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Civil - Duda

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DIREITO CIVIL I

-> Conceito de Direito das Obrigações Figuras híbridas, mistas ou intermediárias: A doutrina menciona a
O direito das obrigações consiste num complexo de normas que rege relações existência de algumas figuras híbridas ou intermédias, que se situam entre o direito
jurídicas de ordem patrimonial, as quais têm por objeto prestações de um pessoal e o direito real
sujeito em proveito de outro. Disciplina as relações jurídicas de natureza Elas se dividem em: obrigações propter REM, s ônus reais e obrigações com
pessoal, visto que seu conteúdo é a prestação patrimonial, ou seja, a ação ou eficácia real.
omissão do devedor tendo em vista o interesse do credor, o qual, por sua vez, - Propter Rem: recai sobre uma pessoa em virtude do direito real, são obrigações
tem o direito de exigir o seu cumprimento. A principal finalidade do direito das impostas aos proprietários de não prejudicarem o som, segurança e outros em
obrigações consiste exatamente em fornecer meios ao credor para exigir do relação aos vizinhos.
devedor o cumprimento da prestação. Ex: direito de vizinhança
A obrigação propter rem significa que o titular do direito real sobre uma coisa passa
- Dever do obrigado e Direito do credor a ser devedor de uma prestação. Nesse sentido, a fim de quitar a prestação feita, a
-> QUAL O OBJETO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES? dívida é cobrada atacando o bem imóvel e não o titular. É por isso que dizemos que
Relações jurídicas denominadas direitos de credito ou direitos pessoais ou a obrigação propter rem adere ao bem e não ao titular.
obrigacionais compreendendo vínculos de relação patrimonial (credora e devedora). Devido a esta característica da obrigação propter rem, quando o titular vende o
.Conceito de obrigação imóvel, ele se livra da dívida visto que a dívida segue o imóvel e não aquele que foi
Submissão a uma regra de conduta no campo religioso, moral ou jurídico. proprietário. Desse modo, quem comprar este imóvel está responsável por pagar as
. Direito patrimonial se divide em: dívidas que o bem tinha. Sendo assim, segue a coisa independente de quem seja o
Reais(Ius in Re)= direito das coisas dono.
Obrigacionais(Jus ad Rem) = direito das obrigações O que é Direito Real?
Direito real é um conjunto de princípios e regras que disciplina uma relação jurídica
Teorias: - unitária realista entre pessoas tendo em vista bens.
- dualista Características: origem: provém de um direito real e essa obrigação o segue.
Distinções: - Quanto ao objeto - Quanto ao sujeito - Quanto à duração - Transmissibilidade automática: não é necessária a intenção específica do
Quanto à formação - Quando ao exercício - Quanto a formação transmitente. O adquirente do direito real não pode recusa -se a assumi–la.

- Ônus reais: A intenção deste documento é fazer uma consulta nos registros para
verificar qualquer tipo de ônus relacionado à propriedade. Ou seja, indicar se
existem ou não encargos registrados no histórico de um determinado imóvel.A
certidão de ônus reais é um documento fundamental no processo de compra e
venda de um imóvel e serve para garantir maior segurança no momento da
negociação. Limitam o uso e gozo da propriedade, quem garante essa divida é a
coisa e não a pessoa.

O que é Ônus?
O “ônus” se refere às obrigações ou responsabilidades que uma ou ambas as partes
concordam em assumir como parte do contrato.

- Obrigações com eficácia real: são aquelas que podem ser transferidas e ser
oponíveis a terceiro que adquira determinado bem sem que percam seu caráter de
direito a uma prestação.
Ex: Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará
obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua
vigência no caso de alienação, e não constar de registro.
§ 1º O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do
domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da
respectiva circunscrição, quando imóvel.
Noções Gerais de Obrigação Distinção Entre Obrigação E Responsabilidade
Conceito de Obrigação: Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito - Após o devedor contrair a divida existem duas opções:
ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada .Cumprir normalmente a divida
prestação. . Não efetuar o pagamento e tornar inadimplente. (nesse caso, a partir do interesse
do credor se busca através do judiciário no patrimônio do devedor o valor
necessário para suprir a divida)
Elementos constitutivos da obrigação:
Em ambos os casos é necessário que se distingue obrigação e responsabilidade
SUJEITO – OBJETO – VÍNCULO JURÍDICO
OBRIGAÇÃO
Elemento subjetivo, objetivo ou material e imaterial.
Obrigação: como vimos, a relação jurídica obrigacional resulta da vontade humana
ou da vontade do Estado, por intermédio da lei, e deve ser cumprida espontânea e
1- Sujeito voluntariamente. Quando tal fato não acontece, surge a responsabilidade. Esta,
Prestação positiva ou negativa, fazer ou não fazer portanto, não chega a despontar quando se dá o que normalmente acontece: o
Sujeito ativo: credor cumprimento da prestação. Cumprida, a obrigação se extingue. Não cumprida,
Sujeito passivo: devedor nasce a responsabilidade, que tem como garantia o patrimônio geral do devedor
RESPONSABILIDADE
A responsabilidade é, assim, a consequência jurídica patrimonial do
2- Objeto
descumprimento da relação obrigacional. Pode -se, pois, afirmar que a relação
Um ato ou fato humano. Pode ser positivo ou negativo (fazer é positivo e não fazer é
obrigacional tem por fim a prestação devida e, secundariamente, a sujeição do
negativo)
patrimônio do devedor que não a satisfaz.
A prestação (dar, fazer e não fazer) é o objeto imediato (próximo, direto) da
obrigação. Na compra e venda, como vimos, o vendedor se obriga a entregar,
que é modalidade de obrigação de dar, a coisa alienada. A obrigação de DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
entregar (de dar coisa certa) constitui o objeto imediato da aludida obrigação. Conceito de Modalidades: é o mesmo que espécies. Várias são as modalidades
Para saber qual o objeto mediato (distante, indireto) da obrigação, basta ou espécies de obrigações. Podem elas ser classificadas em categorias, reguladas
indagar: dar, fazer ou não fazer o quê? No citado exemplo da compra e venda, por normas específicas, segundo diferentes critérios. Essa classificação se mostra
se o vendedor se obrigou a entregar um veículo, este será o objeto mediato da necessária para enquadrá -las na categoria adequada, encontrando aí os preceitos
obrigação, podendo ser também chamado de “objeto da prestação” que lhes são aplicáveis.

Mediato ou objeto de prestação: (distante, indireto) da obrigação, basta indagar: dar, Classificação
fazer ou não fazer o quê?. É o objeto da prestação. Quanto ao objeto, divisão tricotômica
Imediato: (dar, fazer e não fazer) é o objeto imediato (próximo, direto) da obrigação. a) obrigações de dar; (coisa certa ou incerta) b) obrigações de fazer;
Sempre uma conduta humana. c) obrigações de não fazer
Para ser um objeto imediato precisa-se que este siga uma série de requisitos:
- Objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes
- O objeto deve ser, também, possível. Quando impossível, o negócio é nulo. A
impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica.
- O objeto da obrigação deve ser, igualmente, determinado ou determinável
(indeterminado relativamente ou suscetível de determinação no momento da
execução)

- Vínculo Jurídico
O liame existente entre o sujeito ativo e o sujeito passivo e que confere ao primeiro a) e b) são obrigações positivas, enquanto c) é negativa
o direito de exigir do segundo o cumprimento da prestação. A brange tanto o poder a) obriga-se a dante ??
conferido ao credor de exigir a prestação como o correlativo dever de prestar b) obriga-se a paciente
imposto ao devedor, estabelecendo o liame entre um e outro c) obrigam apenas os pacientes, são contraídas voluntariamente pelo próprio
- Elemento imaterial devedor, diminuindo sua liberdade e atividade (obrigam apenas os contratantes).
Fontes do Direito de Obrigação Divisões:
- Vontade do Estado: por intermédio da lei (fonte imediata) Quanto aos elementos: podem ser obrigações simples ou compostas
- Vontade Humana: Por meio do contrato da declaração unilateral da vontade e do obrigações simples: são as que se apresentam com um sujeito ativo, um sujeito
ato ilícito. A lei é fonte imediata. passivo e um único objeto, ou seja, com todos os elementos no singular;
obrigações compostas: basta que um desses elementos esteja no plural para que
a obrigação se denomine composta (ou complexa). Multiplicidade de sujeito ou de processo.
objeto. - de resultado
Por exemplo: “José obrigou -se a entregar a João um veículo e um animal” (dois quando o devedor se responsabiliza por um determinado fim.
objetos). A obrigação, neste caso, é composta com multiplicidade de objetos. Se a Ex.: transporte.
pluralidade for de sujeitos, ativo e passivo, concomitantemente ou não, a obrigação Somente a prova de caso fortuito ou força maior, pode eximir o devedor de alcançar
será composta com multiplicidade de sujeitos. o resultado pretendido.
Se subdividem em: - de garantia
Com multiplicidade de objeto: é a modalidade de obrigação assumida com objetivo de buscar eliminar um risco
-> Comutativas ou conjuntivas existente na obrigação principal e que pertencia ao credor, reparando suas
os objetos encontram-se ligados pela conjunção “e”. Ex.: um veículo e um animal. consequências.
Efetiva-se o seu cumprimento somente pela prestação de todos eles. - garantia de seguro
-> Dijuntivas ou alternativas
tem como finalidade reduzir o risco de contratos, através dele o segurado tem a
os objetos estão ligados pela disjuntiva “ou”. No exemplo supra, substituindo a
garantia de que obterá uma indenização caso determinada condição contratual não
conjunção “e” por “ou”, o devedor libera-se da obrigação entregando o veículo ou o
seja cumprida
animal. Tal modalidade de obrigação exaure-se com a simples prestação de um dos
objetos que a compõem.
-> Facultativas Quanto ao momento do seu cumprimento
trata-se de obrigação simples, em que é devida uma única prestação, ficando - de execução instantânea
facultado ao devedor e só ele, exonerar-se mediante o cumprimento de prestação consumam-se em um único ato.
diversa e predeterminada. Ex.: compra e venda. Pago por um lanche e recebo ele imediatamente.
- de execução deferida
Obs: O credor só pode exigir a prestação obrigatória ( que se encontra in
cujo cumprimento é realizado em um só ato. Mas, em momento posterior.
obligatione), mas o devedor se exonera cumprindo a prestação facultativa.
Ex.: compra e venda online.
Com multiplicidade de sujeitos:
- de periódica ou de trato sucessivo
-> Divisíveis
cumpre-se por parcelas ou etapas.
são aquelas em que o objeto da prestação pode ser dividido entre os sujeitos. -
Características: execução periódica e prática de atos reiterados.
Cada credor só tem direito à sua parte, podendo reclamá-la independentemente do
Exs.: compra e venda parceladas. construção de um muro (feito em etapas)
outro. E cada devedor responde - exclusivamente pela sua quota.
-> Indivisíveis
são aquelas em que o objeto da relação não pode ser dividido entre os sujeitos. - Quantos aos elementos acidentais
Cada devedor só deve, também, a sua quota-parte. Mas, em razão da sua Não são necessárias à sua existência.
indivisibilidade física do objeto, a prestação deve ser cumprida por inteiro, Se dois Estipulações acessórias que as partes podem pactuar para acrescentar ao negócio
sã os credores, um só pode exigir a entrega do animal mas somente por ser jurídico
indivisível, devendo prestar contas ao outro credor. obrigações puras e simples: não estão sujeitas a condição, termo e encargo
-> Solidários
- condicionais -> derivando a vontade das partes sujeita-se a um evento futuro e
independe da divisibilidade ou da indivisibilidade do objeto da prestação, porque
incerto que depende a eficácia do negócio jurídico
resulta da lei ou da vontade das partes. Só há interesse em saber se uma obrigação
Ex: O pai fala pros filhos que o primeiro que o der um neto, ganhará uma casa.
é divisível ou indivisível quando há multiplicidade de credores ou devedores.
Existe uma condição futura e incerta
-- Casual: E aquela cujo o implemento não depende da intervenção do declarante,
Quanto à exigibilidade podendo ser um fato natural ou de terceiro, não está no controle das partes
- Civis envolvidas. Alugo o seu pasto se chover na segunda semana de setembro
permite que seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, mediante ação -- Potestativa: Quando o implemento da condição depende do interesse de uma
judicial. das partes, podendo renunciar ou abrir mão do direito potestativo. A aquisição do
- Naturais fusca que depende do aluno estudar ou não para obter a média.
é aquela cuja a sua execução não pode o devedor ser constrangido, mas pelo . Simplesmente méramente potestativa: depende da vontade da pessoa para
cumprimento voluntário é pagamento verdadeiro. atingir o que pretende, da boa vontade da parte
. Puramente potestativa: E equiparada a algo ilicito pois leva a invalidação do NJ,
a condição fica dependendo do arbitrio de uma das partes. O pai prometeu o fusca,
Quanto ao fim
mas a condição para ganhar depende do pai e não do esforço do filho. Um capricho
- de meio
da pessoa, se ela quiser e se ela permitir.
multiplicidade de fatores que podem alterar o resultado. Não sendo
-- Mista: É a reunião da casual com a simplesmente potestativa. Novo reitor quer
responsabilidade do devedor, e sim, agir para que haja a possibilidade dele
premiar um aluno se o aluno for a Roma e trazer um autógrafo do Papa. Depende
acontecer.
da boa vontade da pessoa ir pra Roma e da boa vontade do Papa de assinar, ou
Ex.: Advogado. Não há como o advogado prometer a vitória da demanda do
seja, depende de terceiros.
Casual + Potestativa (meramente potestativa) Restituição -> Comodato, empréstimo de coisa
-- Promíscua: A condição que é protestativa inicialmente se frustra sem culpa do Pelo devedor ao credor
interessado. O papa morre antes da pessoa chegar no Vaticano mesmo tendo A obrigação de dar assumida pelo comodatário é cumprida mediante restituição da
prometido o autógrafo. coisa emprestada gratuitamente.
- a termo - Restituição de coisa emprestada (gratuitamente)
É o elemento acrescentado tanto no N.J, como no ato jurídico em sentido escrito. Ambas podem ser resumidas em uma única palavra: TRADIÇÃO
Evento futuro e certo Tradição é a efetiva entrega da coisa
- encargo ou modo “aquela em virtude da qual o devedor fica jungido a promover, em benefício do
Inserido nas liberalidades (negócios gratuitos) credor, a tradição da coisa (móvel ou imóvel), já com o fim de outorgar um novo
Em caso de aprovação do aluno - Aquisição do direito direito, já com o de restituir a mesma ao seu dono”
Em caso de reprovação o fusca deverá ser devolvido - Extinção do direito
Não comporta no ato jurídico em sentido estrito, levado em consideração que Espécies:
eles nascem da lei. Obrigações de dar coisa certa: ela é certa sobre quantidade, gênero e qualidade
Obrigações de dar coisa incerta: quantidade e gênero determinado, falta identificar a
Quanto a liquidez do seu objeto qualidade
- Liquidas: são aquelas que são certas quanto sua a existência e determinada
quanto seu objeto
- Iliquidas: certa quanto a existência, mas indeterminada quanto o objeto
Ex.: indenização.

