100% acharam este documento útil (1 voto)
33 visualizações34 páginas

Anestesiologia - 2bim

Enviado por

nayara.icloud
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
100% acharam este documento útil (1 voto)
33 visualizações34 páginas

Anestesiologia - 2bim

Enviado por

nayara.icloud
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 34

Anestesiologia – Segundo Bimestre

Aparelhos e circuitos anestésicos:


Estruturas que contemplam intubação orotraqueal, sendo elas: Epiglote,
base da língua, prega vestibular, cordas vocais, aritenoides e esôfago.

Equipamentos:
 Laringoscópio: Facilita a visualização para a intubação
orotraqueal. Em cães facilita bastante a visualização e em felinos é
indispensável pela difícil visualização das estruturas;
 Sondas endotraqueais/orotraqueais: Estabelecem via aérea,
reduz risco de asfixia e ou obstruções e inflar o balonete
adequadamente. Seu tamanho varia de acordo com a espécie
podendo ser utilizado por gatos até bovinos;
 Seringa plástica: Utilizada para inflar o cuff da sonda
endotraqueal. Cuidado para não causar necrose.

Instrumentos:
 Máscara facial: Máscara para a passagem de gás, sendo
necessário uma máscara de tamanho específico para cada paciente,
podendo também ser uma máscara improvisada;
 Lanterna: Avaliação do reflexo pupilar, que é de extrema
importância para verificar o estágio e plano anestésico;
 Lidocaína gel ou spray (10%): Analgesia para a passagem da
sonda.

Aparelhos de anestesia:
 Cilindros -> Contém os fluxos diluente, sendo eles:
Ar comprimido
Óxido nitroso
Oxigênio
 Válvulas redutoras: Reduz a pressão dos cilindros para uma
pressão compatível com o aparelho, indo de 200 a 500 kg/cm2
para 4 kg/cm2;
 Extensões (Chicote): Conduz o gás diluente;
 Fluxo diluente: Oxigênio puro / Ar comprimido + oxigênio;
 Rotâmetro ou fluxômetro: O rotâmetro é um dispositivo muito
utilizado na mecânica dos fluidos para medir a vazão de um gás ou líquido
em um tubo enquanto um fluxômetro é o aparelho para medição do fluxo de
saída dos gases medicinais;
 Vaporizador: Existem dois tipos de vaporizador. Sendo eles:
Universal: Vaporiza qualquer agente halogenado, com exceção do
desfluorano. Não compensa o fluxo, temperatura ou pressão do ambiente.
Não permite o cálculo preciso e imediato da concentração de gás vaporizado.
Depende da pressão de vapor do anestésico em questão para vaporização.
Volatilização máxima de 30 V%.

Calibrado: Agente específico. Possui compensação de fluxo, temperatura e


pressão. Volatilização máxima de 5 V%. Custa mais elevado e requer
manutenção anualmente. Feito para se manter fixo.

Circuito de anestesia:
 Sistemas Respiratórios avalvulares sem absorvedor:
Utilizados em anestesia pediátrica ou animais de pequeno porte.
Constituídos pelos sistemas de Mapleson (A-F)

Exemplos de sistemas Mapleson.

 Sistema Avalvular não reinalatório (Aberto): Ausência de cal


sodada, ocorrendo perda de umidade e calor. Há um fluxo
inspiratório alto (200 – 300 ml/kg/min). Poluição ambiental. Ideal
para animais pequenos, menos que 5 kg, pela sua menor capacidade
pulmonar.
Vantagens: Baixa resistência mecânica à ventilação e mudanças
rápidas de planos anestésicos.
Desvantagens: Maior perda de calor e umidade, maior poluição
ambiental e consumo de O2 e anestésico (limita animais pesados).
Sistema aberto.

 Sistema valvular – reinalatório parcial ou total: Presença de


válvulas direcionais, caníster e cal sodada (pouca perda de calor e
umidade). Gás expirado é reaproveitado totalmente ou parcialmente.
Baixo fluxo inspiratório (semifechado 10 a 50 ml/kg/min; fechado 3
a 5 ml/kg/min). Pouca poluição. Pacientes acima de 5kg.

