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03.01.material de Divulgação - TIJOLEGO - Texto

Tijololego

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1. A EMPRESA TIJOLEGO

Em 2004 a empresa TIJOLEGO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. foi


constituída e instalada no município fluminense de São Pedro da Aldeia, distante
155 Km da cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo único de produzir e
comercializar tijolos de solo-cimento. Contando com o apoio do laboratório de
solos da UFRJ, sempre balizou sua produção no rígido cumprimento das normas
técnicas da ABNT. Em seu breve período de atividade chegou a produzir próximo
de meio milhão de tijolos, sendo sua venda mais importante para o Exército,
através de licitação pública. Foram 110 mil tijolos para a construção de residências
para Sargentos na cidade do Rio de Janeiro. Dezenas de obras particulares foram
construídas com seus tijolos nas cidades fluminenses de Rio das Ostras, Búzios,
Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Maricá, São Pedro da Serra, Paty do Alferes,
Paraíba do Sul, Manilha e Rio de Janeiro.

Em março de 2008, após minucioso estudo do mercado da construção


civil de Natal, foi decidida a transferência da fábrica para os arredores da capital
potiguar. Assim, em janeiro de 2009 foi iniciada a produção em sua fábrica
instalada no bairro de Guajirú, município de São Gonçalo do Amarante, às
margens da BR 406-Natal/Ceará Mirim, distante 16 Km do centro de Natal,
contando com o valioso apoio laboratorial da UFRN.

2. TIJOLEGO

É marca registrada no INPI de nosso tijolo ecológico, resultante da


contração de TIJOLO mais LEGO (brinquedo de montar), devido à similitude
inerente a ambos, que permite a elevação de paredes pela simples "montagem"
intertravada dos tijolos encaixáveis tipo macho e fêmea, judiciosamente
grauteados através das áreas vazadas transversalmente, dispensando totalmente
o uso de argamassa de assentamento (junta seca).

3. TIJOLO ECOLÓGICO

É a denominação popular para o tijolo fabricado segundo a técnica de


estabilização de solos com cimento, resultando no produto solo-cimento. Diz-se
ecológico pelo fato de não consumir energia poluente de qualquer natureza
durante o processo de fabricação, através de prensagem a frio, nem emitir
poluentes gasosos ou particulados.

4. SOLO-CIMENTO

É o produto endurecido resultante da mistura íntima e homogênea de solo,


cimento e água, em proporções estabelecidas em laboratório, devidamente
compactada e curada. Trata-se, portanto, de um solo estabilizado com o
aglomerante cimento. Ou seja, o solo, naturalmente permeável, poroso e pouco
3

resistente, ao receber a adição do aglomerante, torna-se enobrecido pelo aumento


considerável de sua resistência mecânica e redução drástica de sua
permeabilidade. Essa combinação de características peculiares ensejará o
surgimento da excelência do produto: durabilidade.
Desenvolvido nos EUA nos laboratórios do Corpo de Engenheiros do
Exército, por ocasião da primeira grande guerra mundial, na segunda década do
século passado, era originalmente destinado ao emprego como base e sub-base
de pavimentos de estradas e pistas de pouso de aeronaves. Rapidamente seu
emprego se expandiu para outros segmentos da construção civil (contenção de
encostas e taludes de cortes, muros de arrimo, açudagem, cabeceiras de pontes,
silos-trincheira, controle de voçorocas, pátios industriais e de estacionamento etc),
chegando finalmente à construção habitacional.

5. O SISTEMA CONSTRUTIVO

O solo-cimento chegou ao Brasil através da ABCP – Associação Brasileira


de Cimento Portland na década de 40, quando o mundo assistia estarrecido os
horrores da segunda grande guerra mundial. Entre 1948 e 1950 duas obras de
vulto marcaram as primeiras experiências brasileiras na área de edificações:
dezenas de casas na Fazenda Inglesa em Petrópoles/RJ e o Hospital Lourenço
Jorge em Manaus/AM, com 10.800m² de área construída. Até hoje o desempenho
do sistema construtivo adotado à época é considerado excepcional, não
apresentando qualquer patologia que possa ser atribuída ao solo-cimento.
Nas décadas de 50 a 80 o sistema construtivo sobreviveu com pouca
divulgação, merecendo destaque a chegada ao Brasil, por volta de 1956, da
primeira prensa manual, que permitia a fabricação artesanal de um tijolo maciço
de solo-cimento. Tal prensa foi desenvolvida no Centro Interamericano de La
Vivienda, na Colômbia, pelo Engenheiro Agrônomo chileno Raul Ramirez, ficando
conhecida internacionalmente como “CINVA-RAM”. Dela derivam todas as demais
prensas concebidas e aperfeiçoadas, manuais, semi-automáticas, automáticas e
hidráulicas.
Durante esse período, centenas de residências foram construídas Brasil
afora sob responsabilidade e orientação de órgãos públicos como CEPED,
COHAB e BNH. Em Brasília, em 1967, inúmeras edificações foram erguidas no
Campus da Universidade Federal. Somente a partir do final da década de 80, com
o surgimento da primeira prensa hidráulica, totalmente automatizada e com
controle dimensional de altura dos tijolos, a iniciativa privada passou a demonstrar
interesse crescente pela tecnologia.