Reciprocamente consideradas
Só se pode falar em obrigações principais e acessórias, uma em relação à outra
Principal: existência própria, independem de outra obrigação
Acessórias: existência subordinada a outra relação jurídica, dependem de uma
obrigação principal
Ex: fiança. A fiança é uma obrigação acessória, o contrato é principal.

CÁPITULO I DAS OBRIGAÇÕES DE DAR (ART.233 AO 246)

Introdução:
- Todas as obrigações, sem exceção, que venham a se constituir na vida jurídica,
compreenderão sempre alguma dessas condutas: dar, fazer ou não fazer Obrigação de dar coisa certa (art. 233 a 242)
- Consiste em transferir uma propriedade ou um direito real Seção I
- Aquela que o devedor fica comprometido a efetivar a entrega de coisa móvel Das Obrigações de Dar Coisa Certa
ou imóvel
- Prestação de coisa determinada ou determinável
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,
Ex: compra e venda salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
- palavra “dar”, no direito de crédito, tem um sentido geral, exprimindo a obrigação
de transferir, não somente a propriedade, como também a posse.
A obrigação de dar consiste, assim, quer em transmitir a propriedade ou outro direito Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a
real, quer na simples entrega de uma coisa em posse, em uso ou à guarda. Implica perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
ela a obrigação de conservar a coisa até a entrega e a responsabilidade do devedor
por qualquer risco ou perigo desde que esteja em mora quanto à entrega ou,
mesmo antes dela, se a coisa estava a risco ou responsabilidade do credor Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.

Formas: Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no
Entrega -> Compra e venda estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e
Na compra e venda, que gera obrigação de dar para ambos os contratantes, a do danos.
vendedor é cumprida mediante entrega da coisa vendida, e a do comprador, com a
entrega do preço Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos,
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a denominada novação objetiva, que só pode ocorrer havendo consentimento de
obrigação. ambas as partes.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
- O credor também não pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa.

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos 5.0 Tradição como transferência dominial
até o dia da perda.

Tradição: efetiva transferência da coisa.


Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais
perdas e danos.
- O contrato, por si só, não basta para a transferência do domínio. Por ele criam-
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se apenas obrigações e direitos.
se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa
- O domínio se adquire pela tradição, se for coisa móvel, e pelo registro do título
ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. (tradição solene), se for imóvel.

Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o


caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de
- A tradição, no caso das coisas móveis, depende ainda, como ato jurídico do
boa-fé ou de má-fé. obrigado para transferir o domínio, a vontade deste.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto
neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre
vivos, só se adquirem com a tradição.

Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se
adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a
1.247), salvo os casos expressos neste Código.

- Ou seja, enquanto o contrato que contém uma promessa de transferência não


estiver registrado no Cartório de Registro de Imóveis, existirá entre as partes
apenas um vínculo obrigacional. O direito real, com todas as suas
características somente surgirá após aquele registro.

Coisa certa: individualmente identificada e perfeitamente determinada com - “traditionibus et usucapionibus dominia rerum non nudis pactis transferuntur” =
características próprias, móvel ou imóvel. O domínio das coisas se transfere pela tradição (e hoje pela transcrição,
Ex: moto quanto aos imóveis), e não pelos contratos apenas.
O devedor se compromete a entregar ou a restituir ao credor um objeto
perfeitamente determinado
A obrigação de dar coisa certa confere ao credor simples direito pessoal (jus ad - Assim, pressupõe acordo de vontades, um negócio jurídico de alienação.
rem) e não real (jus in re). O contrato de compra e venda, por exemplo, tem
natureza obrigacional. O vendedor apenas se obriga a transferir o domínio da coisa
certa ao adquirente; e este, a pagar o preço. - Pode ser:
Impossibilidade de entrega de coisa diversa ainda que mais valiosa
- O credor não é obrigado a receber prestação diversa do combinado ainda Real: quando envolve a entrega efetiva e material da coisa;
que mais valiosa
- Do mesmo modo, a modalidade de pagamento não pode ser modificada sem o
consentimento das partes Simbólica: quando representada por ato que traduz a alienação, como a entrega das
- Na obrigação de dar coisa certa o devedor é obrigado a entregar ou restituir chaves do veículo vendido;
uma coisa inconfundível com outra
O vendedor é obrigado a entregar ou substituir uma coisa determinada. Ficta; no caso de constituto possessório ( cláusula constituti) - Ex.: Quando o
- A entrega de coisa diversa da prometida importa modificação da obrigação, vendedor, transferindo a outrem o domínio da coisa, conserva-a todavia em seu
poder, mas agora, na qualidade de locatário. pendentes.
- A cláusula constituti não se presume. Deve constar expressamente no ato ou
resultar de estipulação que pressuponha. - O devedor faz seus os frutos percebidos percebidos até a tradição porque
- Tanto a tradição como o registro no Cartório de Registro de Imóveis não ainda é proprietário da coisa.
constituem novos negócios bilaterais, sequer são considerados atos - Os frutos pendentes, ao contrário, passam com a coisa ao credor, porque a
abstratos.
integram até serem separados.

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do
6.0 Direitos aos melhoramentos acrescidos devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação
se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Enquanto não ocorrer a tradição, na obrigação de entregar, a coisa continuará
pertencendo ao devedor, “com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais Dono: credor, com direito à devolução.
poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a
obrigação”. Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à
coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de
indenização.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se
o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às
os pendentes. benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo
modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Melhoramentos e acrescidos: melhoramentos ( aquilo que modificar a coisa “para
melhor valor, em utilidade, em comodidade, na condição e no estado físico da coisa” Desse modo, levando em conta os dizeres do art. 1.219 do Código Civil,
e acrescidos (“tudo que se ajunta, que acrescenta à coisa, aumentando-a”). estando o devedor de boa-fé, tem direito à indenização dos melhoramentos ou
aumentos necessários ou úteis; quanto aos voluptuários, se não for pago o
respectivo valor, pode levantá-los (jus tollendi), quando o puder sem detrimento da
De modo semelhante, os frutos (“utilidades que uma coisa periodicamente produz. coisa e se o credor não preferir ficar com eles, indenizando o valor. O objeto é evitar
Nascem e renascem da coisa [...] como o café, os cereais, as frutas das árvores...") o locupletamento sem causa do proprietário pelos melhoramentos então realizados.
percebidos da coisa até o momento da tradição também pertencerão ao devedor,
enquanto aqueles pendentes serão transferidos ao credor (CC, art. 237, parágrafo Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
o
único). § 1 São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,
ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
o
§ 2 São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
Resolver-se a obrigação - significa que tudo volta à situação primitiva (como era o
§ 3 São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
antes, anteriormente à obrigação, sem outras consequências jurídicas.

Tipos de benfeitorias:
Ex.:
- Se necessário, poderá o devedor exercer o direito de retenção da coisa pelo
Objeto da obrigação valor dos melhoramentos e aumentos necessários e úteis, como meio
coercitivo de pagamento.
- Se o devedor estava de má-fé, ser-lhe-ão ressarcidos somente os
melhoramentos necessários, não lhe assistindo o direito de retenção pela
importância destes, nem o de levantar os voluptuários, porque obrou com a
consciência de que praticou ato ilícito.
Se esta der cria, o devedor não poderá ser constrangido
a entregá-la. Pelo acréscimo tem o direito de exigir aumento do preço, se o animal
não foi adquirido juntamente com a futura cria.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os
- A posse de má-fé não é totalmente desprovida de eficácia jurídica, porque o Quanto ao estado:
devedor nessa condição faz jus às despesas de produção e custeio, em Pendentes: enquanto unidos à coisa que os produziu.
atenção ao princípio geral de repúdio ao enriquecimento sem causa.
Percebidos ou colhidos: depois de separados.
Estantes: os separados e armazenados ou acondicionados para a venda.
7. Abrangência dos acessórios: Percipiendos : os que deviam ser, mas não foram colhidos ou percebidos.
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora Consumidos: os que não existem mais porque já foram utilizados.
não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias
do caso.

- O acessório segue o destino do principal. 8.0 Obrigação de entregar


Às vezes, a obrigação de dar não é cumprida porque, antes da entrega ou da
Ex.: no silêncio do contrato quanto a esse aspecto, a venda de um terreno com
instituição, a coisa perecer ou se deteriorar, em virtude da resolução do contrato,
árvores frutíferas inclui os frutos pendentes.
sofrendo, por conseguinte, o prejuízo decorrente do perecimento. Não está
obrigado, porém, a pagar perdas e danos.
- Tal princípio, aplica-se somente às partes integrantes (frutos, produtos,
benfeitorias), mas não às pertenças, que não constituem partes integrantes e Art. 492 do Código Civil: “Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por
se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador”.
de outro. Desse modo, mesmo inexistindo disposição em contrário, as
pertenças, como o mobiliário, por exemplo, não acompanham o imóvel
alienado ou desapropriado.
8.1 Perecimento sem culpa e com culpa do devedor
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. - Perecimento com culpa do devedor:
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
Art. 234, segunda parte, do Código Civil: “se a perda resultar de culpa do devedor,
circunstâncias do caso. responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos”.

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do
- Principal: é o bem que têm existência própria, que existe por si só. devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida
- Acessório: aquele cuja existência depende do principal. a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor,
responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Na grande classe dos bens acessórios compreendem-se os produtos e
frutos.

Frutos: são utilidades que periodicamente produz. Nascem e renascem da Equivalente: equivalente em dinheiro. Que corresponderá ao valor do objeto
coisa, sem acarretar-lhe a distribuição no todo ou em parte, como os frutos perecido, mais as perdas e danos, que denotam o prejuízo invocado. Deve cobrir,
das árvores. pois, todo o prejuízo experimentado e comprovado pela vítima, com culpa ou sem
culpa do devedor.
Produtos: são as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo - lhe a
quantidade, porque não se reproduzem periodicamente, como as pedras e os
metais.
Dividem-se quanto à origem: Perecimento: significa perda total.

Naturais: desenvolvem-se e se renovam periodicamente, em virtude da força Ex: o veículo que deveria ser entregue, incendia-se, ficando totalmente destruído.
orgânica da própria natureza.
Deterioração: perda parcial da coisa.
Industriais: aparecem pela mão do homem, isto é, os que surgem em razão
Ex: Se o incêndio, no entanto, provocou apenas uma pequena avaria, a hipótese é
da atuação do homem sobre a natureza, como a produção de uma fábrica.
de deterioração.
Civis: são os rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua utilização
Quem deve, nesses casos, suportar o prejuízo?
por outrem que não o proprietário, como os juros e os aluguéis.
equivalente + perdas e danos
Ex: João trabalha com entregas e comprou um caminhão pagando a vista. Ele
- Perecimento sem culpa do devedor: pegou várias encomendas contando com a entrega do caminhão. Por descuido da
loja, o caminhão foi deteriorado.
Prescreve o art. 234, primeira parte, do Código Civil que, se “a coisa se perder, sem João pode escolher entre: ficar com o caminhão batido, o valor da deterioração e o
culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica que perdeu com as encomendas ou não ficar com o caminhão, receber o que pagou
resolvida a obrigação para ambas as partes” e pelas encomendas perdidas
Nesse caso, extingue-se a obrigação para ambas as partes, que voltam à primitiva
situação (statu quo ante). Se o vendedor já recebeu o preço da coisa, deve devolvê- 9. Obrigação de restituir
lo ao adquirente, em virtude da resolução do contrato, sofrendo, por conseguinte, o -> subespécie da obrigação de dar
prejuízo decorrente do perecimento. Não está obrigado, porém, a pagar perdas e Restituir se distingue de dar
danos. Restituir: a coisa se acha com o devedor para seu uso, mas pertence ao credor,
titular do direito real.
Art. 492 do Código Civil: “Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por Dar: destina-se a transferir o domínio, que se encontra com o devedor na qualidade
conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador”. de proprietário (o vendedor, no contrato de compra e venda)

Deterioração da coisa a ser restituida


8.2. Deterioração sem culpa e com culpa do devedor Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á
Deterioração-> perda parcial do bem o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor,
Devedor: aquele que é responsável por dar o bem observar-se-á o disposto no art. 239.
- Perda parcial da coisa
- Sem culpa do devedor: o credor recebe a coisa sem direito a perdas e danos
Em caso de deterioração ou perda parcial da coisa também importa saber, Ex: João deixou o carro na casa de Rafael por R$300 enquanto ele viajava, no meio
preliminarmente, se houve culpa ou não do devedor. tempo houve uma forte tempestade e o carro quebrou. Rafael não tem obrigação de
restituir perdas e danos a João.
Se NÃO houver culpa: poderá o credor optar por resolver a obrigação, por não lhe
interessar receber o bem danificado, voltando as partes, neste caso, ao estado
anterior; ou aceitá-lo no estado em que se acha, com abatimento do preço, Cômodos das coisas (melhoramento ou acréscimo ao bem)
proporcional à perda Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se
resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
perdeu.
- Quando há a deterioração, há perca do valor econômico. Por isso, cabe ao Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor
CREDOR terá o direito potestativo de escolher se fica com o bem, abatido do preço os pendentes.
o valor que perdeu ou se resolve a obrigação - Se antes da tradição houver um melhoramento ou acréscimo, o devedor pode
Ex: João vendeu um carro pra Maria que ainda não havia pago, sábado que era o aumentar o valor e se o credor não concordar, o devedor pode dar como extinta a
dia que ela pagaria a João, houve uma chuva de granizo que danificou o carro. obrigação
Maria pode escolher entre: extinguir essa obrigação (Maria não paga e João não - Frutos percebidos: aqueles que já foram colhidos => pertence ao devedor
entrega o carro) ou manter o negócio, João somente irá abater o valor referente a Frutos pendentes: ainda estão ligados ao bem principal => pertence ao credor
depreciação do veículo.

