Anestesiologia - 2bim
Anestesiologia - 2bim
Equipamentos:
Laringoscópio: Facilita a visualização para a intubação
orotraqueal. Em cães facilita bastante a visualização e em felinos é
indispensável pela difícil visualização das estruturas;
Sondas endotraqueais/orotraqueais: Estabelecem via aérea,
reduz risco de asfixia e ou obstruções e inflar o balonete
adequadamente. Seu tamanho varia de acordo com a espécie
podendo ser utilizado por gatos até bovinos;
Seringa plástica: Utilizada para inflar o cuff da sonda
endotraqueal. Cuidado para não causar necrose.
Instrumentos:
Máscara facial: Máscara para a passagem de gás, sendo
necessário uma máscara de tamanho específico para cada paciente,
podendo também ser uma máscara improvisada;
Lanterna: Avaliação do reflexo pupilar, que é de extrema
importância para verificar o estágio e plano anestésico;
Lidocaína gel ou spray (10%): Analgesia para a passagem da
sonda.
Aparelhos de anestesia:
Cilindros -> Contém os fluxos diluente, sendo eles:
Ar comprimido
Óxido nitroso
Oxigênio
Válvulas redutoras: Reduz a pressão dos cilindros para uma
pressão compatível com o aparelho, indo de 200 a 500 kg/cm2
para 4 kg/cm2;
Extensões (Chicote): Conduz o gás diluente;
Fluxo diluente: Oxigênio puro / Ar comprimido + oxigênio;
Rotâmetro ou fluxômetro: O rotâmetro é um dispositivo muito
utilizado na mecânica dos fluidos para medir a vazão de um gás ou líquido
em um tubo enquanto um fluxômetro é o aparelho para medição do fluxo de
saída dos gases medicinais;
Vaporizador: Existem dois tipos de vaporizador. Sendo eles:
Universal: Vaporiza qualquer agente halogenado, com exceção do
desfluorano. Não compensa o fluxo, temperatura ou pressão do ambiente.
Não permite o cálculo preciso e imediato da concentração de gás vaporizado.
Depende da pressão de vapor do anestésico em questão para vaporização.
Volatilização máxima de 30 V%.
Circuito de anestesia:
Sistemas Respiratórios avalvulares sem absorvedor:
Utilizados em anestesia pediátrica ou animais de pequeno porte.
Constituídos pelos sistemas de Mapleson (A-F)
Vantagens e desvantagens:
Fechado –
Vantagens: Melhor conservação do calor e umidade, menor
consumo de oxigênio e anestésico e poluição ambiental nula.
Desvantagens: Mudança lenta de plano anestésico e risco de
acúmulo de CO2 e pressões excessivas no interior do circuito.
Semifechado –
Vantagens: Conservação de calor e umidade razoável,
mudança relativamente rápida de plano anestésico, poluição
ambiental reduzida e menor risco de hipóxia.
Desvantagens: Resistência mecânica à ventilação.
Planos e estágios anestésicos:
Sinais e parâmetros fisiológicos que auxiliam a caracterização da
profundidade anestésica. Válidos para anestesia que promovem hipnose.
Seus fatores determinantes são: Espécie animal, fármacos utilizados, estado
fisiológico e tipo de intervenção cirúrgica.
Sinais e parâmetros avaliados:
Oculopalpebrais (Palpebral, corneal e pupilar). O paciente que está
em um plano ideal estará com o olho rotacionado independente da
espécie, porém devemos nos lembrar que caso o paciente esteja sob
efeito de neurobloqueador essa rotação não é vista;
Reflexo interdigital e digital;
Reflexo laringotraqueal;
Reflexo anal;
Alterações cardiopulmonares.
Contempla 4 planos.
1º Plano:
Começo de hipnose;
Em felinos ainda podem ocorrer delírios;
Reflexos interdigital e laringotraqueal discretos;
Reflexos palpebral e corneal presentes;
Bulbo ocular discretamente rotacionado;
Miose com resposta ao estímulo luminoso;
Início de projeção de 3ª pálpebra em pequenos animais;
Presença de nistagmo em equinos;
Salivação presente;
Normopnéia, com ritmo tóraco-abdominal;
Estabilização hemodinâmica;
Tônus muscular reduzido.
2º Plano:
Reflexo laringotraqueal ausente (discreto em felinos);
Reflexo interdigital ausente;
Reflexo palpebral muito discreto ou ausente;
Reflexo corneal presente;
Bulbo ocular rotacionado. Equinos e felinos midrializados;
Miose puntiforme;
Depressão hemodinâmica discreta;
Respiração tóraco-abdominal, profunda e rítmica;
Miorrelaxamento;
Ausência de salivação (Exceto em ruminantes).
3º Plano:
Início de midríase, com reflexo corneal reduzido;
Todos os demais reflexos ausentes;
Tendência à centralização de bulbo ocular;
Respiração abdominotorácica superficial à apnéia;
Ritmo apnêustico (inspiração curta e silencio abdominal);
Depressão hemodinâmica moderada;
Diminuição de secreções;
Miorrelaxamento total.
4º Plano:
Centralização de bulbo ocular;
Midríase;
Paralisia da musculatura abdominal e intercostal;
Apneia;
Volume minuto reduzido ou ausente;
Acidose respiratória acentuada;
Cianose por hipoventilação;
Depressão hemodinâmica severa.
Estágio IV – Choque bulbar e morte:
Intensa depressão do Sistema Nervoso Central;
Bulbo centralizado com midríase total e arresponsiva à luz;
Respiração laringotraqueal (agônica);
Eminente parada cardíaca;
Anoxia cerebral após 3-5 minutos com lesões cerebrais
irreversíveis;
Coma seguido de óbito.
Anestésicos gerais inalatórios:
Gás ou líquido (com grande pressão de vapor) capaz de produzir anestesia
geral quando respirado. Temos alguns exemplos como: Éter, Clorofórmio,
Halotano e dentre outros. Os anestésicos de importância clínica são:
Halotano, Isofluorano e Sevofluorano.
O anestésico inalatório é utilizado na anestesia geral e causa hipnose,
relaxamento muscular, hiporreflexia, arreflexia e perda total temporária da
percepção dolorosa (Lembrando sempre que isso NÃO é uma analgesia, ou
seja, no pré-operatório, procedimento e pós-operatório, caso não seja
utilizado fármacos analgésicos, o paciente sentirá dor).
Anestésicos:
- Halotano
- Isofluorano
- Sevofluorano
Halotano:
CAM: 0,87%
CP sangue:gás – 2,5
Pressão de vapor (20ºC): 244 mmHg
Classificação da dor:
Classificação do mecanismo da dor:
Nociceptiva: Somática ou visceral (Proteção/ Alto limiar/
Localizada/ Transitória);
Neuropática: Origem da lesão em fibra nervosa periférica ou central,
atividade ectópica de fibras aferentes e anlodinia e hiperalgesia;
Psicogênica: Componente emocional.
Fisiopatologia da dor:
• ANLODÍNIA: Sensação dolorosa a um estímulo ineficaz;
• ANALGESIA: Abolição da sensação dolorosa;
• ANALGÉSICO: Substância capaz de produzir analgesia;
• HIPERALGESIA: Sensibilidade extrema a estímulos dolorosos;
• NOCICEPÇÃO: Reconhecimento dos sinais dolorosos, no SNS, que
se originam em receptores sensoriais.
TRANSDUÇÃO
TRANSMISSÃO
MODULÇÃO
PERCEPÇÃO
Transdução:
- Ativação de terminais nervosos sensitivos (nociceptores)
- Conversão de energia física em energia elétrica (P.A.)
Como podemos ver no esquema acima, a lesão celular libera uma cascata
de substâncias dos processos inflamatórios, traumáticos, isquêmicos,
substâncias inflamatórias e substância P, que irão ativar o nociceptor.
Esses mediadores inflamatórios agem em sinergismo, aumenta a
sensibilidade dos nociceptores e reduzindo o limiar de excitabilidade,
culminando na sensibilização periférica.
Transmissão:
- Propagação dos impulsos nervosos, pelas fibras sensitivas até a medula
espinhal.
Fibras Delta A Fibras C
Fibras mielinizadas (condução Polimodais
rápida) Estímulos mecânicos
Estímulos térmicos
Estímulos químicos
Estímulos mecânicos Fibras não mielinizadas (condução
lenta)
Estímulos térmicos repetidos Dor Crônica
Dor primária/Fisiológica
Modulação:
- Amplificação ou supressão dos sinais nervosos, que chegaram na medula
espinhal.
Analgesia multimodal:
Analgesia profilática:
• ANALGÉSICOS ADMINISTRADOS DE FORMA PREEMPTIVA;
• PREVENIR A SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL E PERIFÉRICA
(HIPERALGESIA), DESENCADEADO PELA NOCICEPÇÃO;
• DIMINUIÇÃO DA FREQUENCIA DE RESGATES ANALGÉSICOS
(TRANS E PÓS);
• BLOQUEIOS LOCAIS.
Monitorização Transanestésica:
A monitorização acontece para verificarmos a entrega que paciente precisa,
sendo necessário avaliar a pressão, hemogasometria, frequência cardíaca e
respiratória, plano anestésico, ASA e temperatura.
Com todos esses dados que precisamos verificar durante a anestesia, é de
extrema importância que façamos uma avaliação pré-anestésica para
verificar os valores normais do paciente. Caso seja apresentado algum risco
para a anestesia deve ser remodelado o planejamento para o procedimento
anestésico.
Particularidades das espécies na monitorização:
Cães e gatos: Animais que mais são fáceis de monitorar de maneira
não invasiva;
Grandes animais: Limitações nos equipamentos comum e com
alterações consideráveis nos resultados. É melhor aferir de maneira
invasiva;
Pacientes exóticos e silvestres: Mesmas limitações que os grandes
animais.