6. EVENTOS IMPORTANTES NA DÉCADA DE 70

Dois eventos muito importantes ocorreram no final da década de 70, após


os quais o sistema construtivo ganhou fôlego, passando a ser pesquisado e
divulgado em vários centros de pesquisa do centro-sul do Brasil e,
consequentemente, despertando o interesse da iniciativa privada pela novidade.
Primeiramente, o então BNH, coroando anos e anos de pesquisa,
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alicerçada em vasta experimentação prática, aprovou oficialmente a técnica para


construção de habitações. Na época, estudos realizados pelo IPT ( Instituto de
Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) e pelo CEPED ( Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento) comprovaram que além do bom desempenho termoacústico, o
solo-cimento aplicado em construções levava a uma redução de custos de até
30%, se comparado com a alvenaria tradicional de tijolos de barro ou cerâmicos.

No ano de 1979 iniciou-se um projeto ambicioso no Departamento de


Engenharia Civil da PUC/MG, em Belo Horizonte, sob a orientação do Professor e
Pesquisador João Batista Santos de Assis, objetivando o desenvolvimento de uma
prensa especial capaz de produzir grandes pressões e alta produtividade, ou seja,
capaz de fabricar tijolos de solo-cimento com selo de qualidade e em escala
industrial. Assim, após quase uma década de pesquisa, surgiu no mercado
brasileiro a primeira prensa hidráulica, totalmente automatizada, um verdadeiro
avanço tecnológico para o setor. Essa nova geração de prensas significou um
grande salto em termos de qualidade e confiabilidade na fabricação de tijolos de
solo-cimento, ou seja, um marco na evolução da produção puramente artesanal
para a produção industrial.

7. PRODUÇÃO ARTESANAL VERSUS INDUSTRIAL

Até o final da década de 80 as construções em solo-cimento estavam


atravancadas devido, em grande parte, ao processo artesanal de produção, uma
vez que as prensas manuais apresentavam baixa produtividade e impreciso
controle dimensional de altura dos tijolos.Por outro lado, a construção de alvenaria
pelo processo de parede monolítica ( solo-cimento a granel apiloado dentro de
formas) mostrava-se moroso e trabalhoso. Embora apresentando um saldo
econômico favorável, devido à redução de custo da obra, apenas alguns modestos
empreendimentos vieram a se concretizar.
A partir da década de 90, com a chegada das primeiras prensas
hidráulicas, totalmente automatizadas, foi dado um passo gigantesco em termos
de qualidade e produtividade na fabricação de tijolos de solo-cimento. O controle
dimensional da altura dos tijolos ganhou mais precisão, favorecendo a rapidez na
elevação da alvenaria. O incremento considerável da pressão de prensagem dos
tijolos, tornando-os mais densos e menos permeáveis, repercutiu diretamente na
capacidade de suporte dos mesmos, tornando-os “estruturais”, ou seja, capazes
de suportar sozinhos o peso próprio das paredes e mais as sobrecargas
construtivas (laje, estrutura de telhado, telhado, caixa d’água etc), abolindo por
completo a necessidade de construção de pilares e vigas de concreto. A
automatização do processo de prensagem dos tijolos implicou diretamente no
aumento de produtividade.
Em suma, o surgimento da prensa hidráulica representa o marco divisório
entre a produção artesanal e a produção industrial de tijolos de solo-cimento, que
saíram da obscuridade em busca de um lugar ao sol.
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8. OBRAS PELO BRASIL AFORA

Com o surgimento e aprimoramento de prensas hidráulicas no cenário


brasileiro da construção civil, especificamente para fabricação de tijolos de solo-
cimento, notadamente a partir de 1995, e o crescente interesse da iniciativa
privada pela nova tecnologia, inúmeros empreendimentos despontaram Brasil
afora, com maior concentração nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais, dentre os quais merecem destaque:
 Residências particulares: São Paulo (Bauru, Piracicaba, Porto Feliz,
Ribeirão Preto, Salto, São José do Rio Preto, Ubatuba, Votuporanga), Rio
de Janeiro (Búzios, Cabo Frio, Petrópolis, Paraíba do Sul, Paty do Alferes,
Maricá, Manilha, Nova Friburgo, Rio das Ostras, Rio de Janeiro, São Pedro
da Aldeia, São Pedro da Serra, Teresópolis), Minas Gerais (Betim, Belo
Horizonte, Cataguazes, Juiz de Fora, Patos de Minas, Sete Lagoas), Bahia
(Salvador), Paraná (Curitiba), Brasília/DF.