9.1. Perecimento sem culpa e com culpa do devedor


Perecimento: perca total da coisa
Se HOUVER culpa: o credor poderá aceitar a coisa no estado em que se achar, com O devedor deve devolver algo que pertence ao credor
abatimento do valor proporcional à perda, ou receber o equivalente em dinheiro que
corresponde ao valor do objeto, nesses dois casos, o credor poderá reclamar ainda
CONCEITOS
a indenização por perdas e danos
Mora: o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou
no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Por exemplo: se
aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou
você tem financiamento de um carro ou de um imóvel e atrasa a prestação, você
em outro caso, indenização das perdas e danos.
está em mora.
- O credor pode escolher entre aceitar a coisa deteriorada + o valor da depreciação
Perdas e danos: é um termo jurídico que se refere à compensação monetária que
+ perdas e danos ou não aceitar a coisa deteriorada e pretender receber o
uma pessoa pode ser obrigada a pagar a outra por ter causado algum tipo de
prejuízo credor, mediante o pagamento do equivalente em dinheiro do bem perecido, mais as
Comodante é a pessoa que empresta o objeto. perdas e danos
Comodatário é a pessoa que recebe o objeto em comodato. Ex: O mesmo exemplo do anterior. Mas nesse caso, Rafael bateu o carro, ele
Impossibilidade de prestação: ocorre após a celebração do vínculo contratual e deverá ressarcir o valor equivalente do bem + perdas e danos
impede que a prestação seja cumprida e que essa pode decorrer tanto de
impedimentos naturais como legais.
9.2. Deterioração sem culpa e com culpa do devedor
SEM CULPA DO DEVEDOR
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal
devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o
se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. disposto no art. 239.
- Na obrigação de restituir coisa certa ao credor, quem irá se prejudicar é o próprio
credor por ser dono da coisa >> Se a o devedor tiver a obrigação de devolver (restituir) uma coisa ao credor
- O devedor não terá que arcar com as perdas e danos, exceto se ele estiver em e essa coisa se deteriorar antes de ser devolvida como ficará a obrigação do
mora devedor?
Ex: João alugou um carro para seu vizinho Rafael, ele tinha o dever de restituir a 1- primeira parte do artigo (letras vermelhas)- se a coisa se deteriorar sem culpa do
coisa a João. Entretanto, o carro foi roubado dentro da garagem de Rafael, ele não devedor o credor deverá receber a coisa deteriorada no estado em que se encontra
será obrigado a restituir ou indenizar João, a obrigação será extinta. não tendo direito a perda e danos.
Mas por 5 dias Rafael usou o carro, então ele terá que pagar pelos 5 dias.
“se o animal objeto de comodato, por exemplo, não puder ser restituído, por ter
perecido devido a um raio, resolve-se a obrigação do comodatário, que não terá de 2- segunda parte do artigo (letras azuis)- se a coisa se deteriorar por culpa do
pagar perdas e danos, exceto se estiver em mora, quando então responderá pela devedor esse hipótese se encaixa no art 239 e o credor pode escolher entre:
impossibilidade da prestação mesmo que esta decorra de caso fortuito ou de força -receber o equivalente em dinheiro+ perdas e danos
maior, se estes ocorrerem durante o atraso” -receber a coisa deteriorada+ perdas e danos
-> Ou seja, o devedor só irá arcar com as perdas em casos fortuitos ou de força
maior quando essa situação ocorrer durante o atraso Ex 1: João foi viajar por 1 mês e deixou seu carro estacionado no pátio da casa de
Rafael, que cobrou 300 reais para cuidar do veículo. Assim, Rafel tem a obrigação
de restituir o veículo. Todavia, ocorreu uma tempestade e uma árvore caiu em cima
do carro danificando o objeto. Considerando que Rafael não teve culpa em razão do
caso fortuito ou força maior, ele não terá nenhuma responsabilidade.

Ex 2: João foi viajar por 1 mês e deixou seu carro estacionado no pátio da casa de
Rafael, que cobrou 300 reais para cuidar do veículo. Assim, Rafel tem a obrigação
de restituir o veículo. Durante esse período, Rafael foi dar a ré e amassou o veículo,
nesse caso Rafael teve culpa pela deterioração do veículo e portanto deverá see
responsável pelos danos que causou. Podendo João escolher entre receber o
equivalente em dinheiro+ perdas e danos ou
receber a coisa deteriorada+ perdas e danos

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à 10. Das obrigações pecuniárias
coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de
indenização. >>pagar quantia em dinheiro
- Gerou frutos, naturais ou civis (como os aluguéis), sem despesa ou trabalho do
comodatário, é direito do credor
>>Do ponto de vista jurídico, a obrigação pecuniária se resume à de entregar
dinheiro , sendo, portanto, uma espécie do gênero obrigação de dar
COM CULPA DO DEVEDOR
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente, mais perdas e danos. Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda
- Deixando de fazê-lo, o devedor sofre as consequências da sua culpa: deve corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.
ressarcir o mais completamente possível a diminuição causada ao patrimônio do
-> Momento do pagamento (“no vencimento"). A entrega determinada quantia em Ex 1: 1000 camisetas- se tem o gênero (camisetas) e quantidade (1000), no entanto
dinheiro deverá ocorrer no seu vencimento. Consequentemente, apenas poderá ser não tem qualidade.
exigida nesse momento.
Moeda nacional, real (“em moeda corrente")
Ex 2: entregar dez sacas de café, o objeto é determinado pelo gênero (café) e pela
Valor nominal= valor da moeda que lhe atribui o Estado, no ato da emissão ou
quantidade (10) . Falta determinar somente a qualidade do café.
cunhagem.

O código civil de 2002 adotou nominalismo, portanto,de acordo com o referido


princípio, o devedor de uma quantia em dinheiro libera-se entregando a quantidade
de moeda mencionada no contrato ou título da dívida, e em curso no lugar do
pagamento, ainda que desvalorizada pela inflação, ou seja, mesmo que a referida
quantidade não seja suficiente para a compra dos mesmos bens que podiam ser
adquiridos, quando contraída a obrigação.

Para combater esse efeito decorrente da desvalorização é importante a se destacar


é a teoria da imprevisão (art. 317), em que o juiz poderá corrigir desproporção
manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução
devido a motivos imprevisíveis de modo que assegure, quanto possível, o valor
real da prestação.

Das obrigações de dar coisa incerta


12. Diferenças e afinidades com outras modalidades
Seção II
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Coisa incerta X Coisa certa
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem
será obrigado a prestar a melhor. Obrigações de dar coisa incerta-
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda - chamadas de genéricas
que por força maior ou caso fortuito.

- a prestação não é determinada e sim determinável pois falta o atributo qualidade


11. Conceito
- o devedor se encontra em situação mais cômoda, porque se libera com uma das
>> Chamada também de obrigação genérica coisas compreendidas no gênero indicado, à sua escolha.

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Obrigações de dar coisa certa-

>>Faltará o atributo da qualidade ao objeto designado para a prestação. - chamadas de específica

>>A prestação será definida apenas pelo gênero e pela quantidade, assim, a coisa - prestação determinada com qualidade, quantidade e gênero.
incerta é indeterminada, mas determinável pois se falta apenas determinar sua
qualidade.
Coisa incerta X Obrigação Alternativa
>> Quem escolherá o que deverá ser entegue ao credor é o devedor de acordo com
- na obrigação alternativa se tem dois ou mais objetos, onde a escolha recairá sobre o art 244. Exceto se no NJ estiver previsto que a escolha caberá ao credor ou a um
apenas 1 terceiro.

- na obrigação de dar coisa certa a escolha recai sobre a qualidade do único objeto >> Mas o devedor não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a
existente. melhor, ou seja, deve se adotar o meio termo, dando uma coisa de qualidade média
(critério da qualidade média).

- em ambas ocorre o ato de escolha (concentração) Ex: João comprou 200 kg de feijão do produtor da Fazenda Esmeraldo. 200 kg de
feijão é uma coisa incerta definida pela quantidade e gênero, pois não se sabe qual
a qualidade do feijão. Se existirem três qualidades, A, B e C, quem escolherá o tipo
- em ambas compete ao devedor a escolha, se não estipulado outra coisa
de feijão a ser entregue ao credor é o devedor (produtor), mas ele não será
obrigado a entregar o feijão tipo A (o melhor tipo) e nem poderá entregar o feijão tipo
C (o pior tipo), sendo assim ele deverá entregar o feijão tipo B (qualidade média).
Mas poderá escolher entre o tipo melhor e intermediário.

Coisa incerta X Obrigação fungível >> Se, no entanto, da coisa a ser entregue só existirem duas qualidades, poderá o
devedor entregar qualquer delas, até mesmo a pior. Caso contrário, escolha não
haverá. Nessa hipótese torna-se inaplicável, pois, o critério da qualidade
- a obrigação de dar coisa incerta tem por objeto coisa indeterminada, que ao intermediária.
devedor cabe entregar, com base na qualidade média, para efeito de liberação do
vínculo

- a obrigação fungível é composta de coisa fungível, que pode ser substituída por Depois que o devedor realizar a escolha da coisa que será entregue ao credor, o
outra da mesma espécie, qualidade e quantidade (p. ex., o dinheiro), para efeito de que vai acontecer?
desvinculação do devedor
Após o devedor escolher a coisa que será entregue ao credor (concentração),
o devedor deverá dar ciência ao credor de sua escolha ( por notificação, e-
mail, carta…) de acordo com o art 245
13. Disciplina legal
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção
antecedente.
13.1. Indicação do gênero e quantidade
O art 245 estabelece que após o devedor dar ciência ao credor, a obrigação será
regida pelo disposto na serão da Obrigação de Dar Coisa Certa, que vai do art. 233
Coisa incerta (indeterminada, mas determinável): Considera-se algo que se indique, ao 242.
ao menos, gênero e quantidade (Art. 243), sem indicar, portanto, a qualidade.
Faltando a individualização do objeto (res debita). O estado indeterminado da coisa Ou seja, após o devedor cientificar o credor de sua escolha, a obrigação de dar
cessará com a escolha. coisa incerta passará a ser uma obrigação de dar coisa certa.

13.2. Escolha e concentração 13.3. Gênero limitado e ilimitado

Concentração= é o ato da escolha da coisa a ser entregue ao credor. Os efeitos da obrigação de dar coisa incerta devem ser apreciados em dois
momentos distintos: a situação jurídica anterior e a posterior à escolha.
Se a coisa é incerta, quem definirá o que deverá ser entregue ao credor?
No caso de obrigações de dar coisa incerta, o devedor poderá alegar perda ou
A quem caberá a escolha do que deverá ser entregue ao credor? deterioração da coisa para se eximir de sua obrigação? Resposta art 246
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não
poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
O devedor não poderá alegar a perda ou deterioração da coisa incerta, ainda que
por força maior ou caso fortuito, antes da escolha (concentração) pois ainda não se
sabe o que vai ser entregue ao credor.

>> o gênero não perece (genus nunquam perit)

Ex: Se alguém, obriga-se a entregar dez sacas de café, não se eximirá da


obrigação, ainda que se percam todas as sacas que possui, porque pode obter, no
mercado ou em outra propriedade agrícola, o café prometido, ou seja, o gênero não
perece, e ele será obrigado a entregar as sacas de café.

>>>Após a escolha da coisa a ser entregue ao credor a obrigação passará a ser


uma obrigação de entregar coisa certa e assim, diferente será a solução se se
obrigar a dar coisa certa, que venha a perecer.

Ex: Herbert obrigou se a entregar um boi para a cooperativa C.


Um boi- coisa incerta definida pelo gênero e quantidade.
Posteriormente Herbert escolheu qual boi seria entregue e notificou a Cooperativa C
de que seria entregue um boi chamado valente, que venceu o último concurso na
cidade. Passando a obrigação a ser uma obrigação de dar coisa certa.
Se o boi valente (coisa certa) vier a perecer por alguma doença antes de ser
entregue, Herberg poderá alegar o perecimento da coisa para se eximir da
obrigação de dar, nos termos do art. 234.

CAPÍTULO II: DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER


CAPÍTULO II
Das Obrigações de Fazer
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a
ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a
obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à
custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização
judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. A obrigação de fazer poderá dizer respeito a qualquer ação do devedor, não importa
se material ou imaterial, como prestação de serviços ou realização de obras. Em
uma análise ampla, qualquer atividade humana (desde que lícita, possível e
Conceito: qualquer ação do devedor, não importa se material ou imaterial, como vantajosa ao credor) poderá constituir objeto da obrigação do devedor.
prestação de serviços ou realização de obras. Em uma análise ampla, qualquer
atividade humana (desde que lícita, possível e vantajosa ao credor) poderá
constituir objeto da obrigação do devedor. Ex: obrigação do pedreiro de construir um muro

Qual a diferença entre a obrigação de fazer e a obrigação de dar, já que dar


algo também é um ato de fazer algo?
1- na obrigação de fazer o devedor deverá fazer o serviço para depois entregar a
coisa.

Ex: se fotógrafo tem a obrigação de fotografar o casamento, ele primeiramente terá


que fazer o serviço de tirar as fotografias para depois entregar as fotografias.
2- na obrigação de dar o que importa é que objeto será entregue, já na obrigação de prestação ter-se tornado impossível como na de recusa de cumprimento, fica
fazer tem importância quem irá realizar a obrigação, o credor pode, conforme as afastada a responsabilidade do obrigado.
circunstâncias, não aceitar a prestação por terceiro.

Ex: se eu contratei um quadro de um pintor famoso, o quadro não poderá ser - Seja a obrigação fungível, seja infungível, será sempre possível ao credor optar
pintado por um outro pintor, pois as qualidades pessoais do devedor (pintor) são pela
extremamente relevantes para a realização do serviço. conversão da obrigação em perdas e danos, caso a inadimplência do devedor
decorra de
culpa de sua parte.

- Obrigação fungível, o credor pode optar pela execução específica, requerendo que
2. Espécies ela seja executada por terceiro, à custa do devedor (art. 249).

