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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FLORESTAS

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS AMBIENTAIS

DISCIPLINA:
FUNDAMENTO DOS SISTEMAS NATURAIS E ANTROPIZADOS 1

NOTAS DE AULAS E LEITURAS RECOMENDADAS

PROFESSOR

CARLOS DOMINGOS DA SILVA

MARÇO DE 2008

1
UFRuralRJ – IF – DCA AULA DE IF 134
PROF. CARLOS DOMINGOS DA SILVA cdomingos@ufrrj.br
FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS NATURAIS ANTROPIZADOS

BIOMAS Conjunto de Ecossistemas terrestres de dimensões geográficas extensas


(regional ou sub-continental), caracterizado por um tipo fisionômico
homogêneo de vegetação ou outro aspecto que identifique a
paisagem, cuja existência é controlada pelo macro clima.

Os Biomas terrestres correspondem as formações vegetais naturais como por


exemplo:

Floresta Decídua
Floresta Temperadas
Floresta Mediterrânea
Florestas Tropicais e
Floresta Atlântica.
Campos, Cerrados

A forma de vida da vegetação do clímax climático é a chave para delimitarem e


reconhecerem as biomas terrestres.

FORMA DE VIDA {Herbácea, arbusto, árvore decídua, árvore conífera}


Ex.: A vegetação de uma Bioma de um campo natural  Capim

SEIS PRINCIPAIS BIOMAS TERRESTES

1 TUNDRA ÁRTICA E ALPINA


2 FLORESTA DE CONÍFERAS
3 FLORESTAS DECÍDUA
4 FLORESTAS TROPICAL e EQUATORIAL
5 Campos
6 DESERTO

1 TUNDRA ÁRTICA E ALPINA

Bioma que se estende através da Eurásia e Norte da América do Norte, nas regiões
Árticas e Subárticas, regiões sem gelo no verão.( Entre as florestas ao sul e a calota
de gelo polar ao norte)

ASPECTO CLIMÁTICO: (Macroclima)

Temperatura:  O congelamento impede o crescimento de plantas cujos


sistemas radiculares são profundos (árvores e grandes arbustos)
Fator limitante: Baixas temperaturas e curtos períodos de crescimento.

Umidade: a precipitação varia de 0 a 200 mm/ano. Entretanto a umidade não


se constitui em fator limitante porque as baixas temperaturas (-10 a 4o C) reduzem a
evapotranspiração.

Solo:  O solo mais profundo permanece congelado todo verão

FAUNA E FLORA

Muitas espécies (Aves e Mamíferos) são Holoárticas (exclusivas de solos árticos)


quanto a distribuição.
Ausência de répteis e anfíbios (limitados pelas baixas temperaturas e verões curtos
 Inadequados para vertebrados terrestres ectotérmicos.

A População de espécies de vertebrados endotérmicos é grande, mas, em


comparação com as tropicais é pequena.

Mamíferos  Lebres árticas, ratos silvestres, caribu., boi almiscarado, rena, urso
polar.

Carnívoros: Lobos, raposas, doninhas,

Principais vegetações:  ciperáceas, gramíneas, plantas lenhosa anãs e


línquens(musgos de renas).

NA TUNDRA ALPINA (tundra Alta)  Vegetação esparsa de liquens e gramíneas

NA TUNDRA BAIXA Formada por planices costeira do Alaska,  Camada


esponjosa de vegetação (viva e morta em decomposição lenta)

Produção primária no Bioma  5 g MS dia-1 favorecida pelo elevado fotopeíodo no


curto verão.

2 FLORESTA DE CONÍFERAS (TAIGA)

É uma floresta de coníferas (abetos, pinheiros, píceas e lariço) é a mais vasta


do mundo. Fauna: veados, alces, ursos, lobos e diversas aves.

Estende-se de um lado ao outro da América do Norte e da Eurásia

Clima Temperado
Temperaturas:
Umidade alta 

Solo característico  Podzólico


Flora e Fauna

Vegetação característica  árvores perenifólia (estão entre as grandes regiões


madeireiras (gênero Picea: Abies e Pinus)

O Bioma apresenta microfauna razoável, considerando a grande plasticidade


ecológica. A mesofauna é um pouco menor em comparação a floresta decídua.
Insetos  Coleópteros, himenópteros e lepidópteros
Os Vertebrados herbívoros  Alce, lebre, tetraz, esquilos e tentilhões (consomem
folhagem latifoliada e sementes)

3 FLORESTAS DECÍDUA

Extensão: Parte oriental da América do Norte, Europa e Japão, extremidade


meridional da América do Sul.

ASPECTO CLIMÁTICO:  Macroclima: Clima temperado

Umidade: PPT BEM DISTRIBUÍDA: 750 –1500 mm ano-1

Temperaturas: 12 –28O C

FAUNA E FLORA

Os estratos herbáceos e arbustivos se desenvolvem, em função da queda das folhas


das árvores e arbustos maiores.

Bióta do Solo  Bem desenvolvida, em função da liteira.

Animais: Veados, ursos, esquilos, raposas linces, e aves como os perus silvestres,
pássaros como o pica-pau

OBS. A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES É BAIXA DEVIDO ÀS GLACIAÇÕES.

Durante outono/inverno as árvores e arbustos perdem as folhas

4 FLORESTAS TROPICAIS E EQUATORIAIS

A) MONÇÃO ASIÁTICA – ÁSIA TROPICAL  COM SEPARAÇÃO SAZONAL


DE PERÍODOS CHUVOSOS E SECOS BEM DEFINIDOS (f{CLIMÁTICA:
MOVIMENTO DE MASSAS DE AR QUENTE X FRIAS})

B) TROPICAL ÚMIDAS FLORESTA (EQUATORIAL) DE BAIXAS ALTITUDES


(FLORESTA DA ÁFRICA SETENTRIONAL E A FLORESTA AMAZÔNICA
(PPT  2000 - 3000 mm ano-1)
UR% ELEVADA > 80%
TEMPERATURAS:  28OC

C) FLORESTA TROPICAL DE ALTITUDE (semi-decídua)


(MATA ATLÂNTICA)

CLIMA TROPICAIS UMIDOS (PPT  2000 mm ano-1)

Duas estações bem definidas (verão úmido e inverno seco)

Flora e Fauna
Árvores caducifólias de grandes portes
Árvores e arbustos menores perenifólia (Formando o sub-bosque)

BIOMAS TERRESTRE (CONTINUAÇÃO)

SAVANAS (CAMPOS TROPICAIS) : São formações típicas de clima tropical com


uma estação chuvosa e outra seca (tipo AW de Köppen). Precipitação pluvial: 1000
e 1500 mm ano-1, restrita a estação úmida e outra de seca prolongada.
Solo: Pouca umidade nos períodos secos, ácidos e sujeitos à lixiviação.
Localização: Na Austrália e na África  Entre o bioma da floresta tropical e o dos
desertos.
Na América do Sul  Entre a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, no Brasil
(Centro-Oeste), se estende também pela Venezuela e Colômbia.
FLORA: Vegetação consiste predominantemente de dois “andares” de vegetação
um mais baixo (gramíneas) e outro mais alto (árvores dispersas)
FAUNA: Leões, zebras, girafas, elefantes, gazelas, búfalos, hienas (África)

CAMPOS TEMPERADOS (PRADARIAS)  São Formações de vegetação rasteira


que recebem o nome de pradarias na América do Norte, PAMPAS na América do
Sul (Brasil e Argentina).
As pradarias no hemisfério Sul recebe mais chuvas que as pradarias do hemisfério
Norte. Entretanto a precipitação está entre 250 e 750 mm ano -1 e Temperaturas na
faixa de 5 – 15oC
Solos: Muito úmidos que limitam a decomposição microbiana e a ciclagem de
nutrientes

ÁREA DE OCUPAÇÃO NO HEMISFÉRIO NORTE: Canadá e planícies centrais dos


Estados Unidos
ÁREA DE OCUPAÇÃO NO HEMISFÉRIO SUL: Sul do continente.

BOSQUES DE ESCLERÓFILAS

Este bioma está localizado entre as latitudes 30 o e 40o LN ou LS. Às margens da


região banhada pelo Mar Mediterrâneo, na Europa, África e Ásia. Aparece em outras
partes do mundo como no Oeste dos Estados Unidos (Califórnia), extremo sul da
África do Sul, oeste e sul da Austrália.
Clima: Cs, segundo a classificação de Köppen, com duas estações bem definidas:
Uma muito seca e quente  O verão
Uma estação amena e chuvosa  O inverno
Vegetação típica arbustiva ou bosques de árvores de folhas duras (esclerófilas).
Na região Mediterrânea, vegetação arbustiva baixa (azinheiros, espinheiros)
e herbáceas (tomilho e alfazema) bem aberta denominada de garrigue, onde os
solos são ricos em calcários outro tipo de vegetação mais fechada, maquis, que
crescem sobre solos silicoso.
Maqui  vegetação arbustiva resultante da degradação da floresta
mediterrânea (desmatamento para pastagem). Ocorre nas áreas mais secas do
litoral Mediterrâneo, da Espanha à Grécia e trechos do norte da África.
O Maqui é formado por arbustos com folhas perenes, como o alecrim, a murta
e por árvores pouco desenvolvidas. é uma vegetação que forma um emaranhado de
difícil penetração.