Vantagens e desvantagens:
Fechado –
Vantagens: Melhor conservação do calor e umidade, menor
consumo de oxigênio e anestésico e poluição ambiental nula.
Desvantagens: Mudança lenta de plano anestésico e risco de
acúmulo de CO2 e pressões excessivas no interior do circuito.

Semifechado –
Vantagens: Conservação de calor e umidade razoável,
mudança relativamente rápida de plano anestésico, poluição
ambiental reduzida e menor risco de hipóxia.
Desvantagens: Resistência mecânica à ventilação.
Planos e estágios anestésicos:
Sinais e parâmetros fisiológicos que auxiliam a caracterização da
profundidade anestésica. Válidos para anestesia que promovem hipnose.
Seus fatores determinantes são: Espécie animal, fármacos utilizados, estado
fisiológico e tipo de intervenção cirúrgica.
Sinais e parâmetros avaliados:
 Oculopalpebrais (Palpebral, corneal e pupilar). O paciente que está
em um plano ideal estará com o olho rotacionado independente da
espécie, porém devemos nos lembrar que caso o paciente esteja sob
efeito de neurobloqueador essa rotação não é vista;
 Reflexo interdigital e digital;
 Reflexo laringotraqueal;
 Reflexo anal;
 Alterações cardiopulmonares.

Estágio I – Alerta à perda de consciência;


 Início da hipnose com nocicepção ao estímulo;
 Liberação de adrenalina, ocorrendo taquicardia e midríase;
 Possíveis episódios de salivação, micção e defecação;
 Respiração irregular;
 Paciente indócil ou não cooperativo ao procedimento;
 Desorientação;
 Ao final do estágio I o animal apresenta-se com progressiva ataxia,
perda da habilidade locomotora e assume decúbito lateral.
Estágio II – Excitação e delírio;
 Delírio e alucinações;
 Reação exacerbada aos estímulos externos;
 Incoordenação e hiperreflexia;
 Hiperalgesia;
 Defecação;
 Midríase e lacrimejamento;
 Nistagmo;
 Salivação abundante;
 Taquiarritmias;
 Hiperventilação e respiração arrítmica.
Estágio III – Anestesia cirúrgica:

Contempla 4 planos.
1º Plano:
 Começo de hipnose;
 Em felinos ainda podem ocorrer delírios;
 Reflexos interdigital e laringotraqueal discretos;
 Reflexos palpebral e corneal presentes;
 Bulbo ocular discretamente rotacionado;
 Miose com resposta ao estímulo luminoso;
 Início de projeção de 3ª pálpebra em pequenos animais;
 Presença de nistagmo em equinos;
 Salivação presente;
 Normopnéia, com ritmo tóraco-abdominal;
 Estabilização hemodinâmica;
 Tônus muscular reduzido.
2º Plano:
 Reflexo laringotraqueal ausente (discreto em felinos);
 Reflexo interdigital ausente;
 Reflexo palpebral muito discreto ou ausente;
 Reflexo corneal presente;
 Bulbo ocular rotacionado. Equinos e felinos midrializados;
 Miose puntiforme;
 Depressão hemodinâmica discreta;
 Respiração tóraco-abdominal, profunda e rítmica;
 Miorrelaxamento;
 Ausência de salivação (Exceto em ruminantes).
3º Plano:
 Início de midríase, com reflexo corneal reduzido;
 Todos os demais reflexos ausentes;
 Tendência à centralização de bulbo ocular;
 Respiração abdominotorácica superficial à apnéia;
 Ritmo apnêustico (inspiração curta e silencio abdominal);
 Depressão hemodinâmica moderada;
 Diminuição de secreções;
 Miorrelaxamento total.
4º Plano:
 Centralização de bulbo ocular;
 Midríase;
 Paralisia da musculatura abdominal e intercostal;
 Apneia;
 Volume minuto reduzido ou ausente;
 Acidose respiratória acentuada;
 Cianose por hipoventilação;
 Depressão hemodinâmica severa.
Estágio IV – Choque bulbar e morte:
 Intensa depressão do Sistema Nervoso Central;
 Bulbo centralizado com midríase total e arresponsiva à luz;
 Respiração laringotraqueal (agônica);
 Eminente parada cardíaca;
 Anoxia cerebral após 3-5 minutos com lesões cerebrais
irreversíveis;
 Coma seguido de óbito.
Anestésicos gerais inalatórios:
Gás ou líquido (com grande pressão de vapor) capaz de produzir anestesia
geral quando respirado. Temos alguns exemplos como: Éter, Clorofórmio,
Halotano e dentre outros. Os anestésicos de importância clínica são:
Halotano, Isofluorano e Sevofluorano.
O anestésico inalatório é utilizado na anestesia geral e causa hipnose,
relaxamento muscular, hiporreflexia, arreflexia e perda total temporária da
percepção dolorosa (Lembrando sempre que isso NÃO é uma analgesia, ou
seja, no pré-operatório, procedimento e pós-operatório, caso não seja
utilizado fármacos analgésicos, o paciente sentirá dor).

