Grow Power E-Book
Grow Power E-Book
Apresentação
SUMÁRIO
MÓDULO 01
Descobrindo o Cultivo Indoor
Escolhendo a estufa ideal
Itens que irão compor a sua estufa
Tipos de vasos
Iluminação no ambiente de cultivo
Exaustão no ambiente de cultivo
Meios de cultivo: solo e hidropônico
Tipos de solo
Nutrição das plantas
Tipos de fertilizantes e suas características
Desvendando os mistérios do pH e do E.C/PPM no cultivo indoor
Como utilizar medidores de pH e E.C.
MÓDULO 02
Como preparar o seu solo
Germinação
Preparando o vaso
Iniciando o cultivo
Cuidado nos primeiros 7 dias
Enraizamento
Frequência de regas nos primeiros dias
Segurança no cultivo
Mudanças climáticas no cultivo indoor
MÓDULO 03
Característica da fase vegetativa
Frequência de rega
Quando aplicar a primeira rega com fertilizante
Por quanto tempo se deve vegetar uma planta
Prevenção e combate de pragas
Tipo de podas e qual sua finalidade no cultivo
Tipos de Amarras
Transplante de vaso
Remoção das folhas na fase vegetativa
Como identificar o sexo da planta
Como retirar estacas para fazer clones e enraizá-los
Retirada das folhas para a transição da fase vegetativa para a fase de floração
MÓDULO 04
Fase de pré-flora
Quais fertilizantes usar na fase de floração
Início da fase de floração
Frequência de regas na fase de floração
Cuidados com os botões(flores, frutos) em formação
Fazendo suas flores crescerem e ganharem peso
MÓDULO 05
O que é flush, para que serve e porque deve ser feito
Como identificar o momento certo para colheita através de lupa
Saiba como interpretar a descrição do banco de semente podendo assim ter uma estimativa de
tempo para colheita
Como fazer a manicure das flores colhidas antes de proceder com a secagem
Como ter uma boa secagem
Como curar as flores da maneira correta
CONHECENDO O CULTIVO INDOOR
MÓDULO 01
Descobrindo o Cultivo Indoor
Mas o que é um Cultivo Indoor?
O cultivo indoor nada mais é que uma maneira de você cultivar suas plantas dentro do conforto e segurança da sua
própria casa utilizando uma estufa (grow), com iluminação e exaustão artificial, circulação de ar promovida com o
uso de exaustores para a entrada e saída de ar, uso de filtros de carvão ativado unido a um exaustor para evitar a
propagação do odor, para que dessa forma nenhum vizinho ou pessoa estranha possa sentir o cheiro de suas
plantas, diminuindo o risco de algum problema posterior, também é necessário movimentar o ar na parte interna
da estufa, isto é feito por mini ventiladores próprios para cultivo, que além de fazer a movimentação do ar também
irão contribuir para o fortalecimento estrutural do caule e ramos de suas plantas.
No cultivo indoor também é muito importante ter uma grande atenção com a umidade e temperatura da sua estufa
(grow), este monitoramento é feito através de um aparelho chamado Termohigrômetro que mede em tempo real a
temperatura e humidade do ambiente.
ESTUFA
ILUMINAÇÃO
lâmpadas de alta pressão lâmpada fria painél led fullspectrum painél led quantum board
EXAUSTÃO
VASOS
MEDIDORES
SUBSTRATOS
O primeiro deles é o espaço que você tem disponível em sua casa, sendo que uma vez montada não é
aconselhável estar movendo a estufa de lugar para não correr o risco de danificar a estrutura metálica pela a qual
ela é sustentada. Você também precisa escolher um local seco e bem arejado para que assim você não tenha
problema com a renovação de ar de sua estufa.
A escolha do tamanho da estufa é uma das maiores dúvidas de quem está começando no cultivo indoor. Existem
alguns pontos a serem analisados antes que você faça a escolha do tamanho e um ponto muito importante que
você deve levar em consideração na escolha da estufa é que quanto maior for a estufa que você escolher mais
potente terá que ser o seu sistema de iluminação para que você consiga ter resultados satisfatórios. Outro fator
crucial é a exaustão da estufa, que dependendo do tamanho os exaustores respectivamente terão de ser mais
fortes, seja para entrada ou saída de ar.
O número de plantas por espaço será definido pelo o cultivador levando em conta o tamanho do vaso e
treinamentos de podas e amarras aplicados nas plantas.