• Infungível, imaterial ou personalíssima = quando for convencionado que o devedor - Quando a obrigação é infungível, não há como compelir o devedor de forma
cumpra pessoalmente a prestação, estaremos diante de obrigação de fazer coisa direta, a satisfazê-la. Há, no entanto, meios indiretos, que podem ser acionados,
infungível. cumulativamente com
- Nesse caso, havendo cláusula expressa o devedor somente e exonerará se ele o pedido de perdas e danos, como, por exemplo, a fixação de uma multa diária.
próprio cumprir a prestação, executando o ato ou serviço prometido.

- A infungibilidade pode decorrer, também , da própria natureza da prestação, ou


seja, das qualidades profissionais, artísticas ou intelectuais do contratado. 3.1 Obrigações Infungíveis ou personalíssimas
Ex.: se determinado pintor, de renome, compromete-se a pintar um quadro. Dispõe o art. 247 do Código Civil:
“Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a
prestação
- O erro essencial da pessoa, nessas obrigações, constitui vício do consentimento. a ele só imposta, ou só por ele exequível”.

• Fungível, material ou impessoal = quando não há tal exigência expressa, nem se - A recusa voluntária induz a culpa. Ex.: o cantor, por exemplo, recusa-se a se
trata de ato ou serviço cuja execução dependa de qualidades pessoais do devedor, apresentar no espetáculo contratado.
ou dos usos e costumes locais, podendo ser realizado por terceiro.

- A recusa ao cumprimento de obrigação de fazer infungível resolve-se,


• Consistente em emissão de declaração de vontade = podendo assim, derivar de tradicionalmente,em perdas e danos, pois não se pode constranger fisicamente o
um contrato preliminar. devedor a executá-la.
Ex.: compromisso de compra e venda.

- Entretanto, o código de processo civil de 2015, contemplou meios de,


- Do ponto de vista jurídico, tais obrigações de emitir declaração de vontade são indiretamente, obrigar o devedor a cumpri-las, mediante a cominação de multa
fungíveis, pois é possível substituir a declaração negada por algo que produza os diária.
mesmos efeitos jurídicos.Inadimplemento - descumprimento da obrigação de fazer.

- As perdas e danos constituem, pois, no mínimo a que tem direito o credor. Este
pode com ela se contentar, se preferir.
3. Inadimplemento
- Prescreve o § 1º do referido art. 537 do Código de Processo Civil de 2015 que “a
- Não cumprida espontaneamente, acarreta a responsabilidade do devedor. multa
independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de
conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde
- As obrigações de fazer podem ser inadimplidas porque a obrigação tornou-se que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável
impossível sem culpa do devedor, ou por culpa deste, e ainda porque, podendo para cumprimento do
cumpri-la, recusa-se porém a fazê-lo. preceito”.

- Pelo sistema do Código Civil, não havendo culpa do devedor, tanto na hipótese de - Atualmente, portanto, a regra quanto ao descumprimento da obrigação de fazer ou
a não
fazer é a da execução específica, sendo exceção a resolução em perdas e danos. à que resultaria da emissão espontânea, pelo devedor, da declaração de vontade
sonegada.
- Não só a recusa do devedor em executar a obrigação de fazer mas também a
impossibilidade de cumpri-la acarreta o inadimplemento contratual. Por exemplo, o - Nesses casos, estabelece o legislador que a sentença que condene o devedor a
ator que fica impedido de se apresentar em um determinado espetáculo por ter emitir declaração de vontade, “uma vez transitada em julgado, produzirá todos os
perdido a voz ou em razão de acidente a que não deu causa, ocorrido no trajeto efeitos da declaração não emitida” (CPC/2015, art. 501). A sentença fará as vezes
para o teatro, sendo hospitalizado, não responde por perdas e danos. Mas a da declaração não
resolução do contrato o obriga a restituir eventual adiantamento da remuneração. emitida.

- Para que a impossibilidade de cumprimento da prestação exonere o devedor sem - Nesses casos, estabelece o legislador que a sentença que condene o devedor a
culpa de qualquer responsabilidade, tendo efeito liberatório, é necessário que este emitir declaração de vontade, “uma vez transitada em julgado, produzirá todos os
se dissimiu satisfatoriamente do ônus, que lhe cabe, de cumpridamente prová-la. efeitos da declaração não emitida” (CPC/2015, art. 501). A sentença fará as vezes
Deve a impossibilidade ser absoluta, isto é, atingir a todos, indistintamente. da declaração não emitida.

- A impossibilidade deve ser, também, permanente e irremovível. - Assim, o compromissário comprador deverá demonstrar que pagou integralmente
as parcelas que devia.

Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo


3.2 Obrigações fungíveis ou impessoais antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer
das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra
não importa, para o credor, que a prestação venha a ser cumprida por terceiro, a para que o efetive.
expensas do substituído. Interessa-lhe o cumprimento, a utilidade prometida. Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente”.

- “Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo Aduz o art. 464 do referido diploma:
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da “Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte
indenização inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se
cabível. opuser a natureza da obrigação”.

- Ex: se uma pessoa aluga um imóvel residencial e, no contrato, o locador se obriga Se tratar de bem móvel, compromissado à venda em instrumento que não contenha
a consertar as portas do armário que estão soltas, mas não cumpre a cláusula de arrependimento e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, poderá
Promessa, pode o inquilino mandar fazer o serviço à custa do aluguel que terá de o credor, considerado nesse caso titular de direito real, requerer ao juiz a sua
pagar. adjudicação compulsória, se houver recusa do alienante em outorgar a escritura
definitiva, como dispõem os arts. 1.417 e 1.418 do Código Civil.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido”.

- Possibilita ao credor, em caso de urgência e sem necessidade de autorização


judicial, executar ou mandar executar a prestação por terceiro, pleiteando
posteriormente o ressarcimento.

3.3 Obrigações consistentes em emitir declaração de vontade

- A execução da obrigação de prestar declaração de vontade não causa


constrangimento à
liberdade do devedor, pois é efetuada pelo juiz (CPC/2015, art. 501).

- A pretensão do credor, deduzida nesta ação, é que se forme situação jurídica igual
terreno.

>>> Se praticarem o ato que se obrigaram a não praticar, tornar-se-ão


inadimplentes, podendo o credor exigir, com base no art. 251

2. Inadimplemento da obrigação negativa


Inadimplemento: descumprimento de obrigação

Se o devedor se obrigou a não fazer (praticar) algo, mas essa obrigação tornou-se
impossível, qual será a consequência para o devedor? Resposta art 250.

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do
devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

Se a obrigação de não fazer (obrigação de abster-se) tornou-se impossível, por


caso fortuito ou força maior (sem a culpa do devedor) a obrigação de não fazer será
extinta, não vai mais existir.

Ex: não pode deixar de atender à determinação da autoridade competente, para


CÁPITULO III DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER construir muro ao redor de sua residência, o devedor que prometera manter cercas
(obrigação de não fazer). Assim, a obrigação de não fazer tornou-se impossível por
CAPÍTULO III
Das Obrigações de Não Fazer caso fortuito ou de força maior.

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne O que acontecerá se o devedor fizer (praticar) aquilo que se obrigou a não
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. fazer (praticar)? Resposta art 251

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o
culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar
desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento
devido.

1. Noção e alcance -> Se o devedor realizar o ato, não cumprindo o dever de abstenção (não fazer),
pode o credor exigir judicialmente que ele o desfaça, e se o devedor não desfazer
A obrigação de não fazer, ou negativa, impõe ao devedor um dever de abstenção: o do ato o credor poderá exigir que se desfaça o ato à custa do devedor e, ainda,
de não praticar o ato que poderia livremente fazer, se não se houvesse obrigado requerer as perdas e danos.
Ex 1: O adquirente que se obriga a não construir, no terreno adquirido, prédio além Ex: João comprou um terreno em um condomínio fechado. A passagem para o
de certa altura campo de futebol do condomínio se dá pelo terreno João. Ao comprar o terreno,
João se obrigou a não fechar a passagem para o campo de futebol. Ocorre que,
Ex 2: obrigação do empregado de não revelar os segredos da empresa. devido ao barulho, João construiu uma cerca impedindo os demais condôminos de
acessar o campo de futebol

>>> a obrigação de não fazer também compreende a obrigação do devedor de


permitir ou tolerar algo -> Pode-se verificar que João ao comprar o terreno se obrigou a não fazer algo,
João se obrigou a não fechar a passagem para o campo de futebol. Ocorre que
Ex: o dono do imóvel deve permitir a passagem da fiação elétrica pública pelo seu
João praticou o ato que se obrigou a não fazer. Assim, o condomínio poderá impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
requerer judicialmente que João desfaça a cerca, e se João não desfizer, que se
desfaça a cerca à custa de João, e requerer perdas e danos. Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com
Parágrafo único: se o devedor praticar o ato que se obrigou a não praticar, e houve perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o
urgência, o credor terá o direito de desfazer ou mandar desfazer o ato, sem precisar credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
de autorização judicial e, ainda, confere ao credor o direito de requerer o que gastou
para desfazer o ato. Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á
a obrigação.
Ex: João alugou uma sala comercial. Constava no contrato de locação que João
deveria pagar e manter as luzes do estacionamento do prédio (obrigação de não
apagar/desligar as luzes), que estavam ligadas no relógio da sua sala. No primeiro 1. Obrigações cumulativas e alternativas.
mês da locação, João desfez as ligações de luz deixando todo o estacionamento do - Obrigação simples: Quando a obrigação tem por objeto uma só prestação (p. ex.:
prédio no escuro. entregar um veículo) diz-se que ela é simples.
- Obrigação composta: Havendo pluralidade de prestação, a obrigação é
complexa ou composta
Subdividem-se em:
-> Em virtude da urgência, em razão da segurança dos demais condôminos, o >obrigações cumulativas
condomínio por conta própria poderá providenciar a ligação da luz e requerer >obrigações alternativas
judicialmente de João as despesas que teve, mais perdas e danos (se houver). >obrigações facultativas.

Obrigação cumulativa ou conjuntiva: é uma relação complexa com pluralidade de


objetos, na qual o devedor deve prestar todos os objetos. Se uma das duas
3. Regras processuais prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá
o débito quanto à outra. E
Os arts. 642 e 643 do Código de Processo Civil cuidam da execução das obrigações - pagamento seja simultâneo ou sucessivo, mas o credor não pode ser compelido a
de não fazer. receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou

- se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo
contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para desfazê-lo. Obrigações alternativas ou disjuntivas: são aquelas que têm como objeto duas
ou mais prestações (objeto múltiplo), e o devedor exonera-se cumprindo apenas
- Se este não cumprir a obrigação, o juiz mandará desfazê-lo à sua custa, uma delas. A palavra-chave desta obrigação é a conjunção ou, e, como regra geral,
responsabilizando-o por perdas e danos a escolha da obrigação cabe ao devedor. OU

Obrigação cumulativa VS alternativa


CAPÍTULO IV DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS Obrigação cumulativa, também denominada obrigação conjuntiva, as prestações
devidas estão ligadas pela partícula ou conjunção copulativa “e”, como na
CAPÍTULO IV
Das Obrigações Alternativas
obrigação de entregar um veículo e um animal, ou seja, os dois, cumulativamente.
Efetiva-se o seu cumprimento somente pela prestação de todos eles.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se
Obrigação alternativa os objetos estão ligados pela disjuntiva “ou”, podendo haver
estipulou.
o duas ou mais opções. Tal modalidade de obrigação exaure-se com a simples
§ 1 Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
o prestação de um dos objetos que a compõem.
§ 2 Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser
exercida em cada período.
o
§ 3 No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o
juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
o
§ 4 Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao
juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se
o
§ 4 Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao
juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

- O direito de opção transmite-se a herdeiros


Essa deferência ao devedor decorre do fato de ser considerado o mais fraco
na relação contratual. É por essa mesma razão que, na dúvida, sempre se
decide contra quem redigiu o contrato e dele se beneficia
Art. 252 §1° : Se se obriga a entregar duas sacas de café ou duas sacas de arroz,
por exemplo, não poderá compelir seu credor a receber uma saca de café e uma de
arroz. O aludido dispositivo legal estabelece a indivisibilidade do pagamento
Art. 252, § 2º: Poderá, assim, em um deles (no primeiro ano, p. ex.), entregar
somente sacas de café, e no outro somente sacas de arroz, e assim
sucessivamente. Também nesta hipótese não poderá dividir o objeto da prestação.
252, § 3°: Não é aplicável à escolha da prestação, nas obrigações alternativas, o
2. Conceito de obrigação alternativa. princípio jurídico do meio-termo ou da qualidade média: o titular do direito de
Obrigação alternativa é a que compreende dois ou mais objetos e extingue-se com escolha pode optar livremente por qualquer das prestações
a prestação de apenas um.
Nessa modalidade a obrigação recai sobre duas ou mais prestações, mas em
simples alternativa, que a escolha virá desfazer, permitindo que o seu objeto se 4. A concentração.
concentre numa delas. Essa alternativa pode estabelecer-se entre duas ou mais - Cientificada a escolha, dá-se a concentração, ficando determinado, de modo
coisas, entre dois ou mais fatos, ou até entre uma coisa e um fato definitivo, sem possibilidade de retratação unilateral, o objeto da obrigação
Ex: a obrigação assumida pela seguradora de, em caso de sinistro, dar outro carro
ao segurado ou mandar reparar o veículo danificado, como este preferir - As prestações in obligatione reduzem-se a uma só, e a obrigação torna-se simples

As prestações são múltiplas, mas, efetuada a escolha, quer pelo devedor, quer - Comunicada a escolha, a obrigação se concentra no objeto determinado, não
pelo credor, individualiza-se a prestação e as demais ficam liberadas, como podendo mais ser exercido o jus variandi. Torna-se ela definitiva e irrevogável,
se, desde o início, fosse a única objetivada na obrigação salvo se em contrário dispuserem as partes ou a lei
- É como se desde o começo ela fosse uma prestação simples NA FALTA DE COMUNICAÇÃO, o direito de mudar a escolha pode ser exercido
pelo devedor até o momento de executar a obrigação, e pelo credor, até o momento
As obrigações alternativas oferecem maiores perspectivas de cumprimento, em que propõe a ação de cobrança
pelo devedor, pois lhe permitem selecionar, dentre as diversas prestações, a
que lhe for menos onerosa, diminuindo, por outro lado, os riscos a que os - O contrato deve estabelecer prazo para o exercício da opção. Se não o fizer, o
contratantes se achem expostos. Se, por exemplo, um dos objetos devidos devedor será notificado, para efeito de sua constituição em mora. Esta não o priva,
perecer, não haverá extinção do liame obrigacional, subsistindo o débito entretanto, do direito de escolha, salvo se a convenção dispuser que passa ao
quanto ao outro credor.
> O DEVEDOR FICA EM MORA quando não efetuar o pagamento e o credor que
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer
tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
5. Impossibilidade das prestações.
3. Direito de escolha. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível,
subsistirá o débito quanto à outra.
- A obrigação alternativa só estará em condições de ser cumprida depois de definido
o objeto a ser prestado. Essa definição se dá pelo ato de escolha.
A quem compete a escolha da prestação? - Prevê-se, nesse caso, a hipótese da impossibilidade originária, ou da
Ao devedor. impossibilidade superveniente, de uma das prestações, por causa não
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se imputável a nenhuma das partes.
estipulou.
o
§ 1 Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. Ex: impossibilidade material, decorrente, por exemplo, do fato de não mais se
o
§ 2 Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser
fabricar uma das coisas que o devedor se obrigou a entregar, ou de uma delas ser
exercida em cada período. um imóvel que foi desapropriado
o
§ 3 No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o
juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. A obrigação, nesse caso, concentra-se automaticamente, independentemente da
vontade das partes, na prestação remanescente, deixando de ser complexa para se
tornar simples perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o
credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

Neste caso, o credor não é obrigado a ficar com o objeto remanescente, pois a
escolha era sua. Pode dizer que pretendia escolher justamente o que pereceu,
Se a impossibilidade é jurídica: por ilícito um dos objetos (praticar um crime, p. optando por exigir seu valor, mais as perdas e danos.
ex.), toda a obrigação fica contaminada de nulidade, sendo inexigíveis ambas as
prestações. Ex: pode alegar, por exemplo, que não tem onde guardar o animal, se este for o
remanescente, e exigir o valor do veículo que pereceu, mais perdas e danos.