Propriedades físicas (Mais importantes):


- Potência e Concentração Alveolar Mínima (CAM);
- Coeficiente de partição sangue/gás;
- Coeficiente de partição óleo/gás.
Potência e CAM: A potência nada mais é que a quantidade, da
droga utilizada, que precisamos para alcançar o efeito terapêutico.
Como por exemplo, o Remifentanil é 270% mais potente que o
Fentanil, ou seja, o Remifentanil precisa de uma quantidade
menor para ter o efeito desejado.
A concentração alveolar mínima (CAM) é a concentração de gás
que faz 50% da população testada seja anestesiada. Devemos
levar em consideração que uma mínima alteração nessa CAM
pode fazer com que 90% da população durma. Temos alguns
fatores que podem aumentar e diminuir a CAM, sendo eles:
Ventilação, drogas associadas, plano anestésico e dentre outros.
Não há relação com a velocidade que o paciente irá dormir.
Tabela que será usada para o cálculo.
Cálculo de CAM:
V%: Concentração do agente (ml/dl)
(% Do anestésico em relação ao diluente. Ex: Halotano 2V% em 10L de
O2, então o Halotano corresponderá 2% desse fluxo, sendo 9800ml de O2 +
200ml de Halotano).
Sabendo que cada anestésico inalatório tem seu próprio valor de CAM
(mostrado na tabela), o cálculo será:
V% / CAM = X
Ex: Halotano em 1V%
1/0,87 = 1,14 CAM
Ex: Isoflurano
3/1,28 = 2,34 CAM
Observações: 95% dos pacientes serão anestesiados com 1,2 – 1,4
CAM.
Fatores que podem alterar a CAM:
Diminuir: Hipotermia, idade avançada, prenhez, MPA,
hiponatremia, anemia, hipóxia, hipercapnia ou hipotensão severa.
Aumentar: Hipertermia, hipertireoidismo, fármacos estimulantes e
hipernatremia.
(Fatores que não afetam a CAM: Duração da anestesia, sexo,
obesidade, hipertensão e desequilíbrios ácido-básico).
Coeficiente de partição sangue/gás:
É a solubilidade de um anestésico no sangue. Tendência ao
equilíbrio. Se o CP (Coeficiente de partição) for alto, demora para
formar um equilíbrio entre o sangue e o ar alveolar.
Cada droga tem seu próprio CP, que serão mostrados na tabela
abaixo.

Observando a tabela, é possível perceber que os coeficientes são


variados em 2,5 – 0,46, isso significa que quanto menor o
coeficiente mais rapidamente o paciente será induzido.
Exemplos:
1) CP sangue:gás do sevofluorano é 0,69 e o CP para o
desfluorano é de 0,42. Qual agente anestésico induz mais
rapidamente?
R: Desfluorano, pois seu CP é menor.
2) CP sangue:gás do sevofluorano é 0,69 e o CP para o halotano é
de 2,5. Qual agente anestésico induz mais rapidamente?
R: Sevofluorano, pois seu CP é menor.