DESERTOS E SEMIDESERTOS

Os desertos cobrem cerca de 1/5 da superfície terrestre e podem ser:


QUENTES  Localizados nas proximidades dos trópicos de Câncer e de
Capricórnio 30o L S e 30o L N

FRIOS  Localizados nas latitudes mais altas

Os desertos têm em comum o fato de receber poucas e irregulares


precipitações baixa taxa de umidade relativa do ar, poucas nuvens e alta
evaporação.
As chuvas nos desertos quentes estão concentradas em curtos períodos,
intercaladas com prolongadas secas.
Os desertos FRIOS há queda de neve e pouca chuva na primavera (150 – 260 mm
ano-1].
Temperaturas  -1o C à noite – 55o C durante o dia.
Solos  Pobres em fertilidade, pedregosos ou arenosos
Flora: Plantas Xerófitas, podendo ocorrer ilhas de vegetação: Oásis
Nas bordas dos grandes desertos, aparecem regiões menos secas que esses
biomas, são os semidesertos, classificados em alguns continentes como ESTEPES.
OUTROS BIOMAS BRASILEIROS

CAATINGA: Classificada por alguns especialistas como SAVANA e pelo IBGE como
ESTEPE. É um bioma de clima semi-árido ou semidesértico, apesar de não se
localizar às margens dos grandes desertos.
Ocupa 11% do território brasileiro predominando no sertão nordestino (70%
da região Nordeste: RN, PB, PE, SE, AL, BA, sul do Piauí) e norte de Minas Gerais.
Cerca de 20 milhões de brasileiros vivem nos 800.000 Km2
Clima: seco (B], segundo Köppen. Período prolongado de seca no inverno e verão
chuvoso (300 – 800 mm ano-1, com chuvas irregulares). As temperaturas médias
estão entre 25 e 29oC. Evaporação intensa, presença de nuvens mas sem chuva,
com vento quente e seco. Há época do ano que a temperatura do solo alcança 60 oC.
Vegetação Xerófitas: Plantas adaptadas às condições, para proteger da falta d’água,
com a perdas das folhas ou são finas. Algumas plantas armazenam água, como os
cactos, o juazeiro e, o umbuzeiro, além de espécies como: mandacaru, xiquexique,
aroeira, baraúna, macambira.
FAUNA: Cascavel, preá, calango, asa-branca, sapo-cururu, gambá, veado
catingueiro, tatu-peba e o sagui-do-nordeste.
Devido à alta biodiversidade o bioma é rico em recursos genéticos.

BIOMA Pantanal

O Pantanal funciona como um grande reservatório, provocando uma defasagem de


até cinco meses entre as vazões de entrada e saída. O regime de verão determina
enchentes entre novembro e março no norte e entre maio e agosto no sul, neste
caso sob a influência reguladora do Pantanal.

Localização centro da América do Sul (14-22º sul e 53-66º oeste), na bacia


hidrográfica do Alto Paraguai.

Área: 138.183 km2


Território cerca de 65% do Pantanal pertencem ao estado de Mato Grosso do Sul e
35% ao Mato Grosso. E ainda se estende por parte do Paraguai e da Bolívia.

Sub-regiões Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Paraguai, Paiaguás,


Nhecolândia, Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque e Porto Murtinho

Os solos, de modo geral, apresentam limitações à lavoura. Nas planícies


pantaneiras sobressaem solos inférteis (lateritas) em áreas úmidas (hidromórficas) e
planossolos, além de várias outras classes, todos alagáveis, em maior ou menor
grau, e de baixa fertilidade. Nos planaltos, embora predominem também solos com
diversas limitações à agricultura, sobretudo à fertilidade, topografia ou escassez de
água, existem situações favoráveis

O Pantanal é a maior planície alagada do mundo. Trata-se de uma área formada por
terrenos dominantemente planos e suavemente ondulados, alagados
periodicamente por uma série de rios corixos e vazantes entremeadas de lagoas,
baías e leques aluviais.

A Planície Pantaneira está totalmente contida na Bacia de drenagem do Alto


Paraguai, compreendendo 140 mil quilômetros quadrados. No Brasil, o Pantanal
abrange os Estados de Mato Grosso (35%) e Mato Grosso do Sul (65%),
alcançando aind+a a Bolívia e o Paraguai.
Diversos ecossistemas influenciam o Pantanal, como o Cerrado, a Amazônia, a
Mata Atlântica e o Chaco paraguaio. Esse fato, somado aos ciclos anuais de cheia e
seca, contribui para a manutenção da biodiversidade encontrada na região.

A FAUNA é considerada uma das maiores do planeta, comparável às áreas de maior


densidade animal da África. Pesquisadores já catalogaram mais de 650 espécies
diferentes de aves, 262 espécies de peixes, 1.100 espécies de borboletas, 80
espécies de mamíferos e 50 de répteis. As aves se destacam nesse quadro. Já
foram catalogadas 660 espécies. Além das nativas, o Pantanal é parada obrigatória
das aves migratórias. São espécies que chegam à região na época da vazante a
procura de peixes que não conseguem voltar ao leito dos rios e ficam isolados na
águas rasas dos campos

FLORA, já foram identificadas 1.700 espécies de plantas.

A vegetação do Pantanal também é muito diversificada. Até agora já foram


catalogadas cerca de 2.700 plantas. Na flora pantaneira predomina a vegetação do
Cerrado, apesar de aparecerem várias espécies típicas da Amazônia e do Chaco.

IMPACTOS AMBIENTAIS NO PANTANAL

Uma série de atividades de impacto direto sobre o Pantanal pode ser observada,
como garimpo de ouro e diamantes, caça, pesca, turismo e agropecuária predatória,
construção de rodovias e hidrelétricas. Convém frisar a importância das atividades
extensivas nos planaltos circundantes como uma das principais fontes de impactos
ambientais negativos sobre o Pantanal.

O processo de expansão da fronteira, ocorrido principalmente após 1970, foi a causa


fundamental do crescimento demográfico do Centro-Oeste brasileiro. A região da
planície pantaneira, com sua estrutura fundiária de grandes propriedades voltadas
para a pecuária em suas áreas alagadiças, não se incorporou ao processo de
crescimento populacional
FUNDAMENTOS DOS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

A chave do funcionamento dos ecossistemas está no movimento de certos


elementos químicos através de vias existentes entre organismos e o meio físicos,
conhecidas como:  CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
A ciclagem de nutrientes seria os CICLOS BIOGEOQUÍMICOS dos elementos
que as PLANTAS e os ANIMAIS utilizam como nutrientes, isto é, a retirada de
elementos do solo e da atmosfera pelos organismos vivos ( que utilizam para a
biosíntese de compostos complexos) e sua reposição após a morte dos mesmos.
Macro nutrientes: C, H, O, N, P, K, Ca, Mg, S,
Micronutrientes: Cu, Zn, Fe, B, Mo, Mn, Co, Ni, Cl

Os ciclos das matérias na natureza são:

BIOLÓGICOS, porque todas as transformações se sucedem por meio de seres vivos


ou com sua participação
QUÍMICOS, porque são ciclos de elementos químicos e se verificam sempre, por
meio de sucessivas reações químicas
GEOLÓGICOS, porque a origem de todos os elementos está ligada à composição
básica da superfície do globo terrestre.

Por estas três características é que os ciclos de elementos na biosfera se


denominam BIOGEOQUÍMICOS
a) Ciclo do Carbono
gasosos  b) Ciclo do Nitrogênio
c) Ciclo do Oxigênio

Os CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
a) Ciclo da água
Sedimentares 
b) Ciclo do
Fósforo

Ciclo do Carbono: Utilizado pelos seres vivos para construção de esqueleto


carbônico.

a) No ar atmosférico  CO2
Ocorre na formas:  b) No Oceano  Carbonatos
CO3
c) Na litosfera  Carbonato CO3

CICLO DO NITROGÊNIO
O Nitrogênio é a substância mais importante na composição das proteínas.
As plantas não conseguem utilizar o N livre, da atmosfera. A absorção é por meio do
sistema radicular, sob a forma de íons de amônia (NH 4 e NH3 ), ou como nitrato
(NO3 ).

Figura

CICLO DO OXIGÊNIO: É considerado um elemento muito importante, porque


participa de todos os ciclos. É colocado na atmosfera pelos organismos
fotossintetizantes, por meio da decomposição da molécula da água e pela energia
luminosa, na fotossíntese.

A atmosfera é constituída de aproximadamente 20% de oxigênio


É incorporado sob forma de composto orgânico por organismo fotossintetizante, é
ingerido pelos consumidores e se associa tanto a compostos orgânicos como
inorgânicos. Mediante processo de respiração e fermentação de plantas, animais e
microorganismos, quando vivos, oxigênio é devolvido ao meio sob a forma de
dióxido de carbono (CO2).

Um fator que tem crescentemente afetado o ciclo do O 2 na biosfera, bem como o


balanço de O2 na terra é a ação antrópica!

a) Inalação de Inalação de O2 Exalação de CO2


b) Queimadas (florestas, combustíveis, resíduos)
c) Desmatamento
d) Poluição da água 1) CICLO DA ÁGUA

CICLOS SEDIMENTARES

2) CICLO DO FÓSFOR
Nota de aula – Crescimento Populacional

 POPULAÇÃO: grupo de indivíduos de uma espécie em uma determinada área.

 Espécie
 Escala

Parâmetros Demográficos Fundamentais

Nt+1 = Nt + N - M + I - E

 Métodos para descrever os processos de N, M, I e E: Tabelas de Vida

 Tabela de Vida Diagramáticas

 Tabela de Vida de Coorte (dinâmica)

 Tabela de Vida Estática (tempo específico)

 Curvas de Sobrevivência (Pearl 1928)

I - Mortalidade concentrada no fim do período da expectativa de vida


II- Probabilidade de morte é  constante com a idade
III- Mortalidade concentrada nos primeiros períodos etários
ESTRUTURA DE POPULAÇÕES

 Distribuição

 Agregada
 Aleatória
 Regular

 Dispersão

 Densidade

EVOLUÇÃO DA HISTÓRIA DE VIDA

 Fitness e evolução de estratégias da História de Vida das espécies

 idade e tamanho do início da reprodução


 esforços relativos despendidos na reprodução, crescimento,
sobrevivência e fuga de predadores

Alguns componentes da História de Vida

 Alocação de Energia

 Estratégia: balanço entre a alocação de energia para vários aspectos de


sua história de vida

 Efeitos do Tamanho dos organismos

 Habitats adequados

 Diapausa, dormência, migração e dispersão


CRESCIMENTO POPULACIONAL

dN = rN Equação Exponencial
dt

 r = taxa intrínseca de crescimento


 População cresceria indefinidamente

dN = roN (1 - N/K) Equação Logística


dt

 Taxa exponencial de aumento diminui linearmente com o tamanho da população

 Populações não crescem indefinidamente porque são reguladas por diversos


fatores, como COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA

SELEÇÃO r e k

Divisão de características e ambientes associados em 2 tipos contrastantes


(MacArthur & Wilson 1967):

 Seleção r e Seleção k

Seleção r Seleção k

 maturidade cedo  maturidade tardia


 pequeno tamanho  grande tamanho
 semélparos  iteróparos
 grande n de pequenos descendentes
o
 pequena prole de grandes indivíduos
 pouco investimento em sobrevivência  cuidado parental
 habitat imprevisível e efêmero  ambiente estável, saturado
 períodos de crescimento populacional  intensa competição entre os adultos
rápidos, sem competição determina sobreviv6encia e/ou fecundidade
Seleção r e k: dicotomia simples, classificação inadequada do mundo natural (Krebs,
1994).

COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA
Competição  interação entre indivíduos competindo por recursos limitados, levando
a uma redução na sobrevivência, crescimento e/ou reprodução de, pelo menos, um
dos indivíduos envolvidos.

Competição intraespecífica

 redução nas taxas de crescimento individual ou desenvolvimento

 redução na quantidade de reservas estocadas

 redução da sobrevivência e/ou fecundidade dos indivíduos

 Competição Exploração

 Competição Interferência

FATORES DEPENDENTES X INDEPENDENTES DA DENSIDADE

 Efeitos da competição: são densidade-dependentes

 Besouro da farinha Tribolium confusum


COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA E REGULAÇÃO DO TAMANHO

AUTOREGULAÇÃO DAS POPULAÇÕES

 Territorialidade
 Efeitos fisiológicos

AULA 5 – REGULAÇÃO POPULACIONAL

 População: grupo de indivíduos de uma mesma espécie em uma


determinada área.

* tempo
* escala

 Variação na densidade:

* espacial
* temporal: constantes, flutuar, crescer/decrescer

Crescimento Populacional

1. Modelo Exponencial

dN = rmN
dt
*Populações de laboratório
* Condições controladas

2. Modelo Logístico

dN = rmN (K – N)
dt K

 Processos regulatórios

 REGULAÇÃO  tendência de uma população decrescer em tamanho quando


acima de certo nível (K) e aumentar em tamanho quando está abaixo deste, de
modo a alcançar um equilíbrio estável.

 Como uma população varia ?

Nt+1 = Nt + N - M + I - E
 Mecanismos de Regulação

1. Densidade-independentes: efeitos não variam com a densidade

* Fatores abióticos: catástrofes, temperatura, umidade


* Exemplo: tempestade em uma população de lagartas

2. Densidade-dependentes: efeitos aumentam proporcionalmente com o aumento


da densidade populacional

* Fatores bióticos: competição intraespecífica

 COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA

* processo dependente da densidade


* poder regulatório sobre a população

Que fatores regulam uma população?

1. Escola climática: fatores climáticos (mortalidade, natalidade)

2. Escola biótica: fatores dependentes da densidade

* competição, predação

Determinação X Regulação
 determinação: fatores dependentes e independentes da densidade
 regulação: manutenção de determinado equilíbrio, dd

Análise de fator-chave (Kx)

 Fatores de mortalidade

Importância quantitativa
Importância regulatória

Auto-Regulação de uma população

1. Canibalismo
2. Territorialidade
3. Efeitos fisiológicos

Importância dos processos regulatórios em ecologia

 Controle de pragas
 Conservação de espécies

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES (PARTE 2)

Introdução

Uma população compreende os indivíduos de uma espécie dentro de uma dada


área. As fronteiras de uma população podem ser naturais, impostas pelos limites
geográficos de um habitat adequado, ou podem ser definidas arbitrariamente à
conveniência do pesquisador. Em qualquer caso, a população possui uma
estrutura espacial e sua abundância pode variar de acordo com a quantidade de
alimento, predadores, locais para construir ninhos e outros fatores ecológicos do
habitat (Ricklefs 1996).
A estrutura da população proporciona uma visão rápida num determinado instante
de tempo. As populações também apresentam comportamento dinâmico,
continuamente mudando o número de indivíduos devido aos nascimentos, mortes
e movimentos individuais. A regulação destes processos depende de várias
interações de indivíduos com o seu ambiente e entre si. Por isso, muito da
ecologia focaliza-se no nível populacional.
Indivíduos e Populações
Uma população é definida como um grupo de indivíduos de uma mesma
espécie em uma mesma área. Uma população pode ser, por exemplo, o número
de pulgões presentes em uma única folha, ou o número de humanos na China.
Geralmente, a população é arbitrariamente definida pelo número de indivíduos
que é conveniente e/ou possível de contar. Mas, o que é um indivíduo? É possível
reconhecer, de maneira grosseira, dois tipos de organismos: os organismos
unitários e os organismos modulares.
Os organismos unitários são aqueles que possuem forma e aspecto
previsível. Salvo as aberrações, todo cachorro tem 4 patas, toda lagosta tem 6 e
todo ser humano tem 2 pernas, 2 braços, 2 olhos. Além disso, nestes organismos
a sucessão de fases (nascimento, reprodução, morte...) é, de certa forma,
previsível. Já os chamados organismos modulares são aqueles em que a forma e
o tempo não são previsíveis. Estes indivíduos são compostos por um número
variável de módulos e seu desenvolvimento é dependente da interação com o
meio ambiente. Os mais conhecidos exemplos de organismos modulares são as
plantas, onde cada ramo ou folha pode ser considerado um módulo. A Figura 1
exemplifica alguns tipos de animais e plantas que possuem crescimento modular.

Figura 1. Organismos modulares: plantas à esquerda e animais à direita. Fonte:


Begon et al. 1996.

Parâmetros Demográficos

A demografia é a área da ciência que estuda a estrutura etária e o


crescimento das populações. Apesar dos estudos de plantas e animais terem se
desenvolvido separadamente, estas 2 formas de vida possuem muito em comum
quando examinadas do ponto de vista demográfico. Em um nível mais simples,
plantas são geradas a partir de sementes da mesma forma que pássaros são
gerados a partir de ovos. Animais mais velhos exibem sinais de senilidade assim
como árvores mais velhas apresentam galhos mortos. Assim, parece sensato
sugerir que, apesar de formas de vida e estágios de desenvolvimento diferirem
significativamente entre as espécies, alguns processos populacionais básicos são
comuns a todas elas.

Como varia o número de indivíduos em uma população?

Pode-se dizer que nascimento, morte, imigração e emigração são os 4


parâmetros demográficos fundamentais no estudo de dinâmica de uma população.
Estes parâmetros podem ser combinados numa equação algébrica bem simples,
que descreve a mudança numérica em uma população entre 2 intervalos de tempo:
Nt = Nto + N + I – M – E , onde

* Nto = tamanho da população no tempo anterior


* Nt = tamanho da população no tempo seguinte
* N = no de indivíduos nascidos entre t e to
* M = no de indivíduos que morreram entre t e t o
* I = imigração (chegada na população)
* E = emigração (saída da população)

Se uma população é muito grande, então esta equação pode ser construída em
termos da densidade, ao invés de números absolutos. N t, por exemplo, passa a ser
“o número de plantas por m2 no tempo t” ou “o número de insetos por folha”.

Importância dos estudos demográficos

Descrever, explicar e entender a distribuição dos organismos é um dos objetivos da


ecologia. A equação acima descrita tem aplicações na ecologia, agricultura e
conservação. Ao se estudar os efeitos de uma praga sobre uma cultura, o objetivo é
aumentar o Nt da cultura ao diminuir o Nt da espécie praga. Se o objetivo é
conservacionista, deve-se avaliar as taxas de natalidade, mortalidade e reposição de
uma população ameaçada de extinção.

Métodos para descrever N, M, I, E

Para descrever de forma precisa o nascimento, morte... é preciso que os


indivíduos sejam quantificados. Isso significa contar os indivíduos ou módulos de
uma população. A maioria dos estudos não lida diretamente com os nascimentos e
mortes, mas com suas conseqüências, isto é, com o número de indivíduos que estão
presentes em uma população e como este número varia com o tempo (Figura 2).
Os melhores estudos populacionais são aqueles que não só descrevem os
dados de variação do número de indivíduos, mas que também fornecem dados
sobre os processos que afetam os números.
Figura 2. Exemplos de contagens de indivíduos. a) números de pares de pássaros; b) número de pupas de
mariposas por m2; c) número de peixes por unidade de esforço de captura (CPUE). Fonte: Begon et al. 1996.
(retirada p ficar mais leve)

TABELAS DE VIDA (VIDE LITERATURA RECOMENDADA Ricklefs, 1996 OU A Ed. de


2003)

A projeção precisa de mudança no tamanho de uma população requer o


conhecimento do número de indivíduos por faixa etária, suas probabilidades de
sobrevivência e sua taxa de fecundidade. Estas estatísticas são coletivamente
conhecidas como tabelas de vida e registram a adição e remoção de indivíduos em
uma população. Elas se dividem em 3 tipos: tabelas de vida diagramáticas, tabelas
de vida de coorte e tabelas de vida estáticas.

Tabela de Vida Diagramática

O esquema abaixo exemplifica uma tabela de vida diagramática para uma


espécie de planta hipotética.

Adultos
f Nt

Sementes
Nt . f f = fecundidade

p g = germinação

g e = estabelecimento
p = probabilidade de sobrevivência

Plântulas
Nt . f . g

e
Adultos
Nt+1
Nos quadrados observa-se o número inicial de indivíduos em cada um dos 3
estágios: sementes, plântulas e adultos. Assim, o número de adultos no tempo t+1 é
derivado de 2 fontes:

1. Alguns são derivados dos adultos sobreviventes do tempo t, cuja probabilidade


de sobrevivência é indicada por p. Se N t = 100 e p = 0.9, então existem 90 adultos
contribuindo para Nt+1 no tempo t+1.
2. Outra fonte de adultos é o nascimento, que envolve múltiplos estágios, como a
produção de sementes, a germinação e o crescimento e estabelecimento das
plântulas. f é o número médio de sementes produzidas por adulto, ou a fecundidade
média da população de plantas. O número total de sementes produzidas pode ser
calculado multiplicando-se Nt . f.
A proporção destas sementes que realmente germinam é g, que é essencialmente a
taxa de sobrevivência. Multiplicando-se Nt . f. g têm-se o número de sementes que
germinaram com sucesso e tornaram-se plântulas.
A parte final do processo é o estabelecimento das plântulas como adultos, e essa
possibilidade é denotadas por e, deforma que o número total de nascimentos pode
ser calculado por Nt . f. g . e.

De forma geral, o número de adultos desta população em t + 1 pode ser


calculado por:

N t+1 = (Nt . p) + (Nt . f. g . e)

Neste exemplo, a imigração e a imigração foram ignoradas, de modo que a


descrição de como a população muda de tamanho está incompleta. Na prática,
estudos de campo meticulosos são necessários para a construção de tabelas de
vida diagramáticas. Estimativas das probabilidades de transição (p, g, e...) são
necessárias, além de medidas como a fecundidade dos adultos.
Um exemplo de trabalho detalhado pode ser encontrado em Richards &
Waloff (1954) estudando uma espécie comum de gafanhoto do campo, Chorthippus
brunneus. A população desta espécie foi isolada, de forma que a migração pôde
realmente ser ignorada (Figura 3). Não existem sobreviventes de uma não para o
outros (p = 0), e o processo de nascimento até a fase adulta é complexo, envolvendo
6 estágios. O primeiro é a postura de ovos no solo pelas fêmeas (pods). Cada
fêmea deixa, em média, 7.3 conjuntos, com 11 ovos. Assim, observa-se a postura de
aproximadamente 200 ovos. Somente 7.9% destes sobrevivem ao inverno e viram
ninfas de 1o estágio. A sobrevivência de ninfa I até adultos é baixa, o que no fim do
processo, gera apenas 5.8 adultos (aproximadamente 3 machos e 3 fêmeas).
Apesar da alta fecundidade, os adultos de 1947 não fazem mais que substituir com
adultos novos a população no ano seguinte.

Figura 3. Tabela de vida diagramática de Chorthippus brunneus, uma espécie anual (tamanho
populacionais por 10m2). Fonte: Begon & Mortimer, 1986.

Tabela de Vida de Coorte

Este tipo de tabela de vida segue o destino de uma coorte – um grupo de


indivíduos nascidos no mesmo intervalo de temo – desde o seu nascimento até a
morte do último indivíduo. Cada indivíduo deve ser reconhecido e distinguido de
outros indivíduos pertencentes a outras coortes, mas que também estão presentes
na população.
A Figura 4 exemplifica uma coorte. Os indivíduos são representados por
linhas sólidas, vão ficando mais velhos com o tempo e eventualmente morrem
(representado por um ponto). Neste caso, a coorte de quatro indivíduos (nascidos
no tempo t o) é observada novamente no tempo t 1 (quando há só dois sobreviventes)
e no tempo t3, quando não há mais sobreviventes.

Figura 4. Uma população representada por várias linhas diagonais. Três indivíduos nasceram antes
de to e três durante t1. Entretanto, somente 4 indivíduos pertencem à coorte marcada por uma chave,
a coorte dos indivíduos nascidos em to. Fonte: Bego & Mortimer, 1986. (retirada p ficar mais leve)

Plantas são ideais para estes tipos de estudo, já que são sésseis e podem ser
facilmente marcadas ou mapeadas e assim “seguir” o destino de cada indivíduo.
Para exemplificar uma tabela e vida de coorte, analisaremos o exemplo do trabalho
de Law (1975) com a gramínea Poa annua.

Resumo das variáveis em uma tabela de vida

 lx = sobrevivência dos indivíduos recém-nascidos até a idade x


 bx= fecundidade na idade x
 mx= proporção de indivíduos vivos na idade x morrendo em x+1
 sx= proporção de indivíduos na idade x sobrevivendo até x+1
 ex = expectativa adicional de vida de indivíduos da idade x
A Tabela 1 mostra a sobrevivência e a fecundidade de uma plantação de P. annua
sob condições experimentais durante 2 anos de estudo, em cuja época o último
indivíduo morreu (a idade é apresentada de 3 em 3 meses).
Das 843 plantas vivas no tempo t o (germinação), 722, ou 85.7% estavam vivas no
tempo 1, aos 3 meses de idade. Daí So e l1 serem ambos iguais a 0.857. Esta tabela
mostra também que a probabilidade de morrer aumenta com o aumento da idade e
por isso a expectativa de vida diminui. Na idade de 6 meses esta espécie mostra
seu maior valor (620 sementes) e então declina com a idade.
Outro parâmetro importante é o chamado R 0, ou taxa de crescimento básico que é
calculada pela fórmula:

R0 =  bx
Nt0

No caso desta população, o somatório de b x é 1660 e Nt0 é 843. Desta forma, R0 =


1.96, o que significa que a população quase dobra a cada geração. Se R 0 > 1 a
população cresce, e se R0 é menor que 1 a população está diminuindo.

