Experimento Com Mosfet
Experimento Com Mosfet
MOSFET
O FET com óxido de semicondutor e metal, ou MOSFET, tem os terminais de fonte, porta e
dreno. O MOSFET difere de um JFET, porém, no caso do MOSFET, a porta é isolada do canal.
Por isso, a corrente na porta é ainda menor que em um JFET. Existem dois tipos de MOSFET:
o de modo de depleção e o de modo de crescimento (ou intensificação). O MOSFET modo
de crescimento é mais usado nos circuitos discretos e integrados (MALVINO; BATES, 2016).
A Figura 1 mostra um MOSFET-E (abreviação de MOSFET Modo Crescimento). O subs-
trato p se estende, agora, por todo o dióxido de silício. Como você pode ver, já não existe
um canal n entre a fonte e o dreno.
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A Figura 2 mostra as polaridades normais para a polarização. Quando a tensão na porta
é zero, a corrente da fonte para o dreno é zero. Por essa razão, um MOSFET-E é, normal-
mente, em corte quando a tensão na porta é zero. O único modo de obter corrente é com
a tensão na porta positiva. Quando a porta é positiva, ela retira elétrons livres da região p.
Os elétrons livres se recombinam com as lacunas próximas do dióxido de silício. Quando
a tensão na porta é suficientemente positiva, todas as lacunas em contato com o dióxido
de silício são preenchidas, e os elétrons livres começam a circular da fonte para o dreno. O
efeito é semelhante a criar uma camada fina de material tipo n próximo do diodo de silício.
A camada fina de condução é chamada de camada de inversão tipo n. Quando ela existe,
os elétrons livres podem circular facilmente da fonte para o dreno (MALVINO; BATES, 2016).
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Figura 3 – Curvas do dreno do MOSFET-E
Fonte: adaptada de Malvino e Bates (2016).
A Figura 4 mostra uma curva de transcondutância típica. Não há corrente no dreno enquan-
to VGS não for igual a VGS(th). A corrente no dreno, então, aumenta rapidamente, até atingir a cor-
rente de saturação ID(saturação). Além desse ponto, o dispositivo fica polarizado na região ôhmica.
Portanto, ID não pode aumentar, mesmo que haja aumento em VGS. Para garantir a saturação
forte, é usada uma tensão na porta de VGS(lig) bem acima de VGS(th) (MALVINO; BATES, 2016).
Quando VGS é nula, o MOSFET-E está em corte porque não há um canal de condução
entre a fonte e o dreno. O símbolo esquemático na Figura 5 (a) tem uma linha tracejada para
o canal que indica a condição de normalmente em corte. Como você já sabe, a tensão na
porta maior que a tensão de limiar cria uma camada de inversão do tipo n, que conecta a
fonte ao dreno. A seta aponta para a camada de inversão, que age como um canal n quando
o dispositivo está conduzindo.
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Existe, também, um MOSFET-E canal p. O MOSFET-E canal p também é um dispositivo
no modo de crescimento normalmente em corte. Para ligar um MOSFET-E canal p, a porta
tem que ser negativa em relação à fonte. O valor -VGS tem que alcançar, ou exceder, o valor
–VGS(th) para o MOSFET entrar em condução. Quando isso ocorre, uma camada de inversão
tipo p é formada com as lacunas sendo os portadores majoritários.
O MOSFET-E canal n usa elétrons como os portadores majoritários que têm maior mobi-
lidade que as lacunas no canal p. Isso resulta em RDS(lig) menor e velocidades de comutação
maiores para o MOSFET-E canal n. O símbolo esquemático do MOSFET-E canal p é similar
ao símbolo do MOSFET-E canal n, com a diferença de que a seta aponta para fora, como
mostra a Figura 5 (b) (MALVINO; BATES, 2016).
Os MOSFETs têm uma camada fina de dióxido de silício, um isolante que impede uma
circulação de corrente para tensões tanto positiva quanto negativa na porta. A camada
isolante é mantida a mais fina possível para permitir um melhor controle da porta sobre a
corrente no dreno. Pelo fato de a camada isolante ser tão fina, ela é facilmente danificada
por uma tensão porta-fonte (VGS) excessiva (MALVINO; BATES, 2016).
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EXPERIMENTO
Neste experimento, você observará, na prática, como funciona um MOSFET, entendendo
seu princípio operativo e levantando suas curvas características.
Preparado(a)? Então, mãos à obra!
Assista, agora, ao vídeo a seguir para entender mais sobre o experimento a ser executado.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para realizar esse experimento, você precisará dos seguintes materiais:
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AGORA É COM VOCÊ
A eletricidade é sempre acompanhada por risco de acidentes. Por causa disso, é ne-
cessário cuidado ao trabalhar com circuitos energizados. Os procedimentos experimentais
devem ser acompanhados do manual e de um instrutor. As sequências e operações dos
procedimentos devem receber cuidado especial. Antes de acionar a bancada, leia todo o
procedimento relacionado ao experimento. Antes de ligar a bancada, faça a verificação de
todas as conexões realizadas na montagem da experiência. Ao notar a necessidade de
correção da montagem do experimento, desligue a bancada.
Atenção:
1. A alimentação elétrica da maleta deve ser em rede elétrica de 220 volts. Verifique o
nível de tensão disponível antes de conectar o cabo de alimentação da maleta.
2. Realize a aula prática apenas com o acompanhamento de profissionais treinados.
3. Não toque no acrílico com força excessiva.
4. Não faça qualquer alteração na parte elétrica.
5. Evite deslocar o equipamento.
6. Não desconectar os cabos enquanto o sistema estiver ligado.
7. Em caso de emergência, desligue a chave na lateral.
8. Tenha cuidado na movimentação da maleta.
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Experimento: curvas características do MOSFET
Componentes a utilizar:
VDS
VGSS
ID
PD
0,0 0,0
0,1 0,1
0,2 0,2
0,3 0,3
0,4 0,4
0,5 0,5
1,0 1,0
1,5 1,5
2,0 2,0
3,0 3,0
5,0 5,0
7,0 7,0
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Atividades
1. Utilizar os dados experimentais da tabela e construir o gráfico ID x VDS do MOSFET,
traçando uma curva característica para cada valor de VGS.
2. Com base nas curvas encontradas, o que se poderia comentar sobre o funciona-
mento do MOSFET?
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Resultados
1.
VGS = 1,8 V VGS = 1,5 V
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BIBLIOGRAFIA
GENTILIN, F. A. Eletrônica Analógica. Maringá: UniCesumar, 2021.
MALVINO, A.; BATES, D. Eletrônica. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. v. 1.
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