Coeficiente de partição óleo/gás:


Inversamente proporcional à CAM e diretamente proporcional à potência.
Solubilidade na gordura, ou seja, demora para ser eliminado do organismo.
Mecanismo de ação: Não está totalmente definido. Acredita-se que eles
atuem com mais propriedade no córtex cerebral e hipocampo. Diminuem a
transmissão do estímulo ascendente da medula espinhal para o cérebro, que
deprimem o fluxo sanguíneo e o metabolismo da glicose, no mesmo.
Ação molecular: Interagem com proteínas globulares, os canais iônicos
são proteínas que regulam o fluxo de íons para membrana citoplasmática,
sendo alguns destes canais iônicos sensíveis a vários anestésicos
inalatórios, sendo eles:
 Nicotínicos;
 Serotoninérgicos;
 Glicinérgicos;
 Gabaérgicos (GABA);
 Glutamato, ativados pelo N-metil-d-aspartato (NMDA).

Anestésicos:
- Halotano
- Isofluorano
- Sevofluorano

Halotano:
CAM: 0,87%
CP sangue:gás – 2,5
Pressão de vapor (20ºC): 244 mmHg

Características gerais: Líquido incolor e não inflamável.


 Instável – se decompõe por efeito da luz;
 Conservante – Timol;
 Barato – muito usado;
 Não reage com a cal sodada;
 Solúvel na borracha;
 Odor agradável;
 Indução e recuperação tranquilas.
Efeitos Cardiovasculares:
-Efeitos dependentes da dose;
-Depressão cardiovascular;
-Aumento da automacidade – arritmias (Sensibilidade às
catecolaminas);
- Pouco frequente em equinos;
- Doenças cardiovasculares e fármacos simpatomiméticos
acentuam esses efeitos;
- Deprime o barorreflexo;
- Diminui a pressão arterial e diminui o débito cardíaco;
- Resistencia vascular sistêmica: não varia ou aumenta levemente.
Efeitos Respiratórios:
- Depressão respiratória dependente da dose;
- Aumento da PaCO2;
- Aumento do grau de depressão respiratória em equinos;
- Diminui a f (varia pouco entre 1 e 2 CAM)
- Apnéia – 2,4% ou 2,6 CAM
Outros efeitos:
- Depressão da função hepática (piora com a diminuição do fluxo
sanguíneo);
- Inibe a metabolização hepática;
- Lesões com 3 ou mais horas de anestesia;
- Diminui o fluxo sanguíneo renal (36% a 1 CAM – 73% a 2
CAM);
- Diminui a produção de urina;
- Administração de fluidos, controle da pressão arterial;
- Biotransformação hepática 20-25%;
- Ácido trifluroacético – maior metabólito (eliminado na urina);
- Relatos de hepatite e necrose hepática;
- Não é analgésico – DOR NA RECUPERAÇÃO
- Não irritante.
Hipertermia Maligna (Humanos e suínos):
- Relatada também no equino e no canino.
- Miopatica farmacogenética;
- Aumento rápido e irreversível da temperatura corpórea.
Conclusão: É um anestésico com efeitos adversos importantes que
com uma variação muito pequena de vapor aparecem com mais
intensidade, então a melhor escolha é optar pelos inalatórios mais
seguros (Isofluorano ou Sevofluorano)
Isofluorano:
CAM: 1,28%
Coeficiente sangue:gás - 1,46
Pressão de vapor (20ºC): 240 mmHg
Efeitos cardiovasculares:
- Efeitos similares aos do Halotano, porém com maior margem de
segurança;
- Sua potência é relativamente alta;
- 1,2 CAM não altera de forma acentuada a função
cardiovascular;
- Aparentemente mais hipotensor que o Halotano;
- Não induz arritmias.
Outros efeitos:
- Depressão respiratória levemente elevada à do Halotano;
- Ocasiona broncodilatação;
- Aparentemente não produz lesão hepática;
- Diminuição do fluxo sanguíneo renal e a produção de urina;
- Biotransformação 0,17%;
- Indução e recuperação mais rápida (Devido ao seu coeficiente
de sangue:gás);
- Tem sido relatado casos de recuperação agitada (sobretudo após
indução com cetamina);
- Irritação das mucosas;
- Odor desagradável.
Sevofluorano:
CAM: 2,3%
Coeficiente sangue:gás – 0,6
Pressão de vapor (20ºC): 160 mmHg
Características gerais:
- Muito similar ao Isofluorano;
- Potência média;
- Indução e recuperação muito rápidas;
- Odor quase inexistente (Melhor uso em animais selvagens);
- Biotransformação de 1 a 5%;
- Decomposição em cal sodada.
Efeitos no organismo:
- Efeitos similares aos do isofluorano;
- Mantém o fluxo sanguíneo hepático, mas reduz o renal;
- Hipertermia maligna.
Dor:
A dor é uma experiência sensorial, seu regime analgésico deve ser
adaptado para cada indivíduo, além disso, a ansiedade modula a
percepção da dor devendo também ser tratada (Bufalari et al,
2007).
A dor é um fator autolimitante, ocasionado por um estímulo
nociceptivo ou ansiedade modulando sua percepção. Quando
pacientes são hipersensíveis os estímulos de dor são sentidos
mesmo que não haja nenhuma lesão sequer.
Alguns sinais clínicos que mudam na presença de dor:
 Temperatura aumentada;
 Pulso aumentado;
 Pressão Arterial aumentada;
 Frequência Cardíaca aumentada.
As consequências da dor são:
• ESTRESSE;
• RETARDO NA CICATRIZAÇÃO;
• MENOR INGESTÃO DE ALIMENTOS E ÁGUA;
• MAIOR MORBIDADE*;
• AGRESSIVIDADE;
• IMUNOSSUPRESSÃO;
• INTERFERÊNCIA COM EIXO NEURO-ENDÓCRINO:
- AUMENTO DA ALDOSTERONA: MAIOR RETENÇÃO DE SÓDIO
- AUMENDO DE CORTISOL: HIPERGLICEMIA
- AUMENTO DE CATECOLAMINAS: ARRITMIAS, MAIOR
CONSUMO DE O2 PELO MIOCÁRDIO
- DISFUNÇÃO COGNITIVA
• ALTERAÇÕES NO TÔNUS VASCULAR PULMONAR:
- MAIOR CO2 EXPIRADO
- ATELECTASIAS
- HIPOVENTILAÇÃO
- HIPÓXIA