Se a impossibilidade é física: será alternativa apenas na aparência, constituindo,


na verdade, uma obrigação simples

Se a impossibilidade de uma das prestações é superveniente e inexiste culpa 6. Obrigações facultativas.


do devedor: dá-se a concentração da dívida na outra, ou nas outras. 6.1. Conceito.
Ex: alguém se obriga a entregar um veículo ou um animal, e este último vem a Trata-se de obrigação simples, em que é devida uma
morrer depois de atingido por um raio, concentra-se o débito no veículo. Mesmo que única prestação, ficando, porém, facultado ao
o perecimento decorra de culpa do devedor, competindo a ele a escolha, poderá
concentrá-la na prestação remanescente. devedor, e só a ele, exonerar-se mediante o
cumprimento de prestação diversa e
predeterminada. É obrigação com faculdade de
Se a impossibilidade for de todas as prestações, sem culpa do devedor: substituição.
“extinguir-se-á a obrigação”, por falta de objeto, sem ônus para este (CC, art. 256).

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a - Como o dever de prestar tem por objeto prestação determinada, o credor nunca
obrigação. poderá exigir a prestação posta em alternativa. Mas terá de aceitá-la, se o
devedor optar por ela no momento do cumprimento, sob pena de incorrer em mora

Se houver culpa do devedor, cabendo-lhe a escolha: ficará obrigado “a pagar o - Vendedor, que se obriga a entregar determinado objeto (um veículo, um animal, p.
valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso ex.), ficando-lhe facultado substituí-lo por prestação do equivalente em dinheiro; e a
determinar” (CC, art. 254). Isto porque, com o perecimento do primeiro objeto, do arrendatário, obrigado a pagar o aluguel, que pode exonerar-se entregando
concentrou-se o débito no que por último pereceu. frutos ao credor em vez de moedas
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo
ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais Pode-se afirmar, em face do exposto, que obrigação facultativa é aquela que, tendo
as perdas e danos que o caso determinar. por objeto uma só prestação, concede ao devedor a faculdade de substituí-la por
outra.

O Código Civil brasileiro não trata das obrigações facultativas, visto que,
Se a escolha couber ao credor: pode este exigir o valor de qualquer das
praticamente, não deixam elas de ser alternativas, para o devedor, e simples
prestações (e não somente da que por último pereceu, pois a escolha é sua), além
para o credor, que só pode exigir daquele o objeto principal. O Código Civil
das perdas e danos.
argentino, ao contrário, dedica-lhe nada menos de nove artigos

6.2. Características e efeitos.


- Na obrigação facultativa não há escolha pelo credor, que só pode exigir a
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por prestação devida. Não há, em consequência, necessidade de citar o devedor para,
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com
previamente, exercer a sua opção, como sucede nas obrigações alternativas, em
que a escolha da prestação compete ao devedor Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação
ou confusão.

- As obrigações facultativas apresentam certas semelhanças com as Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
obrigações alternativas, sendo aquelas, em realidade, uma espécie do gênero o
destas, um tipo sui generis de obrigação alternativa, sob certos aspectos, ao menos § 1 Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão
do ponto de vista do devedor, que escolhe entre uma ou outra solução da obrigação todos por partes iguais.
o
§ 2 Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e
A obrigação alternativa tem multiplicidade de objetos e todos são devidos até danos.
que se entregue um deles, mas apenas um será cumprido como pagamento.
Já a facultativa é aquela cujo objeto da prestação é único, mas confere ao
devedor o direito excepcional de substituí-lo por outro.
1. Conceito de obrigação divisível e indivisível

>> Quando na obrigação concorrem um só credor e um só devedor ela é única ou


simples. As obrigações divisíveis e indivisíveis, porém, são compostas pela
multiplicidade de sujeitos.

>> A obrigação divisível e indivisível só oferece interesse jurídico havendo


pluralidade de credores ou de devedores, pois, existindo um único devedor obrigado
a um só credor, a obrigação é indivisível, isto é, a prestação deverá ser cumprida
por inteiro, seja divisível, seja indivisível o seu objeto.

>> Havendo um só credor e um só devedor, seria irrelevante averiguar se a


prestação é ou não divisível
CAPÍTULO V OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
>> O código civil não conceituou obrigação divisível , assim a obrigação divisível é
ao contrário da indivisível (contrario sensu)
CAPÍTULO V
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
Obrigação divisível: é a obrigação que tem uma prestação divisível, que pode ser
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta dividida, fracionada.
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não >> Na obrigação divisível a prestação pode ser cumprida de forma parcial, pois isso
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão não acarreta na alteração de sua substância, diminuição do valor ou prejuízo a sua
determinante do negócio jurídico.
finalidade.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será
obrigado pela dívida toda. Obrigação indivisível: art 258- tem uma prestação, consistente em um fato ou
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos
coisa, que não pode ser dividida
outros coobrigados.
>> Na obrigação indivisível a prestação deverá ser cumprida por inteiro
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: (integralmente), não poderá ser dividida.

I - a todos conjuntamente; Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa
ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o Ex: um carro não pode ser dividido, pois se fosse perderia sua substância, valor e
direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
utilidade.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros;
mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Obs: Por que as prestações não podem ser divididas? Resposta- devido às da coisa. A prestação seria naturalmente divisível, mas como a lei determinou que
espécies de indivisibilidade. ela fosse indivisível, não poderá dividir a prestação.

Ex: dois devedores prometem entregar duas sacas de café, a obrigação é divisível, Ex- pensão alimentícia
devendo cada qual uma saca. Se, no entanto, o objeto for um cavalo ou um relógio, João foi citado para pagar os últimos 3 meses de pensão alimentícia atrasados.
a obrigação será indivisível, pois não podem fracioná-los. João não poderá pagar o valor de forma parcelada porque a lei determina que
deverá ser pago de uma única vez.
>>> consequências jurídicas decorrentes do fato de a obrigação divisível ter
numerosos sujeitos ativos ou passivos: C- Indivisibilidade convencional: a prestação é indivisível por vontade
(convenção) das partes (indivisibilidade subjetiva). A prestação, por determinação
das partes, terá de ser cumprida de forma integral, de uma só vez, afastando a
a) cada um dos credores só têm direito de exigir sua fração no crédito;
possibilidade de cumprimento parcial.

b) de modo idêntico, cada um dos devedores só tem de pagar a própria quota no


Ex: João comprou um carro por 20.000 com pagamento até o dia 15 do próximo
débito;
mês. No dia 15 João terá de pagar a totalidade do valor, porque as partes
convencionaram que o valor de 20.000 seria pago integralmente no dia 15.
c) se o devedor solver integralmente a dívida a um só dos vários credores, não se
desobrigará com relação aos demais concredores;
D- Indivisibilidade judicial: é a decorrente de decisão judicial.

d) o credor que recusar o recebimento de sua quota, por pretender solução integral,
Ex: o banco do X inscreveu o nome de João no SPC/ Serasa por três dívidas
pode ser constituído em mora;
diferentes. O juiz determinou que o banco retirasse o nome de João do SPC/
Serasa. A obrigação é indivisível porque uma decisão judicial determinou que o
e) a insolvência de um dos codevedores não aumentará a quota dos demais; nome de João fosse retirado do SPC/S, assim o banco não poderá cancelar uma
inscrição e deixar as outras, terá que cancelar todas as inscrições.
f) a suspensão da prescrição, especial a um dos devedores, não aproveita aos
demais ; >>>O livro só conceitua as três primeiras espécies (natural, legal e convencional)

g) a interrupção da prescrição por um dos credores não beneficia os outros; operada


contra um dos devedores não prejudica os demais .
3. A indivisibilidade em relação às várias modalidades de
obrigações

2. Espécies de indivisibilidade A- A obrigação de dar coisa certa: será divisível ou indivisível, conforme a
natureza do objeto.
A- Indivisibilidade natural: ou prestação naturalmente indivisível Ex: Se este for divisível (entregar dez sacas de café de qualidade determinada a
Pode-se dizer que a obrigação é indivisível por natureza quando o objeto da dois credores). Se, no entanto, a coisa a ser entregue for um animal, será ela
prestação (pode ser uma coisa ou um fato) não pode ser fracionado sem prejuízo da indivisível.
sua substância, de seu valor ou utilidade.
Ex 1: São assim naturalmente indivisíveis as obrigações de entregar um animal, um
relógio, um carro.
B- As obrigações de dar coisa fungível: são sempre divisíveis

Ex 2: Um médico contratado para fazer cirurgia plástica de nariz em uma paciente,


não poderá fazer a cirurgia pela metade porque é um fato indivisível, é uma Ex: utilizando dinheiro como exemplo, estes são sempre divisíveis.
prestação de serviço indivisível que não pode ser cumprida parcialmente.

C- Obrigação de restituir: são em regra, indivisíveis.


B- Indivisibilidade legal: a obrigação é indivisível por determinação da lei. O
Estado, algumas vezes, em atenção ao interesse público ou social, impede a divisão Ex: O comodatário é obrigado a devolver a coisa emprestada, não podem reter uma
parte dela, salvo permissão do dono
Comodato – empréstimo de bem que não pode ser substituído e deve ser devolvido devedores: João e Pedro
ao final.
credores: Maria e Ana

D- Obrigação de fazer: algumas vezes pode ser divisível, outras vezes indivisível. >> Como os 20.000 é uma obrigação divisível, segundo o art 257 deve se dividir a
Se a obrigação de fazer tiver por objeto um negócio que envolva uma promessa, a obrigação em partes iguais, ou seja:
divisibilidade ou não será aferida em função do direito a que a declaração se refere.
2 devedores: cada um pagará 10.000
Ex: A obrigação de fazer uma estátua é indivisível. Mas será divisível se o escultor 2 credoras: cada uma terá direito a receber 10.000
for contratado para fazer dez estátuas, realizando uma a cada dez dias.
>> O que significa obrigação distinta? Cada credor somente pode cobrar a parte
E- As obrigações em que o devedor assume a obrigação de, simultaneamente, que lhe cabe; da mesma forma que o devedor somente é obrigado a cumprir a parte
dar e fazer: geralmente são indivisíveis. que deve.

Ex: Em um contrato consta que João e Pedro devem 20.000 para Maria e Ana.
Ex: pagar uma soma de dinheiro e fazer uma obra.
João deve 5.000 para Maria e 5.000 para Ana
F-As obrigações negativas, de não fazer: em geral são indivisíveis Pedro deve 5.000 para Maria e 5.000 para Ana

Ex: Se alguém, obrigar-se a não construir em determinado terreno, bastará que Assim de Maria cobrar a dívida apenas de João, ela somente poderá cobrar 5.000,
inicie a construção para que se torne inadimplente. Poderá, no entanto, ser divisível, pois as obrigações são distintas, os outros 5.000 que João deve cabem a Ana
se o devedor obrigou-se a não praticar determinados atos, completamente
E se João, por exemplo, pagar os 10.000 para Maria e Ana, ele terá quitado sua
independentes, como não vender e não alugar, não plantar e não colher.
dívida, mesmo que Pedro não pague, pois as obrigações são distintas.

G- As obrigações alternativas e as genéricas ou de dar coisa incerta: estão


>>> Cada devedor só deve a sua quota-parte. A insolvência de um não aumentará a
incluídas entre as obrigações indivisíveis, visto que até a escolha não se sabe
quota dos demais. Havendo vários credores e um só devedor, cada credor receberá
exatamente qual a prestação devida de fato. Por essa razão, o caráter divisível ou
somente a sua parte. Assim, se alguém se obriga a entregar duas sacas de café a
indivisível da obrigação fica em suspenso.
dois credores, cada credor receberá uma saca.
Após a escolha feita, ela se converte em obrigação de dar coisa certa (CC, art. 245),
e será divisível ou indivisível conforme a natureza do objeto escolhido.
Indivisibilidade
Os efeitos das obrigações indivisíveis, depende da hipótese de serem vários os
devedores e a de serem dois ou mais os credores. >>> arts. 259 e 260
4. Efeitos da divisibilidade e da indivisibilidade da prestação

Divisibilidade 4.1. Pluralidade de devedores

Como deverá ser feita a divisão da obrigação entre os credores e os Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível,
devedores? Resposta art. 257 cada um será obrigado pela dívida toda.

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos em relação aos outros coobrigados.
os credores ou devedores.
>> Na obrigação indivisível o devedor é obrigado pela dívida toda, pois não se tem
>>> Na obrigação divisível, se tivermos vários credores ou devedores, devemos como dividir a prestação, pelo risco da perda da utilidade, substância ou valor;
dividir a obrigação em partes iguais para cada credor e para cada devedor. Essa diferentemente da obrigação divisível (art. 257) que determina que o devedor só é
divisão irá gerar obrigações distintas para cada credor e para cada devedor. obrigado pela sua parte.

Ex: Em um contrato consta que João e Pedro devem 20.000 para Maria e Ana. >> Nos casos de obrigação indivisível com pluralidade passiva (devedores), como a
prestação não pode ser efetuada por partes, duas soluções se apresentam em seu
obrigação divisível: 20.000
regime: ou o credor pode exigir o cumprimento de cada um dos devedores,
respondendo o escolhido é interpelado pelo pagamento da prestação única ou
O que acontecerá, se o devedor devia para dois credores e pagar apenas para
integral, ou o credor tem que interpelar todos eles, para validamente exigir o
um credor? Resposta segunda parte do art 260
cumprimento.
Na obrigação divisível, cada credor poderá exigir a dívida inteira. No entanto o
devedor só se desobrigará da obrigação se:
Ex: João e Pedro são obrigados a dar um carro no valor de 50.000 para Maria= 1- pagar a todos os credores conjuntamente, pois pagando não há mais o que os
obrigação indivisível credores reclamarem pois todos receberam
Ou seja, tanto João quanto Pedro são responsáveis pela dívida toda. Ex: Maria obrigou-se a entregar um carro para João e Pedro. Se Maria entregar o
carro para os dois conjuntamente, ela cumpriu com sua obrigação, pois pagou
conjuntamente todos os credores.
Maria poderá exigir o cumprimento da obrigação:
2- pagar a um dos credores, desde que este credor dê uma caução de ratificação
De Pedro + João ou Somente de João ou Somente de Pedro
dos outros credores.
Caução de ratificação dos outros credores: documento assinado pelos demais
Parágrafo único: credores autorizando que um (ou mais de um) credor receba a obrigação sozinho
sub-roga-se no direito do credor: significa que se um dos credores cumprir a (em nome dos demais credores).
obrigação sozinho, este passará a ser credor do que não cumpriu a obrigação. Ex: Maria obrigou-se a entregar um carro para João e Pedro. Maria irá se
desobrigar-se se entregar o carro somente para João, desde que João entregue
para Maria uma caução de ratificação assinada por Pedro, na qual Pedro concorde
Ex: João e Pedro são obrigados a dar um carro no valor de 50.000 para Maria=
que Maria entregue o carro somente para João.
obrigação indivisível
Ou seja, tanto João quanto Pedro são responsáveis pela dívida toda.
Se João cumprir a obrigação sozinho, ele sub-roga-se no direito de credor. Ou seja,
como ele cumpriu a obrigação sozinho, passará a ser credor de Pedro (no valor de
O que irá acontecer se somente um credor receber prestação da obrigação
25.000), pois João cumpriu a parte da obrigação que cabia a Pedro.
indivisível?
Resposta art 261

4.2. Pluralidade de credores Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos
outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
O que acontece quando uma obrigação indivisível houver vários credores?
Apenas um credor terá direito a prestação inteira ou todos os credores terão >> se somente um credor receber a prestação da obrigação indivisível, os demais
os mesmos direitos? credores poderão exigir deste credor o valor da sua parte em dinheiro.
Resposta art. 260

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a >> efetuado o pagamento a um só dos credores, torna-se evidente que recebeu
dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: este não só a sua parte na dívida, como as dos demais credores. Se não repassá-
las a estes, em dinheiro, ou em espécie quando possível, experimentará um
I - a todos conjuntamente; inadmissível enriquecimento sem causa.

II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. Ex: Maria obrigou-se a entregar um carro para João e Pedro no valor de 50.000. Se
João receber o carro sozinho (dando caução de ratificação de Pedro); Pedro poderá
Primeira parte do artigo 260 (letras em negrito)
exigir de João, em dinheiro, os 25.000 que era a sua parte na prestação.

>>> Como a obrigação é indivisível, não tem como dividir a obrigação entre os
Ainda no concernente à obrigação indivisível com pluralidade de credores,
credores, sendo assim cada credor terá o direito de exigir a dívida inteira.
prescreve o Código Civil:

Ex: se dois credores têm direito de receber um carro; como o carro é indivisível,
O que acontece se em uma obrigação tiver vários credores e apenas um dos
cada credor poderá exigir o carro por inteiro.
credores perdoar (remir) a dívidas e os outros credores não perdoarem? Art
262

Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para
Segunda parte do artigo 260 (letras sem estar em negrito) com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor
remitente. Novação, é a criação de obrigação nova, para extinguir uma anterior. É a
substituição de uma dívida por outra, extinguindo-se a primeira. Assim, celebrada
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, entre um dos credores e o devedor comum, extingue-se a dívida deste, porém
compensação ou confusão. somente pela sua quota, podendo os demais credores, a qualquer tempo, reclamar
as parcelas a que têm direito.
Remissão da dívida pelo credor = perdão da dívida pelo credor

>> Na obrigação divisível, se tivermos vários credores ou devedores, devemos ● Compensação- art 368 a 380 do CC
dividir a obrigação em partes iguais para cada credor e para cada devedor. Então Compensação também é meio de extinção de obrigações, porém entre pessoas que
se um dos credores perdoar a dívida não haverá problema pois cada credor tem são, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra.
direito a sua parte, assim se um credor perdoar a dívida é só descontar essa parte.

● Confusão- art 381 a 384 do CC


Ex: Maria deve 30.000 (obrigação divisível) para João, Pedro e Rafael. Se João Ocorre quando as qualidades de credor e devedor se encontrarem em uma só
perdoar a parte dele na dívida (10.000), Maria ainda deve 10.000 para Pedro e pessoa, extingue-se a obrigação pela confusão.
10.000 para Rafael

Ex: Há poucas hipóteses de confusão na prática. No campo do Direito das


>> Na obrigação indivisível, que trata o art 262, se um dos credores perdoar a Sucessões, pode-se mencionar o caso do credor, que deixando todos os seus bens
dívida, não ocorrerá a extinção da obrigação com relação aos demais credores. No por testamento para o devedor, morre, configurando a confusão na pessoa do
entanto, esses credores que não perdoaram a dívida somente poderão exigir do devedor.
devedor o cumprimento da obrigação caso descontem a parte do credor que
perdoou a dívida.

Ex: o objeto da obrigação é dar um cavalo a três credores, sendo que um 5. Perda da indivisibilidade
deles remite a dívida. Os outros dois exigem pagamento, que só poderá ser
feito mediante a entrega, pelo devedor, do cavalo devido. Assim, se o animal
vale R$ 3.000,00, a quota do credor remitente é de R$ 1.000,00. Os outros dois Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas
somente poderão exigir a entrega daquele se pagarem R$ 1.000,00 ao devedor. e danos.
o
>> a obrigação de descontar o valor que foi perdoado por um dos credores, ocorre § 1 Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os
para que os demais credores não obtenham vantagem indevida à custa do devedor devedores, responderão todos por partes iguais.
que teve sua dívida perdoada. Esse desconto só ocorre caso tenha vantagem o
financeira para o devedor. § 2 Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só
esse pelas perdas e danos.
Parágrafo único: O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, Caput: o art 263 determina que a obrigação que antes era indivisível resolver se em
compensação ou confusão. perdas e danos, essa se tornará divisível e pode ser dividida entre os credores.

>> do mesmo modo que a remissão, se ocorrer a transação, novação, >> a obrigação que antes era indivisível resolveu se em perdas e danos, porque
compensação ou confusão a obrigação não ficará extinta para com os outros, que houve o perecimento (perda) do objeto da obrigação indivisível, por culpa do
só poderão exigir descontada a quota daquele. devedor.

● Transação- art 840 a 850 do CC Ex: João e Pedro obrigaram-se a entregar um carro X para Maria que vale
O Contrato de Transação é um instituto do Direito Civil composto pela prevenção ou 40.000. Mas o carro pegou fogo, por culpa de João e Pedro, e não tem a
o término de um litígio referente à uma obrigação através de concessões mútuas. possibilidade de ser entregue para Maria. Assim, a única solução é substituir a
Isso significa que ambas as partes do contrato se comprometem a ceder ou obrigação de dar o carro pelo equivalente em dinheiro (40.000). Ou seja, a
sacrificar algum aspecto da obrigação anterior para extingui-la. obrigação indivisível de dar um carro resolveu se em perdas e danos e tornou-se
agora uma obrigação divisível que é dar 40.000, sendo João e Pedro responsáveis
pela quota de 20.000 cada + perdas e danos se houver.

● Novação- art 369 a 367 do CC >> Quando a obrigação perde a qualidade de indivisível os devedores são
responsáveis – pelo pagamento de sua parte na obrigação e pelo pagamento das Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
perdas e danos se houver.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Todos os devedores deverão pagar além da sua parte na obrigação também as
perdas e danos?
Ex: dano moral
1. Conceito e características
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um
o
§ 1 Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
devedores, responderão todos por partes iguais.
>>Caracteriza-se a obrigação solidária pela multiplicidade de credores e/ ou de
o
§ 2 Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só devedores, tendo cada credor direito à totalidade da prestação, como se fosse
esse pelas perdas e danos. credor único, ou estando cada devedor obrigado pela dívida toda, como se fosse o
único devedor.
1- se ambos os devedores tiverem culpa pelo perecimento do objeto da obrigação
serão todos responsáveis pelo pagamento de sua parte na obrigação e pelo >> Desse modo, o credor poderá exigir de qualquer codevedor o cumprimento por
pagamento das perdas e danos inteiro da obrigação. Cumprida por este a exigência, liberados estarão todos os
demais devedores ante o credor comum.

>> o código civil de 2002 adotou a teoria pro rata onde tornada impossível a >> é dividida em ativa e passiva
execução por ação ou omissão voluntária, negligência, imprudência, de todos os
devedores, responderão todos por partes iguais. Ex: Se Augusto e Bartolomeu danificarem o edifício de Carlos, causando-lhe
estragos no valor de 9.000 reais, como a obrigação em que incorrem é solidária,
Carlos poderá exigir de um só deles, se quiser, o pagamento dos 9.000 reais . Por
outro lado, se Augusto pagar o total da indenização, Bartolomeu fica plenamente
2- se somente um dos devedores tiver culpa pelo perecimento do objeto, os demais liberado perante o credor comum.
que não tiveram culpa serão somente responsáveis pelo pagamento de sua parte na
obrigação, sendo exonerados do pagamento de perdas e danos que ficará a cargo Obs: se algum dos devedores for ou se tornar insolvente, quem sofre o prejuízo de
do culpado pelo perecimento. tal fato não é o credor, como sucede na obrigação conjunta, mas o outro devedor,
que pode ser chamado a solver a dívida por inteiro.
Ex: João e Pedro obrigaram-se a entregar um carro X para Maria que vale 40.000.
O carro estava estacionado no galpão e ao consertar o telhado do galpão, parte do Caracteres da obrigação solidária:
telhado caiu sobre o carro causando perda total do veículo. Como o objeto pereceu, a) pluralidade de sujeitos ativos ou passivos (credor e devedor);
a obrigação resolve se em perdas e danos, ou seja, pelo pagamento de 40.000,
tornando-se uma obrigação divisível. b) multiplicidade de vínculos, sendo distinto ou independente o que une o credor a
Se ambos os devedores (João e Pedro) forem culpados pelo perecimento do carro, cada um dos codevedores solidários e vice-versa;
cada um deles terá que pagar 20.000 + perdas e danos. No entanto, se a culpa pelo
perecimento do objeto fosse somente de João, Pedro que não teve culpa deverá
pagar os 20.000 de sua parte na obrigação e João pagará além dos 20.000 (sua c) unidade de prestação, visto que cada devedor responde pelo débito todo e cada
parte na obrigação) + perdas e danos credor pode exigi-lo por inteiro;
d) corresponsabilidade dos interessados, já que o pagamento da prestação efetuado
por um dos devedores extingue a obrigação dos demais, embora o que tenha pago
possa reaver dos outros as quotas de cada um.
CÁPITULO VI DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
CAPÍTULO VI
Das Obrigações Solidárias 2. Natureza jurídica da solidariedade
Seção I
Disposições Gerais >>A doutrina clássica, difundida pelos franceses, vislumbra na solidariedade uma
representação recíproca entre os interessados. Na solidariedade ativa, o credor
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais que recebe a prestação age na qualidade de representante dos concredores. Por
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. sua vez, o devedor que paga representa, igualmente, os demais. Essa teoria, não é
utilizada, pois na solidariedade, ativa ou passiva, o credor que exige a prestação e o
devedor que a presta agem em seu próprio nome e interesse, e não em nome
alheio.

>> Na atualidade acredita-se que solidariedade constitui o modo de assegurar o


cumprimento da obrigação, reforçando-a e estimulando o pagamento do débito.

3. Diferenças entre solidariedade e indivisibilidade

Semelhanças: em ambos os casos, o credor pode exigir de um só dos devedores o


pagamento da totalidade do objeto devido.

Diferenças:
>> Cada devedor solidário pode ser compelido a pagar, sozinho, a dívida inteira, por
ser devedor do todo. Nas obrigações indivisíveis, contudo, o codevedor só deve a
sua quota-parte. Pode ser compelido ao pagamento da totalidade do objeto somente
porque é impossível fracioná-lo.

>> Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolve em perdas e danos


(CC, art. 263). Já a solidariedade de acordo com (CC, art 271) subsiste mesmo
com perdas e danos.

4. Princípios comuns à solidariedade


Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
- Embora a principal fonte de obrigações solidárias seja o contrato, podem elas
1° princípio: Não se admite responsabilidade solidária fora da lei ou do contrato. resultar também, eventualmente, do testamento.
Como exceção ao princípio de que cada devedor responde somente por sua quota e
por importar, consequentemente, agravamento da responsabilidade dos devedores,
que passarão a ser obrigados ao pagamento total, deve ser expressa 2° princípio: segundo princípio apontado, o da possibilidade de a solidariedade ser
-> se não houver menção explícita no título constitutivo da obrigação ou em algum de modalidade diferente para um ou alguns codevedores ou cocredores, está
artigo de lei, ela não será solidária, porque a solidariedade não se presume expresso no art. 266 do Código Civil
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

NÃO SE PRESUME SOLIDARIEDADE


SEÇÃO II- DA SOLIDARIEDADE ATIVA
SEÇÃO II – Da Solidariedade Ativa

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da
prestação por inteiro.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer
daqueles poderá este pagar.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi
pago.
adequada, assim obtendo o cumprimento da prestação, com extinção da dívida.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a Mas só pode executar a sentença o próprio credor--autor e não outro, estranho à
exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a lide
obrigação for indivisível. (Cód. Proc. Civil [de 1973], art. 567 [art. 778, § 1º, CPC/2015]); e) se um dos
cocredores se torna incapaz, nenhuma influência exercerá tal circunstância sobre a
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a
solidariedade;
solidariedade. f) finalmente, se um dos credores decai da ação, não ficam os outros inibidos de
acionar, por sua vez, o devedor comum”.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela - O devedor não pode pretender pagar ao credor demandante apenas quantia
parte que lhes caiba. equivalente à sua quota-parte, mas terá, isto sim, de pagar-lhe a dívida
inteira.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos
outros. . Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o
devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o Cessará, todavia, esse direito de escolha, na hipótese de um ou alguns deles
julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de ajuizarem ação de cobrança.
invocar em relação a qualquer deles.
- Se, porém, todos os credores ajuizarem conjuntamente a demanda, não terá
havido concentração e o devedor conservará a sua liberdade de escolha. O
6. Da Solidariedade Ativa pagamento será, contudo, do todo.
É a relação jurídica entre credores de uma só obrigação e o devedor comum,
em virtude da qual cada um tem o direito de exigir deste o cumprimento da
prestação por inteiro. Pagando o débito a qualquer um dos cocredores, o 8. Disciplina legal
devedor se exoner da obrigação. . Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um
destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder
- Quando existindo vários credores, cada um deles tem o direito de exigir a ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
totalidade da prestação.
- O devedor libera-se pagando a qualquer dos credores, que, por sua vez, Os herdeiros do credor falecido não podem exigir, por conseguinte, a totalidade do
pagará aos demais a quota de cada um. Por outro lado, qualquer dos crédito e sim apenas o respectivo quinhão hereditário, isto é, a própria quota no
credores solidários pode reclamar o cumprimento integral da prestação, sem crédito solidário de que o de cujus era titular, juntamente com outros credores.
que o devedor possa arguir o caráter parcial do direito pleiteado pelo
requerente.
Assim não acontecerá, todavia, nas hipóteses seguintes:

Ex.: conta bancária conjunta, pois permite que cada correntista saque todo o a) se o credor falecido deixou um herdeiro;
dinheiro depositado. Todos podem movimentar livremente a referida conta, conjunta b) se todos os herdeiros agem conjuntamente;
ou separadamente.
c) se indivisível a prestação.
Em qualquer desses casos, pode ser reclamada a prestação por inteiro.
- Nossa lei não prevê casos de solidariedade ativa, salvo a hipótese cogitada na Observa-se, assim, que o vínculo solidário, transferindo-se aos herdeiros, perde em
Lei n° 209, de 2 de janeiro de 1948, art.12, que dispõe sobre a forma de eficácia e extensão, uma vez que os direitos do credor solidário falecido se
pagamento de débitos dos pecuaristas. O poucos que existem decorrem de transmitem aos herdeiros em conjunto, e não a um só deles, isoladamente. Ao
convenção das partes. herdeiro, isoladamente considerado, os direitos do falecido se transmitem por parte.

7. Características: Por definição, só tem direito à prestação por inteiro o credor solidário. Só o
a) qualquer credor pode promover medidas assecuratórias e de conservação dos pagamento integral a todos ou determinado credor, dentre os solidários, à escolha
direitos; do devedor ou do credor que gerou a prevenção, é que extingue inteiramente a
Ações assecuratórias: conjunto de medidas cautelares que visam assegurar os dívida.
direitos do ofendido e a responsabilização pecuniária do devedor.
b) assim, se um deles constitui em mora o devedor comum a todos aproveitam os Estatui, por sua vez, o art. 271 do Código Civil:
seus efeitos; “Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os
c) a interrupção da prescrição, requerida por um, estende-se a todos, de efeitos, a solidariedade”.
conformidade com o art. 176, § 1º, do Código Civil (de 1916, correspondente ao art.
204, § 1º, do novo diploma); d) qualquer credor pode ingressar em juízo com a ação
>> Mesmo com a conversão em perdas e danos, a unidade da prestação não é
comprometida. Liquidada a obrigação e fixado seu valor pecuniário, continua o
9. Extinção da Obrigação Solidária
credor a exigir o quantum total, tendo em vista que a solidariedade permanece.
Prescreve o art. 269 do Código Civil:
“O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o
>> As obrigações indivisíveis, ao contrário, perdem essa qualidade e se montante do que foi pago”.
transformam em divisíveis quando convertidas em perdas e danos, por ter-se
alterado a natureza do objeto da prestação, sabido que a soma em dinheiro em que
se convertem é divisível. - É da essência da solidariedade ativa que o pagamento, por modo direto ou
pelos indiretos equivalentes, produz a extinção do crédito para todos e não
simplesmente para aquele a cujo respeito se houver realizado o fato
. Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções
liberatório.
pessoais oponíveis aos outros.
O devedor não pode opor a um dos credores solidários exceções pessoais que não - Não é todo e qualquer pagamento feito a um dos credores, senão o integral,
poderia opor a outros credores, isto é, exceções que prejudicarem outros credores. que produz a extinção total da dívida. O parcial extingue somente “até o
montante que foi pago”.
Ex.: A ( plenamente capaz) não poderá em juízo defeito na representação ou na - No tocante à confusão, há disposição especial, a do art. 383 do referido
assistência de outro credor solidário, visando beneficiar-se de tal fato. Visto que é diploma.
uma exceção pessoal (intransferível). “Só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte do crédito,
ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade”.
Conceito de exceção: é a palavra técnica que tem hoje o significado de defesa,
Ex. de confusão: se o devedor se torna herdeiro do credor.
contrastando com a ação, que é ataque.

O que cabe ao devedor é descontar do débito a parte devida àquele credor


Exs. de exceções pessoais: vícios de consentimento, incapacidade jurídica, etc.
solidário, que se tornou seu devedor..Quanto ao mais a solidariedade
subsiste.
. Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os
demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção
Dação em pagamento: validamente celebrada entre um dos credores solidários e o
pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles.
devedor, libera este para com aquele e para com os outros credores solidários, até o
valor da coisa recebida.
Desse modo, o julgamento contrário a um deles não impede que os demais
acionem o devedor e cobrem dele o valor integral da dívida. Mesmo porque
díspares podem ser as relações jurídicas referentes a cada titular, isoladamente - Ato pelo qual o credor consente em receber coisa, que não seja dinheiro, em
considerado, evidenciando assim a presença de múltiplas obrigações a integrarem substituição da prestação que era devida.
o conteúdo da obrigação solidária.
O julgamento favorável a um dos credores aproveita os demais - o que justifica
10. Direito de Regresso
plenamente, porque a solidariedade tem por escopo unificar o múltiplo. Unem-se os
Nas relações internas dos credores entre si vigora o princípio da comunidade de
credores para conseguirem o mesmo fim. Embora se tenha, na solidariedade, mais
interesses. A prestação paga por inteiro pelo devedor comum, deve ser partilhada
de um credor, qualquer deles representa a totalidade ativa.
entre todos os credores, por aquele que a tiver recebido.
Ex.: a quitação dada por qualquer um dos credores torna-se-á oponível aos demais
cocredores.
. Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento
responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Não haverá tal consequência, contudo, se o julgamento favorável fundar-se em
exceção pessoal ao credor que o obteve.
- o crédito se divide em partes ou quotas iguais até prova em contrário.
IMPORTANTE! - a solidariedade existe só em função de exigibilidade do crédito ou do seu
As exceções gerais podem ser opostas por todos os codevedores da obrigação
implemento pelo devedor.
solidária.
Exceções pessoais, como já visto, são meios de defesa que podem ser opostos por - os cocredores podem tornar efetiva a divisão do benefício pelo exercício do
uns ou alguns dos codevedores.São exceções particulares, próprias só a um ou direito de regresso, direto e imediato, contra o resgate do crédito solidário,
alguns dos devedores. sendo tal direito uma das características fundamentais das obrigações
solidárias.
- a divisão deverá ser realizada ainda que o credor contemplado só tenha - Pode o credor exigir de qualquer dos devedores que nela concorrem, a totalidade
da dívida.
recebido parte do crédito, e não o todo, impondo-se, em qualquer hipótese, o
- Oriunda da lei ou da vontade das partes.
rateio.
- Se quiser, poderá o credor exigir parte do débito de cada um dos devedores
separadamente.

Seção III- Da solidariedade Passiva 11.1. Características:


SEÇÃO III – Da Solidariedade Passiva
- Para melhor compreensão, a solidariedade passiva deve ser analisada pelos
lados externo e interno da relação jurídica: nas relações dos devedores com
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou o credor e nas relações dos devedores entre si. Encarada pelo lado externo,
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores
continuam obrigados solidariamente pelo resto.
o conjunto de devedores se apresenta como se fosse um devedor único, pois
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra dele pode o credor exigir a totalidade do crédito.
um ou alguns dos devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado
a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for Desse princípio decorre:
indivisível; mas todos reunidos
serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
a) que o credor pode dirigir-se à sua vontade contra qualquer dos devedores e
pedir-lhes toda a prestação (CC, art. 275);

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não
b) que o devedor escolhido, estando obrigado pessoalmente pela totalidade,
aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. não pode invocar o beneficium divisionis e, assim, pretender pagar só a sua
quota ou pedir que sejam convencidos os coobrigados;
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores c) que uma vez conseguida de um só toda a prestação, todos os outros ficam
solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. livres (CC, art.277);
d) que, por consequência, assim como o credor pode agir contra um ou contra
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos ao mesmo tempo, da mesma forma quando tenha agido sem resultado
todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. ou com resultado parcial contra um ou vários, pode depois agir ainda contra
os outros até completa execução da prestação;
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta
somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. e) que se a prestação se torna impossível por culpa ou durante a mora de um
ou de vários devedores, as consequências do fato culposo devem recair
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as sobre o seu autor, mas não podem por outro lado servir para libertar os
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor. outros obrigados solidariamente; o devedor, que esteja em culpa ou em mora,
será por isso obrigado a responder na mais larga medida da indenização do
dano, devendo todos os outros, pelo contrário, responder nos limites da
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os
devedores. aestimatio rei (CC, art. 279) 242.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos
demais.
- Se, todavia, encararmos a questão sob o aspecto interno, encontraremos
vários devedores, uns responsáveis para com os outros. As obrigações de
cada um são individuais e autônomas, mas se encontram entrelaçadas numa
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores relação unitária, em virtude da solidariedade.
a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais,
no débito, as partes de todos os codevedores.
Ex. de solidariedade instituída no próprio código civil: art. 828, II - entre
devedor principal e fiador, se este obrigou como principal pagador, ou devedor
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da
solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. solidária.

Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por 12. Direitos do credor
toda ela para com aquele que pagar. “Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum (faculdade); se o pagamento
tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados
11. Da Solidariedade Passiva
solidariamente pelo resto.
- Consiste na concorrência de dois ou mais devedores, cada um com dever de
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de
prestar dívida toda.
ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores”.
a) consequências do pagamento parcial e da remissão: “Art. 277. O
pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele
- Faculdade que o credor possui de exigir de qualquer dos devedores o obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência
da quantia paga ou relevada”.
cumprimento integral da prestação.
- Se o pagamento for parcial e efetuado por um dos devedores, os outros - O pagamento parcial naturalmente reduz o crédito. Sendo assim, o credor só
pode cobrar do que pagou, ou dos outros devedores, o saldo remanescente.
ficarão liberados até a concorrência da importância paga, permanecendo
solidariamente os devedores do remanescente. - A remissão ou perdão pessoal dado pelo credor a um dos devedores solidários
não extingue a solidariedade em relação aos codevedores, acarretando tão
somente a redução da dívida, em proporção ao valor remitido.
-O que acontece quando o credor propõe ação contra um dos devedores
- A razão do critério adotado em nosso direito parte da ideia de que a remissão
solidários? O devedor demandado pela prestação integral pode chamar os
se baseia em condições pessoais, não podendo aproveitar aos demais
outros ao processo, não só para que o auxiliem na defesa, mas também para
devedores,a menos que tenha caráter objetivo, da obrigação.
que a eventual sentença condenatória valha como coisa julgada por ocasião
do exercício do direito de regresso contra os codevedores.
b) cláusula, condição ou obrigação adicional:
13. Efeitos da morte de um dos devedores solidários . Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada
Art. 276 - Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição
destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão dos outros sem consentimento destes.
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão
considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
- Art. 1792, CC - O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da - Não se comunicam os atos prejudiciais praticados pelo codevedor, mas
apenas os favoráveis.
herança.
- A dívida demembra-se em relação a cada um dos devedores, sendo divisível. - Os codeveores se representam em todos os atos tendentes à extinção ou
conservação da dívida, à melhoria de condição em face do credor e não
- “Falecendo um dos devedores solidários, a obrigação, obedecendo a um mais. Como consequência, nenhum dos devedores está autorizado a
princípio geral, divide-se de pleno direito entre os herdeiros. Em virtude deste estipular, com o credor, cláusula, condição ou obrigação adicional que
princípio ficam os herdeiros do devedor solidário na posição entre si de agrave a obrigação e piore a posição dos representados sem o
devedores simplesmente conjuntos (pro parte). Todavia, como pelo fato de consentimento destes.
passar a herdeiros a condição da dívida não se transmuta, são eles
coletivamente considerados e em relação aos codevedores originários como
- Se um dos devedores estipula com o credor, à revalia dos demais, tal
estipulação será pessoal, restrita exclusivamente ao próprio estipulante, não
constituindo um devedor solidário.”
podendo afetar, destarte, a situação dos codevedores, alheios à nova
- Se a obrigação for indivisível, por ficção legal, os herdeiros reunidos são estipulação.
considerados como um só devedor solidário, em relação aos demais
codevedores.
- Exceção legal: O art. 204, §1°, do atual Código proclama que a interrupção da
prescrição, operada contra um dos codevedores, estende-se aos demais,
- A exceção imposta pela natureza do objeto da obrigação, que não pode ser havendo, assim, comunicação dos efeitos interruptivos.
prestado por partes, está em conformidade com os preceitos dos arts, 259 e
270 do Código Civil.
c) renúncia da solidariedade:
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns
cada um será obrigado pela dívida toda. ou de todos os devedores.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais
credor em relação aos outros coobrigados. devedores, subsistirá a dos demais.
- Como a renúncia constitui benefício instituído em favor do credor, pode dele
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, abrir mão, ainda que se trate de vínculo resultante da lei.
cada um será obrigado pela dívida toda.
- Quando a renúncia é efetivada em prol de todos os coobrigados denominam-
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do se absoluta. Neste caso não haverá solidariedade passiva, pois cada
credor em relação aos outros coobrigados. coobrigado passará a dever pro rata, isto é, a responder somente por sua
quota.
14. Relações entre os codevedores solidários e o credor
- A renúncia operada em proveito de um, ou de alguns devedores apenas,
intitula-se relativa. Ocorre quando o credor dispensa da solidariedade codevedores (por falta de tratamento de moléstia curável, conhecida de todos, por
somente um ou outro devedor, conservando-a, quanto aos demais. ex.), ou quando todos haviam sido constituídos em mora, é certo que responderão,
em conjunto, pelas consequências da culpa. Na última hipótese, em que os
devedores já se encontravam em mora, dá-se a chamada “perpetuação da
obrigação”, que obriga o devedor a suportar os riscos, ainda que tenha havido caso
Divisão da obrigação feita pelo credor: fortuito ou força maior.

