/0 = 1

1 2 3 0
Podemos pensar que, como    ...  1 , então  1 . Mas, quais seriam as
1 2 3 0
consequências de disso? Vejamos:
0 0 20 0
Se definirmos  1 , então poderíamos dizer que 1    2   2  1  2 . Ou seja,
0 0 0 0
acabaríamos novamente chegando ao resultado absurdo: 1 = 2.
Na prática, é bastante comum vermos alunos principiantes atribuírem valor para 0/0 e
acabarem provando absurdos. Um exemplo típico:

“Sejam a e b dois números tais que a = b. Multiplicando os dois membros dessa igualdade
por a, tem-se: a2 = ab. Subtraindo-se b2 nos dois membros, tem-se: a2 – b2 = ab – b2. Fatorando
cada lado, tem-se: (a + b)(a – b) = b(a – b). Cancelando o termo (a – b), conclui-se que
a + b = b. Fazendo a = 1 e, consequentemente b = 1, pois a = b, chega-se a 2 = 1”.

Obviamente, o raciocínio acima envolveu uma divisão por zero, pois a – b = 0; mais
precisamente, foi usado que 0/0 = 1, o que raramente é percebido pelos alunos.
Tentando resolver o problema definindo 0/0 = 0

Agora, partindo da observação que 0/1 = 0/2 = 0/3 = ... = 0 e, daí, concluir que 0/0 =
0. Quais seriam as consequências de disso? Vejamos:
x2  1 0
Observe a função f(x)  . Se aceitarmos a definição  0 , poderíamos escrever:
x 1 0
(x  1)(x  1)
  x  1, se x  1
f(x)   x 1
0, se x  1

de modo que o gráfico dessa função ficaria sendo o ponto (1,0) e uma reta “furada” em x = 1.
Dessa forma, a função ficaria irremediavelmente descontínua em x = 1. Por isso, é preferível
deixar 0/0 indefinido e possibilitar que a função possa ser definida em x = 1 da maneira que for
conveniente.

7.3 Conclusão

A divisão 1/0 é indefinida ou impossível entre os números, enquanto que a divisão 0/0 é
indeterminada. Ou seja, 0/0 existe mas não podemos dizer que é uma valor específico, enquanto
que 1/0 não existe. Para fugir destas duas situações, fomos aconselhados desde cedo a não
tentar dividir por zero.

7.4 Exercícios

25. Encontre o erro na demonstração da afirmação: 8 é igual a 7.

Começamos com a seguinte igualdade, que supomos ser verdadeira: a + b = c

Podemos escrever a igualdade da seguinte maneira: (8a – 7a) + (8b – 7b) = (8c – 7c)

Colocando todos os múltiplos de 7 de um lado e os de 8 do outro, temos:


8a + 8b – 8c = 7a + 7b – 7c

Colocando em evidência o 7 de um lado e o 8 do outro temos:


8(a + b – c) = 7(a + b – c)

Dividindo ambos os lados por (a + b – c) temos: 8 = 7


26. Como a soma de termos positivos deu negativa? Descubra onde está o erro.

Seja S a soma dos termos infinitos de uma PG de números estritamente positivos com razão 2
e a1 = 1, ou seja, S = (1+2+4+8+16+32+...).

Observe que a partir do a2, todos os termos são múltiplos de 2. Se colocarmos o 2 em evidência,
tem-se:

S = 1 + 2.(1+2+4+8+16+32+...). Como S = (1+2+4+8+16+32+...), podemos escrever:

S = 1 + 2.S  S – 2.S = 1  S = –1.

RESPOSTAS

05. B 06. a) 2/3 b) 61/90 c) 23/9 d) 2991/990 08. b < a < c 11. E 12. A 13.
B 14. D 15. 12 ou –13 16. D 18. B 19. A 20. B 21. C 22. E 23. A 24.
C 25. a + b – c = 0 26. S é infinito, logo não é um número.
IFPB CAMPUS CAMPINA GRANDE
CURSO: ENG. DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: PRÉ-CÁLCULO
PROF.: DR. SALOMÃO ALMEIDA
___________________________________________________________

MÓDULO OU VALOR ABSOLUTO

Definição: O valor absoluto ou módulo de um número real x, denotado por |x|, é definido como a
distância de x até 0 na reta real.