Classificação da dor:
Classificação do mecanismo da dor:
 Nociceptiva: Somática ou visceral (Proteção/ Alto limiar/
Localizada/ Transitória);
 Neuropática: Origem da lesão em fibra nervosa periférica ou central,
atividade ectópica de fibras aferentes e anlodinia e hiperalgesia;
 Psicogênica: Componente emocional.

DOR GRAVE: Intervenções cirúrgicas de grande porte;


DOR MODERADA: Intervenções cirúrgicas de médio porte;
DOR LEVE: Intervenções cirúrgicas de pequeno porte.

Fisiopatologia da dor:
• ANLODÍNIA: Sensação dolorosa a um estímulo ineficaz;
• ANALGESIA: Abolição da sensação dolorosa;
• ANALGÉSICO: Substância capaz de produzir analgesia;
• HIPERALGESIA: Sensibilidade extrema a estímulos dolorosos;
• NOCICEPÇÃO: Reconhecimento dos sinais dolorosos, no SNS, que
se originam em receptores sensoriais.

VIAS AFERENTES DA DOR

TRANSDUÇÃO
TRANSMISSÃO
MODULÇÃO
PERCEPÇÃO
Transdução:
- Ativação de terminais nervosos sensitivos (nociceptores)
- Conversão de energia física em energia elétrica (P.A.)

Como podemos ver no esquema acima, a lesão celular libera uma cascata
de substâncias dos processos inflamatórios, traumáticos, isquêmicos,
substâncias inflamatórias e substância P, que irão ativar o nociceptor.
Esses mediadores inflamatórios agem em sinergismo, aumenta a
sensibilidade dos nociceptores e reduzindo o limiar de excitabilidade,
culminando na sensibilização periférica.
Transmissão:
- Propagação dos impulsos nervosos, pelas fibras sensitivas até a medula
espinhal.
Fibras Delta A Fibras C
Fibras mielinizadas (condução Polimodais
rápida)  Estímulos mecânicos
 Estímulos térmicos
 Estímulos químicos
Estímulos mecânicos Fibras não mielinizadas (condução
lenta)
Estímulos térmicos repetidos Dor Crônica
Dor primária/Fisiológica

Modulação:
- Amplificação ou supressão dos sinais nervosos, que chegaram na medula
espinhal.

