Tese Doutorado Naialy Definitiva Final
Tese Doutorado Naialy Definitiva Final
FACULDADE DE FARMÁCIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Belo Horizonte - MG
2020
NAIALY FERNANDES ARAÚJO REIS
Farmacêuticas.
UFMG
Belo Horizonte
2020
Dedico esse trabalho aos meus pais Marcelo e Ronise,
ao meu grande amor Pedro,
aos meus irmãos e
aos meus avós,
que sempre me apoiaram e incentivaram o meu crescimento.
AGRADECIMENTOS
Por sempre abençoar e proteger a minha vida, me amparar nos momentos difíceis e
me dar força, coragem e sabedoria para superar os desafios agradeço imensamente
a Deus. Aos meus queridos professores orientadores sou muito grata pelos
ensinamentos, pelas valiosas contribuições técnicas que enriqueceram esse
trabalho e contribuíram para a minha formação profissional, pela confiança e
valorização dos seus alunos, pelos conselhos, apoio, pela grande amizade e pelas
oportunidades oferecidas. À toda Faculdade de Farmácia da UFMG, seus
professores e funcionários, especialmente àqueles vinculados ao LCQ-FAFAR e
CEDAFAR, o meu muito obrigada pelas experiências divididas, pela disponibilidade
e conhecimentos compartilhados. Aos eternos amigos do LCQ-FAFAR eu agradeço
pela união, prestatividade, pelas discussões e ideias enriquecedoras, pelo
aprendizado que sempre compartilhamos e pela grande amizade que construímos.
Agradeço ao Setor Técnico e Científico da Superintendência de Polícia Federal de
Minas Gerais e ao Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais, pela
doação das amostras de medicamentos apreendidos. À toda equipe da FUNED,
pela parceria, por dividirem os conhecimentos e pela gentil disponibilização de
equipamentos necessários à realização desse projeto. Agradeço aos voluntários que
doaram sangue, viabilizando a realização da etapa bioanalítica deste trabalho. Às
instituições de fomento, CAPES, CNPq e FAPEMIG agradeço os auxílios financeiros
e à Farmacopeia Brasileira pelas oportunidades de empregar e ampliar meus
conhecimentos farmacêuticos. À minha amada família e amigos, sou profundamente
grata pelo amor incondicional, pelas alegrias, por sempre acreditarem em mim, por
todo suporte e incentivo à minha qualificação e ao meu crescimento pessoal. Ao
meu amigo, namorado, marido e eterno amor Pedro, muito obrigada por ser meu
parceiro de vida, por toda compreensão, paciência, por sempre me incentivar, me
encorajar diante das dificuldades e compartilhar comigo todos os momentos e
conquistas. A todos que, de alguma forma, participaram e contribuíram para a
concretização dessa etapa da minha vida, o meu MUITO OBRIGADA!
“A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana.”
Louis Pasteur
RESUMO
Uma das maiores incidências de medicamentos ilegais está relacionada aos
inibidores da fosfodiesterase-5, utilizados no tratamento da disfunção erétil, incluindo
aqueles contendo citrato de sildenafila (SLD) e tadalafila (TAD). A produção e a
comercialização de medicamentos falsificados e/ou contrabandeados, além de ser
um problema criminal, representa uma séria ameaça para a saúde pública. SLD e
TAD também são utilizados na farmacoterapia da hipertensão arterial pulmonar
(HAP), uma doença rara, mas grave e progressiva. Neste contexto, torna-se
relevante o desenvolvimento de métodos analíticos modernos, simples, rápidos,
ambientalmente corretos, com elevada eficiência e aplicabilidade na determinação
de SLD e TAD em medicamentos e amostras biológicas. Portanto, no presente
trabalho, um método por UHPLC-UV para quantificação de SLD e TAD na presença
de seis produtos de degradação foi desenvolvido e validado. Os fármacos foram
submetidos a um detalhado estudo de degradação forçada. A separação dos
analitos ocorreu em menos de seis minutos e o método apresentou-se seletivo,
linear, preciso, exato e robusto. O SLD foi susceptível à degradação em meio
oxidativo, enquanto a TAD degradou em meios ácido, alcalino e oxidativo. As
estruturas químicas e os mecanismos para a formação dos principais produtos de
degradação foram propostos utilizando UHPLC-Q-TOF-MS. O método UHPLC-UV
foi aplicado na análise farmacêutica de medicamentos originais e apreendidos e foi
evidenciada falta de qualidade em algumas amostras. Ademais, um método
bioanalítico foi desenvolvido para a quantificação simultânea de TAD, SLD, N-
desmetil sildenafila e outros seis fármacos presentes no protocolo terapêutico da
HAP (anlodipino, bumetanida, digoxina, diltiazem, nifedipino e varfarina) em plasma
humano empregando-se microextração líquido-líquido dispersiva (DLLME) e HPLC-
MS/MS. Diferentes fatores que influenciam o procedimento da DLLME foram
investigados e otimizados, obtendo-se um método eficiente, simples, com reduzido
gasto de amostra e de solventes orgânicos. O método foi validado e os resultados
foram satisfatórios para seletividade, efeito residual, efeito matriz, linearidade,
precisão, exatidão, recuperação e estabilidade dos analitos. Amostras de plasma de
voluntários foram analisadas e o método bioanalítico se mostrou adequado para
essa aplicação.
Palavras-chave: Sildenafila. Tadalafila. Análises forenses. Método indicativo de
estabilidade. Método bioanalítico. Microextração líquido-líquido dispersiva.
ABSTRACT
One of the highest incidences of illegal drug products is related to
phosphodiesterase-5 inhibitors, used in the treatment of erectile dysfunction,
including those containing sildenafil citrate (SLD) and tadalafil (TAD). In addition to
being a criminal justice issue, the manufacturing and commercialization of illegal
health products poses a serious threat to public health. SLD and TAD are also used
in the treatment of pulmonary arterial hypertension (PAH), a rare but serious and
progressive disease. In this context, the development of modern, simple, fast,
environmentally friendly analytical methods, with high efficiency and applicability in
the quantification of SLD and TAD in drug products and biological matrices, becomes
relevant. Therefore, in the present study, a UHPLC-UV method for SLD and TAD in
the presence of six degradation products was developed and validated. The drugs
were submitted to a detailed forced degradation study. The separation of the
analytes was possible in less than six minutes and the method was selective, linear,
precise, accurate and robust. SLD was degraded in oxidative media, whereas TAD
was degraded in acidic, alkaline and oxidative environment. The chemical structures
and the mechanisms for the formation of the main degradation products were
proposed by UHPLC-Q-TOF-MS. The UHPLC-UV method was applied in the
pharmaceutical analysis of genuine and seized medicines and the lack of quality was
evident in some of them. In addition, a bioanalytical method for the simultaneous
quantification of TAD, SLD, N-desmethylsildenafil and six other drugs presents in the
therapeutic protocol of PAH (amlodipine, bumetanide, digoxin, diltiazem, nifedipine
and warfarin) in human plasma was developed by means of dispersive liquid-liquid
microextraction (DLLME) and HPLC-MS/MS. Different factors that affected the
DLLME procedure were investigated and optimized, obtaining an efficient and simple
method, with reduced sample and solvents volumes. The method was validated and
the results were satisfactory for selectivity, residual effect, matrix effect, linearity,
precision, accuracy, recovery and stability of the analytes. Plasma samples from
volunteers were analysed and the bioanalytical method proved to be suitable for the
application.
Keywords: Sildenafil. Tadalafil. Forensic analysis. Stability-indicating assay method.
Bioanalytical method. Dispersive liquid-liquid microextraction.