1° parte: responde o devedor 2° parte: se encontram Artigo 279: Impossibilidade da prestação de culpa de apenas um dos devedores
favorecido, correspondente responsabilizados solidariamente os solidários, ou quando a impossibilidade da prestação por culpa de somente um dos
somente à sua quota. outros. devedores solidários, ou quando a impossibilidade ocorreu durante a mora de um ou
alguns dos codevedores solidários.

Efeitos, em relação aos devedores:


Ex. prático: O animal morreu devido a uma negligência do codevedor culpado, ou
a) os contemplados continuam devedores, porém não mais na totalidade, em razão de um acidente quando todos já estavam constituídos em mora, não
senão da quota- parte do débito; incidindo nenhuma das exceções.
b) Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de
cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a Solução Legal: todos os devedores são responsáveis perante o credor pelo
do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de equivalente em dinheiro do animal. O culpado, porém, e só ele, responde pelas
todos os codevedores. perdas e danos. Considerando-se que ninguém pode ser responsabilizado por culpa
- Suportam sua parte na insolvência de seus ex-codevedores. alheia.
Os não exonerados permanecem na mesma situação de devedores solidários.
Contudo, o credor não poderá acioná-lo senão abatendo no débito a parte Quando a prestação se torna impossível, faz-se mister apurar se a impossibilidade
correspondente aos devedores cuja obrigação deixou de ser solidária. decorreu ou não da culpa do devedor. Em princípio, todo inadimplemento se
presume culposo. Cabe ao inadimplente provar, para se exonerar, a impossibilidade
da prestação decorrente de caso fortuito ou força maior. Ambos constituem
- Tipos de renúncia excludentes de responsabilidade civil, contratual ou extracontratual, pois rompem o
Expressa: resulta de declaração verbal ou escrita, posto não solene, em que o nexo de causalidade.
credor abre mão do benefício.
Tácita: decorre de circunstâncias explícitas, que revelem de modo inequívoco a
intenção de arredar a solidariedade, como quando permite ao credor que o solvens Nexo causal: relação entre a conduta do agente e o resultado.
pague apenas sua quota, dando-lhe quitação, sem a ressalva de exigir-lhe o
restante.

Distinção entre renúncia e remissão de dívida: Na renúncia, o credor apenas


renuncia a solidariedade e continua sendo credor, embora sem a vantagem de
poder reclamar de um dos devedores a prestação por inteiro, ao passo que aquele
que remite o débito abre mão do seu crédito, liberando o devedor da obrigação.

15. Impossibilidade da prestação


. Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores
solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas . Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito
perdas e danos só responde o culpado. ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Exemplo 1: Se, por exemplo, três pessoas tomaram emprestado um animal
pertencendo ao vizinho, tornando-se solidariamente responsáveis pela restituição, e
o animal, objeto do comodato, falecer em decorrência de um raio (força maior), Na doutrina, exige-se, para a configuração do caso fortuito ou força maior, a
antes que qualquer dos comodatários estivessem em mora, todos estarão liberados, presença dos seguintes requisitos:
pois tão fenômeno da natureza, inevitável, afasta a responsabilidade dos devedores.
a) o fato deve ser necessário, não determinado por culpa do devedor, pois, se
há culpa,não há caso fortuito; reciprocamente, se há caso fortuito, não pode
Exemplo 2: Se a morte do animal ocorrer, contudo, por culpa de todos os haver culpa, na medida em que um exclui o outro;
qualquer devedor, são chamadas comuns, reais ou gerais.
b) o fato deve ser superveniente e inevitável;
c) o fato deve ser irresistível, fora do alcance do poder humano. - Como a obrigação solidária é subjetivamente complexa, podem existir meios
de defesas particulares. São as exceções pessoais, que não atingem nem
contaminam o vínculo dos devedores, que se obrigam sem qualquer vício,
Por outro lado, dispõe o artigo 106 do Código Civil: não podem alegar em defesa a anulabilidade da obrigação, porque o outro
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se coobrigado laborou em erro.
for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado.
Quando o cumprimento do contrato se torna impossível, resolve-se a obrigação,
porque ninguém pode fazer o impossível ( impossibilia nemo tenetur). No entanto, Exceções Comuns Exceções Pessoais
segundo o art.106 do referido diploma, a resolução só ocorre se a impossibilidade Aproveitam a todos os devedores. Apenas podem ser opostas por um
for absoluta, isto é, alcançar todos os homens, indistintamente. deles.
- Se a impossibilidade decorrer do fortuito, resolve-se a obrigação sem o ônus Resultantes da natureza da Simplesmente pessoais: são as que o
para qualquer das partes, como foi dito. Todavia, se decorrer de culpa ou dolo obrigação: são os meios de defesas devedor demandado pode
do devedor, responderá este pelo equivalente em dinheiro, mais perdas e intrínsecos, no sentido de terem pessoalmente invocar, mas podem ser
danos. fundamentado no obrigação, ou seja, opostas pelos demais, até a
aquelas que se prendem aos vícios concorrência da parte daquele na
primitivos de sua origem e resultam de dívida,
16. Responsabilidade pelos juros um fato comum a todo o feixe das
. Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a obrigações constitutivas da
ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos solidariedade.
outros pela obrigação acrescida.
Exs.: nulidade absoluta do negócio; o Exs: a confusão , que pode realizar-se
não implemento de condição na pessoa de um dos devedores
Juros: são os rendimentos do capital. Representam o pagamento pela utilização de suspensiva ou não esgotamento do solidários e comunicar-se aos outros
capital alheio. termo etc. com igual eficácia, limitada à quota
daquele a cujo respeito diretamente
aproveita; a renúncia da solidariedade
- Malgrado o retardamento culposo seja imputável a um só devedor, respondem feita pelo credor em favor de um ou
todos perante o credor pelas consequências da inexecução da obrigação. alguns dos devedores.
- Entretanto, o devedor culpado responde aos codevedores solidários pela
obrigação acrescida. As causas de extinção da obrigação Exceções pessoais a outro
atuando em relação a todos os codevedor: são as que o devedor
- A constituição em mora de um dos devedores vale para todos os outros que devedores. demandado pode pessoalmente invocar
com o credor contraíram a mesma obrigação. para o todo, mas que não aproveitam
aos outros devedores nem no tocante à
17. Meios de defesa dos devedores porção da dívida do devedor em cuja
São os fundamentos pelos quais o demandado pode repelir a pretensão do credor, pessoa a execução nasceu.
alegando que o direito que este invoca nunca existiu validamente ou , tendo Ex.: a) pagamento, mesmo que feito Ex: exceções fundadas na
existido, ou ainda não existe. por um só aproveita a todos; incapacidade relativa do agente, no
. Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe b) remissão; vício resultante de erro, dolo, coação
forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções c) confusão; etc.
pessoais a outro codevedor. d) prescrição.

Distingue as exceções comuns (que aproveitam a todos os devedores) e as


exceções pessoais ( que apenas podem ser opostas por cada um deles). ● O credor que sucumbiu em ação movida contra um dos devedores solidários
Exceções, no sentido legal, são as defesas propriamente ditas que o devedor não fica inibido de formular novo pedido contra os , que não podem alegar
solidário, acionado, pode alegar em contrário à pretensão do credor. É, na coisa julgada. A solução para evitar decisões conflitantes é, havendo
linguagem técnica, a indireta contradição do réu à ação do autor. oportunidade, reunir os processos para decisão conjunta.
- Qualquer devedor demandado pode opor a defesa que tiver contra a própria
obrigação. Pode atacá-la, alegando por exemplo, prescrição, nulidade, 18. Relações dos codevedores entre eles: A solidariedade existe apenas nas
extinção etc. Essas defesas ou exceções, porque podem ser arguidas por relações entre devedores e credor. Extinta a dívida, o que surge é um complexo de
relações entre os próprios codevedores. Resta tão somente partilhar entre todos a
quota atribuída a cada um no débito extinto.
Ele obtém aval, lançado a favor de título, dos amigos B e C , que se tornam, assim,
devedores solidários, tanto quanto o emitente do título, que pode ser uma nota
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada promissória ou outra espécie de título, perante o crédito.
um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do
insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos
Vencido e não pago o título que representa a dívida, pode o credor cobrá-la
os codevedores.
integralmente de qualquer devedor solidário, mesmo que não seja o principal
- Unidade de dívida e pluralidade de vínculos. interessado, mas apenas um avalista ou fiador.
- Perante os credores, todos os devedores, e cada um per si, respondem pela - Se um destes salda sozinho, terá ação regressiva contra o referido emitente,
dívida inteira. Entretanto, perante os consortes, cada um responderá apenas podendo dele cobrar todo o valor pago. Mas do coavalista ou fiadores só
pela sua quota na dívida comum. poderá cobrar a cota de cada um.
- Qual deles pagou a dívida tem direito de exigir de cada um dos outros a sua É importante ressaltar que:
parte contributiva, a sua quota. - Os fiadores podem estipular a divisão da dívida.
- Podem também fixar o limite da responsabilidade.
18.1 Direito de Regresso Contudo, é evidente que a prova dessas situções particulares incumbe a quem as
O acerto entre os codevedores se faz por meio da ação regressiva ( actio de in rem alega em seu favor.
verso). São pressupostos da referida ação:
1) que o devedor tenha satisfeito a dívida. 18.2 Insolvência de um dos codevedores solidários
Se um devedor satisfez a dívida e não comunicou o fato a outro codevedor que, por
esse motivo, também pagou ao credor, contra esse último caberá regresso, não
. Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os
contra o que efetuou o segundo pagamento. Este é o que tem regresso contra os
exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação
que nada pagaram;
incumbia ao insolvente.

Ex.: Devedor 1 pagou o credor dia 20/03 e não comunicou o fato aos codevedores.
(caberá regresso contra ele). - Se quatro são os devedores solidários e um deles recai em insolvência, os
Em 25/03 o devedor 2 também pagou ao credor. (tem regresso contra os que outros três respondem , em partes iguais, pela quota deste, ainda que um
não pagaram nada). deles tenha sido exonerado da solidariedade pelo credor.
Entende-se como direito de regresso o direito de uma pessoa “cobrar” de outra o
valor gasto para satisfazer a dívida que possuíam em conjunto.
- A divisão fundamenta-se no princípio da equidade, visto que, podendo outro,
dentre os vários devedores, ser escolhido para pagar a dívida inteira não
2) que o devedor tenha satisfeito a dívida por inteiro. seria razoável agravar a condição do eleito, imputando-lhe a quota do
- Em obrigações parceladas (de trato sucessivo), o direito de regresso ao insolvente, com exclusividade.
devedor que pagou as dívidas vencidas, pois satisfez toda a dívida cujo
pagamento podia ser reclamado. Admite-se o mesmo direito a quem fez o
pagamento parcial, estando a dívida vencida.
A + B + C +D = R$ 360.000,00
- Se um dos codevedores for insolvente, a parte da dívida correspondente será
rateada entre todos os codevedores, inclusive os exonerados de
solidariedade pelo credor. - O credor renunciou à solidariedade em razão do primeiro (“A”), que lhe pagou
a sua parte, correspondente a R$90.000,00.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, - Posteriormente, “D” caiu em estado de insolvência, ficando impossibilitado de
responderá este por toda ela para com aquele que pagar. contribuir para o pagamento da dívida.
- “B” efetuou o pagamento de R$270.000,00 restantes.
No entanto, mesmo que a dívida interesse exclusivamente a um dos devedores, ou Este poderá exigir de “C” a soma de R$120.000,00 ( R$90.000,00 da sua
seja, que o negócio jurídico que o negócio jurídico que deu origem ao débito só diga quota + R$30.000, 00 da participação da quota do insolvente). Bem como,
respeito a um dos devedores. exigir de “A” (exonerado da solidariedade) R$30.000,00 (participação na
quota do insolvente).
Ex.: A - tem necessidade de obter um empréstimo para efetuar a colheita de sua - Assim, com a nova divisão cada credor ficará responsável por contribuir com
propriedade rural. O banco exige garantia de dois avalistas. R$120.000,00 destinado a execução da dívida.
Pode o credor romper o vínculo da solidariedade em relação ao seu crédito, mas
não se pode dispor do direito alheio.

- Excepcionalmente, todavia, podem ser desiguais as cotas. Neste caso,


desiguais serão as partes do déficit, proporcionalmente ao montante de cada
um.
Extinta a insolvência pela recuperação patrimonial do devedor que nela incidiu, cada
um dos outros codevedores que arcaram com o prejuízo, pagando a cota do
insolvente, pode repetir quanto pagou além da sua quota, por conta da referida
insolvência.

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