 Empreendimentos municipais: Contagem/MG – 1.500 casas; Macaé/RJ –


300 casas; Palmas/TO – 800 casas; Sacramento/MG – 400 casas; Volta
Redonda/RJ – 600 casas, além de postos de saúde, escolas e pontos
cobertos de paradas de ônibus; Pimenta Bueno/RO – 340 casas
espalhadas em mais de uma dezena de municípios.

 Presídio de Bangu/RJ: Igreja, refeitório, ala feminina e todo tipo de


construção no interior do complexo penitenciário.

 Gericinó/RJ: 2 vilas militares com 80 casas para Sargentos do Exército,


construídas sob responsabilidade da Comissão Regional de Obras da 1ª
Região Militar.

 CEFET Maracanã/RJ: Casa protótipo construída por alunos do Curso de


Edificações/2002, com o acompanhamento da CEF.

 Construção de muros: Cercamento com muros em tijolos à vista de


inúmeros condomínios residenciais de luxo em várias cidades do interior de
São Paulo.

9. PECULIARIDADES DO SISTEMA CONSTRUTIVO

O sistema construtivo idealizado com os tijolos vazados e intertravados de


solo-cimento incorporam algumas vantagens que o tornam imbatível em termos de
simplicidade, praticidade, racionalidade, rapidez e economia, tudo isso sem
comprometer o conforto e a segurança proporcionados por uma construção com
alvenaria convencional. Dispensa o uso de qualquer tipo de equipamento
sofisticado, bastando apenas: prumo, nível, linha, régua, martelo de borracha,
serra mármore manual, arco de serra com serra de tungstênio, furadeira, serra
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copo de tungstênio.
Vejamos algumas vantagens desse sistema construtivo alternativo:

1. Tijolos vazados transversalmente: através das áreas vazadas são embutidas


todas as instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, de gás etc, sem o quebra-
quebra habitual da alvenaria convencional.

2. Tijolos tipo calha: sendo a área vazada longitudinalmente, através dela são
embutidas todas as tubulações horizontais e concretadas as vergas, contravergas
e cintas de amarração, com um consumo mínimo de madeira, concreto e
ferragem, dispensando totalmente carpinteiro e armador.

3. Tijolos estruturais: capazes de suportar todas as sobrecargas construtivas,


além de seu peso próprio, dispensam a construção de vigas e pilares de concreto,
com limitação para construções de até 2 pavimentos. Esse fator limitante é
inerente à capacidade de prensagem dos equipamentos disponíveis no mercado.
Brevemente, com as inovações tecnológicas que, com certeza, serão introduzidas
nesses equipamentos, será rotineira a construção de prédios com 3 ou mais
pavimentos sem a necessidade de intervenção do concreto armado.

4. Tijolos de vedação: utilizados em construções de qualquer porte apenas para


vedação das paredes, sem função estrutural, em combinação com estruturas de
concreto armado. Com ganho de rapidez e economia de materiais, ainda pode
proporcionar economia extra de recursos das fundações, visto que o peso global
da obra poderá sofrer uma redução considerável, quando substituída a alvenaria
tradicional (tijolo, argamassa de assentamento, chapisco, emboço, reboco) pela
alvenaria de tijolos de solo-cimento (tijolo, graute e rejuntamento) Essa é uma
alternativa quase inexplorada que promete surpresas agradáveis em termos de
redução de custos.

5. Tijolos à vista: para quem aprecia a beleza plástica da rusticidade emprestada


às construções com tijolos à vista, esse produto é insuperável, apresentando
textura uniforme, superfícies planas, regularidade dimensional e proporcionalidade
entre comprimento e altura esteticamente harmoniosa.

6. Ferragem: por força da peculiaridade do processo construtivo, que reduz


drasticamente a utilização de concreto armado nas construções, tal procedimento
implica diretamente na redução de custos da ferragem empregada, item que
costuma ser bastante oneroso nas construções convencionais. Vale lembrar que
a redução de consumo desse item implica diretamente, também, na redução de
consumo de madeiramento para formas e escoramento.