LISTA DE FIGURAS
Figura 26 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 781, proveniente da
ionização no modo positivo da digoxina (DGX).......................................................................... 141
Figura 27 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 415, proveniente da
ionização no modo positivo do diltiazem (DTZ).......................................................................... 141
Figura 28 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 461, proveniente da
ionização no modo positivo do N-desmetil sildenafila (N-DMS)............................................... 142
Figura 29 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 347, proveniente da
ionização no modo positivo do nifedipino (NIF)...................................................................... 142
Figura 30 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 475, proveniente da
ionização no modo positivo do sildenafila (SLD)....................................................................... 143
Figura 31 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 390, proveniente da
ionização no modo positivo da tadalafila (TAD)......................................................................... 143
Figura 32 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 309, proveniente da
ionização no modo positivo da varfarina (VAR)......................................................................... 144
Figura 33 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 483, proveniente da
ionização no modo positivo do sildenafila-d8 (SLD d-8)........................................................... 144
Figura 34 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 455, proveniente da
ionização no modo positivo do verapamil (VERA)..................................................................... 145
Figura 35 – Cromatograma obtido a partir das condições cromatográficas otimizadas
para a determinação simultânea de ANLO, BUM, DGX, DTZ, N-DMS, NIF, SLD, TAD, VAR
utilizando SLD d-8 e VERA como PI............................................................................................. 149
Figura 36 – Superfícies de resposta obtidas para recuperação de ANLO (A), BUM (B), TAD
(C) e DTZ (D) durante a otimização da etapa de PPT usando planejamento CCD................... 151
Figura 37 – Avaliação do pH do tampão a ser utilizado na DLLME.......................................... 153
Figura 38 – Diagrama de distribuição das formas ao longo da faixa de pH para a BUM........ 154
Figura 39 – Avaliação da concentração do tampão a ser utilizada na DLLME........................ 156
Figura 40 – Avaliação da força iônica do tampão a ser utilizado na DLLME........................... 158
Figura 41 – Avaliação do tipo do solvente extrator a ser utilizado na DLLME........................ 160
Figura 42 – Avaliação do volume do solvente extrator a ser utilizado na DLLME.................. 162
Figura 43 – Avaliação do volume do tampão a ser utilizado na DLLME................................... 164
Figura 44 – Avaliação do solvente dispersante a ser utilizado na DLLME............................... 166
Figura 45 – Avaliação do volume do solvente dispersante a ser utilizado na DLLME............ 168
Figura 46 – Avaliação do tempo de agitação em vórtex a ser utilizado na DLLME................. 170
Figura 47 – Etapas do método DLLME otimizado....................................................................... 172
Figura 48 – Cromatogramas obtidos para uma amostra de LIQ (A) e uma amostra plasma
branco normal (plasma normal 1) (B) para avaliação da seletividade do método
bioanalítico..................................................................................................................................... 174
Figura 49 – Microtubo após etapa de evaporação do solvente extrator proveniente da
DLLME (A) e PPT (B) e vial contendo amostra ressuspendida após procedimento da
DLLME (A) e PPT (B)..................................................................................................................... 177
Figura 50 – Curvas de calibração obtidas durante a avaliação da linearidade no terceiro
dia de análise.................................................................................................................................. 180
Figura 51 – Cromatogramas obtidos na análise da amostra de plasma dos pacientes 2 (A)
e 7 (B).............................................................................................................................................. 184
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Métodos farmacopeicos, por HPLC-UV, para determinação do teor de SLD e
TAD em IFA e comprimidos.......................................................................................................... 31
Tabela 2 – Métodos indicativos de estabilidade para SLD e TAD encontrados na literatura. 35
Tabela 3 – Funções farmacotécnicas e proporções estimada dos excipientes utilizados
na fabricação dos comprimidos Viagra® e Cialis®...................................................................... 38
Tabela 4 – Concentrações das Soluções padrão para preparo da curva analítica................. 44
Tabela 5 – Condições cromatográficas e variações das mesmas testadas durante o
desenvolvimento do método analítico......................................................................................... 45
Tabela 6 – Resumo das condições cromatográficas definitivas do método analítico
seletivo para SLD, TAD e seus produtos de degradação utilizando UHPLC-UV..................... 45
Tabela 7 – Gradiente definitivo do método analítico seletivo para SLD, TAD e seus
produtos de degradação utilizando UHPLC-UV.......................................................................... 46
Tabela 8 – Variáveis independentes avaliadas no planejamento fatorial 24 e os níveis
avaliados para cada uma delas.................................................................................................... 46
Tabela 9 – Preparo das soluções contendo SLD e TAD SQR para avaliação da linearidade. 50
Tabela 10 – Parâmetros e variações avaliados no teste de robustez....................................... 52
Tabela 11 – Número de comprimidos utilizados nos testes de controle de qualidade........... 56
Tabela 12 – Números de onda e atribuições das bandas de absorção obtidas nos
espectros de infravermelho do SLD IFA e SQR.......................................................................... 59
Tabela 13 – Números de onda e atribuições das bandas de absorção obtidas nos
espectros de infravermelho da TAD IFA e SQR.......................................................................... 60
Tabela 14 – Parâmetros de adequabilidade do sistema obtidos com a solução padrão e
amostras degradadas durante 24 horas e utilizando-se o método desenvolvido e
otimizado apresentado nas Tabelas 6 e 7 (páginas 45 e 46)..................................................... 66
Tabela 15 – Matriz experimental e respostas obtidas com o planejamento fatorial 24........... 67
Tabela 16 – Efeitos principais, valores inferiores e superiores do intervalo de confiança
de cada efeito e interpretação da significância de cada efeito para na recuperação de SLD
e TAD............................................................................................................................................... 68
Tabela 17 – Resultados obtidos no teste de seletividade com as soluções contendo
apenas os fármacos e soluções contendo fármacos + placebo............................................... 71
Tabela 18 – Avaliação das premissas necessárias à utilização do MMQO para o conjunto
de dados do SLD e da TAD........................................................................................................... 72
Tabela 19 - Porcentagens de recuperação de SLD e TAD e DPR obtidos para a avaliação
da exatidão e precisão do método analítico................................................................................ 75
Tabela 20 – Avaliação do efeito das variáveis na determinação de SLD e TAD por UHPLC.. 76
Tabela 21 – Áreas sob os picos do SLD e da TAD e comparação estatística quando são
utilizados diferentes diluentes...................................................................................................... 78
Tabela 22 – Descrição e características físicas dos medicamentos apreendidos e
originais.......................................................................................................................................... 87
Tabela 23 – Resultados obtidos no teste de identificação e doseamento das amostras
apreendidas e autênticas contendo SLD e TAD......................................................................... 89
Tabela 24 – Resultados obtidos no teste de uniformidade de conteúdo das amostras
apreendidas e autênticas contendo SLD e TAD......................................................................... 91
Tabela 25 - Resultados obtidos no teste de dissolução para os comprimidos contendo
SLD.................................................................................................................................................. 92
Tabela 26 - Resultados obtidos no teste de dissolução para os comprimidos contendo
TAD.................................................................................................................................................. 94
/continua
LISTA DE TABELAS (continuação)
Tabela 27 – Métodos bioanalíticos para a determinação de SLD e TAD em plasma
humano........................................................................................................................................... 109
Tabela 28 – Características físico-químicas dos analitos selecionados para
desenvolvimento do método bioanalítico.................................................................................. 117
Tabela 29 – Características farmacocinéticas dos analitos selecionados para
desenvolvimento do método bioanalítico................................................................................... 119
Tabela 30 – Valores testados para os respectivos parâmetros durante a otimização da
fonte de ionização.......................................................................................................................... 126
Tabela 31 – Gradiente utilizado durante etapa inicial de desenvolvimento do método.......... 126
Tabela 32 – Resumo das condições cromatográficas definitivas do método bioanalítico
por HPLC-MS/MS............................................................................................................................ 127
Tabela 33 – Gradiente definitivo do método bioanalítico por HPLC-MS/MS............................ 127
Tabela 34 – Variáveis e seus níveis empregadas para a otimização da etapa de PPT........... 129
Tabela 35 – Concentrações dos analitos nas amostras de plasma enriquecidas para
avaliação da linearidade, precisão e exatidão do método......................................................... 134
Tabela 36 – Transições de massas monitoradas e valores de Dwell Time, DP, CE e CXP
otimizados...................................................................................................................................... 139
Tabela 37 – Parâmetros de ionização da fonte otimizados por FIA.......................................... 145
Tabela 38 – Tempos de retenção médios obtidos para os 11 analitos utilizando-se as
condições cromatográficas otimizadas....................................................................................... 148
Tabela 39 – Propriedades físico-químicas dos solventes extratores avaliados durante
otimização da DLLME.................................................................................................................... 159
Tabela 40 – Resultados de DPR da área sob o pico normalizada com a utilização de
diferentes substâncias como PI................................................................................................... 171
Tabela 41 – Porcentagem da área de picos interferentes em relação à área do analito de
interesse no LIQ............................................................................................................................. 175
Tabela 42 – Porcentagem da área de picos interferentes na amostra de plasma branco
após injeção da amostra de LSQ em relação à área do analito de interesse no LIQ para
determinação do efeito residual................................................................................................... 176
Tabela 43 - Avaliação do efeito matriz utilizando o FMN para as amostras provenientes do
preparo de amostra por DLLME e por PPT.................................................................................. 176
Tabela 44 - Equações da reta e coeficientes de determinação obtidos para os analitos
durante avaliação da linearidade da faixa de trabalho............................................................... 179
Tabela 45 – Valores de DPR e EPR obtidos durante a avaliação da precisão e exatidão
intracorrida e intercorridas e recuperação do método bioanalítico......................................... 181
Tabela 46 – Resultados de exatidão (EPR) e precisão (DPR) obtidos para as amostras
provenientes dos estudos de estabilidade................................................................................. 182
Tabela 47 – Concentrações plasmáticas obtidas em plasma de pacientes voluntários
atendidos no Serviço de Anticoagulação, Hematologia e Oncologia do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.................................................................... 184
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANLO Anlodipino
ANOVA Análise de variância
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BPF Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos
BUM Bumetanida
C8 Sílica quimicamente ligada a grupos octilsilanos
C18 Sílica quimicamente ligada a grupos octadecilsilanos
Cmáx Concentração plasmática máxima
COEP Comitê de Ética em Pesquisa
CQA Controle de qualidade de alta concentração
CQB Controle de qualidade de alta concentração
CQD Controle de qualidade de diluição
CQM Controle de qualidade de média concentração
CuSO4 Sulfato de cobre
CV Coeficiente de variação
DGX Digoxina
DLLME Microextração líquido-líquido dispersiva, em inglês Dispersive
liquid-liquid microextraction.
DTZ Diltiazem
DPF Departamento de Polícia Federal
DPR Desvio padrão relativo
ECC Estabilidade após ciclos de congelamento e descongelamento
ECD Estabilidade de curta duração
ELD Estabilidade de longa duração
EPP Estabilidade pós-processamento
EPR Erro padrão relativo
ESI Ionização por electrospray, em inglês electrospray ionization
EUA Estados Unidos da América
FDA Food and Drug Administration
g Força centrífuga
HAP Hipertensão arterial pulmonar
HCl Ácido clorídrico
H2O2 Peróxido de hidrogênio
HPLC Cromatografia líquida de alta eficiência, em inglês High
performance liquid chromatography
HPLC-MS/MS Cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à
espectrometria de massas sequencial, em inglês High
performance liquid chromatography coupled with tandem mass
spectrometry
/continua
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (continuação)
/continua
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (continuação)
CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................. 19
CAPÍTULO I: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE MEDICAMENTOS
AUTÊNTICOS E APREENDIDOS CONTENDO CITRATO DE SILDENAFILA E
TADALAFILA POR UHPLC-UV............................................................................ 21
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 21
2 OBJETIVOS........................................................................................................ 23
2.1 Objetivo geral.................................................................................................. 23
2.2 Objetivos específicos..................................................................................... 23
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 24
3.1 Sildenafila e tadalafila: inibidores da fosfodiesterase-5............................. 24
3.2 Fabricação e comercialização ilegal de medicamentos............................. 26
3.3 Aplicação de técnicas analíticas em atividades forenses.......................... 29
3.3.1 Métodos cromatográficos com detecção no ultravioleta para
determinação de SLD e TAD............................................................................... 30
3.4 Controle de qualidade dos medicamentos.................................................. 36
4 MATERIAIS......................................................................................................... 38
4.1 Substâncias químicas de referência (SQR), IFA e placebo........................ 38
4.2 Comprimidos originais e apreendidos......................................................... 39
4.3 Reagentes....................................................................................................... 39
4.4 Materiais, vidrarias e instrumentos.............................................................. 39
4.5 Equipamentos................................................................................................. 40
5 MÉTODOS.......................................................................................................... 41
5.1 Determinação da solubilidade dos IFA SLD e TAD..................................... 41
5.2 Identificação por espectrofotometria no infravermelho............................. 41
5.3 Determinação dos máximos de absorção na região do ultravioleta do
SLD e da TAD........................................................................................................ 41
5.4 Estudos de degradação forçada................................................................... 42
5.4.1 Soluções de degradação............................................................................ 43
5.4.2 Soluções padrão de SLD e TAD................................................................. 44
5.5 Desenvolvimento do método para quantificação simultânea de SLD,
TAD e potenciais produtos de degradação por UHPLC-UV............................. 44
5.6 Otimização da etapa do preparo de amostra para os testes de
determinação de teor de SLD e TAD em comprimidos..................................... 46
5.7 Validação do método analítico...................................................................... 47
5.7.1 Adequabilidade do sistema........................................................................ 48
5.7.2 Seletividade.................................................................................................. 48
5.7.3 Linearidade.................................................................................................. 49
5.7.4 Precisão e exatidão..................................................................................... 51
5.7.5 Robustez...................................................................................................... 51
5.7.6 Limites de detecção e quantificação......................................................... 52
/continua
SUMÁRIO (continuação)
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1 INTRODUÇÃO
apresenta-se como uma vantajosa alternativa, uma vez que permite análises mais
rápidas, mais eficientes e com menor consumo de solventes (NOGUEIRA et al.,
2011; WREN; TCHELITCHEFF, 2006).
