Aula 6 Produção Grafica
Aula 6 Produção Grafica
AULA 6
Prezado aluno, esta aula tem por objetivo abordar cinco temas
importantes no universo da Produção Gráfica. São temas que ampliarão seus
conhecimentos e te darão elementos para produzir e eleger os processos
corretos a serem utilizados em um projeto de design.
Nesse caminho a ser trilhado, vamos falar das tintas, dos processos de
acabamento, de encadernação, de cortes e dobras e finalizaremos com a
Estampagem e Gofragem.
CONTEXTUALIZANDO
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TEMA 1 – TINTAS
Figura 1 – O pigmento
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Na atualidade, as tintas são compostas dos seguintes ingredientes:
pigmento (ver Figura 1), resinas, líquidos e aditivos. O pigmento, orgânico ou
inorgânico, tem por função conferir cor e cobertura, além de melhorar
determinadas características físicas da tinta. As resinas são responsáveis pela
aglutinação do pigmento. Os líquidos são responsáveis por conferir fluidez às
tintas, e assim elas são capazes de serem transportadas nos roletes entintadores
e na blanqueta da impressora. Os aditivos colaboram para que haja um bom
desempenho na impressão e na secagem do material impresso.
Na produção das tintas, na grande maioria dos casos, os ingredientes
acima são misturados. Pode ser usado um misturador de tintas que dissolve os
ingredientes até obter uma consistência uniforme. Na Figura 2, vemos uma tinta
sendo produzida com a mistura de pigmento. Note que um misturador está sendo
usado na produção.
Créditos: DenisProduction.com/Shutterstock.
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Acerca da secagem, esta pode ocorrer por absorção/oxidação,
fotopolimerização e elevação da temperatura (Silva, 2008). A secagem por
absorção ocorre quando o suporte absorve a tinta (a impressão feita em papel,
por exemplo). Na oxidação, a tinta, ao entrar em contato com o Oxigênio seca
(algo que acontece no processo de impressão Offset). Na secagem por
fotopolimerização, a tinta UV seca quando entra em contato com a luz
ultravioleta. Esse tipo de tinta é utilizado na impressão de suporte não porosos,
como é o caso dos plásticos em geral e dos papéis metalizados. Na secagem da
tinta por elevação de temperatura, o suporte impresso passa por um forno
elétrico. Encontramos esse tipo de secagem sendo usado nas impressoras
rotativas que são alimentadas por bobinas de papel.
As tintas das quatro cores de processo (CMYK) são produzidas seguindo
padrões internacionais. Isso é importante para que as cores obtidas sejam iguais,
independentemente da região geográfica. No caso das cores especiais, estas
são misturadas manualmente. Nesse aspecto, a utilização de cores especiais
costuma seguir o padrão Pantone Matching System (PMS), pois tal sistema
tornou a correspondência de cores mais preciso. No que tange às tintas
metálicas, estas contêm em sua composição pós metálicos refinados como o
cobre, o alumínio ou o bronze. Tais materiais são utilizados para produzir cores
metálicas ou para conferir o efeito prateado ou doutorado nas tintas.
Os avanços tecnológicos no âmbito das tintas para impressão foram
responsáveis por viabilizar tintas com baixa toxicidade, as quais são utilizadas
para a impressão de embalagens de alimentos e brinquedos, por exemplo. Há
normas rigorosas que determinam como essas tintas devem ser produzidas. Tais
avanços também foram responsáveis pelas tintas de segurança que são
utilizadas para identificar algum tipo de falsificação em impressos de segurança.
Tais tintas, quando entram em contato com algum reativo, sofrem alteração de
cor. Isso ajuda a evitar fraudes ou possibilita a identificação da autenticidade de
um impresso. As tintas termocrômicas, aquelas que passam a ser visíveis ou
mudam de cor quando expostas ao calor ou ao frio, constituem exemplos de algo
possível apenas por intermédio dos avanços tecnológicos. Também há as tintas
cheque e as tintas coin. As tintas cheque mudam de tonalidade quando entram
em contato com solventes. As tintas coin reagem quando entram em contato com
metal e muda a cor para cinza claro. As tintas reativas à luz UV passam a ser
visíveis quando expostas à luz ultravioleta.
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No âmbito da Impressão Digital, há a utilização de toner e a impressão
por jato de tinta. Há dois tipos de toners: secos e líquidos. Com os avanços, os
toners, que são caros, estão sendo paulatinamente substituídos pela tinta. Isso
certamente reduzirá consideravelmente os custos de impressão. Já a tinta
utilizada na impressão a jato de tinta é a base de água ou de solvente (Bann,
2012).