Tipos de vasos
A escolha do vasos para o seu cultivo indoor é um ponto muito importante pois nele você irá acomodar o solo no
qual você fará o plantio da sua semente. Lembrando sempre que plantas automáticas sem dependência de
fotoperíodo devem ser plantadas em seus vasos definitivos para evitar o stress do transplante que poderá levar ao
atrofiamento no crescimento da planta. Plantas de fotoperíodo devem começar sua vida em vasos pequenos de
no mínimo 1 litro para mais tarde serem transplantadas para um vaso maior. Sempre colocando apenas uma (1)
planta por vaso. Abaixo listaremos os principais vasos disponíveis no mercado:
Vaso de feltro - Esse modelo de vaso proporciona um fluxo maior de oxigenação das raízes, facilitando a
proliferação e melhorando a absorção dos nutrientes. Outro diferencial do vaso de feltro é o poder de drenagem
que facilita a passagem da água pelo feltro.
Vaso de alta performance - São vasos redondos desmontáveis e com vazamentos em toda a sua circunferência
para melhorar a circulação de ar pelo o substrato proporcionando um melhor enraizamento e criando uma massa
de raízes fribosas.
Vaso de plástico - É o modelo mais comum utilizado no cultivo. Pode ser redondo ou quadrado.
Iluminação no ambiente de cultivo
Quando pensamos em cultivo indoor, logo imaginamos como uma planta irá crescer dentro de casa em uma
estufa sem a luminância do sol. Não existe um bom cultivo indoor sem um bom sistema de iluminação, porque
esse sistema de iluminação será responsável diretamente por incentivar a fotossíntese da planta, que nada mais é
que a sua função vital de vida.
No cultivo indoor quanto mais incentivo a fotossíntese a planta receber, melhor será seu desenvolvimento, mais
forte e estruturada ela se tornará e consequentemente muito mais produtiva com frutos densos e saborosos.
No cultivo indoor, diferente do cultivo outdoor que é totalmente dependente da luminância do sol, utilizamos luzes
que recriam um espectro semelhante ao do sol, como por exemplo:
1. As lâmpadas de alta pressão que associadas ao uso de um reator seja ele magnético ou eletrônico são usadas
em diferentes fases da planta. A lâmpada HQI (Vapor Metálico) que emite um tom de luz mais claro um pouco
azulado, imitando o sol de verão, e é usada para a fase de crescimento das plantas e as lâmpadas de alta pressão
chamadas de HPS (Vapor de Sódio) que emitem um tom de cor mais amarelado, semelhante a cor do sol no
inverno. Esse tipo de lâmpada é usada para a fase de floração da planta.
Lâmpadas de alta pressão geralmente são encontradas nas potências de 250w, 400w, 600w e 1000w
respectivamente. A escolha da potência da lâmpada a ser usada varia de acordo com o tamanho do espaço de
cultivo que cada cultivador deseja utilizar. Lembrando também que você deverá adquirir um reator, seja ele
magnético ou eletrônico da mesma potência da lâmpada. O reator tem a função de enviar energia para a lâmpada.
Se tem como base de cálculo: duas lâmpadas de 600w ou uma lâmpada de 1000w tem potência suficiente para
cobrir uma área de 1m² de cultivo com as lâmpadas a uma distância de 50cm das plantas no mínimo, sendo a
distância do topo das plantas de no máximo 50cm, ou você pode usar as costas da sua mão, mantendo ela entre o
topo da planta e a lâmpada, sentindo assim aonde sua mão começar a esquentar e lhe causar algum desconforto
é o limite que você poderá aproximar sua lâmpada da planta sem correr o risco de queimar seus topos. Mas muita
atenção com o uso desse tipo de lâmpada, elas têm a tendência de elevar bastante a temperatura do ambiente,
necessitando assim de um ótimo sistema de exaustão formado por refletores fechados/dutados e também de
exaustores com maior potência.
3. Lâmpadas fluorescentes também são usadas em cultivo seja como reforço, ou na fase de crescimento da planta
em função do seu espectro de luz claro (branco frio), ou para a iluminação de estufas de propagação para clones
que necessitam de luz clara, mas não tão intensa para um bom enraizamento.
lâmpada fria
filtro de ar
Exemplo: Exaustão Profissional silenciador
tubulação
ar condicionado
iluminação iluminação
Meios de cultivo: solo e hidropônico
No cultivo Indoor temos a opção de cultivar de duas maneiras básicas. A primeira e mais tradcional é o plantio no
solo composto por substratos adequados.
A segunda maneira trata-se de cultivo por meio de hidroponia, que nada mais é que o cultivo direto em água com a
nutrição fornecida através de fertilizantes minerais, com controle diário do pH e do E.C./PPM da solução fornecida
as plantas, tornando-o assim um cultivo mais delicado e indicado a cultivadores com mais experiência, podendo
cultivar também apenas em lã de rocha ou em lã de rocha e perlita, todas utilizando sistemas de regas
automáticas, sistemas DWC entre outros.
Neste E-book direcionaremos nosso ensino para o plantio em solo, que é o mais recomendado a quem está
iniciando seu cultivo Indoor.
Tipo de solo
No cultivo indoor a escolha do solo é um ponto muito importante, pois será nesse solo que você irá semear a sua
sementinha e cultivar a sua planta do início ao fim, desde a germinação até a colheita. Para o cultivo indoor temos
basicamente 3 composições de solo, que são elas:
- Inerte - Leve e sem nutrientes com baixa retenção de água.
- Semi Inerte - Leve com uma pequena adição de matéria orgânica, com média retenção de água.
- Orgânico - Pesado, com grande concentração de matéria orgânica e com alta retenção de água.
Agora que você já conhece as opções de meios de cultivo vamos conhecer as característica de cada um deles.
7 15 19
N P K
nitrogênio fósforo potássio
12 16 20
Mg S Ca seringa comum
magnésio enxofre cálcio
5 17 25 27
B Cl Mn Fe pipeta de medição
boro cloro manganês ferro
H C O
hidrogênio carbono oxigênio
Tipos de fertilizantes e suas características
No cultivo indoor podemos usar dois tipos de fertilização: orgânica e mineral.
Vários materiais orgânicos podem ser utilizados como fertilizantes. Os fertilizantes orgânicos aplicados no solo
precisam ser mineralizados pois as plantas não absorvem compostos na forma orgânica. Os principais
fertilizantes orgânicos são o esterco de galinha, esterco de curral, torta de mamona, torta de algodão, húmus de
minhoca, resíduos industrializados e vermicompostos.
Além de contribuir com a melhoria da fertilidade do solo, os resíduos orgânicos contribuem com a melhora na
agregação do solo, de sua estrutura e aeração, da drenagem e da capacidade de armazenagem do solo. Os
fertilizantes orgânicos tem como base matéria vegetal, como por exemplo o bokashi líquido ou sólido que
fornecem todos os macro e micronutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas adicionando
também ao solo microrganismos benéficos como fungos e bactérias, actomicetos, micorrizas e fixadores de
nutrientes, fatores ativos do processo de nutrição vegetal equilibrada e da construção da sanidade vegetal.
Já os fertilizantes minerais em geral são sais inorgânicos de diferentes solubilidades. A eficiência agronômica
depende da sua solubilidade e das reações químicas com os solos.
Os fertilizantes minerais se subdividem em três classes segundo sua composição. São eles: fertilizante simples
formado por um composto químico, sem ser misturado com outro material fertilizante e fertilizantes contendo um
ou mais nutrientes.
O fertilizante misto é a mistura de dois ou mais elementos simples, contendo pelo menos dois dos três nutrientes
primários (N, P e K). Fertilizante complexo é formado a partir de fertilizantes resultantes de processo tecnológico
em que se misturam dois ou mais compostos químicos. São misturas produzidas a partir de matérias primas
dando origem a compostos químicos.
O que é PPM/E.C.?
PPM = partes por milhão e E.C = Eletrocondutividade são duas medidas distintas mas que nos dão a precisão de
quanto fertilizante estamos adicionando a água que será usada para regar as plantas. A escala de conversão é
bem simples: cada 500 PPM é o equivalente a 1.0 E.C.
Podemos explicar de forma prática a relação entre um pH bem ajustado e o E.C./PPM nas quantidades certas
usando nossa própria alimentação diária.
Imagine você um prato com comida. O seu almoço por exemplo, a quantidade de comida ali colocada representa o
E.C./PPM, e a temperatura que está a comida representa o pH da sua solução de nutrientes para rega. Se a
comida do prato estiver muito quente, ou seja, no caso da rega para planta muito ácida com um pH baixo, ao
colocar na boca você não irá conseguir fazer uma boa mastigação e consequentemente não aproveitara boa parte
dos nutrientes contidos em sua alimentação. Da mesma forma que se a comida do prato estiver muito fria, no caso
da rega muito alcalina, você comera pouco e não irá absorver nutrientes fundamentais para o seu viver com
saúde, causando deficiências nutricionais, o mesmo ocorre com as plantas.
Por isso que muitos iniciantes no cultivo, quando detectam pontas de folhas e folhas queimando, logo pensam em
overfert, que é o excesso de nutrientes, ou também imaginam que seja uma deficiência deles. Então em caso de
folhas manchadas ou queimadas, primeiro deve-se conferir e confirmar que o pH de sua rega e de seu solo estão
dentro da escala para uma absorção de nutrientes, essa escala varia entre o pH 5.8 e 6.8.
