SSPC DND Modelos
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ssparaconcursos.com.br
Editora:
Shellen Batista Galdino
Revisão Final:
Shellen Batista Galdino
Coordenação geral
Shellen Batista Galdino
Diagramação:
Shellen Batista Galdino
Sonalyana Jales
ISBN 978-65-995161-6-0
1. Concursos públicos - Guias de estudo 2. Redação- Concursos 3. Serviço social I. Título. II. Série.
24-215058 CDD-869
SUMÁRIO
Apresentação 5
6. Política de Saúde 73
APRESENTAÇÃO
Querido aluno/a
Você já se pegou paralisado diante de uma folha em branco, sem saber como
começar uma redação dissertativa ou resolver um estudo de caso? Essa é uma realidade
comum para muitos estudantes, especialmente aqueles que se preparam para concursos
e provas específicas, como as de Serviço Social.
Estou confiante de que, com o auxílio deste material completo, você estará
preparado para enfrentar qualquer prova escrita que surgir em seu caminho. Perder o medo
de escrever é o primeiro passo para alcançar a excelência. Então, mãos à obra e boa escrita!
Abraços,
Ética e legislação
profissional:
Código de ética, lei
de regulamentação
e projeto ético-
político
(FAFIPA/PREF. DE CAPANEMA-PR/2024)
12 Diante desse contexto, é primordial que a categoria profissional seja norteada por
13 uma perspectiva crítica, a qual reconheça esses processos históricos e contribua para
14 a construção de um novo horizonte societário. Para tanto, o projeto ético-político do
15 Serviço Social consolida e materializa uma perspectiva emancipatória e comprometida
16 com os interesses da classe trabalhadora. Além disso, dispõe de normas, princípios e
17 objetivos que direcionam o fazer profissional e as relações dos/das assistentes sociais
18 com os usuários dos serviços.
19 Dessa maneira, uma das competências do/a assistente social é elaborar, implementar,
20 executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, seja direta
21 ou indireta, além de empresas, entidades e organizações populares. Essa competência
22 representa a possibilidade de viabilizar os direitos sociais da população e democratizar
23 o conhecimento técnico e especializado do Serviço Social reforçando o quanto a
24 profissão possui competência não só para operacionalizar as políticas sociais, como
25 também para construí-las.
26 Nessa conjuntura, um dos limites impostos ao exercício profissional para a qualidade
27 dos serviços prestados à população pode ser relacionado ao desmantelamento
28 das políticas sociais provocado pelo neoliberalismo, o que conduz a uma falta de
29 investimentos e de recursos suficientes para a área social, além disso, a autonomia
30 relativa dos assistentes sociais no âmbito das instituições também estabelece limites
31 quanto à condução do trabalho profissional.
32 Portanto, na particularidade da sociedade contemporânea o Serviço Social se depara
33 com desafios que exigem dos profissionais a capacidade de responder às demandas
34 emergentes sem perder de vista os pressupostos éticos-políticos e a capacidade crítica
35 para decifrar a realidade.
(AOCP/IEMA-ES/2023)
A Assistente Social do Iema está recebendo, pela primeira vez, uma estudante para a
realização de seu estágio curricular obrigatório em Serviço Social. Após as orientações iniciais
e ambientação, a profissional, além de se dispor a supervisionar atividades práticas, propôs
fornecer textos e normativas relativos à profissão nesse espaço sócio-ocupacional para leitura
e posterior discussão conjunta. O primeiro material recomendado foi o Código de Ética do
Assistente Social de 1993. Considerando o Código de Ética do Assistente Social vigente e a Lei
de Regulamentação da Profissão, redija um texto que:
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(AOCP/EMBASA-BA/2022)
CFESS. O que é preconceito? Série Assistente social no combate ao preconceito. Caderno 1. Brasília: CFESS,
2016, p. 8.
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(IBADE/IPERON-RO/2017)
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(FGV/TJ-DFT/2023)
O assistente social Tiago trabalha em uma escola particular voltada para o ensino de nível
médio. Foi procurado pelos pais de Márcio, um estudante de 15 anos portador de deficiência
auditiva. Estes pais solicitam a mediação de Tiago junto à Direção da escola no sentido de que
seja viabilizada tecnologia assistiva e equipamentos adequados ao seu filho, a fim de que ele
possa acompanhar as aulas com as mesmas possibilidades que os outros estudantes. Tiago vai
conversar com a Diretora da escola, e esta lhe informa que, por se tratar de uma instituição
privada, não possui a obrigatoriedade de fornecer nenhum tipo de equipamento para estudantes
com deficiência, e que esta deveria ser responsabilidade exclusiva dos pais de Márcio. Tiago
convoca os pais de Márcio para uma reunião, na qual expõe o que a Diretora da escola lhe
informou, orientando-os a adquirirem o(s) equipamento(s) necessários, a fim de que Márcio não
seja prejudicado no acompanhamento das aulas
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18 serviço de qualidade.
19 Por outro lado, as vedações impostas pelo código visam proteger a integridade
20 ética do assistente social, proibindo práticas como a falsificação de declarações, o
21 exercício ilegal da profissão e revelar o sigilo profissional. Importante ressaltar que o
22 código de ética é regulamentado por lei, sendo assim essas vedações cooperam para
23 o compromisso profissional, honestidade e legalidade na atuação profissional.
24 Por fim, o Código de Ética Profissional do/a Assistente Social possui um papel
25 fundamental na regulamentação e na promoção da ética e na qualidade dos
26 serviços prestados pelos profissionais. Não apenas orientando a conduta individual
27 profissional, mas também fortalecendo a relevância social do serviço social e
28 garantindo a consolidação da cidadania de todos.
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(QUADRIX/CRESS-DF/2021)
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Instrumentos,
instrumentalidade e
interdisciplinaridade
no trabalho
profissional
(UFG/MPE-AC/2023)
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(FGV/SENADO/2022)
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(FGV/TJ-RJ/2014)
Discorra sobre o estudo social realizado por assistentes sociais a partir dos
pressupostos ético-políticos e teórico-metodológicos hoje hegemônicos no
Serviço Social brasileiro.
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(QUADRIX/CRESS-AM/2024)
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Enchentes simultâneas atingem vários países ao mesmo tempo, espalhados pelo mundo.
Em setembro de 2023, o Brasil, a Grécia, a Espanha, a Turquia, a Bulgária e Hong Kong, cidade
que registra as piores chuvas em 140 anos, contam as mortes em meio às inundações. No Rio
Grande do Sul, as mortes já chegam a 41, principalmente na região do Vale do Taquari, após
a passagem de um ciclone devastador. Chuvas intensas e ventos fortes causaram destruição e
deixaram localidades submersas, com milhares de pessoas desabrigadas. Este é um de uma série
de desastres climáticos que se sucederam nos últimos meses no Brasil, e o mais mortal do Rio
Grande do Sul.
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(CONSULPLAN/DPE-PR/2024)
1 O/a Assistente Social atua nas mais variadas expressões da questão social, o que exige
2 um amplo conhecimento teórico, ético e técnico na perspectiva dos direitos humanos
3 e da diversidade, da viabilização dos direitos com eficiência e responsabilidade.
4 A ética profissional é crucial para o trabalho profissional, pautada no código de ética
5 e no projeto ético-político, que incentivam o trabalho em equipe para o atendimento
6 integral, o respeito aos usuários e as suas decisões e também o sigilo profissional. No
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7 trabalho em equipe, o/a assistente social irá colaborar com estudos sociais, análises
8 das expressões da questão social, do contexto familiar, das potencialidades e limites
9 dos vínculos estabelecidos, através de entrevistas e visitas institucionais na rede.
10 Realizando assim o atendimento integral com qualidade.
11 O/a assistente social atua na viabilização de direitos para os mais variados grupos
12 em situação de vulnerabilidade, especialmente com crianças e adolescentes, pessoas
13 idosas, entre outros, logo, só é possível realizar um atendimento integral a partir de
14 um conhecimento técnico, procedimental e teórico, que articule esses elementos com
15 os marcos legais, como por exemplo, do Estatuto da Criança do Adolescente, da Lei
16 Maria da Penha, Estatuto da Pessoa Idosa e muito mais.
17 Sem compreender as legislações é praticamente impossível viabilizar direitos
18 garantidos, para analisar cada caso, será necessário este arcabouço não só para
19 produzir documentos técnicos como laudos e relatórios, mas para o encaminhamento
20 e acompanhamento dos caso junto com a rede de proteção.
(FGV/TJ-RO/2021)
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1 A saúde não é apenas algo biológico; possui também determinantes sociais que
2 impactam, seja em questões de trabalho, recursos financeiros, habitação, meio
3 ambiente, alimentação, transporte, enfim, tudo resvala no processo saúde-doença.
4 Assim, a questão social, enquanto conjunto das desigualdades sociais e resistências
5 que ocorrem com a classe subalterna, tem rebatimentos na saúde.
6 Uma exemplificação de determinantes da questão social na saúde é a insegurança
7 alimentar, que pode trazer inúmeras comorbidades e evoluir para diversas doenças
8 mais complexas. Infelizmente, a população sem recursos e subsídios não tem condições
9 de acessar uma alimentação saudável no Brasil, tendo que consumir alimentos mais
10 baratos e com poucos nutrientes, muitos com altos níveis de agrotóxicos, já que os
11 sem conservantes e agrotóxicos costumam ser extremamente mais caros e de difícil
12 acesso.
13 O Projeto Ético-Político da profissão e os valores da reforma sanitária são basilares
14 na compreensão deste cenário em sua amplitude, retirando a responsabilização das
15 famílias e analisando em sua totalidade, pois geralmente se tratam do não acesso às
16 políticas e programas sociais, o que configura um cenário de desproteção social. Logo,
17 é fundamental refletir que a proposta de intervenção na saúde requer não apenas
18 o acolhimento e encaminhamento aos benefícios, mas também uma abordagem
19 educativa e pedagógica na perspectiva da socialização das informações e de processos
20 reflexivos sobre os direitos sociais.
21 Na intervenção do serviço social, podem ser usadas abordagens individuais e grupais,
22 sendo necessário para isso um ambiente apropriado, com iluminação, ventilação e
23 também com a possibilidade de realizar atendimentos sigilosos com portas fechadas
24 para garantir a privacidade e intimidade, segundo resolução do CFESS nº 493/2006.
25 Sendo assim, o cenário em tela da sala da assistente social não garante o sigilo, haja
26 vista que todos podem ouvir, e está violando preceitos éticos de garantia à privacidade
27 e intimidade, sendo necessário notificar por escrito a instituição sobre a situação e
28 solicitar providências. Caso a instituição não dê retorno ao profissional e não sane as
29 inadequações, caberá a este acionar o Conselho Regional de Serviço Social, também
30 por escrito.
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(QUADRIX/IDURB/2020)
O agir profissional deve ser antecedido pelo pensar sobre os valores que impregnam as
ações do serviço social, sobre as respostas que a profissão vem dando às demandas postas
e sobre as direções que orientam tais demandas.
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(FGV/TJ-GO/2014)
O que faz um assistente social? Seja no campo empresarial ou em outras formas de exercício
profissional, o assistente social, formado pelo curso de Serviço Social, tem como objetivo amparar
pessoas que de alguma forma não têm total acesso à cidadania, ajudando-as a resolver problemas
ligados à educação, habitação, emprego, saúde. É uma profissão de cunho assistencial, ou seja,
voltada para a promoção do bem-estar físico, psicológico e social. Essa é a explicação dada pelo
Guia do Estudante, publicado pela Editora Abril. É essa a imagem que o cidadão brasileiro
possui do assistente social? Que fatores concorrem para essa visão?
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(AOCP/SEMAD-PA/2020)
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(CONSULPLAN/CBTU-RL/2014)
Discorra com base na perspectiva dos fundamentos teórico-metodológico,
ético-político e técnico-operativo do Serviço Social que balizam o projeto
ético-político hegemônico na atualidade, sobre os principais desafios, as
demandas e as possibilidades para o exercício profissional do assistente social
em uma empresa, tendo em vista suas atribuições e competências.
1 O Serviço Social pautado pelo seu projeto ético político tem como base o
2 fortalecimento e articulação das dimensões: ético-política, teórico-metodológica e
3 técnico-operativa. O que significa que elas são indissociáveis e contribuem para uma
4 intervenção comprometida, qualificada e ética. Sob essa perspectiva, o (a) assistente
5 social enfrenta diversos desafios ao exercer sua atividade em uma empresa, onde
6 suas atribuições e competências são postas à prova diante das demandas sociais e das
7 dinâmicas organizacionais.
8 Nesse sentido, apesar do exercício profissional do (a) assistente social precisar moldar-
9 se às necessidades e requisições dos diferentes espaços sócio-ocupacionais e ter uma
10 relativa autonomia, ele precisa considerar essas três dimensões para não incorrer em
11 intervenções enviesadas e ultrapassadas.
12 No âmbito das demandas institucionais nas empresas capitalistas, o Serviço Social
13 é solicitado a exercer atividades pautadas no gerenciamento de recursos humanos,
14 ou seja, ocorre um trabalho de cunho educativo que se volta à preocupação com os
15 problemas que interferem na produtividade no interior dos processos de trabalho
16 da empresa. Além disso, os (as) assistentes sociais são demandados a administrar
17 os benefícios sociais fornecidos aos trabalhadores, além de orientá-los quanto às
18 melhores formas de lidar com as exigências da empresa.
19 Assim é imprescindível compreender que a profissão está intrinsecamente ligada aos
20 interesses das classes sociais antagônicas que constituem a estrutura da sociedade
21 capitalista, e sua intervenção pode influenciar diretamente na reprodução da força de
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trabalho. Dessa forma, ao orientar sua atuação pelo projeto ético-político da profissão,
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o assistente social atua de maneira mais coerente e crítica, independentemente do
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contexto sócio-ocupacional em que esteja inserido (a).
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(CEPUERJ/UERJ-RESIDÊNCIA/2018)
De acordo com Ramos (2013), os instrumentos e técnicas operados pelo assistente social
dão materialidade às políticas sociais no cotidiano institucional. Tradicionalmente, o plantão
social é o instrumento que vem sendo mais utilizado no trabalho do assistente social tanto no
campo da saúde quanto em outras áreas. Com base nos argumentos da autora, discorra sobre
esse instrumento considerando:
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1 Historicamente, o Serviço Social foi inserido no âmbito das instituições para lidar
2 com os conflitos entre o empresariado e a classe trabalhadora, o enfoque tradicional
3 era no controle da força de trabalho. Entretanto, ao longo do tempo as demandas
4 se complexificam exigindo cada vez mais um profissional munido de competência
5 técnica e teórica.
6 As demandas institucionais referem-se às necessidades específicas que surgem no
7 cotidiano das instituições, podem variar amplamente e estão ligadas às características
8 e particularidades de cada uma. Em vista disso, podemos dizer que hoje temos
9 uma junção entre as demandas tradicionais e atuais, pois o Serviço Social continua
10 sendo solicitado para atenuar conflitos e atender necessidades imediatas, no entanto,
11 articulando essas exigências ao seu compromisso com a classe trabalhadora e ao
12 projeto ético-político. Assim, é necessário que o profissional seja crítico e propositivo
13 para atender às requisições institucionais, mas sem reproduzir situações de descaso
14 com os usuários dos serviços.
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1 O plantão social representa uma oportunidade de acesso rápido e direto dos usuários
2 aos serviços e recursos disponíveis nas instituições, sendo considerado como porta
3 de entrada. Permite ao/à assistente social estar presente no momento em que as
4 demandas se apresentam, oferecendo suporte, orientação, encaminhamento e, quando
5 necessário, intervenção direta para lidar com situações de crise ou de urgência.
6 No entanto, o trabalho do/a assistente social no âmbito do plantão social não se
7 resume a atender demandas imediatas, apesar dessas demandas serem uma realidade
8 nessa esfera. É necessário que o profissional tenha um bom aporte teórico e crítico
9 para atuar com tais demandas por meio de respostas profissionais qualificadas e
10 capazes de romper com a prática seletiva e fragmentada.
11 Em suma, podemos dizer que o plantão social se configura como um instrumento
12 fundamental e estratégico tanto para a ação profissional do assistente social quanto
13 para o atendimento das demandas dos usuários, pois através dele é possível que a
14 população conheça e tenha acesso a outros serviços além daqueles ofertados para
15 atender suas demandas imediatas.
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Questão Social e
contemporaneidade
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(AOCP/CODEBA/2024)
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(FGV/TJ-DFT/2022)
“Os(as) assistentes sociais atuam nas manifestações mais contundentes da questão social, tal
como se expressam na vida dos indivíduos sociais de distintos segmentos das classes subalternas
em suas relação com o bloco do poder e nas iniciativas coletivas pela conquista, efetivação e
ampliação dos direitos de cidadania e nas correspondentes políticas públicas.” (Iamamoto, 2009).
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(CONSULPLAN/PREF. ARARAQUARA-SP/2023)
Discorra acerca das novas configurações da questão Social na era das finanças
e sua relação com o serviço social.
1 A configuração da questão social na era das finanças é marcada por uma série de
2 transformações profundas que impactam diretamente a vida da classe trabalhadora
3 e a atuação do Serviço Social.
4 Nesse contexto, os avanços tecnológicos e a globalização desempenham um papel
5 fundamental na transformação dos padrões econômicos e sociais, levando à
6 emergência de profundas desigualdades. A financeirização, como resultado desses
7 avanços, se torna um fenômeno central. Caracterizada pela crescente influência e
8 dominância das atividades financeiras na economia, a financeirização amplifica as
9 disparidades econômicas e sociais. Sob o paradigma da financeirização, as políticas
10 neoliberais promovem a desregulamentação econômica e favorecem a maximização
11 dos lucros em detrimento da viabilização de direitos para a classe trabalhadora.
12 Nesse sentido, os (as) profissionais de Serviço Social atuam na intervenção junto
13 às expressões da questão social na contemporaneidade, identificando as principais
14 demandas e necessidades da população em situação de vulnerabilidade social, bem
15 como desenvolvem estratégias de intervenção pautados nas políticas sociais que visam
16 minimizar as desigualdades e promover o acesso aos direitos fundamentais.
17 No entanto, a atuação do Serviço Social na era das finanças enfrenta uma série de
18 desafios, incluindo a falta de recursos e investimentos adequados em políticas sociais,
19 a burocratização e a precarização das condições de trabalho dos (as) profissionais,
20 bem como a criminalização e a estigmatização dos segmentos mais vulneráveis da
21 população.
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Diante desse cenário, é fundamental que os (as) profissionais de Serviço Social atuem
23
de forma crítica e comprometida com a defesa dos direitos humanos e a promoção
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da justiça social. A profissão deve buscar articulações com outros segmentos e
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movimentos sociais, a fim de desenvolver estratégias de resistência e enfrentamento
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às políticas neoliberais e aos discursos que culpabilizam as vítimas da exclusão social.
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(FGV/MPE-GO/2022)
no
Deverá conter o máximo
mínimo dede
2020 linhas.
linhas e máximo de 30 linhas.
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(IBADE/PREFEITURA DE ITAPEMIRIM-S/2019)
A questão social nas décadas de 1920 e 1930 está diretamente relacionada ao aparecimento
do trabalho livre, das relações contratuais capitalistas, numa sociedade em que a escravidão é
uma marca recente no cenário nacional.
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(IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS/2018)
Nela vemos um julgamento sobre a pobreza, que, como sabemos, afeta grande parcela da
população mundial e brasileira. Partindo da análise da teoria crítica do Serviço Social sabemos
que a pobreza é uma das expressões da questão social. Ancorado no pensamento de Iamamoto
(2001) escreva um texto de natureza dissertativa – argumentativa destacando o que pode ser
compreendido como questão social, qual seria a principal raiz de fundação da questão social e
qual o tratamento conferido pelo Estado à questão social partindo dos processos de reforma do
Estado difundido pelos ideais neoliberais.
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6 Inicialmente é tratada como caso de polícia para só depois ser objeto de intervenção
7 do Estado por meio de políticas públicas. Diante disso, Iamamoto considera a questão
8 social como expressão do processo de formação e desenvolvimento da classe operária
9 e do seu ingresso no cenário político, representando a desigualdade social e econômica
10 vivenciada por estes através do acesso desigual à riqueza socialmente produzida.
11 Nesse sentido, consideramos a questão social como sendo a matéria-prima do serviço
12 social e o seu objeto de trabalho, haja vista que atuamos nas políticas sociais que
13 emergem para dar respostas a esse cenário. Logo, os processos de trabalho do/a
14 assistente social estão relacionados à sua intervenção nas expressões da questão social
15 e ao cenário contraditório que ela está inserida, o que traz uma contradição profunda
16 a exercício do trabalho e nas respostas que são dadas.
17 Na esfera contemporânea de reforma do Estado e incorporação do ideário neoliberal,
18 há um aprofundamento das desigualdades sociais resultantes da lógica do mercado
19 capitalista, o qual potencializa as expressões da questão social como a pobreza, a
20 violência, e o desemprego, por exemplo. Nesse contexto, há uma desresponsabilização
21 do Estado com a área social e a preocupação principal passa a ser a preservação da
22 regulação da economia. Dessa forma, a intervenção estatal via políticas públicas ocorre
23 de modo focalizado, descentralizado e privatizado. Com isso, há uma despolitização
24 das desigualdades sociais, um incentivo ao individualismo e o desmonte das políticas
25 de proteção social.
26 Em vista disso, é evidente que a pobreza é uma consequência da desigualdade
27
sistêmica perpetuada pelo capitalismo, não uma escolha individual, portanto deve ser
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compreendida como uma questão estrutural, e sua superação requer a superação da
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busca enlouquecida pelo lucro e pensar políticas estruturais de distribuição de renda
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ou mesmo substituição do sistema vigente.
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(CEBRASPE/DP-DF/2020)
Para o serviço social, a última década do século XX, bem como as duas primeiras do
século XXI, constituem, com particularidades, um cenário de afronta ao seu projeto profissional,
com implicações factuais para as suas dimensões ideológica, formativa e interventiva, em que
chamamos atenção para as investidas do capital, com a anuência do Estado em estabelecer novos
pactos e parâmetros para o atendimento das necessidades sociais - sem romper com a lógica da
acumulação e da racionalidade do lucro.
Ana Elizabete Mota. Questão Social e Serviço Social: um debate necessário. In: O mito da assistência social:
ensaios sobre Estado, política social e sociedade. 4.a ed. São Paulo: Cortez, 2010 (com adaptações).
1 Nos últimos anos, a sociedade brasileira tem sido palco de intensas transformações
2 que impactam diretamente o trabalho do (a) assistente social. Sob a influência de
3 uma nova onda conservadora de contrarreformas, as demandas institucionais e as
4 respostas profissionais têm sido profundamente afetadas.
5 Primeiramente, a nova onda conservadora de contrarreformas tem imposto
6 sérios desdobramentos sobre a “questão social”. Nesse sentido, políticas sociais
7 historicamente conquistadas estão sendo desmontadas pela ofensiva neoliberal.
8 Além disso, a precarização estrutural do trabalho e a perda de direitos têm impactado
9 diretamente a atuação dos (as) assistentes sociais, que acabam submetidos a lógica
10 meramente técnica e instrumental.
11 Diante desse cenário desafiador, é fundamental que o (a) assistente social se engaje em
12 possibilidades de lutas e resistências na defesa da direção social do projeto profissional.
13 Isso envolve a mobilização em defesa dos direitos sociais e a participação ativa em
14 movimentos sociais.
15 Portanto, é somente através da mobilização e do engajamento coletivo que será
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(IBADE/IPERON-RO/2017)
1 No âmbito do Serviço Social a teoria marxista tem fornecido uma base teórica
2 fomentada na perspectiva de totalidade, a qual mune a categoria de um compromisso
3 com os interesses da classe trabalhadora, portanto de uma perspectiva de classe que
4 leva em consideração o reconhecimento dos rebatimentos das estruturas econômicas,
5 sociais e políticas.
6 Diante disso, a abordagem marxista oferece ao Serviço Social a capacidade de realizar
7 análises críticas e concretas da realidade. Apesar das opressões impostas pelo sistema
8 capitalista, essa base teórica reafirma o compromisso da profissão com a busca pela
9 emancipação humana e justiça social, fortalecendo sua posição na defesa dos direitos
10 e a busca pela emancipação humana e compromisso social.
11 Em contrapartida, a corrente pós-moderna se caracteriza no âmbito do Serviço
12 Social, como uma abordagem que fragmenta as ações, sobretudo, por colocar os
13 aspectos subjetivos acima do reconhecimento de classe, levando a ações pontuais e
14 pautadas no imediatismo.
15 Nesse contexto, há uma materialização do conservadorismo, pois ocorre uma
16 supervalorização da prática com intervenções aligeiradas e baseadas na aparência
17 e não na essência. Portanto, podemos dizer que a agenda pós-moderna é composta
18 por narrativas que afastam o profissional do seu projeto ético-político, enquanto que
19 a perspectiva marxista o aproxima.
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(IDECAN/SEMTAS-RN/2016)
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(FGV/TJ-RJ/2014)
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Política Social e
Seguridade
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(CONSULPLAN/PREF. ARARAQUARA-SP/2023)
Elabore um texto sobre as políticas sociais no contexto da crise capitalista.
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(FGV/FHEMIG/2023)
Leia oo fragmento
Para serviço social,
e responda
a última aosdécada
itens a do
seguir.
século XX, bem como as duas primeiras do
século
A Constituição
XXI, constituem,
Federal decom1988,
particularidades,
define Seguridade um Social
cenáriocomo
de afronta
o conjunto
ao seuintegrado
projeto profissional,
de ações de
com implicações
iniciativa dos Poderes
factuais
Públicos
para easdasuas
sociedade
dimensões
destinado
ideológica,
a assegurar
formativa
os direitos
e interventiva,
relativos àemsaúde,
que
àchamamos
previdência atenção
e à assistência
para as investidas
social. Assim,
do capital,
a Seguridade
com a anuência
Social visadoa Estado
promover emoestabelecer
estabelecimento
novos
pactos
de umaesociedade
parâmetros mais
paraigualitária,
o atendimento
agindodascomonecessidades
um sistemasociais
de proteção
- sem romper
social. Segundo
com a lógica
Sposati
da
acumulação
(2013): o modelo
e da brasileiro
racionalidade
de proteção
do lucro.social não partiu do reconhecimento universal enquanto
direito de todos os trabalhadores; sua lógica seletiva foi incluindo paulatinamente segmentos da
Ana Elizabete
força Mota. ativa.
de trabalho QuestãoAfirma
Social eainda
Serviço Social:
que: um debate necessário.
“demandatários In: O mito
de proteção da assistência
social” social:
são inúmeras
ensaios sobre Estado, política social e sociedade. 4.a ed. São Paulo: Cortez, 2010 (com adaptações).
vezes nominados como inválidos.
63
(FGV/TJ-RN/2023)
Tendo em vista as transformações que marcam o capitalismo nos últimos trinta anos,
disserte sobre as alterações nos direitos sociais e as novas expressões da “questão social” no Brasil
e seus impactos para o trabalho do assistente social a partir das análises de José Paulo Netto e/ou
Marilda Iamamoto, considerando:
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(IBFC/IDAM/2019)
65
Serviço Social
e Política de
Assistência Social
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(CEBRASPE/MPE-TO/2024)
Maria tem 94 anos de idade e reside sozinha em uma cidade do interior distante 493 km
da capital de seu estado. Não há familiares residentes na sua cidade. Ela tem três netos: um reside
na capital do estado, um fora do estado e outro no exterior. Maria é aposentada pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) e recebe benefício de um salário mínimo. Ela necessita de
cuidados qualificados, dada sua idade avançada e suas condições de saúde. Diante dessa situação,
a família optou por levar Maria para a capital, onde reside um dos seus três netos, filhos de seu
único filho, já falecido. Embora o neto de Maria residente na capital tivesse disponibilidade afetiva
para a efetivação de vínculo e a garantia do direito à convivência familiar, sua renda, oriunda de
atividades informais na construção, é instável e mínima para o atendimento de suas necessidades
cotidianas de alimentação, saúde, moradia, transporte e outros gastos. Em decorrência da
incompatibilidade da renda per capita da família para custear serviço de cuidadores para Maria,
e com o intuito de garantir-lhe acompanhamento e cuidados protetivos, a família optou, então,
por colocá-la uma instituição de longa permanência (ILPI) pública, tendo solicitado atendimento
junto ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município da capital, no âmbito
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), para a realização do Cadastro Único e para a
avaliação socioeconômica da família. Após a realização da visita domiciliar, a assistente social
comunicou verbalmente à família que Maria não era elegível à política de assistência social,
bem como que ela não teria direito a uma vaga em uma ILPI. A assistente social se absteve de
elaborar relatório ou emitir parecer sobre o estudo social de Maria
1 A conduta adotada pela profissional fere os princípios éticos fundamentais, uma vez
2 que ela não se posiciona em favor da equidade e justiça social, ou mesmo em prol da
3 universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas sociais.
4 A política de assistência social busca garantir a proteção social e a prevenção da
5 incidência de riscos, dentre outros, relacionados à velhice. Além disso, o Estatuto
6 da Pessoa Idosa prevê o envelhecimento como um direito personalíssimo e a sua
7 proteção um direito social, sendo um dos direitos fundamentais a assistência social.
8 Observa-se que a atitude da profissional ao negar o acesso ao direito e também
9 não fornecer a documentação técnica fere a ética e não demonstra compromisso
10 com a qualidade dos serviços prestados e com a eficiência. Ademais, é proibido
67
11 bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas instituições, logo, tal
12 conduta é desprovida de responsabilidade e pode acarretar penalidades como multa,
13 advertência, suspensão ou cassação do registro, conforme o Código de Ética. Ademais,
14 a não viabilização da garantia de prioridade da idosa pode ocasionar multa civil e até
15 reclusão, considerando a omissão de atendimento sem justa causa.
68
(FUNDEP/DPE-MG/2023)
TEXTO I
Sistema Único de Assistência Social
A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, instituído pela Constituição
Federal de 1988. A partir de 1993, com a publicação da Lei Orgânica da Assistência Social –
LOAS, é definida como Política de Seguridade Social, compondo o tripé da Seguridade Social,
juntamente com a Saúde e Previdência Social, com caráter de Política Social articulada a outras
políticas do campo social. A Assistência Social, diferentemente da previdência social, não é
contributiva, ou seja, deve atender a todos os cidadãos que dela necessitarem. Realiza-se a partir
de ações integradas entre a iniciativa pública, privada e da sociedade civil, tendo por objetivo
garantir a proteção social à família, à infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças
e adolescentes carentes; à promoção da integração ao mercado de trabalho e à reabilitação
e promoção de integração à comunidade para as pessoas com deficiência e o pagamento de
benefícios aos idosos e às pessoas com deficiência. Em 2005, é instituído o Sistema Único de
Assistência Social – SUAS, descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do
conteúdo específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira. O Sistema
organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A primeira é a Proteção
Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas,
projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. A
segunda é a Proteção Social Especial, destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em
situação de risco e que tiveram seus direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos,
abuso sexual, uso de drogas, entre outros aspectos.
69
70
71
(FCC/ALAP/2021)
72
73
Política de Saúde
74
(CS-UFG/PREF. GOIATUBA-GO/2023)
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76
77
78
(FCC/ALAP/2021)
A Assembleia Legislativa recebeu uma consulta sobre a constituição do Fórum dos Usuários
da Saúde no Estado do Amapá.
A banca
Deverá conter
deu 40nolinhas
mínimo
para
20 linhas
o candidato
e máximo de 30 linhas.
79
(CEPUERJ/UERJ-RESIDÊNCIA/2018)
80
81
(CS-UFG/UFG/2018)
83
(IADES/HEMOCENTRO/2017)
1 A anemia falciforme é uma doença genética muito comum no Brasil, com elevada
2 prevalência na população negra. É necessário que o atendimento para ela envolva
3 uma equipe multidisciplinar e leve em consideração os determinantes sociais do
4 processo saúde-doença.
5 Nesse sentido, um dos principais aspectos sociais relacionados à vida das pessoas
6 que são diagnosticadas com a doença, se refere a falta de conhecimento sobre a
7 anemia falciforme pela sociedade, o que gera situações envolvendo a discriminação
8 e estigma, simplesmente pelo desconhecimento acerca dessa condição.
9 Diante do caso mencionado, a/o assistente social, por meio da abordagem social,
10 será responsável por realizar uma leitura crítica da realidade desse usuário e dos
11 aspectos sociais relacionados ao caso. Por meio de uma intervenção socioeducativa,
12 o/a profissional realizará as orientações necessárias através da socialização de
13 informações e instruções quanto aos respectivos direitos da pessoa afetada pela
14 doença.
15 Entre os direitos garantidos pelo poder público para as pessoas com anemia falciforme
16 estão: a garantia à assistência médica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como,
17 o acesso gratuito de determinados medicamentos necessários para o tratamento.
18 Além disso, no âmbito da previdência social, caso a pessoa não esteja em condições
19 de exercer temporariamente as suas atividades no trabalho, é possível solicitar ao
84
20 Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) o auxílio doença e caso seja comprovado
21 que não pode mais retornar às mesmas em decorrência da sua condição, é possível
22 solicitar a aposentadoria por invalidez. É importante mencionar também que é um
23 direito da população que a doença seja identificada em recém-nascidos para que ela
24 possa ser tratada precocemente, evitando assim o seu agravamento.
25 Portanto, ainda que o usuário esteja sendo atendido na política de saúde, é papel do/
26 da assistente social orientá-lo quanto aos seus direitos, tanto no interior da instituição
27 onde ele está sendo atendido, quanto no que se refere às demais políticas públicas
28 que lhe possibilitem uma melhoria da sua qualidade de vida. Desse modo, a ação
29 profissional nesse contexto, assim como em qualquer outro, precisa ser comprometida
30 com a reflexão crítica sobre o fazer profissional e alinhada com as bases ético-políticas
31 para que assim, as pessoas que possuam essa doença possam exercer a sua cidadania
32 de forma mais ampla.
85
(IBFC/MGS/2016)
1 De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social ninguém pode ter atendimento
2 barrado por falta de documentos pessoais. O documento "Direitos do Morador de
3 Rua: um guia na luta pela dignidade e cidadania" do Ministério Público do Estado de
4 Minas Gerais aborda os direitos da população em situação de rua, incluindo acesso
5 aos serviços de saúde. Mesmo sem documentos, endereço fixo ou acompanhante,
6 uma pessoa em situação de rua deve ser atendida pela Política Social de Saúde,
7 pois a saúde é um direito fundamental, e a falta de documentação não pode ser um
8 obstáculo para o acesso a serviços básicos de saúde. Nesse sentido, os profissionais de
9 saúde devem garantir atendimento a todos de maneira digna e humanizada.
86
Serviço Social e
Educação
87
(FGV/SEE-MG/2023)
88
(VUNESP/UNICAMP-SP/2021)
A inserção do Serviço Social na Educação pode contribuir para ações que a tornem uma
prática de inclusão social, de formação da cidadania e emancipação dos sujeitos sociais. Tanto a
Educação como o Serviço Social trabalham diretamente com as oportunidades de as pessoas se
tornarem conscientes e capazes de compreender criticamente as estruturas nas quais a escola está
inserida. Diante da predominante estruturação verticalizada e pouco democrática desse espaço,
a atuação do/a assistente social deve voltar-se para processos e estratégias de âmbito coletivo.
Trata-se de uma dimensão do trabalho profissional relativa ao envolvimento dos diversos sujeitos,
de dentro e de fora da escola, que interferem na dinâmica e gestão da educação.
89
90
(VUNESP/UNESP/2021)
Voltada para a rede pública de educação básica, no ano de 2019 foi aprovada a lei que
dispõe sobre o Serviço Social na área da Educação. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
sistematizou subsídios orientadores para atuação de assistentes sociais na Política de Educação,
alcançando também as universidades. Com base no documento elaborado pelo CFESS, discorra
sobre:
1 O Serviço Social é uma profissão capacitada para intervir nas variadas expressões
2 da questão social e possui legitimidade para atuar no âmbito da educação. Uma
3 das dimensões que particularizam a sua intervenção nessa área é a sua luta pela
4 ampliação da política de educação como um direito social.
5 Assim, mesmo diante das diversas expressões da questão social na educação, o Serviço
6 Social é uma profissão com habilidades e competências para articular intervenções
7 qualificadas com diálogo intersetorial.
8 Nesse sentido, o trabalho do(a) assistente social na educação requer um profissional
9 com competência teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa,
91
10 qualificados para identificar e intervir nas mais variadas expressões da questão social
11 que surgirem nesse campo de atuação. Na educação básica, por exemplo, questões
12 como trabalho infantil, evasão escolar, gravidez na adolescência e negligência surgem,
13 exigindo estratégias específicas para defender e ampliar os direitos dessas crianças e
14 adolescentes.
15 Portanto, a inserção de assistentes sociais na Política de Educação é marcada pela sua
16 capacidade de atuação inter e multidisciplinarmente, contribuindo para a garantia
17 de uma educação inclusiva e de qualidade, bem como fortalecer a equipe escolar e
18 promover uma educação de qualidade.
92
(VUNESP/UNICAMP-SP/2021)
A evasão escolar é uma grave questão presente na educação brasileira. Fatores como
as desigualdades de acesso a bens sociais, culturais e econômicos, associados a essa situação,
representam impactos importantes na vida de crianças e adolescentes. A evasão escolar afeta
principalmente quem já vive em situação mais vulnerável, e a permanência estudantil é garantida
pela proteção social e por uma educação de qualidade, fundamentada nos pressupostos legais
vigentes no país. O enfrentamento dessa questão supõe, necessariamente, a parceria da escola,
no cumprimento de sua função social, com as forças presentes no território. Nessa direção,
ganham materialidade as competências teórico-metodológicas e atribuições profissionais do/a
Assistente Social, no cotidiano dos estabelecimentos educacionais, por meio de intervenções e
procedimentos técnicos.
Considerando a atuação do Assistente Social em relação à permanência estudantil, discorra
sobre:
93
94
(CEBRASPE/DP-DF/2020)
A prestação de serviços de psicologia e serviço social nas redes públicas de educação básica
já é lei (Lei no 13.935/2019). Além disso, o Congresso Nacional aprovou também o novo Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (FUNDEB), com mais recursos que podem ser aplicados, inclusive, para a efetivação
da Lei nº 13.935/2019 nos estados.
<www.cfess.org.br> (com adaptações).
A educação é um complexo constitutivo da vida social, que tem uma função social
importante na dinâmica da reprodução social, ou seja, nas formas de reprodução do ser social,
e que numa sociedade organizada a partir da contradição básica entre aqueles que produzem a
riqueza social e aqueles que exploram os seus produtores e expropriam sua produção.
<www.cfess.org.br> (com adaptações).
95
96
(CS-UFG/UFG/2019)
97
98
(CS-UFG/UFG/2018)
99
100
Leis inclusivas e
legislação voltadas
para segmentos
específicos
101
(CONSULPLAN/DPE-PA/2022)
Texto I
Normalmente, as definições presentes em documentos oficiais ou legislações que tratam de
violência obstétrica – mesmo que não utilizando este termo específico – não são limitadoras.
Não existe uma lista fixa de procedimentos ou situações que são condenadas ou proibidas. As
definições existentes são construídas com termos mais subjetivos como “abuso”, “desrespeito”,
“atendimento de qualidade”, entre outros. Algumas organizações ou meios de comunicação
procuram divulgar situações mais comuns que acontecem com mulheres para que fique mais
fácil que outras mulheres identifiquem se passaram por uma experiência de violência obstétrica.
Texto II
Texto III
A violência obstétrica contribui para a manutenção dos altos índices de mortalidade materna e
neonatal no país. Toda mulher tem o direito de ser protagonista na hora do parto e ter autonomia
total sobre seu próprio corpo, tendo suas vontades e necessidades respeitadas.
102
Texto IV
Os Estados-Partes garantirão à mulher assistência apropriada em relação à gravidez, ao parto e
ao período posterior ao parto, proporcionando assistência gratuita quando assim for necessário,
e lhe assegurarão uma nutrição adequada durante a gravidez e a lactância.”
(Artigo 12, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as formas de Discriminação contra a Mulher.)
103
1 A violência obstétrica representa uma grave violação dos direitos humanos e uma
2 questão de proteção à vida das mulheres durante o processo de gestação, parto e
3 pós-parto. Embora as definições oficiais não sejam limitadoras, evidencia-se que
4 ela se manifesta de diversas formas, incluindo violência verbal, física e psicológica.
5 É essencial compreendermos a importância de combater essa forma de violência,
6 garantindo o respeito à autonomia e dignidade das mulheres em um momento tão
7 significativo de suas vidas.
8 A violência obstétrica, caracterizada por abusos, desrespeitos e procedimentos não
9 consentidos, que contribui diretamente para os altos índices de mortalidade materna
10 e neonatal no país. Um exemplo preocupante é a prática da episiotomia de rotina
11 e sem consentimento, considerada uma forma de mutilação genital e violação dos
12 direitos das mulheres. Além disso, a restrição do direito ao acompanhamento durante
13 o parto é outra forma recorrente de violência obstétrica, negando às mulheres seu
14 direito fundamental de terem suporte emocional durante esse momento único.
15 A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza o direito de toda mulher ao
16 melhor padrão de saúde, incluindo um cuidado digno e respeitoso durante o parto.
17 No entanto, muitas mulheres ao redor do mundo sofrem abusos, desrespeito e maus-
18 tratos durante o parto em instituições de saúde, o que viola seus direitos fundamentais
19 e ameaça sua vida, saúde e integridade física.
20 Em síntese, o combate à violência obstétrica é uma questão de proteção à vida e aos
21 direitos humanos das mulheres. É fundamental que sejam implementadas políticas e
22 ações efetivas para garantir que toda mulher seja tratada com dignidade, respeito e
23 autonomia durante o processo de gestação, parto e pós-parto. Somente através de um
24 esforço conjunto da sociedade, instituições de saúde e governos poderemos garantir
25 que as mulheres tenham uma experiência de parto segura, humanizada e livre de
26 violência, assegurando assim o pleno exercício de seus direitos.
104
(IBFC/MGS/2016)
A Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006 criou mecanismos visando coibir a violência contra
a mulher no Brasil. Tal legislação reconhece em seu artigo 7º formas de violência doméstica e
familiar contra a mulher.
1 A Lei 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, é uma importante
2 ferramenta legal no combate à violência contra a mulher no Brasil, promovendo
3 medidas de proteção e prevenção. Em seu artigo 7°, são reconhecidas diversas
4 formas de violência doméstica e familiar contra a mulher.
5 As formas de violência doméstica e familiar contra a mulher são cinco: destacam-se
6 a violência física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. Essas violências podem
7 ocorrer de forma simultânea e em relações de intimidade e afeto, seja da mulher
8 com o seu companheiro como também na relação entre pai e filha, por exemplo.
9 A lei Maria da Penha representa um avanço significativo na luta pela proteção dos
10 direitos das mulheres e na defesa dos direitos humanos.
105
106
107
(FGV/TJ-RN/2023)
108
(CEBRASPE/DPE-RO/2022)
Seminário Nacional de Serviço Social e Diversidade Trans: exercício profissional, orientação sexual e identidade
de gênero em debate. Brasília: CFESS, 2020, p. 10-11 (com adaptações)
109
110
(FGV/SENADO/2022)
111
(FUNDEP/FUTEL/2023)
TEXTO I
Como você está? Como está sua saúde mental?
[...] Não existe, porém, uma definição oficial para o conceito de saúde mental, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS).
O termo está relacionado à forma como uma pessoa reage às exigências, desafios e mudanças
da vida e ao modo como harmoniza suas ideias e emoções. Diariamente, vivenciamos uma
série de emoções, boas ou ruins, mas que fazem parte da vida: alegria, felicidade, tristeza, raiva,
frustração, satisfação, entre outras.
Como lidamos com essas emoções é o que determina como está a qualidade da nossa saúde
mental.
Assim, tê-la ou alcançá-la está muito longe da ausência de transtornos mentais. O desequilíbrio
emocional facilita o surgimento de doenças mentais. Podemos dizer que a saúde mental contempla,
entre tantos fatores, a nossa capacidade de sensação de bem-estar e harmonia, a nossa habilidade
em manejar de forma positiva as adversidades e conflitos, o reconhecimento e respeito dos nossos
limites e deficiências, nossa satisfação em viver, compartilhar e se relacionar com os outros algo
muito maior e anterior ao início dos transtornos mentais. Manter a saúde mental, no entanto,
não é tão simples quanto parece, principalmente nos dias de hoje. São muitos problemas.
TEXTO II
112
TEXTO III
Basta aparecer uma dor no corpo que a maioria das pessoas corre para o médico. Mas é difícil
ver a mesma urgência quando se trata de uma doença psíquica, porque acredita-se que ela não
coloca a vida em risco. Só que não é bem assim,
"Há muitas causas de adoecimento grave e de morte que têm algum componente comportamental,
como consumo de substâncias que agravam a saúde física, autolesão e suicidio", aponta Jocelaine
Silveira, professora de psicologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Por isso é tão
arriscado deixar a saúde mental em segundo plano.
O primeiro erro é separar corpo e mente na hora de atribuir gravidade às doenças. Isso não faz
sentido, pois a saúde é como uma grande avenida com vários cruzamentos que fazem parte dela,
que são os aspectos psicológicos, biológicos, sociais, ambientais e espirituais. "Existe um fundo
biológico que interage com o psicológico, com o coletivo e com o ambiente. Dessa forma, a saúde
mental pode ser afetada de diversas maneiras, e assim os problemas de saúde mental começam a
acontecer", resume Jair Borges Barbosa Neto, professor de medicina da UFSCar (Universidade
Federal de São Carlos).
Disponível em: 11nq.com/Fldul. Acesso em: 20 jun. 2022 (adaptado).
1 A saúde mental nos dias atuais é um tema de extrema relevância, pois está
2 intrinsecamente ligada ao bem-estar e à qualidade de vida das pessoas. Embora não
3 haja uma definição oficial para o conceito, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
4 destaca que está relacionada à forma como uma pessoa age frente às exigências,
5 desafios e mudanças da vida, e de como lida com suas ideias e emoções.
6 No entanto, manter a saúde mental nos dias de hoje não é tarefa fácil. Enfrentamos
7 uma série de problemas que podem desencadear desequilíbrios emocionais e
8 transtornos mentais. Um dos principais desafios é a falta de priorização da saúde
9 mental, em comparação com a saúde física. Muitas vezes, sintomas psíquicos são
10 negligenciados, embora possam ter graves consequências, como o consumo de
11 substâncias prejudiciais, autolesão e suicídio.
12 Um equívoco comum é separar corpo e mente na avaliação da gravidade das
13 doenças. Na realidade, a saúde é uma via de mão dupla, onde aspectos psicológicos,
113
114
(FGV/FHEMIG/2023)
115
(CEBRASPE/MPE-AP/2021)
De poeta e louco todo mundo tem um pouco: oficina de poesia. In: Revista NUFEN, São Paulo, v. 1, n.º 2, p. 96-
117, nov./2009. Internet: (com adaptações)
116
117
118
(CEBRASPE/TJ-RJ/2021)
Embora a ciência tenha comprovado que, do ponto de vista biológico, não há raças, e, sim,
uma única raça, a humana, os índices de desigualdades raciais tendem a revelar o quão distante
as conclusões da ciência genética estão da realidade vivida pelas pessoas que carregam em seus
corpos as marcas de ancestralidade africana. Em sociedades em que manifestações racistas
convivem com o discurso da democracia racial, os mecanismos jurídicos que condenam tais
atitudes não têm dado conta da magnitude do preconceito e da discriminação racial. Em todas as
esferas da vida social, as populações negra e indígena são as que mais aparecem em desvantagens
socioeconômicas e de representação em espaços de poder e decisão.
Conselho Federal de Serviço Social – CFESS. Assistente social no combate ao preconceito – Caderno 3, 2016.
Internet: <www.cfess.org.br> (com adaptações).
119
B. R. Reis, A. I. da Silva Lima e A. M. E. C. da Silva Vieira. Uma análise da identidade negra na educação
infantil, v. 3, n.o 1, Universidade em Movimento: Educação, Diversidade e Práticas Inclusivas, 2017 (com
adaptações).
120
121
(CS-UFG/UFG/2019)
122
123
(CEBRASPE/STM/2018)
A realidade brasileira, em uma de suas faces mais perversas, a das desigualdades sociais
decorrentes da origem racial, tem sido questionada e fortemente combatida por diversos setores
da sociedade, que ampliaram o debate público sobre a questão racial e intensificaram na
última década as discussões sobre como o setor público poderia comprometer-se mais efetiva e
continuamente com a prevenção e o combate ao racismo e às desigualdades raciais. O processo
é contraditório e exacerba questões que por séculos o país tenta silenciar. A tarefa é árdua, pois o
racismo perpassa todas as esferas da vida cotidiana, se reproduz nas instituições e constantemente
é naturalizado.
M.C. Eurico. A percepção do assistente social acerca do racismo institucional. In: Revista Serviço Social e
Sociedade, São Paulo, n.o 114, p.298, abr./jun./ 2013.
124
125
Direitos das
Crianças e dos
adolescentes
126
(CETAP/FASEPA-PA/2023)
Disserte, sobre as medidas socioeducativas que o Estado confere ao
adolescente que pratica ato infracional, entendido como crime ou
contravenção penal pela legislação brasileira, destacando os seguintes
aspectos:
127
128
(IBFC/DPE-MT/2022)
129
(FGV/MPE-GO/2022)
A Sra. Rosa, 52 anos, foi ao Serviço Social de um hospital solicitando o auxílio da equipe
no atendimento da criança conhecida como Nico. Ela informa que encontrou a criança, na
praça da cidade, bastante machucada e pedindo comida. No local, ninguém possuía referências
de familiares ou amigos de Nico.
Não sabendo o que fazer, a Sra. Rosa procurou atendimento no hospital devido aos machucados
da criança. Contudo, Nico não foi atendido sob a alegação de que estava sem documentação.
A assistente social de plantão identificou a possível condição de abandono e conversou com a
criança a fim de obter informações sobre sua família. Durante a conversa, Nico disse ter 6 anos
de idade e não querer retornar para sua casa, porque lá mora o “Malvadão”, e ele tinha medo.
130
Brasil: UNICEF pede tolerância zero à violência contra crianças e adolescentes. Internet: <https://nacoesunidas.
org> (com adaptações).
131
(IBFC/MGS/2016)
132
Temas Diversos
133
TEXTO I
A doação de órgãos é um ato por meio do qual podem ser retirados órgãos ou tecidos de
uma pessoa viva ou falecida (doadores) para serem utilizados no tratamento de outras pessoas
(receptores), com a finalidade de restabelecer as funções de um órgão ou tecido doente. A doação
é um ato muito importante, pois pode salvar vidas.
O indivíduo que esteja necessitando do órgão ou tecido o receberá por meio da realização de um
processo denominado transplante. [...]
De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante. Podem
ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele,
ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos
provenientes de um mesmo doador. Na maioria das vezes, o transplante de órgãos pode ser a
única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam de
doação. Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio desse gesto.
TEXTO II
O número de famílias que não autorizam a doação de órgãos dos seus familiares que estão em
morte cerebral aumentou 18% em três anos e é a maior taxa de recusa dos últimos dez anos,
aponta o relatório anual da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) referente
ao ano de 2022, divulgado nesta segunda-feira (6) pela instituição.
“O Brasil está com uma taxa de negativa muito alta. Essa é uma questão que está relacionada com
a conscientização e educação da população sobre transplantes de órgãos. Quando a população
conhece e entende o processo, a importância dos transplantes e como essa doação pode salvar
vidas, nós conseguimos reduzir essa taxa de recusa”, disse Luciana Haddad, vice-presidente da
ABTO. Ela lembrou ainda que boa parte da taxa de recusa ocorre por motivos religiosos. “Mas
o processo passa pela informação e educação da sociedade”, frisou.
TEXTO III
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificou três motivos principais
para a alta taxa de recusa familiar, presentes também em outros países: incompreensão sobre o
diagnóstico de morte encefálica e, portanto, de entender que a pessoa faleceu; falta de preparo
da equipe para fazer a comunicação sobre a morte e religião. Mas essa postura pode ser mudada
com compaixão e solidariedade.
134
1 A doação de órgãos é um ato generoso que visa salvar vidas, permitindo que pessoas
2 em estado crítico de saúde tenham uma nova oportunidade de recomeço. No entanto,
3 essa realidade enfrenta uma série de desafios que limitam sua materialização.
4 A falta de informação e conscientização sobre a importância da doação de órgãos
5 é um dos principais desafios enfrentados. Muitas famílias não compreendem
6 completamente o processo de doação e os benefícios que ela pode proporcionar, o
7 que contribui para a alta taxa de recusa. Assim, é essencial investir em programas
8 educacionais e campanhas de conscientização para esclarecer dúvidas e mitos
9 relacionados ao tema.
10 Além disso, a compreensão do diagnóstico de morte encefálica é fundamental
11 para autorizar a doação de órgãos. Muitas famílias têm dificuldade em aceitar
12 esse diagnóstico e compreender que o seu parente já faleceu, o que influencia
13 negativamente sua decisão em autorizar a doação.
14 Questões religiosas também desempenham um papel significativo na decisão das
15 famílias em relação à doação de órgãos. Algumas crenças e valores podem gerar
16 dúvidas e preocupações sobre a prática da doação, levando à recusa por motivos
17
religiosos. No entanto, é importante destacar que a solidariedade e a compaixão são
18
valores fundamentais em muitas religiões, e a doação de órgãos pode ser vista como
19
uma expressão desses valores.
20
Em conclusão, a doação de órgãos é um ato nobre que pode oferecer uma nova
21
esperança para aqueles que lutam contra doenças graves. No entanto, seus desafios,
22
como a falta de conscientização, compreensão do diagnóstico de morte encefálica,
23
preparo da equipe médica e questões religiosas, exigem uma abordagem cuidadosa
24
e multifacetada. Somente através da educação, conscientização e solidariedade
25
podemos superar esses obstáculos e garantir que mais vidas sejam salvas por meio
26
da doação de órgãos.
135
(FGV/DPE-RS/2023)
O Brasil perdeu, nos últimos quatro anos, mais de 4,6 milhões de leitores, segundo dados
da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. De 2015 para 2019, a porcentagem de leitores no
Brasil caiu de 56% para 52%. Já os não leitores, ou seja, brasileiros com mais de 5 anos que
não leram nenhum livro, nem mesmo em parte, nos últimos três meses, representam 48% da
população, o equivalente a cerca de 93 milhões de um total de 193 milhões de brasileiros.
As maiores quedas no percentual de leitores foram observadas entre as pessoas com ensino
superior – passando de 82% em 2015 para 68% em 2019 – , e entre os mais ricos. Na classe A, o
percentual de leitores passou de 76% para 67%. O brasileiro lê, em média, cinco livros por ano,
sendo aproximadamente 2,4 livros lidos apenas em parte e, 2,5, inteiros. A Bíblia é apontada
como o tipo de livro mais lido pelos entrevistados e também como o mais marcante.
Esta é a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro
em parceria com o Itaú Cultural.
Foram feitas 8.076 entrevistas em 208 municípios entre outubro de 2019 e janeiro de 2020. A
coleta de dados foi encomendada ao Ibope Inteligência. A pesquisa foi feita antes da pandemia
do novo coronavírus, não refletindo, portanto, os impactos da emergência sanitária na leitura
no país. (Agência Brasil, 20/04/2023) Segundo os jornais, o número de livrarias no país está
diminuindo com muita velocidade; os jornais impressos estão sendo substituídos pelos noticiários
televisivos e alguns já desapareceram do mercado; as revistas semanais, antigamente tão famosas,
sumiram das bancas, e as próprias bancas estão sendo modificadas para minimercados; e as escolas
reduziram drasticamente o número de livros para leitura obrigatória. O que está acontecendo
com a leitura? Por que diminui tanto o número de leitores? A leitura ainda é uma atividade
necessária?
136
137
(IBADE/PREF. COLÍDER-MT/2022)
Texto I
Brasil é o segundo país com maior proporção de jovens "nem-nem". População entre 18 e 24
anos que não estuda, nem trabalha corresponde a 36% da faixa etária no Brasil. Problema é
considerado estrutural
O desemprego e a falta de motivação entre os jovens é um problema estrutural, por isso os desafios
geracionais em relação ao mercado de trabalho são difíceis de serem transpassados. O Brasil é
o segundo país na esfera da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) com a maior proporção de jovens, de idade entre 18 e 24 anos, que não conseguem
nem emprego e nem continuar os estudos — os chamados "nem-nem" —, ficando atrás apenas
da África do Sul. Nessa faixa etária, 36% da população de jovens brasileiros está sem ocupação.
O cenário de falta de oportunidades está detalhado no relatório Education at a Glance (Olhar
sobre a educação, em tradução livre), divulgado no último mês. O indicador considera pessoas
em faixa etária de transição do estudo para o trabalho e conclui que não ter uma atividade
profissional pode causar "consequências duradouras, especialmente quando a pessoa passa por
períodos longos de desemprego ou inatividade", diz o estudo. O recorte social é um dos fatores
mais importantes, segundo a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
Enid Rocha. "Em geral as pessoas costumam pensar nessa categoria como se fosse homogênea,
138
mas não é. Cerca de 60% está entre os mais vulneráveis", destaca. A pesquisadora afirma
que os números vêm melhorando com o aquecimento do mercado de trabalho, mas a maior
parte da geração "nem-nem" ainda pode ser distinguida por classe e gênero. De acordo com ela
são, em média, 11 milhões de jovens que se encaixam nessa descrição. A maioria são mulheres e
estão entre os mais pobres, com renda de até R$ 400 por família. "Entre aqueles que estão sem
estudar e sem trabalhar temos os que ainda procuram, mas a maioria já está de fora por estarem
desengajados e desmotivados. A maior parte desses jovens têm baixa escolaridade, são pobres,
negros e são mulheres, responsáveis por tarefas domésticas e com filhos. Esses devem ser a maior
preocupação", ressalta.
https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2022/11/5049770-brasil-e-o-segundo-pais-com-maior-
proporcao-dejovens-nem-nem.html
Texto II
A porta ainda é estreita para a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Com todas as
questões econômicas que assombram a realidade brasileira, o desemprego cresce ainda mais
entre os jovens. Falta muito preparo e experiência para jovens se destacarem (We Are/Getty
Images). Não está nada fácil conseguir emprego no Brasil. Entre os jovens, os dados são ainda
mais desanimadores. De acordo com o Ministério da Economia, em 2021, por exemplo, enquanto
a taxa geral de desemprego estava em 14,7% em agosto, entre jovens, a fatia de pessoas à procura
de trabalho era de 31% do total. Esse dado não se deve só à crise que estamos atravessando agora,
mas já vem há muito tempo. São seis anos em que pelo menos dois em cada dez jovens de 18 a
24 anos procuram, mas não encontram, uma vaga de trabalho. Isso se deve a diversos fatores,
um deles é a falta de experiência. E apesar de vocês pensarem que é óbvio um jovem não ter
desenvolvido habilidades para alguma área específica, tendo em vista que é o primeiro emprego,
o mercado ainda exige isso dele. Há também um conflito de gerações. É bem comum que as
pessoas das gerações Y e Z, ou seja, que nasceram na década de 1980 até os anos 2000, tenham
perfis comportamentais bem diferentes dos mais velhos. Aceitar que um jovem que nasceu em
uma época tecnológica e que tenha a contribuir com quem está há mais tempo no mercado é
ainda um tabu, infelizmente. Entretanto, você que hoje está com uma carreira consolidada,
provavelmente também precisou começar de alguma maneira e, certamente, também teve lá seus
desafios. Atire a primeira pedra quem nunca teve dúvidas sobre o que colocar em um currículo
ou teve medo de gaguejar na frente de um recrutador. Esses anseios antigos são os mesmos de
hoje. Por isso, precisamos mudar e inserir os jovens no seu primeiro emprego. Escancarar a
porta de entrada do primeiro emprego, em vez de deixá-la tão estreita. Há inúmeras maneiras
de se fazer isso. Uma delas é unir o ensino médio ao programa Jovem Aprendiz, onde, por lei,
empresas de médio e grande porte devem contratar jovens com idade entre 14 e 24 anos como
aprendizes. Contudo, nem todo estudante sabe disso e tem acesso a essa oportunidade. As escolas
públicas deveriam estar conectadas com as empresas. O contrato de trabalho pode durar até
dois anos e, durante esse período, o jovem é capacitado na instituição formadora e na empresa,
combinando formação teórica e prática. Os jovens têm a oportunidade de inclusão social com o
primeiro emprego e de desenvolver competências para o mundo do trabalho, o que desenvolve
nele uma série de habilidades que só se aprende na prática. Laiz Soares*
https://exame.com/bussola/a-porta-ainda-e-streita-para-a-insercao-dos-jovens-no-mercado-de-trabalho.
139
140
(AOCP/MPRR/2022)
TEXTO 1
O que é o adensamento urbano?
O adensamento urbano é o fenômeno de concentração populacional e/ou concentração de
edificações em determinadas áreas das cidades (ou nas cidades como um todo). Este fenômeno
pode ser manejado pelo poder público usando-se as leis urbanísticas, em especial o Plano Diretor.
Isso geralmente ocorre em cidades grandes. Desta maneira, pode-se permitir e incentivar o
adensamento urbano em determinadas regiões das cidades e, por outro lado, pode-se também
proibir e desestimular o aumento da ocupação de outras áreas.
TEXTO 2
Adensamento urbano: perfil das cidades brasileiras
A enorme concentração de pessoas que vivem em centros urbanos hoje tem sua origem nos
crescentes índices de urbanização, antigamente decorrente do processo do êxodo rural,
ocasionado pelos processos de industrialização e de informação, assolados pela era moderna em
todo o mundo (PESCI, 2003). A dinâmica de deslocamentos da população brasileira passou por
uma transformação a partir da década de 1950. Em um período considerado curto na história,
o Brasil que era um país predominantemente rural passou a ter a maior parte de sua população
vivendo em cidades (PLANMOB, 2015).
Segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), menos de 20%
da população vive no meio rural hoje, totalizando mais de 80% em meio urbano. O fato que
chama a atenção é a taxa de urbanização brasileira que supera a de países mais desenvolvidos
no mundo, que atingem a média de 50%, segundo o Factbook 2010 (CIA, 2010). Tal realidade
é preocupante, principalmente pela maneira como se consolida o processo de urbanização no
Brasil, no qual geralmente se promove o intenso adensamento de determinadas regiões, como
é o caso dos grandes centros urbanos, em detrimento de outras regiões que ficam dispersas pelo
solo, prejudicando o equilíbrio do desenvolvimento pelo território.
O desequilíbrio provocado na formação destes centros urbanos em razão desse adensamento
intenso do solo atenta para consequências que fazem, hoje, o termo adensamento urbano ser
tratado como uma parte importante do planejamento.
Não se pode falar em adensamento territorial sem discutir questões que são inerentes a ele como:
água (enchentes e abastecimento); clima e poluição atmosférica; resíduos líquidos e resíduos
sólidos; poluição sonora e visual; cobertura vegetal; áreas verdes e espaços livres; espaços livres e
de recreação; densidade populacional entre outros.
Adaptado de: SCHMITT, A. C.; RESCH, S. Adensamento urbano no Brasil e a dimensão espacial (quase)
esquecida da sustentabilidade.
141
TEXTO 3
O que gera a densidade urbana e quais os efeitos do adensamento nas cidades Estima-se que
as aglomerações humanas em espaços fixos passaram a ser o modelo dominante (em relação às
comunidades nômades) há cerca de 15 mil anos, com o domínio de atividades como a agricultura
e a domesticação de animais para pecuária. Desde esses primeiros assentamentos, passando pelos
burgos e chegando às áreas urbanas que conhecemos hoje, um traço em comum definiu o que
entendemos por cidades: são, antes de tudo, aglomerações de pessoas.
Por essa perspectiva, a vida nas cidades resume-se a grupos de pessoas dividindo os mesmos
espaços – o que chamamos de densidade urbana. A densidade varia de acordo com a área
construída e os limites territoriais considerados, e diferentes métodos de cálculo podem gerar
diferentes resultados, mas o conceito é simples: trata-se da medida resultante da relação entre
a população e a superfície do território, normalmente expressa em habitantes por quilômetro
quadrado. [...]
Com o aumento das densidades, vêm os desafios. Forças econômicas acabam afastando as pessoas
dos centros das cidades, impelindo-as para áreas mais distantes, onde o preço das moradias
costuma ser mais baixo.Esses locais acabam se tornando altamente densos [...]. Se equilibrada
e planejada, a densidade urbana pode ser parte da solução para as cidades. [...] Essa é uma
das propostas do Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS), que alia o
planejamento de transportes e do uso do solo para articular o adensamento e criar cidades mais
compactas, conectadas e coordenadas.
142
143
(VUNESP/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-SP/2022)
Texto 1
A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia que busca reproduzir a inteligência humana em
computadores. Por meio da análise de milhões de dados, as máquinas são capazes de perceber
variáveis, tomar decisões e resolver problemas. São softwares e robôs que operam em uma lógica
semelhante ao raciocínio humano. Essa ideia ainda pode parecer um tanto futurista, mas já está
bem presente e provocando verdadeiras transformações nas mais diversas áreas.
“Quando você escolhe um filme em uma plataforma de streaming, é a Inteligência Artificial
que está sugerindo os títulos dos quais provavelmente você vai gostar. O aplicativo de trânsito
também usa essa tecnologia para definir a melhor trajetória a seguir naquele momento. As
notícias e as mensagens apresentadas na linha do tempo das redes sociais também são definidas
por meio da IA. O agronegócio a utiliza para avaliar a qualidade do solo e definir qual cultura
plantar em determinada época do ano. No comércio online, ela oferece opções de compra”,
enumera o professor André Carlos Ferreira Carvalho, do Instituo de Ciências Matemáticas e de
Computação da Universidade de São Paulo (USP). “É uma tecnologia essencial, tão importante
como a eletricidade. A indústria está usando a Inteligência Artificial para tudo porque ela pode
melhorar a maneira como acessamos, recebemos e transmitimos informações”, afirma Rico
Malvar, um dos cientistas-chefe da Microsoft Research.
O amplo armazenamento e a análise de dados proporcionados pela Inteligência Artificial têm
feito a diferença também na área da saúde, com ganhos que vão do diagnóstico ao tratamento.
Ainda que a IA não possa substituir a sensibilidade de um ser humano, ela é capaz de perceber
detalhes que médico algum poderia ver. Em breve, será possível usar máquinas para analisar
milhares de exames e detectar automaticamente padrões que podem mostrar problemas que o
olho humano não enxergaria: “A IA pode analisar 50 mil tomografias, por exemplo, e perceber
que, toda vez que o paciente apresenta um pontinho em tal lugar, há relação com um câncer.
São padrões de semelhança que darão muitos ganhos em diagnóstico”, explica o gestor médico
do Grupo Fleury.
(Como a Inteligência Artificial já está presente na sua vida. www.g1.globo.com, 05.07.2019. Adaptado)
Texto 2
Com o crescimento da importância e da visibilidade da Inteligência Artificial (IA), estão
aumentando também as preocupações com as consequências negativas da utilização dessa
tecnologia. Diante dos riscos e dos efeitos prejudiciais, governos, pesquisadores, associações civis
e até mesmo empresas vêm discutindo os cuidados e as medidas necessárias para mitigar possíveis
danos.
O arco de riscos e perigos é diverso. Para além das questões envolvendo o futuro do trabalho,
como máquinas substituírem os trabalhadores em seus empregos, o uso dessa tecnologia pode
provocar complicações que vão das ameaças à privacidade dos indivíduos até o fortalecimento
da discriminação e do preconceito contra determinados grupos de pessoas e abusos no emprego
de armas inteligentes.
144
(Jonas Valente. Riscos da Inteligência Artificial levantam alerta e suscitam respostas. www.agenciabrasil.ebc.com.
br, 01.09.2020. Adaptado)
145
146
148
(CEBRASPE/DP-DF/2020)
Internet: <webbikers.com.br>.
149
150
Texto I
Urbanismo sustentável: entenda o conceito que estimula a criação de espaços para o convívio
humano Hoje, 50% das pessoas vivem nas cidades e a estimativa é que 80% da população
mundial esteja vivendo nos centros urbanos, a maior parte, nas metrópoles, até 2050. Isso
significa em torno de sete bilhões de pessoas dividindo condomínios, ruas, praças, centros
comerciais e outros espaços urbanos. Possivelmente, se não houver uma mudança na forma
de ocupação e exploração das cidades, a vida nesses ambientes ficará insustentável e suscetível
a crises energéticas, hídricas e de combustíveis fósseis. Segundo projeção do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2050, 60% da população brasileira será adulta (terá
em torno de 30 anos), e isso significa que a demanda por moradias aumentará substancialmente.
Absorver o crescimento populacional, provocando o menor impacto ambiental possível, e criar
moradias, espaços privados e públicos que permitam e incentivem o convívio humano e as
relações interpessoais é o grande desafio do Urbanismo Sustentável. Joan Clos, ex-diretor da
ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos) relata no site da
instituição que “os espaços públicos adequados melhoram a coesão da comunidade e promovem
a saúde, a felicidade e o bem-estar para todos os cidadãos, bem como incentiva o investimento,
o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade do meio ambiente”.
(Cenas do filme Koyaanisqatsi: Uma vida fora de controle, de Godfrey Reggio (1982), Miramax Films — Foto:
Miramax Films. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/falando-de-
sustentabilidade/noticia/2019/01/03/urbanismo-sustentavel-entenda-oconceito-que-estimula-a-criacao-de-
espacos-para-o-convivio-humano.ghtml.)
151
Texto II
A urbanização se intensificou com a expansão das atividades industriais, fato que atraiu (e
ainda atrai) milhões de pessoas para as cidades. Esse fenômeno provocou mudanças drásticas
na natureza, desencadeando diversos problemas ambientais, como poluições, desmatamento,
redução da biodiversidade, mudanças climáticas, produção de lixo e de esgoto, dentre outros. A
expansão da rede urbana sem o devido planejamento ocasiona a ocupação de áreas inadequadas
para a moradia. Encostas de morros, áreas de preservação permanente, planícies de inundação e
áreas próximas a rios são loteadas e ocupadas. Os resultados são catastróficos, como o deslizamento
de encostas, ocasionando a destruição de casas e um grande número de vítimas fatais.
152
153
A participação social não termina nem se restringe ao voto. O direito é garantido pela
Constituição e o Decreto n.o 8.243/2014 instrumentalizou esse direito por meio da Política
Nacional de Participação Social, estabelecendo espaços e instâncias de participação, a fim de
consolidar a prática como um método de governo. A legislação, de âmbito nacional, ratifica o
papel da participação social na Administração Pública – e na escala municipal não é diferente.
Governança é o nome dado ao processo por meio do qual governos e população dialogam
para formular e implementar políticas, trabalhando sob um conjunto de normas formais
e informais em prol de objetivos comuns. Não há, porém, uma única forma de trabalhar a
governança e promover processos participativos eficientes. Cada projeto pode adotar modelos
participativos diferentes, que mais bem respondam às necessidades da situação. Em algumas
cidades brasileiras, exemplos de iniciativas bem‐sucedidas de participação social mostram como
é possível criar processos participativos efetivos.
Na capital paranaense, o projeto Curitiba 2035 estabeleceu diretrizes de longo prazo para
o desenvolvimento da cidade nos próximos vinte anos. O plano partiu das evoluções dos últimos
cinco anos para planejar os próximos, visando ao desenvolvimento urbano ordenado e sustentável.
A iniciativa envolve representantes do terceiro setor, da sociedade civil, da comunidade acadêmica
e do setor privado, que pensam em conjunto em soluções urbanas a partir de eixos prioritários,
como transporte e mobilidade, meio ambiente e bem‐estar.
154
(IDECAN/CBM-DF/2017)
156
157
(FCC/DPE-SP/2015)
21 atual modelo prisional desses países não está cumprindo efetivamente seu papel de
22 reinserir os detentos na sociedade de forma segura e produtiva.
23 Portanto, é evidente que a abordagem adotada pelo sistema prisional desempenha
24 um papel crucial na ressocialização do preso. Ao priorizar a reabilitação e a
25 reintegração social, como faz a Noruega, é possível reduzir significativamente as
26 taxas de reincidência e promover uma sociedade mais segura e justa.
159
(FCC/TRT-GO/2023)
Acaso e determinação:
Sabemos todos que há experiências em nossa vida que decorrem de interferências de fatores não
previstos, de surpresas, de acidentes súbitos, constitutivos do que se costuma chamar de acaso.
Há os que falam ainda em surpresas do destino, armadilhas da sorte etc. Seja como for, sentimo-
nos de repente bastante vulneráveis em face de um acontecimento inteiramente fora das nossas
expectativas. O acaso pode, de fato, desviar-nos do curso de algum roteiro que havíamos previsto
para nossa vida. Tal força do acaso pode, no entanto, ser enfrentada pelos valores essenciais que
determinamos para reger nossa conduta, nossa ética, nossa moral. São princípios, portanto, que
compõem uma determinação íntima nossa, uma convicção básica quanto ao que somos ou que
desejamos ser. Se a força dessa determinação não pode por si mesma eliminar a força do acaso,
pode nos valer para seu enfrentamento.
1 A vida é uma jornada repleta de surpresas e reviravoltas, onde o acaso muitas vezes
2 entra em cena de forma inesperada, alterando o curso de nossas trajetórias. Esses
3 eventos imprevistos, que alguns chamam de surpresas do destino ou armadilhas da
4 sorte, podem nos deixar vulneráveis, fazendo-nos questionar o controle que temos
5 sobre nossas vidas. Contudo, mesmo diante das incertezas provocadas pelo acaso,
6 é possível encontrar um ponto de equilíbrio por meio da determinação de nossos
7 valores e princípios.
8 A impermanência da vida é uma realidade intrínseca à condição humana. Embora
9 possamos fazer planos meticulosos e traçar metas ambiciosas, a verdade é que
10 estamos constantemente sujeitos a mudanças inesperadas e eventos imprevisíveis
11 que podem alterar completamente o curso de nossas vidas. O acaso, como uma
12 força imprevisível e aleatória, é um lembrete vívido dessa realidade.
13 De repente, nos vemos confrontados com a incerteza do futuro, questionando nossas
14 habilidades e competências, e enfrentando preocupações. Essas experiências nos
15 lembram da fragilidade da “estabilidade” que achamos construir ao longo do tempo
16 e da necessidade de estarmos preparados para lidar com mudanças repentinas.
17 Uma vez que essas mudanças repentinas de planos, por sua vez, podem nos forçar
18 a sair da nossa zona de conforto e a enfrentar desafios desconhecidos. Pode ser
160
19 que tenhamos que nos adaptar a novos ambientes, aprender novas habilidades ou
20 redefinir nossas metas e objetivos. Essas mudanças nos lembram da importância
21 da flexibilidade e da capacidade de nos ajustarmos às circunstâncias em constante
22 mudança.
23 Portanto, embora o acaso possa nos afastar dos caminhos que planejamos para
24 nós mesmos, também nos oferece a chance de nos reconectarmos com o momento
25 presente e de abraçarmos a vida em toda a sua complexidade e imprevisibilidade.
26 Ao aceitarmos a impermanência como uma parte inevitável da condição humana,
27 podemos cultivar uma maior resiliência e uma maior capacidade de adaptação diante
28 das adversidades que enfrentamos ao longo da vida.
29 Em última análise, a relação entre acaso e determinação é uma dança complexa
30 entre o imprevisível e o previsível, entre o destino e a escolha. Embora não possamos
31 controlar totalmente os eventos externos, podemos escolher como reagir a eles e
32 quais valores orientarão nossas ações. É por meio dessas escolhas conscientes e da
33 determinação em seguir adiante que encontramos significado e propósito em meio à
34 imprevisibilidade da vida.
161
Estudos de caso
162
(CEBRASPE/MPTO/2024)
Estudo de caso
Cícero tem 81 anos de idade, é viúvo, mora sozinho em uma área rural e não tem rendimentos.
Ele tem três netos e dois filhos, que o visitam eventualmente e o ajudam financeiramente de
forma esporádica. Ele tem apresentado problemas de saúde e foi orientado por um médico local
a procurar um serviço de emergência para internação
1 Considera-se pessoa idosa aquela com idade igual ou superior a 60 anos, e o estatuto
2 garante a eles prioridades e direitos. Para maiores de 80 anos é ainda assegurada
3 prioridade especial e preferência. No tocante às responsabilidades, é dever da família,
4 da sociedade e do Estado amparar as pessoas idosas, assegurando sua dignidade e
5 bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
6 No âmbito da saúde, é assegurada a atenção integral, por intermédio do SUS,
7 garantindo-lhes o acesso universal e igualitário, na prevenção, promoção, proteção e
8 na recuperação da saúde. À pessoa idosa internada ou em observação é assegurado
9 o direito à acompanhante, segundo o critério médico. Pessoas idosas com mais de 80
10 anos, terão preferência especial, salvo em caso de emergência.
11 No tocante a assistência social, ela é prestada àqueles que dela necessitam,
12 independentemente de contribuição prévia, objetivando, dentre outros, a proteção
13 à velhice; e a garantia de um salário mínimo de benefício mensal ao idoso que
14 comprove não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida
15 por sua família.
163
Estudo de caso
A assistente social J. está inserida no espaço sócio-ocupacional na área da saúde, numa unidade
de média complexidade. Compareceu ao plantão social a mãe da criança M., 5 anos de idade.
Neste atendimento, a mãe informou que foi lhe solicitado um exame pela cardiopediatra, tendo
em vista a cardiopatia grave que a criança apresentava. Contudo, a mãe evidencia que não reúne
condições de pagar pelo exame, posto que está desempregada, e que, segundo foi informado no
setor de agendamento, a rede de saúde pública não realiza este exame.
164
165
(VUNESP/TJSP/2024)
Estudo de caso
Nas grandes metrópoles do país, é visível a face perversa da questão social: fome, pobreza,
desemprego, moradia na rua estão presentes em toda a extensão das cidades. Apesar desse
cenário, PAS, 37 anos, sem qualificação profissional, desloca-se de sua cidade natal para São
Paulo em busca de novas oportunidades de vida, uma vez sofrer os rebatimentos dessa questão.
Deparou-se com muitas dificuldades de acomodação dado que a ausência de qualificação
profissional impossibilitou sua inserção no mercado de trabalho. Nesse período inicial, PAS
conhece SAS, solteira e a única responsável pelo filho de 13 anos. PAS, diariamente, sai de casa
em busca de trabalho e retorna desanimado, sem perspectivas laborais.
Começa então a beber e, tendo seu comportamento assim alterado, passa a agredir fisicamente o
filho de SAS, que, ao tentar defendê-lo, acaba por ser agredida também.
SAS faz contato com o Conselho Tutelar em busca de orientação para o atendimento do melhor
interesse do adolescente. Atendendo às previsões contidas no artigo 136 do Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), o conselheiro tutelar tomou as providências cabíveis na esfera de sua
competência e representou à autoridade judicial para requerer a concessão de medida protetiva
de urgência ao adolescente. Para ter mais elementos e fundamentar sua decisão, a autoridade
judicial, por sua vez, encaminha a situação ao assistente social para a realização de perícia social.
166
167
Estudo de caso
Isaura, de 45 anos de idade, desempregada, mora com sua mãe, de 85 anos de idade, e dois
filhos, João, de quinze anos de idade e deficiente visual, e André, de oito anos de idade. A casa da
família foi parcialmente destruída por um deslizamento de terra provocado por fortes chuvas, e
Isaura, seus filhos e sua mãe foram transferidos para um alojamento provisório.
168
169
(IBFC/TJ-MG/2022)
Estudo de caso
Adotando como referência o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) considere a
seguinte situação hipotética:
“Mariana e Estéfany são irmãs e cada uma delas conta com, respectivamente, 08 e 10 anos. Devido
a uma série de violações vivenciadas por parte da família de origem foram inseridas em uma
instituição de acolhimento visando a preservação e buscando garantir o pleno desenvolvimento.
A decisão judicial não vedou o convívio com a família de origem”.
170
171
(CEBRASPE/TRT 8ª REGIÃO/2022)
Estudo de caso
Lana, assistente social que trabalha na Vara da Infância e da Juventude, foi demandada para
emitir um laudo e um parecer social sobre a situação Luigi e Rafael, um casal homoafetivo
estrangeiro, ambos com 35 anos de idade, residentes na Itália, com trabalho e residência fixa, e
que já estavam cadastrados no Cadastro Nacional de Adoção. Eles desejam adotar um casal de
irmãos, de 4 e 6 anos de idade, que se encontram em abrigo institucional e que também constam
do Cadastro Nacional de Adoção.
1 As famílias são diversas e podem ter várias configurações, podendo ser natural,
2 extensa ou substituta, para tanto, o ECA não determina a orientação sexual dos
3 pais, reconhecendo o direito de casais homoafetivos de constituírem famílias. A
4 adoção é uma forma de retorno da criança e adolescente à convivência familiar na
5 modalidade de família substituta, podendo ser realizada inclusive por estrangeiros,
6 com regramentos específicos.
7 Na adoção, sempre que possível, o adotando deverá ser previamente ouvido por
8 uma equipe interprofissional, e em casos de grupos de irmãos estes não devem ser
9 separados, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
10 que justifique plenamente a excepcionalidade, procurando-se, em qualquer caso,
11 evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. Portanto, a vontade do casal
12 de estrangeiros em adotar os irmãos está de acordo com a legislação brasileira. Os
172
13 irmãos devem ser ouvidos a respeito da vontade de serem adotados pelo casal e devem
14 ser preparados para o convívio. A colocação da criança ou adolescente em família
15 substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior,
16 realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude.
17 Este acompanhamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional e deverá
18 ser apresentado laudo fundamentado ao final. Como são estrangeiros, o estágio de
19 convivência será cumprido no território nacional,
20 O papel da assistente social, além do acompanhamento do estágio de convivência,
21 é a análise de possível convívio, com vistas a emitir laudo e parecer, em matéria de
23 sua competência, que possam subsidiar as decisões dos magistrados sobre a possível
23 adoção. O laudo social do Assistente Social deverá narrar e descrever as vontades, a
24 convivência, as potencialidades e limites, a capacidade protetiva e demais elementos
25 da análise social. Após o acompanhamento e análise, deve-se produzir um relatório
26 e laudo minucioso, os quais detalhem o período de convivência entre o casal e as
27 crianças, observando o melhor interesse da criança e do adolescente. Seu parecer
28 social deve apresentar uma opinião técnica e fundamentada que dê indicações e
29 subsídios para a decisão do magistrado sobre a possível adoção, explicitando as razões.
173
(VUNESP/TJ-SP/2022)
Estudo de caso
A sra. Maria, 28 anos, solteira, reside em casa alugada com três filhos – Luis, João e Rosa – com
idades de 11, 8 e 2 anos, respectivamente. Em razão de constantes chuvas na região, sua casa
encontra-se na iminência de desabar, fato este menosprezado pelo proprietário do imóvel, já
informado do risco.
Desconhece o paradeiro dos pais das crianças. Recentemente, adquiriu um fogão, já efetuou
o pagamento de 3 prestações, faltando 7 para finalizar esse compromisso. No entanto, ocorre
que, no momento, ela se encontra desempregada e, devido ao uso de substâncias psicoativas, a
sra. Maria, de forma espontânea, procurou pelo Conselho Tutelar e pediu à equipe apoio para
conseguir realizar um tratamento e também para conseguir auxílio financeiro, sendo acolhida
pela rede socioassistencial nesse sentido.
Houve busca por familiares extensos pelo Conselho Tutelar, porém a maioria vive fora deste
estado. Uma tia que mora em cidade vizinha também não pôde ficar com as crianças, devido às
condições de vida naquele momento, motivo pelo qual o Conselho Tutelar realizou o acolhimento
institucional emergencial das crianças. A respeito do caso apresentado
174
15 Assim, é importante ressaltar que não se deve culpabilizar essa mãe pela condição
16 de vulnerabilidade, pois a situação socioeconômica precária vivenciada faz parte de
17 uma estrutura social bem maior, entretanto, a situação demonstra uma violação de
18 direitos fundamentais das crianças e o Estado tem o dever de promover a proteção
19 delas, pois o interesse da criança tem prevalência e o acolhimento funciona como
20 uma medida temporária de proteção para que posteriormente e em segurança as
21 crianças sejam reintegradas à família.
175
176
(FGV/TRT-PB/2022)
Estudo de caso
Sofia sempre teve uma relação difícil com seus pais, em especial com seu pai. Aos 13 anos começou
a namorar com Ricardo, provocando a ira de seu pai, o Sr. Cristóvão, que exigiu o término do
romance, alegando que até a maioridade a filha era sua propriedade. Em meio a uma acalorada
discussão, o Sr. Cristóvão esmurrou e chutou Sofia, causando-lhe ferimentos externos e internos
que levaram-na à morte.
177
20 partir da lei 13.104 de 2015. Em casos de feminicídio, há alguns critérios que versam
21 sobre o aumento de pena, que pode ser aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se
22 o crime for praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, dentre outras formas,
23 o que se aplica no caso do assassinato de Sofia.
24 Este caso demonstra a importância de maior atenção às mulheres adolescentes em
25 situação de violência, necessitando tanto de campanhas educativas na mídia, nas
26 escolas e nas comunidades ajudando a identificar violências e impedindo que elas
27 evoluam para situações irreparáveis. É papel do Estado e da sociedade ações para
28 que meninas e mulheres possam viver livres do medo e da violência.
178
Estudo de caso
J.F.D., de 39 anos, trabalhador braçal, desempregado, com consulta médica previamente
agendada na Unidade de Saúde da Família (USF), comparece para ser atendido na data e hora
marcadas. Durante o atendimento médico queixava-se de cansaço, fadiga, impaciência, insônia
e que há um mês vem apresentando fortes dores nas costas que irradiam para os membros
inferiores, principalmente para a perna direita. Informa ainda que já fez uso de antiinflamatórios
e de relaxantes musculares que foram prescritos por um profissional na unidade de pronto
atendimento (UPA) e que após o término da medicação, as dores continuaram ainda mais
fortes. Ao exame, usuário se apresentava ansioso, com face de sofrimento, emagrecido, pressão
arterial 140x95 mmHg, respiração 26 irpm e frequência cardíaca de 88 bpm, sendo o mesmo
encaminhado para consulta com o ortopedista e para atendimento psicológico e social. Após os
atendimentos e tratamentos necessários, JFD já apresentando melhora do quadro clínico inicial,
recebe a visita da equipe da estratégia saúde da família sendo agendadas as consultas para o
acompanhamento necessário.
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(FUNDATEC/SUSEPE-RS/2022)
Estudo de caso
Lucinda Souza chega ao CRAS em busca de informações sobre o Benefício de Prestação
Continuada (BPC) para seu filho Davi Souza, de onze anos, diagnosticado com autismo severo
por um psiquiatra que recomendou que buscasse o serviço social em seu relatório médico. Dona
Lucinda tem trinta anos, está desempregada e diz que não consegue pagar pelas despesas da
criança, pois consegue em média R$400 (quatrocentos reais) mensais vendendo doces em casa.
Durante a visita domiciliar, o profissional de serviço social constata que Lucinda mora com o
filho e o marido, José Souza, de trinta e três anos, que também está desempregado e que enfrenta
problemas com o alcoolismo.
181
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(VUNESP/UNESP/2021)
Estudo de caso
S.C., Assistente Social, atua em uma organização da sociedade civil, inscrita no Conselho
Municipal de Assistência Social (CMAS), voltada ao atendimento da população em situação de
rua. Durante o período do inverno, é expressiva a procura de ajuda dos integrantes desse segmento
para receberem cobertores, agasalhos e alimentação, uma vez serem desprovidos de condições
mínimas de sobrevivência. A organização depara-se com sérias dificuldades financeiras para
efetivação de sua proposta, razão pela qual a Assistente Social não atende ao pedido de ajuda feito
por M.L.P. que, atualmente, passa as noites na rua, protegida apenas por uma pequena marquise.
Na manhã seguinte, M.L.P. foi internada com diagnóstico de pneumonia, considerando sua
exposição ao frio em seguidas noites. Continua em tratamento e seu estado de saúde é grave.
183
184
(FUVEST/USP-RESIDÊNCIA/2020)
Estudo de caso
Paula é uma jovem negra e reside em um bairro periférico da cidade de São Paulo. Ela está
gestante de sete meses e chega ao pronto socorro do Hospital-Maternidade acompanhada de
sua prima. Algumas horas depois, Paula dá luz à sua filha, que nasceu prematura e terá de ficar
em observação na UTI neonatal. No dia seguinte, a assistente social vai à enfermaria realizar
atendimento com a paciente e registra-o no relatório a seguir:
Paula M.S., 23 anos, solteira, tem Ensino Médio incompleto, está desempregada e não tem
nenhuma fonte de renda própria. Refere morar com a sua tia materna e mais dois primos em
uma casa de três cômodos em um bairro da região leste da cidade de São Paulo, com pouca
infraestrutura e precário acesso aos serviços públicos. A paciente conta que, ao descobrir a
gestação, passou a fazer acompanhamento de pré-natal no próprio hospital, mas perdeu algumas
consultas. A princípio disse que se confundiu com os horários, depois afirmou que não tinha
dinheiro para a condução e, por fim, falou que não fez um acompanhamento regular, pois as
consultas eram agendadas no período da manhã, momento em que ela estava dormindo após
passar a noite na casa de conhecidos usando drogas. Paula refere que é usuária de álcool, maconha
e crack desde os 16 anos, quando sua mãe faleceu, e gasta uma parte importante do seu dia com
o uso de substâncias psicoativas. Paula relata que durante uma consulta do pré-natal pediu ajuda
à sua médica para ser internada e “ficar limpa” (sic), mas não se sentiu acolhida pela profissional
que lhe disse que, com um pouco de força de vontade e lembrando-se dos riscos que as drogas
trazem para o bebê, tudo ficaria bem e lhe entregou um papel para que Paula fosse ao CAPS AD,
sem dar maiores explicações. Paula não foi ao CAPS AD e contou que, muitas vezes, se sentiu
angustiada com a ideia de tornar-se mãe. Preocupava-se por não ter um emprego fixo, morar de
favor com a tia e não ter apoio do pai da criança. Segundo ela conta, tais sentimentos negativos
lhe fizeram aumentar o consumo de drogas. Contou também que pensou algumas vezes em
abortar ou deixar a criança para doação, mas, com o desenvolvimento da gestação, ela foi se
apegando ao bebê “que crescia dentro dela” (sic) e acreditava que, com o nascimento da criança,
talvez ela tivesse mais forças para cuidar melhor de si. Porém, pode-se observar que Paula não
apresenta qualquer estratégia para lidar com a fissura e a abstinência das drogas. Por fim, Paula
relata que o relacionamento familiar é conflituoso, pois sua tia lhe cobra maior responsabilidade
e não aprova que ela use drogas, mas se sente amparada pela prima.
185
186
B) Cite e justifique três valores e/ou princípios éticos que devem nortear
as respostas profissionais da/o assistente social neste atendimento.
1 Na prática profissional, é crucial refletir sobre nossas ações para evitar intervenções
2 imediatistas ou ultrapassadas. A ética fornece as regras necessárias para uma prática
3 em consonância com os valores democráticos do Serviço Social. No caso de Paula,
4 uma jovem negra gestante em situação de vulnerabilidade, é fundamental que os
5 princípios éticos da profissão norteiam o atendimento.
6 O primeiro princípio ético é a defesa intransigente dos direitos humanos e a recusa
7 ao arbítrio e ao autoritarismo. Independentemente da situação, os direitos humanos
8 são inalienáveis, e é papel do/a assistente social assegurar que Paula tenha acesso a
9 eles, mesmo diante de seus desafios pessoais.
10 O segundo princípio ético é o exercício profissional sem discriminação. É problemático
11 que um relatório revele qualquer forma de discriminação, como a velada no caso de
12 Paula por ser usuária de álcool e outras drogas. A profissional deve agir com empatia
13 e sem preconceitos.
14 O terceiro princípio ético é o compromisso com a qualidade dos serviços e o
15 aprimoramento intelectual. É essencial que o/a assistente social esteja comprometido
16 com a qualidade do atendimento e busque constantemente se aprimorar para
17 oferecer respostas qualificadas às demandas.
18 Dessa forma, é necessário que o/a assistente social seja capacitado/a para
19 desenvolver respostas qualificadas para as demandas do cotidiano, sempre visando à
20 preservação e efetivação dos direitos da população de forma ética e comprometida. É
21 imprescindível que a prática profissional esteja alinhada com os valores e princípios
22
éticos da profissão, garantindo um atendimento humanizado e respeitoso às pessoas
23
em situação de vulnerabilidade, como Paula e sua filha.
187
1 A intervenção do/a assistente social no caso de Paula deve ser pautada pelo caráter
2 educativo, visando não apenas a resolução imediata dos problemas apresentados, mas
3 também o fortalecimento da autonomia e a capacidade de reflexão da usuária sobre
4 sua realidade. O caráter educativo da profissão se relaciona com a possibilidade de
5 orientar e conduzir as ações profissionais para que elas possam atender às necessidades
6 e demandas dos indivíduos. Para que isso ocorra no caso apresentado, a profissional
7 precisaria realizar um processo reflexivo na sua abordagem, ultrapassando o
8 imediatismo das ações e buscando respostas eficazes para a situação exposta.
9 Para desenvolver esse caráter educativo, algumas estratégias podem ser adotadas no
10 atendimento a Paula. Em primeiro lugar, é fundamental que o/a assistente social
11 promova um espaço de diálogo e escuta ativa, no qual Paula possa expressar suas
12 vivências, dificuldades e expectativas de forma acolhedora e sem julgamentos. Além
13 disso, é importante que o/a profissional forneça informações claras e acessíveis
14 sobre os serviços e recursos disponíveis para ela, como programas sociais, assistência
15 psicossocial e programas de apoio à maternidade.
16 Outra estratégia educativa é o estímulo à reflexão, nesse caso, especialmente em
17 relação ao uso de substâncias psicoativas durante a gestação. O/a assistente social
18 pode proporcionar espaços de reflexão sobre os impactos do uso de drogas na saúde
19 do bebê e no seu desenvolvimento, incentivando Paula a buscar ajuda especializada
20 para lidar com essa questão.
21 Por fim, é fundamental que o/a assistente social trabalhe em parceria com outros
22 profissionais e instituições, como o CAPS AD e o Conselho Tutelar, para garantir
23 um atendimento integral e qualificado a Paula e sua filha. Assim, atendimento é
24 uma oportunidade dos/as assistentes sociais exercitarem a sua dimensão educativa,
25 contribuindo para que a população tenha acesso a informações importantes para o
26 exercício da cidadania.
188
(CEBRASPE/DP-DF/2020)
Estudo de caso
L.M.F. tem 45 anos de idade e trabalha há muitos anos como merendeira na secretaria de
educação do seu estado. Casada há 10 anos, tem duas filhas, uma de nove e outra de sete anos
de idade. Seu marido trabalha de carteira assinada como motorista de ônibus. A merendeira
procurou ajuda no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), pois, segundo ela, não
aguenta mais o que está vivendo.
Ela conta que seu marido sempre foi muito ciumento, desde o início do namoro, mas que ela não
se importava, pois sabia lidar com ele. No entanto, a situação se agravou bastante com o passar
do tempo. Ansiosa e muito chorosa, tenta explicar como a situação chegou ao que chama de “o
inferno que virou sua vida”. Diz que foi aos poucos, que atualmente sua vida está horrível e que
tem medo até de enlouquecer.
Seu marido a persegue o tempo todo, e ela se sente injustamente vigiada. Além disso, ele inventa
coisas horríveis a seu respeito. Certa vez, só porque ela parou para conversar com um vizinho, ele
espalhou para toda a vizinhança que os dois estavam tendo um caso e que ela tinha virado uma
mulher fácil, “apesar de ela estar velha e gorda”. L.M.F. se sentiu muito humilhada, ofendida e
ridicularizada. Depois desse episódio, conta, ele chorou, pediu desculpas e ficou bonzinho por
uns tempos.
L.M.F diz que se sente cada vez mais sozinha: já faz certo tempo que o marido a proibiu de
conversar com suas amigas, porque as considera más influências, e recentemente também
implicou com sua irmã, dizendo que ela é namoradeira. Foi proibida, portanto, de visitar sua
família e nunca mais viu sua mãe, com quem está muito preocupada. Quando se queixa, o
marido fala que ela tem de ser obediente. Pensa em ir visitá-la escondido, mas tem medo de que
ele descubra, o que a deixa mais angustiada ainda, pois, quando ele é contrariado, faz coisas
horríveis.
No ano passado, ele foi até a escola em que L.M.F. trabalha, onde suas filhas também estudam,
e fez um escândalo porque a esposa participou de uma comemoração de aniversário. Ele faz
ameaças e a vigia constantemente. L.M.F. diz que agora o marido inventou que religião é
bobagem e perda de tempo. Ela sempre foi católica, mas depois disso deixou de frequentar a
igreja — coisa que adorava fazer —, pois sente medo de sair de casa.
Tem medo dele porque ele é imprevisível. Às vezes, parece estar tranquilo e, de repente, faz
coisas terríveis. No inicio do ano, queimou um vestido que ela adorava, pois o considerava muito
decotado. No último aniversário dela, ele ficou furioso ao vê-la com um vestido novo, disse que
era roupa de prostituta e que estava feia e ridícula. Agora está controlando seus gastos, diz que
mulher casada não precisa ficar gastando dinheiro à toa com enfeites, pois já tem marido. De vez
em quando, ele mexe na bolsa dela e pega seu dinheiro. Também pegou o cartão da poupança
dela e disse que só vai devolvê-lo se ela merecer.
Outra coisa que a está deixando muito nervosa é o medo de engravidar novamente. O marido
passou a jogar fora as pílulas anticoncepcionais que ela recebe da Unidade Básica de Saúde.
Além disso, ele não a respeita nos dias em que ela não pode, ou simplesmente não quer, ter
relações sexuais. Conta que depois ele se arrepende e fica carinhoso novamente, dizendo não
189
(IBFC/TJ-PE/2017)
Estudo de caso
Analise o relato abaixo:
“Maria Lucia é Assistente Social do TJ e foi designada para acompanhar o caso da família de
Ana Rosa (39 anos) e seu esposo Julio Cesar (41 anos). O casal tem quatro filhos: Miguel de
01 ano; Ana Julia de 04 anos; Guilherme de 11 anos e Gabriel de 15 anos. Os responsáveis
pela família estão desempregados e a família reside em situação de pobreza extrema, na região
mais vulnerável do Município de Sucupira. Atualmente a família não possui nenhuma renda
mensal fixa. Apesar de apresentarem vínculos afetivos fortes, foi proposto pelo Conselho Tutelar
que as crianças sejam inseridas em uma instituição de acolhimento em decorrência da pobreza
vivenciada pela família, requisitando até a suspensão do poder familiar.
A argumentação do Conselheiro Tutelar que encaminhou o caso seria de que Ana Rosa e Julio
Cesar não manifestam vontade alguma de trabalhar, argumento refutado pelos familiares que,
pela baixa escolaridade encontram apenas trabalhos pontuais, o que resulta em baixa renda e na
dificuldade de atender as necessidades básicas da família”.
191
192
(IDECAN/SME-RN/2016)
Estudo de caso
Segundo Iamamoto, 12, “O conhecimento da realidade deixa de ser um mero pano de fundo
para o exercício profissional, tornando-se condição do mesmo, do conhecimento do objeto junto
ao qual incide a ação transformadora ou esse trabalho” (1997, p. 42).
Identificação das crianças:
• Antônio F. Mendes Filho e José F. Mendes, ambos com quatro anos; a mãe, Margarida, deixa
as crianças na creche antes de ir para o trabalho.
• Maria F. Mendes, de 10 anos, estuda no período da tarde.
Situação familiar:
• Margarida A. Mendes, 39 anos, casada, doméstica em uma residência, com carteira assinada
e trabalha das 8 às 17h.
• Antônio F. Mendes, 42 anos, desempregado, responsável por cuidar da limpeza da casa,
almoço e levar a filha de 10 anos para a escola no período da tarde.
Exposição do caso no CRAS (Centro de Referência da Assistência Social):
• Em relação ao atendimento no CRAS, a Assistente Social atendeu a Sra. Margarida que,
de início, relatou que não gostaria que o pai, o Sr. Antônio, fosse chamado, pois ele é muito
nervoso e que tem medo do que o mesmo poderia fazer com ela e as crianças.
• A Sra. Margarida, muito assustada, relatou à profissional, que trabalha como doméstica em
casa de família com carteira assinada durante todo o dia e que é mãe de três filhos, sendo
uma de 10 anos e os outros dois gêmeos, ambos com quatro anos; além disso, é casada com
Antônio há 13 anos e procura o CRAS com medo de perder o Bolsa Família, pois sua filha de
10 anos não quer ir para a escola, pedindo à mãe, Sra. Margarida, que a leve para o serviço,
pedido este que a mãe não atende.
• Indagada sobre sua relação com o Sr. Antônio e este com os filhos, a mesma relata ser muito
nervoso e agitado com ela e as crianças, que por qualquer motivo fica agressivo. A profissional
questiona se ele já a violentou ou as crianças, ela se expressa com a cabeça baixa e diz que
ele sempre fica muito nervoso e já a agrediu, mas acha que isto acontece devido ao fato
de ele estar desempregado, mas, que, na última briga, em que o mesmo chegou em casa
embriagado e a agrediu, ela o ameaçou de chamar a polícia e, mediante a isso, ele se acalmou
nesta última semana.
• A Assistente Social questiona à mãe se a mesma notou algum comportamento diferente da
filha ou alguma marca pelo corpo da mesma; ela alega que havia umas manchas vermelhas
no corpo da filha e esta apresenta problemas com o sono e tem medo da hora do banho, e
que chega tomar vários banhos por dia.
• Questionada com muita cautela pela profissional se a mãe desconfiava de algum tipo de
maus-tratos do pai com a filha e se havia procurado ajuda do Conselho Tutelar, ou se a
escola a procurou devido às faltas escolares da filha, a mãe disse que esta foi a primeira vez
que solicita ajuda e que não havia recebido nenhum tipo de comunicado da escola. Muito
193
assustada, a mãe pede novamente para que o pai não seja comunicado sobre a procura
ao CRAS e que acha que o pai agrediu a filha de alguma forma, mas preferia não acreditar,
pois somente foi até a unidade por necessitar do Bolsa Família e que tem medo de perder a
guarda dos filhos.
1 O caso apresentado envolve uma situação complexa que demanda uma intervenção
2 imediata por parte da Assistente Social. A prática profissional nesse contexto requer
3 sensibilidade, ética, comprometimento e uma compreensão ampla das questões
4 envolvidas. Diante disso, é essencial identificar as violações de direitos, por meio
5 de uma escuta qualificada e propor encaminhamentos adequados para garantir a
6 proteção e o bem-estar da família.
7 Nessa situação é necessário envolver a articulação de diferentes serviços e órgãos para
8 garantir a proteção da família, especialmente da criança, por sua situação de possível
9 violação de direitos. Quanto mais precoce for a intervenção, melhor será para ela.
10 Neste cenário, é fundamental comunicar em primeira instância ao Conselho Tutelar
11 para garantir a proteção integral das crianças e a avaliação da situação familiar para
12 que sejam tomadas as medidas cabíveis para a segurança e bem-estar das mesmas.
13 Cabe à notificação a este órgão em casos de suspeita ou confirmação.
14 É imprescindível também o acolhimento e o apoio psicossocial à Margarida e às
15 crianças, visando oferecer suporte atendimento social e emocional, orientação
16 e proteção imediata contra a violência doméstica. Em seguida, é necessário o
17 encaminhamento da família para o Centro de Referência Especializada da Assistência
18 Social, onde poderão receber acompanhamento especializado e orientações para o
19 enfrentamento da violência doméstica, além do encaminhamento para o acesso a
20 serviços de saúde e jurídicos, se necessário.
21 Por fim, é essencial o acompanhamento constante da família pelo CRAS, oferecendo
22 suporte social, acompanhamento psicossocial e orientações para acesso aos benefícios
23 sociais para situações de violência, visando garantir a autonomia e a superação das
24 dificuldades enfrentadas. A orientação social para Margarida, especialmente no
25
tocante as medida protetiva previstas na Lei Maria da Penha.
194
Shellen Galdino