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ESPELHOS E MODELOS DE DISCURSIVAS

E ESTUDOS DE CASO DE SERVIÇO SOCIAL

MODELOS FABULOSOS DE DISCURSIVAS, REDAÇÃO E ESTUDOS DE CASOS


ESCRITO POR ESPECIALISTAS DA ÁREA
DIVERSAS BANCAS DE CONCURSOS E RESIDÊNCIAS

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DND: Direto Nas Discursivas

Copyright © Serviço Social para Concursos 2024


É vedada a reprodução de qualquer parte deste livro sem a expressa autorização da editora.

Editora:
Shellen Batista Galdino

Revisão Final:
Shellen Batista Galdino

Projeto gráfico e Capa:


Luyse Costa

Coordenação geral
Shellen Batista Galdino

Equipe técnica do serviço social:


Coordenadora:
Shellen Batista Galdino
Colaboradoras:
Heloísa Alves
Cendy Vasconcelos da Silva Esvael
Maria Rita Xandú Ferreira

Diagramação:
Shellen Batista Galdino
Sonalyana Jales

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Galdino, Shellen Batista (Coord.)


Espelhos de redação e estudos de caso de serviço social [livro eletrônico] / Shellen Batis-
ta Galdino. -- João Pessoa, PB : Serviço Social para Concursos, 2024. -- (Direto nas discursivas)
PDF

ISBN 978-65-995161-6-0

1. Concursos públicos - Guias de estudo 2. Redação- Concursos 3. Serviço social I. Título. II. Série.

24-215058 CDD-869

Índices para catálogo sistemático:


1. Redação : Concursos : Literatura brasileira 869
Eliane de Freitas Leite - Bibliotecária - CRB 8/8415

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SUMÁRIO

Apresentação 5

1. Ética e legislação profissional: 6

2. Instrumentos, instrumentalidade e interdisciplinaridade no trabalho profissional 18

3. Questão Social e contemporaneidade 41

4. Política Social e Seguridade 60

5. Serviço Social e Política de Assistência 65

6. Política de Saúde 73

7. Serviço Social e Educação 86

8. Leis inclusivas e legislação voltadas para segmentos específicos 100

9. Direitos das Crianças e dos adolescentes 123

10. Temas Diversos 132

11. Estudos de caso 160

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DND: Direto Nas Discursivas

APRESENTAÇÃO

Querido aluno/a
Você já se pegou paralisado diante de uma folha em branco, sem saber como
começar uma redação dissertativa ou resolver um estudo de caso? Essa é uma realidade
comum para muitos estudantes, especialmente aqueles que se preparam para concursos
e provas específicas, como as de Serviço Social.

Pensando nisso, desenvolvi o DND - Direto nas discursivas, a forma completa


de escrever redações, discursivas e estudos de casos. Esse material foi cuidadosamente
elaborado para fornecer tudo o que você precisa para dominar a arte da escrita. Aqui,
você encontrará MODELOS PRONTOS com ESTRUTURA DE APROVAÇÃO.

A chave para perder o medo de escrever é a prática aliada ao conhecimento. Ao


estudar modelos bem-sucedidos e aplicar as dicas e técnicas oferecidas nas videoaulas
e outros materiais do nosso curso DND você ganhará confiança para enfrentar qualquer
prova discursiva ou estudo de caso. Com o tempo, a escrita se tornará uma ferramenta
natural e poderosa no seu arsenal e elevará a sua nota rumo à aprovação.

Estou confiante de que, com o auxílio deste material completo, você estará
preparado para enfrentar qualquer prova escrita que surgir em seu caminho. Perder o medo
de escrever é o primeiro passo para alcançar a excelência. Então, mãos à obra e boa escrita!

Abraços,

Professora Shellen do Serviço Social para Concursos

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Ética e legislação
profissional:
Código de ética, lei
de regulamentação
e projeto ético-
político

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(FAFIPA/PREF. DE CAPANEMA-PR/2024)

Em 2023 o Serviço Social celebra os 30 anos da aprovação da Lei de Regulamentação da


Profissão de Serviço Social (lei 8662/1993), momento em que se propõe para o debate o tema
“Serviço Social, necessário para o Brasil: Uma profissão regulamentada e comprometida com a
ética e com a qualidade dos serviços prestado à população” https://www.cfess.org.br/.
O contexto dos anos de 1990, expressa um Serviço Social relativamente consolidado e maduro,
uma profissão com avanços e acúmulos representado em especial, pela construção de um projeto
ético político para o Serviço Social brasileiro e sua materialização em normativas, entre outras
as que pautam os direitos e deveres, as atribuições e competências do Assistente Social em seu
exercício profissional, objetivado nos diferentes espaços sócio ocupacionais destinados a prestação
de serviços à população. Netto, 1996.
Como parte desse mesmo contexto, o exercício profissional, é tensionado por transformações
societárias oriundas do processo de reestruturação produtiva e suas mudanças nas relações
de trabalho, articuladas ao avanço e acirramento do neoliberalismo, reafirmado no contexto
contemporâneo, por suas faces conservadoras. Isso desafia o Assistente Social a compreender e a
intervir, em seus espaços sócio ocupacionais, nas novas configurações das “expressões da questão”,
que expressam a precarização do trabalho, e a retração do Estado em relação às provisões no
campo das políticas sociais, cujos rebatimentos colocam-se como limites à qualidade dos serviços
prestados à população pelos profissionais em Serviço Social. Yazbek , 2009.

Considerando a descrição da afirmativa acima, a Lei de Regulamentação da


Profissão (Lei 8662/1993), os pressupostos éticos do Serviço Social e o avanço
do projeto neoliberal no contexto contemporâneo cite, 1 (uma) atribuição ou
uma competência do Serviço Social e a contextualize, considerando 1 (uma)
possibilidade e 1 (um) limite do exercício profissional para a qualidade dos
serviços prestados à população.

Deverá conter o mínimo 40 linhas.

1 A reestruturação produtiva é resultado das mudanças geradas nos processos


2 produtivos ocorridos em meados da década de 1970 como estratégia para saída
3 da crise enfrentada pelo capital. Nesse contexto, são ampliados os mecanismos
4 de exploração do trabalho, aprofundando-se o trabalho precarizado, flexibilizado
5 e terceirizado. Por conseguinte, o ideário neoliberal se adensa, promovendo a
6 desregulamentação dos direitos sociais e o desmonte das políticas sociais, no Brasil
7 esse cenário ocorre, sobretudo a partir da década de 1990.
8 Na esfera do Serviço Social também se aprofundam as relações de trabalho
9 precarizadas, os vínculos fragilizados e o trabalho desprotegido. Isso porque, na
10 condição de trabalhadores assalariados, os/as assistentes sociais também sofrem as
11 consequências dessa dinâmica da sociabilidade capitalista.

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12 Diante desse contexto, é primordial que a categoria profissional seja norteada por
13 uma perspectiva crítica, a qual reconheça esses processos históricos e contribua para
14 a construção de um novo horizonte societário. Para tanto, o projeto ético-político do
15 Serviço Social consolida e materializa uma perspectiva emancipatória e comprometida
16 com os interesses da classe trabalhadora. Além disso, dispõe de normas, princípios e
17 objetivos que direcionam o fazer profissional e as relações dos/das assistentes sociais
18 com os usuários dos serviços.
19 Dessa maneira, uma das competências do/a assistente social é elaborar, implementar,
20 executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, seja direta
21 ou indireta, além de empresas, entidades e organizações populares. Essa competência
22 representa a possibilidade de viabilizar os direitos sociais da população e democratizar
23 o conhecimento técnico e especializado do Serviço Social reforçando o quanto a
24 profissão possui competência não só para operacionalizar as políticas sociais, como
25 também para construí-las.
26 Nessa conjuntura, um dos limites impostos ao exercício profissional para a qualidade
27 dos serviços prestados à população pode ser relacionado ao desmantelamento
28 das políticas sociais provocado pelo neoliberalismo, o que conduz a uma falta de
29 investimentos e de recursos suficientes para a área social, além disso, a autonomia
30 relativa dos assistentes sociais no âmbito das instituições também estabelece limites
31 quanto à condução do trabalho profissional.
32 Portanto, na particularidade da sociedade contemporânea o Serviço Social se depara
33 com desafios que exigem dos profissionais a capacidade de responder às demandas
34 emergentes sem perder de vista os pressupostos éticos-políticos e a capacidade crítica
35 para decifrar a realidade.

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(AOCP/IEMA-ES/2023)

A Assistente Social do Iema está recebendo, pela primeira vez, uma estudante para a
realização de seu estágio curricular obrigatório em Serviço Social. Após as orientações iniciais
e ambientação, a profissional, além de se dispor a supervisionar atividades práticas, propôs
fornecer textos e normativas relativos à profissão nesse espaço sócio-ocupacional para leitura
e posterior discussão conjunta. O primeiro material recomendado foi o Código de Ética do
Assistente Social de 1993. Considerando o Código de Ética do Assistente Social vigente e a Lei
de Regulamentação da Profissão, redija um texto que:

• Classifique a supervisão direta de estagiário do Serviço Social como


competência profissional ou como atribuição privativa do assistente social;
• Cite todos os deveres do assistente social nas suas relações com os usuários.

Deverá conter o mínimo de 20 linhas e máximo de 30 linhas.

1 A supervisão direta de estagiários em Serviço Social é uma competência profissional


2 do (a) assistente social, conforme estabelecido na sua lei de regulamentação
3 profissional. Essa atribuição reflete a responsabilidade do (a) assistente social em
4 orientar e garantir condições necessárias para que o exercício profissional seja
5 desempenhado com qualidade e competência técnica e ética.
6 Em relação aos deveres do assistente social com os (as) usuários,a partir do Código de
7 Ética, tem-se a obrigatoriedade de viabilizar a participação da população de forma
8 democrática nas discussões e decisões institucionais, além de promover espaço de
9 acesso à informações no que tange aos programas disponibilizados para acesso de
10 todos (as).
11 É crucial destacar a necessidade de esclarecer informações sobre a atuação
12 profissional, por exemplo ao utilizar as informações dos (as) usuários, é imprescindível
13 fornecer orientações claras sobre como esses dados serão utilizados, seja para o
14 desenvolvimento de projetos ou para embasar políticas públicas.
15 Os deveres do (a) assistente social para com os usuários, delineados no Código
16 de Ética, norteiam sua atuação, garantindo a construção de relações éticas e a
17 viabilização de direitos, além da defesa dos direitos humanos e da cidadania. Esta
18 abordagem visa assegurar que tanto o profissional quanto os usuários sejam atendidos
19 de maneira competente e profissional, promovendo assim uma prática capacitada e
20 comprometida com o respeito e a dignidade de cada indivíduo.
21 Em suma, a supervisão direta de estagiários em Serviço Social, respaldada pela

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22 legislação vigente, representa o compromisso do (a) assistente social em orientar e


23 garantir a excelência técnica e ética na profissão. Os deveres éticos do profissional
24 para com os usuários, destacados no Código de Ética, reafirmam a importância da
25 participação democrática e do respeito aos direitos humanos.

10

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(CONSULPLAN/PREF. ARARAQUARA - SP/2023)

Disserte sobre o projeto ético-político do serviço social e os desafios encontrados na


contemporaneidade.

No mínimo 10 linhas e máximo de 30 linhas.

1 O Projeto Ético-Político do Serviço Social é construído sobre bases sólidas de valores


2 democráticos e emancipatórios. Ele se fundamenta na defesa dos direitos sociais,
3 na luta contra as desigualdades e na promoção da justiça social. No entanto, na
4 era da globalização neoliberal e da financeirização da vida, esses princípios são
5 constantemente colocados à prova.
6 Um dos desafios mais frequentes enfrentados pelo Serviço Social na contemporaneidade
7 é a precarização das relações sociais e de trabalho. A expansão do neoliberalismo tem
8 promovido políticas de desmonte do Estado, resultando em cortes de investimentos
9 em áreas essenciais como saúde, educação e assistência social.
10 Além disso, a emergência de novas formas de exclusão e violação de direitos apresenta
11 outro desafio crucial para o Serviço Social. O avanço das tecnologias digitais, por
12 exemplo, cria novas barreiras de acesso aos direitos e serviços básicos para aqueles
13 que não têm familiaridade com essas ferramentas ou não têm acesso a elas. Da
14 mesma forma, a intensificação das migrações, o aumento da violência urbana e a
15 crise ambiental global são fenômenos que demandam respostas urgentes e eficazes
16 por parte dos profissionais de serviço social.
17 Diante desses desafios, é essencial que os (as) Assistentes Sociais reafirmem seu
18 compromisso com os princípios éticos e políticos que fundamentam sua prática. Isso
19 implica em uma atuação crítica e comprometida com a defesa dos direitos humanos,
20 a promoção da equidade e a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
21 Além disso, é necessário investir na formação contínua dos profissionais, capacitando-
22 os para lidar com as demandas emergentes e desenvolver estratégias de intervenção
23 social.
24 A guisa de conclusão, é fundamental que os (as) Assistentes Sociais reafirmem seu
25
compromisso com os valores e princípios que fundamentam sua prática, buscando
26
formas eficazes de intervir junto à realidade social.

11

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(AOCP/EMBASA-BA/2022)

Sabe-se que os projetos profissionais apresentam a autoimagem de uma profissão, elegem


os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, formulam
os requisitos para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e
estabelecem as bases das suas relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões
e com as organizações e instituições sociais privadas e públicas.

Diante do exposto, disserte sobre os elementos constitutivos do projeto ético-


político do Serviço Social e os componentes que o materializam no processo
sócio-histórico da profissão.

Deverá conter o mínimo de 10 linhas e máximo de 30 linhas.

1 O projeto ético-político do Serviço Social é uma construção que reflete os valores,


2 objetivos e compromissos da profissão. Originado no Movimento de Intenção de
3 Ruptura, durante o terceiro ciclo histórico do Movimento de Reconceituação do
4 Serviço Social na América Latina e de Renovação do Serviço Social no Brasil, esse
5 projeto representa uma ruptura com o conservadorismo e a adoção da perspectiva
6 crítica em todas as dimensões da profissão.
7 O marco emblemático desse movimento foi o “Congresso da Virada”, realizado em
8 1979, que inaugurou uma nova fase para o Serviço Social brasileiro. Esse congresso
9 foi crucial para a consolidação do Projeto Ético-Político do Serviço Social, que se
10 tornou o guia orientador do fazer profissional dos (as) assistentes sociais.
11 O Projeto Ético-Político do Serviço Social possui uma dimensão profissional, que
12 se reflete nos seguintes marcos normativos da profissão: o Código de Ética, Lei
13 de Regulamentação da Profissão e as Diretrizes Curriculares. Esses documentos
14 estabelecem os princípios teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos,
15 que norteiam a atuação dos (as) assistentes sociais.
16 Além disso, o projeto ético-político do Serviço Social possui uma dimensão societária,
17 que vai além da prática profissional e busca contribuir para a construção de um novo
18 modelo de sociedade que supere o capitalismo.
19 Os componentes que materializam o projeto ético-político do Serviço Social no
20 processo sócio-histórico da profissão incluem não apenas os marcos normativos, mas
21 também o direcionamento político societário em favor da construção de um novo
22
horizonte de sociedade. Portanto, o projeto ético-político do Serviço Social é uma
23
ferramenta essencial para a consolidação da identidade e da atuação profissional dos
24
(as) assistentes sociais.
12

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(CEBRASPE/PREF. DE SÃO LUÍS–MA/2017)

A trajetória do serviço social também conta com a luta contra o conservadorismo — um


dos principais objetivos do projeto ético-político, objetivado no Código de Ética, nas diretrizes
curriculares e na lei de regulamentação da profissão. Sendo assim, o combate ao preconceito,
inerente ao conservadorismo, é atual e necessário em um cenário em que a luta de classes e a luta
entre projetos societários e profissionais estão evidentes.

CFESS. O que é preconceito? Série Assistente social no combate ao preconceito. Caderno 1. Brasília: CFESS,
2016, p. 8.

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente


motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.

AS RAZÕES QUE JUSTIFICAM A RECUSA DO PRECONCEITO PELOS(AS)


ASSISTENTES SOCIAIS.

Ao elaborar seu texto, aborde:


1. um princípio do Código de Ética do Assistente Social;
2. as implicações do preconceito à concretização do projeto ético-político
profissional.

A resposta deverá conter no máximo 15 linhas.

1 O Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social adota diversos princípios no


2 empenho da eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito
3 à diversidade, e ao exercício profissional sem ser discriminado(a), nem discriminar,
4 por questões de inserção de classe, gênero, etnia, religião, orientação sexual, idade
5 ou condição física e mais.
6 Quanto às implicações do preconceito para a concretização do projeto ético-político,
7 o sistema de preconceitos é uma forma de julgamento moral que impede escolhas
8 conscientes e éticas, além de prejudicar a autonomia dos indivíduos. Nesse sentido, a
9 reprodução de práticas preconceituosas além de irracional, atinge diretamente, os(as)
10 usuários(as), restringindo as suas escolhas, negando os seus direitos, e promovendo
11 sua exposição a situações de humilhação e desrespeito.
12 Portanto, é imperativo para uma conduta ética romper com as opressões e
13 discriminações. A luta contra o preconceito é uma pequena mediação no universo
14 das lutas históricas pela liberdade e emancipação humana.

13

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(IBADE/IPERON-RO/2017)

Leia o fragmento a seguir e responda a questão.


“Embora os princípios norteadores do projeto profissional estejam fundados na perspectiva
da construção de uma outra sociedade, é nos parâmetros do capitalismo que se materializa a
profissão, e o assistente social é chamado para prestar serviços que podem corroborar o status
quo ou atuar para criar outras formas de sociabilidade, que problematizam a organização da
sociedade. Para que isso ocorra, é imperioso planejar o trabalho, dar-lhe sentido teleológico”.
(COUTO, 2009:653)

Disserte, acerca das dimensões ético-políticas, acadêmicas e legais que formam


a base de sustentação do projeto ético-político do serviço social brasileiro.

A resposta deverá conter no máximo 20 linhas.

1 O projeto ético-político do Serviço Social está diretamente relacionado a um projeto


2 de transformação da sociedade. Nesse contexto, está vinculado a uma dimensão
3 ético-política, a qual diz respeito ao reconhecimento do caráter contraditório da
4 profissão e do reconhecimento de uma direção social estabelecida pela categoria
5 profissional e explicitada nele e no conjunto de princípios e normas que lhe dão
6 sustentação como: o Código de Ética da profissão, a Lei de Regulamentação e as
7 Diretrizes Curriculares da ABEPSS.
8 No âmbito acadêmico, as Diretrizes Curriculares da ABEPSS materializam um
9 projeto profissional comprometido com uma formação crítica, e que desenvolva no
10 Serviço Social o comprometimento com a dimensão ético-política, técnico-operativa
11 e teórico-metodológica.
12 Quanto ao arcabouço legal, o Código de Ética e a Lei de Regulamentação da
13 profissão fornecem subsídios necessários para uma intervenção comprometida com
14 os interesses da classe trabalhadora. Além de princípios e normas que direcionam
15 as condutas profissionais em defesa da liberdade, da democracia, da cidadania, da
16 justiça e da igualdade social.
17 Isto posto, o projeto ético-político é composto por saberes teóricos e interventivos,
18 além de expressar claramente os princípios e valores do Serviço Social, sendo
19 resultado das lutas e conquistas da profissão.

14

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(FGV/TJ-DFT/2023)

O assistente social Tiago trabalha em uma escola particular voltada para o ensino de nível
médio. Foi procurado pelos pais de Márcio, um estudante de 15 anos portador de deficiência
auditiva. Estes pais solicitam a mediação de Tiago junto à Direção da escola no sentido de que
seja viabilizada tecnologia assistiva e equipamentos adequados ao seu filho, a fim de que ele
possa acompanhar as aulas com as mesmas possibilidades que os outros estudantes. Tiago vai
conversar com a Diretora da escola, e esta lhe informa que, por se tratar de uma instituição
privada, não possui a obrigatoriedade de fornecer nenhum tipo de equipamento para estudantes
com deficiência, e que esta deveria ser responsabilidade exclusiva dos pais de Márcio. Tiago
convoca os pais de Márcio para uma reunião, na qual expõe o que a Diretora da escola lhe
informou, orientando-os a adquirirem o(s) equipamento(s) necessários, a fim de que Márcio não
seja prejudicado no acompanhamento das aulas

Analise a conduta de Tiago:


a) a partir do Estatuto da Pessoa com Deficiência
b) à luz do Projeto Ético-Político do Serviço Social
b.1) em sua relação com o Código de Ética
b.2) em sua relação com os usuários

A resposta deverá conter no máximo 15 linhas.

1 A conduta de Tiago está em desacordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência,


2 que assegura o direito à educação inclusiva e acessível, exigindo que a escola, mesmo
3 privada, forneça os recursos necessários para a plena participação de Márcio nas
4 atividades escolares. Sob a perspectiva do Projeto Ético-Político do Serviço Social,
5 a orientação de Tiago aos pais para arcarem com os custos dos equipamentos não é
6 condizente com os princípios éticos da profissão. Ao relacionar sua conduta com o
7 Código de Ética do Serviço Social, observa-se uma discrepância, pois ele deve intervir
8 em situações de violação de direitos e promover o acesso igualitário aos recursos
9 necessários para a inclusão. Isso compromete sua relação com os usuários, colocando
10 sobre os pais uma carga financeira injusta e desconsiderando a responsabilidade da
11 escola. Assim, a conduta de Tiago destaca a necessidade de uma abordagem mais
12 crítica e comprometida com os direitos e a inclusão das pessoas com deficiência, em
13 conformidade com os princípios éticos e políticos da profissão.

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(QUADRIX/PREF. CRISTALINA - GO/2019)

O Código de Ética do Assistente Social completou 26 anos no dia 13 de março de 2019.


Durante a trajetória da profissão, esse instrumento veio se atualizando e sua quinta versão foi
aprovada e instituída pela Resolução n.o 273/1993 do Conselho Federal de Serviço Social.

Considerando que o texto acima tenha caráter exclusivamente motivador,


redija um texto dissertativo acerca do tema a seguir.

A IMPORTÂNCIA DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:


a) contexto e definição do Código de Ética e o conteúdo tratado nesse
documento;
b) pelo menos cinco princípios fundamentais do Código de Ética, relacionando-
os com o Projeto Ético-Político da profissão;
c) três direitos do assistente social e três vedações destinadas a esse
profissional; e
d) a importância do Código de Ética para o serviço social.

A resposta deverá conter no máximo 30 linhas.