2 OBJETIVOS
Desenvolver e validar método analítico seletivo para SLD, TAD e seus produtos de
degradação por UHPLC-UV, a ser utilizado com o propósito de identificar,
caracterizar e verificar a qualidade de medicamentos originais, falsificados e/ou
contrabandeados.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A TAD (Figura 1B), por sua vez, possui fórmula molecular C22H19N3O4 e massa
molar 389,40 g/mol. É praticamente insolúvel em água, facilmente solúvel em
dimetilsulfóxido e pouco solúvel em cloreto de metileno (THE UNITED, 2019). Trata-
se de uma molécula neutra na faixa de pH entre 0 e 14 e possui log P de 1,64
(CHEMAXON, 2018; PUBCHEM, 2020).
LISBOA, 2017; ORTIZ et al., 2011; ORTIZ et al., 2012a; ORTIZ et al., 2012b; ORTIZ
et al., 2013; VEJI et al., 2008).
Tabela 1 – Métodos farmacopeicos, por HPLC-UV, para determinação do teor de SLD e TAD em IFA e comprimidos.
Vazão Volume de Temperatura Detecção
Farmacopeia Teste / Matriz Fase móvel Fase estacionária
(mL/min) injeção (µL) do forno (ºC) (nm)
Solução aquosa de
Americana 42ª edição (THE
TEA 0,7% (v/v) pH
UNITED, 2019) Doseamento / C18, 150 x 3,9 mm,
3,0, metanol e 1,0 20 30 290
SLD IFA 5 µm
acetonitrila 58:25:17
Europeia 9 ed.
(v/v)
(THE EUROPEAN, 2017)
Solução aquosa de
Doseamento / TFA 0,1% (v/v) e C8, 250 x 4,6 mm,
Britânica 2014 1,5 20 40 285
TAD IFA acetonitrila 55:45 3,5 µm
(BRITISH, 2014)
(v/v)
Solução aquosa de
Doseamento / TEA 0,7% (v/v) pH
C18, 150 x 3,9 mm,
SLD 3,0, metanol e 1,0 20 30 290
5 µm
comprimidos acetonitrila 58:25:17
(v/v)
Americana 42ª edição (THE
Doseamento /
UNITED, 2019) Água, acetonitrila, e C8, 150 x 4,6 mm,
TAD 1,0 10 35 285
TFA 65:35::0,1 (v/v) 3,5 µm
comprimidos
Dissolução /
Água e metanol e C8, 50 x 4,6 mm,
TAD 2,0 50 40 225
50:50 (v/v) 3,5 µm
comprimidos
Legenda: TEA = trietilamina; TFA = ácido trifluoroacético.
32
Uma outra possibilidade que traz como benefício a redução do tempo de análise e
melhora na eficiência cromatográfica, é a utilização de colunas com partículas
superficialmente porosas, também conhecidas como núcleo fundido. Essas são
constituídas por um núcleo sólido não poroso e impermeável, normalmente de 1,7
μm de diâmetro, revestido por uma parte externa porosa com espessura geralmente
de 0,5 μm (DESTEFANO; LANGLOIS; KIRKLAND, 2008).
33
estresse, como por exemplo, luz, temperatura, calor, umidade, hidrólise ácida/
básica e oxidação, entre outras (BRASIL, 2015).
Em todos esses métodos foi empregada a HPLC-UV como técnica de análise, com
exceção dos métodos descritos por Tambe, Deodhar e Prakya (2016) e Satheesh et
al. (2013), nos quais foi utilizada UHPLC-UV.
Conforme descrito no item 3.3.1 (página 30), nas monografias farmacopeicas para
SLD e TAD são utilizadas diferentes técnicas e métodos para as análises físico-
químicas dos comprimidos. Dessa forma, considera-se relevante o desenvolvimento
de um método analítico único, validado em uma faixa que permita sua utilização
tanto no teste de doseamento e uniformidade de conteúdo, quanto no teste de
dissolução e que ainda seja capaz de quantificar os analitos na presença de
potenciais produtos de degradação/impurezas de maneira rápida, para agilizar e
reduzir os custos envolvidos na realização dessas análises.
38
4 MATERIAIS
(ROWE et al., 2009) e na proporção média de citrato de SLD e TAD nos comprimidos, sendo 22,2% e
5,5% respectivamente.
2Opadry® azul: hipromelose, lactose, triacetina, índigo carmin alumínio laca e dióxido de titânio.
3Opadry® transparente: hipromelose e triacetina.
39
4.3 Reagentes
• Água ultrapura.
• Reagentes grau analítico: ácido clorídrico, ácido fórmico, álcool etílico
absoluto, dodecil sulfato de sódio/laurilsulfato de sódio, sulfato de cobre
pentahidratado, trietilamina e uracila Sigma Aldrich (Saint Louis, EUA), ácido
acético glacial Neon (Suzano, Brasil), ácido trifluoroacético Tedia Company
(Fairfield, EUA), formiato de amônio Merck (Darmstadt, Alemanha), hidróxido
de sódio Synth e peróxido de hidrogênio Synth (Diadema, Brasil).
• Solventes grau HPLC: acetonitrila J.T. Baker (Xalostoc, México), acetonitrila
Merck (Darmstadt, Alemanha), acetonitrila Honeywell (Muskegon, EUA) e
metanol Sigma Aldrich (Saint Louis, EUA).
4.5 Equipamentos
• Aparelho de ultrassom BRANSON 3210R-MT.
• Balança analítica SARTORIUS modelo BP211D.
• Balança semi-analítica Ohaus TP2KS
• Banho-maria FULL GAUGE TIC-17C.
• Bomba de vácuo Weg B480794.
• Câmara de fotoestabilidade equipada com lâmpadas distintas para emissão
de radiação visível e ultravioleta.
• Centrífuga Jouan B 4i.
• Dissolutor Hanson SR 8 Plus.
• Espectrofotômetro FTIR PerkinElmer modelo Spectrum One com software
Spectrum.
• Espectrofotômetro UV/VIS Vankel modelo Cary 50.
• Estufa NABERTHERM TR 60.
• Potenciômetro METROHM 827 pH Lab.
• Sistema de purificação de água MILLIPORE DIRECT Q3 UV.
• Sistema UHPLC-Q-TOF-MS composto por cromatógrafo a líquido de ultra
eficiência Agilent 1290 (amostrador, injetor automático, desgaseificador,
bomba quaternária, forno de colunas e detector de arranjo de diodos - DAD) e
espectrômetro de massas Agilent 6540 UHD, equipado com fonte de
ionização electrospray e analisador do tipo híbrido - quadrupolo e tempo-de-
voo - e software MassHunter.
• Sistema UHPLC-UV composto por cromatógrafo a líquido de ultra eficiência
WATERS ACQUITY UPLC (amostrador, injetor automático, desgaseificador,
bomba quaternária, forno de colunas e detector UV) e software Empower.
• Softwares Action Stat®, Microsoft Excel® e STATISTICA®
41
5 MÉTODOS
Com o objetivo de desenvolver método seletivo para os IFA SLD e TAD e para seus
possíveis produtos de degradação/impurezas, realizaram-se inicialmente testes
preliminares de degradação forçada, submetendo os IFA às condições ácida,
alcalina, neutra, presença de íons metálicos, degradação térmica, fotolítica e
oxidação com peróxido de hidrogênio. As condições de degradação, tais como a
concentração do agente estressante, bem como o tempo e temperatura de
exposição foram reduzidas ou aumentadas gradativamente até se conseguir a
porcentagem de degradação desejada (mínimo de 10%) ou até que se alcançasse
uma condição considerada extrema de estresse e, portanto, não mais condizente
com situações reais às quais os fármacos e medicamentos poderiam ser expostos
(BAERTSCHI; ALSANTE; REED, 2011; BRASIL, 2015).
Como não foi obtida separação satisfatória entre os analitos de interesse com a
eluição isocrática, partiu-se para a realização de testes utilizando-se eluição em
gradiente. Então, a partir dos resultados obtidos com o primeiro gradiente testado,
propôs-se diversas alterações no tempo e proporção do solvente orgânico, com a
finalidade de melhorar a resolução entre os picos.
Optou-se pelo gradiente que produziu melhor separação entre os analitos e os picos
dos produtos (resolução de, no mínimo, 1,5 para o par crítico) e que levou a valores
adequados dos seguintes parâmetros cromatográficos: fator de retenção (k), fator de
cauda (Tf) e número de pratos teóricos (N).
Tabela 7 – Gradiente definitivo do método analítico seletivo para SLD, TAD e seus produtos de
degradação utilizando UHPLC-UV.
Tempo A % (v/v) B % (v/v)
Eluição
(min) (TEA 0,2% (v/v), pH 3,0) (acetonitrila)
0 – 0,5 85% → 75% 15% → 25% Gradiente linear
0,5 – 2,0 75% 25% Isocrática
2,0 – 2,5 75% → 70% 25% → 30% Gradiente linear
2,5 – 6,5 70% 30% Isocrática
6,5 – 7,0 70% → 85% 30% → 15% Gradiente linear
7,0 – 9,0 85% 15% Re-equilíbrio
Como o método analítico desenvolvido será aplicado para a realização dos testes de
doseamento e uniformidade de conteúdo de amostras originais e suspeitas de
falsificação ou contrabando, a etapa de preparo de amostra para realização desses
testes em comprimidos foi realizada por meio de um planejamento fatorial 24.
As soluções amostra contendo placebo, SLD IFA e TAD IFA foram preparadas de
maneira a reproduzir a matriz experimental do planejamento fatorial 24 sendo
realizados 16 experimentos, conforme descrito a seguir: transferiu-se quantidade
dos placebos de Viagra® e Cialis® presentes em 1/4 do peso médio dos comprimidos
(61,54 mg de placebo de Viagra® e 86,05 mg de placebo de Cialis®) para balões
volumétricos de 50 mL. Em seguida adicionaram-se a cada balão, cerca de 35,12
mg de citrato de SLD e 10 mg de TAD, 40 mL do Diluente 1 ou 3 e deixou-se em
banho de ultrassom durante 10 ou 20 minutos. Em seguida, completou-se o volume
com o Diluente 1 ou 3 e procedeu-se à filtração utilizando-se filtro de seringa de 0,45
µm de tamanho de poro ou centrifugou-se a 2209 x g durante 10 minutos.
Pipetaram-se 2,5 mL do filtrado ou do sobrenadante e transferiu-se para balão
volumétrico de 25 mL. Completou-se o volume com Diluente 2 ou 4 e
homogeneizou-se. Filtrou-se com filtro de seringa de 0,22 µm de tamanho de poro e
transferiu-se para vial. As soluções amostra preparadas foram analisadas
imediatamente após o preparo (tempo zero) e após 24 horas.
5.7.2 Seletividade
5.7.3 Linearidade
A linearidade foi avaliada construindo-se curva analítica para SLD e TAD em nove
níveis de concentração, na faixa de 20% a 180% das concentrações de trabalho (70
µg/mL para citrato de SLD e 20 µg/mL para TAD).
Tabela 9 – Preparo das soluções contendo SLD e TAD SQR para avaliação da linearidade.
Concentração citrato de SLD
Nível de concentração* Concentração TAD (µg/mL)
(µg/mL)
20% 14 4
40% 28 8
60% 42 12
80% 56 16
100% 70 20
120% 84 24
140% 98 28
160% 112 32
180% 126 36
*
em relação à concentração de trabalho.
Por fim, construiu-se curva analítica com os valores de área sob os picos do SLD e
da TAD obtidas para cada nível de concentração, estabeleceram-se os coeficientes
de determinação (R2), de correlação (R), angular (b), linear (a) e o gráfico de
distribuição dos resíduos. Avaliou-se a significância do coeficiente angular utilizando
o teste F da ANOVA, para comprovar que é estatisticamente diferente de zero. E
também realizou-se o teste do intercepto (coeficiente linear) utilizando a estatística t
de Student para verificar se o mesmo é estatisticamente igual a zero, ou seja, se a
curva analítica passa pela origem. A regressão linear foi então calculada pelo
51
Para que o método seja considerado exato, os valores para a recuperação média
em cada nível de concentração devem estar entre 98,0% e 102,0% (INMETRO,
2018). Para determinar a repetibilidade (precisão intradia), foi calculada a média de
recuperação e os DPR em cada nível. A precisão intermediária (interdias) foi
avaliada pela repetição do mesmo procedimento em outro dia, por outro analista, e
foi avaliada determinando-se o DPR em cada nível, considerando os dois dias de
análise. Recomenda-se que os valores de DPR sejam inferiores a 2% (GREEN,
1996).
5.7.5 Robustez
Após a realização dos experimentos, foram obtidos os valores de teor para SLD e
TAD e calculou-se o efeito de cada variável subtraindo-se a média dos resultados
obtidos nos quatro experimentos em que determinada variável foi utilizada em nível
alto, pela média dos resultados obtidos nos quatro experimentos em que a mesma
variável foi utilizada em nível baixo (YOUDEN; STEINER, 1975).
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a realização do teste, o SLD foi classificado como pouco solúvel em água,
álcool etílico absoluto, metanol e ácido fórmico 0,1% (v/v); muito pouco solúvel em
acetonitrila e solúvel em mistura de acetonitrila e água 70:30 (v/v), que corresponde
ao diluente utilizado no método analítico desenvolvido (Diluente 1). A TAD, por sua
vez, foi classificada como praticamente insolúvel em água e em ácido fórmico 0,1%
(v/v); e pouco solúvel em álcool etílico absoluto, acetonitrila, metanol e no Diluente 1.
Portanto, considerou-se adequada a utilização de mistura de acetonitrila e água
70:30 (v/v) como diluente para o preparo das soluções amostra.
Os espectros obtidos para o SLD SQR e IFA foram comparados para confirmar a
identidade da amostra (Figura 3). O fator de comparação obtido foi de 98,26%, valor
superior ao mínimo estabelecido no software Spectrum (>95,00%) para confirmação
de identidade. A sobreposição dos dois espectros demonstra que se trata da mesma
substância, uma vez que possuem bandas de absorção nos mesmos comprimentos
de onda e com as mesmas intensidades relativas.
Tabela 12 – Números de onda e atribuições das bandas de absorção obtidas nos espectros de
infravermelho do SLD IFA e SQR.
Número de onda Atribuição e grupo funcional
1171 cm-1 Deformação axial (simétrica) da ligação oxigênio=enxofre=oxigênio da sulfona
1357 cm-1 Deformação axial (assimétrica) da ligação oxigênio=enxofre=oxigênio da sulfona
1579 cm-1 Deformação axial da ligação dupla carbono-carbono de compostos aromáticos
1698 cm-1 Deformação axial da ligação dupla carbono-oxigênio de amida e/ou de ácido
carboxílico do citrato
3291 cm-1 Deformação axial da ligação nitrogênio-hidrogênio de amida secundária
60
Figura 3 – Espectros de absorção na região do infravermelho do SLD SQR (preto) e IFA (azul).
Os espectros obtidos para a TAD SQR e IFA também foram comparados para
confirmar a identidade da amostra (Figura 4). O fator de comparação obtido foi de
97,46%, demonstrando que o IFA e a SQR são a mesma substância, uma vez que
possuem bandas de absorção nos mesmos comprimentos de onda e com
intensidades semelhantes. As atribuições das bandas de absorção relativas aos
grupos funcionais da molécula são apresentadas na Tabela 13.
Figura 4 – Espectros de absorção na região do infravermelho da TAD SQR (preto) e IFA (azul).
Tabela 13 – Números de onda e atribuições das bandas de absorção obtidas nos espectros de
infravermelho da TAD IFA e SQR.
Número de onda Atribuição e grupo funcional
1489 cm-1 Deformação axial da ligação dupla carbono-carbono de compostos aromáticos
1674 cm-1 Deformação axial da ligação carbono-oxigênio de amida
3322 cm-1 Deformação axial da ligação nitrogênio-hidrogênio de amida secundária
61
Como pode ser observado, os máximos de absorção ocorrem em 212 nm, 223 nm e
290 nm para o SLD e 220 nm e 285 nm para a TAD. Com o objetivo de garantir um
método mais seletivo e com maior detectabilidade, optou-se por definir o
comprimento de onda de detecção do método analítico a ser desenvolvido e
validado em 285 nm, uma vez que neste comprimento de onda uma menor
quantidade de possíveis interferentes absorvem e também, tanto a TAD quanto o
SLD apresentam uma boa capacidade de absorção.
Ademais, com o objetivo de se obter um método seletivo aos IFA e aos possíveis
produtos de degradação/impurezas que podem estar presentes tanto nos
comprimidos originais, quanto nos falsificados ou contrabandeados, os IFA foram
expostos a condições de degradação forçada e as amostras degradadas foram
utilizadas na otimização do método.
et al., 2011; ORTIZ et al., 2012a; ORTIZ et al., 2012b; ORTIZ et al., 2013; VEJI et al.,
2008; VENHUIS et al., 2010).
Figura 6 – Diagrama de distribuição das formas ao longo da faixa de pH: SLD (A) e TAD (B).
(A) (B)
Fonte: adaptado de CHEMAXON, 2018.
O uso de TEA como aditivo no eluente aquoso, foi capaz de minimizar a formação
de cauda pronunciada no pico do SLD. O SLD é um analito que apresenta caráter
básico e, por isso, pode interagir com os grupos silanóis residuais presentes na
coluna cromatográfica que apresentam caráter predominantemente ácido
(interações secundárias), resultando em interações diferenciadas ao longo da coluna
e consequente formação de cauda no pico cromatográfico. A utilização de TEA faz
com que esta molécula interaja preferencialmente com os grupos silanóis residuais e
então, o SLD irá interagir majoritariamente com as cadeias carbônicas da fase
ligada, apresentando um tipo de interação predominante e resultando em um pico
cromatográfico com menor fator de cauda, mais agudo e intenso (BORGES;
GORAIEB; COLLINS, 2012; SNYDER; KIRKLAND; GLAJCH, 1997).
Legenda: SLD = sildenafila; TAD = tadalafila; TA = temperatura ambiente; PD1, PD2 e PD3= produtos
de degradação formados em meio ácido, provenientes da degradação da TAD; PD4= produto de
degradação proveniente da degradação da TAD em meio oxidativo; PD5= produto de degradação
formado em meio oxidativo, proveniente da degradação do SLD; PD6= produto de degradação
formado em meio ácido e alcalino, proveniente da degradação da TAD.
Figura 8 – Diagramas de Pareto referente às recuperações de SLD (A) e de TAD (B) obtidas no
planejamento fatorial 24.
6.7.2 Seletividade
6.7.3 Linearidade
Figura 10 – Curvas analíticas para avaliação da linearidade do método para o citrato de SLD (A)
e para a TAD (B).
Os coeficientes de correlação (R) obtidos para ambas as curvas foi de 0,9999 e está
de acordo com o preconizado na Resolução RDC nº 166/2017 (ANVISA), na qual é
descrito que o critério mínimo aceitável para um método ser considerado linear, é
que a curva analítica apresente um R maior ou igual a 0,990 (BRASIL, 2017).
Entretanto, de acordo com Thompson, Ellison e Wood (2002), o R é inadequado
para indicar a falta de ajuste ao modelo linear, não devendo ser utilizado como teste
de linearidade (THOMPSON; ELLISON; WOOD, 2002). R e R2 indicam o grau de
ajuste dos dados à curva, independente do modelo. Contudo, valores de R próximos
a 1, não pertencem necessariamente a uma relação linear, podendo resultar de
pontos bem ajustados a um modelo não linear (RSC, 2005; SOUZA, 2007).
6.7.5 Robustez
Após a realização dos testes de robustez, obtiveram-se os valores de teor para SLD
e TAD em cada um dos experimentos realizados e o efeito de cada variável foi
calculado (Tabela 20).
76
Tabela 20 – Avaliação do efeito das variáveis na determinação de SLD e TAD por UHPLC.
pH
Volume Fornecedor ʎ Composição Teor Teor
Temperatura Vazão eluente
injeção ACN detecção fase móvel SLD TAD
(A/a) (B/b) aquoso
(C/c) (D/d) (F/f) (G/g) (%) (%)
(E/e)
A B C D E F G 99,88 100,40
A B c D e f g 100,51 100,96
A b C d E f g 100,22 100,49
A b c d e F G 100,02 100,57
a B C d e F g 99,86 100,25
a B c d E f G 100,21 100,50
a b C D e f G 100,16 100,64
a b c D E F g 100,23 100,55
Efeito
0,04 -0,04 -0,21 0,12 0,00 -0,28 -0,14 - -
SLD
Efeito
0,12 -0,03 -0,20 0,19 -0,12 -0,20 -0,03 - -
TAD
No gráfico de Lenth é expressa uma margem de erro (ME). Variáveis que excedem o
valor de ME são consideradas significativas. No entanto, quando há muitas
variáveis, pode ocorrer de uma ou duas, mesmo que não significativas, exceder o
valor de ME, conduzindo a uma falsa conclusão. Por isso, é definida uma margem
de erro simultânea (SME). Constrói-se então um gráfico de barras mostrando os
valores absolutos dos efeitos estimados e adiciona-se as linhas de referências com
os valores de ME e SME. As variáveis cujas barras ultrapassam a linha SME são
consideradas significativas, enquanto aqueles cujas barras não extrapolam a linha
de referência ME são consideradas não significativas. A região entre as linhas ME e
SME é dita região de incerteza e, para variáveis cujas barras estão nesse intervalo,
é necessário analisar minunciosamente e fundamentar a decisão da variável ser
significativa ou não (LENTH, 1989; PORTAL ACTION, 2020a).