As preocupações com o meio ambiente também são partilhadas no
universo das tintas, uma vez que estas podem causar impactos ambientais
consideráveis. À medida que os avanços tecnológicos acontecem, há o emprego
de elementos menos agressivos ao meio ambiente, tais como o óleo vegetal (no
lugar do óleo mineral). Além do mais, as tintas passaram a usar água em sua
base, em vez de solvente. Os resíduos de tinta ou sobras de tinta passaram a
ser reaproveitados na produção de tintas recicladas. Todos esses avanços
contribuem decisivamente para a minimização dos impactos negativos no meio
ambiente.
Saiba mais
A produção de tinta gráfica é um processo muito interessante. Para saber
mais sobre tal processo, assista a este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=gZnCEPVx4lg>.
TEMA 2 – ACABAMENTOS
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No mercado, encontramos duas formas principais de aplicação de
vernizes: in-line e off-line. A aplicação in-line acontece no último estágio do
processo de impressão por intermédio do uso de um dos tinteiros. No universo
da Produção Gráfica, o método mais utilizado para aplicação de verniz é o
processo off-line. Nesse processo, o material, após impresso, é direcionado para
máquinas específicas que aplicam uma variedade de vernizes com o uso de tela
serigráfica, os quais são gravados a partir de um fotolito (Silva, 2008). A
aplicação do verniz pode ser feita na em todo o impresso (verniz total) ou apenas
em uma área específica (verniz reserva).
No mercado, podemos encontrar quatro tipos de vernizes: à base de
solvente, à base de água, oxidativos e com secagem ou cura UV (ultravioleta).
Em suma, a diferença entre os tipos de vernizes está na finalidade da aplicação
e no sistema de secagem, sendo alguns deles aplicados diretamente em uma
unidade tinteira da impressora, enquanto outros são aplicados em sistemas de
envernizamentos específicos (Capelasso; Nicodemo; Menezes, 2018).
Também há no mercado uma grande variedade de vernizes destinados
às mais diversas aplicações e finalidades. Os vernizes mais comuns são: brilho,
alto brilho, fosco, resistência a atrito, perolizado, high gloss, soft touch,
termocrômico, dicromático, gliter, fluorescente, texturizado e fosforescente.
Saiba mais
Para ver uma máquina destinada à aplicação de verniz localizado
automática, acesse este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=HTLnistUbNM>.
Para ver como funciona uma Calandra manual para aplicação de verniz e
o processo de cura com utilização de lâmpada UV, acesse este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=CODqZ6IT5zs>.
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apresenta elevado grau de atrito com outras superfícies. Diante disso, considere
que a Plastificação é indicada para materiais que serão muito manuseados, tais
como livros, apostilas, cardápios e pastas, por exemplo. Há a recomendação de
não plastificar materiais com gramatura inferior a 150g/m².
Saiba mais
Se você quiser ver o funcionamento de uma pequena plastificadora,
acesse este vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=iV0zmQatdKo>.
Saiba mais
Nos vídeos a seguir, você pode ver como ocorre a Laminação de uma
placa que permite a escrita, bem como sua remoção:
<https://www.youtube.com/watch?v=rJWxZN6qnYI> e
<https://www.youtube.com/watch?v=1XdzlmdJ_ZI>.
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TEMA 3 – DOBRAS E CORTES
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dobradura cruzada, as dobras ficam perpendiculares, formando um ângulo de
90º. Examine a Figura 4 para ter uma ideia acerca do que foi tratado aqui.
Acerca das dobras editoriais, ao abordarmos a imposição de páginas,
dissemos que a formação do caderno inicia com a folha inteira, a qual é dobrada
de forma mista, e dobraduras paralelas e cruzadas são utilizadas. Assim, quem
dita as regras do acabamento é a imposição do caderno que foi impresso e,
como visto, este pode ter 4, 8, 16, 32 ou 64 páginas, dependendo do formato do
projeto e de outras variações. A Figura 5 mostra um exemplo de dobradura que
formará um caderno composto por 16 páginas, com 7 dobraduras.
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Créditos: Intellson/Shutterstock.
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Saiba mais
Se você quiser ver como funciona o sistema de dobra em uma grande
gráfica, assista a esse vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=F_vN9Dt8a4c>. Fique atento e veja como o
material entra na máquina e como o caderno é formado, ficando pronto para a
próxima etapa.
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Figura 7 – Guilhotina manual
Créditos: SmileKorn/Shutterstock.