7. Graute: trata-se de uma argamassa fluída preparada na obra com cimento, cal,
areia e água, de fácil preparação e aplicação, em substituição à argamassa de
assentamento dos tijolos nas construções convencionais. O grauteamento
dispensa mão-de-obra de um pedreiro qualificado, o qual poderá ser substituído
por um auxiliar não qualificado, sem comprometimento da obra. A colher de
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pedreiro, nesse mister, é substituída por um simples regador. Ao grauteamento


dos volumes vazados das paredes deve-se parcela considerável da estabilidade e
segurança da obra. É ela que amarra os tijolos verticalmente, uns aos outros,
formando inúmeras mini colunas moldadas “in loco” ao longo de todas as paredes.

8. Rejuntamento: optando-se pela alvenaria com tijolos à vista, alternativa


preferida em várias pesquisas de opinião, esse trabalho com rejunte industrial
dará início ao toque final de acabamento da alvenaria, complementado com
impermeabilização e pintura.

9. Revestimento da alvenaria: devido à regularidade dimensional dos tijolos e à


planura das faces das paredes, poderá ser executado um revestimento de massa
única de pequena espessura com qualquer tipo de material disponível, sem a
necessidade de chapisco e emboço, com economia apreciável de materiais e de
mão-de-obra. O revestimento cerâmico (banheiros, cozinhas, áreas de serviço)
poderá ser feito diretamente sobre os tijolos, apenas com aplicação de argamassa
colante de assentamento.
Neste caso, é abortada a etapa do rejuntamento, ficando o custo desse
revestimento, em alguns casos, praticamente igual ao do rejuntamento suspenso.
As frestas resultantes da disposição dos tijolos com junta seca (sem argamassa
de assentamento) funcionam como áreas de ancoragem para a argamassa, seja
ela colante ou de revestimento. Daí ser totalmente desnecessária a execução do
chapisco.

10. Pintura: a pintura poderá ser executada com qualquer tipo de material
disponível no mercado, desde que respeitadas as peculiaridades de cada produto,
tendo-se o cuidado de impermeabilizar antecipadamente as paredes externas em
tijolos à vista. Neste caso, os produtos mais indicados são verniz, resina incolor,
silicone liquido, cera de assoalho.

11. Desperdício de material: nos sistemas convencionais de construção


sabemos que o desperdício de materiais ronda a casa dos 20%. Aderindo-se a
essa nova tecnologia construtiva, esse desperdício vai girar em torno de 2%. É
praticamente impossível desperdiçar argamassa, uma vez que ela fica contida no
interior das áreas vazadas dos tijolos. Quanto ao desperdício de tijolos, isso é
praticamente zero. Durante o transporte e manuseio é natural que alguns tijolos
sofram pequenas quebras nas quinas. Tais tijolos serão reservados para as áreas
molháveis, que receberão revestimento cerâmico. Havendo um volume maior de
tijolos danificados, pode-se eleger uma determinada parede para receber um
revestimento qualquer, sendo nela aplicados todos os tijolos que estiverem nesse
estado.

12. Conforto termoacústico: é notório que o ar é um excelente isolante


termoacústico. Porém, é enganosa a concepção de que as áreas vazadas dos
tijolos cerâmicos comuns funcionam como áreas de arrefecimento, contribuindo
para o conforto térmico no interior das edificações. Tal ocorreria se essas áreas
fossem contínuas, dispostas de tal forma que o ar pudesse ser continuamente
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renovado, carreando consigo uma fração do calor acumulado nessas áreas. Sabe-
se que isso não ocorre na prática, precisamente porque essas áreas, por serem
estanques, funcionam como verdadeiras mini estufas, descarregando para o
interior das edificações parte do calor acumulado. As paredes de solo-cimento, por
serem maciças após o preenchimento com graute das áreas vazadas,
teoricamente favoreceriam para que as ondas (calor e som) as atravessassem
com velocidade maior, se comparadas às paredes em alvenaria de tijolos
cerâmicos. Na prática, no entanto, experiências de laboratório já demonstraram
que tais ondas gastam um tempo consideravelmente maior para atravessarem as
paredes maciças de solo-cimento. Daí, o propalado conforto termoacústico
proporcionado pelas edificações construídas com tijolos de solo-cimento.

13. Segurança: o solo-cimento, conforme já dito anteriormente, é um produto


resultante de pesquisas laboratoriais. Para que os tijolos fabricados com esse
material atendam as normas da ABNT- Associação Brasileira de Normas
Técnicas, faz-se necessário o constante acompanhamento tecnológico durante a
sua produção. Se isso for feito, parcela considerável da segurança da obra estará
tranqüilamente garantida. A parcela restante, menos crítica, vai depender da
aplicação adequada das técnicas de construção.