Estimulação contínua dos nociceptores medulares (Fibras C)


Aumentam a sensibilidade desses receptores Reduzindo
o limiar de excitabilidade.
SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL (DOR CRÔNICA)
Percepção:
SINAIS NERVOSOS
NO CORTEX
CEREBRAL
 Integração
 Processamento
 Reconhecimento

Analgesia multimodal:

Analgesia profilática:
• ANALGÉSICOS ADMINISTRADOS DE FORMA PREEMPTIVA;
• PREVENIR A SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL E PERIFÉRICA
(HIPERALGESIA), DESENCADEADO PELA NOCICEPÇÃO;
• DIMINUIÇÃO DA FREQUENCIA DE RESGATES ANALGÉSICOS
(TRANS E PÓS);
• BLOQUEIOS LOCAIS.

Monitorização Transanestésica:
A monitorização acontece para verificarmos a entrega que paciente precisa,
sendo necessário avaliar a pressão, hemogasometria, frequência cardíaca e
respiratória, plano anestésico, ASA e temperatura.
Com todos esses dados que precisamos verificar durante a anestesia, é de
extrema importância que façamos uma avaliação pré-anestésica para
verificar os valores normais do paciente. Caso seja apresentado algum risco
para a anestesia deve ser remodelado o planejamento para o procedimento
anestésico.
Particularidades das espécies na monitorização:
 Cães e gatos: Animais que mais são fáceis de monitorar de maneira
não invasiva;
 Grandes animais: Limitações nos equipamentos comum e com
alterações consideráveis nos resultados. É melhor aferir de maneira
invasiva;
 Pacientes exóticos e silvestres: Mesmas limitações que os grandes
animais.

Oxímetro de pulso:
Valores:
 > 96% é um valor anormal
 90 – 96% é um valor normal
 <90% é um valor anormal
 <70% é um valor crítico
Luz infravermelha:
 Calcula a saturação de oxigênio pela hemoglobina;
 Oxi-hemoglobina.
Pacientes com má prefusão:
 Hipotérmicos;
 Hipotensos.
Melhor leitura nas extremidades:
 Língua / Pênis / Vulva
Alguns fatores devem ser considerados, como por exemplo:
 Qualidade do monitor, porque monitores de qualidade baixa irão dar
valores incorretos que irão te atrapalhar na avaliação;
 Leitura incorreta, que ocorre por monitores de qualidade duvidosa,
paciente se movimentando e dentre outros fatores;
 Parâmetro básico para monitorização;
 Não avalia a ventilação propriamente dita.
ECG (Ecocardiograma):
Avalia o ritmo elétrico, que dita o ritmo do coração. Pode sofrer alterações
por drogas, doenças pré-existentes, como:
 Remodelamento de câmaras/arritmias;
 Tumores, pois liberam citocinas que agem no miocárdio;
 Estímulos vagais.

As ondas do ECG são:


Onda P: Despolarização atrial.
Complexo Q, R e S: Despolarização ventricular.
Onda T: Repolarização ventricular (em cães a onda T pode ser irregular).

Exemplo de ECG normal.


Sobrecarga de câmaras > não é sensível as alterações

Ritmo: Ondas rítmicas e compassadas que também podem ser chamados


de “Ritmo Sinusal”, pois o nó sinusal que provem o estímulo elétrico para
iniciar o processo de sístole e diástole. DEVE TER ONDA P.
Podemos contemplar a “Arritmia Sinusal”, que não é nada prejudicial, pois
contempla todas as ondas, mas não é compassado e acompanha o ritmo
respiratório do animal.
Bradiarritmias: Batimentos lentos, estimulado tanto por drogas ou
patologias. Pode haver ausência de onda P, a tornando grave. Presença de
escape ventricular (BAV), que é uma forma do coração fazer um “escape”
de sangue para tentar aliviar esse ritmo muito lento. O tratamento é
ATROPINA ou ESCOPOLAMINA.