Sabendo que a distância é uma medida não-negativa, concluímos que o módulo de um número é
sempre positivo, isto é, |x|≥0, para todo número real x. Assim,

x, se x  0
|x|  
 x, se x  0

Exemplos:

• |6| = 6
• |−14| = −(−14) = 14
• Para encontrar | 3 −2|, notemos que 3 <2, logo 3 −2<0, portanto
| 3 −2| = −( 3 −2) = 2− 3 .

Observação: O valor absoluto de um número real x, pode ser definido também mediante a igualdade
|x| = x2 .

Propriedades do Módulo:

P1) |x.y| = |x|.|y|


x x
P2)  , com y ≠0.
y y
n
P3) xn  x
P4) |x + y| ≤ |x| + |y|
P5) |x – y| ≥ |x| – |y|
P6) |x| ≤ a e a > 0  –a ≤ x ≤ a
P7) |x| ≥ a e a > 0  x ≤ –a ou x ≥ a
Distância entre dois números reais: Vimos que o valor absoluto de um número real representa
geometricamente a distância deste ponto à origem na reta real. Agora, dados dois número reais x e
y, a distância entre eles, denotada por d(x, y) é o valor absoluto da diferença entre eles, isto é,

d(x, y) = |x − y| = |y − x|

Exercícios

01. Para definir módulo de um número real x podemos dizer que:

a) É igual ao valor de x se x é real.


b) É o maior valor do conjunto formado por x e o oposto de x.
c) É o valor de x tal que x   .
d) É o oposto do valor de x.
e) É o maior inteiro contido em x.

02. Calcule o valor das expressões:

a) A  3  5  5 3

b) B   2  1  2  1  2

c) C  10  3

03.Para x real, x > 4, calcule o valor de cada expressão a seguir:

x4
a)
4x
x4
b) 3 
x4
x x4
c) 
x x4
4x
d)
x4

Respostas

01. B 02. a) b) c) 03. a) b) c) d)


IFPB CAMPUS CAMPINA GRANDE
CURSO: ENG. DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: PRÉ-CÁLCULO
PROF.: DR. SALOMÃO ALMEIDA
___________________________________________________________

POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO

Propriedades da Potenciação

P1) an  a
 a
   a , onde n   .
a  ...
n fatores

1
P2) a n  , onde a  0
an
m n mn
P3) a  a  a

am
P4) n
 a mn
a
0
P5) a  1 , onde a0

a 
n
P6)
m
 am  n

n
 a an
P7)    n e (a  b  c)m  am  bm  cm
b b

m
P8) a  n am , onde a  * ,m   ,n  ,n  2.
n

EXERCÍCIOS

2
1  4
3 3
01. Simplifique a expressão:   .
5 1
3 
3

2 1
x5  x2
02. Escrevendo a expressão 2
, x > 0, na forma xn, qual valor obtemos para n?
x

3 4
03. Sendo x3 = 25 e y2 = 27, calcular o valor de x 2  y 3 .
04. Se a2 = 996, b3 = 997 e c4 = 998 então (abc)12 vale:
21
a) 9912 b) 99 2 c) 9928 d) 9988 e) 9999

0,333...
05. Calculando o valor de 9 obtemos:

3
3
3 3
3 3 2
a) b) c) 3
3 d) 2 e)
3 2 3

06. Seja x a raiz da equação (0,1)x – 5 = 10. Calcule o valor de 10x.

4 x 12
07. O valor de x que satisfaz a equação: 5 
1 é:
3x  8
5 125

08. A solução da equação: 9x – 1 + 3x – 1 =6 é um número:

a) entre 2 e 3.
b) menor que 0.
c) entre 0 e 1.
d) entre 1 e 2.
e) maior que 3.