Sendo o 5.8 a 6.2 o mais indicado para solos inertes, e semi- inertes e também para hidroponia. Regas com
fertilizantes orgânicos que necessitam aferir o pH devem ficar em torno do pH 6.3 a 6.8.
O jardineiro deve escolher um ponto de pH desde do início do seu cultivo e trabalhar com ele até o fim do ciclo,
fazendo o mínimo de variações possíveis para evitar um possível stress e travamento das plantas, principalmente
em cultivos por meios hidropônicos.
MÓDULO 02
Germinação
Para germinar sua semente é simples. Você irá precisar de apenas alguns materiais que são:
1 copo com 100ml de água
10ml de água oxigenada 10 volumes
2 folhas de papel toalha
1 pote tipo “tupperware” ou 2 pratos
1 borrifador (caso não tenha, não há problema)
Você também pode optar em deixar a sua sementinha germinando direto no copo com água e água oxigenada até
que ela tenha uma radícula de pelo menos 1,5cm para poder passar para a terra, sem a necessidade de passar
para o papel toalha.
Alguns cultivadores preferem fazer a germinação direto no solo enterrando a semente em torno de 1cm abaixo da
superfície mantendo sempre úmido no local aonde a semente está depositada.
Você também pode fazer a germinação com o auxílio de células de germinação (jiffys), que quando hidratadas em
água se expandem tornando-se um bloco de substrato úmido próprio para facilitar a germinação e enraizamento.
Para germinar no jiffy você faz o mesmo processo de hidratação da semente em um copo com água e mais a água
oxigenada 10 volumes. Após as 24 horas de hidratação passe a semente para o jiffy já hidratado em água, fazendo
um pequeno buraquinho no centro do jiffy de no mínimo 1cm de profundidade, coloque a semente e cubra, pode
colocar em algum lugar que pegue pouca incidência de luz mantendo o jiffy sempre úmido.
Como preparar o seu solo
Podemos dizer que a preparação do solo é a única parte do cultivo que temos um tipo de “receita de bolo” para o
seu preparo, como por exemplo o solo inerte composto unicamente por 50% de turfa e 50% de perlita.
Já no solo semi-inerte você pode utilizar como composição 70% a 80% da mistura de turfa com perlita
acrescentando 20% a 30% de húmus de minhoca e torta de mamona seguindo a indicação do fabricante por
proporções e quantidade de solo preparado.
O solo orgânico mesmo parecendo de fácil preparo tem alguns pontos que devem ter uma atenção redobrada,
principalmente que em sua composição que deverá conter todos os nutrientes para o desenvolvimento da planta
em todas as suas fases de vida.
Enraizamento
Assim como todos os seres vivos, as plantas tem a sua forma de se alimentar, elas fazem isso através de seu
sistema radicular. A raiz é o órgão da planta que tem duas funções principais: servir como meio de fixação ao solo e
como órgão absorvente de água, compostos nitrogenados e outras substâncias minerais como potássio e fósforo.
No caso das plantas, um dos principais elementos que afeta a capacidade produtiva está associado ao seu
sistema radicular. A maior eficiência na absorção de água e nutrientes pelas plantas depende do adequado
desenvolvimento do sistema radicular.
A raiz da planta quanto mais desenvolvida e forte, mais nutrientes a planta vai conseguir absorver, se tornando
muito mais estruturada e ramificada e consequentemente mais produtiva.
O desenvolvimento das raízes de sua planta deve ser incentivado desde o início do ciclo, começando por um solo
bem areado, usando no mínimo 40% de perlita na sua composição, facilitando assim a propagação das raízes. A
escolha de um vaso adequado também fará uma grande diferença no enraizamento de sua planta, como por
exemplo os vasos de alta performance ou os vasos de feltro.
Se você achar legal também pode adicionar um fertilizante específico para as raízes.
Frequência de rega nos primeiros dias
Os primeiros dias de vida de sua plantinha, são os mais delicados. Sua sementinha agora se tornou uma plantinha
e quer crescer, porém é nesse momento que muitos cultivadores principiantes cometem erros como por exemplo
o exagero de água ou de fertilizantes. Mesmo no início de vida da sua planta você não deve cometer exageros pois
poderá travar o crescimento da mesma.
A frequência das regas pode variar dependendo do vaso que você está usando. Por exemplo os vasos de plástico
que tem pouca circulação de ar e terá um espaçamento entre regas bem maior com uma quantidade de água
menor principalmente utilizando o solo orgânico. Vasos de feltro e vasos de alta performance por terem maior
circulação de ar secarão mais rápido necessitando de uma frequência de rega menos espaçada com uma
quantidade de água maior. Mantenha o solo sempre úmido mas não encharcado porque a planta ainda não tem
um sistema radicular muito desenvolvido.
Para saber a quantidade de água a ser usada por rega você deve saber primeiro a litragem do vaso pois a
quantidade de água será exatamente 10% do volume do vaso. Por exemplo, se o vaso é de 7 litros, a rega
completa será de no mínimo 700ml de água.
Após a semente plantada e o vaso ter secado 50% da quantidade da rega feita antes do plantio você deve
começar com a rotina de regas utilizando a metade da dose completa equivalente ao vaso. Quando você for regar
a sua planta espalhe a água bem devagar por toda a superfície do solo.
Outro ponto muito importante no seu cultivo indoor para ser analisado é a sua vizinhança. Leve sempre em
consideração que suas plantas irão produzir um odor bem particular e perceptivo a metros de distância de onde
está a sua estufa. Caso você more em apartamento ou em vizinhança com outras residências próximas é
aconselhável que você instale um filtro de carvão ativado ligado ao exaustor de saída de ar do seu grow.
O filtro de carvão ativado serve para filtrar odores jogando ar sem nenhum odor para fora da estufa.
Como linda com mudanças climáticas no cultivo indoor
Mesmo no cultivo indoor você poderá sofrer com mudanças climáticas severas dependo da região que você se
encontra. O frio abaixo de 18º pode ser bastante prejudicial para a suas plantas podendo até travar o seu
desenvolvimento. Principalmente na parte sul do país onde as temperaturas podem chegar a menos de 0° no
inverno tornando o cultivo muito complicado sem o auxílio de aquecedores ou ar condicionados. Bem diferente do
clima que vemos em quase todo o restante do território nacional, que é um clima seco e quente exigindo do
jardineiro muita atenção para que a temperatura dentro do grow não exceda 33º e que a umidade não seja menor
que 60%.
Para controlar a umidade dentro do grow você pode colocar um aparelho umidificador de ambientes. O controle de
temperatura é um pouco mais difícil porque necessário a instalação de um ar condicionado para manter a
temperatura estável até 27°.
PERÍODO VEGETATIVO
MÓDULO 03
Características da fase vegetativa
A fase vegetativa da planta se caracteriza como a fase de crescimento, desenvolvimento de ramos e raízes. Tem
seu início no momento em que a planta abre as suas duas primeiras folhas, saindo da fase de germinação
passando para fase vegetativa.
Durante a fase vegetativa da planta ela deve receber no mínimo 18 horas de luz constante e 6 horas de escuridão
total para um bom desenvolvimento, plantas automáticas podem ganhar 20 horas de luz e 4 de escuro e até 24
horas de luz do início ao fim da vida sem alteração do fotoperíodo para forçar a floração.
Frequência de regas
Na fase vegetativa a frequência de rega será um pouco menos espaçada não deixando que o solo seque mais de
50% de sua capacidade total e mantendo o substrato sempre umedecido entre uma rega e outra. Normalmente
plantas nessa fase levam em torno de 2 a 3 dias para consumir a rega anterior, dependendo do tipo de vaso e do
seu tamanho.
Embora muitos afirmem que na fase vegetativa você deve deixar o solo secar por completo antes da próxima rega,
é aconselhável que não se faça isso em seu cultivo porque no caso de um solo inerte secar demais isso
ocasionará a queima do sistema radicular de sua planta dificultando assim a absorção nutrientes.
No caso do uso de um solo orgânico sua rega será ainda um pouco mais espaçada pois os elementos orgânicos
que compõem o solo retém mais água que outros solos mais leves, por isso sempre esteja atento o peso do vaso
antes da rega, quando você sentir ele leve torne a regar ele novamente.
Chegamos no ponto aonde grande parte dos cultivadores sem experiência cometem o seu primeiro erro no
cultivo. Muitos pensam que quanto mais fertilizante misturado a água você colocar na sua planta mais rápido ela
se desenvolverá, porém isso não funciona assim pois cada tipo de solo tem seu momento certo para a primeira
fertilização.
Já nos solo semi-inerte a fertilização poderá começar próximo ao 15° dia de vida da planta sempre com uma baixa
dosagem, em torno de 250 a 300 ppm subindo aos poucos a cada rega, até atingir em torno de 600 a 800 ppm por
rega na fase vegetativa, dependo da quantidade de matéria orgânica misturada ao solo.
No caso do solo orgânico a intenção seria não fertilizar a planta em nenhuma fase de sua vida, pois teoricamente
todos os nutrientes já devem estar presentes na composição do solo e disponíveis para a planta se alimentar.
Caso seja necessário complementar com fertilizantes, opte pelas linhas de produtos orgânicos e só comece a
fertilizar após o 20° dia de vida da planta com um ppm bem baixo e vá aumentando gradativamente.
Nesta fase de vida da planta você irá utilizar fertilizantes próprios para o crescimento e desenvolvimento da planta
ricos principalmente em nitrogênio (N), mas lembre-se que uma nutrição completa faz toda a diferença, então opte
por fertilizantes que oferecem produtos para todas as fases da planta.
Na fase vegetativa você irá utilizar o fertilizante denominado grow e o denominado micro (se houver). A parte
chamada grow é a que possuí todos os nutrientes básicos para sua planta durante o período vegetativo. Já a parte
micro tem em sua composição todos os nutrientes denominados como micronutrientes e macronutrientes, que
são essenciais para o bom desenvolvimento da planta.
Qual o período mínimo para vegetar uma planta?
O estágio de crescimento da planta chamado de período vegetativo é o estágio aonde ela formará seu sistema
radicular e suas ramificações que posteriormente se encherão de flores e frutos na fase de floração.
Uma das vantagens do cultivo indoor é você ter o total controle do tempo que você irá deixar sua planta vegetando
tendo como tempo mínimo 45 dias para plantas nascidas de sementes e 25 dias para clones já enraizados antes
das plantas serem passadas para a fase de floração.
Mosca Branca: Esse é o nome que se dá ao conjunto de insetos Homópteros, que pertence à família dos
Aleyrodidae. Já se tem conhecimento de mais de 1500 espécies de moscas brancas catalogadas por cientistas.
Mas no cultivo indoor a espécie que se encontra mais é a Trialeuroides Vaporarium. Esse tipo de inseto tem como
preferência habitar-se em locais de clima quente se proliferando rapidamente em estufas de cultivo indoor porque
a temperatura e umidade são perfeitas e ali também conseguem proteção contra os seus predadores.
A mosca branca é muito nociva contra a planta pois ela ataca de três formas diferentes. Primeiro ela crava seu
estilete bucal nas folhas para sugar e seiva causando danos diretos a planta e ao mesmo tempo que ela se
alimenta ela libera secreções de aspecto bem escuros e em formas de pontos sobre a folha que a impedem de
realizar a fotossíntese. E o terceiro problema que a mosca branca pode trazer para a sua planta é a transmissão de
vírus que podem atrofiar o crescimento e até matar a sua planta. A prevenção contra essa praga pode ser feita de
maneira simples vedando bem seu ambiente de cultivo. Também se aconselha a utilização do repelente Azamax
como forma de prevenção e também para o combate desse tipo de inseto.
Pragas Tripes: Os tripes são uma praga pertencente a classe de insetos chamada Franklinniela Occidentalis que
pode transmitir doenças graves para a sua planta. O tripe é um inseto bem pequeno que vive nos meios das folhas
e flores da planta. Uma temperatura mais elevada principalmente na fase de floração favorece muito o
aparecimento dessa praga em seu cultivo. Esse tipo de ácaro causa danos severos a suas plantas pois ele suga a
seiva da planta deixando sinais de manchas brancas e prateadas que podem deformar por completo a folha. Os
tripes podem ser prevenidos de forma natural usando armadilhas adesivas azuis. Isso ajudará você a identificar
de forma mais rápida algum começo de infestação, conseguindo assim combatê-la de forma mais eficaz.
Muitos cultivadores costumam usar insetos como a Joaninha para o combate desse tipo de praga, sendo também
muito eficaz o repelente Azamax.
Técnica de desfoliação
antes depois
Durante a fase de vegetação da planta, a partir do momento que ela atingir o terceiro nó de ramos você já pode
começar a pensar em aplicar alguma técnica de poda. Basicamente existe dois tipos de podas com o objetivo de
aumentar a produção final de sua planta. São elas: Poda Top/Apical ou Poda FIM (Fuck I missed!).
Ambas tem o mesmo objetivo que é de conter o crescimento da planta de forma vertical direcionando o seu
crescimento para uma forma mais horizontal, fazendo assim com que os ramos de baixo cresçam de forma igual
se igualando aos superiores na grande maioria das vezes.