Bradiarritmia:

Taquiarritmias: Batimentos rápidos demais, causando um mal


bombeamento de sangue para os vasos. São batimentos sem ondas P e
complexo QRS alterados, fazendo com que o sangue não seja totalmente
ejetado pela velocidade que recomeça a despolarização e polarização. As
“Taquiventriculares” são presentes, que é o ritmo sem a presença de onda P.
Seu tratamento é com Lidocaína e caso não funcione deve-se utilizar
Amildarona.
Taquiarritmia ventricular

Extracistole: Em um ritmo sinusal, pode ocorrer de haver um batimento


a mais e quando isso ocorre há uma parada compensatória.

Posicionamento dos eletrodos:


Limitações:
 Obesos;
 Posicionamento do paciente;
 Tamanho.
DII – Eixo elétrico – padrão para monitorar.

Pressão arterial:
É o principal parâmetro de perfusão tecidual. Os métodos de aferição
mudam conforme a espécie, equipamentos e a experiência.
PA = FC x RVS

Doppler Vascular:
Contempla apenas a pressão arterial sistólica!
Tem uma variação de 30%. Alguns fatores que interferem no seu
funcionamento pleno são o posicionamento do animal, espécie e baixo
DC / Temperatura.
A escolha e fixação do manguito deve ser correta para não alterar o
resultado. Colocação incorreta da pobre também irá alterar. A qualidade do
aparelho é importante.
Nessas imagens podemos ver uma aferição feita com o Doppler.

Oscilométrica / NIPB
Monitores multiparamétricos, que a variação de qualidade é muito grande,
ou seja, caso tenha um monitor de qualidade baixa os valores não são
NADA confiáveis. Esses aparelhos têm limitações importantes, sendo elas:
Pacientes muito pequenos, verifica apenas a pressão arterial média,
movimentos por mais mínimo que sejam irão alterar o resultado e
hipotensão.

Pressão arterial invasiva:


É o padrão ouro para aferir as pressões, pois verifica todas as pressões com
exatidão, dará um gráfico da pressão, essencial para cirurgias de animais
ASA 3 ou + e utilizada em cirurgias de grandes animais por ser o único
método de fato confiável.
Os materiais são: Cateter, PRN e uma linha invasiva.
Há um método de fazer essa aferição com materiais mais “baratos” que não
irá precisar de linha invasiva, mas é muito arriscado, utilizado apenas em
casos de extrema necessidade e que de fato não tem acesso a linha.

Sistema de “baixo” custo


As limitações desse método são:
 Canular artéria
 Alto custo
 Testes: Onda quadrada e a morfologia da onda
- Onda quadrada: Teste feito para verificar se o acesso invasivo está
colocado corretamente e se há presença de coágulo
- Morfologia da onda:
Ecocardiograma:
Método muito eficiente de monitorização e auxílio na anestesia para
visualizar o funcionamento do coração.

Capnografia:
Avalia pressão de CO2 expirada. As alterações na capnografia podem ser
consequência de diversas situações, podendo indicar diversos
problemas.
Pacientes que estão respirando muito pouco o CO2 vai se acumular,
enquanto o paciente que está hiperventilando o CO2 diminui.
Hipoventilação:
O2 = Diminui devido a poucas inspirações.
CO2 = Aumenta devido ao acúmulo no organismo e quando expirado vai
em grande quantidade.
Hiperventilação:
O2 = Diminui devido a respiração ineficiente.
CO2 = Diminui por ineficiência nas trocas gasosas.
CAUSAS -
Hipocapnia (Baixo CO2): Nível leve de anestesia, hipoxemia,
hipertermia, hipotensão, ajustes impróprios do ventilador, doença
pulmonar parenquitomatosa em estágio inicial, estágio de excitação pós-
operatório da recuperação, delírio, dor, distensão da bexiga e sepse.
Hipercapnia (Aumento de CO2): Anestesia muito profunda, doença
muscular, obstrução de via respiratória, distúrbio do preenchimento do
espaço pleural, doença pulmonar parenquimatosa em estágio tardio,
ajustes impróprios do ventilador, mau funcionamento do aparelho de
anestesio e fluxo baixo de gás fresco com circuitos não respiratórios.