09. Resolva as inequações:

x
a) 16 x 1  64 x 1 b)  2   8
3 27
 

10. Racionalize os denominadores das expressões:

10 16 3 1 1
a) b) c) d) e)
3
5 7
23
2 5 7 5 7 5 3

Respostas

01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 10.
IFPB CAMPUS CAMPINA GRANDE
CURSO: ENG. DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: PRÉ-CÁLCULO
PROF.: DR. SALOMÃO ALMEIDA
___________________________________________________________

OPERAÇÕES COM POLINÔMIOS

01. Divida x4 + x3 – 7x2 + 9x – 1 por x – 2.

02. Determine m a fim de que x2 + 2mx – 5 seja divisível por x + 3.

03. Qual é o resto da divisão de (x8 + 1)  (3 – x29 – 2x17) por x – 1?

04. Resolva a equação x3 – 7x2 + 36 =0, sabendo que –2 é uma de suas raízes.

05. Resolva a equação x4 – x3 – 7x2 + x + 6 = 0, sabendo que –2 e 1 são raízes da equação.

06. Qual é a multiplicidade da raiz 2 do polinômio p(x) = x4 – 5x3 + 6x2 + 4x – 8?

07. Resolva a equação x4 – 3x3 – 3x2 + 7x + 6 = 0, sabendo que –1 é raiz dupla.

08. Encontre as raízes de cada polinômio abaixo e em seguida, escreva-o em sua forma fatorada:

a) x2 – 6x + 25
b) 2x2 – 5x + 2
c) x3 + 4x
d) x3 – 2x2 – 14x + 24
e) x4 + x3 + 2x2 + 4x – 8

09. Obtenha os valores das constantes reais a e b para que se tenha:

a bx −x + 3x + 2
+ =
x−2 x+2 x −4

10. Sendo x  R, x  1, encontre os valores reais de a, b e c para os quais vale a decomposição:


x a bx + c
= +
(x − 1)(x + 1) x − 1 x + 1

Respostas

01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. a) {3 + 4i, 3 – 4i} b) {2, 1/2} c) {0, 2i,– 2i} d) {4, – 1 + 7,–
1– 7 } e) {1, – 2, 2i, – 2i} 09. 10.
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CURSO: ENG. DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: PRÉ-CÁLCULO
PROF.: DR. SALOMÃO ALMEIDA
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PRODUTOS NOTÁVEIS

Fatorar é transformar expressões algébricas em produtos de duas ou mais expressões,


chamadas fatores. Existem vários casos de fatoração como:

1. FATOR COMUM EM EVIDÊNCIA

Quando os termos apresentam fatores comuns. Observe o binômio: ax + ay. Ambos os termos
apresentam o fator a em evidência. Assim: ax + ay = a.(x + y)

2. FATORAÇÃO POR AGRUPAMENTO

Consiste em aplicar duas vezes o caso do fator comum em alguns polinômios especiais. Como
por exemplo: ax + ay + bx + by. Os dois primeiros termos possuem em comum o fator a e os dois
últimos termos possuem em comum o fator b. Colocando esses termos em evidência, tem-se:
a.(x + y) + b.(x + y). Este novo polinômio possui o termo (x + y) em comum. Assim colocando-o
em evidência: (x + y).(a + b). Ou seja: ax + ay + bx + by = (x + y).(a + b)

3. OUTROS CASOS DE FATORAÇÃO

i) a2 + 2ab + b2 = (a + b)2
ii) a2 – 2ab + b2 = (a – b)2
iii) a2 – b2 = (a + b)(a – b)
iv) a3 + b3 = (a + b)(a2 – ab + b2)
v) a3 – b3 = (a – b)(a2 + ab + b2)

Observação: A expressão a2 + b2 pode ser fatorada usando a unidade imaginária i  1 , fazendo:


a2 + b2 = (a + ib)(a – ib).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

2009  1009
01. Sobre o número 3 , é verdade afirmar que:
20092  10092

a) É um número irracional.
1
b) É um número menor do que .
100
c) É um número racional com infinitas casas decimais não nulas.
1
d) Vale .
10
e) É um número maior do que 302.