77
Figura 12 – Gráficos de Daniel (A) e de Lenth (B) obtidos para o teste de robustez para SLD.
Figura 13 – Gráficos de Daniel (A) e de Lenth (B) obtidos para o teste de robustez para TAD.
Foram obtidas as áreas sob os picos de SLD e TAD em cada um dos níveis, para
soluções amostra preparadas com diluentes constituídos por mistura de acetonitrila
e água; ácido clorídrico 0,1 M e laurilsulfato de sódio 0,5% (p/v), bem como a
comparação estatística pelo teste F de ANOVA, apresentada na Tabela 21.
Tabela 21– Áreas sob os picos do SLD e da TAD e comparação estatística quando são
utilizados diferentes diluentes.
Área sob o pico do SLD (mAu.s) Área sob o pico da TAD (mAu.s)
Mistura de Ácido Mistura de Laurilsulfato
Nível*
acetonitrila clorídrico Fcalculado Ftabelado acetonitril de sódio Fcalculado Ftabelado
e água 0,01 M a e água 0,5% (p/v)
243904 244280 114905 117532
20% 241763 246198 121177 115177
248586 238910 0,2983 7,7086 115253 112417 0,6771 7,7086
Média 244751 243129 117112 115042
DPR (%) 1,4257 1,5538 3,0099 2,2254
1343636 1277288 617179 627348
100% 1313008 1209227 624517 624234
1292984 1307521 2,5333 7,7086 634843 615316 0,2631 7,7086
Média 1316543 1264679 625513 622299
DPR (%) 1,9377 3,9809 1,4187 1,0035
2298337 2367138 1125618 1109381
180% 2387607 2269926 1176820 1136965
2376562 2382483 0,1009 7,7086 1151060 1127539 2,4798 7,7086
Média 2354169 2339849 1151166 1124628
DPR (%) 2,0672 2,6087 2,2239 1,2467
*Em relação às concentrações de trabalho.
Ao analisar a Tabela 21, percebe-se que, para todos os níveis avaliados, não houve
diferença estatística entre soluções amostra de SLD preparadas com diluente
79
SLD apresentou íon precursor ([M + H]+) com razão m/z de 475,21 e íon produto
com m/z de 100,10 (Figura 14A e 14B). Para a TAD o íon precursor apresentou
razão m/z de 390,15 e principal fragmento com m/z de 268,11, como mostrado na
Figura 15B. Os íons precursores e os principais íons produto obtidos para os
produtos de degradação majoritários, PD5 e PD6, foram m/z 491,21 → m/z 99,09
(Figura 14D) e m/z 390,14 → m/z 268,11, respectivamente (Figura 15D).
80
Figura 14 – Espectro no UV do SLD (A); espectro de fragmentação (MS2 full-scan) do SLD (B);
espectro no UV do PD5 (C) e espectro de fragmentação (MS2 full-scan) do PD5.
Em meio oxidativo, SLD formou PD5 (m/z 491,20 → m/z 99,09), que provavelmente
corresponde ao N-óxido de sildenafila, de fórmula molecular C22H30N6O5S, derivado
81
Como pode ser observado na Figura 1B, a TAD é um composto opticamente ativo.
Ela contém dois centros quirais de configuração 6R,12aR e, pode haver dois
estereoisômeros cis (6R,12aR / 6S,12aS) e dois trans (6R,12aS / 6S,12aR) para
essa molécula (KEE et al., 2019).
Outro fato que corrobora com essa hipótese é que Jida, Tourwé e Ballet (2014)
descreveram que para ser formado o diastereoisômero 6S,12aR a partir da TAD faz-
se necessária a ação de irradiação de micro-ondas, aquecimento extremo e
presença de ácido, uma vez que, para que ocorra a conversão via epimerização, é
necessário abertura de anel e adição intramolecular. Essa reação é muito mais
84
Genérico Comprimidos de cor azul, oblongos, lisos 304,36 / 13,25 / 6,23 / 4,32 /
SLD 2 em ambos os lados, sem marcações. 0,9276 0,5721 1,2973 0,8840
Dessa forma, por meio do perfil físico dos comprimidos, foi possível diferenciar e
identificar a ilegalidade dos medicamentos apreendidos, uma vez que todas as
amostras obtidas foram contrabandeadas, ou seja, não possuem registo na ANVISA,
não sendo portando, permitida a sua comercialização no Brasil. A investigação das
embalagens e a determinação das características físicas dos medicamentos é uma
maneira rápida, não destrutiva e reprodutível que pode contribuir para a conclusão
de inautenticidade das amostras apreendidas antes das análises químicas, além de
ser uma perspectiva útil para investigar possível origem da falsificação (ORTIZ et al.,
2012a).
89
Como pode ser observado ao analisar a Tabela 23, por meio do teste de
identificação pelo tempo de retenção do pico principal, foi possível comprovar que
todas as amostras que continham a descrição do IFA em sua embalagem, realmente
continham esse IFA. Para as amostras que não apresentavam embalagem (4 e 9),
foi possível identificar a presença de SLD nas mesmas.
25) mostram que todas as unidades, com exceção da amostra apreendida 1, estão
de acordo com a especificação da Farmacopeia Americana, uma vez que todas
apresentaram cedência superior a 85% (THE UNITED, 2019).
A partir dos dados de porcentagens de cedência e dos tempos de coleta (2, 5, 10,
15, 30, 45 e 60 minutos), os perfis de dissolução para os medicamentos originais e
apreendidos contendo SLD foram construídos e são apresentados na Figura 19.
Observa-se que a amostra apreendida 1 libera todo o conteúdo de SLD que possui,
de maneira imediata e o mesmo dissolve no meio de dissolução instantaneamente.
Entretanto, como o conteúdo de SLD nessa amostra é muito baixo, a curva do perfil
de dissolução apresenta-se muito distante das curvas de perfil de dissolução das
demais amostras.
Os valores de cedência das unidades testadas deve ser de, no mínimo, 45% após
10 minutos do início do teste de dissolução e de, no mínimo, 85% após 30 minutos
95
(THE UNITED, 2019). Ao avaliar a Tabela 26, pode-se concluir que todas as
unidades apresentaram cedência superior a 45% após 10 minutos de início do teste
de dissolução. Entretanto, todos os comprimidos analisados da amostra apreendida
3 e dois comprimidos do medicamento genérico TAD 3, apresentaram cedência
inferior a 85% após 30 minutos do início do teste. Dessa forma, essas amostras não
atendem ao critério de aceitação do primeiro estágio (E1) do teste de dissolução
(THE UNITED, 2019).
As curvas de perfil de dissolução obtidas a partir das cedências médias nos tempos
de coleta são mostradas na Figura 20. Observa-se que os lotes dos genéricos TAD
1 e TAD 2 possuem perfis de dissolução muito semelhantes. Os comprimidos do
medicamento genérico TAD 3 apresentaram uma dissolução um pouco mais lenta
que os anteriores e a amostra apreendida 3 apresentou dissolução ainda mais lenta
e, esses dois últimos não atenderam ao critério do teste de dissolução, uma vez que
a cedências das unidades testadas foi inferior a 85% em 30 minutos após o início do
teste de dissolução.
Não apenas durante a sua fabricação, mas uma vez disponível no mercado, é
necessário garantir a qualidade dos medicamentos. Nesse contexto, ressalta-se a
importância das agências regulatórias e dos laboratórios oficiais, na avaliação da
qualidade de produtos envolvidos em queixas e denúncias, bem como na
participação em programas periódicos para o monitoramento de produtos
comercializados ou distribuídos à população (LOMBARDO; ESERIAN, 2017).
97
7 CONCLUSÕES
Foi realizado estudo de degradação forçada completo, no qual SLD e TAD IFA foram
submetidos às diversas condições de degradação forçada, que viabilizou o
desenvolvimento de um método simples, rápido e seletivo para SLD e TAD na
presença de seus produtos de degradação utilizando UHPLC-UV. Nesse método
oito analitos foram adequadamente separados em menos de 6 minutos.
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Desse modo, é necessário realizar uma etapa prévia que possibilite a extração e/ou
pré-concentração dos analitos, conhecida como preparo de amostra, a qual deve
resultar em recuperação máxima do analito e minimizar a extração de interferentes
da matriz biológica (QUEIROZ et al., 2001).
3.1.1.1 DLLME
pelo controle do pH, ou seja, analitos ionizáveis (MOREIRA et al., 2014; ZANG et al.,
2009).
Após a remoção dos interferentes e a concentração dos analitos, a amostra deve ser
analisada utilizando-se técnicas de separação e detecção.
Nos métodos encontrados, são gastos volumes de plasma que variam de 200 a
1500 µL e a técnica de preparo de amostra predominantemente empregada é a LLE.
Entretanto, Xiao e colaboradores (2013) utilizaram a DLLME baseada em líquido
iônico para extrair SLD, vardenafila e aildenafila do plasma. Os líquidos iônicos são
compostos por cátions e ânions orgânicos ou inorgânicos e podem ser utilizados na
DLLME como solvente extrator, substituindo os solventes clorados, comumente
empregados.
Tabela 27 – Métodos bioanalíticos para a determinação de SLD e TAD em plasma humano (continuação).
Volume
Preparo Faixa
Padrão(ões) de Solvente/ Recupera-
Referência Analito(s) Aplicação de Cromatografia Detecção validada
interno(s) amostra sorvente ção (%)
amostra (ng/mL)
(µL)
YOKOYAMA et SLD, TAD, Estudo SLD d-3 50 SPE Copolímero HPLC MS/MS 2-1000 83,4–88,1
al., 2014 bosentana e farmacocinético em TAD d-3 C18 (75,0 × 2,0 mm, 475→58 (SLD),
ambrisentana, pacientes bosentana d-3 3,0 μm) (SLD) 78,9–88,5
pediátricos com ambrisentana d-3 Acetonitrila:acetato 478→61 (TAD)
HAP de amônio 5 mM (SLD d-3)
(45:55 v/v, pH 5,0) 390→268
(TAD)
393→271
(TAD d-3)
XIAO et al., 2013 SLD, Estudos clínicos e Não utilizado 960 Microextra Metanol HPLC UV 1-500 100,4
vardenafila e forenses ção (solvente C18 (250,0 × 4,6 mm, 254 nm (SLD)
aildenafila líquido- dispersante) 5,0 μm)
líquido e 1-hexafluo- Metanol:solução
dispersiva rofosfato de aquosa de ácido
(DLLME) octil-3- acético 1% (v/v)
baseada metilimidazólio (40:60 v/v)
em líquido como líquido
iônico (IL) iônico
YAROSHENKO et SLD Estudos clínicos Trazodona 500 SPE C18 HPLC UV 20-1000 95,0±4,0
al., 2013 C18 (100,0 × 2,1 mm, 290 nm
3,5 μm)
Acetonitrila:tampão MS 5-1000
acetato de amônio 475 (SLD)
40 mM (40:60 v/v)
RUST et al., 2012 SLD, TAD, Análise forense e Trimipramin d-3 500 LLE Éter etílico- HPLC MS/MS 5-1000 Maior que
norsildenafila, monitorização SLD d-8 acetato de etila C18 (125,0 × 2,0 mm 475→100 (SLD) 57,0
vardenafila e terapêutica (1:1 v/v) 3,0 μm) (SLD) 5-1000 para todos
norvardenafila Acetonitrila com 483→108 (TAD) analitos
ácido fórmico 0,1% (SLD d-8)
(v/v):formiato de 390→268
amônio 50 mM pH (TAD)
3,5 (gradiente)
CHALLA et al., SLD e N-DMS Estudos de SLD d-8 250 LLE Éter metil-terc- HPLC MS/MS 1–1000 73,45
2010 bioequivalência N-DMS d-8 butílico C18 (75,0 × 4,6 mm, 475→283 (SLD) (SLD)
3,5 μm) (SLD) 0,5–500,0 63,97
Acetonitrila:acetato 483→283 (N-DMS) (N-DMS)
de amônio 10 mM (SLD d-8)
(95:5 v/v) 461→283
(N-DMS)
469→283
(N-DMS d-8)
111
Tabela 27 – Métodos bioanalíticos para a determinação de SLD e TAD em plasma humano (continuação).
Volume
Preparo Faixa
Padrão(ões) de Solvente/ Recupera-
Referência Analito(s) Aplicação de Cromatografia Detecção validada
interno(s) amostra sorvente ção (%)
amostra (ng/mL)
(µL)
QUINTERO et al., SLD Estudos clínicos Diazepam 460 LLE Éter etílico- HPLC UV 20-1000 92,66-96,94
2009 diclorometano C18 (150,0 × 3,9 mm, 240 nm
(60:40 v/v) 5,0 μm)
Acetonitrila:tampão
acetato de amônio
300 mM pH 6,8 (1:1
v/v)
SHAKYA et al., TAD Estudos clínicos Loratadina 500 LLE Éter etílico- HPLC UV 5-600 66,1±2,8
2007 diclorometano C18 (250,0 × 4,6 mm, 225 nm
(7:3 v/v) 5,0 μm)
Acetonitrila:solução
aquosa contendo
trietilamina 0,012 M
e ácido fosfófico
0,020 M (50:50 v/v)
RAMAKRISHNA TAD Estudos de SLD 250 LLE Éter etílico- HPLC MS/MS 10-1000 65,16 ±
et al., 2004 farmacocinética, diclorometano C18 (100,0 × 3,0 mm, 390→268 1,81
biodisponibilidade (70:30 v/v) 3,5 μm) (TAD)
e bioequivalência Acetonitrila:formiato 475→58
de amônio 10 mM (SLD)
(10:90 v/v, pH 3,0)
SHEU et al., 2003 SLD Estudo de Butilparabeno 1000 LLE Solução HPLC UV 10-1000 Maior que
farmacocinética alcalina C18 (150,0 × 4,6 mm, 230 nm 75,0
5,0 μm)
Acetonitrila:tampão
fosfato de potássio
30 mM pH 6 (55:45
v/v)
Legenda: DMSPE: dispersive magnetic solid phase extraction, HIV: vírus da imunodeficiência humana; HPLC: cromatografia líquida de alta eficiência, LLE:
extração líquido-líquido, MS/MS: espectrometria de massas sequencial, PPT: precipitação de proteínas, SLD: sildenafila, SPE: extração em fase sólida, TAD:
tadalafila, UV: ultravioleta.
112
Apesar da HAP ser uma doença rara, ela se caracteriza por ser uma doença grave e
progressiva, uma vez que o aumento gradual da resistência vascular pulmonar leva
à insuficiência ventricular direita e morte precoce (BRASIL, 2014; ESC, 2016). A taxa
de mortalidade de pacientes tratados é de, aproximadamente, 15% em 1 ano, 33%
em 3 anos e 42% em 5 anos, com sobrevida média de 3,6 anos (THENAPPAN et al.,
2007).
para o tratamento da HAP tem como alvo um ou mais desses três mecanismos
(SBC, 2005).
A hipertensão arterial pulmonar é uma síndrome complexa para a qual não existem
esquemas simples de avaliação diagnóstica e orientação terapêutica. A conduta
terapêutica baseia-se nos resultados dos exames clínicos, falha/sucesso terapêutico
e reações adversas apresentadas pelo paciente (SAS/MS, 2014; SBC, 2005).
A TAD tem indicação proposta para tratamento de primeira linha para a hipertensão
pulmonar aguda. As apresentações disponíveis no mercado são comprimidos
revestidos com 20 mg de TAD e a dose diária recomendada é de 40 mg (dois
comprimidos), uma vez ao dia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Tabela 28 – Características físico-químicas dos analitos selecionados para desenvolvimento do método bioanalítico.
Massa
Classe Log
Analito Fórmula química Estrutura química exata pKa Solubilidade
farmacológica P
(g/mol)
Pouco solúvel em
água, facilmente
Besilato de C20H25ClN2O5.C6H6O3S 566,1489 solúvel em metanol,
Bloqueador de
anlodipino 9,40 3,00 ligeiramente solúvel
canal de cálcio
(ANLO) C20H25ClN2O5 408,1452 em etanol, pouco
solúvel em 2-
propanol
Pouco solúvel em
Bumetanida Diurético de
C17H20N2O5S 364,1093 2,70 2,60 água, solúvel em
(BUM) alça
soluções alcalinas
Praticamente
insolúvel em água,
facilmente solúvel
Digoxina Glicosídeo
C41H64O14 780,4296 7,15 1,26 em piridina, pouco
(DGX) cardiotônico
solúvel em álcool
diluído e em
clorofórmio
C22H30N6O4S.C6H8O7 666,2319 Pouco solúvel em
Citrato de
Inibidor da água e em metanol,
sildenafila Figura 1A (página 25) 5,99 2,75
PDE-5 praticamente
(SLD)
C22H30N6O4S 474,2049 insolúvel em hexano
Facilmente solúvel
em água,
clorofórmio, ácido
Cloridrato de C22H26N2O4S.HCl 450,1380
Bloqueador de fórmico e metanol,
diltiazem 8,06 2,70
canal de cálcio ligeiramente solúvel
(DTZ) C22H26N2O4S 414,1613
em álcool
desidratado,
insolúvel em éter
118
Tabela 28 – Características físico-químicas dos analitos selecionados para desenvolvimento do método bioanalítico (continuação).
Massa
Classe Log
Analito Fórmula química Estrutura química exata pKa Solubilidade
farmacológica P
(g/mol)
Praticamente
Nifedipino Bloqueador de insolúvel em água,
C17H18N2O6 346,1165 - 2,20
(NIF) canal de cálcio facilmente solúvel
em acetona
N-desmetil
Metabólito
sildenafila C21H28N6O4S 460,1893 - - -
ativo do SLD
(N-DMS)
Praticamente
insolúvel em água,
Tadalafila Inibidor da facilmente solúvel
C22H19N3O4 Figura 1B (página 25) 389,1376 0,85 1,70
(TAD) PDE-5 em dimetilsulfóxido,
pouco solúvel em
cloreto de metileno
Muito solúvel em
água, facilmente
Varfarina solúvel em etanol,
Anticoagulante C19H15O4 308,1049 5,87 2,70
(VAR) pouco solúvel em
clorofórmio e em
éter
Tabela 29 – Características farmacocinéticas dos analitos selecionados para desenvolvimento do método bioanalítico.
Ligação a Formas farmacêuticas
Concentração plasmática máxima - CMÁX Meia-vida t1/2
Analito proteínas Dose diária e dosagens presentes
(ng/mL) (h)
plasmáticas (%) no mercado
Besilato de
(18,10 ± 7,10) Comprimidos
anlodipino (93,0 ± 1,0)1 (39,0 ± 8,0)1 2,5-20 mg4
(após uma dose oral de 10 mg)1 2,5; 5 e 10 mg6
(ANLO)
Bumetanida (106,00 ± 22,00) Comprimidos
(99,0 ± 0,3)1 (0,8 ± 0,2)1 0,5-1 mg5
(BUM) (após uma dose oral de 3 mg)1 0,5; 1 e 2 mg7
0,75-1,50 mg
Comprimidos
(dose de ataque rápido)
0,25 mg
Digoxina (1,40 ± 0,70) 0,25-0,75 mg
(25,0 ± 5,0)1 (39,0 ± 13,0)1
(DGX) (após uma dose oral de 0,31 ± 0,19 mg)1 (dose de ataque lento)
Elixir
0,125-0,250 mg
0,05 mg/mL8
(dose de manutenção)5
Cloridrato de
(151,00 ± 46,00) Comprimidos
diltiazem (78,0 ± 3,0)1 (4,4 ± 1,3)1 60-720 mg4
(após uma única dose oral de 120 mg)1 30, 60, 90, 12 e 180 mg6
(DTZ)
N-desmetil
sildenafila (83,42 ± 45,99)2 e 126,003 - - - -
(N-DMS)
Cápsula mole
10 mg
Liberação imediata: (79,00 ± 44,00)
Comprimidos revestidos
Nifedipino (após uma única dose oral de 10 mg)1
(96,0 ± 1,0)1 (1,8 ± 0,4)1 30-240 mg4 10 e 20 mg
(NIF) Liberação prolongada: (35,00 - 49,00)1
Comprimidos revestidos
(após uma única dose oral de 60 mg)
de liberação prolongada
20, 30 e 60 mg6
Citrato de 60 mg/dia
(212,00 ± 59,00) Comprimidos revestidos
sildenafila 96,01 (2,4 ± 1,0)1 (em três administrações de
(após uma única dose oral de 50 mg)1 20; 25; 50 e 100 mg6
(SLD) 20 mg)4
Tadalafila 378,00 Comprimidos revestidos
94,01 17,51 40 mg5
(TAD) (após uma única dose oral de 20 mg)1 5 e 20 mg6
2,5 mg a 5 mg ao dia, com
ajustes posológicos
Enantiômero R: (900,00 ± 400,00)
baseados nos resultados
Enantiômero S: (500,00 ± 200,00)
Varfarina de RNI. Na maioria dos Comprimidos
(estado de equilíbrio dinâmico médio, 12 (99,0 ± 1,0)1 (37,0 ± 15,0)1
(VAR) pacientes, a resposta é 1; 2; 2,5; 5; 7,5 e 10 mg6
horas após a dose oral diária de 6,1 ± 2,3
satisfatoriamente mantida
mg da forma racêmica)1
com uma dose de 2,5 a 10
mg ao dia5
1BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006. 2AL-GHAZAWIA; TUTUNJI; ABURUZ, 2007. 3NICHOLS; MUIRHEAD; HARNESS, 2002. 4ECS, 2016.5ANVISA, 2020a.
6ANVISA, 2020b. 7BUMEX, 2020 (não registrado no Brasil). 8MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020.
120
4 MATERIAIS
Para a obtenção do plasma branco (plasma de voluntários que não estavam fazendo
uso de qualquer medicação), amostras de sangue de voluntários sadios foram
coletadas no Laboratório de Hematologia Clínica da Faculdade de Farmácia da
UFMG. As amostras reais foram obtidas de pacientes voluntários atendidos no
Serviço de Anticoagulação, Hematologia e Oncologia do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Minas Gerais. Em ambos os casos, o sangue foi coletado
utilizando-se tubos para coleta contendo heparina sódica como anticoagulante.
Imediatamente após a coleta, os tubos, adequadamente identificados com o código
do voluntário, foram centrifugados a 480 x g durante 10 minutos a 4 ºC e, em
seguida, o plasma (sobrenadante) foi separado e transferido para tubos tipo Falcon,
que foram mantidos em freezer à temperatura de 70 ºC negativos. O estudo foi
122
4.3 Reagentes
• Água ultrapura.
• Reagentes grau analítico: acetato de amônio e ácido acético glacial Neon
(São Paulo, Brasil), acetona e clorofórmio Dinâmica (Indaiatuba, Brasil),
acetato de amônio e etanol Merck (Darmstadt, Alemanha), ácido cítrico
anidro, diclorometano, hidróxido de amônio e hidróxido de sódio Synth,
(Diadema, Brasil), ácido fórmico, bicarbonato de sódio, citrato de sódio
tribásico di-hidratado, cloreto de sódio, clorobenzeno e 1,2-dicloroetano
Sigma Aldrich (Saint Louis, EUA), ácido trifluoroacético Tedia Company
(Fairfield, USA), etanolamina Carlo Erba (Barcelona, Espanha), formiato de
amônio Spectrum (New Jersey, EUA) e 2-propanol J.T. Baker (Xalostoc,
México).
• Solventes grau HPLC: acetonitrila Merck (Darmstadt, Alemanha), acetonitrila
Tedia Company (Fairfield, USA) e metanol Sigma Aldrich (Saint Louis, EUA).
4.5 Equipamentos
• Agitador tipo vórtex VELP SCIENTIFICA F202A0175.
• Aparelho de ultrassom BRANSON 3210R-MT.
• Aparelho de ultrassom UNIQUE USC750.
• Balança analítica SARTORIUS BP211D.
• Balança semi-analítica Ohaus TP2KS
• Bomba de vácuo Weg B480794.
• Centrífuga Eppendorf 5424 R
• Centrífuga JOUAN MR 23i.
• Concentrador de amostras TECNAL TecVap TE-0194
• Sistema HPLC-MS/MS composto por cromatógrafo a líquido de alta eficiência
Agilent 1200 Series (equipado com desgaseificador, bomba binária, forno de
colunas, injetor automático e amostrador com refrigeração) acoplado a
espectrômetro de massas SCIEX QTRAP 5500 (equipado com bomba de
infusão, fonte de ionização electrospray e analisador do tipo híbrido -
quadrupolo e íon trap) e software Analyst.
• Potenciômetro METROHM 827 pH Lab.
• Sistema de purificação de água MILLIPORE DIRECT Q3.
• Softwares Design Expert®, Microsoft Excel® e MultiQuant®.
124
5 MÉTODOS
Figura 23 – Estruturas químicas dos PI utilizados para quantificação: SLD d-8 (A) e VERA (B).
(A) (B)
Fonte: adaptado de PUBCHEM, 2020.
A fase móvel escolhida foi aquela que proporcionou maiores valores de razão
sinal/ruído para os analitos e foi constituída por solução aquosa de ácido fórmico
0,1% (v/v) e acetonitrila.
que provocou menor efeito residual e melhor aspecto dos picos cromatográficos
(formato gaussiano e precisão de injeção).
Como o SLD, o N-DMS e o SLD d-8 apresentam íons produtos em comum, realizou-
se teste para avaliar a ocorrência do fenômeno de crosstalk. Para isso, foram
utilizadas uma solução branco (contendo apenas o diluente) e uma contendo SLD a
100 ng/mL em diluente. Essas soluções foram analisadas por um método que
monitorava todas as transições de quantificação e confirmação correspondentes aos
analitos N-DMS, SLD e SLD d-8. Para confirmar a ausência de crosstalk, espera-se
que os sinais referentes às transições dos analitos ausentes na solução (N-DMS e
SLD d-8) sejam iguais ao ruído de fundo obtido com a solução branco.
A otimização das variáveis quantitativas referentes à etapa de PPT, foi realizada por
um planejamento composto central (CCD, em inglês central composite design). As
variáveis independentes escolhidas para compor o planejamento foram: volume da
amostra (X1), proporção entre volume do solvente precipitante e volume da amostra
(X2) e tempo de agitação (X3). Os níveis avaliados são apresentados na Tabela 34.
Os resultados de área média sob os picos obtida para cada analito foi plotada em
gráficos em função da condição avaliada. A escolha da melhor condição foi realizada
por meio da análise desses gráficos, priorizando-se a condição que proporcionou
maior área sob o pico dos analitos.
131
Por fim, os PI a serem utilizados no método bioanalítico foram escolhidos por meio
da realização do preparo de amostra em quintuplicata, utilizando-se uma mistura
contendo cinco potenciais PI (SLD d-8, VERA, propranolol, carvedilol e diazepam). O
teste foi realizado em quintuplicata e os PI definidos foram aqueles que
proporcionaram menores valores de DPR entre as áreas dos analitos.
5.2.1 Seletividade
5.2.4 Linearidade
Tabela 35 – Concentrações dos analitos nas amostras de plasma enriquecidas para avaliação
da linearidade, precisão e exatidão do método.
Concentração em plasma (ng/mL)
Amostra
ANLO BUM DGX DTZ N-DMS NIF SLD TAD VAR
Nível 1 / LIQ 1,0 5,0 0,7 5,0 1,0 5,0 5,0 5,0 25,0
Nível 2 2,5 10,0 1,0 10,0 5,0 10,0 10,0 10,0 50,0
Nível 3 5,0 25,0 2,5 50,0 10,0 25,0 50,0 50,0 75,0
Nível 4 10,0 50,0 5,0 100,0 25,0 50,0 100,0 100,0 100,0
Nível 5 25,0 75,0 7,5 250,0 50,0 75,0 250,0 250,0 250,0
Nível 6 50,0 100,0 10,0 500,0 100,0 100,0 500,0 500,0 500,0
Nível 7 75,0 250,0 25,0 750,0 250,0 250,0 750,0 750,0 750,0
Nível 8 / LSQ 100,0 500,0 30,0 1000,0 500,0 500,0 1000,0 1000,0 1000,0
CQB 3,0 15,0 2,1 15,0 3,0 15,0 15,0 15,0 75,0
CQM 50,0 250,0 15,0 500,0 250,0 250,0 500,0 500,0 500,0
CQA 80,0 400,0 24,0 800,0 400,0 400,0 800,0 800,0 800,0
CQD - - - 1500,0 - - - - 3000,0
Legenda: LIQ: limite inferior de quantificação; LSQ: limite superior de quantificação; CQB: controle de
qualidade de baixa concentração; CQM: controle de qualidade de média concentração; CQA: controle de
qualidade de alta concentração; CQD: controle de qualidade de diluição.
135
A precisão e exatidão intracorrida (em uma mesma corrida) e intercorridas (em três
dias de análise) foram avaliadas simultaneamente à determinação da linearidade da
faixa de trabalho, por meio da análise de amostras de plasma em cinco
concentrações referentes ao LIQ, CQB, CQM, CQA e CQD, em quintuplicata, após a
injeção das amostras da curva de calibração.
A precisão foi determinada por meio do cálculo do DPR, com base em todos os
valores obtidos. Os valores de DPR devem ser menores que 15%, exceto para o
CQLIQ, para o qual são admitidos valores menores ou iguais a 20%.
A exatidão foi expressa pelo erro padrão relativo (EPR), com base em todos os
valores obtidos, conforme a seguinte equação:
136
São aceitáveis valores de EPR na faixa de ± 20% do valor nominal para o CQLIQ e ±
15% para as demais amostras de controle de qualidade (CQ).
5.2.6 Recuperação
Avaliou-se a estabilidade dos analitos por meio dos estudos de estabilidade após
ciclos de congelamento e descongelamento (ECC), estabilidade de curta duração
(ECD), estabilidade de longa duração (ELD) e estabilidade pós-processamento
(EPP), levando-se em consideração o tempo necessário para o armazenamento,
preparo e análise das amostras em estudo, assim como as temperaturas de
armazenamento utilizadas.
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
483 → 62 (Q) 99 10
SLD d-8 482,2551 71 45
483 → 108 (C) 37 16
Figura 24 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 409, proveniente da
ionização no modo positivo do anlodipino (ANLO).
Figura 25 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 365, proveniente da
ionização no modo positivo da bumetanida (BUM).
141
Figura 26 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 781, proveniente da
ionização no modo positivo da digoxina (DGX).
Figura 27 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 415, proveniente da
ionização no modo positivo do diltiazem (DTZ).
142
Figura 28 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 461, proveniente da
ionização no modo positivo do N-desmetil sildenafila (N-DMS).
Figura 29 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 347, proveniente da
ionização no modo positivo do nifedipino (NIF).
143
Figura 30 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 475, proveniente da
ionização no modo positivo do sildenafila (SLD).
Figura 31 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 390, proveniente da
ionização no modo positivo da tadalafila (TAD).
144
Figura 32 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 309, proveniente da
ionização no modo positivo da varfarina (VAR).
Figura 33 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 483, proveniente da
ionização no modo positivo do sildenafila d-8 (SLD d-8).
145
Figura 34 - Espectro obtido após fragmentação do íon precursor m/z 455, proveniente da
ionização no modo positivo do verapamil (VERA).
Para a otimização dos parâmetros da fonte por FIA, utilizou-se uma solução de DGX
a 10 ng/mL em mistura de metanol e água 50:50 (v/v). A escolha da DGX nessa
etapa se deu pelo fato de ela ter sido o analito que apresentou menor intensidade de
sinal durante as etapas de otimização anteriores. Além disso, dentre os fármacos
analisados, ela é o que possui menor Cmax e, portanto, é necessário obter um LIQ
menor para ela. Os parâmetros de ionização da fonte otimizados são apresentados
na Tabela 37.
Uma vez que o método deve apresentar detectabilidade suficiente para quantificar
os analitos em plasma humano, optou-se por utilizar fase móvel constituída por
solução aquosa de ácido fórmico 0,1% (v/v) e acetonitrila, uma vez que foi a que
proporcionou maiores valores de razão sinal/ruído para todos os analitos.
Dessa forma, para tentar solucionar esse problema, além de testar diferentes
gradientes com força eluente maior, optou-se por testar uma coluna monolítica, a
Phenomenex Onyx Monolithic C18 (100 x 4,6 mm), a qual eliminou o efeito residual e
proporcionou picos com formato guaussiano. Ademais, ao injetar cinco vezes
consecutivas a mesma solução, demonstrou reprodutibilidade dos tempos de
retenção e das área sob os picos dos analitos.
Observa-se que os analitos eluem com tempos de retenção que variam entre 4,97 e
6,32 minutos. Ao utilizar a detecção por espectrometria de massas, cada analito é
monitorado por uma transição de massa distinta, não sendo necessário, portanto,
148
Por fim, avaliou-se a ocorrência de crosstalk, o qual pode ser observado quando se
utiliza o método de monitoramento de reações múltiplas (MRM) e os íons do
fragmento de uma transição monitorada são verificados durante a detecção de uma
outra transição. Esse fenômeno geralmente ocorre, pois os íons não são
completamente eliminados da região da célula de colisão quando a próxima
transição começa a ser monitorada. Esses íons são, consequentemente, associados
à transição errada. Dessa forma, métodos por HPLC-MS/MS rápidos, com limites de
quantificação muito baixos, ampla faixa de quantificação, principalmente, quando
são usados PI de isótopos deuterados e ocorre co-eluição de analitos que têm o
mesmo íon produto, podem ser afetados pela ocorrência de crosstalk. Esse efeito
pode ser eliminado definindo-se um atraso apropriado (tempo de pausa) entre as
transições monitoradas, longo o suficiente para limpar todos os íons do sistema
(MORIN et al., 2011).
149
O cromatograma foi obtido após extração de uma amostra de plasma branco fortificada com os
analitos na concentração correspondente ao nível 5 da curva de calibração (Tabela 35, página 134).
150
Dessa forma, optou-se por realizar uma etapa de limpeza prévia da amostra por
meio do emprego da PPT, e o sobrenadante resultante foi usado como dispersante
na etapa subsequente da DLLME. Essa mesma sequência de procedimentos de
preparo de amostra foi realizada no estudo descrito por Jouyban e colaboradores
(2015), os quais desenvolveram um método por HPLC-UV para quantificação de
cinco fármacos antiarrítmicos em plasma humano.
Figura 36 – Superfícies de resposta obtidas para recuperação de ANLO (A), BUM (B), TAD (C) e
DTZ (D) durante a otimização da etapa de PPT usando planejamento CCD.
Para avaliar a influência da força iônica do tampão na extração dos analitos, testou-
se a utilização de solução tampão pH 6 100 mM preparado sem a adição de cloreto
de sódio e contendo 1%, 2%, 4%, 6%, 8% e 10% (p/v) desse sal.
A presença de sal na solução aquosa pode favorecer a extração dos analitos, uma
vez que, para analitos que são relativamente solúveis em água, o efeito salting-out
pode reduzir a solubilidade do mesmo em água.
O efeito salting-out pode ser definido como um fenômeno que ocorre quando a
concentração de sal em uma solução aquosa torna-se muito alta e, então, provoca
redução na solubilidade de moléculas orgânicas. Dessa forma, se essas moléculas
orgânicas são analitos parcialmente solúveis em água, ocorrerá uma redução
drástica da solubilidade dos mesmos na fase aquosa, fazendo com que aumente a
partição no solvente orgânico (TANG; WENG, 2013).
Os resultados de áreas sob o pico obtidas para os analitos com o uso de diferentes
volumes de tampão (640, 760, 880, 1000 e 1100 µL) são apresentados na Figura
43. Optou-se por utilizar 880 µL de tampão pois, apesar de não ter sido a condição
que promoveu maior valor de área para todos os analitos, proporcionou menor DPR
entre as réplicas para todos os analitos, favorecendo assim, a reprodutibilidade do
método.
164
Até este momento do trabalho, a acetonitrila com hidróxido de amônio 0,1% (v/v),
utilizada como agente precipitante de proteínas, estava sendo empregada como
dispersante na etapa subsequente de extração por DLLME. Entretanto, optou-se por
testar se outros solventes usualmente aplicados como dispersantes em DLLME
seriam mais eficazes para recuperar os analitos da matriz biológica. Dentre esses,
testaram-se, além da acetonitrila com hidróxido de amônio 0,1% (v/v), metanol,
etanol e isopropanol.
A utilização de acetonitrila com hidróxido de amônio 0,1% (v/v) produziu uma boa
dispersão, por meio da formação de intensa turbidez no momento da adição da
mistura contendo amostra, dispersante e extrator na fase aquosa. Além disso, como
pode ser observado nos resultados apresentados na Figura 44, acetonitrila com
hidróxido de amônio 0,1% (v/v) resultou em maiores valores de área sob o pico e
valores de DPR adequados para a maior parte dos analitos e, portanto, optou-se por
manter a utilização desse solvente como dispersante.
166
Como pode ser observado nos resultados apresentados na Figura 45, a utilização
de 200 µL de acetonitrila com hidróxido de amônio 0,1% (v/v) (solvente precipitante
e dispersante) foi a condição que promoveu a melhor recuperação para a maior
parte dos analitos. E, portanto, foi mantido esse volume de solvente
precipitante/dispersante.
168
Tabela 40 – Resultados de DPR da área sob o pico normalizada com a utilização de diferentes
substâncias como PI.
DPR da área sob o pico normalizada (%)
Analito
Propranolol Carvedilol VERA Diazepam
ANLO 22,87 10,10 7,24 16,18
BUM 18,30 12,48 6,31 17,99
DGX 15,18 8,89 2,94 19,16
DTZ 16,65 9,47 3,10 18,96
N-DMS 29,87 18,74 13,94 22,55
NIF 24,78 14,48 11,52 10,93
TAD 21,27 10,73 6,65 14,27
VAR 23,62 14,47 11,07 14,68
172
O PI escolhido para os analitos (com exceção do SLD) foi o VERA, uma vez que o
DPR entre a razão da área dos analitos pela área do VERA em todas as cinco
réplicas proporcionou valores de DPR inferiores a 15% para todos analitos.
Legenda: ACN = acetonitrila; NH4OH = hidróxido de amônio; NaCl = cloreto de sódio; PI = Padrões
internos.
173
6.2.1 Seletividade
Figura 48 – Cromatogramas obtidos para uma amostra de LIQ (A) e uma amostra plasma
branco normal (plasma normal 1) (B) para avaliação da seletividade do método bioanalítico.
175
Como pode ser observado na Tabela 41, em nenhuma das amostras de plasma
branco normal, hemolisado e lipêmico houve interferentes com tempo de retenção
próximo dos analitos de interesse com área superior a 20% da área do respectivo
analito no LIQ. Além disso, picos eluindo próximo ao tempo de retenção dos PI
apresentaram valor de área inferior a 5% das áreas dos PI, estando de acordo com
o preconizado nos guias de validação de métodos bioanalíticos nacional e
internacionais.
A ausência de efeito residual no método foi confirmada (Tabela 42), uma vez que
não foram observados, nas injeções de amostra branco subsequentes à injeção da
amostra de LSQ, picos interferentes com áreas superiores a 20% da área dos
analitos nas amostras de LIQ e maiores que 5% das áreas dos PI.
176
Percebe-se que os valores de DPR obtidos para todos os analitos, quando se utiliza
o preparo de amostra por DLLME, são inferiores a 15%, ou seja, abaixo do limite
preconizado nos guias vigentes e, por isso, o método analítico pode ser utilizado
para todas as amostras. Por outro lado, ao verificar os valores de DPR encontrados
para os analitos quando apenas a etapa de precipitação de proteínas é realizada, é
possível concluir que existe efeito matriz para todos os analitos, com exceção do
DTZ e VAR.
6.2.4 Linearidade
A definição da faixa de trabalho para cada um dos analitos foi realizada com base
nos dados disponíveis na literatura referentes a CMÁX, t1/2, dose diária recomendada
para o tratamento e dosagem das formulações disponíveis no mercado (Tabela 29,
página 119). Os LIQ e LSQ foram escolhidos de modo a garantir aplicabilidade do
método desenvolvido na monitorização terapêutica de fármacos utilizados no
tratamento da HAP, o que não exclui sua aplicação em amostras de pacientes que
apresentam outras doenças, cujos tratamentos incluem os mesmos tipos de
fármacos.
A escolha do modelo matemático mais simples foi realizada por meio do menor valor
obtido para a soma dos erros relativos dos valores nominais dos padrões de
calibração versus seus valores obtidos pela equação da curva.
ANLO BUM
DGX DTZ
N-DMS NIF
SLD TAD
VAR
181
Ao analisar a Tabela 45, verifica-se que os valores de DPR foram inferiores a 20%
para o CQLIQ e a 15% para os demais CQ, e que os valores de EPR encontram-se
na faixa de ± 20% do valor nominal para o CQLIQ e ± 15% do valor nominal para os
demais CQ. Dessa forma, o método bioanalítico pode ser considerado preciso e
exato.
em amostras reais. Entretanto, essa etapa não pôde ser realizada até o momento,
devido às restrições decorrentes do isolamento social necessário ao controle da
pandemia de COVID-19.
7 CONCLUSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, conclui-se que os objetivos pretendidos foram alcançados, uma vez que
foram desenvolvidos, validados e aplicados métodos modernos, simples, rápidos,
ambientalmente corretos e eficientes na determinação de SLD e TAD em
medicamentos e em plasma humano.
187
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