Anestesicos locais:
Método de analgesia mais eficiente. Bloqueio reversível a propagação dos
impulsos elétricos nervosos, que causa o bloqueio sensorial e motor.
Anestesia locorregional.
Diminuição de efeitos adversos, porém com uma duração muito curta (30
min). Efeitos de hipersensibilidade causadas pelo Ac. Paraminobenzóico
(PABA). Características H+.
Farmacologia: Bloqueiam canais de sódio nos axônios das fibras aferentes.

Comportamento normal dos canais de sódio.

Os anestésicos locais são bases fracas, com forma molecular


(neutra) que penetra a membrana lipídica das células e a forma
protonada, que tem dificuldade em penetrar a membrana e impede
a despolarização da célula. É necessário a relação entre ambas as
formas no interior celular.

Funcionamento do Anestésico local no meio celular.

Velocidade do bloqueio: depende da fibra. No bloqueio a sequencia de


fibras 3bloqueadas é –

1. Fibras C
2. Fibras A Delta
3. Fibras A Beta
4. Fibras A Alfa

O retorno é de maneira
contraria.

Sequência do bloqueio:
Qual anestésico local utilizar?
Latência: É o tempo que o fármaco começa a agir no nervo bloqueado.
Esse valor muda conforme a concentração do fármaco utilizado.
Toxicidade: Dose toxica do anestésico, que tem relação com a
concentração. Você pode usar a dose toxica caso seja bem diluído.
Ação: Tem relação com características físico-químicas.
A efetividade do bloqueio depende do
 volume administrado;
 maior difusão - Que aumenta a rapidez e efetividade;
 lipossolubilidade - Deixa o anestésico mais tempo alojado, pela sua
afinidade, prejudicando a difusão;
 concentração - Maior concentração implica em menor latência e
maior ação, porém com mais concentração a toxicidade aumenta. O
uso de vasoconstritor retarda a absorção sistêmica,
consequentemente aumentando o período de ação;
 Extremidades – Ponta de orelha, dedo e cauda deve ter atenção para
necrose tecidual, devido a pouca vascularização nesses pontos.
Principalmente com Lidocaína + Vasoconstritor.

Os anestésicos devem ser diluídos em soluções isotônicas


(Solução fisiológica)
Anestésicos:
 Lidocaína
 Ropivacaína
 Bupivacaína
Lidocaína: Anestésico local mais utilizado na veterinária.
Baixa latência – 1 a 3 minutos;
Tempo de duração curto;
Pode ser associada com vasoconstritor;
ÚNICO ANESTESICO QUE PODE SER USADO
INTRAVENOSO;
Antiarrítmica.
Bup – Ropivacaína:
 Longa duração (6 horas);
 Latência de 20 minutos (Para bloqueio total, mas para o
bloqueio das percepções de dor é visto em 1 minuto);
 NÃO PODE SER USADA INTRAVENOSO;
 Doses menores;
 Muito mais caro, porém mais tecnológico;
 Levobupvacaína (Droga mais tecnológica, mas pelo preço é
inacessível);
 Bloqueio total de fibras C e A Delta;
 Sem dor e propriocepção presente

AGULHAS PARA BLOQUEIO:


Agulha “Tuohy”, utilizada para bloqueios mais complexos. Deve-
se sempre estar esterilizada para evitar problemas, como por
exemplo Meningite.
NEUROESTIMULADOR:
Equipamento para verificação se o nervo bloqueado está de fato
bloqueado ou se está funcional.

BLOQUEIOS NA CABEÇA DO CÃO:


Na cabeça do cão é mais simples para executar técnicas de
bloqueios locais pela facilidade de palpar os nervos craniais,
sendo bloqueios necessários para qualquer cirurgia na cabeça,
pois mesmo com opioides eles não têm tanta eficácia na região do
pescoço pra cima.

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy