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Resumos Das Referências

O documento discute conceitos de relação, grupo, multidão, público, poder e dominação. Aborda também ideologia, tipos de dominação, comunidade e valores e princípios orientadores da psicologia comunitária.

Enviado por

Adriane Talita
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O documento discute conceitos de relação, grupo, multidão, público, poder e dominação. Aborda também ideologia, tipos de dominação, comunidade e valores e princípios orientadores da psicologia comunitária.

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GUARESCHI, Pedrinho. Relações comunitárias relações de dominação.

In: CAMPOS,
Regina Helena de Freitas (org.). Psicologia Social Comunitária: da solidariedade
à autonomia. Petrópolis: Vozes, 1996. p. 81–99.

RELAÇÃO
“Relação é uma coisa que não pode existir, que não pode ser, sem que haja uma outra
coisa para completa-la. Mas essa “outra coisa” fica sendo parte essencial dela. Passa
a pertencer à sua definição especifica” (p. 82).
Relação se constrói a partir do contato com o outro, sem o outro, não há uma relação.
“É um conceito que se aplica a uma realidade que não pode ser ela mesma, sem que
haja uma outra coisa” (p.83).

Não necessariamente relação precisa unir, ligar duas coisas


Relação se forma quando uma coisa não consegue, por si só, dar conta da sua
existência
Ex: conflito, exclusão – ninguém briga sozinho

Alguns consideram a si mesmo e outros como somente indivíduos, que são “entidades
que “não tem nada a ver com os outros”, isolados, suficientes em si mesmos” (p.83)
Entre dois indivíduos podem ser construídas relações, mas esses dois são seres
separados

Outros consideram a si mesmo e a outros como “peças de uma máquina”, ou seja, os


seres humanos são parte de um todo
Esse todo seria o estado, a instituição, sendo fundamental para a criação das formas
de totalitarismo

Há ainda aqueles que se consideram e consideram os outros como


“pessoas=relação”, ou seja, as pessoas são seres que movem o outro, que precisam
do outro para formar uma relação e são únicas e singulares. A subjetividade das
pessoas “é um ancoradouro de milhões de “outros”, de relações” (p. 84)

GRUPO
“O que constitui um grupo é a existência, ou não, de relações” (p. 85)
“No momento em que se estabelecer qualquer “relação” entre pessoas, começa aí um
grupo” (p.85)
Existência de algo em comum entre os integrantes do grupo, sendo o algo em comum
a relação, pois atravessa todos de várias maneiras diferentes, em que cada grupo tem
seu tipo de relação, “fazendo essa “amarração” conjunta” (p.85)

“Visão de grupo ser “relativa”, isto é, incompleta, em construção, em formação” (p.85)


Não é possível ter todo o conhecimento sobre o grupo, pois as relações são dinâmicas
e mutáveis, transformando o grupo a cada mudança.

Na visão funcionalista-positivista de grupo, o grupo é estático, com estratificações e


posições determinadas para cada pessoa, desempenhando papéis e funções
impostas. Percebe-se apenas uma dimensão do grupo, o caráter de mudança é
diminuído.

MULTIDÃO
“Costuma-se chamar de “massa”, ou “multidão”, a existência de um grande número
de pessoas ligadas por contiguidade física, isto é, que estejam num mesmo local. São
“amontoados” de gente, onde as pessoas não chegam, em geral, a se conhecer”
(p.86)
As elações quase não existem, a única é como líder, o qual tem a possibilidade de
usufruir da emoção e do calor do contato físico para manipular e para estimular
comportamentos
Sensação de impunidade desperta a irresponsabilidade

PÚBLICO
“Público também são multidões, mas sem contiguidade física, pois estão espalhadas
por milhares de locais, e a única ligação entre elas é o fato de estarem, por exemplo,
sintonizados num mesmo canal de televisão” (p. 88)
O público não se relaciona por mais nenhum aspecto, não se conhecem
Relações unidirecionais – um fala e milhares escutam – sem possibilidade de retorno
Meios de Comunicação de Massa usam essa lógica, sendo capazes de manipular e
condicionar seus públicos
PODER
“Pode-se definir “poder” como sendo a capacidade de uma pessoa, de um grupo, para
executar uma ação qualquer, ou para desempenhar qualquer prática. Nesse sentido,
todas as pessoas têm algum poder, na medida em que “podem” fazer alguma coisa
(p. 90)

DOMINAÇÃO
“Já “dominação” é definida como uma “relação” entre pessoas, entre grupos, ou entre
pessoas e grupos, através da qual uma das partes expropria, rouba, se apodera do
poder (capacidade) de outros (p. 90)
“Dominação é uma relação onde alguém, a pretexto de o outro possuir determinadas
qualidades ou características, se apropria de seus poderes (capacidades) e passa a
trata-lo de maneira desigual” (p.90)
“Dominação, portanto, é uma relação assimétrica, desigual, injusta, se quiser” (p.90)

IDEOLOGIA
“Ideologia como sendo o uso, o emprego, de formas simbólicas (significados,
sentidos) para criar, sustentar e reproduzir determinados tipos de relação. Ideologia é
o que vai dar sentido, significado, às coisas” (THOMPSON, 1990 apud GUARESCHI,
1996, p.90)
Ideologia é capaz de formar e sustentar relações justas, éticas, mas também relações
assimétricas, desiguais, injustas, ou seja, ideologia pode criar relações de dominação

TIPOS DE DOMINAÇÃO
Dominação econômica – “quando alguém rouba, expropria, a capacidade (poder) de
trabalho de outras pessoas” (p. 92)
Dominação política – “quando as relações entre pessoas e grupo, entre grupos, ou
entre as pessoas, grupos, governo e Estado não forem justas democráticas,
desrespeitando os direitos dos diversos sujeitos (p.93)
Dominação cultural – quando o conjunto de relações cristalizadas entre pessoas, ou
grupos, são assimétricas, desiguais. Possui inúmeras formas de dominação cultural,
ex: racismo, patriarcalismo, institucionalismo
COMUNIDADE
“Os seres humanos participam, pois, da comunidade não pelo que têm, mas pelo que
são” (p.95)
“A comunidade é um tipo de vida em sociedade “onde todos são chamados pelo
nome”. Esse “ser chamado pelo nome” significa uma vivência em sociedade onde a
pessoa, além de possuir um nome próprio, isto é, além de manter sua identidade e
singularidade, tem possibilidade de participar, de dizer sua opinião, de manifestar seu
pensamento, de ser alguém (Marx apud Guareschi, 1996, p.95)

Em comunidade, as pessoas são capazes de superar os extremos “fazer parte de um


todo” ou “ser autossuficiente”, mantendo, assim, as suas singularidades, mas
precisando de outros para manter uma relação
Na comunidade cada um tem voz e vez para ser ouvido, as pessoas “se completam
na medida que se tornam um “ser para”” (p. 95)

A democracia existe na medida em que há verdadeiras comunidades que “chamam


as pessoas pelo nome”
Cidadãos exercitam seus direitos e deveres, sendo respeitada a sua participação nas
decisões
“Se não houver democracia em nível comunitário, não poderá haver democracia em
nenhum outro” (p. 95)

Essas relações comunitárias que são igualitárias geram uma dimensão afetiva, pois
as pessoas se sentem amadas e estimadas

“O que de fato se quer questionar é se uma comunidade para ser boa comunidade,
depende do seu nível econômico: e se um estágio precisa, necessariamente, ser feito
entre vilas periféricas” (p.98)
Todas as comunidades possuem um “saber” a ser respeitado, não é melhor nem pior,
apenas diferente.
Importante garantir a autonomia e a autogestão das próprias comunidades
MONTERO, Maritza. Valores e princípios orientadores de la psicología comunitária.
Capítulo 5, p.143-169. In: MONTERO, Maritza. Introducción a la psicología
comunitaria: Desarrollo, conceptos y porcesos. 3a reimpreed. Buenos Aires:
Paidós, 2008.

“Toda ação humana, explicita ou implicitamente, está orientada por uma concepção
do mundo” (p.143)
“A ciência, como tarefa humana, não escapa do estabelecimento dessas bases sobre
as quais se constroem o objeto, a linguagem e o método de cada disciplina” (p.143)
As concepções estabelecem cânones de perfeição, de um mundo e de uma pessoa
ideal e esses padrões mudam à medida que a sociedade se transforma
“Aqueles cânones respondem a valores, ou seja, os modos de serem considerados
como os mais perfeitos, acabados e completos para um determinado tempo e
sociedade” (p. 143)

Valores – “podemos definir como estados ideais normativos que nos dizem como ser
e como fazer, gerando regulamentos em ação, metas para qual o comportamento é
direcionado” (p. 144)
“Valores são orientações éticas que inspiram os cânones ou modos de ser e
comportar-se como o mais perfeito, acabada e completa para uma dada época e
sociedade, cujas crenças e costumes eles influenciam” (p.144)
Ex: justiça, verdade, fidelidade, amor, união, liberdade, compaixão

Os valores orientam a interação das pessoas, mesmo não sendo, na maioria das
vezes visíveis, eles estão sempre presentes nos comportamentos
Sabedoria/conhecimento é um dos valores mais internalizado pelo ser humano
É preciso levar em consideração a influencia dos valores nas comunidades

Rokeach (1973): “Um valor é a convicção duradoura de que um modo específico de


conduta ou estado final de existência é pessoalmente ou socialmente preferível a um
modo de conduta ou estado final de existência oposta ou contrária” (p. 147)
O valor está presente na base e no final de um comportamento – combustível e local
de destino
A Psicologia Comunitária na América Latina reconhece a existência e a necessidade
dos valores definidores da ação

Fals Borda (1959) – cinco princípios fundamentais que se baseiam em valores e que
foram adotados pela psicologia
Catálise Social: agente externo como catalisador para a ação transformadora –
liberdade, respeito e autonomia
Autonomia do grupo: tudo deve ser decidido democraticamente – democracia e
autonomia
Prioridades: estabelecimento de hierarquia a partir de uma organização interna da
comunidade – organização e autonomia
Realizações: produzir resultados a partir das transformações – trabalho, cooperação,
consciência e conquista
Estímulos: considerar o desejo de realizar algo como um estímulo que impulsione a
transformação

Práxis – “teoria que produz prática, prática que produz teoria, num processo contínuo
de reflexão” (p. 152)

Valores que se relacionam com as ações dos atores comunitários


União entre teoria e prática: não devem ser separados
Reflexão baseada no diálogo: desnaturalizar o que foi naturalizado
Central de energia e controle localizada na comunidade: difícil aceitar que os
outros possam saber tanto quanto ou até mais devido a concepção assimétrica do
poder
Mínimo necessário x Máximo desejável: há vários graus de participação em um
trabalho comunitário; uma realização acontece entre o máximo de sucesso e o mínimo
de ações conquistadas; o máximo desejado nem sempre é alcançado, mas o mínimo
necessário sempre deve ser atingido
Retorno sistemático do conhecimento produzido: o conhecimento dos agentes
externos e internos deve ser objeto de explicitação, reflexão e discussão em conjunto

“Necessidade da psicologia comunitária de incorporar o conhecimento popular” (p.


154)
“Pensar no retorno apenas como uma ação dos profissionais externos para a
comunidade em realidade pode ser considerada como uma demonstração da crença
de que só produz conhecimento quem tem um certo tipo de educação, e de fato
implicava uma visão debilitante da comunidade, e também foi uma contradição quanto
ao caráter dialógico da relação entre os dois tipos de agentes” (p.155)

Valores dos atores sociais no trabalho comunitária


Consideração de que os participantes são atores sociais, construtores da
realidade, com capacidade de transformação de seu ambiente
O valor da igualdade está relacionado com os da liberdade e da transformação
social, os agentes externos possuem a obrigação profissional de manifestar seu
conhecimento, mas levando em consideração o conhecimento dos agentes internos
A consciência, em que a partir dela surge a problematização e a consequente
transformação da realidade

“Diversidade, justiça e igualdade são valores nos quais que o ser e o fazer mostram a
sua união” (p. 156)
Diversidade dos atores sociais com múltiplos conhecimentos
Igualdade permite que todos contribuam com seu conhecimento
A solidariedade está presente na troca de saberes

“Três grandes orientações ontológicas, epistemológicas e políticas da psicologia


comunitária
A concepção relacional do ser e do saber
A orientação construtiva e transformadora da realidade
A busca de harmonia entre pessoas e o meio ambiente, em função da busca do
bem estar” (p. 156)

Nelson e Prilleltensky (2003)


O objetivo da psicologia comunitária é a busca de bem-estar e de libertação
Bem-estar como objetivo a ser alcançado na transformação social – primeiro valor
geral e universal
“Não pode haver bem-estar sem libertação” (p. 157)
Necessidade de reconhecer a importância das opressões e como superá-las e, ao
mesmo tempo, de reconhecer a importância do saber popular

Nelson e Prilleltensky (2003): na psicologia comunitária são necessários três tipos de


valores.
Devem atuar juntos para alcançar a responsabilidade, ou seja, o compromisso
Pessoais (p. 158)
“O direito á constituição de uma identidade pessoal não é apenas um valor desejável,
mas também um imperativo do processo evolutivo e da saúde mental de cada pessoa”
“A liberdade e a igualdade, a meu ver, são tantos valores individuais como coletivos”

Relacionais (p.158)
“Responsáveis por não haver confrontos entre os outros dois”
“A colaboração, participação, solidariedade, união, diálogo, diversidade, respeito, são
valores relacionais”
“Eles são responsáveis pelo reconhecimento do outro em seu caráter único e ao
mesmo tempo em seu caráter de par, iguais em direitos e deveres a todos os outros”
“Eles respondem também pelo reconhecimento dos limites dos direitos e deveres, da
autodeterminação, dos desejos pessoais, e permitem que cada um se expresse a
partir de sua posição e situação e, ao mesmo tempo, reconheça a presença de
interesses e necessidades coletivas”

Coletivos (p. 159)


“A justiça, paz, equidade, bem-estar, liberdade, o direito de desenvolver uma
identidade social são valores coletivos”

Prilleltens (2001): quatro requisitos que devem ser atendido por um valor para orientar
adequadamente o trabalho na comunidade (p.160)
Orientar os processos condizentes com um cenário ideal
Evitar o dogmatismo (impor valores sobre outros) e o relativismo (considera todos
no mesmo nível)
Os valores devem ser complementares e não contraditórios
Promover o bem estar pessoal, coletivo e relacional
Desejo de alcançar uma sociedade melhor e cada comunidade decidide a melhor
maneira de construir essa vida melhor
“A reflexão comunitária assume os desejos, normas e a motivação contidas nessas
definições, mas devem mostrar rotas complementares, alternativas, maior
abrangência, restrições éticas que facilite o acesso aos benefícios desejados. Não se
pode ter conhecimento e não compartilhá-lo, assim como não pode conhecer os
benefícios de formas e meios de ação e escondê-los” (p. 161)

A psicologia comunitária objetiva alcançar a boa vida, o bem estar por meio do
conhecimento dos agentes externos e internos
A partir da eterna insatisfação o ser humano procura um futuro sempre melhor

“A psicologia comunitária é baseada em valores eticamente desejáveis, ou seja,


guiados pelo respeito e consideração do outro, pela harmonia, e o que no mundo em
que vivemos é considerado positivo” (p.162)

“O trabalho comunitário deve explicar os valores que o orientam, definir e formular


objetivos de acordo com esses valores e projetar e empregar modos de ação
consistentes com as metas” (p. 163)
“Tudo isso poderia ser resumido em fazer o que é dito e dizer o que é feito, indicando
por que é feito” (p. 163)
A particiapação e o comprometimento dos agentes internos são fundamentais, eles
deixam de ser apenas participantes da investigação para se tornarem agente ativos
da trasnformação

Para um bom trabalho comunitário é preciso considerar a visão cultural e histórica da


comunidade

“Tantos entre agentes externos como internos é possível encontrar pessoas que
queiram impor seus valores a todo custo, seja pela confronto, seja pela manipulação
ou por ameaças mais ou menos explícitas” (p. 166)
Essas divergências precisam ser discutidas para que não permanecem dentro do
grupo e acabem silenciando os participantes.

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