Tabela 1- Tabela de vida da gramínea Poa annua. Fonte: Ricklefs, 1996. (retirada p ficar mais
leve)

Tabela de Vida Estática

Este tipo de tabela de vida considera a sobrevivência de indivíduos de idade


conhecida durante um único intervalo de tempo. O pesquisador, neste caso, estima
cada valor de sobrevivência de idade específica, independentemente, para cada
faixa etária da população. Naturalmente, para aplicar esta técnica, é preciso
conhecer as idades dos indivíduos. Para plantas esta idade pode ser estimada por
anéis de crescimento e para animais pelo desgaste dos dentes ou tamanho dos
chifres.
A distribuição de idades de morte foi utilizada para construir uma tabela de
vida para o carneiro montês, no Alasca (Tabela 2). O tamanho dos chifres, que
crescem continuamente durante a vida do carneiro fornece estimativas da idade na
hora da morte. Dos 608 esqueletos observados, 121 foram julgados ter menos de 1
não na hora da morte, 7 entre 1 e 2 anos e assim por diante. Se todos os 608
carneiros estavam vivos na data de nascimento e 121 morreram no primeiro ano,
então 608 - 121 = 487 estavam vivos entre 1 e 2 anos e assim por diante... até o
carneiro mais velho ter morrido durante seu 14 o ano de vida.
Tabela 2. Tabela de vida para o carneiro montês construída a partir da idade de morte de 608
carneiros no Parque Nacional de Denali. Fonte: Ricklefs, 1996. (retirada p ficar mais leve)

CONCLUSÃO

Uma das razões para se utilizar tabelas de vida para monitorar taxas idade-
específicas é que elas permitem descobrir padrões de natalidade e mortalidade que
são repetidos em uma variedade de espécies, em uma variedade de circunstâncias.
Quando estas tabelas revelam diferenças entre as espécies ou entre as populações
são as diferenças que permitem reconhecer particularidades e permitir comparações
entre diferentes respostas para ambientes semelhantes ou respostas semelhantes
para ambientes distintos.
BIODIVERSIDADE

CONCEITO:

DIVERSIDADE BIOLÓGICA: Diversidade de um ecossistema refere-se ao número


de espécies e ao número de indivíduos de cada espécie, em determinado território.
Uma grande diversidade é a garantia de estabilidade, pois cada espécie que
entra em uma ou várias cadeias alimentares não pode se desenvolver de modo
invasor.

RIQUEZA  DENSIDADE DE ESPÉCIES

COMPONENTES

UNIFORMIDADE

DIVERSIDADE DE PADRÕES

TIPOS DE DIVERSIDADE

DIVERSIDADE GENÉTICA
Ecologia de Comunidades: composição de espécies e
diversidade

Introdução

O termo biodiversidade é uma simples contração do termo diviersidade biológica, e à


primeira vista, é um conceito muito simples: é o somatório total de toda a variação
biótica, do nível genético ao ecossistema. O desafio em relação à diversidade,
entretanto, reside em como medir e quantificar um conceito tão amplo. Apesar da
biodiversidade não poder ser representada por um único número, como os gerados
através dos chamados índices de diversidade, alguns estudos em relação à medida
da diversidade têm demonstrado algumas particularidades de certas comunidades,
descobertas estas muitas vezes alarmantes.
Análises temporais e filogenéticas estão dando certa luz à processos ecológicos e
evolutivos que têm moldado a diversidade atual. Entretanto, apesar dos expressivos
esforços de pesquisa na área da biodiversidade do planeta, eles são pouco
representativos em relação à quantidade de “diversidade” desconhecida e
ameaçada, principalmente pela ação antrópica.
Ecologia de comunidades

A comunidade é uma unidade ecológica de visualização pouco clara na


natureza. Em virtude disso, existem inúmeras definições, que procuram destacar
algumas de suas propriedades gerais e atributos:

 Qualquer conjunto de populações em determinada área ou habitat, podendo ter os


mais variado tamanhos (Odum 1983)

 Uma reunião de populações em uma determinada área ou habitat físico definido


(Krebs 1991)

 Uma associação entre populações interativas (Ricklefs 1996)

 Um conjunto de espécies interativas que ocorrem conjuntamente no tempo e


espaço (Begon et al. 1996)

A COMUNIDADE NÃO É APENAS UM CONJUNTO DE POPULAÇÕES DE ESPÉCIES EM UMA


DETERMINADA ÁREA. SUA ESTRUTURA, FUNCIONAMENTO, E DINÂMICA SÃO GOVERNADAS

POR INTERAÇÕES POSITIV AS E NEGATIVAS ENTRE AS ESPÉCIES. ASSIM, AS COMUNIDADES

PODEM SER DESCRITAS COMO “SOMATÓRIO D AS ESPÉCIES QUE A COMPÕEM MAIS O

SOMATÓRIO DAS INTERAÇÕES ENTRE ELAS.”

Atributos de uma comunidade: composição, riqueza e diversidade

A riqueza de espécies de uma comunidade indica quantas espécies estão


presentes em determinada área, enquanto a composição de espécies indica quais
são as espécies desta comunidade. O termo diversidade será definido adiante.
Uma comunidade pode ser definida ainda em termos de sua distribuição espacial,
que pode ser basicamente de três tipos: agregada, aleatória e regular.

A maneira mais simples de se caracterizar uma comunidade seria através do


número e tipo de espécies que a compõem. Para tanto, bastaria contar e identificar
todas as espécies presentes em uma comunidade. Este procedimento, entretanto,
apresenta consideráveis dificuldades metodológicas, uma vez que quase nunca é
possível contar todos os indivíduos de todas as espécies em uma comunidade.
Normalmente, existem limitações de tempo e de dinheiro, e, quando não se pode
simplesmente contar todos os indivíduos, coletá-los pode destruir uma comunidade
inteira.

Assim, ecólogos se baseiam em amostragens para fornecer uma


aproximação da composição de uma comunidade (Figura 1). A seguir, são descritos
alguns métodos utilizados em ecologia vegetal para a caracterização da flora de
algumas comunidades.

Métodos de amostragem da riqueza e diversidade vegetal

A escolha de uma técnica de amostragem depende de vários fatores, tais


como os objetivos do levantamento, tipos de informações prévias disponíveis,
características da área a ser estudada e parâmetros de interesse que serão obtidos
através das estimativas. A rigor, existem dois grandes grupos de amostragem: a
amostragem aleatória - que pode ser irrestrita ou restrita - e a amostragem não-
aleatória - que pode ser sistemática ou seletiva.

Amostragem Aleatória Irrestrita

É aquela em que todas as unidade de amostragem têm igual probabilidade de


serem sorteadas. A amostragem é chamada irrestrita uma vez que a primeira
unidade da amostra, uma vez sorteada, pode tornar a sê-lo, tanto quanto as
subsequentes. As unidade amostrais podem ser todas de mesmo tamanho (Figura
2) e de tamanhos e formas distintas (Figura 3).

Amostragem Aleatória Restrita ou Estratificada

Consiste em estratificar uma determinada área florestal (população) em


subpopulações homogêneas (estratos), com base na interpretação de fotografias
aéreas. É normalmente utilizada em extensas áreas florestais, como na Amazônia.
Da mesma forma que a amostragem irrestrita, as unidades amostrais podem ser
todas de mesmo tamanho e de tamanhos e formas distintas.

Amostragem Sistemática

Uma vez definidas as faixas a serem amostradas em uma determinada


vegetação, é sorteada apenas a primeira unidade de amostra. As demais se
sucedem a intervalos constantes, definidos em função das características da
vegetação em estudo, preferivelmente atravessando toda a extensão da área
inventariada. A amostragem aleatória pode ser feita em faixas regulares e de
comprimento uniforme (Figura 4) ou em faixas de tamanho e forma variados (Figura
5).

Amostragem Seletiva

É aquela em que a localização das unidade de amostra é estabelecido


arbitrariamente. Este critério arbitrário normalmente é baseado nas condições de
acessibilidade ou na suposta acuidade do pesquisador em perceber que
determinados locais da área são representativos da população sob estudo.

Distribuição Espacial

A distribuição espacial diz respeito ao arranjo das espécies vegetais em


determinada área. Barros & Machado (1984) ressaltam que o estudo da distribuição
espacial das espécies vegetais representa o primeiro passo para o entendimento
das florestas tropicais e para o estudo detalhado de seus componentes.
Tipos de distribuição espacial

A distribuição espacial de espécies vegetais pode ser de três tipos (Begon et


al. 1996):

1) Distribuição espacial aleatória: é aquela onde há probabilidade semelhante de


um organismo ocupar qualquer lugar no espaço (Figura 6a);
2) Distribuição espacial regular: é aquela onde ocorre uma distribuição mais
uniforme, mantendo certa distância fixa entre os organismos (Figura 6b). Diversos
autores têm constatado que esta distribuição é muito rara em ambientes naturais
(Oliveira Filho 1991);
3) Distribuição espacial agregada: é aquela onde os indivíduos encontram-se
agrupados em determinadas porções do ambiente ou a outros indivíduos (Figura
6c) . Sabe-se que nas florestas tropicais a maioria das espécies, notadamente as
mais valiosas comercialmente, tem uma distribuição agregada (Oliveira Filho
1991).