Oxímetro de pulso:
Valores:
> 96% é um valor anormal
90 – 96% é um valor normal
<90% é um valor anormal
<70% é um valor crítico
Luz infravermelha:
Calcula a saturação de oxigênio pela hemoglobina;
Oxi-hemoglobina.
Pacientes com má prefusão:
Hipotérmicos;
Hipotensos.
Melhor leitura nas extremidades:
Língua / Pênis / Vulva
Alguns fatores devem ser considerados, como por exemplo:
Qualidade do monitor, porque monitores de qualidade baixa irão dar
valores incorretos que irão te atrapalhar na avaliação;
Leitura incorreta, que ocorre por monitores de qualidade duvidosa,
paciente se movimentando e dentre outros fatores;
Parâmetro básico para monitorização;
Não avalia a ventilação propriamente dita.
ECG (Ecocardiograma):
Avalia o ritmo elétrico, que dita o ritmo do coração. Pode sofrer alterações
por drogas, doenças pré-existentes, como:
Remodelamento de câmaras/arritmias;
Tumores, pois liberam citocinas que agem no miocárdio;
Estímulos vagais.
Bradiarritmia:
Pressão arterial:
É o principal parâmetro de perfusão tecidual. Os métodos de aferição
mudam conforme a espécie, equipamentos e a experiência.
PA = FC x RVS
Doppler Vascular:
Contempla apenas a pressão arterial sistólica!
Tem uma variação de 30%. Alguns fatores que interferem no seu
funcionamento pleno são o posicionamento do animal, espécie e baixo
DC / Temperatura.
A escolha e fixação do manguito deve ser correta para não alterar o
resultado. Colocação incorreta da pobre também irá alterar. A qualidade do
aparelho é importante.
Nessas imagens podemos ver uma aferição feita com o Doppler.
Oscilométrica / NIPB
Monitores multiparamétricos, que a variação de qualidade é muito grande,
ou seja, caso tenha um monitor de qualidade baixa os valores não são
NADA confiáveis. Esses aparelhos têm limitações importantes, sendo elas:
Pacientes muito pequenos, verifica apenas a pressão arterial média,
movimentos por mais mínimo que sejam irão alterar o resultado e
hipotensão.
Capnografia:
Avalia pressão de CO2 expirada. As alterações na capnografia podem ser
consequência de diversas situações, podendo indicar diversos
problemas.
Pacientes que estão respirando muito pouco o CO2 vai se acumular,
enquanto o paciente que está hiperventilando o CO2 diminui.
Hipoventilação:
O2 = Diminui devido a poucas inspirações.
CO2 = Aumenta devido ao acúmulo no organismo e quando expirado vai
em grande quantidade.
Hiperventilação:
O2 = Diminui devido a respiração ineficiente.
CO2 = Diminui por ineficiência nas trocas gasosas.
CAUSAS -
Hipocapnia (Baixo CO2): Nível leve de anestesia, hipoxemia,
hipertermia, hipotensão, ajustes impróprios do ventilador, doença
pulmonar parenquitomatosa em estágio inicial, estágio de excitação pós-
operatório da recuperação, delírio, dor, distensão da bexiga e sepse.
Hipercapnia (Aumento de CO2): Anestesia muito profunda, doença
muscular, obstrução de via respiratória, distúrbio do preenchimento do
espaço pleural, doença pulmonar parenquimatosa em estágio tardio,
ajustes impróprios do ventilador, mau funcionamento do aparelho de
anestesio e fluxo baixo de gás fresco com circuitos não respiratórios.
Anestesicos locais:
Método de analgesia mais eficiente. Bloqueio reversível a propagação dos
impulsos elétricos nervosos, que causa o bloqueio sensorial e motor.
Anestesia locorregional.
Diminuição de efeitos adversos, porém com uma duração muito curta (30
min). Efeitos de hipersensibilidade causadas pelo Ac. Paraminobenzóico
(PABA). Características H+.
Farmacologia: Bloqueiam canais de sódio nos axônios das fibras aferentes.
1. Fibras C
2. Fibras A Delta
3. Fibras A Beta
4. Fibras A Alfa
O retorno é de maneira
contraria.
Sequência do bloqueio:
Qual anestésico local utilizar?
Latência: É o tempo que o fármaco começa a agir no nervo bloqueado.
Esse valor muda conforme a concentração do fármaco utilizado.
Toxicidade: Dose toxica do anestésico, que tem relação com a
concentração. Você pode usar a dose toxica caso seja bem diluído.
Ação: Tem relação com características físico-químicas.
A efetividade do bloqueio depende do
volume administrado;
maior difusão - Que aumenta a rapidez e efetividade;
lipossolubilidade - Deixa o anestésico mais tempo alojado, pela sua
afinidade, prejudicando a difusão;
concentração - Maior concentração implica em menor latência e
maior ação, porém com mais concentração a toxicidade aumenta. O
uso de vasoconstritor retarda a absorção sistêmica,
consequentemente aumentando o período de ação;
Extremidades – Ponta de orelha, dedo e cauda deve ter atenção para
necrose tecidual, devido a pouca vascularização nesses pontos.
Principalmente com Lidocaína + Vasoconstritor.