A Poda Apical/Top consiste em você a partir do terceiro nó de folhas da planta e literalmente cortar o topo do caule
principal no espaçamento do entre nó fazendo com que a sua planta perca a comunicação com esse topo
principal, mudando imediatamente a destinação de energia para os dois primeiros ramos que estiverem
crescendo abaixo do ponto do corte fazendo com que os mesmos nasçam ali e se tornem os ramos principais da
sua planta, dessa forma ela não crescerá em formato igual ao de um pinheiro de natal, então ao invés de você ter
um topbud aplicando essa técnica você terá dois tops principais na sua planta, o que lhe trará maiores ganhos lá
na frente.
A Poda FIM já é uma técnica mais avançada e com um grau maior de complexidade, pois ela exige que o jardineiro
saiba exatamente em qual momento e ponto certo o corte deve ser executado. Basicamente a Poda FIM é uma
Poda Apical/Top que deu errado, foi assim que se descobriu essa técnica, e com o passar do tempo e a difusão
dessa técnica pelo o mundo dos growers ela vem mostrando ótimos resultados quando executada da maneira
correta.
A Poda de Limpeza é feita para a remoção de folhas mais velhas e que estão apenas roubando energia da planta
impedindo a penetração de luz. Essa limpeza pode ser feita em qualquer fase de vida da planta, sempre
respeitando um espaço de tempo entre uma e outra desfoliação de no mínimo três semanas.
Treinamento LST (LOW STRESS TRAINING) Treinamento de Baixo Stress: Este treinamento consiste em você
simplesmente amarrar o caule da planta para um lado, ou após ter feito a poda top em sua planta aguardar o
desenvolvimento dos ramos e amarra-los em direções diferentes.
Com a ajuda de um barbante de algodão (de preferência), você irá dobrar e amarrar os ramos direcionando todos
de uma forma em que eles fiquem em um ângulo de 45º na mesma altura e que nenhum fique por cima do outro
impedindo a passagem da luz. Mas tome muito cuidado ao puxar os ramos para não causar nenhum acidente
como a quebra do caule ou do próprio ramo que será amarrado, sempre puxe bem devagar e sem pressa, fazendo
movimentos para cima e para baixo até que a fibra da planta se espiche e não se rompa no momento de amarrar.
Treinamento com SCROG: Provavelmente você já deve ter visto em alguma foto ou cultivo com uma rede
colocada sobre as plantas e com o crescimento da planta essa rede é transpassada pelos ramos. Essa técnica de
colocação de uma rede sobre as plantas no cultivo se chama scrog e serve para delimitar o crescimento da planta
sem que seja necessário que se faça algum tipo de poda ou amarra.
Após a rede estar posicionada, com o desenvolver das plantas você irá literalmente trançar na rede o caule e os
ramos da planta fazendo com que todos fiquem na mesma altura, possibilitando que a luz seja espalhada
uniformemente pela a superfície criada com o auxílio da rede.
O único ponto negativo na aplicação dessa técnica é a dificuldade em manejar suas plantas, fazer regas e manter
a limpeza no grow porque depois de colocada e a planta trançada nela você só conseguirá remover a rede quando
for colher as plantas.
Quando você adquirir plantas já com cruzas ou genéticas estabilizadas você não terá essa preocupação, mas se
esse não for o caso fique muito atento porque uma ou mais plantas fêmeas polinizadas por plantas macho
colocará toda a sua colheita a perder.
Você também poderá deparar-se com uma planta Hermafrodita, ou seja, uma planta que carrega ambos os sexos.
Como retirar estacas e mudas para fazer clones
Uma forma de você perpetuar uma espécie de planta sem a necessidade de produzir sementes para poder plantar
novamente são a retirada de estacas/mudas para serem enraizadas se tornando assim um clone da planta em
que foi retirada. Uma estaca retirada de uma planta sempre terá a mesma idade dessa planta chamada de mãe. O
processo de clonagem também funciona como uma forma de acelerar a sua produção porque após o
enraizamento já com a estaca plantado no solo o tempo de vegetação será bem menor, em torno de três a quatro
semanas apenas sendo que uma planta nascida de semente necessita no mínimo seis semanas para adiante ser
forçada a entrar em processo de floração.
A escolha da estaca ideal para se enraizar e fazer um clone da planta mãe é muito importante. Temos que ter
atenção em alguns pontos simples e básicos para ser ter sucesso na clonagem. São eles:
A retirada de uma estaca/muda para o processo de clonagem é bem simples. Com o auxílio de uma tesoura corte o
ramo bem na base do caule em seguida remova o primeiro par de folhas a partir do ponto aonde você cortou na
base do caule, não remova as folhas superiores e nem cortes suas plantas porque a própria umidade produzida
pelas folhas ajudará a manter o ambiente na umidade correta e também as plantas terão mais nutrientes
disponíveis através das folhas que estão no topo.