Alguns fatores podem influenciar no tipo de distribuição espacial, como por


exemplo, o tipo de solo, o tipo e tamanho das sementes, o tipo de dispersão das
sementes, e a dispersão de predadores específicos das sementes.

Métodos de detecção dos tipos de distribuição espacial

Segundo Silva & Lopes (1982) pode-se genericamente dividi-los em 2


grandes grupos:

1) Método dos Quadrados (Parcelas):

São vários e baseiam-se na premissa de que as árvores ocorrem em grupos


ou colônias, e que o número de indivíduos por grupo tem também uma outra
distribuição específica. Os dados de campo consistem no número de árvores por
quadrado (Figura 7a). Com relação à distribuição aleatória, tais métodos já foram
extensivamente testados e se revelaram basicamente práticos e válidos. Entretanto,
os resultados são fortemente influenciados pelo tamanho da parcela.

2) Método das Distâncias (Quadrantes):


Usa distâncias de plantas selecionadas para outra planta ou de pontos
aleatórios para as plantas adjacentes. Sua principal vantagem é evitar o efeito do
tamanho da parcela (Figura 7b).

As variáveis obtidas através destes dois métodos são:

a) altura: medida da base da árvore até a primeira bifurcação significativa (Figura 8).
Esta informação pode ser obtida através de qualquer instrumento baseado em
relações trigonométricas, e pode ser também estimada com o auxílio de uma vara
de tamanho determinado, periodicamente aferida com um dos aparelhos de
medição. Na vegetação de cerrado, sempre que possível, deve-se medir a altura da
planta da base até a última bifurcação significativa.
b) diâmetro: O diâmetro, tomado a 1,30 metros do solo (Figura 8), pode ser obtido
através de aparelhos ou de uma fitra diamétrica. Na vegetação de cerrado, essa
circunferência é medida a 30 cm do solo.
c) Distância: distância que vai do centro da amostra às árvores mais próximas. Esta
distância, medida com o auxílio de uma trena, é importante para o cálculo da área
que cada árvore ocupa dentro do espaço amostral.

Os conhecimentos gerados a partir dos estudos de ecologia vegetal são uma

ferramenta importante para o conhecimento dos recursos vegetais de uma dada

área e sua posterior utilização sustentável e conservação.

O conceito de diversidade

A descrição de uma comunidade em termos apenas da riqueza (quantas

espécies) e composição (quais são as espécies) não significa muito se não


soubermos qual é a abundância relativa, ou seja, quantos indivíduos de cada

espécie existem em uma comunidade. As informações sobre a abundância relativa

permitem descobrir que espécies são raras e que espécies são comuns. Este tipo

de informação é fundamental, por exemplo, para que se possa avaliar os efeitos de

um dado impacto antrópico sobre uma determinada comunidade a partir da

comparação desta com outra comunidade que possui as mesmas características,

mas que não sofreu intervenção. Intuitivamente, a diversidade é um conceito claro:

florestas tropicais são mais diversas que florestas temperadas

Mas por que a diversidade é um conceito difícil de definir ?

Basicamente, ela envolve 2 componentes:

1. A riqueza, ou variedade de espécies


2. A abundância relativa, ou quantos indivíduos de cada espécie
Assim, qualquer tentativa de medir a diversidade rapidamente cai no problema
que é fundamental: a diversidade não pode ser simplesmente reduzida a um
número. Uma ilustração bem simples pode mostrar isso. A Figura 9 mostra duas
amostras da fauna de insetos de dois ambientes. Qual amostra é mais diversa? A
princípio, parece ser a amostra A, porque ela contém três espécies, enquanto a
amostra B só contém duas. Entretanto, a amostra B é mais diversa já que existe
menor chance de que dois indivíduos escolhidos ao acaso nesta amostra pertençam
à mesma espécie. Assim, a diversidade combina os conceitos de riqueza e
equitabilidade (=equitatividade), apesar de nenhum número simples conseguir
combinar estes dois conceitos sem perda de informação.

Ainda, se compararmos 2 comunidade hipotéticas, como descrito na Tabela 1,


que possuem o mesmo número de indivíduos:
Tabela 1. Duas comunidade hipotéticas

Comunidade A Comunidade B
Espécie X 99 50
Espécie Y 01 50

Estas duas comunidades possuem o mesmo número de indivíduos e a mesma


riqueza, mas qual é mais diversa ? A comunidade B é mais diversa, pois a
abundância relativa de cada uma das espécies X e Y é idêntica (50%), enquanto a
comunidade A possui uma espécie muito comum (espécie X) e outra espécie rara
(espécie Y).

Tipos de Diversidade

Em nenhuma comunidade as espécies estão igualmente distribuídas: existem


espécies comuns, raras e de abundância intermediária. Os tipos de diversidade
estão baseados nas diferenças de diversidade em 3 escalas: local, regional e global.

 Diversidade local (): diferenças de diversidade dentro de uma mesma área de


amostragem;

 Diversidade regional (): diferenças na diversidade observada entre áreas de


amostragem;

 Diversidade global (gama): é a diversidade total da área de estudo.

CONCLUSÃO

Nas últimas décadas, os pesquisadores têm se confrontado com uma enorme

diversidade e complexidade do mundo natural. Assim, tentativas da quantificação

da diversidade biológica e dos fenômenos ecológicos têm recebido os mais

diferentes enfoques. Os estudos de ecologia vegetal no Brasil se concentram no


levantamento e inventariamento dos diversos domínios florísticos do país, como a

Floresta Amazônica, Mata Atlântica e Cerrado. Tais levantamentos têm gerado

inúmeras listas de espécies, de grande importância para gerar bases teóricas para o

manejo e conservação destes ambientes. Entretanto, dados ecológicos de plantas e

sua fauna associada, como polinizadores, dispersores e herbívoros, devem ser a

base para o manejo quando o objetivo de um estudo é a conservação e a

manutenção da diversidade máxima. As relações entre plantas e seus animais

associados estão dentre as mais variadas interaçõe bióticas entre taxa, e grande

interesse tem surgido em estudos destas interações em ambientes tropicais.

Entretanto, apesar da importância destas interações na estruturação de

comunidades vegetais, estudos detalhados e a longo prazo são escassos em

regiões tropicais, de modo que existem poucos dados sobre os padrões espaciais de

abundância das espécies e das interações entre estas e suas plantas hospedeiras,

justificando assim maior enfoque dos estudos de ecologia vegetal nas interações

positivas e negativas entre plantas e animais.


SUCESSÃO ECOLÓGICA (Leitura recomendada)