14. Racionalidade: por ser o sistema modulado, prático, de fácil execução, a


racionalidade é a conseqüência previsível, ficando bastante assimilável e
compreensível a lógica do processo. A racionalidade implica diretamente no
arranjo enxuto do canteiro de obras. E racionalidade reverte-se em rapidez e
economia.

15. Economia de mão-de-obra: como conseqüência direta da racionalidade do


sistema construtivo, tem-se a redução de custos da mão-de-obra empregada nas
construções. Não só por queimar etapas inerentes às construções convencionais,
mas também por propiciar a arregimentação de contingente considerável de mão-
de-obra não especializadas, que é mais barata. Devidamente treinada, essa mão-
de-obra cumprirá seu papel primordial de coadjuvante no processo. Os atores
principais continuarão sendo os pedreiros qualificados, indiscutivelmente
necessários, porém em menor número.

16. Arquitetura peculiar: a arquitetura com tijolos vazados de solo-cimento


articula duas condições básicas: a existência de produto certificado e o
conhecimento adequado das minudências construtivas. Seu emprego judicioso
resulta em uma tipologia arquitetural valorizada pela aplicação criativa e artística
desse versátil material.

17. Rapidez e economia: ao se analisar detidamente as notórias vantagens e


peculiaridades supramencionadas, fica fácil intuir porque esse sistema construtivo
alternativo promete (e cumpre) rapidez na execução, com redução de consumo de
mão-de-obra e de materiais, favorecendo o custo final da obra, cuja economia
pode chegar a até 30%, quando comparada a uma construção de padrão similar
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executada pelo sistema tradicional.


10. CONSTRUÇÃO DA ALVENARIA

Qualquer que seja o tipo de projeto, tudo que se relacionar com


fundações, laje e cobertura é executado exatamente da mesma maneira que nas
construções convencionais. O diferencial está na construção da alvenaria, ou seja,
das paredes. Para a execução transcorrer sem sobressaltos, é absolutamente
necessário um planejamento detalhado, com indicação definitiva de todos os
detalhes construtivos, como locação de pontos de luz, água, antenas, campainha,
ar condicionado, aberturas etc. No projeto todas as dimensões dos
compartimentos deverão estar moduladas como múltiplos inteiros de 12,5cm
(meio tijolo) para medidas horizontais e de 7,5cm (altura do tijolo) para medidas
verticais. Esse sistema não convive bem com improvisações. Uma vez levantada a
alvenaria, qualquer alteração no projeto será trabalhosa e onerosa, a menos que
as paredes afetadas não fiquem com tijolos à vista.

Para efeito didático, vamos executar a alvenaria através de passos:

1º PASSO: Locação da obra

De posse da planta baixa, com todas as dimensões moduladas, é feita a locação


de todas as paredes sobre as fundações, sejam elas de que tipo for, já com os
tijolos definindo a projeção de todas as paredes sobre o plano horizontal que
passa na superfície superior dessa fundação. Considerar como já executadas
todas as instalações elétricas e hidrosanitárias abaixo do supra citado plano. Tais
instalações deverão ter sido locadas de forma que possam subir pelas paredes
através das áreas vazadas dos tijolos, a menos que as paredes afetadas não
fiquem com tijolos à vista. Os tijolos jamais poderão ficar colados uns aos outros
longitudinalmente. É preciso respeitar um espaçamento médio em torno de um
milímetro, absolutamente necessário para se evitar o trincamento da parede
quando ela vier a “trabalhar”, devido ao fenômeno de dilatação. Na prática, é
aconselhável se interpor entre os tijolos chapinhas de PVC de 7x14cm na
espessura recomendada, as quais serão retiradas após o término do
assentamento da primeira fiada de tijolos. Dessa forma, as fiadas subseqüentes
serão automaticamente induzidas a respeitar tal espaçamento por força dos
elementos de encaixe dos tijolos, programados para absorver esse pequeno
ajustamento.