Após a remoção destas folhas no mesmo ponto onde elas estavam se forma uma espécie de nó e é exatamente
nesse nózinho que as folhas estavam presas que você fará um corte no sentido de cima para baixo, em um ângulo
de 45º com o auxílio de uma navalha ou o fio da tesoura você também fará uma pequena raspagem suave no caule
próximo ao corte sem machucar, apenas removendo a primeira camada de ”pele” que o caule possuí.
Após o corte e a raspagem imediatamente mergulhe a ponta cortada da estaca no gel com hormônio enraizador.
Em seguida com o auxílio de um palito fino faça um buraquinho bem no centro do cubo de lã de rocha ou jiffy já
hidratado com antecedência, e crave à estaca dentro.
Agora com as estacas já cravadas nos cubos de lã de rocha ou jiffy você já pode colocá-las dentro do domo de
clonagem. Umedeça o domo por dentro e as folhas das estacas mantendo a umidade sempre em 100%, coloque
dentro da estufa de propagação (ou local improvisado) uma luz clara, dessas convencionais com pelo menos 35w
e mantenha a luz acessa durante 24 horas até que os clones enraizem. Quando as raízes estiverem saindo para
fora do cubo de lã de rocha é o momento de transplantar para o vaso com substrato colocando-o no grow de vega e
ajustando o fotoperíodo para 18 horas de luz e 6 de escuridão total até fase de floração.
PERÍODO DE FLORAÇÃO
MÓDULO 04
Fase de pré- oração
Quando você faz a troca do tempo de luz (fotoperíodo) para indicar as plantas que elas devem começar a produzir
flores, assim ‘enganando’ elas e fazendo com que elas entendam que o inverno chegou e é o momento de
começar a florescer, a planta passa por uma fase chamada de pré-flora que normalmente dura em torno de 15 a
21 dias após a troca do fotoperíodo. Durante essa fase a sua planta ainda irá continuar crescendo podendo até
triplicar de tamanho, por isso a importância do controle de altura das plantas na fase de vegetação.
É nessa fase de pré-floração que as plantas regulares mostrarão o seu sexo. Tenha muita atenção jardineiro! Para
que você não esteja cultivando alguma planta macho em seu cultivo.
Nesse estágio que é curto na vida da planta ela começa a formar suas gemas apicais parando com a formação de
novas folhas e apresentando o crescimento dos pistilos que será aonde as flores se formarão na fase de floração.
Este também é o momento do cultivo em que o jardineiro fará a troca da nutrição da planta, substituindo os
fertilizantes da fase de crescimentos pelos da fase de floração.
MÓDULO 05
Fase nal e colheita
As últimas semanas do cultivo são as de maior ansiedade para o cultivador, principalmente para aqueles
marinheiros de primeira viagem que não sabem ao certo por falta de prática qual o momento exato para fazer a tão
esperada colheita. Porém, tenha muita calma nesse momento e certifique-se de que realmente está chegando a
hora da colheita.
Uso da lupa ou microscópio de bolso para identi car a hora certa de colher
A dúvida sobre o momento certo da colheita pode ser facilmente tirada através do uso de uma lupa/microscópio de
bolso que amplie a visão em no mínimo 60x. Hoje em dia já existem aparelhos de celular que tem na função zoom
praticamente a mesma resolução. Com essa ferramenta em mãos você observará o amadurecimento dos
tricomas que são uma espécie de mini cabelinhos que envolvem as flores e as folhas próximas a elas que passam
por três fazes diferente: a fase leitosa, a fase de transparência e a fase de amadurecimento chamada de âmbar.
Observando com a lupa você terá a nitidez e precisão necessária para diferenciar muito bem todas as fases do
tricoma, sendo que o ponto ideal para a colheita é o quando mais de 60% dos tricomas estão passando da fase de
transparência para a fase âmbar.
Outra forma para identificar o momento certo da colheita é se informando através do produtor das sementes (caso
tenha acesso), que muitas vezes colocam as especificações na embalagem do produto. Desta forma você terá
uma noção de quando chegará a hora da colheita. Munido dessa informação você irá reparar em outras
características que a planta demonstra no final da vida, como por exemplo, o amarelamento das folhas e o tom
mais escuro das flores que são características de amadurecimento.
No caso de plantas que não dependem da alteração de fotoperíodo para florescer, o produtor das sementes
informa na embalagem o tempo estimado de vida completo da planta, desde a germinação até a colheita, que
normalmente é de 10 a no máximo 12 semanas.