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Teorico 4

Este documento aborda os processos metabólicos de obtenção de energia pelas células, como a fotossíntese, respiração e fermentação. A fotossíntese converte a energia luminosa em energia química, produzindo carboidratos a partir de CO2 e H2O. A respiração celular aeróbia produz ATP a partir da decomposição de glicose. A fermentação produz ATP na ausência de oxigênio.

Enviado por

Isaias Silva
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Teorico 4

Este documento aborda os processos metabólicos de obtenção de energia pelas células, como a fotossíntese, respiração e fermentação. A fotossíntese converte a energia luminosa em energia química, produzindo carboidratos a partir de CO2 e H2O. A respiração celular aeróbia produz ATP a partir da decomposição de glicose. A fermentação produz ATP na ausência de oxigênio.

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Biologia para

Ciências Ambientais
Material Teórico
Ciclo Celular, Metabolismo Energético

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Carlos Eduardo de Oliveira Garcia

Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Ciclo Celular, Metabolismo Energético

• Introdução

• Metabolismo Energético

Nesta Unidade, daremos continuidade às informações que o


ajudarão no entendimento de uma ciência desafiadora e básica,
a Biologia.
Abordaremos os conhecimentos científicos que envolvem a
organização, o funcionamento celular e o metabolismo celular
para obtenção de energia e o ciclo celular.

Atenção
Como método de estudo, você deverá realizar as atividades de leitura; na sequência, as atividades
de fixação dos conteúdos (Atividade de Sistematização) e as atividades de interação (Fórum,
Reflexiva ou Aplicação).
Explore todos os recursos do blackboard. Não acumule dúvidas, participe, pergunte!

5
Unidade: Ciclo Celular, Metabolismo Energético

Contextualização

Ao avançar do século XXI, a implantação de processos sustentáveis em nossa sociedade


torna-se uma medida imprescindível e urgente.
Os avanços tecnológicos dessa área específica, aliados aos avanços nos conhecimentos dos
processos das demais áreas biológicas, visam a minimizar os efeitos do crescimento acelerado
da população, garantir a oferta de alimentos e energia limpa na substituição dos combustíveis
fósseis, entender a dinâmica de grandes corpos de água represados para diminuir o grau de
poluição e assegurar a manutenção da qualidade ambiental.
O avanço nessa área de conhecimento está possibilitando o uso de microorganismos para o
aumento da produção e conservação de alimentos.
O desenvolvimento do etanol combustível que constitui uma fonte de energia mais limpa
e renovável em substituição do uso de combustíveis fósseis que na sua combustão emitem
resíduos que certamente podem influenciar nas alterações climáticas globais.
O desenvolvimento de tecnologia para aumentar a eficiência do processo de fermentação
e o melhor aproveitamento da matéria prima para a produção de etanol contribuem para a
redução da área destinada à agricultura e acenam com a possibilidade de uma maior área de
preservação de mata nativa.

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Introdução

Em nossa conversa anterior, abordamos as principais diferenças entre os seres vivos e os não
vivos, as moléculas fundamentais à manutenção da vida e a síntese de proteínas, mas ainda
falta entender como há energia disponível para os componentes realizarem as tarefas para a
manutenção das atividades intracelulares.
Para avançarmos no estudo das células e na investigação de seu funcionamento, vamos
relembrar e denominar que todo o conjunto de transformações químicas que integram o ciclo
de vida da célula (obter energia, transformar compostos, produzir e degradar biomoléculas) é
chamado de metabolismo.
Dentro do conjunto de transformações que fazem parte do metabolismo, está o catabolismo
ou fase de degradação de moléculas orgânicas que irão liberar energia no momento em que
forem quebradas em compostos menores e o anabolismo, fase de produção de moléculas
maiores, a partir de compostos menores, necessitando de energia para tal (fase de anabolismo).
Os organismos obtém energia por meio da transformação da matéria, de modo que seja
possível liberar/retirar dela a energia armazenada; dessa forma, evidenciamos a íntima relação
entre energia e matéria.
De acordo com a forma de obter energia, os organismos podem ser divididos em autótrofos
e heterótrofos. Os primeiros (incluem-se aqui grupos vegetais e de algumas bactérias especiais)
conseguem produzir compostos ricos em energia (matéria orgânica) a partir da energia do Sol
pelo processo denominado de fotossíntese e os segundos (grupos animais e fungos) retiram
energia da matéria produzida pelos primeiros.
A interação entre esses dois grupos de organismos se dá não só pelo fato de os organismos
heterotróficos serem dependentes da matéria orgânica produzida pelos autotróficos, mas
também pelo fato de o subproduto das reações de um ser necessário para as reações do outro:
organismos autótrofos utilizam o CO2 atmosférico e liberam O2, enquanto que os heterótrofos
utilizam o O2 e liberam CO2 em suas reações:

Figura 1. Ciclo do dióxido de carbono(CO2) e oxigênio (O2 entre os seres autotróficos


fotossintetizantes e os seres heterotróficos).

Nesta Unidade, será importante nosso conhecimento a respeito dos carboidratos, pois esses
são os principais compostos fornecedores de energia aos organismos.

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Unidade: Ciclo Celular, Metabolismo Energético

Metabolismo Energético

As transferências energéticas em um ecossistema obedecem a duas leis da Termodinâmica.


A primeira delas se refere às transformações energéticas que resumidamente estabelece que “a
energia não se cria, nem se destrói, apenas é transformada de uma modalidade em outra”.
A segunda lei está relacionada às transferências de energia: a cada transformação da energia,
uma parcela é liberada, dissipada para o ambiente na forma de calor.
As células heterotróficas obtém energia livre em forma química pela degradação (catabolismo)
das moléculas maiores, principalmente carboidratos, e utilizam esta energia para sintetizar
biomoléculas menores, como a síntese de adenosina trifosfato (ATP) para realizar trabalho
mecânico como a contração muscular, para realizar transporte de moléculas ou íons pela
membrana (transporte ativo) entre outras atividades celulares.
O ATP funciona como transportador de energia dos processos catabólicos para as atividades
celulares básicas que requerem energia, é um nucleotídeo responsável pelo armazenamento de
energia em suas ligações químicas.
A molécula é constituída por adenosina, um nucleosídeo, associado a três radicais fosfato
conectados em cadeia (Figura 2).
A energia é armazenada nas ligações entre os fosfatos e não pode ser estocada, seu uso é
imediato.Só para lembrarmos, a energia geralmente é estocada na forma de carboidratos e lipídios:

Figura 2.Fórmula estrutural do ATP – Adenosina trifosfato.

As principais formas de produção do ATP são a fosforilação oxidativa na respiração aeróbia


e a fotofosforilação na fotossíntese. Um radical fosfato inorgânico (Pi) é adicionado a uma
molécula de ADP (adenosina difosfato).
Na respiração aeróbia, o ATP é formado pelo processo de fosforilação oxidativa utilizando
energia proveniente da decomposição da glicose e no caso da fotossíntese a energia é proveniente
da luz (na fotofosforilação).
Vamos abordar três processos celulares que constituem exemplos do metabolismo energético
e são muito importantes na manutenção da vida: a fotossíntese, a fermentação ou respiração
anaeróbia e a respiração celular aeróbia.

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Fotossíntese
Processo celular que na maioria dos seres autotróficos ocorre na organela citoplasmática
cloroplasto, na qual encontramos o pigmento clorofila, típico dos vegetais e capaz de absorver
a energia luminosa.

A fotossíntese é o processo no qual ocorre a transformação de energia luminosa em


energia química com a produção de substâncias orgânicas – carboidratos.

Equação da fotossíntese simplificada:


6 CO2 + 6 H2O  C6H12O6 + 6O2

Esse processo ocorre nos vegetais clorofilados (presença do pigmento clorofila em cloroplastos),
algas e algumas bactérias especiais que na sua maioria não apresentam a organela cloroplasto,
mas apresentam um tipo especial de clorofila.

Como já descrevemos anteriormente, a fotossíntese garante a nutrição dos seres autótrofos


e disponibiliza energia (compostos químicos) e matéria orgânica necessária à vida dos
organismos heterotróficos.

Outro fator importante para lembrarmos é o fato de a fotossíntese ser o processo responsável
pela produção e renovação de quase todo o gás oxigênio da atmosfera terrestre (cerca de 21%
do volume do ar atmosférico).

Alguns dados científicos apontam que os seres autotróficos seriam capazes de renovar todo o
volume de gás oxigênio da atmosfera terrestre a cada dois mil anos.

Os processos que ocorrem na fotossíntese são influenciados pelos fatores ambientais (luz,
temperatura, umidade do ar e do solo, vento, concentração de CO2, interações bióticas) e
intrínsecos ao próprio organismo (status nutricional, idade, metabolismo, anatomia e morfologia)
e o resultado final possui profundas consequências ecológicas.

Resumidamente, a fotossíntese pode ser dividida em três proce-


ssos químicos principais:

• Fotólise da água – absorção da energia da luz e consequente excitação dos elétrons da


clorofila, ou seja, a transferência de energia para os elétrons da clorofila. Paralelamente a
esse processo, ocorre a quebra da molécula de água, reação denominada de fotólise da
água e liberação de O2;

• Fotofosforilaçâo – transporte de elétrons carregados de energia pela cadeia transportadora


de elétrons formada pelos aceptores de elétrons que liberam a energia gradativamente.

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Unidade: Ciclo Celular, Metabolismo Energético

A substância fosfato dinucleotidio de nicotinamida adenina – NADP capturam


os H da reação formando o NADPH. A energia liberada é utilizada no processo de
fotofosforilação, produção de energia química na molécula de ATP;

• Ciclo das pentoses ou fixação do carbono – basicamente é um conjunto de reações


químicas que envolvem a utilização do carbono do gás carbônico (CO2) e dos hidrogênios
da molécula do NADPH para a produção de carboidratos.

Uma forma mais simples de abordar as reações químicas que ocorrem na fotossíntese é lembrar
que as reações que precedem a fixação do carbono, ou seja, a fotólise da água, o transporte de
elétrons com a produção de NADPH e síntese de ATP dependem diretamente da presença da luz.
Esse conjunto de reações em conjunto pode ser denominado de etapa fotoquímica da
fotossíntese ou reações do claro.
A etapa do ciclo das pentoses ou da fixação do carbono só depende da disponibilidade de
NADPH e ATP para a formação dos carboidratos, não dependendo diretamente da presença
da luz. Essa etapa final da fotossíntese pode ser denominada de etapa puramente química ou
reações de escuro.
Nos dias atuais, fala-se muito da importância da cobertura vegetal das florestas que pelo processo
de fotossíntese trabalham na fixação de carbono que prende o carbono da molécula de dióxido de
carbono (CO2) na síntese de carboidratos, para atenuar os efeitos do aquecimento global.
Em contrapartida, as queimadas têm efeito nocivo nesse processo, vez que diminui a área de
cobertura vegetal e libera mais CO2 na atmosfera.

Fermentação ou respiração anaeróbia


Consiste em um processo de degradação incompleta de substâncias orgânicas (geralmente a
glicose) com liberação de energia e calor. A reação é exotérmica, o que significa que se células de uma
suspensão estão fermentando, o fluxo de calor liberado pode ser detectado por um microcalorímetro.
Quanto maior for o catabolismo celular, isto é, quanto maior for o número de moléculas
consumidas por unidade de tempo, maior será a energia liberada e, consequentemente, maior
será o efeito térmico registrado.
Como a degradação da glicose é incompleta, o rendimento energético do processo de
fermentação é menor que o apresentado na respiração aeróbia; apenas uma pequena fração da
energia total disponível na molécula da glicose é liberada.
O rendimento em ATP sob condições anaeróbicas é muito menor: cerca 2 ATP por molécula de
glicose. Na oxidação completa da glicose até CO2 e H2O sob condições aeróbicas, o rendimento
é de 30 ou 32 ATP por molécula de glicose.

O gás oxigênio pode ser letal para as bactérias anaeróbias como o agente causador do tétano
(Clostridium tetani) restringindo a ocorrência desses organismos a solos profundos e regiões em que
o teor de oxigênio é praticamente zero. A esses organismos damos o nome de anaeróbios estritos.

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Outros organismos são considerados anaeróbios facultativos, vez que realizam a fermentação
na ausência de oxigênio e a respiração aeróbia na presença desse gás, como é o caso de certos
fungos (Saccharomyces cerevisiae – levedura) e de muitas bactérias.

A fermentação também ocorre na natureza em corpos d’água eutrofizados.

A descrição desse processo pode ser encontrada na publicação do Ministério da Saúde


“Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano”, que observa as condições
e as etapas que podem ser observadas em um corpo d´água em processo de eutrofização.

O corpo d´água recebe uma descarga de produtos ricos em nutrientes como: - água da
chuva carreada de uma área que recebeu fertilizantes, os compostos contendo fósforo (fosfatos)
e nitrogênio (nitratos), substâncias nutrientes que promovem o crescimento de vegetais.

Nesse ambiente, essas substâncias (nutrientes) contribuem para o crescimento e a


multiplicação do fitoplâncton, algas e vegetais aquáticos, o que provoca o aumento da turbidez
da água, causando aspecto esverdeado e turvo, dificultando a penetração de luz no ambiente,
diminuindo ou interrompendo o processo de fotossíntese.

Após certo tempo, observa-se o desaparecimento da vegetação aquática submersa, o que


proporciona a perda de alimento, habitat e oxigênio dissolvido.

Embora os lagos em processo de eutrofização possuam elevada quantidade de fitoplâncton,


que produz oxigênio pela fotossíntese, sua distribuição superficial provoca nesse setor uma
saturação em oxigênio, que escapa para a atmosfera e não restabelece o oxigênio dissolvido
no corpo d´água.

O fitoplâncton apresenta taxas de crescimento e reprodução muito elevadas, formando


«tapetes» verdes na superfície dos cursos de água. Quando estes organismos morrem, depositam-
se no fundo, aumentando o volume de detritos que elevam a população de decompositores
(essencialmente bactérias), cujo crescimento exponencial provoca diminuição do oxigênio
dissolvido (consumido na respiração).

O esgotamento do oxigênio leva à morte por asfixia de peixes e crustáceos, mas não de
bactérias, que recorrem à fermentação e respiração anaeróbia.

Existem diversos tipos de fermentação, que variam quanto ao produto final. No processo de
fermentação, o aceptor final de hidrogênios é o produto final.

Vamos citar os dois tipos mais comuns de fermentação: fermentação alcoólica e


fermentação lática.

O catabolismo da glicose com o objetivo de produzir energia (ATP) pode se dar pela via
aeróbia ou anaeróbia, ou seja, na presença ou ausência de O2 respectivamente.

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Unidade: Ciclo Celular, Metabolismo Energético

Figura 3. O piruvato é o produto final da glicólise. Dependendo do organismo e das condições


metabólicas, na presença ou ausência de O2, pode seguir vias metabólicas diferentes.

Fonte: Princípios de Bioquímicas, Lehninger (modificado e adaptado).

A quebra da glicose até piruvato, denominada via glicolítica, é comum ao metabolismo


aeróbio e anaeróbio e o que determina a via a ser seguida é a presença ou ausência de O2.
Mesmo na presença de oxigênio, a via anaeróbia também pode ser ativada se a concentração
de glicose estiver acima de um valor chamado concentração crítica.

Fermentação Alcóolica
A fermentação ocorre no citoplasma da célula e podemos resumi-la em duas etapas:

• Glicólise: conjunto de reações que degradam a glicose até ácido pirúvico;

• Redução do ácido pirúvico: conjunto de reações que conduzem à formação dos


produtos da fermentação, nesse caso, o álcool etílico.

Equação geral da fermentação etílica


C6H12O6 + 2 ADP + 2 Pi  2 HO-CH2CH3 + 2 CO2 + 2 ATP + calor

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As leveduras, espécies de fungos e algumas bactérias, são capazes de fermentar açúcares,
produzindo duas moléculas de ácido pirúvico, que são convertidas em álcool etílico (etanol),
com a liberação de duas moléculas de CO2 e a formação de duas moléculas de ATP.

Figura 4.Redução do número de carbonos nas substâncias envolvidas na fermentação etílica.


Glicose com 6 carbonos, ácido pirúvico 4 carbonos e álcool etílico 2 carbonos.

No Brasil, a produção de álcool etílico adquiriu importância significativa no desenvolvimento


de um setor da Economia, o agronegócio que, com o plano de desenvolvimento da produção
de álcool, denominado Proálcool, passou a acrescentar uma determinada porcentagem de
etanol ou álcool etílico à gasolina.
Esse processo culminou com a utilização desse combustível como fonte energética mais
limpa e renovável. Houve, também, a criação de empregos diretos e indiretos e uma rápida e
importante evolução na construção de motores na indústria automobilística no desenvolvimento
da tecnologia do motor flex .
Atualmente, a iniciativa privada é responsável por crescentes investimentos na produção
do álcool como combustível e fonte energética, acirrando as discussões sobre as questões
ambientais envolvidas no processo.
O álcool também aparece com relativa importância em outros setores da Economia, como na
indústria farmacêutica, na produção de corantes e na fabricação de tintas, entre outros.

Fermentação Lática
A fermentação ocorre no citoplasma da célula e podemos resumi-la em duas etapas:

• Glicólise: conjunto de reações que degradam a glicose até ácido pirúvico;

• Redução do ácido pirúvico: conjunto de reações que conduzem à formação dos


produtos da fermentação, nesse caso, o ácido láctico.

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Unidade: Ciclo Celular, Metabolismo Energético

Equação geral da fermentação láctica


Glicose + 2ADP + 2 Pi  2 lactato + 2 ATP + 2 H2O + 2 H+

As células do tecido muscular humano também podem promover a fermentação da glicose,


em uma situação de exercício intenso com alta demanda energética e carência de oxigênio, é
uma maneira compensatória de se obter energia.

O ácido lático gerado como subproduto nesse processo se acumula nas fibras musculares, o
que pode gerar certo desconforto popularmente conhecido como câimbras.

A fermentação láctica ganha notoriedade na indústria de processamento de alimentos com a


produção de queijos maturados, conservas e bebidas fermentadas entre outros; em alguns desses
alimentos, há aumento da digestibilidade e essa categoria de alimentos tem sido relacionada ao
bem estar nutricional, em todo o mundo.

São alimentos que possuem aroma e sabor característicos que resultam direta ou indiretamente
dos organismos fermentadores.

Figura 5. Redução do número de carbonos nas substâncias envolvidas na fermentação


etílica. Glicose com 6 carbonos, ácido pirúvico 4 carbonos e ácido lático 3 carbonos.

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Respiração Aeróbia
Como já mencionamos anteriormente, o metabolismo aeróbico (na presença de O2) é mais
eficiente do que o metabolismo anaeróbico, em termos de ganho líquido e produção de ATP.

As células da grande maioria dos seres vivos consomem oxigênio para o desempenho de
suas atividades metabólicas no processo chamado de respiração celular, fonte de energia
(ATP) para as células.

Podemos resumir o processo em três etapas:

- Glicólise

Comum ao processo anaeróbio e ocorre no citoplasma das células. Há um gasto inicial de


energia (duas moléculas de ATP são consumidas), mas o resultado da glicólise é a formação
de 2 moléculas de ácido pirúvico e 4 moléculas de ATP. Também ocorre liberação de elétrons
energizados e íons H, que são capturados por moléculas de uma substância denominada NAD
(nicotinamida adenina dinucleotídeo), formando duas moléculas de NADH2.

Figura 6. Esquema representativo da glicólise. Quebra da molécula de glicose originando 2


ATP, 2 moléculas de ácido pirúvico e 2 NADH2.

- Ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico

O ácido pirúvico e o NADH2 são transferidos para o interior das mitocôndrias, especificamente
na matriz mitocondrial (solução aquosa no interior das mitocôndrias). Já na entrada, o ácido
pirúvico reage com a coenzima A, dando origem a duas moléculas de gás carbônico e duas de
acetil-coenzima A(acetil-coA). O acetil-coA vai ser totalmente degradada numa série de reações,
cujos produtos são mais quatro moléculas de gás carbônico, além de elétrons energizados e íons
H, que serão capturados por NAD e por outro aceptor de elétrons e de hidrogênio chamado
FAD (flavina adenina dinucleotídeo), originando moléculas de NADH2 e FADH2.

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Unidade: Ciclo Celular, Metabolismo Energético

Figura 7. Esquema simplificado do Ciclo de Krebs. No ciclo são liberados CO2, ATP,
NADH2 e FADH2.

Fonte: disponível em: www.sobiologia.com.br

- Fosforilação oxidativa
As moléculas de NADH2 e FADH2 liberam os elétrons energizados e os íons H+. Esses elétrons
(somados aos provenientes da glicólise) passam por proteínas transportadoras (citocromos e
quinonas) presentes nas membranas internas da mitocôndria. Essa série de proteínas recebe
o nome de cadeia respiratória. Nessa etapa, os elétrons perdem energia, que é captada para
a transformação do ADP + P em ATP. Ao final da cadeia respiratória, os elétrons menos
energizados e os íons H+ combinam-se com átomos provenientes do oxigênio, formando seis
moléculas de água.

Equação Geral da respiração


C6H12O6 + 6 O2 + 38 ADP + 38 Pi 6 CO2 + 6 H2O + 38 ATP

A glicose foi ressaltada como a principal fonte de energia para o metabolismo celular.
No entanto, no metabolismo aeróbio pode haver a entrada de outras substâncias como os
aminoácidos de proteínas e ou subprodutos do metabolismo de lipídios, que podem entrar nas
reações da etapa do ciclo de Kebs.

16
Vimos como a célula está organizada e como são os mecanismos e processos de obtenção de
energia. Vamos estudar agora como uma célula dará origem a outras células.

Ao longo da vida de um organismo, mesmo depois de terminado o período de crescimento,


várias de suas células continuarão se dividindo, seja para renovação de tecidos, como nos
epitélios e células sanguíneas ou para reparo de lesões, como na fratura de um osso. O fato é
que a maior parte das células de nosso corpo é mais nova que o próprio organismo.

Cada tipo celular passará por um ciclo celular que compreende um período de tempo
denominado interfase, no qual a célula desempenha todas as suas funções, e um período de
divisão celular.

Um exemplo especial é a fase inicial do desenvolvimento embrionário, quando o zigoto ou


célula-ovo sofre ciclos sucessivos de divisão em que as células-filhas são cada vez menores.

Essa fase é denominada de clivagem e embora o número de células aumente, o volume do


embrião não aumenta consideravelmente.

Num organismo adulto, cada tipo celular tem o ciclo com uma duração diferente, desde
algumas horas, até anos.

Figura 8. Como exemplo, observe o ciclo celular de uma célula de mamífero com duração
média de 24 horas. A célula leva cerca de uma hora para se dividir (M). O período de interfase
inclui uma fase de crescimento (G1), a duplicação do DNA (S) e um segundo período de
crescimento (G2).

17
Unidade: Ciclo Celular, Metabolismo Energético

Explore
Observe o vídeo de uma célula animal se dividindo:
www.youtube.com/watch?v=CU0Al6FHYiU

Caros alunos, na próxima Unidade, ampliaremos nossos conhecimentos sobre o ciclo celular,
no período de interfase e nos tipos de divisão celular: - mitose, no qual a célula mantém o
mesmo padrão genético; - meiose, quando são formadas as células sexuais com metade da
carga gênica ou metade do número de cromossomos.

Figura 9. Ilustração do ciclo celular com o período de interfase e dos dois tipos de divisão
celular: mitose, formando duas novas células com o mesmo número de cromossomos e meiose,
diminuindo o número de cromossomos pela metade.

18
Material Complementar

MINISTÉRIO DA SAÚDE- Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano.


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_controle_qualidade_agua.pdf

Assista os vídeos do processo de fermentação na cadeia produtiva do álcool.


www.youtube.com/watch?v=J9nxw7wtXME
www.youtube.com/watch?v=c3PpSB5xkk8

Observe também os vídeos que abordam o processo de fermentação e suas aplicações na


indústria de alimentos.
www.youtube.com/watch?v=xAisq9WcAFM
www.youtube.com/watch?v=SQFdGVDfE2Y
www.youtube.com/watch?v=jXUmbLqgzv4

19
Unidade: Ciclo Celular, Metabolismo Energético

Referências

ALBERTS, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 3.ed. Porto Alegre: ArtMed, 2011.

AMABIS, J. M.; Martho G. R. Biologia. 3.ed.São Paulo: Moderna, 2009.

LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica. 2.ed. São


Paulo: Sarvier, 1995.

20
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