2º PASSO: Chumbamento da ferragem vertical

Toda ferragem vertical, chumbada na fundação, com pelo menos 10cm de


profundidade, e também na laje (ou na cinta de amarração se não houver laje),
poderá ser executada com ferro de diâmetro 5/16”.
A técnica de amarrar verticalmente resume-se no seguinte:

1. Paredes tipo “I”: Onde a parede estiver isolada, sozinha, receberá um ferro no
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primeiro furo. (Foto 1)

2. Paredes tipo “L”: No encontro de duas paredes formando um ângulo reto,


serão colocados três ferros. (Fotos 2 e 3)

3. Paredes tipo “T”: No encontro de duas paredes formando dois ângulos retos,
serão colocados 4 ferros. (Foto 4)

4. Paredes em cruz: No encontro de duas paredes formando quatro ângulos


retos, serão colocados 5 ferros. (Foto 5)

5. Aberturas: Onde houver portas e janelas, um ferro será colocado em cada lado
da abertura, no primeiro furo. (Fotos 6 e 7)
Observação: Nos casos de pequenas aberturas como de ar condicionado, por
exemplo, o procedimento é o mesmo para as aberturas, porém o comprimento de
cada ferro será reduzido para: altura da abertura mais 30cm para baixo e 30cm
para cima da abertura.

6. Ao longo das paredes: o espaçamento máximo entre 2 ferros ao longo das


paredes é de 6 vezes a largura do tijolo, ou seja, 75cm no caso do TIJOLEGO,
que tem 12,5cm de largura. (Foto 8)

Por norma, o espaçamento máximo recomendado entre dois ferros verticais é de 6


vezes a largura do tijolo. Na prática, no entanto, esse espaçamento pode chegar
até 1 metro sem comprometimento da segurança da obra.

Na prática, fica complicado erguer a alvenaria com a ferragem vertical disposta no


seu comprimento total. Assim, costuma-se chumbar todos os ferros com
comprimento em torno de 1,50m. Posteriormente esses ferros serão emendados
até a altura programada. (Foto 9)

3° PASSO: Prolongamento das instalações


Cuidado especial deverá ser dado ao prolongamento das instalações que sobem
através de determinadas linhas de furos das paredes, para que a alvenaria seja
erguida já com as tubulações embutidas.

4°PASSO: Assentamento da primeira fiadas de tijolos


Uma vez chumbada toda a ferragem vertical e executado o prolongamento das
instalações, é feito o assentamento com argamassa da primeira fiada. Esse
trabalho deverá ser executado com o máximo de esmero, pois o seu alinhamento
e nivelamento, se negligenciados, causarão reflexos negativos na elevação da
alvenaria. É nessa etapa que serão usados os espaçadores descritos no primeiro
passo acima.

5° PASSO: Assentamento das fiadas subseqüentes


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Concluída a execução da primeira fiada em toda a extensão da obra, procede-se a


execução das fiadas seguintes usando-se linha (nivelamento), régua e martelo de
borracha (alinhamento) e prumo. Os tijolos são assentados sem argamassa (junta
seca) e serão amarrados posteriormente através do grauteamento dos furos. O
pedreiro precisa dar especial atenção a essa fase da obra, entendendo que os
tijolos são fabricados com uma tolerância dimensional de altura de meio milímetro,
ou seja, onde for verificado, pelo posicionamento da linha, esse pequeno desnível,
uma ação corretiva deverá se implementada com a aplicação de uma pequena
quantidade de argamassa colante. Tudo muito simples e sutil. Quanto mais prática
o pedreiro adquirir nesse mister, maior será a produtividade na elevação da
alvenaria. Como as instalações serão providenciadas concomitantemente com a
elevação da alvenaria, cuidado redobrado deverá se ter com a locação das
tomadas, interruptores, pontos d’água etc. Nesses pontos os tijolos deverão ser
furados ou cortados lateralmente com auxilio de serra copo ou makita para
receber os acessórios dessas instalações.

6° PASSO: Grauteamento
O preenchimento das mini colunas vazadas, formadas pelos furos coincidentes
dos tijolos sobrepostos, é o que chamamos de grauteamento. Deverá ser feito, no
máximo, a cada 5 fiadas assentadas, para se ter o controle visual da operação. O
graute deve obedecer a receita recomendada pelo ensaio de laboratório, visto que
precisa apresentar coerência com a capacidade de resistência a tração do tijolo.
Isto porque, se a expansão do graute no interior dos furos vencer a resistência a
tração do tijolo, ele trincará com certeza, exatamente na região mais delgada entre
as faces do tijolo e a área vazada.
O traço recomendado para o TIJOLEGO é 1:2:8, ou seja, 1 parte de cimento para
2 partes de cal e 8 partes de areia, em volume. A quantidade de água vai variar
em função da umidade da areia. Considerando a areia seca, a quantidade ideal
fica em torno de 3 unidades de medida (a mesma usada no traço).
Caso se deseje testar outro traço, recomenda-se grautear 3 tijolos sobrepostos,
deixando-os à sombra por 24h , no mínimo. Se nenhum tijolo trincar, o teste foi
aprovado.
O graute pode ser derramado no interior dos furos com auxilio de um funil de boca
larga ou de um regador sem o crivo, não exigindo nenhuma habilidade para tal.
Ocorrendo vazamento de graute pelas frestas dos tijolos, a área afetada deverá
ser limpa em seguida apenas com água. Se deixar para fazer essa tarefa após
secar o material derramado, com certeza a área afetada ficará manchada,
comprometendo o visual uniforme da parede. Imediatamente antes do
grauteamento de cada furo, os tijolos deverão ser molhados com uma mangueira
na parte interna dos furos, evitando-se que o tijolo seco retire água do graute,
desidratando-o e assim comprometendo sua resistência. A área grauteada deve
“descansar” pelo menos três horas antes de recomeçar o assentamento das fiadas
subseqüente, para se evitar abalar o graute em início de cura. O ideal é que se
tenha ao mesmo tempo parte da obra sendo grauteada e parte sendo assentada.
Assim se evitará tempo morto, enquanto a parede “descansa”, caso o
grauteamento seja executado de uma só vez em toda a extensão da obra.
12

