UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA

PLANTAS FORRAGEIRAS E
PASTAGENS

Prof. Mauricio Leite

Serra Talhada, PE
2023
 Pensamento do dia

“Não existe assunto desinteressante;

o que existe é pessoa desinteressada.”

Gilbert Keith Chesterton

 • Euphorbiaceae
(05 subfamílias, 317 gêneros e 8000 espécies)

Brasil: 72 gêneros e 1.100 espécies;

Nordeste: 45 gêneros e 211 espécies, sendo 17

endêmicas da caatinga.
Euforbiáceas

• Industria

Seringueira
Euforbiáceas

• Madeireiro

Sangra d’água
Euforbiáceas

• Paisagismo

Bico-de-Papagaio
 Euforbiáceas

• Alimentação animal

Manihot Cnidoscolus
 Gênero Manihot
98 espécies

Alta persistência à seca,

Tolerância a solos pobres e ácidos,
Alto valor nutricional (alto teor de PB e carboidratos),
Elevado potencial produtivo.
MANDIOCA
MANDIOCA
 ORIGEM
• Planta de origem sul-americana (sul da Amazônia brasileira);

• Domesticada: há aproximadamente 9 mil anos (populações

indígenas);

• Mais de 8,5 mil acessos (programas de melhoramento), sendo

7,5 mil na América do Sul.
 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

• Família
Euphorbiaceae

• Gênero
Manihot

• Espécie
 Manihot esculenta Crantz
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

• Raiz

• Caule

• Folha

• Flor

• Fruto
 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Raiz

 Fibrosas

 Tuberosa (amido)
 CLASSIFICAÇÃO

• Mandioca-doce (mansa):

< 50 mg/kg de HCN na raiz.

aipim ou macaxeira ou mandioca de mesa

• Mandioca-brava (amarga):

> 50 mg/kg de HCN na raiz.

Mandioca (industrial)
 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Caule
 Arbusto/subarbusto;
 Caule ereto e ramificado, de 1,0 a 3,0 m de altura;
 Gemas axilares nos nós;
 Vasos lactíferos.
 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Folhas
 Simples;
 Apresenta pecíolo longo (10 a 20 cm), de cor verde a
vermelha e suas combinações;
 Lobadas (3 a 9 lóbulos).
 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Flor

 monóica;
 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

Fruto

 cápsula tricoca;
 VANTAGENS

• Produtiva: 30 t de raízes + 20 t de parte aérea/ha

• Versatilidade
• Adaptabilidade
• Tecnologia
• Aceitabilidade
• Rica em:
– Proteína
– Carboidratos
– Vitaminas
– Minerais
PRINCIPAIS VARIEDADES DE MANDIOCA
PARA REGIÃO NORDESTE
CLASSIFICAÇÃO DAS VARIEDADES DE
MANDIOCA - CICLO
PRODUTIVIDADE

GUEDES et al. (2007)

 Princípios tóxicos

O gênero Manihot  glicosídeos cianogênicos

Linamarina e lotaustralina

Linamarase  ácido cianídrico

Dose tóxica: 2 a 4 mg de HCN por kg de PV por hora

 Princípios tóxicos

Dependendo da quantidade ingerida pode ocorrer intoxicação

nos animais, que varia de uma leve intoxicação à morte do animal

Volatiliza-se facilmente
 AMBIENTE

• Altitudes: nível do mar até 2.600 m. 600 a 800 m, mais

favoráveis;

• Faixa de precipitação pluvial: 600 a 1.500 mm (1.000 mm);

• Faixa ideal de temperatura do ar: 25 a 30ºC (média anual)`;

• Período de luz ideal: 12 horas/dia => Planta heliófila.

Dias longos x Dias curtos

maior relação PA/R menor relação PA/R
 AMBIENTE

Solo
Profundos e friáveis;

arenosos ou textura média (fácil crescimento das raízes, boa drenagem e

facilidade de colheita);

pH = 5,5 a 7,0 (ideal = 6,5);

Declividade: até 10%;

Evitar áreas sujeitas ao encharcamento (mal drenadas).

 PRINCIPAIS USOS DA MANDIOCA

• FÉCULA (goma ou polvilho) - Amido natural

(carboidratos). Indústria alimentícia (pão-de-queijo,
biscoito e rosca), farmacêutica, têxtil, madeireira,
papeleira, metalurgia e fundição.
 PRINCIPAIS USOS DA MANDIOCA

• SAGU - Amido parcialmente gelatinizado e

forma esférica. Mingau e sobremesa
(“sagu”).
 PRINCIPAIS USOS DA MANDIOCA

• TAPIOCA
MANDIOCA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL
 PRINCIPAIS FORMAS DE UTILIZAÇÃO

• Folhagem e raiz fresca

• Parte aérea: feno, silagem

• Raspa integral ou farinha

integral

• Farelo de farinha de mesa

• Farinha de varredura
 MANDIOCA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Raízes – Trituradas ou picadas em forma de:

- raspa seca
- farelo
- farinha
- peletes
 MANDIOCA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Líquido da prensagem
da
Mandioca
 COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA

Médias de Matéria seca (MS), Proteína bruta (PB), Fibra digestível neutra
(FDN), Fibra digestível aparente (FDA), Cinzas e matéria orgânica (MO) de
parte aérea da mandioca

GUEDES et al. (2007)

COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA
COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA
MANIÇOBA
(Manihot spp.)
Maniçoba
 Maniçoba-do-ceará (Manihot glaziovii Muell. Arg.)

Maniçoba-do-piauí (M. piauhyensis Ule.)

Maniçoba-da-bahia (M. dichotoma Ule.)

Araújo et al. (2004)

MANIÇOBA

- Nativa da caatinga
- Arbustos e árvores de pequeno porte
- Copa de até 15 m
 Maniçoba

Recurso forrageiro de boa qualidade

Alto grau de aceitabilidade

Razoável teor de proteína: > 20%

Boa digestibilidade: > 60%

Soares e Salviano (2000)

Teores de HCN elevados

- Distribuição: Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
Maniçoba.

- Folhas: Ovais, glabras, palmadas, verde-claras.

- Frutos: Cápsula globosa, com cinco estrias, três sementes

brilhantes, duras, amarelas, pintadas de castanho.

- Propagação: Vegetativo e por sementes.

Maniçoba

PRODUÇÃO 
4 a 5 t MS/ha/ano
(Salviano et al (1986).

UTILIZAÇÃO 
Forragem verde, Silagem e Feno
CORTE DA MANIÇOBA
Composição química e digestibilidade da folha da maniçoba

PB (%) EE (%) FB (%) ENN (%) Cinzas DIVMS

(%) (%)
20,88 8,30 13,96 49,98 6,88 62,29

Soares (1995)
 Composição Química do Feno de Maniçoba
MS MO PB EE FDN FDA EB(M Lig. T MM Autores
(%) (%) (%) (%) (%) (%) ca/k) (%) (%)

95,92 88,40 17,94 6,44 - - - - 2,32 7,52 Lima et al

(1996)

91,00 84,00 11,00 4,00 58,00 - - - - 6,00 Araújo et

al (2000)

92,95 92,10 11,88 5,83 48,05 28,66 - 9,08 - 7,52 Vasconcel

os et al
(2000)
84,80 94,35 15,37 4,64 47,68 35,49 4,54 - 0,90 7,90 Dornelas
et al
(2003)
85,48 93,64 15,34 7,34 41,90 30,15 4,60 9,83 - 6,36 Castro
(2004)
Características de plantas e silagens de maniçoba

Planta
MS (%) 23,5 30
CS (%MS) 14,00 10

Silagem

pH 4,02 4,0
N-NH3 (%N-total) 2,23 <10

Valores observados Valores recomendados

Adaptado de Souza et al. (2006)

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 Composição química de maniçoba
Constituinte Planta Silagem
MS (%) 27,49 25,78
PB (% MS) 16,56 14,58
EE (% MS) 2,84 3,96
FDN (% MS) 47,90 47,15
Poder tampão (eq. Mg/100g MS) 17,50 -
pH - 3,87
Nitrogênio amoniacal (% N-total) - 1,60

Carboidratos solúveis (% MV) 3,23 -

Ácido cianídrico (mg/kg MS) 972,00 162,00

Matos et al. (2005)

 RAÇÕES COM FENO DE MANIÇOBA
NO CONFINAMENTO DE OVINOS STA. INÊS

Rações
Feno de Maniçoba 20,00 40,00 60,00 80,00

Farelo de Milho 57,00 39,00 21,00 4,00

Farelo de Soja 15,00 13,00 11,00 8,00
Melaço 4,00 4,00 4,00 4,00
Óleo de Soja 1,00 1,00 1,00 1,00
Calcário Calcítico 1,00 1,00 1,00 1,00
Núcleo Mineral 2,00 2,00 2,00 2,00
Desempenho Animal
Consumo MS (kg) 1,16 1,28 1,22 1,19
Peso Final (kg) 30,67 32,11 30,18 28,02
Ganho de Peso (g/dia)
290,84 293,62 253,35 208,48
Tabela. Pesos e rendimentos de carcaça de caprinos Moxotó
alimentados com feno de Tifton 85 ou feno de Maniçoba
Pornunça
Pornunça - (Híbrido natural entre a maniçoba e mandioca)
– Pornuncia, Mandioca de Sete Anos entre outros.

Pornunça
Maniçoba x Pornunça
Folha de Pornunça Folha de Maniçoba
 Gênero Cnidoscolus

Persistência à seca,
Valor nutricional – 25% PB

Favela ou faveleira Feno de faveleira

(Cnidoscolus phyllacanthus )
• Outras famílias
• Feijão Bravo (Cynophalla flexuosa)
(Capparis flexuosa)
• Família Capparaceae
- Árvore de pequeno porte
- Verde o ano todo
- Propagação
- Valor nutritivo (PB de 20% e DIVMS de 60%)
- Produção (638 a 1.490 kg de MSF/ha)
 Umbuzeiro
(Spondias tuberosa)

Família: Anacardiaceae
Juazeiro
(Zizyphus joazeiro)

Família: Rhammaceae
Macambira
(Bromelia laciniosa)

Família: Bromeliaceae
ERVA-SAL (Atriplex nummularia)

- Família Chenopodiaceae

- Porte arbustivo
- Produz grande quantidade de fitomassa
- PB de 7 a 24,7%
- Fácil propagação (estaquia)
- Uso na recuperação de solos salinos
 Moringa
(Moringa oleifera)

Família: Moringaceae

- PB de 30,0%