Introdução

As comunidades existem num estado de fluxocontínuo. Organismos morrem e outros


nascem de forma atomar seus lugares, a energia e os nutrientes transitam através das comunidades.
Quando um habitat é perturbado – uma floresta derrubada, um campo queimado – a comunidade
lentamente se reconstrói por colonizações e desaparecimento de espécies. Assim como a
importância das espécies varia no espaço, seus padrões de abundância podem se modificar com o
tempo. Um espécie ocorre somente quando e onde: i. é capaz de atingir o local; ii. existam condições
e recursos apropriados no local; iii. competidores, predadores e parasitas não a excluam; Assim, uma
seqüência temporal no aparecimento e desaparecimento de uma espécie requer condições,
recursos e/ou a influência de inimigos naturais, que por sua vez, também variam no tempo. Sucessão
Ecológica
A criação de qualquer novo habitat – um campo lavrado, uma duna de areia na borda de
um lago, fezes de um animal qualquer, uma lagoa temporária deixada por uma chuva pesada –
funcionam como um “convite” a uma tropa de espécies particularmente bem adaptada de invasores.
Esses primeiros colonizadores são seguidos por outros que são um pouco mais lentos em tirar
“vantagens” do novo habitat, mas são eventualmente mais bem sucedidos que as primeiras espécies
que chega, chamadas de espécies pioneiras. Desta forma, o caráter da comunidade muda com o
tempo. Este padrão direcional, contínuo, não-sazonal de colonizações e desaparecimento de
populações de espécies em uma dada área é chamado de sucessão ecológica. Este caráter
contínuo e regular de substituição de espécies é resultado das próprias modificações causadas no
habitat pelas próprias espécies sucessoras. Por exemplo, as plantas sombreiam a superfície da
terra, contribuem com detritos para o solo e alteram o seu teor de umidade. Essas mudanças
frequentemente inibem a continuação do sucesso das próprias espécies causadoras e tornam o
ambiente mais adequado para outras espécies, que então excluem aquelas responsáveis pelas
mudanças.Tipos de sucessão
Existem, basicamente, 3 tipos de sucessão ecológica:
Sucessão Degradativa: é aquela que ocorre em uma escala de tempo relativamente curta. Ocorre
em qualquer tipo de matéria orgânica morta, como o corpo de um animal ou partes de uma planta.
Geralmente, diferentes espécies invadem e desaparecem à medida que a degradação da matéria
orgânica utiliza alguns recursos e torna outros disponíveis. Outra característica da sucessão
degradativa é que ela é um processo finito, uma vez que o recurso pode ser totalmente mineralizado
ou metabolizado. Um exemplo de sucessão degradativa pode ser observado em fungos que
colonizam pinhas de Pinus sylvestris.
Neste ambiente, o folhiço (liteira) é continuamente depositado na superfície e se acumula
em camadas. Assim, a superfície é jovem e as camadas mais profundas são antigas. Observa-se
que Coniosporium está presente em 50% das pinhas vivas, mas à medida que elas senescem e
morrem, esta espécie de fungo não é mais encontrada. Quando a maioria das pinhas caem,
Lophodermium, Fusicoccum e Pullularia as colonizam. A sucessão de diferentes espécies de
fungos neste exemplo é provavelmente controlada por mudanças nas condições ambientais e
modificação do status nutricional do recurso.
Sucessão Alogênica: é um tipo de sucessão em que o processo de substituição de espécies ocorre
como resultado de mudanças externas ou forças geofisicoquímicas. Um exemplo deste tipo de
sucessão pode ser observado em ambientes de transição entre mangues e vegetação de floresta,
causada principalmente pela deposição de silte.
Neste exemplo, observa-se que as plantas acompanham o processo de deposição de silte,
já que as espécies vegetais colonizam áreas em determinadas alturas à nível do mar de acordo com
sua tolerância à inundação.
Sucessão Autogênica: ocorre em ambientes recém-criados, geralmente decorrentes de processos
biológicos que modificam condições e recursos. Se divide em dois tipos:
a) sucessão primária: é aquela que se inicia em um novo habitat, que não foi influenciado por uma
comunidade anterior. Exemplos de sucessão primária ocorrem em rochas nuas, formação de
ilhas por erupções vulcânicas ou exposição de ambientes após retração de geleiras.
b) sucessão secundária: é aquela que ocorre em ambientes pré-existentes. O processo inicia-se
quando a vegetação de uma área foi parcial ou totalmente removida (pela passagem de fogo, para
implantação de campos de agricultura seguidos de abandono da área, etc.), mas existe um solo bem
desenvolvido, ou mesmo um banco de sementes para recomeçar o processo.

Figura: Exemplo de sucessão secundária em uma comunidade hipotética.

Sucessão Autogênica e Facilitação


As espécies de início de sucessão podem alterar de tal forma as condições e/ou a
disponibilidade de recursos de um habitat que a entrada de novas espécies torna-se possível. Este
processo é denominado Facilitação, e é particularmente importante em sucessões primárias onde as
condições iniciais são severas.
Este exemplo mostra que as primeiras espécies a colonizar a área são musgos e
herbáceas, e estas são seguidas por 3 estágios distintos, denominados a partir das principais
espécies de plantas que ocorrem em cada um deles: Alder (2o estágio), Stika (estágio de transição) e
Spruce (estágio final). A força que dirige este processo sucessional é a mudança nas condições de
solo: as espécies pioneiras fixam o nitrogênio atmosférico e este vaia cumulando-se no solo e na
biomassa, o que permite o aparecimento de outras espécies.

Sucessão Autogênica e Inibição


Contrariamente ao processo da facilitação, algumas espécies inibem mudanças futuras e
impedem a entrada de outras espécies na seqüência. Esta comunidade é formada por 6 espécies de
algas. A espécie Ulva sp. é dominante, medida em percentagem de cobertura, durante mais de dois
anos de estudo. Para verfificar o processo de sucessão nesta comunidade, Souza (1979) realizou
experimentos de remoção da alga verde Ulva e observou os resultados na população da alga
Gigartina. Verificou-se que após a remoção de Ulva, a densidade populacional de Gigartina
aumentou em mais de 20 vezes. Algas pioneiras eficientes inibem o crescimento de espécies
subsequentes devido à alta habilidade competitiva, e a sucessão só ocorre quando as pioneiras são
removidas por fatores naturais que não a competição, como por exemplo, outros fatores de
mortalidade como parasitismo, doenças e adversidades climáticas. Espécies Pioneiras e Tardias
Espécies pioneiras são aquelas que se estabelecem rapidamente no habitat perturbado,
tanto por dispersão rápida para o sítio, quanto por propágulos que estejam presentes. Possuem o
chamado estilo de vida “fugitivo” e já que não persistem em competição com espécies tardias, devem
crescer e consumir os recursos rapidamente. Geralmente, são espécies que possuem alta taxa de
crescimento relativo, alta taxa reprodutiva,baixo investimento em reservas, altas taxas respiratórias e
fotossintéticas.
Espécies tardias são aquelas que se desenvolvem lentamente, muitas vezes permanecem
como banco de sementes no solo, até que condições estejam favoráveis para o seu desenvolvimento.
Possuem fases juvenis longas, pequeno número de grandes sementes, com altas quantidades de
reserva. A germinação é normalmente estimulada pela sombra. Tais características as classificam
como espécies de estratégia, ou seleção, do tipo k.

MODELOS DE SUCESSÃO ECOLÓGICA

Modelo de Sucessão de Horn (1975, 1981)

Este modelo propõe que em uma comunidade florestal hipotética é possível prever
mudanças na composição em espécies, sabendo-se:

i. a composição inicial da comunidade;


ii. a probabilidade de uma espécie ser reposta por um indivíduo da mesma espécie ou espécie
diferente.

Entretanto, este modelo é muito simplista e sua proposição de que as probabilidades de


transição de uma espécie para outra em uma comunidade qualquer permanecem constantes ao
longo do tempo, e que estas não são afetadas por fatores históricos parecem estar, na maioria das
vezes, estar erradas.

Modelo de Sucessão de Connell & Slatyer (1977)


Uma revisão dos mecanismos de sucessão foiproposta pelos pesquisadores Connell &
Slatyer em 1977 e 1979. Estes autores propõem 3 modelos, dos quais o primeiro – facilitação – é a
explicação clássica para a substituição de espécies em uma sucessão, enquanto os outros dois –
tolerância e inibição – são igualmente importantes, mas muitas vezes subestimados.
1. Facilitação: a característica inicial deste processo é que as pioneiras modificam o
ambiente de modo que ele torna-se menos favorável à própria espécie e mais favorável ao
recrutamento das outras espécies;
2. Tolerância: o modelo de tolerância sugere um seqüência previsível produzida, já que
diferentes espécies exploram o recurso de diferentes maneiras. As espécies tardias são capazes de
tolerar menores níveis de recursos e crescem até a maturidade na presença das pioneiras.
3. Inibição: o modelo de inibição se aplica quando as espécies resistem à invasão de
competidoras e as espécies tardias se acumulam gradativamente, e repõem as espécies pioneiras
somente quando elas morrem. Uma importante distinção entre os modelos é a causa de morte das
pioneiras. Na facilitação e tolerância elas são mortas na competição por recursos (luz e nutrientes)
enquanto na inibição elas são mortas por distúrbios locais, causados por condições físicas extremas,
ação de predadores e doenças.

Hipótese da razão-recurso (Tilman 1988)


Este modelo descreve o papel relativo das mudanças nas habilidades competitivas das
espécies de plantas à medida que o tempo modifica as condições e recursos do meio.
Este autor argumenta que a dominância de espécies em qualquer ponto da sucessão é
fortemente influenciada pela disponibilidade relativa de 2 recursos: um nutriente (geralmente o
nitrogênio) e luz. No início da sucessão o habitat disponível paras as sementes e plântulas tem
poucos nutrientes e muita luz incidente. À medida que ocorre aumento da quantidade de folhiço e
aumento da atividade de organismos decompositores, aumenta também a quantidade de nutrientes e
biomassa, o que reduz a disponibilidade de luz.
Segundo este modelo, existe, para cada comunidade, um certo número de espécies
adaptadas a cada uma dessas condições e às mudanças a elas associadas durante o processo de
sucessão.

O conceito de clímax
Os ecólogos tradicionalmente vêem a sucessão como um processo que inexoravelmente leva a uma
expressão de última instância do desenvolvimento da comunidade: a chamada comunidade clímax.
Desta foram, a seqüência de mudanças iniciadas por uma perturbação qualquer é chamada
sucessão, enquanto a associação de espécies atingida em última instância é chamada de clímax. O
conceito de clímax tem uma longa história. Os primeiros estudos de sucessão demonstraram que as
muitas comunidades sucessionais encontradas em uma mesma região, cada uma desenvolvendo-se
sob um conjunto particular de circunstâncias ambientais, progride em direção a um mesmo clímax.
Esta idéia, proposta pelo ecólogo Frederic Clements (1916), foi denominada monoclímax, isto é, um
clímax único domina qualquer região climática, e o ponto final da sucessão é sempre o mesmo,
independente das características do início. Nos anos mais recentes, o conceito de clímax como uma
unidade discreta tem sido grandemente modificado, ao ponto de rejeição inequívoca por alguns
ecólogos, porque tem-se tornado claro que as comunidades são sistemas abertos cuja composição
varia continuamente através dos gradientes ambientais. Assim, Tansley (1939) propôs a idéia do
policlímax, que sugere que um clímax local é governado por um ou vários fatores como o clima, as
condições de solo, topografia...

Conclusão

A sucessão realça a natureza dinâmica das comunidades biológicas. Algumas


perturbações, como queimadas ou abertura de clareiras, revelam forças que determinam a presença
ou ausência de espécies em uma comunidade e os processos responsáveis pela regulação na
estrutura destas comunidades. A sucessão enfatiza ainda que a estrutura das comunidades
compreende um mosaico de retalhos de estágios sucessionais distintos. Assim, estudos de
comunidades devem considera a presença e a influência das perturbações em muitas escalas de
tempo e espaço.
BIODIVERSIDADE BRASILEIRA

"Diversidade biológica" significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens,


compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro
de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Mais claramente falando, diversidade biológica, ou
biodiversidade, refere-se à variedade de vida no planeta terra, incluindo a variedade genética dentro
das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a
variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade
de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. Biodiversidade refere-se tanto
ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade)
dessas categorias; e inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica
entre habitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Biodiversidade
inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus
componentes. A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo
equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso econômico. A
biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e, também, a
base para a estratégica indústria da biotecnologia. As funções ecológicas desempenhadas pela
biodiversidade são ainda pouco compreendidas, muito embora considere-se que ela seja responsável
pelos processos naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas e espécies que sustentam outras
formas de vida e modificam a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida. A diversidade
biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico,
educacional, cultural, recreativo e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da
biodiversidade.

RIQUEZAS DE ESPÉCIES

O Brasil tem uma área de 8,5 milhões km², ocupando quase a metade da América do Sul. Essa área
possui várias zonas climáticas que incluem o trópico úmido no norte, o semi-árido no nordeste e
áreas temperadas no sul. As diferenças climáticas contribuem para as diferenças ecológicas
formando zonas biogeográficas distintas chamadas biomas. A maior floresta tropical úmida (Floresta
Amazônica) e a maior planíce inundável (o Pantanal) do mundo se encontram nesses biomas, além
do Cerrado (savanas e bosques), da Caatinga (florestas semi- áridas) e da Mata Atlântica (floresta
tropical pluvial). O Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões Km² com uma variedade de
ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos. A
variedade de biomas reflete a riqueza da flora e fauna brasileiras, tornando-as as mais diversas do
mundo. Muitas das espécies brasileiras são exclusivas no mundo (endêmicas). O Brasil é o país com
a maior biodiversidade do mundo, contando com um número estimado de mais de 20% do número
total de espécies do planeta. Diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são
originárias do Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a castanha do Brasil
(também conhecida como castanha do Pará), a mandioca, o caju e a carnaúba. O Brasil abriga o
maior número de primatas com 55 espécies, o que corresponde a 24% do total mundial; de anfíbios
com 516 espécies; e de animais vertebrados com 3.010 espécies de vertebrados vulneráveis, ou em
perigo de extinção. O país conta também com a mais diversa flora do mundo, número superior a 55
mil espécies descritas, o que corresponde a 22% do total mundial. Possui por exemplo, a maior
riqueza de espécies de palmeiras (390 espécies) e de orquídeas (2.300 espécies). Possui também
3.000 espécies de peixes de água doce totalizando três vezes mais que qualquer outro país do
mundo. O Brasil é agraciado não só com a maior riqueza de espécies mas, também, com a mais alta
taxa de endemismo. Uma em cada onze espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada
no Brasil (522 espécies), juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada
quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são
exclusivas para o Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de
aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios. Esta riqueza de
espécies corresponde a, pelo menos, 10% dos anfíbios e mamíferos e 17% das aves descritas em
todo o planeta. A composição total da biodiversidade brasileira não é conhecida e talvez nunca venha
a ser, tal a sua magnitude e complexidade. Sabendo-se, entretanto, que para a maioria dos seres
vivos o número de espécies no território nacional, na plataforma continental e nas águas jurisdicionais
brasileiras é elevado, é fácil inferir que o número de espécies, tanto terrestres quanto marinhas, ainda
não identificadas, pode alcançar valores da ordem de dezena de milhões no Brasil. Apesar da riqueza
de espécies nativas, a maior parte de nossas atividades econômicas está baseada em espécies
exóticas. Nossa agricultura está baseada na cana-de- açúcar proveniente da Nova Guiné, no café da
Etiópia, no arroz das Filipinas, na soja e na laranja da China, no cacau do México e no trigo da Ásia
Menor. A silvicultura nacional depende de eucaliptos da Austrália e de pinheiros da América Central.
A pecuária depende de bovinos da Índia, de eqüinos da Ásia Central e de capins Africanos. A
piscicultura depende de carpas da China e de tilápias da África Oriental, e a apicultura está baseada
em variedades da abelha-europa provenientes da Europa e da África Tropical. É fundamental que o
país intensifique a implementação de programas de pesquisa na busca de um melhor aproveitamento
da biodiversidade brasileira e continue a ter acesso aos recursos genéticos exóticos, também
essenciais para o melhoramento da agricultura, pecuária, silvicultura e piscicultura nacionais. Essa
necessidade está ligada à importância que a biodiversidade ostenta na economia do país. Somente o
setor da Agroindústria responde por cerca de 40% do PIB brasileiro , calculado em US$ 866 bilhões
no ano de 1997), o setor florestal por 4% do PIB e o setor pesqueiro por 1% do PIB. Produtos da
biodiversidade respondem por 31% das exportações brasileiras, especialmente destacando café, soja
e laranja. As atividades de extrativismo florestal e pesqueiro empregam mais de três milhões de
pessoas. A biomassa vegetal, contando o álcool da cana-de-açúcar e a lenha e o carvão derivados
de florestas nativas e plantadas respondem por 30% da matriz energética nacional e em
determinadas regiões, como o Nordeste, atendem a mais da metade da demanda energética
industrial e residencial. Grande parte da população brasileira utiliza-se de plantas medicinais na
solução de problemas corriqueiros de saúde. A diversidade biológica constitui, portanto, uma das
características de recursos ambientais, fornecendo produtos para exploração e consumo e prestando
serviços de uso indireto. É importante, portanto, a disseminação da prática da valoração da
diversidade biológica. A redução da diversidade biológica compromete a sustentabilidade do meio
ambiente e a disponibilidade
permanente dos recursos ambientais.
Cálculos sobre a biodiversidade global, conduzidos por E.O. Wilson, da Universidade de
Harvard, indicavam, em 1987, a existência de mais de 5 milhões de espécies de organismos.
Entretanto, coletas intensivas conduzidas à época, principalmente na floresta tropical úmida, e com
atenção concentrada nos insetos, permitiram projetar valor da ordem de 30 milhões de espécies.
Novos trabalhos recentemente conduzidos estimaram que a biodiversidade do planeta pode alcançar
valores ainda muito mais elevados, sendo admitida uma amplitude que vai de 10 a 100 milhões de
espécies. A realidade dos fatos, entretando, é que o número de espécies hoje conhecido em todo o
planeta está em torno de 1,7 milhões, valor que atesta o elevado grau de desconhecimento da
biodiversidade, mormente nas regiões tropicais.

Recomendação de consulta bibliografia:


www.csa.osa.org.br/ef2/interarivo/ biodiversidade/bio.htm
Begon. M, Harper, J.L. e Townsend, C. R. 1996. Ecology. 3 rd. Ed. Oxford, Blackwell Science.
SISTEMAS AGROFLORESTAIS

CONCEITO: É um arranjo ou conjunto de componentes, unidos ou relacionados de tal


maneira que formam uma identidade ou um todo.
Os sistemas agroflorestais constituem uma modalidade viável de uso da terra, segundo
o principio de rendimento sustentado, que permite aumentar a produção e, combinar
simultaneamente, ou de maneira escalonada cultivos agrícolas e ou criações com florestas,
aplicando as práticas compatíveis com os padrões culturais da população local.

SISTEMA AGROFLORESTAL

TIPOS

SISTEMA SILVOPASTORIL

AGROECOLOGIA

AGROECOLOGIA  Equilíbrio para um desenvolvimento sustentável


(sem agrotóxicos, usa insumo orgânico)
 ECONOMIA + DESENVOLVENDO SOCIAL (POLÍTICA CONSCIÊNCIA,
PRIMEIRO O SER HUMANO, O PRODUTOR!!!)
 AGROPECUÁRIA ORGÂNICA 
 AGRICULTURA NATURAL
 PERMACULTURA
 AGRICULTURA BIODINÂMICA

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