Outra estratégia, que vai depender da extensão da obra e da quantidade de


trabalhadores envolvidos na operação, é deixar para fazer o grauteamento de uma
vez só, no final do dia, permitindo assim que a parede “descanse” por muito mais
tempo, que é a situação mais favorável.
As linhas de furos que receberão instalações não poderão ser grauteadas por
motivo óbvio. No entanto vale alertar que na prática, por mero descuido, é bem
comum acontecer esse imprevisto, principalmente quando as instalações descem
parede a baixo, entrando por cima ao invés de entrarem por baixo, com
conseqüências arrasadoras para o cronograma da obra. Uma vez grauteado onde
não deveria, somente quebrando e reconstruindo é que se salvará a situação.

7° PASSO: Ferragem horizontal


Ela será usada para construção das vergas, contravergas e cintas. Nessas etapas
da obra o ferro ficará acomodado no interior da área vazada longitudinalmente,
formada pela justaposição de tijolos tipo calha, em substituição aos tijolos padrão,
onde será concretado. Para as vergas e contravergas recomenda-se ultrapassar o
vão da abertura pelo menos 30cm para cada lado.
Para a construção das contravergas, uma única fiada de tijolos calha com ferro
5/16” é suficiente. Já para as vergas, a ferragem vai depender do vão.

 vão até 1,0m: 2 fiadas de tijolo calha, com a segunda emborcada sobre a
primeira, dobrando assim o volume de concreto, e uma barra de ferro de
½”. (Foto 10)
 vão até 2,0 m: 4 fiadas de tijolo calha, com a segunda emborcada sobre a
primeira, a quarta emborcada sobre a terceira, cada 2 fiadas recebendo um
ferro de ½”. (Foto 11)
 vão até 3,0 m: 6 fiadas de tijolo calha, com 3 barras de ferro de ½” (Foto
12)

Na prática, a ferragem supra recomendada atende a qualquer tipo de edificação


simples. Para o caso de construção mais primorosa, recomenda-se seguir a
orientação do calculista. Para vãos a partir de 2,0 m, sempre que possível,
“pendurar” a verga na laje através de grampos é uma excelente opção.
A cinta de amarração receberá tijolo calha em toda a sua extensão , sobre todas
as paredes, e ferro 5/16”. Essa estrutura é suficiente para distribuir uniformemente
sobre todas as paredes o peso da laje e demais sobrecargas construtivas.

Nas edificações simples é usual a construção de apenas uma cinta, justamente a


cinta de amarração no topo das paredes. Porém, em se tratando de construções
que requeram controle mais rigoroso,duas outras cintas serão colocadas em todas
a extensão da obra, locadas a 1/3 e 2/3 da altura das paredes. Na prática, mais ou
menos onde passam vergas e contravergas.

8° PASSO: Caixonetes de portas e janelas


Gabaritos provisórios deverão ser colocados nos lugares onde serão instaladas as
janelas. No caso das portas, os vãos serão deixados de acordo com as dimensões
das mesmas. A fixação dos caixonetes na alvenaria poderá ser feita à semelhança
13

das construções convencionais. Modernamente, com o uso crescente de portas e


janelas metálicas, esses elementos poderão ser afixados nos seus devidos
lugares à medida que a alvenaria é erguida, facilitando sobremaneira o controle de
prumo das paredes.
9° PASSO: Rejuntamento
É necessário fechar todas as frestas resultantes da acomodação dos tijolos na
construção das paredes. Isso é feito com um rejunte industrial qualquer, escolhido
em função da coloração que mais se aproxime da cor dos tijolos. É uma tarefa
simples e leve, normalmente deixada a cargo de mulheres, pelo fato de serem
mais pacientes e jeitosas. Nas áreas onde estiver programado revestimento,
cerâmico ou não, dispensa-se o rejuntamento.