TEMA 4 – ENCADERNAÇÃO
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Figura 8 – Caderno com encadernação Wire-O
Créditos: photosyncphotosync/Shutterstock.
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Para encadernar livros com número maior de páginas ou que necessitam
de um aspecto mais elegante, podemos usar a capa dura. Trata-se de uma capa
feita com papelão espesso e que pode ser empastada com papel (impresso ou
não), com couro, bem como outros suportes sintéticos desenvolvidos para tal
finalidade. Os cadernos são costurados para formar o miolo e este é juntado à
capa dura por um conjunto formado de duas folhas, as guardas, que são
aplicadas com a ajuda de cola.
Livros de luxo, bem como materiais que necessitam de uma aparência
luxuosa e sofisticada podem ser encadernados manualmente. Para tanto,
podemos utilizar o couro ou tecido para fazer a capa. Os cadernos serão
costurados para formar o miolo. Caso o material necessite de resistência,
podemos recorrer à aplicação de uma tela e de cola para unir todos os cadernos
à capa. Cabe colocar que esse processo de encadernação é muito dispendioso,
caro e demorado. No entanto, há certa demanda no mercado por
encadernadores profissionais, uma vez que há falta de mão de obra qualificada.
Se você se identificar com esse tipo de trabalho presente no universo da
Produção Gráfica, pode ser uma boa alternativa se especializar.
Saiba mais
Veja como é possível fazer encadernação térmica rápida e barata. Assista
a este vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=1cmBaQLdrEw>.
Se você quiser ver como funciona o sistema de encadernação artesanal
de um livro com capa dura, assista a este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=TIeQg8I3GS0>.
Para conhecer como é feita a encadernação de teses, dissertações e
monografias, assista a este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=nXWdZn1qoxo>.
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O Hot stamping é um processo de estampagem laminada a quente
utilizado em livros com capa dura. Tal processo consiste em pressionar uma
lâmina metálica contra o suporte, utilizando um clichê (matriz) aquecido. A matriz
contém aquilo que deve ser gravado em alto relevo. Assim, uma fina película
metalizada adere ao suporte, que pode ser o papel ou plástico. Se esse processo
for combinado com relevo, teremos um resultado tridimensional no suporte. No
mercado, encontramos o laminado metálico (prateado ou dourado), laminados
com cores sólidas e não metálicas e também os laminados metálicos
holográficos (Bann, 2012).
O clichê utilizado no Hot stamping é fabricado em zinco ou em magnésio
se for destinado a um trabalho com baixa tiragem. Caso contrário, são fabricados
em bronze ou em cobre, pois precisam durar mais. Já as folhas metálicas são
fabricadas em celofane (Silva, 2018). O Hot stamping não é indicado para textos
finos ou detalhes que necessitam de refinamento. Na Figura 10, você pode ver
um trabalho que utilizou o Hot stamping em papel reciclado.
Créditos: Castleski/Shutterstock.
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Saiba mais
Para ver como é feita a impressão Hot stamping, assista a este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=LsJZ3tC3YBk>.
Saiba mais
Para ver como é feita a Estampagem cega, assista a este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=rt9BoxZjesI>.
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Figura 11 – Textura de linho conferida ao papel com a Gofragem
Saiba mais
Para ver e conhecer o processo Gofragem, assista a este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=0jrgLxNRhYw>.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
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Na sequência, elabore um pequeno texto para cada um dos temas
pesquisados, descrevendo as particularidades de cada tema e suas aplicações
no universo da Produção Gráfica.
Se quiser, você pode diversificar as fontes: procurar textos em blogues,
assistir a vídeos explicativos ou mesmo usar os dois tipos de fontes para
escrever seu texto. Ou em vez de você criar um texto, você pode criar um painel
visual (virtual ou não) que seja capaz de demonstrar as particularidades de cada
tema, bem como suas aplicações no universo da Produção Gráfica.
FINALIZANDO
Nesta aula, vimos que as tintas, bem como o papel, representam um custo
considerável no universo da Produção Gráfica. Também é outro elemento que
causa muita poluição e, portanto, merece atenção em termos de aprimoramentos
que visem minimizar os impactos ambientais.
Também pudemos perceber o quanto é indispensável ter conhecimento
acerca dos acabamentos gráficos que estão disponíveis no mercado. Na hora
de selecionar a opção mais adequada ao seu projeto, tanto o designer quanto o
profissional da gráfica devem conhecer a cada um dos processos de
acabamento, visando ao processo que satisfaça as necessidades do cliente.
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REFERÊNCIAS
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