Resolução

2009  1009 2009  1009 1 1


3  3  3 
20092  10092 (2009  1009)(2009  1009) 1000 10

Opção D

02. Prove o Teorema de Brahmagupta: Se a e b são números naturais e cada um deles é a soma de
dois quadrados perfeitos então ab também é uma soma de dois quadrados perfeitos. Escreva
(52 + 62)(72 + 102) como uma soma de dois quadrados perfeitos.

Resolução

a = p2 + q2 e b = r2 + s2

ab = (p2 + q2)(r2 + s2) = (p + iq)(p – iq)(r + is)(r – is)


= (pr + ips + iqr + i2qs)(pr – ips – iqr + i2qs)
= [(pr – qs) + i(ps +qr)][(pr – qs) – i(ps + qr)]
= (pr – qs)2 – i2(ps + qr)2
= (pr – qs)2 + (ps + qr)2

Se p = 5, q = 6, r = 7 e s = 10, teremos:

(52 + 62)(72 + 102) = (5.7 – 6.10)2 + (5.10 + 6.7)2 = 252 + 922

Obs.: Há outra solução: 952 + 82.

a4  b 4
03. Simplificando a expressão , obtém-se:
a  a b  ab2  b3
3 2

a) a b) b c) a + b d) a – b e) a2 + b2

Resolução

a4  b4 (a2  b2 )(a2  b2 ) (a  b)(a b)(a2  b2 )


   ab
a3  a2b  ab2  b3 a2 (a  b)  b2 (a  b) (a  b)(a2  b2 )

Opção D
EXERCÍCIOS PROPOSTOS

x y2
01. Sejam x e y números reais não nulos, tais que   2 . É correto afirmar que:
y 2
x

a) x2 – y = 0
b) x + y2 = 0
c) x2 + y = 0
d) x – y2 = 0
e) x2 + y2 = 0

1 3 1
02. Se x   , então o valor de x 2  2 é:
x 5 x

9 1 41 25 3
a) b) c)  d) e)
25 5 25 9 5

03. Sendo m  2 5  5 e m  n  1 , então (m + 5n)3 é igual a:

a) 216 b) 1.000 c) 1.728 d) 512 e) 64

04. Um clube tem um terreno na forma de um quadrado de lado medindo Y metros onde pretende
construir uma piscina quadrada de lado igual a X metros. Supondo que Y e X são números inteiros e
a área não construída é de P m2, onde P é um número primo, o valor do Y – X é igual a:

a) 0 b) –1 c) 1 d) 3 e) 2

05. Qual a soma dos algarismos de n, sendo o número n = 6842 – 6832?

4
x2
06. A expressão E  x , com x ≠ 0 é equivalente a:
2 8
x 
x

a) x + 2
b) (x + 2)–1
c) x – 2
d) (x – 2)–1
e) (x – 1)–1

a3  b3
07. Qual o valor numérico da fração , quando a = 193 e b = 192?
a2  ab  b2

x 2  y2 x2  2xy  y2
08. Simplificando a expressão  , obtém-se:
xy xy

a) (x + y)2
b) (x – y)2
c) x + y
d) x – y
e) xy
2
09. Para que o binômio 16x  16x x se torne um trinômio quadrado perfeito, o que é necessário
acrescentar ao mesmo?

a) 4x b) x c) x d) 2x e) 8x

10. Suponha que 2x + 2–x = m. Deste modo 8x + 8–x tem valor:

a) m3
b) 3m – m3
c) m3 – 2m
d) m3 – 3m
e) 4m
x2 y2
11. Qual o valor numérico da expressão   2 , para xy = 2 e x2 + y2 = 5?
y2 x2

12. Se x é um número real estritamente positivo, então a expressão x2  x2  2  2 é equivalente a:

2
a) x  1
(x  1)2
b)
x
2
x 1
c)
x
(x  1)2
d)
x
2
e) (x  1)  2

RESPOSTAS

01. B 02. C 03. B 04. C 05. 17 06. D


25
07. 1 08. A 09. A 10. D 11. 12. C
4

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