10° PASSO: Pintura


O material de pintura vai depender da opção escolhida para o acabamento das
paredes, tijolos à vista ou revestimento. No caso de tijolos à vista, faz-se
necessária a impermeabilização das paredes externas com qualquer produto
disponível no mercado. A pintura deverá ser executada sobre as paredes
totalmente secas. Umidade aprisionada no interior dos tijolos se traduz em
problemas futuros, com certeza, manifestados através de manchas na pintura.

11. DADOS MÉDIOS PARA PLANEJAMENTO

1. CÁLCULO DE TIJOLOS

O rendimento do TIJOLEGO (25 x 12,5 x 7,5cm) é de 18,75 m² de alvenaria por


milheiro. Ou seja, 53,33 tijolos por m² de alvenaria.

• TOTAL: Área total de alvenaria multiplicada por 53,33 tijolos.


• TIJOLO CALHA: Cálculo total para vergas, contravergas e cinta de
amarração.
• TIJOLO PADRÃO: Quantidade total menos a quantidade de tijolo calha.

Total = tijolos calha + tijolos padrão

Observação: Por medida de segurança, a critério do cliente, seria prudente


acrescentar 2% ao total de tijolos, por modelo, para previnir qualquer possível
eventualidade de desperdício.

2. CÁLCULO DE CONCRETO

Fazer o cálculo do volume total a ser utilizado nas vergas, contravergas e cinta de
amarração. Observar que esse cálculo contempla apenas o concreto incorporado
na alvenaria.

3. CÁLCULO DA FERRAGEM
• Ferro de 1/2": Usado apenas nas vergas.
14

- Vão até 1m: (comprimento do vão + 0,50)m.


- Vão até 2m: 2 x (comprimento do vão + 0,50)m.
- Vão até 3m: 3 x (comprimento do vão + 0,50)m.
• Ferro de 5/16": Usado em toda a obra, exceto vergas.
- Contravergas: (comprimento do vão + 0,50)m.
- Cinta de amarração: (1,2 x comprimento total das paredes)m.
- Grampos de amarração: (2 x pé direito + 1,00)m para cada ponto.
- Ferragem vertical padrão: (pé direito + 0,50)m para cada ponto.
- Ferragem vertical de pequenas aberturas:2x(altura da abertura+0,60)m.

4. CÁLCULO DO GRAUTE
Consumo médio para grautear 1m² de parede:
- Cimento = 2,080 Kg - Areia seca = 17 litros
- Cal = 2,185 Kg - Água limpa = 6,5 litros

Por exemplo: Para se grautear uma casa com 100m² de alvenaria seriam gastos,
em média, 208 Kg de cimento, 218,5 Kg de cal para reboco, 1,7 m³ de areia média
ou grossa e 650 litros d'água.

5. CÁLCULO DO REJUNTE

Rejunte industrial para interior ou exterior, conforme a face da parede, sendo


utilizado, em média, 0,625 Kg por m² de alvenaria, para cada face de parede.

6. CÁLCULO DE IMPERMEABILIZANTE E TINTA

Atentar para as indicações de rendimento próprias de cada produto utilizado,


explicitadas nas embalagens.

7. CÁLCULO DE MÃO-DE-OBRA

Contando com uma equipe bem treinada e entrosada, esse cálculo corresponderá,
em média, a dois terços da mão-de-obra empregada em obra semelhante erguida
segundo o sistema tradicional de alvenaria.

ECONOMIA MÉDIA DE MATERIAIS

A alvenaria com tijolos de solo-cimento, comparativamente com a executada de


forma tradicional, representa uma economia média de materiais e mão-de-obra em
torno de:
• Areia = 15%
• Brita = 95%
• Cimento = 40%
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• Ferro = 35%
• Madeira = 90%
• Mão-de-Obra = 30%
OBSERVAÇÃO: Não computada aqui a economia extra proporcionada pela
substituição do revestimento tradicional (chapisco, emboço e reboco) pelo simples
rejuntamento das paredes com tijolos à vista.

CONCLUSÃO
No fechamento do orçamento
para execução da alvenaria
com tijolos de solo-cimento ter-
se-á uma grata surpresa, em
termos de cifras, ao se
compará-lo ao orçamento para
execução dessa mesma
alvenaria pelo sistema
tradicional.
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A seguir:
Sequência de fotos
de várias obras em
diversos estágios
de execução.

(Vide CD Anexo)

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