1 O Código de Ética Profissional do Assistente Social é um documento fundamental que


2 norteia a atuação ética e responsável da profissão no contexto social. Compreende-
3 se como um aparato que define os princípios e valores imprescindíveis para guiar
4 o exercício da prática profissional e o respeito aos direitos dos usuários a serem
5 atendidos .
6 A partir da compreensão da importância do código de ética, se tem como base
7 seus princípios fundamentais que estão intrinsecamente relacionados ao Projeto
8 Ético-Político da profissão, promovendo a liberdade, cidadania, equidade, a não
9 discriminação e o respeito à diversidade. Princípios esses que orientam a conduta
10 do assistente social, direcionando suas ações para a autonomia e emancipação dos
11 sujeitos sociais, além de fortalecer o compromisso com a justiça social e a garantia
12 de direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras.
13 No que diz respeito aos direitos do assistente social, destacam-se a inviolabilidade
14 do local de trabalho e dos arquivos utilizados pelo serviço social, o direito ao
15 aprimoramento profissional contínuo e a participação ativa na elaboração e gestão
16 das políticas públicas que tange ao serviço social. Esses direitos são essenciais para
17 assegurar as condições adequadas para o exercício da profissão e a promoção de um

16

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18 serviço de qualidade.
19 Por outro lado, as vedações impostas pelo código visam proteger a integridade
20 ética do assistente social, proibindo práticas como a falsificação de declarações, o
21 exercício ilegal da profissão e revelar o sigilo profissional. Importante ressaltar que o
22 código de ética é regulamentado por lei, sendo assim essas vedações cooperam para
23 o compromisso profissional, honestidade e legalidade na atuação profissional.
24 Por fim, o Código de Ética Profissional do/a Assistente Social possui um papel
25 fundamental na regulamentação e na promoção da ética e na qualidade dos
26 serviços prestados pelos profissionais. Não apenas orientando a conduta individual
27 profissional, mas também fortalecendo a relevância social do serviço social e
28 garantindo a consolidação da cidadania de todos.

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(QUADRIX/CRESS-DF/2021)

Em O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional, Marilda


Villela Iamamoto afirma que uma questão central que se coloca para os assistentes sociais na
atualidade pode ser formulada da seguinte forma: Como reforçar e consolidar o projeto político-
profissional do serviço social em um terreno profundamente adverso? Como atualizá-lo ante o
novo contexto social, sem abrir mão dos princípios ético-políticos que o norteiam?

Considerando o texto acima, redija um texto dissertativo acerca da importância


e do papel fundamental que tais questionamentos apresentam na atuação
dos assistentes sociais de acordo com a autora.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 O projeto ético-político orienta a formação e a prática do Serviço Social e faz parte


2 de um processo histórico que resultou no comprometimento da categoria com as
3 lutas democráticas e com a classe trabalhadora, dessa forma, as ações do Serviço
4 Social possuem direcionamentos éticos e políticos que são pautados nele.
5 De acordo com Iamamoto, é necessário que possamos adequar o projeto ético-
6 político às mudanças da conjuntura contemporânea, reconhecendo as tendências e
7 decifrando as múltiplas expressões da questão social. Nesse sentido, saber lidar com
8 os novos desafios é necessário para que o profissional consiga compreender e agir da
9 melhor forma possível diante das novas expressões da questão social que acompanham
10 embates societários voltados para as desigualdades sociais no que tange, por exemplo,
11 a aspectos econômicos, de gênero, raça, etnia e dentre outros recortes.
12 A autora, nos direciona a questionar sobre os desafios que os assistentes sociais lidam
13 no cotidiano profissional, pelo fato de se multiplicarem as desigualdades sociais,
14 enquanto as estruturas de poder se mantêm inalteradas ou até mesmo intensificadas,
15 reforçando ainda mais as discrepâncias sociais
16 Nesse contexto, diante do cenário de globalização e suas inúmeras consequências,
17 a atualização profissional não é apenas uma questão teórica, mas sim de uma
18 necessidade prática, além de ser um compromisso ético. Em um contexto de constantes
18 transformações sociais, econômicas e políticas, os/as assistentes sociais devem
20 estar preparados para responderem de maneira eficaz às demandas emergentes da
21 população.
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Sendo assim, Iamamoto reforça a importância da reflexão crítica sobre as condições
23
sociais e políticas impostas, tendo em vista que a questão social marca a sociedade e
24 se ajusta com novas roupagens acompanhando as mudanças e demandas sociais.
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ANOTA AQUI SUAS IDEIAS


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Instrumentos,
instrumentalidade e
interdisciplinaridade
no trabalho
profissional

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(UFG/MPE-AC/2023)

Demanda judicializada na Vara de Família


Requerente: genitora
A autora manteve um relacionamento com o requerido por 10 anos, e dele nasceu um filho do
casal, atualmente com 9 anos. A relação é marcada por histórico de violência, física e psicológica,
e culminou na separação do casal. A requerente solicita a guarda do filho, bem como a partilha
do imóvel adquirido durante o relacionamento, e reclama da irresponsabilidade e violência do
ex-companheiro para com o filho. O juiz solicita a realização de uma perícia social a fim de
auxiliar na decisão judicial.

Com base na situação hipotética descrita acima, redija um texto dissertativo-


argumentativo com a exposição das principais estratégias profissionais que o
assistente social deve acionar. Na elaboração do texto:
(A) indique os fundamentos teóricos e legais de atuação na situação hipotética,
bem como a direção social que o profissional de serviço social deve imprimir na
intervenção profissional à luz do projeto ético-político da profissão;
(B) indique os instrumentais técnico-operativos que devem ser implementados
no desenvolvimento da perícia social, destacando suas especificidades,
finalidades e formas de abordagem;
(C) descreva os aspectos da realidade da família que você abordará para a
efetivação desse trabalho

A resposta deverá conter no máximo 30 linhas.

1 A situação hipotética de demanda judicializada na Vara de Família, envolvendo


2 violência doméstica e guarda de filho, requer uma intervenção do profissional do
3 Serviço Social embasada em fundamentos teóricos e legais sólidos. Além disso,
4 também é crucial o cumprimento de direitos de uma vida digna preconizados às
5 crianças e adolescentes a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente.
6 À luz do Projeto Ético-Político da profissão, é essencial que o (a) profissional adote
7 uma postura comprometida com a defesa intransigente dos direitos humanos, da
8 equidade, inclusive de gênero, proteção da criança e do adolescente e/ou de todos
9 os grupos sociais historicamente oprimidos conforme preconizado também pelo
10 Código de Ética Profissional do (a) Assistente Social.
11 Na realização da perícia social, o (a) profissional deve utilizar instrumentais
12 específicos, como entrevistas com a requerente, o requerido e o filho, podendo esta
13 ser realizada em domicílio, também pode realizar a observação do contexto familiar,
14 análise de documentos e relatórios técnicos. A abordagem deve ser pautada na escuta
15 qualificada, no acolhimento, observação e na compreensão da dinâmica social e dos

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16 padrões de violência presentes na família.


17 Para efetivar o trabalho, o (a) assistente social deve investigar detalhadamente
18 aspectos da realidade como: o histórico de violência, suas manifestações físicas e
19 sociais, e seus impactos na dinâmica familiar e no desenvolvimento da criança. Ao
20 avaliar a segurança e o bem-estar do filho, o (a) profissional deve considerar fatores
21 como o ambiente familiar, as redes de apoio disponíveis, os recursos comunitários
22 e as estratégias de proteção adotadas pela mãe para garantir a integridade do filho
23 diante da violência perpetrada pelo ex-companheiro. Afinal, o melhor interesse da
24 criança deve ser não só observado como guia para a ação.
25 Portanto, o (a) profissional de Serviço Social, ao atuar nesse contexto, deve se pautar
26 pelos princípios éticos da profissão, utilizar instrumentais técnicos adequados e
27 realizar uma análise contextualizada da realidade familiar, cujo objetivo é promover
28 a proteção e o bem-estar da criança, bem como a autonomia e a segurança da mãe
29 no enfrentamento da violência doméstica.

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(FGV/SENADO/2022)

Ao refletir sobre procedimentos e instrumentos no trabalho dos assistentes sociais, Trindade


(2017) aborda os componentes da dimensão técnico-operativa da profissão. Afirma que em
diferentes espaços laborais, as ações de caráter individual são viabilizadas pelo Plantão Social.

1. Como historicamente institui-se o Plantão Social na profissão?


2. Discorra sobre o trabalho do assistente social neste serviço.
3. De que maneira o Plantão Social pode viabilizar o acesso da população aos
serviços sociais?

Deverá conter no máximo 20 linhas.

1 O trabalho do/a assistente social é baseado em ações e procedimentos profissionais e


2 é mediatizado por instrumentais, sendo o mais comum a todos os espaços o plantão
3 social, que está presente no serviço social desde a gênese profissional.
4 Historicamente, o plantão social do serviço social tradicional tinha como objetivo
5 a escuta do usuário na demanda de forma espontânea, e assim, buscava desvelar
6 as necessidades pessoais e familiares e “solucionar a problemática” junto com o
7 usuário. Certamente, essa abordagem tem uma perspectiva conservadora, pois
8 considerava apenas as demandas explícitas, sem uma perspectiva mais ampla. Além
9 do pragmatismo, caracterizava-se por ser uma ação emergencial e em si mesmo,
10 resumindo o trabalho apenas a orientação e encaminhamento, ao apoio e ao
11 aconselhamento. No decorrer da história, o serviço social mudou essa perspectiva e
12 ressignificou a condução do plantão social.
13 Na atualidade, o/a assistente social pode realizar de forma articulada ações com a
14 rede de serviços, além de orientação social sobre direitos sociais, (contra)referência
15 para os serviços especializados, encaminhamentos e o atendimento inicial com
16 entrevista e mapeamento da demanda.
17 Através do Plantão, é possível viabilizar diversos serviços e direitos, afinal, com o
18 reconhecimento da demanda é possível a articulação da rede, a prestação de recursos
19 materiais e diversos outros tipos de apoio e ações de cunho pedagógico, se constituindo
20 como atividade que materializa o projeto ético-político da profissão.

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(FGV/TJ-RJ/2014)

Ao longo da História do Serviço Social, as construções teórico metodológicas que se


referem ao estudo social o definem de diferentes formas. No Brasil, duas foram as principais
vertentes. Uma, importada do Serviço Social dos Estados Unidos, entendia o estudo social como
o momento do conhecimento dos elementos e fatos da vida dos indivíduos, visando construir
um diagnóstico social. Outra perspectiva, mais contemporânea, define o estudo social a partir
de uma leitura analítica da totalidade social, tendo em vista a compreensão de que a “questão
social” é a base fundante da existência da profissão

Discorra sobre o estudo social realizado por assistentes sociais a partir dos
pressupostos ético-políticos e teórico-metodológicos hoje hegemônicos no
Serviço Social brasileiro.

Deverá conter no máximo 20 linhas.

1 Atualmente, o estudo social realizado por assistentes sociais no Brasil está


2 intrinsecamente ligado aos pressupostos ético-políticos e teórico-metodológicos
3 que priorizam uma compreensão abrangente da totalidade social. Essa abordagem
4 transcende a mera coleta de dados para diagnóstico, adentrando em uma análise
5 crítica das complexas relações sociais, econômicas e políticas que permeiam a vida
6 dos sujeitos atendidos.
7 Alinhados ao projeto ético-político profissional, os assistentes sociais buscam identificar
8 as determinações históricas e estruturais que geram e reproduzem as profundas
9 desigualdades sociais existentes na sociedade. Através desse entendimento, almeja-
10 se a emancipação e a transformação das condições de vida das classes subalternas,
11 visando à promoção da justiça social e da cidadania plena.
12 Nessa perspectiva, o estudo social ultrapassa os limites da instrumentalização técnica,
13 assumindo-se como um instrumento de intervenção crítica e comprometida com a
14 construção de uma sociedade mais igualitária e democrática. Dessa forma, os (as)
15 assistentes sociais não apenas buscam compreender as demandas e necessidades
16 imediatas dos sujeitos, mas também analisam as estruturas e mecanismos que
17 perpetuam a exclusão e a estigmatização social, atuando de forma proativa na
18 promoção da qualidade de vida e dignidade humana.

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(QUADRIX/CRESS-AM/2024)

A “relativa autonomia é um componente de resistência do serviço social frente ao cenário


da ofensiva neoconservadora do capital” (SILVA e SOUZA: 2017, p. 403).

Considerando que o texto acima tenha caráter exclusivamente motivador,


redija um texto dissertativo acerca do tema a seguir.

AUTONOMIA RELATIVA E A MATERIALIZAÇÃO DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:


a) explicação acerca da autonomia relativa do assistente social;
b) apresentação do projeto ético-político do serviço social, seus elementos
constitutivos e três princípios fundamentais defendidos pela profissão; e
c) relação entre a autonomia relativa profissional e a materialização do projeto
ético-político.

Deverá conter no mínimo 15 linhas e máximo de 30 linhas

1 O assistente social possui uma autonomia relativa no exercício profissional. Isso


2 ocorre devido a condição de trabalhador assalariado do profissional, isto é, de alguém
3 que tem o processo de trabalho submetido às condições objetivas oferecidas pela
4 instituição empregadora para a realização de seu trabalho. Esta autonomia relativa
5 torna o trabalho profissional elástico, isso é, permeado por possibilidade e limites a
6 depender do espaço sócio ocupacional
7 A instituição interfere em elementos do trabalho, pode determinar questões relativas
8 à jornada de trabalho, aos recursos materiais e organizacionais disponíveis, além de
9 estabelecer as prioridades a serem cumpridas. Assim, o assistente social, no cotidiano
10 de trabalho, possui uma autonomia no exercício profissional que é relativa, não
11 controlando totalmente as respostas às demandas, sendo essa relação contraditória e
12 cambiante a depender do espaço ocupacional.
13 Na mesma direção em que tem a sua autonomia “controlada” pela instituição, o
14 assistente social possui o dever e pode ter a possibilidade de direcionar suas ações
15 com vistas a materializar o Projeto Ético Político do Serviço Social, que estabelece
16 os princípios, os valores e as diretrizes que orientam o exercício profissional. Assim,
17 na mesma medida que a autonomia não é só limitante ao profissional, possibilita
18 também novos caminhos e direções, a partir das condições subjetivas e objetivas.
19 Ressalta-se que o Projeto-Ético-Político é constituído pela matriz teórica crítica e

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20 prima pela defesa intransigente dos direitos humanos; o empenho na eliminação


21 de todas as formas de preconceito; e o posicionamento em favor da equidade e da
22 justiça social. Nesse contexto, a autonomia relativa do assistente social permite que
23 ele atue de acordo com os princípios éticos e políticos da profissão, tomando decisões
24 e realizando intervenções que estejam alinhadas com esses valores.
25 Dessa forma, o profissional, ao buscar uma atuação crítica, comprometida com a
26 defesa dos direitos e com os princípios profissionais, age em prol de sua efetivação.
27 Ressalta-se que, apesar de relativa, a autonomia pode ser potencializada pela sólida
28 base teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa do assistente social,
29 que, aliada ao aparato jurídico e ético da categoria, impulsionam a materialização
30 do Projeto Ético-Político do Serviço Social.

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(FUNDEP/CÂMARA MUN. DE BETIM/MG-2024)


IDENTIFIQUE e EXPLIQUE os principais desafios da gestão do trabalho dos
assistentes sociais nos órgãos da administração pública: condições técnicas
para o adequado exercício da profissão e atendimento aos usuários (autonomia
e sigilo profissional)

Deverá conter no máximo de 20 linhas

1 Os assistentes sociais enfrentam uma série de desafios na gestão e prática do


2 trabalho nos órgãos da administração pública. Um dos principais desafios é garantir
3 condições éticas e técnicas adequadas para exercer sua profissão que envolve desde
4 reconhecimento profissional até condições de estrutura material para conseguir
5 executar suas atividades.
6 Diante do exposto, destaca-se a autonomia profissional como uma questão
7 fundamental, pois os profissionais devem tê-la para tomar decisões com base em seus
8 conhecimentos e valores éticos, sem interferências de gestores. No entanto, muitas
9 vezes enfrentam pressões para garantia de empregos que podem não estar alinhados
10 com os princípios da profissão.
11 O sigilo profissional também é um ponto que deve receber a devida atenção, pois os
12 assistentes sociais lidam muitas vezes com informações confidenciais dos usuários que
13 devem ser preservadas. No entanto, ocorre principalmente em espaços de atuação
14 multidisciplinar, a indução para compartilhamento de informação ou até mesmo
15 outros profissionais desrespeitando a lacração do material técnico elaborado pelo
16 profissional.
17 Além disso, a falta de recursos adequados, equipe insuficiente e infraestrutura precária,
18 podem dificultar o atendimento eficaz às demandas dos usuários, sobrecarregando os
19 profissionais e comprometendo a qualidade dos serviços prestados.

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(CEBRASPE/PREF. CAMAÇARI - BA/2024)

Enchentes simultâneas atingem vários países ao mesmo tempo, espalhados pelo mundo.
Em setembro de 2023, o Brasil, a Grécia, a Espanha, a Turquia, a Bulgária e Hong Kong, cidade
que registra as piores chuvas em 140 anos, contam as mortes em meio às inundações. No Rio
Grande do Sul, as mortes já chegam a 41, principalmente na região do Vale do Taquari, após
a passagem de um ciclone devastador. Chuvas intensas e ventos fortes causaram destruição e
deixaram localidades submersas, com milhares de pessoas desabrigadas. Este é um de uma série
de desastres climáticos que se sucederam nos últimos meses no Brasil, e o mais mortal do Rio
Grande do Sul.

Considerando que o trecho de reportagem apresentado tem caráter unicamente


motivador, redija um texto dissertativo sobre o seguinte tema.

A ATUAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS EM DESASTRES AMBIENTAIS

Ao elaborar seu texto, atenda ao que se pede a seguir.


1. Descreva uma situação de desastre ambiental ocorrida recentemente no
Brasil.
2. Discorra sobre as ações dos assistentes sociais a partir da política de
assistência social no socorro a ser prestado à população atingida na situação
descrita.
3. Discorra sobre as ações dos assistentes sociais a partir da política de
assistência social na prevenção dos danos decorrentes da situação descrita.

Deverá conter no máximo de 30 linhas

1 O Brasil enfrentou recentemente uma série de desastres ambientais, destacando-se o


2 rompimento da barragem em Brumadinho.
3 Diante de situações como essa, os (as) assistentes sociais desempenham um papel
4 fundamental na resposta aos desastres, tanto no socorro à população atingida quanto
5 na prevenção dos danos decorrentes. Na política de assistência social, esses profissionais
6 estão envolvidos em ações imediatas de atendimento às vítimas, coordenando abrigos
7 temporários, distribuição de alimentos, água potável, roupas e outros itens essenciais.
8 Eles atuam na identificação das necessidades mais urgentes das famílias afetadas e
9 na articulação com outros órgãos e instituições para garantir uma resposta eficaz e
10 integrada.
11 Além disso, os (as) assistentes sociais estão envolvidos na oferta de apoio psicossocial
12 às vítimas, oferecendo suporte individual e em grupo, promovendo espaços de
13 escuta e acolhimento para que as pessoas possam expressar seus sentimentos e
14 compartilhar suas experiências, bem como, quando necessário, encaminhando-as

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15 para o atendimento com o profissional da psicologia.


16 Na prevenção dos danos decorrentes de desastres ambientais, os (as) assistentes
17 sociais trabalham na sensibilização da comunidade para os riscos e na promoção
18 de medidas de mitigação e adaptação. Eles participam de campanhas de educação
19 e conscientização sobre temas como manejo sustentável dos recursos naturais,
20 planejamento urbano adequado e medidas de segurança em caso de desastres. Além
21 disso, eles contribuem para o fortalecimento das redes de apoio e solidariedade
22 comunitária, capacitando líderes locais e promovendo a organização comunitária
23 para enfrentar situações de emergência.
24 Em resumo, a atuação dos (as) assistentes sociais em desastres ambientais é essencial
25 para garantir uma resposta humanitária eficaz às necessidades das populações
26 afetadas, tanto no socorro imediato, no sentido da gestão de crises, quanto na
27 prevenção dos impactos futuros.

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(IDECAN/PREF. MOSSORÓ - RN/2023)

A formação profissional do Serviço Social perpassa por uma capacitação teórico-


metodológica, ético-política e técnico-operativa, sendo tais dimensões correlatas no fazer
profissional do Assistente Social.

Diante de tal, explique o conceito individual de cada uma dessas dimensões e


como se relacionam entre si.

Deverá conter no mínimo 15 linhas e máximo de 30 linhas

1 O serviço social como profissão e área do conhecimento requer a articulação de


2 diversos saberes e práticas, que perpassam também as escolhas e um posicionamento
3 ético. Por isso, considera-se imperativo a articulação de três dimensões: a teórico-
4 metodológica, a ético-política e técnico-operativa.
5 A dimensão teórico-metodológica se relaciona com o arcabouço teórico, com a
6 pesquisa e dimensão investigativa e diz respeito à nossa massa crítica e metodológico,
7 portanto, aos fundamentos da análise e da reflexão, permitindo conhecer e decifrar
8 a realidade.
9 A dimensão ético-política materializa as nossas escolhas e decisões, o nosso
10 compromisso com a justiça social e com a liberdade, portanto, trata-se de aspectos
11 dos nossos princípios e valores, e especialmente, das nossas ações vinculadas à defesa
12 de direitos humanos.
13 A dimensão técnico-operativa contempla as nossas estratégias e técnicas, e certamente,
14 os nosso instrumentais, os nossos procedimentos e ações profissionais, que devem
15 expressar também o arcabouço teórico e o posicionamento ético. Ela está relacionada
16 ao operacional mas interligada com a finalidade e escolha de meios.
17 Essas dimensões possuem níveis diferenciados de apreensão da realidade em que o
18 Serviço Social irá intervir, logo, não podem ser vislumbradas separadamente, havendo
19 uma interlocução constante entre elas no cotidiano. Assim, a formação profissional
20 crucial na compreensão delas de forma articulada, contínua e permanente.

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(CONSULPLAN/DPE-PR/2024)

Determinado assistente social recém-chegado à Defensoria Pública do Estado tem


a missão de atender às demandas sociais e oferecer suporte técnico em casos judiciais,
remetendo à promoção dos direitos dos assistidos.
No entanto, o profissional se depara com uma série de desafios em seu novo trabalho, tais
como:
1. Demandas diversificadas: os atendimentos têm demandas diversas, desde questões re-
lacionadas à questão racial até problemas de gênero, violação de direitos da criança e do
adolescente, dentre outros. É crucial garantir que cada caso seja tratado de maneira espe-
cífica e com atenção a tais especificidades.
2. Ética profissional e responsabilidades legais: o profissional deve estar ciente do Código
de Ética Profissional e das diretrizes legais que regem o serviço social, garantindo que suas
ações estejam alinhadas com os padrões éticos e legais.
3. Trabalho em equipe: o assistente social frequentemente terá que trabalhar em equipe
multidisciplinar, colaborando com advogados, psicólogos e outros profissionais, para ga-
rantir o melhor suporte possível aos assistidos.
4. Atendimento a grupos vulneráveis: a Defensoria Pública lida com casos que envolvem
pessoas em situação de vulnerabilidade, como crianças, adolescentes, idosos, pessoas com
deficiência, dentre outros. É necessário entender as legislações específicas que protegem
os grupos e como atuar de acordo com tais leis.

Considerando o exposto, disserte sobre o cargo de assistente social na


Defensoria Pública, os desafios e as responsabilidades enfrentadas por ele
para atender a demandas sociais diversificadas.
Explique como a ética profissional, as responsabilidades legais e a colaboração
em equipe desempenham um papel crucial em seu trabalho. Além disso, analise
a importância de compreender as legislações específicas, que protegem
grupos vulneráveis e, como isso, afeta o seu papel na promoção dos direitos
dos assistidos.
Os argumentos devem estar dispostos de forma clara e organizada evidenciando
notório conhecimento pragmático a respeito do tema proposto.

Deverá conter no máximo de 20 linhas

1 O/a Assistente Social atua nas mais variadas expressões da questão social, o que exige
2 um amplo conhecimento teórico, ético e técnico na perspectiva dos direitos humanos
3 e da diversidade, da viabilização dos direitos com eficiência e responsabilidade.
4 A ética profissional é crucial para o trabalho profissional, pautada no código de ética
5 e no projeto ético-político, que incentivam o trabalho em equipe para o atendimento
6 integral, o respeito aos usuários e as suas decisões e também o sigilo profissional. No

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7 trabalho em equipe, o/a assistente social irá colaborar com estudos sociais, análises
8 das expressões da questão social, do contexto familiar, das potencialidades e limites
9 dos vínculos estabelecidos, através de entrevistas e visitas institucionais na rede.
10 Realizando assim o atendimento integral com qualidade.
11 O/a assistente social atua na viabilização de direitos para os mais variados grupos
12 em situação de vulnerabilidade, especialmente com crianças e adolescentes, pessoas
13 idosas, entre outros, logo, só é possível realizar um atendimento integral a partir de
14 um conhecimento técnico, procedimental e teórico, que articule esses elementos com
15 os marcos legais, como por exemplo, do Estatuto da Criança do Adolescente, da Lei
16 Maria da Penha, Estatuto da Pessoa Idosa e muito mais.
17 Sem compreender as legislações é praticamente impossível viabilizar direitos
18 garantidos, para analisar cada caso, será necessário este arcabouço não só para
19 produzir documentos técnicos como laudos e relatórios, mas para o encaminhamento
20 e acompanhamento dos caso junto com a rede de proteção.

(FGV/TJ-RO/2021)

Alessandra trabalha em um grande hospital público, e geralmente localiza-se no Plantão


de Serviço Social. Neste espaço, ela atende a um número incontável de demandas e situações
vividas pelos usuários que procuram o Serviço – manifestações e sequelas da “questão social”
–, respondendo-as por meio de encaminhamentos – internos e externos – e também fornece
orientações diversas. Entretanto, pensa que a distribuição espacial de sua sala poderia ser melhor,
uma vez que entre o pequeno espaço para o atendimento e aquele destinado ao restante da
equipe de Serviço Social (estagiários inclusive) existe somente uma parede de fórmica, o que não
permite um atendimento sigiloso aos usuários.

Com base no exposto acima, responda as questões:


a) Cite um exemplo de como a “questão social” se manifesta na área da saúde
e a intervenção da assistente social.
b) O que a assistente social pode fazer em relação ao seu local de atendimento
a partir das Resoluções do CFESS?

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Deverá conter no mínimo 15 linhas e máximo de 30 linhas

1 A saúde não é apenas algo biológico; possui também determinantes sociais que
2 impactam, seja em questões de trabalho, recursos financeiros, habitação, meio
3 ambiente, alimentação, transporte, enfim, tudo resvala no processo saúde-doença.
4 Assim, a questão social, enquanto conjunto das desigualdades sociais e resistências
5 que ocorrem com a classe subalterna, tem rebatimentos na saúde.
6 Uma exemplificação de determinantes da questão social na saúde é a insegurança
7 alimentar, que pode trazer inúmeras comorbidades e evoluir para diversas doenças
8 mais complexas. Infelizmente, a população sem recursos e subsídios não tem condições
9 de acessar uma alimentação saudável no Brasil, tendo que consumir alimentos mais
10 baratos e com poucos nutrientes, muitos com altos níveis de agrotóxicos, já que os
11 sem conservantes e agrotóxicos costumam ser extremamente mais caros e de difícil
12 acesso.
13 O Projeto Ético-Político da profissão e os valores da reforma sanitária são basilares
14 na compreensão deste cenário em sua amplitude, retirando a responsabilização das
15 famílias e analisando em sua totalidade, pois geralmente se tratam do não acesso às
16 políticas e programas sociais, o que configura um cenário de desproteção social. Logo,
17 é fundamental refletir que a proposta de intervenção na saúde requer não apenas
18 o acolhimento e encaminhamento aos benefícios, mas também uma abordagem
19 educativa e pedagógica na perspectiva da socialização das informações e de processos
20 reflexivos sobre os direitos sociais.
21 Na intervenção do serviço social, podem ser usadas abordagens individuais e grupais,
22 sendo necessário para isso um ambiente apropriado, com iluminação, ventilação e
23 também com a possibilidade de realizar atendimentos sigilosos com portas fechadas
24 para garantir a privacidade e intimidade, segundo resolução do CFESS nº 493/2006.
25 Sendo assim, o cenário em tela da sala da assistente social não garante o sigilo, haja
26 vista que todos podem ouvir, e está violando preceitos éticos de garantia à privacidade
27 e intimidade, sendo necessário notificar por escrito a instituição sobre a situação e
28 solicitar providências. Caso a instituição não dê retorno ao profissional e não sane as
29 inadequações, caberá a este acionar o Conselho Regional de Serviço Social, também
30 por escrito.

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(QUADRIX/IDURB/2020)

O agir profissional deve ser antecedido pelo pensar sobre os valores que impregnam as
ações do serviço social, sobre as respostas que a profissão vem dando às demandas postas
e sobre as direções que orientam tais demandas.

C. M. Santos. A dimensão técnico‐operativa e os instrumentos e as técnicas no serviço social, 2013 (com


adaptações).

Considerando que o texto acima tenha caráter exclusivamente motivador,


redija um texto dissertativo acerca do tema a seguir.

A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E O DEBATE SOBRE OS INSTRUMENTOS NO


SERVIÇO SOCIAL

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:


a) características da profissão de assistente social e instrumentos técnico-
operativos utilizados pelo profissional;
b) definição de dimensão teórico-metodológica, de dimensão ético-política e
de dimensão técnico-operativa;
c) relação entre cada uma das dimensões e o uso dos instrumentos; e
d) importância da articulação dessas dimensões com o uso dos instrumentos
no exercício profissional do assistente social.

Deverá conter no máximo de 30 linhas

1 O Serviço Social é uma profissão comprometida com os interesses da classe


2 trabalhadora, consequentemente com a defesa intransigente dos Direitos Humanos,
3 igualdade e justiça social. Para alcançar esses objetivos, os (a) assistentes sociais
4 utilizam uma variedade de instrumentos técnico-operativos que ajudam a lidar com
5 as demandas dos (as) usuários (as). Esses instrumentos estão intimamente ligados a
6 três dimensões fundamentais do serviço social: teórico-metodológica, ético-política
7 e técnico-operativa, pois essa tríade possui uma relação dialética indissociável, onde
8 todos são síntese de uma mesma determinação.
9 A dimensão teórico-metodológica diz respeito ao embasamento teórico e ao acúmulo
10 de conhecimento acerca de diversas correntes teóricas que fornecem uma compreensão
11 profunda das expressões da “questão social”, das relações humanas, das políticas
12 sociais e das estruturas sociais. Já a dimensão ético-política está relacionada aos
13 compromissos éticos e políticos do assistente social com uma dimensão política mais
14 ampla, que reconhece a importância de priorizar o atendimento das necessidades da
15 classe trabalhadora. Por fim, a dimensão técnico-operativa engloba os instrumentos,

34

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16 técnicas e metodologias específicas usadas pelo profissional.


17 Esses instrumentos podem incluir entrevistas, visitas domiciliares, relatórios, laudos
18 e pareceres. Por exemplo, a dimensão teórico-metodológica orienta a escolha e o
19 uso dos instrumentos, garantindo que as intervenções estejam fundamentadas em
20 teorias e metodologias coerentes com os objetivos do Serviço Social. Enquanto isso,
21 a dimensão ético-política assegura que o uso desses instrumentos esteja alinhado
22 com os princípios éticos e políticos da profissão, garantindo a defesa dos direitos e a
23 promoção da justiça social.
24 Por fim, a articulação dessas dimensões com a aplicação dos instrumentos é crucial
25 para garantir um exercício profissional qualificado e eficiente. Bem como é essencial
26 compreender os valores do Serviço Social através da análise crítica das demandas e
27 respostas profissionais.

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(FGV/TJ-GO/2014)

O que faz um assistente social? Seja no campo empresarial ou em outras formas de exercício
profissional, o assistente social, formado pelo curso de Serviço Social, tem como objetivo amparar
pessoas que de alguma forma não têm total acesso à cidadania, ajudando-as a resolver problemas
ligados à educação, habitação, emprego, saúde. É uma profissão de cunho assistencial, ou seja,
voltada para a promoção do bem-estar físico, psicológico e social. Essa é a explicação dada pelo
Guia do Estudante, publicado pela Editora Abril. É essa a imagem que o cidadão brasileiro
possui do assistente social? Que fatores concorrem para essa visão?

Explique seus pontos de vista apoiado em argumentos convincentes, por meio


de um texto dissertativo argumentativo.

Deverá conter no mínimo 20 linhas e máximo de 30 linhas

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1 A atuação do (a) assistente social transcende a mera assistência e promoção do bem-


2 estar físico e social. Regido pela lei 8.662/93, esse profissional possui competências
3 específicas, como orientar indivíduos e grupos sociais na identificação e uso dos
4 recursos necessários para defender seus direitos. Além disso, elabora e executa planos
5 e projetos sociais visando à efetivação dos direitos da população e o acesso às políticas
6 públicas.
7 Contudo, a percepção pública sobre o Serviço Social muitas vezes é equivocada,
8 associando-o a uma abordagem assistencialista e caritativa. Essa visão distorcida pode
9 decorrer de uma falta de compreensão sobre as verdadeiras atribuições da profissão e
10 de sua trajetória histórica, uma vez que as protoformas do Serviço Social, é marcada
11 por práticas filantrópicas e religiosas, que podem contribuir para essa percepção
12 superficial.
13 No entanto, o papel do (a) assistente social supera o mero assistencialismo. Ele está
14 inserido em um contexto de luta por justiça social, democracia e direitos humanos.
15 Sua atuação visa não apenas minimizar os efeitos das desigualdades sociais, mas
16 também combatê-las na raiz, promovendo a emancipação e autonomia dos sujeitos.
17 Para desmistificar essa visão distorcida, é fundamental que os (as) assistentes sociais
18 atuem de forma proativa na educação e esclarecimento da sociedade sobre suas
19 atribuições e objetivos. Isso pode ser feito por meio de campanhas de conscientização,
20 palestras, intervenções comunitárias e demais estratégias que visem promover uma
21 compreensão mais ampla e realista do trabalho desenvolvido por esses profissionais.
22 Portanto, é preciso desconstruir a ideia de que o Serviço Social é apenas uma
23 prática assistencialista e destacar sua verdadeira natureza como uma profissão
24
comprometida com a transformação social, inserido na divisão sociotécnica do
25
trabalho e comprometido com a defesa dos direitos humanos.

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(AOCP/SEMAD-PA/2020)

Ao integrar a equipe dos trabalhadores no âmbito da Política de Assistência Social, os


profissionais podem contribuir para criar ações coletivas de enfrentamento a essas situações,
com vistas a reafirmar um projeto ético e sociopolítico de uma nova sociedade, que assegure a
divisão equitativa da riqueza socialmente produzida. Dessa forma, o trabalho interdisciplinar
em equipe deve ser orientado pela perspectiva de totalidade, com vistas a situar o indivíduo
nas relações sociais que têm papel determinante nas suas condições de vida, de modo a não o
responsabilizar pela sua condição socioeconômica. O Código de Ética Profissional de assistentes
sociais estabelece direitos e deveres que, no âmbito do trabalho em equipe, resguardam a esses
profissionais o sigilo profissional.

A esse respeito, explique: o que é interdisciplinaridade, como é a atuação


profissional em equipe interdisciplinar e como se dá o sigilo profissional do
assistente social.

Deverá conter o mínimo de 15 linhas e máximo de 20 linhas.

1 A interdisciplinaridade diz respeito à integração de saberes profissionais de diferentes


2 áreas, com o intuito de compreender situações de natureza complexa, aos quais
3 demandam conhecimentos de áreas de estudos distintas.
4 No contexto da assistência social, a atuação profissional em equipe interdisciplinar
5 envolve a colaboração de profissionais de diversas áreas, como Serviço Social,
6 Psicologia, Educação, Saúde, entre outras, para compreender e intervir de forma
7 mais eficaz nas demandas sociais. Essa atuação busca compreender as determinações
8 sociais que influenciam a realidade dos usuários.
9 A integração dos profissionais no âmbito da Política de Assistência Social é crucial
10 para a criação de ações coletivas que visem enfrentar as diversas situações de
11 vulnerabilidade social. Nesse contexto, o trabalho em equipe interdisciplinar surge
12 como uma ferramenta fundamental, orientado pela perspectiva de totalidade, que
13 busca compreender o indivíduo em sua complexidade e contextos sociais. Além
14 disso, o sigilo profissional é um garantidor da confidencialidade das informações, da
15 segurança e proteção dos direitos dos usuários.
16 Assim, a integração dos profissionais na Política de Assistência Social é essencial
17 para enfrentar a vulnerabilidade social, com o trabalho em equipe orientado pela
18 compreensão da totalidade. Assim, a interdisciplinaridade, aliada ao sigilo profissional,
19 fortalece no âmbito da Política de Assistência Social e contribui para a construção de
31 uma sociedade mais justa e igualitária.

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(CONSULPLAN/CBTU-RL/2014)
Discorra com base na perspectiva dos fundamentos teórico-metodológico,
ético-político e técnico-operativo do Serviço Social que balizam o projeto
ético-político hegemônico na atualidade, sobre os principais desafios, as
demandas e as possibilidades para o exercício profissional do assistente social
em uma empresa, tendo em vista suas atribuições e competências.

Deverá conter no mínimo 20 linhas e máximo de 30 linhas.

1 O Serviço Social pautado pelo seu projeto ético político tem como base o
2 fortalecimento e articulação das dimensões: ético-política, teórico-metodológica e
3 técnico-operativa. O que significa que elas são indissociáveis e contribuem para uma
4 intervenção comprometida, qualificada e ética. Sob essa perspectiva, o (a) assistente
5 social enfrenta diversos desafios ao exercer sua atividade em uma empresa, onde
6 suas atribuições e competências são postas à prova diante das demandas sociais e das
7 dinâmicas organizacionais.
8 Nesse sentido, apesar do exercício profissional do (a) assistente social precisar moldar-
9 se às necessidades e requisições dos diferentes espaços sócio-ocupacionais e ter uma
10 relativa autonomia, ele precisa considerar essas três dimensões para não incorrer em
11 intervenções enviesadas e ultrapassadas.
12 No âmbito das demandas institucionais nas empresas capitalistas, o Serviço Social
13 é solicitado a exercer atividades pautadas no gerenciamento de recursos humanos,
14 ou seja, ocorre um trabalho de cunho educativo que se volta à preocupação com os
15 problemas que interferem na produtividade no interior dos processos de trabalho
16 da empresa. Além disso, os (as) assistentes sociais são demandados a administrar
17 os benefícios sociais fornecidos aos trabalhadores, além de orientá-los quanto às
18 melhores formas de lidar com as exigências da empresa.
19 Assim é imprescindível compreender que a profissão está intrinsecamente ligada aos
20 interesses das classes sociais antagônicas que constituem a estrutura da sociedade
21 capitalista, e sua intervenção pode influenciar diretamente na reprodução da força de
22
trabalho. Dessa forma, ao orientar sua atuação pelo projeto ético-político da profissão,
23
o assistente social atua de maneira mais coerente e crítica, independentemente do
24
contexto sócio-ocupacional em que esteja inserido (a).

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(CEPUERJ/UERJ-RESIDÊNCIA/2018)

De acordo com Ramos (2013), os instrumentos e técnicas operados pelo assistente social
dão materialidade às políticas sociais no cotidiano institucional. Tradicionalmente, o plantão
social é o instrumento que vem sendo mais utilizado no trabalho do assistente social tanto no
campo da saúde quanto em outras áreas. Com base nos argumentos da autora, discorra sobre
esse instrumento considerando:

a) A centralidade do referencial teórico-crítico ao pensar a relação teoria/


prática

Deverá conter no máximo de 15 linhas.

1 Compreender a importância entre a relação teoria/prática é primordial para o


2 Serviço Social, pois os saberes práticos necessitam dos fundamentos teóricos para
3 que essa prática não tenha um fim em si mesma e não seja realizada sem reflexão.
4 Posto isto, é necessário compreender que o plantão social é caracterizado
5 tradicionalmente pela escuta durante o processo de acolhida, em que o/a profissional
6 analisa de forma direta as situações que levam os usuários a procurarem aquela
7 instituição. Entretanto, hoje é compreendido também como uma porta de entrada
8 para inúmeras demandas e estas precisam ser atendidas de forma crítica, ética e
9 qualificada para não incorrer em práticas aligeiradas.
10 Assim, é possível identificar que a prática não poderá ocorrer sem os subsídios teórico-
11 críticos, pois o Serviço Social atua na perspectiva da democratização das informações
12 e viabilização de direitos, nesse sentido, o conhecimento teórico é primordial para o
13 atendimento qualificado dessas demandas.

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b) As demandas institucionais e características tradicionais.

Deverá conter no máximo de 15 linhas.

1 Historicamente, o Serviço Social foi inserido no âmbito das instituições para lidar
2 com os conflitos entre o empresariado e a classe trabalhadora, o enfoque tradicional
3 era no controle da força de trabalho. Entretanto, ao longo do tempo as demandas
4 se complexificam exigindo cada vez mais um profissional munido de competência
5 técnica e teórica.
6 As demandas institucionais referem-se às necessidades específicas que surgem no
7 cotidiano das instituições, podem variar amplamente e estão ligadas às características
8 e particularidades de cada uma. Em vista disso, podemos dizer que hoje temos
9 uma junção entre as demandas tradicionais e atuais, pois o Serviço Social continua
10 sendo solicitado para atenuar conflitos e atender necessidades imediatas, no entanto,
11 articulando essas exigências ao seu compromisso com a classe trabalhadora e ao
12 projeto ético-político. Assim, é necessário que o profissional seja crítico e propositivo
13 para atender às requisições institucionais, mas sem reproduzir situações de descaso
14 com os usuários dos serviços.

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c) Suas possibilidades tanto para a ação profissional quanto para os usuários


demandantes.

Deverá conter no máximo de 20 linhas.

1 O plantão social representa uma oportunidade de acesso rápido e direto dos usuários
2 aos serviços e recursos disponíveis nas instituições, sendo considerado como porta
3 de entrada. Permite ao/à assistente social estar presente no momento em que as
4 demandas se apresentam, oferecendo suporte, orientação, encaminhamento e, quando
5 necessário, intervenção direta para lidar com situações de crise ou de urgência.
6 No entanto, o trabalho do/a assistente social no âmbito do plantão social não se
7 resume a atender demandas imediatas, apesar dessas demandas serem uma realidade
8 nessa esfera. É necessário que o profissional tenha um bom aporte teórico e crítico
9 para atuar com tais demandas por meio de respostas profissionais qualificadas e
10 capazes de romper com a prática seletiva e fragmentada.
11 Em suma, podemos dizer que o plantão social se configura como um instrumento
12 fundamental e estratégico tanto para a ação profissional do assistente social quanto
13 para o atendimento das demandas dos usuários, pois através dele é possível que a
14 população conheça e tenha acesso a outros serviços além daqueles ofertados para
15 atender suas demandas imediatas.

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Questão Social e
contemporaneidade

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(AOCP/CODEBA/2024)

A “questão social” é indissociável do modo capitalista de sociabilidade, onde é reproduzida


amplamente

Considerando a centralidade e relevância da categoria “questão social” para o


Serviço Social, redija um texto que: a conceitue; estabeleça sua relação com o
trabalho profissional do assistente social; bem como sua relação com a política
social no contexto capitalista.

Deverá conter o mínimo de 10 linhas e máximo de 20 linhas.

1 A "questão social" refere-se às expressões das desigualdades sociais e às contradições


2 próprias do modo de produção capitalista, como pobreza, exclusão, violência,
3 desemprego e precarização das condições de vida. Para o Serviço Social, essa
4 categoria é central, pois constitui o objeto de intervenção para o trabalho profissional
5 do (a) assistente social, orientando suas práticas e ações voltadas para a promoção da
6 justiça social e dos direitos da classe trabalhadora.
7 No que se refere à política social, a "questão social" desempenha um papel crucial,
8 à medida que as políticas sociais são formuladas e implementadas como respostas
9 do Estado às demandas geradas por essa problemática, objetivando garantir a
10 reprodução da força de trabalho e a estabilidade do sistema capitalista. No entanto,
11 muitas vezes essas políticas são insuficientes para enfrentar as raízes profundas da
12 desigualdade e da exclusão.
13 Portanto, no contexto capitalista o trabalho do (a) assistente social no enfrentamento
14 da "questão social" não se limita à assistência individual, mas envolve também
15 uma atuação crítica e propositiva na esfera das políticas sociais. Ele busca não
16 apenas mitigar os efeitos das desigualdades sociais, mas também contribuir para a
17 transformação das estruturas que as geram, visando à construção de uma sociedade
18 mais justa e igualitária.

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(FGV/TJ-DFT/2022)

“Os(as) assistentes sociais atuam nas manifestações mais contundentes da questão social, tal
como se expressam na vida dos indivíduos sociais de distintos segmentos das classes subalternas
em suas relação com o bloco do poder e nas iniciativas coletivas pela conquista, efetivação e
ampliação dos direitos de cidadania e nas correspondentes políticas públicas.” (Iamamoto, 2009).

A partir da assertiva acima, responda:


a) O que é a “questão social” e qual a sua importância para a profissão?
b) Estabeleça a relação entre “questão social”, Estado e políticas sociais
utilizando autores de Serviço Social vinculados à corrente teórico metodológica
hoje hegemônica na profissão.
c) Disserte brevemente sobre o debate acerca do cidadão pobre/cidadão
consumidor (Mota, 2006) e sua vinculação com os direitos de cidadania na
atual conjuntura brasileira.

Deverá conter no máximo 15 linhas.

1 A "questão social" remete às desigualdades e injustiças resultantes do capitalismo,


2 afetando diversos segmentos da classe trabalhadora. Essa questão é central para
3 o Serviço Social, pois a “questão social” e suas expressões são o nosso objeto de
4 intervenção profissional. Autores como Iamamoto destacam que os assistentes sociais
5 atuam diretamente nas expressões mais contundentes da “questão social”, mediando
6 a relação entre a classe trabalhadora e o bloco do poder. Nessa perspectiva, a
7 relação entre “questão social”, Estado e políticas sociais é fundamental, pois autores
8 como Iamamoto, evidenciam que as políticas sociais são moldadas pelos interesses
9 políticos e econômicos dominantes, visando à manutenção da reprodução da força
10 de trabalho. Por outro lado, o debate sobre o cidadão pobre/cidadão consumidor,
11 conforme Mota, reflete a transformação da cidadania em um conjunto de benefícios
12 vinculados ao consumo. Na conjuntura brasileira atual, essa dinâmica tem gerado
13 uma polarização entre aqueles que têm acesso aos direitos por meio do consumo e os
14 excluídos do mercado.

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(IDECAN/PREF. MOSSORÓ - RN/2023)

No âmbito do Serviço Social na contemporaneidade, a questão social é central para a


profissão.

Nesse sentido, apresente argumentos que justifiquem o motivo de a questão


social ser atribuída como objeto de intervenção do Assistente Social.

Deverá conter o mínimo de 15 linhas e máximo de 20 linhas.

1 A questão social é o objeto de intervenção profissional dos (as) Assistentes Sociais,


2 inclusive na contemporaneidade, pois reflete as desigualdades e contradições ainda
3 presentes na sociedade capitalista.
4 Os processos contemporâneos, marcados pela mundialização do capital, implicam
5 em determinações conjunturais que acirram a luta de classes e potencializam as
6 contradições do sistema capitalista. Essa ofensiva do capital resulta em novos arranjos
7 e estratégias que visam intensificar a exploração da força de trabalho e reestruturar
8 as relações sociais, afetando diretamente as condições de vida e trabalho dos
9 trabalhadores.
10 Nesse contexto, ocorre o processo de reestruturação produtiva que se traduz
11 na precarização do trabalho, no desemprego e na ampliação da informalidade,
12 aprofundando as desigualdades sociais e econômicas. Por outro lado, a modernização
13 das forças produtivas convive, paradoxalmente, com padrões precarizantes nas
14 relações de trabalho, o que intensifica as expressões da questão social e demanda
15 uma atuação do Serviço Social, que busca intervir nos processos resultantes das
16 desigualdades geradas por essa estrutura.
17 Diante desse cenário, a profissão de Serviço Social se apresenta como mediadora dos
18 conflitos sociais, ao passo que intervém junto às diversas expressões da questão social,
19 por meio das políticas sociais.

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(CONSULPLAN/PREF. ARARAQUARA-SP/2023)
Discorra acerca das novas configurações da questão Social na era das finanças
e sua relação com o serviço social.

Deverá conter o mínimo de 15 linhas e máximo de 30 linhas.

1 A configuração da questão social na era das finanças é marcada por uma série de
2 transformações profundas que impactam diretamente a vida da classe trabalhadora
3 e a atuação do Serviço Social.
4 Nesse contexto, os avanços tecnológicos e a globalização desempenham um papel
5 fundamental na transformação dos padrões econômicos e sociais, levando à
6 emergência de profundas desigualdades. A financeirização, como resultado desses
7 avanços, se torna um fenômeno central. Caracterizada pela crescente influência e
8 dominância das atividades financeiras na economia, a financeirização amplifica as
9 disparidades econômicas e sociais. Sob o paradigma da financeirização, as políticas
10 neoliberais promovem a desregulamentação econômica e favorecem a maximização
11 dos lucros em detrimento da viabilização de direitos para a classe trabalhadora.
12 Nesse sentido, os (as) profissionais de Serviço Social atuam na intervenção junto
13 às expressões da questão social na contemporaneidade, identificando as principais
14 demandas e necessidades da população em situação de vulnerabilidade social, bem
15 como desenvolvem estratégias de intervenção pautados nas políticas sociais que visam
16 minimizar as desigualdades e promover o acesso aos direitos fundamentais.
17 No entanto, a atuação do Serviço Social na era das finanças enfrenta uma série de
18 desafios, incluindo a falta de recursos e investimentos adequados em políticas sociais,
19 a burocratização e a precarização das condições de trabalho dos (as) profissionais,
20 bem como a criminalização e a estigmatização dos segmentos mais vulneráveis da
21 população.
22
Diante desse cenário, é fundamental que os (as) profissionais de Serviço Social atuem
23
de forma crítica e comprometida com a defesa dos direitos humanos e a promoção
24
da justiça social. A profissão deve buscar articulações com outros segmentos e
25
movimentos sociais, a fim de desenvolver estratégias de resistência e enfrentamento
26
às políticas neoliberais e aos discursos que culpabilizam as vítimas da exclusão social.

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(FGV/MPE-GO/2022)

Na vertente hegemônica do Serviço Social, a questão social é a base de fundação da


profissão como especialização do trabalho. Na contemporaneidade, o pensamento conservador
repõe características para essa problemática que colidem com essa visão hegemônica.

a) Como o pensamento conservador caracteriza a questão social?


b) Apresente um dos principais desafios da Assistência Social frente à ofensiva
conservadora.

no
Deverá conter o máximo
mínimo dede
2020 linhas.
linhas e máximo de 30 linhas.

1 A perspectiva conservadora caracteriza a questão social como um problema de cunho


2 individual e moral, transferindo a responsabilidade das relações de (re)produção social
3 para o viés privado do desempenho e esforço de cada um. Nessa ótica, a questão
4 social deve ser objeto de bondade ou até mesmo "caso de polícia".
5 Na perspectiva crítica, a questão social é um conjunto de desigualdades sociais,
6 econômicas e culturais, é negação à riqueza socialmente produzida. Na mesma
7 proporção, a desigualdade intrínseca também gera rebeldia e resistências, que trazem
8 para a cena pública a responsabilidade coletiva sobre as desigualdades.
9 O serviço social defende os direitos sociais na perspectiva crítica e da justiça social.
10 Para o projeto ético-político, a democracia deve ser ampla, sendo os direitos uma
11 responsabilidade do Estado. Em contrapartida, no cenário atual conservador, a
12 Assistência Social é vista como gasto desnecessário e deve ter um caráter de favor,
13 filantropia e caridade. O desafio atual é ultrapassar essa lógica, defendendo a
14 assistência social como direito fundamental e imprescindível para a cidadania plena,
15 superando o clientelismo e fortalecendo o Estado Democrático de Direito.

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(IBADE/PREFEITURA DE ITAPEMIRIM-S/2019)

A questão social nas décadas de 1920 e 1930 está diretamente relacionada ao aparecimento
do trabalho livre, das relações contratuais capitalistas, numa sociedade em que a escravidão é
uma marca recente no cenário nacional.

Descreva e analise o surgimento do Serviço Social nessa conjuntura, abordando


os seguintes aspectos:
• A questão social na Primeira República e o surgimento do movimento
operário;
• As mudanças ocorridas na questão social no contexto da “Revolução de
30”, no período getulista;
• As principais influências teóricas e as ações no serviço social neste período
histórico.

Deverá conter o mínimo de 25 linhas e máximo de 30 linhas.

1 No cenário das décadas de 1920-1930 as profundas desigualdades sociais fizeram


2 emergir a questão social, evidenciada pelas adversas condições de trabalho e pela
3 falta de amparo legal à classe trabalhadora.
4 Nesse sentido, o contexto social da Primeira República foi marcado por um grande
5 descontentamento da população em decorrência, sobretudo, do aprofundamento das
6 desigualdades sociais. Nesse ínterim, a questão social é publicizada devido às péssimas
7 condições de trabalho do operariado e ausência de leis que os amparasse, desse
8 modo, surgem os movimentos dos trabalhadores os quais materializam o confronto
9 de classes marcado pela contradição entre capital e trabalho.
10 Na década de 1930 ocorre uma expansão da indústria, com isso, há um aumento
11 populacional e consequentemente o crescimento da área urbana. Nesse quadro, as
12 desigualdades sociais são acirradas e o Estado passa a tratar a questão social como caso
13 de polícia. Assim, as reivindicações eram consideradas crimes e o Estado trabalhava
14 pela manutenção do poder econômico e político, com isso o controle e a repressão
15 da classe trabalhadora eram as formas de reação da classe burguesa para a questão
16 social.
17 Nesse período histórico, o Serviço Social surge vinculado ao movimento da ação
18 social da Igreja Católica, e também sob a influência do Serviço Social belga e francês,
19 reconhecidamente de caráter doutrinário. Desse modo, as ações profissionais eram
20 pautadas por uma intervenção que objetivava o ajuste do indivíduo ao meio, as
21 expressões da questão social eram consideradas “problemas a serem ajustados”.

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22 Paralelamente, as ações educativas realizadas possuíam traços moralistas e de controle


23 da classe operária e o centro da intervenção era a família.
24 Por fim, na complexa tessitura da Primeira República, o surgimento do Serviço
25 Social, ligado à ação social da Igreja Católica e influenciado por modelos estrangeiros,
26 revelou uma intervenção permeada por traços moralistas e de controle sobre a classe
27 operária.

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(IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS/2018)

Considere a charge abaixo:

Disponível em: https://imcesec.wordpress.com/identidade-social/ caracteristicas/identifcacao-social/mudanca-


e-mobilidade-social/. Acesso: 18 jan. de 2018.

Nela vemos um julgamento sobre a pobreza, que, como sabemos, afeta grande parcela da
população mundial e brasileira. Partindo da análise da teoria crítica do Serviço Social sabemos
que a pobreza é uma das expressões da questão social. Ancorado no pensamento de Iamamoto
(2001) escreva um texto de natureza dissertativa – argumentativa destacando o que pode ser
compreendido como questão social, qual seria a principal raiz de fundação da questão social e
qual o tratamento conferido pelo Estado à questão social partindo dos processos de reforma do
Estado difundido pelos ideais neoliberais.

Destaque ainda qual é a nomenclatura usada pela autora Iamamoto (2001)


para designar a questão social em sua análise de processo de trabalho do
Serviço Social e conclua indicando: afinal, os pobres são pobres porque
escolhem uma vida de pobreza?

Deverá conter o mínimo de 20 linhas e máximo de 30 linhas.

1 A questão social surge da contradição estabelecida entre capital e trabalho, ou seja,


2 é indissociável do modelo de produção capitalista. No Brasil, sua raiz está fincada
3 no contexto em que há uma transição do trabalho escravo para o trabalho “livre”,
4 quando a produção é cada vez mais coletiva e o trabalho mais social, enquanto a
5 apropriação do resultado desse trabalho é privada.

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6 Inicialmente é tratada como caso de polícia para só depois ser objeto de intervenção
7 do Estado por meio de políticas públicas. Diante disso, Iamamoto considera a questão
8 social como expressão do processo de formação e desenvolvimento da classe operária
9 e do seu ingresso no cenário político, representando a desigualdade social e econômica
10 vivenciada por estes através do acesso desigual à riqueza socialmente produzida.
11 Nesse sentido, consideramos a questão social como sendo a matéria-prima do serviço
12 social e o seu objeto de trabalho, haja vista que atuamos nas políticas sociais que
13 emergem para dar respostas a esse cenário. Logo, os processos de trabalho do/a
14 assistente social estão relacionados à sua intervenção nas expressões da questão social
15 e ao cenário contraditório que ela está inserida, o que traz uma contradição profunda
16 a exercício do trabalho e nas respostas que são dadas.
17 Na esfera contemporânea de reforma do Estado e incorporação do ideário neoliberal,
18 há um aprofundamento das desigualdades sociais resultantes da lógica do mercado
19 capitalista, o qual potencializa as expressões da questão social como a pobreza, a
20 violência, e o desemprego, por exemplo. Nesse contexto, há uma desresponsabilização
21 do Estado com a área social e a preocupação principal passa a ser a preservação da
22 regulação da economia. Dessa forma, a intervenção estatal via políticas públicas ocorre
23 de modo focalizado, descentralizado e privatizado. Com isso, há uma despolitização
24 das desigualdades sociais, um incentivo ao individualismo e o desmonte das políticas
25 de proteção social.
26 Em vista disso, é evidente que a pobreza é uma consequência da desigualdade
27
sistêmica perpetuada pelo capitalismo, não uma escolha individual, portanto deve ser
28
compreendida como uma questão estrutural, e sua superação requer a superação da
29
busca enlouquecida pelo lucro e pensar políticas estruturais de distribuição de renda
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ou mesmo substituição do sistema vigente.

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(CEBRASPE/DP-DF/2020)

Para o serviço social, a última década do século XX, bem como as duas primeiras do
século XXI, constituem, com particularidades, um cenário de afronta ao seu projeto profissional,
com implicações factuais para as suas dimensões ideológica, formativa e interventiva, em que
chamamos atenção para as investidas do capital, com a anuência do Estado em estabelecer novos
pactos e parâmetros para o atendimento das necessidades sociais - sem romper com a lógica da
acumulação e da racionalidade do lucro.

Ana Elizabete Mota. Questão Social e Serviço Social: um debate necessário. In: O mito da assistência social:
ensaios sobre Estado, política social e sociedade. 4.a ed. São Paulo: Cortez, 2010 (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto precedente possui caráter unicamente


motivador, redija um texto acerca do modo como os processos de transformações
societárias das últimas décadas na sociedade brasileira incidem nas demandas
institucionais e respostas profissionais do assistente social. Em seu texto,
aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
1. a nova onda conservadora de contrarreformas e seus desdobramentos sobre
a questão social;
2. a precarização estrutural do trabalho, a perda de direitos, a homogeneização
e o automatismo de intervenções e ações dos assistentes sociais;
3. as possibilidades de lutas, as resistências e os desafios na defesa da direção
social do projeto profissional.

Deverá conter no máximo de 20 linhas.

1 Nos últimos anos, a sociedade brasileira tem sido palco de intensas transformações
2 que impactam diretamente o trabalho do (a) assistente social. Sob a influência de
3 uma nova onda conservadora de contrarreformas, as demandas institucionais e as
4 respostas profissionais têm sido profundamente afetadas.
5 Primeiramente, a nova onda conservadora de contrarreformas tem imposto
6 sérios desdobramentos sobre a “questão social”. Nesse sentido, políticas sociais
7 historicamente conquistadas estão sendo desmontadas pela ofensiva neoliberal.
8 Além disso, a precarização estrutural do trabalho e a perda de direitos têm impactado
9 diretamente a atuação dos (as) assistentes sociais, que acabam submetidos a lógica
10 meramente técnica e instrumental.
11 Diante desse cenário desafiador, é fundamental que o (a) assistente social se engaje em
12 possibilidades de lutas e resistências na defesa da direção social do projeto profissional.
13 Isso envolve a mobilização em defesa dos direitos sociais e a participação ativa em
14 movimentos sociais.
15 Portanto, é somente através da mobilização e do engajamento coletivo que será

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16 possível enfrentar os retrocessos e construir caminhos de resistência e enfrentamento,


17 a fim de contribuir na construção de estratégias profissionais que viabilizem os direitos
18 sociais da classe trabalhadora.

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(IBADE/IPERON-RO/2017)

Leia o fragmento a seguir e responda a questão.


"Embora os princípios norteadores do projeto profissional estejam fundados na perspectiva
da construção de uma outra sociedade, é nos parâmetros do capitalismo que se materializa a
profissão, e o assistente social é chamado para prestar serviços que podem corroborar o status
quo ou atuar para criar outras formas de sociabilidade, que problematizam a organização da
sociedade. Para que isso ocorra, é imperioso planejar o trabalho, dar-lhe sentido teleológico".
(COUTO, 2009:653)

Contemporaneamente o serviço social se defronta com duas grandes


tendências teóricas: uma relacionada à tradição marxista, outra vinculada ao
pós-modernismo. Discorra, sobre o exercício profissional em cada uma dessas
vertentes.

Deverá conter no máximo de 20 linhas.

1 No âmbito do Serviço Social a teoria marxista tem fornecido uma base teórica
2 fomentada na perspectiva de totalidade, a qual mune a categoria de um compromisso
3 com os interesses da classe trabalhadora, portanto de uma perspectiva de classe que
4 leva em consideração o reconhecimento dos rebatimentos das estruturas econômicas,
5 sociais e políticas.
6 Diante disso, a abordagem marxista oferece ao Serviço Social a capacidade de realizar
7 análises críticas e concretas da realidade. Apesar das opressões impostas pelo sistema
8 capitalista, essa base teórica reafirma o compromisso da profissão com a busca pela
9 emancipação humana e justiça social, fortalecendo sua posição na defesa dos direitos
10 e a busca pela emancipação humana e compromisso social.
11 Em contrapartida, a corrente pós-moderna se caracteriza no âmbito do Serviço
12 Social, como uma abordagem que fragmenta as ações, sobretudo, por colocar os
13 aspectos subjetivos acima do reconhecimento de classe, levando a ações pontuais e
14 pautadas no imediatismo.
15 Nesse contexto, há uma materialização do conservadorismo, pois ocorre uma
16 supervalorização da prática com intervenções aligeiradas e baseadas na aparência
17 e não na essência. Portanto, podemos dizer que a agenda pós-moderna é composta
18 por narrativas que afastam o profissional do seu projeto ético-político, enquanto que
19 a perspectiva marxista o aproxima.

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(IDECAN/SEMTAS-RN/2016)

“(...) a globalização econômica, configuração do capitalismo contemporâneo, impõe


mudanças expressivas no mundo do trabalho (...). Essas mudanças têm significado o aumento da
exploração da força de trabalho e a consequente perda de direitos pelos trabalhadores, agravando
a questão social. Esse quadro exige redimensionamento do pensar e do fazer profissional dos
assistentes sociais...”

Mediante a situação exposta, elabore uma análise crítica fundamentando-a


sobre as transformações ocorridas e o redimensionamento do pensar e do fazer
profissional dos assistentes sociais.

Deverá conter no mínimo 20 linhas e no máximo 30 linhas.

1 A globalização, ou processo de mundialização do capital, marca uma nova fase no


2 desenvolvimento do capitalismo mundial, com profundas repercussões no mundo do
3 trabalho e na organização da sociedade. Nesse contexto, observa-se a ampliação dos
4 processos de precarização e exploração do trabalho, o avanço do setor de serviços
5 e o aumento das terceirizações, resultando em uma desregulamentação dos direitos
6 trabalhistas e uma fragmentação e fragilização da classe trabalhadora. Essas condições
7 de trabalho recaem também sobre o Serviço Social, tendo em vista que sua condição
8 assalariada não a exime das inseguranças laborais e dos processos de precarização do
9 trabalho.
10 No campo das políticas públicas, nota-se um processo de focalização, privatização
11 e descentralização, orientado por um ideário neoliberal, que impõe sua lógica para
12 a sociedade. Nesse sentido, as expressões da questão social são redimensionadas,
13 demandando do assistente social um comprometimento com o projeto ético-político
14 da profissão, pautado por uma postura crítica, reflexiva e propositiva para intervir em
15 situações cotidianas de forma eficaz.
16 Diante desses desafios, os assistentes sociais precisam buscar estratégias nos diversos
17 espaços sócio-ocupacionais para desvendar a realidade social. É crucial compreender
18 a prática profissional em sua dimensão histórica, como um processo em constante
19 renovação. Assim, o Serviço Social deve estar atento às transformações do mundo
20 contemporâneo, elaborando intervenções que contribuam para a efetivação de
21 direitos e a defesa do pensamento crítico.

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(FGV/TJ-RJ/2014)

A conjuntura contemporânea coloca para o cenário brasileiro as expressões da “questão


social” – tradicionais e novas – de forma ampliada. Iamamoto (2001) analisa que “As estratégias
para o enfrentamento da questão social têm sido tensionadas por projetos sociais distintos, que
presidem a estruturação e a implementação das políticas sociais públicas e que convivem em
luta no seu interior. Vive-se uma tensão entre a defesa dos direitos sociais e a mercantilização
do atendimento às necessidades sociais, com claras implicações nas condições e relações de
trabalho do assistente social”. Nesse sentido, o Serviço Social vê-se tensionado por dois projetos:
o primeiro, de caráter universalista e democrático; e outro, de inspiração neoliberal.

Levando em consideração a tensão que se instala no interior do Serviço Social


em seu fazer profissional na atualidade, disserte sobre a intervenção do
assistente social sob a perspectiva de UM dos projetos supracitados.

Deverá conter no máximo de 20 linhas.

1 Diante da complexidade da conjuntura contemporânea, o Serviço Social brasileiro se


2 depara com um embate entre dois projetos distintos que influenciam diretamente sua
3 atuação profissional. Um desses projetos é o de caráter universalista e democrático,
4 que preconiza a defesa dos direitos sociais e a promoção da equidade e justiça social.
5 Sob essa perspectiva, o (a) assistente social atua como agente de transformação
6 social, buscando garantir o acesso universal aos serviços e benefícios sociais, sem
7 discriminação ou exclusão.
8 No âmbito do projeto universalista e democrático, o (a) assistente social assume um
9 papel crítico e comprometido com a promoção dos direitos humanos e a ampliação
10 da cidadania. Sua intervenção se pauta na participação ativa dos usuários dos serviços
11 sociais, promovendo o protagonismo e a autonomia das pessoas atendidas. Além
12 disso, busca-se a construção de políticas sociais inclusivas e redistributivas, capazes de
13 enfrentar as desigualdades sociais.
14 Nesse contexto, o (a) assistente social atua como mediador entre o Estado e a sociedade
15 civil, articulando demandas e necessidades sociais com a formulação e implementação
16 de políticas públicas, no qual sua prática profissional é orientada por premissas éticas
17 e pelo compromisso com a viabilização de direitos sociais para a população.

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(IDECAN/PREF. MOSSORÓ-SEMASC-RN/2024)

No âmbito do Serviço Social na contemporaneidade, a questão social é central para a


profissão.

Nesse sentido, apresente argumentos que justifiquem o motivo de a questão


social ser atribuída como objeto de intervenção do Assistente Social.

Deverá conter no mínimo 15 linhas e no máximo 20 linhas.


1 A questão social, considerada um conjunto de desigualdades sociais, econômicas e
2 políticas, ao mesmo passo que também expressa a resistência da classe subalterna,
3 é considerada a matéria-prima do serviço social, isto é, o seu objeto de trabalho.
4 Como ela é o cerne das contradições vividas na sociedade capitalista, exige pelas
5 lutas sociais uma resposta do Estado que vá muito além da caridade e da repressão,
6 exigindo ações sistemáticas através de políticas sociais.
7 O/a assistente social é uma das profissões convocados a atuar no cerne da questão
8 social através das políticas sociais, afinal, é necessário uma intervenção do Estado
9 para manter um determinado "controle social", especialmente para aqueles que
10 sofrem as desigualdades sociais se apaziguem e consigam o básico para sobreviver,
11 necessitando assim de direitos sociais na regulação social. E para que isso ocorra,
12 necessita de profissionais para executar, e certamente, elaborar e implementar essas
13 ações, e é aí que o serviço social surge como profissão.
14 No processo de enfrentamento da questão social, o Estado busca institucionalizar essas
15 demandas de maneira parcializada, o que recorta também o seu trato colocando-as
16 como questões particulares dos sujeitos, como o desemprego, a fome, etc ao invés
17 de dar uma resposta em sua totalidade enfrentando o acesso desigual à riqueza que
18 gera o pauperismo. Sendo assim, o serviço social é estratégico na viabilização desses
19 direitos sociais no enfrentamento das expressões da questão social.

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Política Social e
Seguridade

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(CONSULPLAN/PREF. ARARAQUARA-SP/2023)
Elabore um texto sobre as políticas sociais no contexto da crise capitalista.

Deverá conter no mínimo 10 linhas e máximo de 30 linhas.

1 A crise capitalista é um fenômeno recorrente na história do sistema econômico


2 dominante, caracterizado por instabilidades financeiras, recessão econômica e
3 desigualdades sociais exacerbadas. Neste contexto, as políticas sociais desempenham
4 um papel crucial na minimização dos impactos negativos sobre a classe trabalhadora.
5 Durante os períodos de crise capitalista, tais políticas frequentemente se tornam
6 alvo de cortes orçamentários e medidas de austeridade, como parte das estratégias
7 de ajuste econômico. Isso resulta em redução de investimentos em áreas como saúde,
8 educação, habitação e assistência social, ampliando as desigualdades e o fosso social
9 entre ricos e pobres.
10 Ao mesmo tempo, a crise capitalista também traz o aumento do desemprego e da
11 pobreza que produz uma pressão adicional sobre os sistemas de proteção social,
12 exigindo respostas mais rápidas e eficazes por parte do Estado. Nesse sentido, as
13 políticas sociais podem desempenhar um papel crucial na tentativa de mitigar os
14 danos promovidos pela crise capitalista.
15 No entanto, é importante reconhecer que as políticas sociais não são neutras em
16 relação às relações de poder e às estruturas econômicas dominantes. Durante crises
17 capitalistas, há o risco de que tais políticas sejam utilizadas como instrumentos de
18 controle social e legitimação do status quo, em vez de promoverem efetivamente
19 a justiça social e a igualdade de oportunidades. Portanto, é fundamental que as
20 políticas sociais sejam concebidas a partir de uma perspectiva crítica, que leve em
21 consideração as necessidades e demandas das populações mais vulneráveis.
22
Em suma, as políticas sociais desempenham um papel crucial no contexto da crise
23
capitalista, tanto como mecanismos de proteção social quanto como instrumentos de
24
reprodução das desigualdades. Diante dos desafios impostos pela crise, é fundamental
25
que tais políticas sejam concebidas e implementadas de forma a promover a inclusão
26
social, a equidade e a tentativa de uma justiça distributiva.

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(FGV/FHEMIG/2023)

Leia oo fragmento
Para serviço social,
e responda
a última aosdécada
itens a do
seguir.
século XX, bem como as duas primeiras do
século
A Constituição
XXI, constituem,
Federal decom1988,
particularidades,
define Seguridade um Social
cenáriocomo
de afronta
o conjunto
ao seuintegrado
projeto profissional,
de ações de
com implicações
iniciativa dos Poderes
factuais
Públicos
para easdasuas
sociedade
dimensões
destinado
ideológica,
a assegurar
formativa
os direitos
e interventiva,
relativos àemsaúde,
que
àchamamos
previdência atenção
e à assistência
para as investidas
social. Assim,
do capital,
a Seguridade
com a anuência
Social visadoa Estado
promover emoestabelecer
estabelecimento
novos
pactos
de umaesociedade
parâmetros mais
paraigualitária,
o atendimento
agindodascomonecessidades
um sistemasociais
de proteção
- sem romper
social. Segundo
com a lógica
Sposati
da
acumulação
(2013): o modelo
e da brasileiro
racionalidade
de proteção
do lucro.social não partiu do reconhecimento universal enquanto
direito de todos os trabalhadores; sua lógica seletiva foi incluindo paulatinamente segmentos da
Ana Elizabete
força Mota. ativa.
de trabalho QuestãoAfirma
Social eainda
Serviço Social:
que: um debate necessário.
“demandatários In: O mito
de proteção da assistência
social” social:
são inúmeras
ensaios sobre Estado, política social e sociedade. 4.a ed. São Paulo: Cortez, 2010 (com adaptações).
vezes nominados como inválidos.

a) Com base no texto, apresente 3 (três) princípios que estruturam a concepção


de Seguridade Social.
b) Com relação à intervenção do Serviço Social, cite 3 (três) ações/fatores que
dificultam o acesso da população em vulnerabilidade
social aos seus direitos.
c) Considerando a Seguridade Social como política de proteção social, indique
1 (um) obstáculo para sua implementação.

Deverá conter no máximo 15


delinhas.
20 linhas.

1 A Seguridade Social, conforme definida pela Constituição Federal de 1988, é um


2 sistema integrado de ações para garantir direitos relacionados à saúde, previdência e
3 assistência social.
4 Estruturada em três princípios fundamentais - universalidade, integralidade e
5 equidade - busca garantir acesso a todos, independentemente de situação de trabalho
6 ou renda, e oferecer uma gama completa de serviços que atenda as necessidades da
7 população usuária.
8 No entanto, obstáculos como desinformação, burocracia e estigma social dificultam
9 o acesso dos vulneráveis aos seus direitos. Além disso, a falta de recursos representa
10 um grande desafio para sua implementação eficaz, comprometendo a qualidade e a
11 acessibilidade dos serviços.
12 Portanto, é crucial um compromisso contínuo com o financiamento da Seguridade
13 Social para assegurar seu papel na promoção de uma sociedade mais igualitária e
14 consequentemente que ofereça condições dignas de vida para os cidadãos e cidadãs.

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(FGV/TJ-RN/2023)

Tendo em vista as transformações que marcam o capitalismo nos últimos trinta anos,
disserte sobre as alterações nos direitos sociais e as novas expressões da “questão social” no Brasil
e seus impactos para o trabalho do assistente social a partir das análises de José Paulo Netto e/ou
Marilda Iamamoto, considerando:

a) a implementação do neoliberalismo no Brasil e seu rebatimento nas políticas


sociais;
b) a dimensão técnico-operativa do Serviço Social.

Deverá conter no máximo de 15 linhas.

1 A implementação do neoliberalismo no Brasil resultou em significativas alterações


2 nas políticas sociais, as quais se tornaram mais focalizadas e descentralizadas,
3 marcadas pela redução do papel do Estado e pela ênfase na privatização e na
4 redução dos investimentos com o social. Como aponta Netto, esse quadro ocasiona a
5 desresponsabilização do Estado com o setor público, a ampliação do terceiro setor e
6 o desmonte dos direitos sociais.
7 Diante desse contexto, a dimensão técnico-operativa do Serviço Social ganha
8 relevância, exigindo do profissional uma postura crítica e reflexiva, capaz de articular
9 teoria e prática para enfrentar as novas demandas emergentes. É necessário um olhar
10 atento às novas expressões da questão social, que se tornam desafios cada vez mais
11 presentes e complexos na realidade brasileira. Assim a atuação dos profissionais de
12 Serviço Social busca enfrentar os novos desafios emergentes e promover a inclusão
13 e condições de vida minimamente dignas em meio a um cenário de constantes
14 transformações.

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(IBFC/IDAM/2019)

Behring;Boschetti (2007) traçam parâmetros importantes na compreensão da política


social e de suas mutações ao longo dos anos considerando a realidade da Europa, dos Estados
Unidos e do Brasil. Ancorado no pensamento das autoras disserte e argumente os seguintes
aspectos:

a) modalidade de intervenção do Estado de Bem-Estar Social sob a política


social, ressaltando ainda quem foi o primeiro pensador a defender esse tipo de
Estado na Europa;
b) formato de administração do Estado neoliberal em relação à política
social, bem como o teórico que idealizou inicialmente esse tipo de formato de
regulação estatal
c) qual foi o primeiro governo no Brasil a iniciar a adesão ao neoliberalismo.

Deverá conter no mínimo 10 linhas e máximo de 20 linhas

1 A compreensão da política social e suas transformações ao longo do tempo, conforme


2 abordado por Behring e Boschetti (2007), é essencial para analisar a modalidade de
3 intervenção do Estado de Bem-Estar Social e do Estado neoliberal, bem como suas
4 influências na realidade europeia, norte-americana e brasileira.
5 Inicialmente, é importante destacar que o Estado de Bem-Estar Social, proposto
6 por Keynes, na Europa, representa uma forma de intervenção estatal voltada para a
7 promoção do bem-estar social e a redução das desigualdades por meio de políticas
8 sociais abrangentes.
9 Por outro lado, o Estado neoliberal, surgido a partir do Consenso de Washington,
10 introduziu uma abordagem marcada pela redução do papel do Estado na economia
11 e pela fragilização dos direitos sociais. Esse modelo foi adotado por líderes como
12 Margareth Thatcher (Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA), seguindo os princípios
13 difundidos no livro "O Caminho da Servidão", de Friedrich Hayek, considerado a
14 "bíblia do neoliberalismo", que se espraiaram pelo mundo, inclusive para o Brasil.
15 No contexto brasileiro, o governo Collor foi o primeiro a aderir ao neoliberalismo,
16 implementando medidas de privatização, desregulamentação e abertura econômica.
17 Essa mudança de orientação política teve impactos significativos no corte de
18 investimentos em políticas sociais no país.

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Serviço Social
e Política de
Assistência Social

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(CEBRASPE/MPE-TO/2024)

Maria tem 94 anos de idade e reside sozinha em uma cidade do interior distante 493 km
da capital de seu estado. Não há familiares residentes na sua cidade. Ela tem três netos: um reside
na capital do estado, um fora do estado e outro no exterior. Maria é aposentada pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) e recebe benefício de um salário mínimo. Ela necessita de
cuidados qualificados, dada sua idade avançada e suas condições de saúde. Diante dessa situação,
a família optou por levar Maria para a capital, onde reside um dos seus três netos, filhos de seu
único filho, já falecido. Embora o neto de Maria residente na capital tivesse disponibilidade afetiva
para a efetivação de vínculo e a garantia do direito à convivência familiar, sua renda, oriunda de
atividades informais na construção, é instável e mínima para o atendimento de suas necessidades
cotidianas de alimentação, saúde, moradia, transporte e outros gastos. Em decorrência da
incompatibilidade da renda per capita da família para custear serviço de cuidadores para Maria,
e com o intuito de garantir-lhe acompanhamento e cuidados protetivos, a família optou, então,
por colocá-la uma instituição de longa permanência (ILPI) pública, tendo solicitado atendimento
junto ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município da capital, no âmbito
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), para a realização do Cadastro Único e para a
avaliação socioeconômica da família. Após a realização da visita domiciliar, a assistente social
comunicou verbalmente à família que Maria não era elegível à política de assistência social,
bem como que ela não teria direito a uma vaga em uma ILPI. A assistente social se absteve de
elaborar relatório ou emitir parecer sobre o estudo social de Maria

Considerando essa situação hipotética, redija um texto dissertativo,


embasado na legislação pertinente e nos princípios da ética profissional,
indicando se houve violação de direitos da pessoa idosa no âmbito da
Política de Assistência Social e apontando o tipo de violação ocorrida, o
responsável pela violação e eventuais penalidades a que o responsável
está sujeito.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 A conduta adotada pela profissional fere os princípios éticos fundamentais, uma vez
2 que ela não se posiciona em favor da equidade e justiça social, ou mesmo em prol da
3 universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas sociais.
4 A política de assistência social busca garantir a proteção social e a prevenção da
5 incidência de riscos, dentre outros, relacionados à velhice. Além disso, o Estatuto
6 da Pessoa Idosa prevê o envelhecimento como um direito personalíssimo e a sua
7 proteção um direito social, sendo um dos direitos fundamentais a assistência social.
8 Observa-se que a atitude da profissional ao negar o acesso ao direito e também
9 não fornecer a documentação técnica fere a ética e não demonstra compromisso
10 com a qualidade dos serviços prestados e com a eficiência. Ademais, é proibido

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11 bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas instituições, logo, tal
12 conduta é desprovida de responsabilidade e pode acarretar penalidades como multa,
13 advertência, suspensão ou cassação do registro, conforme o Código de Ética. Ademais,
14 a não viabilização da garantia de prioridade da idosa pode ocasionar multa civil e até
15 reclusão, considerando a omissão de atendimento sem justa causa.

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(FUNDEP/DPE-MG/2023)

TEXTO I
Sistema Único de Assistência Social
A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, instituído pela Constituição
Federal de 1988. A partir de 1993, com a publicação da Lei Orgânica da Assistência Social –
LOAS, é definida como Política de Seguridade Social, compondo o tripé da Seguridade Social,
juntamente com a Saúde e Previdência Social, com caráter de Política Social articulada a outras
políticas do campo social. A Assistência Social, diferentemente da previdência social, não é
contributiva, ou seja, deve atender a todos os cidadãos que dela necessitarem. Realiza-se a partir
de ações integradas entre a iniciativa pública, privada e da sociedade civil, tendo por objetivo
garantir a proteção social à família, à infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças
e adolescentes carentes; à promoção da integração ao mercado de trabalho e à reabilitação
e promoção de integração à comunidade para as pessoas com deficiência e o pagamento de
benefícios aos idosos e às pessoas com deficiência. Em 2005, é instituído o Sistema Único de
Assistência Social – SUAS, descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do
conteúdo específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira. O Sistema
organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A primeira é a Proteção
Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas,
projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. A
segunda é a Proteção Social Especial, destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em
situação de risco e que tiveram seus direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos,
abuso sexual, uso de drogas, entre outros aspectos.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em: https://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/


assistencia-social/sistema-unico-de-assistencia-social/. Acesso em: 11 set. 2023.

TEXTO II SEÇÃO IV DA ASSISTÊNCIA SOCIAL


Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao
idoso que comprovem
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
dispuser a lei.
VI – a redução da vulnerabilidade socioeconômica de famílias em situação de pobreza ou de
extrema pobreza.

BRASIL Constituição 1988.Brasília, DF:https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.

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A partir dos textos motivadores, REDIJA um texto dissertativo-


argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa,
sobre o tema:

COMO A ASSISTÊNCIA SOCIAL PODE FAZER FRENTE À SITUAÇÃO DE


VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA DE FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE
POBREZA.

Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos


e fatos para defesa de seu ponto de vista, que considere a atuação do
assistente social diante da situação representada na charge (texto III).

Deverá conter o mínimo de 15 linhas e máximo de 30 linhas.

1 A assistência social desempenha um papel fundamental na minimização da


2 vulnerabilidade socioeconômica enfrentada por indivíduos e famílias em situação
3 de pobreza. Conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988, a assistência
4 social é um direito do cidadão e um dever do Estado, inclusive transformando-se em
5 política social pública, que compõe o tripé da seguridade social.
6 O Sistema Único de Assistência Social (SUAS), estabelecido em 2005, organiza
7 as ações da assistência social em dois tipos de proteção social: a Proteção Social

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8 Básica e a Proteção Social Especial. A primeira destina-se à prevenção de riscos


9 sociais e pessoais, oferecendo programas, projetos, serviços e benefícios às famílias em
10 situação de vulnerabilidade social. Enquanto isso, a segunda é voltada para famílias
11 e indivíduos que já se encontram em situação de risco, atuando em casos de violação
12 de direitos, como abandono, maus-tratos, abuso sexual e uso abusivo de drogas.
13 A assistência social promove ainda, a integração ao mercado de trabalho por meio de
14 programas de qualificação profissional e encaminhamento para vagas de emprego.
15 Também oferece suporte para a habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência,
16 visando sua inclusão na vida social, comunitária e laboral. Outra medida importante
17 é a oferta de serviços de assistência psicossocial e acompanhamento familiar, visando
18 fortalecer os vínculos familiares e comunitários.
19 Portanto, a assistência social, fundamentada nos princípios estabelecidos pela
20 Constituição Federal e pelos marcos regulatórios da própria política pública,
21 desempenha um papel fundamental na minimização das problemáticas enfrentadas
22 por famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social, bem como na
23 melhoria da qualidade de vida social da população usuárias dos serviços da política
24 de assistência social. Isso ocorre por meio da implementação de políticas e programas
25 voltados para assegurar o acesso aos direitos fundamentais e promover a inclusão
26 social de grupos social e historicamente vulnerabilizados, sobretudo em razão da
27 pobreza.

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(FCC/ALAP/2021)

Como assistente social da Assembleia Legislativa do Amapá, foi solicitado o assessoramento


em relação a um projeto de lei que modifica o Conselho Estadual de Assistência Social (CEAS).
O presente projeto de lei prevê alterações na composição do CEAS, instituindo representação
tripartite com a inclusão da representação específica de entidades socioassistenciais. Além disso,
prevê mudança na atribuição do referido Conselho, tornando-o consultivo.

Diante disso, descreva justificadamente seu posicionamento em relação ao


projeto apresentado, considerando o fortalecimento do caráter democrático
das políticas sociais.

Deverá conter o mínimo de 20 linhas e máximo de 30 linhas.

1 Os Conselhos são espaços importantes, orientados pela democracia participativa,


2 contribuem com o fortalecimento do caráter democrático das políticas sociais
3 justamente por serem baseados na concepção de participação social.
4 Em relação à inclusão da representação específica de entidades socioassistenciais na
5 composição do CEAS, é importante reconhecer o potencial positivo dessa medida para
6 garantir uma representação mais abrangente e diversificada no processo decisório.
7 No entanto, é fundamental garantir que essa inclusão seja realizada de forma
8 transparente e democrática, respeitando os princípios de equidade e participação.
9 É necessário assegurar que as entidades socioassistenciais representem efetivamente
10 os interesses e necessidades das comunidades atendidas, evitando a cooptação ou
11 influência indevida de interesses particulares.
12 Quanto à mudança na atribuição do CEAS para torná-lo consultivo, é necessário
13 analisar cuidadosamente as implicações dessa medida para o processo decisório
14 e a efetividade das políticas sociais. Embora a consulta possa ser uma ferramenta
15 importante para promover a participação e o diálogo entre os diversos atores
16 envolvidos, é essencial garantir que o CEAS mantenha sua capacidade de formular
17 recomendações e diretrizes vinculativas para a implementação da política de
18 assistência social. Além disso, é preciso assegurar que a mudança para um caráter
19 consultivo não resulte em uma diluição do poder e da autonomia do CEAS.
20 Em resumo, diante do projeto de lei que propõe alterações no CEAS, meu
21 posicionamento é favorável à inclusão da representação específica de entidades
22 socioassistenciais na composição do conselho, desde que seja realizada de forma

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23 transparente e democrática. No entanto, é necessário cautela em relação à mudança


24 na atribuição do CEAS para torná-lo consultivo, garantindo que essa medida
25 não comprometa sua capacidade de influenciar efetivamente as políticas sociais e
26 promover o fortalecimento do caráter democrático das mesmas.

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Política de Saúde

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(CS-UFG/PREF. GOIATUBA-GO/2023)

Uma cidade do interior do Estado de Goiás, com aproximadamente 35.000 habitantes,


possui perfil de morbidade diversificado para doenças crônicas não transmissíveis e com alta
incidência para doenças cardiorrespiratórias e renais. Tendo em vista que essas doenças podem
se apresentar em diversas fases de evolução e em diferentes níveis de gravidade, o profissional de
saúde precisa compreender o funcionamento da Rede de Atenção à Saúde (RAS) para prestar
assistência adequada aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Considerando a portaria que estabelece as diretrizes para a organização


da RAS no âmbito do SUS e a necessidade de assegurar a integralidade
e a resolutividade das ações de saúde, responda:

QUAIS SÃO OS NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA EXISTENTES PARA A ORGANIZAÇÃO


DO ATENDIMENTO NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE? EXPLIQUE E
EXEMPLIFIQUE CADA UM DELES

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 A organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS) no Sistema Único de Saúde (SUS)


2 é fundamentada na Portaria nº 4.279/2010, que estabelece diretrizes para assegurar
3 a integralidade e a resolutividade das ações de saúde. Os níveis de assistência
4 existentes na RAS são: atenção primária, atenção secundária ou especializada e
5 atenção terciária.
6 A atenção primária constitui o primeiro nível de contato dos usuários com o sistema
7 de saúde, sendo responsável pela resolução da maior parte das demandas de saúde
8 da população. Exemplos de serviços de atenção primária incluem postos de saúde,
9 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Equipes de Saúde da Família (ESF), que
10 realizam ações de promoção da saúde, prevenção de doenças, diagnóstico precoce e
11 tratamento de enfermidades comuns.
12 A atenção especializada constitui o segundo nível da RAS, atendendo às demandas
13 que não podem ser resolvidas na atenção primária. Inclui serviços de diagnóstico,
14 tratamento e reabilitação, como ambulatórios especializados, centros de referência
15 e Serviços de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT), bem como oferecendo
16 serviços de internação, cirurgias, cuidados intensivos e emergências hospitalares.
17 Inclui hospitais gerais e especializados, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e
18 serviços de urgência e emergência, neste sentido, a atenção hospitalar pode oferecer

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19 leitos especializados, Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e procedimentos cirúrgicos.


20 Por fim, a atenção de urgência e emergência constitui o último nível da RAS, garantindo
21 o acesso rápido e oportuno aos serviços de saúde em situações de emergência. Inclui as
22 UPAs, serviços móveis de urgência (SAMU), pronto-socorros e hospitais de referência
23 para atendimento de casos graves e urgências médicas.
24 Em suma, a organização da RAS em diferentes níveis de assistência visa assegurar
25 uma cobertura integral e integrada aos usuários do SUS, promovendo eficiência,
26 equidade e a qualidade nos serviços de saúde, sobretudo em contextos como o da
27 cidade referenciada.

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(UFG/PREF. MORRINHOS - GO/2023)

A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde que envolvem a promoção da saúde, a


prevenção de doenças e agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a redução de danos
ou de sofrimentos que possam comprometer a autonomia das pessoas. É o contato preferencial
dos usuários na rede de atenção à saúde e orienta-se pelos princípios e diretrizes do Sistema
Único de Saúde (SUS).

A partir desse contexto e considerando a Portaria nº 2.436 de 21


de setembro de 2017, cite e explique os princípios orientadores da
organização da Atenção Básica nos municípios.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 A Atenção Básica, pautada nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde


2 (SUS), possui sua organização nos municípios regulamentada pela Portaria no
3 2.436/2017, a qual estabelece os princípios norteadores para uma implementação
4 eficaz.
5 A universalidade implica que a Atenção Básica deve estar acessível a toda a
6 população, sem discriminação, garantindo o acesso equitativo aos serviços de saúde.
7 A acessibilidade, por sua vez, requer que tais serviços estejam próximos e facilmente
8 acessíveis, assegurando um atendimento oportuno às necessidades de saúde.
9 Já a coordenação do cuidado é essencial para garantir a continuidade e integração das
10 ações e serviços oferecidos em todos os níveis de atenção à saúde. O estabelecimento
11 de vínculos e a continuidade do cuidado promovem uma relação de confiança entre
12 profissionais de saúde e usuários, viabilizando um acompanhamento longitudinal e
13 personalizado da saúde.
14 Outro princípio é a integralidade, o qual preconiza uma abordagem abrangente
15 às necessidades de saúde da população, considerando não apenas aspectos físicos,
16 mas também psicossociais, culturais e econômicos. Já a responsabilização exige que
17 os profissionais de saúde assumam a responsabilidade pelo cuidado dos usuários,
18 garantindo que todas as suas necessidades sejam atendidas adequadamente.
19 A humanização dos serviços de saúde, o acesso equitativo, independente de
20 características individuais, e a participação ativa da comunidade e dos usuários no
21 planejamento e avaliação das políticas de saúde são aspectos-chave para uma atenção
22
básica eficiente e de qualidade.

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23 Em suma, os princípios orientadores da Atenção Básica são fundamentais para


24 assegurar uma assistência integral e equitativa à população. Por meio da implementação
25 desses princípios, busca-se promover a saúde, prevenir doenças e oferecer um cuidado
26 integral que atenda às necessidades de todos os cidadãos e cidadãs.

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(FCC/ALAP/2021)

A Assembleia Legislativa recebeu uma consulta sobre a constituição do Fórum dos Usuários
da Saúde no Estado do Amapá.

Considerando os ditames legais para a política de saúde e o projeto


ético-político do Serviço Social, posicione-se a respeito da matéria e
construa argumentos sobre ela.

A banca
Deverá conter
deu 40nolinhas
mínimo
para
20 linhas
o candidato
e máximo de 30 linhas.

1 A consulta recebida pela Assembleia Legislativa sobre a constituição do Fórum dos


2 Usuários da Saúde no Estado do Amapá demanda uma reflexão cuidadosa, tanto
3 à luz dos ditames legais que regem a política de saúde quanto dos princípios ético-
4 políticos que norteiam o trabalho do Serviço Social.
5 Primeiramente, é importante destacar que a constituição de um Fórum dos Usuários
6 da Saúde é uma medida que está em consonância com os princípios fundamentais
7 do Sistema Único de Saúde (SUS), que preconiza a participação social como um
8 dos pilares para a efetivação do direito à saúde. Nesse sentido, o fortalecimento da
9 participação dos usuários no processo decisório é essencial para garantir uma gestão
10 mais transparente, democrática e voltada para as reais necessidades da população.
11 Ademais, o Projeto Ético-Político do Serviço Social, pautado na defesa intransigente
12 dos direitos humanos, na justiça social e na promoção da cidadania, respalda a
13 importância da participação ativa dos usuários na formulação e implementação das
14 políticas sociais, incluindo a política de saúde. Desta forma, é nosso dever apoiar e
15 fortalecer iniciativas que ampliem o protagonismo dos usuários e sua capacidade de
16 influenciar as decisões que afetam suas vidas.
17 Além disso, a constituição do Fórum dos Usuários da Saúde pode contribuir para
18 a ampliação do controle social sobre o sistema de saúde, possibilitando uma maior
19
fiscalização e acompanhamento das políticas e dos serviços oferecidos.
20
Em suma, diante da consulta sobre a constituição do Fórum dos Usuários da Saúde
21
no Estado do Amapá, posiciono-me favoravelmente à iniciativa, visto que ela está
22
alinhada com os princípios democráticos que regem o SUS e com os valores ético-
23
políticos do Serviço Social. No entanto, é fundamental garantir que essa participação
24
seja efetiva, inclusiva e capaz de promover mudanças reais e significativas na política
25
de saúde, visando sempre a garantia do direito à saúde e o bem-estar da população.

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(CEPUERJ/UERJ-RESIDÊNCIA/2018)

Um hospital criou um ambulatório específico para saúde da mulher. No decorrer dos


atendimentos e acompanhamento às mulheres, os assistentes sociais observaram que há limites
do modelo biomédico para responder a questões das mulheres no que diz respeito a doenças e
promoção da saúde, gerando dúvidas comuns às usuárias

Diante disso, elabore uma proposta de trabalho de cunho educativo


numa abordagem em grupo com as mulheres, conforme solicitado nos
itens abaixo.

deverá conter no máximo 20 linhas

a) Apresente os pressupostos metodológicos da abordagem proposta.

1 A prática profissional do Serviço Social na área hospitalar é inserida no âmbito de


2 processos de trabalho com equipes multidisciplinares. Desse modo, as atividades
3 desenvolvidas devem se basear nos saberes teórico-metodológicos da profissão
4 não podendo ser reduzidas a respostas para as questões subjetivas experienciadas
5 pelos usuários no interior das instituições, pois o Serviço Social cumpre um papel
6 fundamental junto aos usuários quanto ao processo de acesso aos seus direitos.
7 Dessa forma, é primordial considerar que a forma de abordagem realizada pelo
8 assistente social não deve reproduzir o modelo biomédico, ou seja, cabe ao Serviço
9 Social fomentar estratégias de ação que tenham como finalidade o alcance dos direitos
10 sociais da população favorecendo assim, a defesa do Sistema Único de Saúde – SUS
11 e não reproduzir um modelo centrado apenas no aspecto individual, sem considerar
12 à promoção e a prevenção à saúde, como ocorre no modelo biomédico.
13 Portanto, identificada a demanda, e realizado o processo de problematização e
14 reflexão sobre ela, é necessário pensar em ações socioeducativas que proporcionem
15 protocolos de atendimentos específicos, subsidiadas pela Política Nacional de
16 Promoção à Saúde, para assim garantir o acesso aos serviços necessários por meio
17 de uma abordagem que priorize a melhoria dessas respostas fornecidas.

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b) Enuncie o objetivo geral, dois objetivos específicos e os meios


necessários para alcançá-los.

1 Podemos apresentar como objetivo geral: alcançar o atendimento à saúde da mulher


2 de modo mais abrangente proporcionando espaços de reflexão e construção de
3 conhecimentos sobre questões relacionadas à saúde da mulher na perspectiva da
4 efetivação de direitos.
5 Em face do objetivo geral, podemos destacar dois objetivos específicos no
6 desenvolvimento das atividades, sendo o primeiro: facilitar a compreensão das
7 mulheres sobre a importância dos cuidados integrais com a saúde, considerando
8 não apenas os aspectos biomédicos, mas também os aspectos sociais, emocionais
9 e culturais. Como segundo objetivo: capacitar as mulheres para o enfrentamento
10 de desafios e dúvidas relacionadas à sua saúde e ao meio social, proporcionando
11 informações por meio de estratégias práticas que agreguem conhecimento.
12 Isto posto, para alcançar os objetivos propostos se faz necessário a realização de
13 atividades educativas em grupo por meio de encontros periódicos, para possíveis
14 trocas entre profissionais e usuárias, participando também profissionais de outras
15 áreas. Além do fornecimento de materiais educativos/informativos de fácil acesso
16 para mulheres que possuem maior frequência ou não, com informações sobre saúde
17 sexual, gestação, puerpério ,dentre outros assuntos, sempre levando em consideração
18 uma concepção ampliada de saúde.

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(CS-UFG/UFG/2018)

Ao analisar a construção histórica das políticas de saúde no mundo destacam-se a constituição


do modelo médico hegemônico, que passa a ser questionado pela defesa da saúde ampliada, e a
reorganização dos serviços por meio da defesa da Atenção Primária e da Promoção da Saúde
preconizada pelo modelo da Reforma Sanitária.

Como, no Brasil, ocorre essa construção no âmbito das análises do


Serviço Social?

Deverá conter no mãximo 30 linhas.

1 O modelo médico hegemônico, caracterizado pela centralidade da biomedicina e da


2 cura das doenças, foi predominante por muitos anos em diversas partes do mundo,
3 incluindo o Brasil. Esse paradigma enfatizava o tratamento das enfermidades de
4 forma individualizada, deixando de lado aspectos sociais, econômicos e culturais
5 que influenciam a saúde das pessoas.
6 Nesse contexto, surge a defesa da saúde ampliada, que reconhece a interação entre os
7 determinantes sociais, econômicos, ambientais e individuais da saúde. Esse enfoque
8 ampliado busca não apenas tratar as doenças, mas também promover a saúde em seus
9 múltiplos aspectos, incluindo a prevenção, a promoção e a reabilitação. No Brasil,
10 essa mudança de paradigma é promovida pela Reforma Sanitária, movimento que
11 defende a universalização, a descentralização e a integralidade do sistema de saúde.
12 A reorganização dos serviços de saúde por meio da defesa da Atenção Primária e da
13 Promoção da Saúde é um dos pilares dessa nova abordagem. A Atenção Primária,
14 ao priorizar o cuidado integral e o acompanhamento contínuo das pessoas ao longo
15 de suas vidas, busca prevenir doenças e evitar a progressão de problemas de saúde,
16 reduzindo a necessidade de intervenções mais complexas e onerosas. Já a Promoção
17 da Saúde visa criar condições favoráveis ​​para que as pessoas tenham mais controle
18 sobre sua própria saúde, promovendo estilos de vida saudáveis ​​e combatendo os
19 determinantes sociais da doença.
20 Nesse sentido, o Serviço Social atua tanto na formulação quanto na implementação
21 de políticas públicas de saúde que visam garantir o acesso universal e igualitário aos
22 serviços, especialmente para os grupos sociais mais vulneráveis. Além disso, o (a)
23 profissional de Serviço Social também desempenha um papel essencial na articulação
24 entre os diferentes atores sociais envolvidos no campo da saúde, promovendo
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25 a participação popular e a construção coletiva de soluções para as problemáticas


26 enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil.

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(IADES/HEMOCENTRO/2017)

Leia, com atenção, a informação a seguir.


Determinado paciente foi identificado com anemia falciforme no momento da doação
de sangue, e o estabelecimento de saúde requisitou um(a) assistente social para fazer o contato
com o paciente, em uma a linha de abordagem social do usuário.

Com base na situação hipotética apresentada, e considerando que o


acompanhamento de pessoas que foram identificadas com alguma
patologia no momento da doação de sangue é também realizada pelo(a)
assistente social, redija um texto dissertativo e (ou) descritivo que
relacione os procedimentos a serem utilizados no referido atendimento.
Aborde, necessariamente, os seguintes tópicos:
a) aspectos sociais ligados ao diagnóstico de anemia falciforme; e,
b) direitos dos usuários.

no mínimo 20 linhas e máximo de 40 linhas.

1 A anemia falciforme é uma doença genética muito comum no Brasil, com elevada
2 prevalência na população negra. É necessário que o atendimento para ela envolva
3 uma equipe multidisciplinar e leve em consideração os determinantes sociais do
4 processo saúde-doença.
5 Nesse sentido, um dos principais aspectos sociais relacionados à vida das pessoas
6 que são diagnosticadas com a doença, se refere a falta de conhecimento sobre a
7 anemia falciforme pela sociedade, o que gera situações envolvendo a discriminação
8 e estigma, simplesmente pelo desconhecimento acerca dessa condição.
9 Diante do caso mencionado, a/o assistente social, por meio da abordagem social,
10 será responsável por realizar uma leitura crítica da realidade desse usuário e dos
11 aspectos sociais relacionados ao caso. Por meio de uma intervenção socioeducativa,
12 o/a profissional realizará as orientações necessárias através da socialização de
13 informações e instruções quanto aos respectivos direitos da pessoa afetada pela
14 doença.
15 Entre os direitos garantidos pelo poder público para as pessoas com anemia falciforme
16 estão: a garantia à assistência médica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como,
17 o acesso gratuito de determinados medicamentos necessários para o tratamento.
18 Além disso, no âmbito da previdência social, caso a pessoa não esteja em condições
19 de exercer temporariamente as suas atividades no trabalho, é possível solicitar ao

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20 Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) o auxílio doença e caso seja comprovado
21 que não pode mais retornar às mesmas em decorrência da sua condição, é possível
22 solicitar a aposentadoria por invalidez. É importante mencionar também que é um
23 direito da população que a doença seja identificada em recém-nascidos para que ela
24 possa ser tratada precocemente, evitando assim o seu agravamento.
25 Portanto, ainda que o usuário esteja sendo atendido na política de saúde, é papel do/
26 da assistente social orientá-lo quanto aos seus direitos, tanto no interior da instituição
27 onde ele está sendo atendido, quanto no que se refere às demais políticas públicas
28 que lhe possibilitem uma melhoria da sua qualidade de vida. Desse modo, a ação
29 profissional nesse contexto, assim como em qualquer outro, precisa ser comprometida
30 com a reflexão crítica sobre o fazer profissional e alinhada com as bases ético-políticas
31 para que assim, as pessoas que possuam essa doença possam exercer a sua cidadania
32 de forma mais ampla.

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(IBFC/MGS/2016)

O documento: “Direitos do Morador de Rua: um guia na luta pela dignidade e cidadania”


do Ministério Público do Estado de Minas Gerais disciplina os direitos da população que está em
situação de rua,dentre outros aspectos afins.

No caso da pessoa que está em situação de rua, denominado no material


em questão com o termo “morador de rua”, quando apresenta uma
necessidade da área da saúde, e está sem documentos, sem endereço
fixo e sem acompanhante, poderá ser atendido pela Política Social de
Saúde?

Deverá conter no mãximo 10 linhas.

1 De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social ninguém pode ter atendimento
2 barrado por falta de documentos pessoais. O documento "Direitos do Morador de
3 Rua: um guia na luta pela dignidade e cidadania" do Ministério Público do Estado de
4 Minas Gerais aborda os direitos da população em situação de rua, incluindo acesso
5 aos serviços de saúde. Mesmo sem documentos, endereço fixo ou acompanhante,
6 uma pessoa em situação de rua deve ser atendida pela Política Social de Saúde,
7 pois a saúde é um direito fundamental, e a falta de documentação não pode ser um
8 obstáculo para o acesso a serviços básicos de saúde. Nesse sentido, os profissionais de
9 saúde devem garantir atendimento a todos de maneira digna e humanizada.

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Serviço Social e
Educação

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(FGV/SEE-MG/2023)

A tarefa de educar parece caber a muitos setores: ao governo, à escola e à família

No meio de todas as dificuldades do momento presente, o que cabe à


escola e à família? É possível delimitar o espaço de cada uma delas?

Deverá conter no mínimo de 20 linhas e máximo 30 linhas.

1 Quando falamos em educação, e o seu conceito, este evoca muitas reflexões em


2 diferentes dimensões, contudo independentemente da dimensão em que está
3 inserida, ela deve ser uma mediação, a mediação da aprendizagem, e esta ocorre em
4 todos os âmbitos da sociedade. E embora as responsabilidades da escola e da família
5 possam parecer distintas, é essencial reconhecer que elas são interdependentes
6 e complementares visando o acompanhamento do progresso educacional e
7 socioemocional dos (as) estudantes.
8 Em meio às dificuldades do momento presente, como a desigualdade social, a falta
9 de recursos educacionais e as mudanças rápidas na sociedade, tanto a escola quanto
10 a família enfrentam desafios significativos em sua missão educativa. O papel do
11 governo é crucial nesse contexto, fornecendo políticas públicas eficientes, investindo
12 em infraestrutura escolar, formação de professores e programas de apoio à família.
13 A escola desempenha um papel fundamental na formação intelectual, social e
14 emocional dos indivíduos. Conforme estipulado pela LDB, cabe à escola oferecer
15 uma educação de qualidade, que promova o desenvolvimento pleno dos alunos,
16 preparando-os para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho. Isso inclui
17 a transmissão de conhecimentos, valores éticos e morais, bem como o estímulo ao
18 pensamento crítico e à autonomia intelectual. Além disso, a escola deve proporcionar
19 um ambiente seguro e inclusivo, onde cada aluno (a) se sinta respeitado e valorizado.
20 Por outro lado, a família é o primeiro e principal núcleo de socialização da criança.
21 Conforme preconizado pelo ECA, cabe à família prover as condições necessárias para
22
o desenvolvimento físico, emocional e psicológico dos seus membros, garantindo-
23
lhes educação e convivência familiar saudável.
24
Dessa forma, ao reconhecer e delimitar suas responsabilidades de acordo com ECA
25
e LDB, governo, escola e família podem trabalhar juntos para criar um ambiente
26
propício ao desenvolvimento dos indivíduos.

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(VUNESP/UNICAMP-SP/2021)

A inserção do Serviço Social na Educação pode contribuir para ações que a tornem uma
prática de inclusão social, de formação da cidadania e emancipação dos sujeitos sociais. Tanto a
Educação como o Serviço Social trabalham diretamente com as oportunidades de as pessoas se
tornarem conscientes e capazes de compreender criticamente as estruturas nas quais a escola está
inserida. Diante da predominante estruturação verticalizada e pouco democrática desse espaço,
a atuação do/a assistente social deve voltar-se para processos e estratégias de âmbito coletivo.
Trata-se de uma dimensão do trabalho profissional relativa ao envolvimento dos diversos sujeitos,
de dentro e de fora da escola, que interferem na dinâmica e gestão da educação.

Considerando a dimensão coletiva do trabalho profissional do Assistente


Social na Educação, discorra sobre duas ações envolvendo os diversos
sujeitos sociais (professores, trabalhadores da educação, estudantes,
família e comunidade).

Deverá conter no mãximo 30 linhas.

1 A inserção do Serviço Social na Educação tem sido uma iniciativa fundamental


2 para promover a inclusão social, a formação da cidadania e a emancipação dos
3 sujeitos sociais. Tanto o Serviço Social como a Educação têm um papel importante
4 na conscientização e na capacitação das pessoas para compreender criticamente as
5 estruturas sociais. Diante da estrutura verticalizada e pouco democrática da escola,
6 o trabalho do (a) assistente social deve focar em processos e estratégias coletivas,
7 envolvendo diversos sujeitos dentro e fora da escola.
8 Uma das ações que o assistente social pode realizar é promover a participação ativa
9 dos diferentes sujeitos sociais na gestão escolar. Isso inclui não apenas os professores
10 e funcionários da escola, mas também os estudantes, suas famílias e a comunidade
11 local. O assistente social pode organizar reuniões, fóruns ou grupos de discussão
12 para debater questões relacionadas à educação, buscando o envolvimento e a
13 colaboração de todos os atores e atrizes envolvidos (as). Essa participação coletiva pode
14 ajudar a identificar problemáticas, encontrar soluções e promover transformações
15 significativas para a escola.
16 Outra ação importante é a promoção da integração entre a escola e a comunidade.
17 O/A assistente social pode desenvolver projetos e atividades que aproximem a
18 escola do seu entorno, envolvendo a comunidade em ações educativas e sociais. Isso
19 pode incluir parcerias com organizações locais, realização de eventos culturais e

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20 esportivos, e a abertura da escola para a comunidade, como espaço de convivência e


21 aprendizado. Essa integração pode fortalecer os laços entre a escola e a comunidade,
22 tornando a educação mais relevante e significativa para todos os envolvidos.
23 Em suma, a atuação do(a) assistente social na Educação deve ser pautada pela dimensão
24 coletiva, buscando envolver os diversos sujeitos sociais em ações que promovam a
25 inclusão, a cidadania e a emancipação. Isso significa que o trabalho do(a) assistente
26 social não se restringe apenas aos estudantes, mas se estende às famílias, à escola e à
27 comunidade.

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DND: Direto Nas Discursivas

(VUNESP/UNESP/2021)

Voltada para a rede pública de educação básica, no ano de 2019 foi aprovada a lei que
dispõe sobre o Serviço Social na área da Educação. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
sistematizou subsídios orientadores para atuação de assistentes sociais na Política de Educação,
alcançando também as universidades. Com base no documento elaborado pelo CFESS, discorra
sobre:

a) três níveis de atuação do Assistente Social na Política de Educação;

Deverá conter no mãximo 10 linhas.

1 Na política de educação, o trabalho do (a) assistente social pode ocorrer no


2 âmbito das três esferas governamentais: federal, estadual e municipal. Com a lei
3 aprovada em 2019, o CFESS elaborou diretrizes para essa atuação. O primeiro
4 nível de atuação envolve atendimentos individuais e em grupo, buscando intervir
5 em situações de vulnerabilidade social, evasão escolar e violência. O segundo nível
6 refere-se à articulação com outros setores e políticas públicas. O terceiro nível envolve
7 a formulação e implementação de políticas públicas educacionais. Desse modo,
8 a atuação do/da assistente social nos diferentes níveis de atuação na educação, é
9 primordial para o enfrentamento das inúmeras formas de desigualdades.

b) uma das dimensões que particularizam a inserção de assistentes


sociais na Política de Educação.

Deverá conter no máximo 10 linhas.

1 O Serviço Social é uma profissão capacitada para intervir nas variadas expressões
2 da questão social e possui legitimidade para atuar no âmbito da educação. Uma
3 das dimensões que particularizam a sua intervenção nessa área é a sua luta pela
4 ampliação da política de educação como um direito social.
5 Assim, mesmo diante das diversas expressões da questão social na educação, o Serviço
6 Social é uma profissão com habilidades e competências para articular intervenções
7 qualificadas com diálogo intersetorial.
8 Nesse sentido, o trabalho do(a) assistente social na educação requer um profissional
9 com competência teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa,

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10 qualificados para identificar e intervir nas mais variadas expressões da questão social
11 que surgirem nesse campo de atuação. Na educação básica, por exemplo, questões
12 como trabalho infantil, evasão escolar, gravidez na adolescência e negligência surgem,
13 exigindo estratégias específicas para defender e ampliar os direitos dessas crianças e
14 adolescentes.
15 Portanto, a inserção de assistentes sociais na Política de Educação é marcada pela sua
16 capacidade de atuação inter e multidisciplinarmente, contribuindo para a garantia
17 de uma educação inclusiva e de qualidade, bem como fortalecer a equipe escolar e
18 promover uma educação de qualidade.

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(VUNESP/UNICAMP-SP/2021)

A evasão escolar é uma grave questão presente na educação brasileira. Fatores como
as desigualdades de acesso a bens sociais, culturais e econômicos, associados a essa situação,
representam impactos importantes na vida de crianças e adolescentes. A evasão escolar afeta
principalmente quem já vive em situação mais vulnerável, e a permanência estudantil é garantida
pela proteção social e por uma educação de qualidade, fundamentada nos pressupostos legais
vigentes no país. O enfrentamento dessa questão supõe, necessariamente, a parceria da escola,
no cumprimento de sua função social, com as forças presentes no território. Nessa direção,
ganham materialidade as competências teórico-metodológicas e atribuições profissionais do/a
Assistente Social, no cotidiano dos estabelecimentos educacionais, por meio de intervenções e
procedimentos técnicos.
Considerando a atuação do Assistente Social em relação à permanência estudantil, discorra
sobre:

a) duas ações junto aos estudantes

Deverá conter no mãximo 12 linhas.

1 A evasão escolar afeta a educação brasileira, especialmente crianças em situação


2 de vulnerabilidade social. O/A Assistente Social é fundamental para garantir
3 a permanência dos (as) estudantes na escola, oferecendo apoio e orientação
4 educacional e social. Uma ação importante é o acompanhamento individualizado
5 dos (as) estudantes em situação de vulnerabilidade, identificando variáveis que
6 contribuem para a evasão, ao mesmo tempo em que se desenvolve estratégias para
7 mitigar esses impactos. Outra importante estratégia é o trabalho em grupos, que
8 também é essencial, pois promove espaços de reflexão e diálogo sobre educação
9 e vida social. Em resumo, o (a) Assistente Social desempenha um papel crucial
10 na promoção da permanência estudantil, contribuindo para uma educação mais
11 inclusiva e igualitária.

b) duas ações junto às famílias/comunidade.

Deverá conter no mãximo 18 linhas.

1 A atuação do Assistente Social na educação brasileira é fundamental para promover a


2 permanência estudantil e combater a evasão escolar, especialmente em comunidades
3 vulneráveis. Nesse contexto, é essencial desenvolver ações que envolvam não apenas

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4 os estudantes, mas também suas famílias e comunidades.


5 Uma das ações que o Assistente Social pode realizar junto às famílias é o trabalho de
6 conscientização sobre a importância da educação na vida dos jovens. Isso pode ser
7 feito por meio de palestras, reuniões e atividades que envolvam os pais e responsáveis,
8 destacando o papel fundamental que eles desempenham no apoio e na orientação
9 dos estudantes.
10 Outra ação importante é o desenvolvimento de projetos comunitários que visem
11 fortalecer os vínculos entre a escola e a comunidade. Esses projetos podem incluir
12 atividades culturais, esportivas e de lazer que envolvam não apenas os estudantes,
13 mas também seus familiares e moradores locais.
14 A guisa de conclusão, a atuação do Assistente Social junto às famílias e comunidades
15 é essencial para promover a permanência estudantil e combater a evasão escolar.

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(CEBRASPE/DP-DF/2020)

(CEBRASPE/DP-DF/2020) A Agenda 2030, lançada pela Organização das Nações


Unidas (ONU), é um plano de ação para os indivíduos, o planeta e a prosperidade. Ela busca
fortalecer a paz, proporcionando mais liberdade, e erradicar a pobreza em todas as suas
formas e dimensões, incluindo-se a pobreza extrema, e é um requisito indispensável para o
desenvolvimento sustentável. Os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e
as suas 169 metas buscam assegurar os direitos humanos e alcançar a igualdade de gênero. Os
ODS são objetivos integrados, indivisíveis e equilibram as três dimensões do desenvolvimento
sustentável: econômica, social e ambiental. As questões relativas à educação envolvem o ODS 4
e são imprescindíveis, porque mais da metade das crianças e dos adolescentes de todo o mundo
não atingiram os padrões básicos de proficiência em leitura e matemática. É essencial promover
esforços concentrados para melhorar a qualidade da educação. As disparidades na educação
em termos de gênero, situação de domicílio (urbano-rural) e outras dimensões ainda são muito
profundas, e mais investimentos em infraestrutura educacional são necessários, com destaque
para os países em desenvolvimento. O ODS 4 visa assegurar a educação inclusiva e equitativa
de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos.
IPEA. ODS 4 - Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todas e todos. 2019. Internet: <www.ipea.gov.br> (com alterações).

A prestação de serviços de psicologia e serviço social nas redes públicas de educação básica
já é lei (Lei no 13.935/2019). Além disso, o Congresso Nacional aprovou também o novo Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (FUNDEB), com mais recursos que podem ser aplicados, inclusive, para a efetivação
da Lei nº 13.935/2019 nos estados.
<www.cfess.org.br> (com adaptações).

A educação é um complexo constitutivo da vida social, que tem uma função social
importante na dinâmica da reprodução social, ou seja, nas formas de reprodução do ser social,
e que numa sociedade organizada a partir da contradição básica entre aqueles que produzem a
riqueza social e aqueles que exploram os seus produtores e expropriam sua produção.
<www.cfess.org.br> (com adaptações).

Lei nº 9.394, de dezembro de 1996


Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional Art. 1° A educação abrange os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.
Internet: <www.planalto.gov.br>.

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Considerando que os textos precedentes têm caráter unicamente


motivador, redija um texto acerca do seguinte tema.

EDUCAÇÃO E SERVIÇO SOCIAL

Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:


1. serviço social e redes públicas de educação básica;
2. política de educação, questão social e direito a educação;
3. dimensão educativa na ação do assistente social na área da educação
e exemplos.

Deverá conter no máximo 20 linhas.


1 A presença do Serviço Social nas redes públicas de educação básica é fundamental
2 para garantir o acesso equitativo à educação e contribuir no enfrentamento das
3 desigualdades sociais.
4 Por meio da Lei nº13.935/2019, que estabelece a prestação de serviços de
5 psicologia e Serviço Social nas escolas, os profissionais têm a oportunidade de atuar
6 diretamente no contexto educacional, oferecendo uma intervenção que visa não
7 apenas intervir em problemáticas pontuais do âmbito escolar, mas sobretudo atuar
8 sob as vulnerabilidades sociais.
9 Desse modo, a política de educação deve ser compreendida como uma ferramenta
10 importante de intervenção junto às expressões da “questão social”. Nesse sentido,
11 o direito à educação é fundamental para promover a igualdade de oportunidades
12 e enfrentar as desigualdades, proporcionando acesso ao conhecimento, à cultura e
13 ao desenvolvimento humano. Bem como, a atuação do Serviço Social no campo
14 educacional contribui para a viabilização de direitos, que auxiliarão no processo
15 ensino/aprendizagem.
16 Por fim, na dimensão educativa do (a) assistente social, destacam-se práticas que visam
17 a promoção da educação de maneira ampla e equitativa, além do desenvolvimento de
18 projetos de intervenção socioeducativos que envolvam escola, família e comunidade,
19 tais como programas de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.

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(CS-UFG/UFG/2019)

O processo de expansão do ensino superior público federal possibilitou maior inserção


das classes subalternas na educação superior, exigindo para além do acesso, condições de
permanência. Isso requer maiores investimentos na assistência estudantil para sua estruturação,
o que envolve a atuação de profissionais no planejamento e execução de ações visando atender
às diversas demandas oriundas dessas classes.

Dessa forma, abre-se um largo campo para atuação de profissionais


de diferentes áreas, dentre elas, o Serviço Social. Mediante o exposto,
apresente uma proposta de atuação para o assistente social junto à
assistência estudantil, tendo como referência o projeto ético-político do
Serviço Social.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 No contexto do processo de expansão do ensino superior público federal, a


2 democratização do acesso à educação superior tem sido uma conquista significativa
3 para as classes subalternas. No entanto, é importante ressaltar que a simples entrada
4 na universidade não garante a permanência desses estudantes, que muitas vezes
5 enfrentam dificuldades socioeconômicas e culturais que podem comprometer sua
6 trajetória acadêmica.
7 Diante desse contexto, propõe-se uma atuação do (a) assistente social junto à
8 assistência estudantil pautada nos princípios e diretrizes do Projeto Ético-Político do
9 Serviço Social. Uma das principais ações que o (a) assistente social pode realizar é a
10 realização de acolhimento e escuta qualificada dos (as) estudantes, proporcionando
11 um espaço de apoio e orientação para lidar com as dificuldades enfrentadas. Além
12 disso, o (a) profissional pode atuar na identificação e encaminhamento para os
13 recursos e benefícios disponíveis na assistência estudantil, como bolsas de estudo,
14 moradia estudantil, alimentação, transporte e apoio psicossocial.
15 Outra importante frente de atuação é o desenvolvimento de programas e projetos
16 voltados para a promoção da inclusão e da igualdade no ambiente universitário.
17 Isso inclui a realização de campanhas de conscientização sobre questões como
18 preconceito, discriminação, violência de gênero e racismo, bem como a promoção
19 de espaços de diálogo e reflexão sobre essas temáticas.
20 Além disso, o (a) assistente social pode atuar de forma articulada com outros
21 profissionais e setores da universidade, visando à construção de uma rede de apoio

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22 integrada e efetiva para atender às demandas dos (as) estudantes em situação de


23 vulnerabilidade social.
24 Por fim, é importante ressaltar que a atuação do (a) assistente social na assistência
25 estudantil deve estar pautada na defesa dos direitos sociais e na luta pela democratização
26 do ensino superior, contribuindo para a construção de uma universidade mais
27 inclusiva e democrática.

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(CS-UFG/UFG/2018)

A Universidade é uma instituição social que exprime de maneira determinada a estrutura e


o modo de funcionamento da sociedade. A educação, como política pública, é uma prática social,
construída pelo antagonismo das classes sociais que se dão dentro e fora das instituições escolares
(Nadaletti, 2011). Nesse âmbito, ocorrem ações socioeducativas que apresentam especificidades,
principalmente nos objetivos, porque intentam o diálogo problematizado e a coletivização de
demandas individuais. Entre seus principais objetivos estão a mobilização, a organização e a
participação social.
As ações socioeducativas estão estruturadas sobre os pilares da socialização de informações e o
processo reflexivo, os quais sustentam o processo educativo, cuja finalidade está ancorada nos
princípios ético-políticos da profissão do Serviço Social.

Nesse sentido, apresente as ações centrais relativas à atuação do


assistente social em uma universidade pública.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 O papel do (a) assistente social em uma universidade pública é multifacetado e


2 estratégico, estando intimamente ligado à promoção do acesso equitativo à educação
3 e ao bem-estar da comunidade acadêmica. Suas ações centram-se na garantia da
4 inclusão, na promoção da participação social e na oferta de suporte integral aos
5 estudantes, professores e demais profissionais que compõem o ambiente universitário.
6 Nesse contexto, o (a) profissional desenvolve programas e projetos voltados
7 para garantir a permanência e as condições de estudo dos estudantes, buscando
8 minimizar as desigualdades socioeconômicas que podem comprometer o acesso e
9 a permanência na universidade. Isso inclui a gestão de bolsas de estudo, auxílio
10 alimentação, moradia, transporte e acesso à saúde, visando assegurar que todos (as)
11 os (as) estudantes tenham condições dignas de desenvolverem seus estudos.
12 Além disso, o (a) assistente social atua na articulação com a rede de serviços públicos,
13 como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e as equipes do
14 Programa Saúde da Família (PSF), buscando ampliar o suporte oferecido aos usuários
15 da universidade. Essa articulação é fundamental para garantir que as demandas
16 de saúde, assistência social e outras necessidades sejam adequadamente atendidas,
17 fortalecendo a rede de proteção social disponível para a comunidade acadêmica.
18 Outra importante dimensão da atuação do (a) assistente social na universidade
19 é a promoção de espaços de escuta, diálogo, participação e debate. Por meio de

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20 atividades como círculos de conversas, debates e grupos de reflexão, o profissional


21 busca fomentar a informação, a troca de experiências e a construção coletiva de
22 conhecimento.
23 Em suma, a atuação do (a) assistente social em uma universidade pública é pautada
24 pelo compromisso com a promoção da equidade, da inclusão e da participação social,
25 a fim de proporcionar um ambiente acadêmico mais justo, igualitário e acolhedor
26 para todos (as) os (as) membros (as) da comunidade universitária.

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Leis inclusivas e
legislação voltadas
para segmentos
específicos

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(CONSULPLAN/DPE-PA/2022)

Texto I
Normalmente, as definições presentes em documentos oficiais ou legislações que tratam de
violência obstétrica – mesmo que não utilizando este termo específico – não são limitadoras.
Não existe uma lista fixa de procedimentos ou situações que são condenadas ou proibidas. As
definições existentes são construídas com termos mais subjetivos como “abuso”, “desrespeito”,
“atendimento de qualidade”, entre outros. Algumas organizações ou meios de comunicação
procuram divulgar situações mais comuns que acontecem com mulheres para que fique mais
fácil que outras mulheres identifiquem se passaram por uma experiência de violência obstétrica.

(Mariana Jansen. Disponível em: https://abrir.link/hsUGC)

Texto II

(Disponível em: https://opopular.com.br/noticias/cidades/uma-a-cada-quatro-m%C3%A3es%C3%A9v%C3%ADtima-de-


-viol%C3%AAncia-obst%C3%A9trica-em-goi%C3%A1s-1.2361819.)

Texto III
A violência obstétrica contribui para a manutenção dos altos índices de mortalidade materna e
neonatal no país. Toda mulher tem o direito de ser protagonista na hora do parto e ter autonomia
total sobre seu próprio corpo, tendo suas vontades e necessidades respeitadas.

(Disponível em: https://www.naosecale.ms.gov.br/violencia-obstetrica/.

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Texto IV
Os Estados-Partes garantirão à mulher assistência apropriada em relação à gravidez, ao parto e
ao período posterior ao parto, proporcionando assistência gratuita quando assim for necessário,
e lhe assegurarão uma nutrição adequada durante a gravidez e a lactância.”

(Artigo 12, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as formas de Discriminação contra a Mulher.)

(Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/134588/WHO_RHR_14.23_por.pdf.)

Considerando os textos apresentados, redija um texto dissertativo-


argumentativo sobre o tema:
“Combate à violência obstétrica, uma questão de proteção à vida.”

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Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 A violência obstétrica representa uma grave violação dos direitos humanos e uma
2 questão de proteção à vida das mulheres durante o processo de gestação, parto e
3 pós-parto. Embora as definições oficiais não sejam limitadoras, evidencia-se que
4 ela se manifesta de diversas formas, incluindo violência verbal, física e psicológica.
5 É essencial compreendermos a importância de combater essa forma de violência,
6 garantindo o respeito à autonomia e dignidade das mulheres em um momento tão
7 significativo de suas vidas.
8 A violência obstétrica, caracterizada por abusos, desrespeitos e procedimentos não
9 consentidos, que contribui diretamente para os altos índices de mortalidade materna
10 e neonatal no país. Um exemplo preocupante é a prática da episiotomia de rotina
11 e sem consentimento, considerada uma forma de mutilação genital e violação dos
12 direitos das mulheres. Além disso, a restrição do direito ao acompanhamento durante
13 o parto é outra forma recorrente de violência obstétrica, negando às mulheres seu
14 direito fundamental de terem suporte emocional durante esse momento único.
15 A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza o direito de toda mulher ao
16 melhor padrão de saúde, incluindo um cuidado digno e respeitoso durante o parto.
17 No entanto, muitas mulheres ao redor do mundo sofrem abusos, desrespeito e maus-
18 tratos durante o parto em instituições de saúde, o que viola seus direitos fundamentais
19 e ameaça sua vida, saúde e integridade física.
20 Em síntese, o combate à violência obstétrica é uma questão de proteção à vida e aos
21 direitos humanos das mulheres. É fundamental que sejam implementadas políticas e
22 ações efetivas para garantir que toda mulher seja tratada com dignidade, respeito e
23 autonomia durante o processo de gestação, parto e pós-parto. Somente através de um
24 esforço conjunto da sociedade, instituições de saúde e governos poderemos garantir
25 que as mulheres tenham uma experiência de parto segura, humanizada e livre de
26 violência, assegurando assim o pleno exercício de seus direitos.

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(IBFC/MGS/2016)

A Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006 criou mecanismos visando coibir a violência contra
a mulher no Brasil. Tal legislação reconhece em seu artigo 7º formas de violência doméstica e
familiar contra a mulher.

Cite quais seriam essas formas de violência.

Deverá conter no máximo 10 linhas.

1 A Lei 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, é uma importante
2 ferramenta legal no combate à violência contra a mulher no Brasil, promovendo
3 medidas de proteção e prevenção. Em seu artigo 7°, são reconhecidas diversas
4 formas de violência doméstica e familiar contra a mulher.
5 As formas de violência doméstica e familiar contra a mulher são cinco: destacam-se
6 a violência física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. Essas violências podem
7 ocorrer de forma simultânea e em relações de intimidade e afeto, seja da mulher
8 com o seu companheiro como também na relação entre pai e filha, por exemplo.
9 A lei Maria da Penha representa um avanço significativo na luta pela proteção dos
10 direitos das mulheres e na defesa dos direitos humanos.

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(FGV/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2023)

Em um contexto histórico marcado pelo conservadorismo, pela intensificação dos discursos


de ódio contra as chamadas minorias, pelos fortes ataques à democracia, pela constante violação
de direitos humanos e pela crescente criminalização da pobreza, fica evidente a importância
de reafirmar, cada vez com mais veemência, a defesa intransigente dos Direitos Humanos,
respaldada pelos princípios fundamentais do Código de Ética do Assistente Social (CRESS-MG,
2022).
Neste sentido, a população trans é um dos segmentos mais afetados pelo preconceito e pelas
opressões. Travestis e transexuais sempre estiveram presentes no cotidiano de atuação do
Assistente Social, e “(...) o que estas pessoas, com muita frequência, esperam do/a assistente
social não é muito diverso do que o conjunto da população usuária espera: que favoreçam seu
acesso a direitos e serviços.” (CFESS, 2016).

Tendo como pressuposto que o/a Assistente Social trabalha com a


população trans em diversos espaços sócio-ocupacionais e que o
CFESS/CRESS já se posicionou a este respeito, notadamente por meio
das Resoluções no 489/06 e no 845/18, responda aos itens a seguir.
a) De que modo se manifesta socialmente o binarismo de gênero,
notadamente no cotidiano profissional do/a Assistente Social.
b) Indique os fundamentos que embasaram as Resoluções CFESS 489/06
e 845/2018, no que concerne
1. aos valores consagrados no Projeto Ético-Político do Serviço Social.
2. aos princípios do Código de Ética (cite um e o relacione à questão
trans).
c) Considerando os princípios que fundamentam as Resoluções CFESS
489/06 e 845/2018, apresente a conduta esperada do Assistente Social
no atendimento a essa população.
d) Apresente duas condutas ou práticas do exercício profissional que
caracterizem contribuições do Serviço Social na luta contra o preconceito
e na efetivação de direitos, em especial no processo transexualizador.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 Em meio a um contexto marcado por conservadorismo e intensificação do ódio,


2 a defesa intransigente dos Direitos Humanos é crucial para o trabalho (o/a/e)
3 Assistente Social junto à população trans e de pessoas dissidentes de gênero.
4 O binarismo de gênero se manifesta no cotidiano profissional do Assistente Social
5 de diversas maneiras, como na exigência implícita de que os (as/es) usuários (as/
6 es) se enquadrem em categorias estritamente binárias de homem ou mulher, o que
7 pode resultar na exclusão e/ou invisibilidade e apagamento de pessoas trans e não
8 binárias.

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DND: Direto Nas Discursivas

9 As Resoluções CFESS 489/06 e 845/2018 fundamentam-se nos valores consagrados


10 no Projeto Ético-Político do Serviço Social e são embasadas nos princípios do Código
11 de Ética, como o respeito à dignidade e à diversidade humana, por exemplo, ao garantir
12 o respeito à autodesignação das pessoas trans e ao rejeitar modelos patologizantes de
13 identidade de gênero.
14 A conduta esperada do (a/e) Assistente Social no atendimento à população trans
15 é pautada pela integralidade da atenção à saúde e pelo respeito à diversidade de
16 expressão e identidade de gênero. Isso significa adotar uma postura acolhedora e não
17 discriminatória, garantindo o acesso aos serviços e direitos dessa população de forma
18 igualitária.
19 Duas condutas esperadas no âmbito do exercício profissional é a promoção de
20 espaços de acolhimento e escuta qualificada, que respeitem a autodeterminação das
21 pessoas trans, e o engajamento em campanhas educativas e de sensibilização, visando
22 combater estigmas e preconceitos.
23 Por fim, cabe ao Assistente Social um compromisso firme com a igualdade e os direitos
24 humanos, cujo objetivo é a contribuição para a construção de um outro modelo de
25 sociedade, livre de exploração e opressão de quaisquer ordens, inclusive da opressão
26 de gênero.

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(FGV/TJ-RN/2023)

Thereza trabalha em um hospital, e é responsável pela realização de Grupo de Sala de


Espera. Esta semana, uma das participantes – Juliana –, ao constatar que outra integrante do
grupo era transexual, recusou-se a chamá-la pelo seu nome social. Thereza pondera que não
pode obrigar Juliana a fazer o que não deseja, e segue a reunião.

Diante dessa situação:


a) O que preconiza a Resolução CFESS nº 845, de 26 de fevereiro de 2018?
b) Tendo em vista a Resolução acima, o Projeto Ético-Político do Serviço
Social e os princípios fundamentais do Código de Ética do Assistente
Social, avalie a conduta de Thereza.

Deverá conter no máximo 15 linhas.

1 No ambiente hospitalar, a diversidade é uma realidade que demanda preparo dos


2 profissionais para lidar com questões complexas.
3 A Resolução CFESS nº 845, de 2018, estabelece a promoção do respeito à diversidade
4 de gênero e a defesa do uso do nome social das pessoas trans pelos (as) assistentes
5 sociais.
6 Sendo assim, a conduta de Thereza é problemática. Ao optar por não intervir na
7 situação e seguir com a reunião, ela negligencia seu papel de promover o respeito à
8 identidade de gênero das pessoas e de combater a discriminação. Paralelamente, o
9 Projeto Ético-Político do Serviço Social reforça a importância da defesa dos direitos
10 humanos em todas as dimensões do trabalho do (a) assistente social.
11 Diante da Resolução CFESS nº 845 e do Projeto Ético-Político do Serviço Social a
12 conduta de Thereza pode ser considerada inadequada ao não intervir na situação,
13 negligenciando seu papel de combater a discriminação e promover a igualdade.

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DND: Direto Nas Discursivas

(CEBRASPE/DPE-RO/2022)

Se há questionamentos à defesa que é feita dos direitos sexuais e da livre expressão da


identidade de gênero, há também a reafirmação desses mesmos direitos, que se fortalecem nas
lutas e resistências. Nesse sentido, com a temática da transexualidade na perspectiva dos direitos,
pretende-se reafirmar o compromisso ético-político contra todas as formas de violência, expressas
no racismo, na homofobia, na lesbofobia, na transfobia.

Seminário Nacional de Serviço Social e Diversidade Trans: exercício profissional, orientação sexual e identidade
de gênero em debate. Brasília: CFESS, 2020, p. 10-11 (com adaptações)

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente


motivador, redija um texto dissertativo acerca da importância do
projeto ético-político crítico do serviço social para a promoção do
respeito à cidadania LGBT na atualidade. Ao elaborar seu texto, aborde,
necessariamente, os seguintes aspectos:
1. dois princípios do vigente Código de Ética do(a) Assistente Social
relacionados a esse tema;
2. exemplos de violações de direitos da população LGBT no Brasil que
ferem princípios do Código de Ética do(a) Assistente Social;
3. relevância do atual projeto ético-político hegemônico da categoria
profissional brasileira no enfrentamento à LGBTfobia.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 A importância do Projeto Ético-Político do Serviço Social para a promoção do


2 respeito à cidadania LGBT na atualidade é um tema relevante que considera os
3 princípios do Código de Ética do(a/e) Assistente Social, pois fornece diretrizes
4 primordiais para a atuação profissional.
5 Dois princípios do Código de Ética do(a/e) Assistente Social são especialmente
6 relevantes para o tema em questão. O primeiro é o princípio da defesa intransigente
7 dos direitos humanos e o segundo, o empenho na eliminação de todas as formas
8 de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos
9 socialmente discriminados e à discussão das diferenças.
10 No entanto, apesar desses princípios, a população LGBT continua enfrentando
11 violações de direitos no Brasil. Exemplos dessas violações incluem casos de
12 discriminação em instituições de saúde e violência policial baseada em preconceitos
13 de gênero e orientação sexual.
14 Diante desse cenário, o atual Projeto Ético-Político hegemônico da categoria
15 profissional brasileira desempenha um papel fundamental no enfrentamento à

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16 LGBTfobia. A partir de uma perspectiva crítica, os (as/es) assistentes sociais buscam


17 contribuir para a promoção da emancipação da população LGBT, no sentido do
18 combate à estigmas e preconceitos.
19 Além disso, o Projeto Ético-Político do Serviço Social na dimensão do seu Código de
20 Ética, promove a atuação profissional sem discriminação, garantindo que os (as/es)
21 assistentes sociais exerçam suas atividades sem discriminar ou serem discriminados/
22 as por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade,
23 orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
24 Portanto, diante dos desafios enfrentados pela população LGBT e das violações
25 de direitos que persistem em nossa sociedade, torna-se evidente a importância do
26 Projeto Ético-Político do Serviço Social como ferramenta essencial para a promoção
27 do respeito à cidadania LGBT

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(FGV/SENADO/2022)

Sandra é a responsável pela seleção de estagiários de Serviço Social na instituição em que


trabalha. Ao término da seleção deste ano, o jovem Márcio obteve o 1º lugar. Entretanto, Marli,
a Chefe do Serviço Social, nega-se a convocar Márcio para assumir o estágio, reprovando-o.
Sua justificativa é de que o estudante necessita fazer uso permanente de cadeira de rodas, e a
instituição não possui espaço físico para a sua locomoção.

1. O que determina a Lei nº 13.146/2015 no que diz respeito à situação


apresentada?
2. Com base na Resolução CFESS nº 992, de 22/03/2022, e nos princípios
fundamentais do Código de Ética do Assistente Social, avalie a conduta
da Chefe do Serviço Social.

Deverá conter no máximo 20 linhas.

1 A negativa injusta de convocar Márcio na seleção de estágio simplesmente por ser


2 pessoa com deficiência é uma clara violação dos princípios éticos e legais estabelecidos
3 pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) e pela Resolução CFESS
4 nº 992, de 22/03/2022.
5 O Estatuto da Pessoa com Deficiência garante o direito à igualdade de oportunidades
6 e a participação plena e efetiva na sociedade, sendo vedada qualquer forma
7 de discriminação no processo de seleção e contratação. Percebe-se que houve
8 discriminação porque a responsável pelo Serviço Social prejudicou e impediu o
9 exercício dos direitos de Márcio, já que ele foi aprovado em primeiro lugar.
10 No tocante à resolução 992/2022 do CFESS, esta estabelece a proibição de condutas
11 discriminatórias e/ou preconceituosas contra pessoas com deficiência no exercício
12 profissional do/a assistente social. Assim, a conduta da chefe do Serviço Social viola
13 os direitos humanos e é uma infração ética do código de ética profissional, devendo
14 esta ação ser denunciada ao CRESS e aos órgãos competentes.
15 Ao serviço social cabe o respeito à dignidade humana, assim como contribuir para a
16 reflexão sobre o respeito e promoção de oportunidades equitativas para pessoas com
17 deficiência. Essa medida busca fortalecer a luta contra o capacitismo e promover
18 uma sociedade mais inclusiva e justa.

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(FUNDEP/FUTEL/2023)

TEXTO I
Como você está? Como está sua saúde mental?
[...] Não existe, porém, uma definição oficial para o conceito de saúde mental, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS).
O termo está relacionado à forma como uma pessoa reage às exigências, desafios e mudanças
da vida e ao modo como harmoniza suas ideias e emoções. Diariamente, vivenciamos uma
série de emoções, boas ou ruins, mas que fazem parte da vida: alegria, felicidade, tristeza, raiva,
frustração, satisfação, entre outras.
Como lidamos com essas emoções é o que determina como está a qualidade da nossa saúde
mental.
Assim, tê-la ou alcançá-la está muito longe da ausência de transtornos mentais. O desequilíbrio
emocional facilita o surgimento de doenças mentais. Podemos dizer que a saúde mental contempla,
entre tantos fatores, a nossa capacidade de sensação de bem-estar e harmonia, a nossa habilidade
em manejar de forma positiva as adversidades e conflitos, o reconhecimento e respeito dos nossos
limites e deficiências, nossa satisfação em viver, compartilhar e se relacionar com os outros algo
muito maior e anterior ao início dos transtornos mentais. Manter a saúde mental, no entanto,
não é tão simples quanto parece, principalmente nos dias de hoje. São muitos problemas.

Disponível em: https://www.einstein.br/saudemental. Acesso em: 20 jun. 2022 (adaptado).

TEXTO II

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TEXTO III
Basta aparecer uma dor no corpo que a maioria das pessoas corre para o médico. Mas é difícil
ver a mesma urgência quando se trata de uma doença psíquica, porque acredita-se que ela não
coloca a vida em risco. Só que não é bem assim,
"Há muitas causas de adoecimento grave e de morte que têm algum componente comportamental,
como consumo de substâncias que agravam a saúde física, autolesão e suicidio", aponta Jocelaine
Silveira, professora de psicologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Por isso é tão
arriscado deixar a saúde mental em segundo plano.
O primeiro erro é separar corpo e mente na hora de atribuir gravidade às doenças. Isso não faz
sentido, pois a saúde é como uma grande avenida com vários cruzamentos que fazem parte dela,
que são os aspectos psicológicos, biológicos, sociais, ambientais e espirituais. "Existe um fundo
biológico que interage com o psicológico, com o coletivo e com o ambiente. Dessa forma, a saúde
mental pode ser afetada de diversas maneiras, e assim os problemas de saúde mental começam a
acontecer", resume Jair Borges Barbosa Neto, professor de medicina da UFSCar (Universidade
Federal de São Carlos).
Disponível em: 11nq.com/Fldul. Acesso em: 20 jun. 2022 (adaptado).

Com base nos textos motivadores anteriores e em seus conhecimentos,


REDIJA um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, sobre o tema a
saúde mental nos dias atuais.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para a defesa de seu ponto de vista, tendo em vista, também,
as dificuldades e as estratégias para a manutenção de uma boa saúde
mental.

Deverá conter no mínimo 12 linhas e no máximo 30 linhas.

1 A saúde mental nos dias atuais é um tema de extrema relevância, pois está
2 intrinsecamente ligada ao bem-estar e à qualidade de vida das pessoas. Embora não
3 haja uma definição oficial para o conceito, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
4 destaca que está relacionada à forma como uma pessoa age frente às exigências,
5 desafios e mudanças da vida, e de como lida com suas ideias e emoções.
6 No entanto, manter a saúde mental nos dias de hoje não é tarefa fácil. Enfrentamos
7 uma série de problemas que podem desencadear desequilíbrios emocionais e
8 transtornos mentais. Um dos principais desafios é a falta de priorização da saúde
9 mental, em comparação com a saúde física. Muitas vezes, sintomas psíquicos são
10 negligenciados, embora possam ter graves consequências, como o consumo de
11 substâncias prejudiciais, autolesão e suicídio.
12 Um equívoco comum é separar corpo e mente na avaliação da gravidade das
13 doenças. Na realidade, a saúde é uma via de mão dupla, onde aspectos psicológicos,
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14 biológicos, sociais, ambientais e espirituais se interconectam. Ignorar esse aspecto


15 pode levar a uma abordagem incompleta e inadequada da saúde.
16 Diante desses desafios, é fundamental adotar estratégias para a promoção da saúde
17 mental. Isso inclui a conscientização sobre a importância da saúde mental, a busca
18 por apoio profissional quando necessário, a prática regular de autocuidado e o
19 estabelecimento de uma rede de apoio social. Além disso, é crucial que haja políticas
20 públicas eficazes voltadas para a prevenção e tratamento dos transtornos mentais,
21 bem como o combate ao estigma associado a essas condições.
22 A guisa de conclusão, a saúde mental nos dias atuais demanda uma abordagem
23 holística e integrada, que reconheça a complexidade das interações entre mente e
24 corpo, e que promova o bem-estar emocional e psicológico de forma ampla, inclusiva
25 e humanizada.

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(FGV/FHEMIG/2023)

Em 1989, o deputado federal Paulo Delgado apresentou um projeto que propunha a


extinção gradativa dos manicômios e sua substituição por serviços territoriais. A proposta
original, com muitas alterações, deu origem à Lei nº 10.216/2001, a Lei Nacional da Reforma
Psiquiátrica.

Com base na referida Lei:


a) Analise 3 (três) direitos da pessoa portadora de transtorno mental.
b) Indique o responsável pelo desenvolvimento da política de saúde
mental e seus participantes.
c) Apresente os serviços que fazem parte da Rede de Atenção Psicossocial,
da qual o Assistente Social é parte da equipe técnica.

Deverá conter no mãximo 15 linhas.

1 A Lei nº 10.216/2001, conhecida como Lei Nacional da Reforma Psiquiátrica,


2 trouxe avanços significativos para os direitos das pessoas portadoras de transtorno
3 mental.
4 Entre esses direitos, destacam-se: o direito ao tratamento humanitário, que preconiza
5 o respeito à dignidade e aos direitos fundamentais do paciente; o direito à integração
6 social, visando à inclusão dessas pessoas na comunidade e à superação do estigma; e
7 o direito à assistência integral e equitativa, garantindo o acesso a serviços de saúde
8 mental de qualidade.
9 O desenvolvimento da política de saúde mental é responsabilidade do Sistema Único
10 de Saúde (SUS), por meio da Coordenação Nacional de Saúde Mental, vinculada
11 ao Ministério da Saúde.
12 O Assistente Social na Rede de Atenção Psicossocial tem papel fundamental no
13 acolhimento e acompanhamento dos usuários, visando atendimento humanizado e
14 reinserção social das pessoas com transtorno mental.

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(CEBRASPE/MPE-AP/2021)

O direito à cidadania liberta o sujeito da tutela institucional, devolvendo-lhe o poder,


posto que desconstrói o conceito de doente mental, de não sujeito para sujeito de direito, com
diferenças individuais como todos os outros sujeitos, com sua história, seu potencial, suas tristezas,
seus sonhos e suas alegrias. Considerando o acesso à cultura um direito e uma necessidade de
todos, a Oficina de Poesia apresenta, como uma de suas frentes de trabalho, a visitação mensal
a centros de cultura, como bibliotecas e museus, por exemplo, com o intuito de assegurar a
circulação dos sujeitos portadores de sofrimento mental nos espaços da sociedade onde a cultura
e a arte residem e onde todos os cidadãos paraenses transitam. Cabe pontuar que a oficina é
um instrumento que deve estimular a busca pela autonomia e cidadania do sujeito, um espaço
que favoreça a expressividade e a criatividade de cada um, possibilitando o empoderamento
pessoal, o fortalecimento da autoestima e da autoconfiança. Tudo isso deve ocorrer no encontro
com outros sujeitos singulares, ocasiões que devem ser vistas como um dispositivo disparador de
mútuas afetações e transformações pessoais, sociais e culturais.
Andrezza Carvalho Ervedosa e Maria Luzia Matos.

De poeta e louco todo mundo tem um pouco: oficina de poesia. In: Revista NUFEN, São Paulo, v. 1, n.º 2, p. 96-
117, nov./2009. Internet: (com adaptações)

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Considerando que o fragmento de texto e a imagem precedentes têm


caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca da
atuação dos(as) assistentes sociais na Rede de Atenção Psicossocial
(RAPS).
Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
1. a compreensão das entidades representativas e da categoria do servi-
ço social a respeito da Reforma Psiquiátrica;
2. os Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Saúde;
3. os desafios e as possibilidades de atuação dos(as) assistentes sociais
na RAPS.

Deverá conter no mãximo 30 linhas.

1 A Reforma Psiquiátrica representa um marco na garantia dos direitos das pessoas


2 em situação de sofrimento mental promovendo o fim dos chamados manicômios e
3 a substituição dos hospitais psiquiátricos por espaços de acolhimento pautados na
4 assistência médica e psicossocial visando a reintegração dos pacientes à sociedade
5 e não o isolamento deles, como ocorria anteriormente, a exemplo da criação dos
6 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), que corresponde a um novo modelo de
7 atendimento.
8 Nesse contexto, no interior da categoria e conforme as orientações das entidades
9 representativas do Serviço Social, compreende-se que a Reforma Psiquiátrica é um
10 importante movimento de ruptura com o modelo manicomial, o qual promove a
11 desospitalização e a humanização do cuidado em saúde mental. Faz parte da luta
12 antimanicomial, com a qual a profissão se alinha e soma com outras categorias
13 profissionais, com a população e com os movimentos da área, na defesa da Política
14 Nacional de Saúde Mental e de uma sociedade sem manicômios.
15 Os Parâmetros para a Atuação dos (as) Assistentes Sociais na Saúde estabelecem
16 diretrizes para a prática profissional na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ,
17 orientando os (as) Assistentes Sociais a contribuírem para que a Reforma Psiquiátrica
18 se aproxime do projeto ético político da profissão.
19 Diante dos desafios e possibilidades na RAPS, os (as) Assistentes Sociais desempenham
20 um papel fundamental na construção de uma rede de atenção psicossocial
21 efetivamente humanizada. No entanto, essa atuação também enfrenta desafios,
22
como a precarização das condições de trabalho, a falta de investimento em políticas
23
públicas de saúde mental e a resistência à desconstrução do modelo manicomial.
24
Portanto, os (as) Assistentes Sociais contribuem para a construção de uma sociedade
25
que compreende a “loucura” como uma expressão legítima da diversidade humana,

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26 sem estigmas ou preconceitos, reconhecendo as experiências de sofrimento psíquico


27 e a singularidade de cada indivíduo.

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(CEBRASPE/TJ-RJ/2021)

Embora a ciência tenha comprovado que, do ponto de vista biológico, não há raças, e, sim,
uma única raça, a humana, os índices de desigualdades raciais tendem a revelar o quão distante
as conclusões da ciência genética estão da realidade vivida pelas pessoas que carregam em seus
corpos as marcas de ancestralidade africana. Em sociedades em que manifestações racistas
convivem com o discurso da democracia racial, os mecanismos jurídicos que condenam tais
atitudes não têm dado conta da magnitude do preconceito e da discriminação racial. Em todas as
esferas da vida social, as populações negra e indígena são as que mais aparecem em desvantagens
socioeconômicas e de representação em espaços de poder e decisão.

Conselho Federal de Serviço Social – CFESS. Assistente social no combate ao preconceito – Caderno 3, 2016.
Internet: <www.cfess.org.br> (com adaptações).

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B. R. Reis, A. I. da Silva Lima e A. M. E. C. da Silva Vieira. Uma análise da identidade negra na educação
infantil, v. 3, n.o 1, Universidade em Movimento: Educação, Diversidade e Práticas Inclusivas, 2017 (com
adaptações).

Considerando que os textos precedentes têm caráter unicamente


motivador, redija um texto dissertativo a respeito do seguinte tema.

COMO ASSISTENTES SOCIAIS PODEM INTERVIR NO MBITO DA DEFESA DE


DIREITOS EM CONTEXTOS DE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL?

Em seu texto, posicione-se claramente em relação à pergunta apresentada,


em consonância com os princípios, direitos e deveres previstos no Código
de Ética Profissional do(a) Assistente Social, e aborde, necessariamente,
os seguintes aspectos:
1. o preconceito racial, de acordo com a concepção do Conselho Federal
de Serviço Social, e consequentes violações de direitos;
2. projeto ético-político do serviço social no combate ao preconceito e à
discriminação racial.

Deverá conter no mãximo 30 linhas.

1 No contexto de uma formação societária fundada no racismo estrutural e


2 consequentemente marcado por profundas desigualdades, os (as) Assistentes Sociais
3 desempenham um papel fundamental na defesa intransigente dos direitos humanos
4 e na contribuição para a promoção da igualdade racial.
5 O preconceito racial, apesar de ser uma construção social sem fundamento biológico,
6 manifesta-se de diversas formas na sociedade, gerando violações de direitos e
7 perpetuando desigualdades. Paralelamente, mesmo não tendo fundamentos
8 biológicos, o preconceito racial é uma construção social profundamente enraizada,
9 que gera violações de direitos e perpetua desigualdades estruturais. Esse preconceito
10 manifesta-se em diversas esferas da sociedade, desde as interações cotidianas até as
11 estruturas institucionais.
12 O Projeto Ético-Político do Serviço Social orienta os assistentes sociais a atuarem de
13 forma engajada na luta contra o preconceito e a discriminação de qualquer ordem,
14 inclusive a racial. A Resolução do CFESS Nº 1054/2023 estabelece diretrizes claras
15 nesse sentido, enfatizando a necessidade de contribuir para a reflexão ética, fomentar
16 ações antirracistas e eliminar todas as formas de preconceito.
17 A luta contra o racismo e todas as formas de discriminação é um compromisso
18 ético e político do Serviço Social, que deve permear todas as dimensões do nosso

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19 fazer profissional em prol da viabilização dos direitos humanos e da promoção da


20 cidadania plena para todos os indivíduos.
21 A guisa de conclusão, os (as) Assistentes Sociais têm um papel fundamental na defesa de
22 direitos em contextos de preconceito e discriminação racial. Para isso, é essencial que
23 atuem de acordo com os princípios éticos e diretrizes do Código de Ética Profissional
24 de 1993, promovendo a reflexão ética e fomentando ações antirracistas.

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(CS-UFG/UFG/2019)

Orientado pelo projeto ético-político, o conjunto CFESS-CRESS tem promovido e dado


visibilidade a inúmeras ações, que vão desde intervenções nas ruas do Brasil para dialogar com
a população sobre o racismo, até a organização de seminários, rodas de conversas e produção de
material de orientação, visto que “Após 400 anos de escravidão, negros e negras ingressam no
mundo do trabalho assalariado predominantemente nos serviços mais pesados e precarizados,
com salários inferiores, expostos às piores condições de vida e de trabalho (CFESS, 2017).

Consubstanciado neste posicionamento do conjunto CFESS/CRESS,


construa um texto problematizando o racismo como expressão da
questão social e apontando os desafios e as formas de enfrentamento
no cotidiano profissional. O texto deve ser dissertativo-argumentativo
(não deve ser escrito na forma de narrativa).

Deverá conter no mãximo 30 linhas.

1 O racismo é uma manifestação estrutural e histórica da desigualdade social que


2 permeia diversas esferas da sociedade, configurando-se como uma expressão
3 complexa da questão social.
4 Em primeiro lugar, é essencial problematizar o racismo como um fenômeno
5 enraizado nas estruturas sociais, que se manifesta por meio de discriminação,
6 preconceito e violência contra indivíduos e grupos racialmente marginalizados. A
7 herança histórica da escravização no Brasil deixou marcas profundas na sociedade,
8 resultando em um sistema de hierarquia racial que perpetua a marginalização e a
9 exclusão de negros e negras em diversas áreas da vida social.
10 Nesse sentido, os desafios enfrentados pelos profissionais de Serviço Social no
11 cotidiano de trabalho são múltiplos e complexos. A prática profissional muitas vezes
12 se depara com situações de violência e discriminação racial, exigindo dos assistentes
13 sociais uma postura crítica e comprometida com a promoção da igualdade racial e
14 o enfrentamento do racismo estrutural.
15 Assim, é fundamental investir na formação profissional continuada, com ênfase na
16 temática racial e na perspectiva interseccional, que considera as múltiplas formas
17 de opressão que atravessam a vida dos sujeitos. Isso implica em compreender as
18 interseções entre raça, classe, gênero, sexualidade e outras dimensões da identidade,
19 de modo a garantir uma abordagem integral e emancipatória no enfrentamento do
20 racismo.

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21 Por fim, é preciso fortalecer o protagonismo e a participação das comunidades


22 afetadas pelo racismo nas decisões e ações que buscam enfrentar essa problemática.
23 Em suma, o enfrentamento do racismo como expressão da questão social demanda
24 um compromisso ético-político por parte dos profissionais de Serviço Social, que
25 devem atuar de forma articulada e engajada na promoção da igualdade racial e na
26 construção de uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.

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(CEBRASPE/STM/2018)

A realidade brasileira, em uma de suas faces mais perversas, a das desigualdades sociais
decorrentes da origem racial, tem sido questionada e fortemente combatida por diversos setores
da sociedade, que ampliaram o debate público sobre a questão racial e intensificaram na
última década as discussões sobre como o setor público poderia comprometer-se mais efetiva e
continuamente com a prevenção e o combate ao racismo e às desigualdades raciais. O processo
é contraditório e exacerba questões que por séculos o país tenta silenciar. A tarefa é árdua, pois o
racismo perpassa todas as esferas da vida cotidiana, se reproduz nas instituições e constantemente
é naturalizado.

M.C. Eurico. A percepção do assistente social acerca do racismo institucional. In: Revista Serviço Social e
Sociedade, São Paulo, n.o 114, p.298, abr./jun./ 2013.

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente


motivador, disserte acerca do posicionamento do serviço social diante
do histórico racismo construído na sociedade brasileira. Ao elaborar seu
texto, aborde os seguintes tópicos:
1. construção do racismo brasileiro e sua institucionalização;
2. nexos entre as relações raciais e a questão social brasileira e suas
múltiplas expressões;
3. debate sobre a questão racial pelo conjunto da categoria profissional
— desafios e posicionamento político.

Deverá conter no mãximo 30 linhas.

1 Infelizmente as relações raciais no Brasil são permeadas pelo racismo estrutural,


2 que rebate em uma situação de vulnerabilidade e invisibilidade das especificidades
3 da população negra para as ações das políticas públicas. O preconceito racial existe
4 e atravessa toda a estrutura social e econômica, o que impede que as desigualdades
5 sociais sejam tratadas na perspectiva das relações de classes e das relações raciais.
6 Ainda hoje, o senso comum costuma forçar o mito da democracia racial, mas a
7 realidade é que as vulnerabilidades possuem recorte de raça pelo fosso estrutural da
8 escravidão. É prudente destacar que o racismo não pode ser atribuído ao indivíduo
9 isoladamente, já que perpassa as diversas relações sociais, institucionalizando-se,
10 por meio de práticas discriminatórias nas instituições públicas e privadas. A questão
11 social carrega a expressão da questão racial e impede a efetivação dos direitos sociais
12 constitucionalmente previstos, não é por acaso que é a juventude negra e periférica a
13 que mais morre por “fatalidades” policiais ou mesmo de que as mulheres negras são
14 o maior número em situação de violência de todas as formas.

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DND: Direto Nas Discursivas

15 O posicionamento ético e político do serviço social diante do racismo, se encontra


16 nitidamente assinalado em um conjunto de valores presentes no Código de Ética do
17 Assistente Social (1993), o qual introduz a questão da não discriminação como um
18 de seus princípios fundamentais. O serviço social almeja construir um novo projeto
19 societário que opte pela recusa à exploração e à dominação de classe, etnia e gênero
20 e pela defesa dos direitos humanos, e portanto, pela recusa a qualquer forma de
21 preconceitos.
22 A categoria ainda enfrenta muitos desafios na perspectiva de eliminação do
23 preconceito racial. Nos compete como profissionais e cidadãos contribuir para que a
24 questão racial esteja na agenda nacional, de maneira que esse tema se transforme em
25 objeto de políticas públicas. É crucial também colaborar para a democratização do
26 acesso da população negra às políticas públicas existentes; aprofundar as pesquisas e
27 ampliar o debate acerca das relações raciais.

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Direitos das
Crianças e dos
adolescentes

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DND: Direto Nas Discursivas

(CETAP/FASEPA-PA/2023)
Disserte, sobre as medidas socioeducativas que o Estado confere ao
adolescente que pratica ato infracional, entendido como crime ou
contravenção penal pela legislação brasileira, destacando os seguintes
aspectos:

a) Citar e explicar todos os tipos de medidas socioeducativas;


b) Tratar sobre a competência para aplicação das medidas
socioeducativas.

Deverá conter no mãximo 30 linhas.

1 As medidas socioeducativas atribuídas pelo Estado aos adolescentes que cometem


2 atos infracionais, conforme delineadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
3 (ECA), abrangem uma gama de alternativas que visam à reeducação e reintegração
4 desses jovens à sociedade.
5 Essa gama de medidas socioeducativas compreendem: 1.Advertência, que consiste
6 em uma repreensão verbal ao adolescente, alertando-o sobre as consequências
7 de suas condutas, sem impor restrições adicionais; 2. Obrigação de reparar o
8 dano, onde o (a) adolescente é obrigado a reparar o dano causado à vítima, seja
9 por meio de trabalho comunitário, pagamento de indenização ou outras formas
10 de restituição; 3. Prestação de serviços à comunidade, em que o (a) adolescente
11 realiza atividades gratuitas de interesse geral, contribuindo para a comunidade e
12 aprendendo valores de solidariedade e responsabilidade social; 4. Liberdade assistida,
13 que envolve o acompanhamento e orientação do adolescente por um (a) orientador
14 (a) socioeducativo (a) , visando sua reintegração social e familiar, com o apoio de
15 serviços e programas específicos; 5. Semiliberdade, no qual o (a) adolescente cumpre
16 medida em regime semiaberto, frequentando escola ou trabalhando durante o dia
17
e retornando a uma instituição socioeducativa à noite, onde recebe assistência e
18
acompanhamento e em 6º e último caso internação que é aplicada em casos graves,
19
quando as outras medidas não foram suficientes para garantir a proteção do (a)
20
adolescente ou da sociedade, assim o (a) adolescente é internado em uma instituição
21
especializada, onde recebe atenção integral e acompanhamento individualizado.
22
A competência para aplicação das medidas socioeducativas recai sobre o Poder
23
Judiciário, especificamente sobre o juiz da Infância e Juventude, que avalia o caso
24
individualmente, considerando a gravidade do ato, o contexto sociofamiliar do (a)

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25 adolescente e sua capacidade de ressocialização.


26 Por fim, é fundamental que as medidas socioeducativas sejam aplicadas de forma
27 individualizada, proporcional ao ato infracional cometido.

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DND: Direto Nas Discursivas

(IBFC/DPE-MT/2022)

O Acolhimento Institucional de uma criança ou de um adolescente é destacado pelo


Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8.069/90) como uma medida excepcional e
provisória conforme destacado no artigo 101. Para tanto, a partir da inserção da criança e do
adolescente na instituição de acolhimento é necessário, conforme o artigo 101, a elaboração do
Plano Individual de Atendimento ou PIA.

Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8.069/90)


artigo 101 indica em seu texto de resposta de quem é a responsabilidade,
após o acolhimento institucional de crianças e adolescentes, para a
elaboração do PIA e quais são os elementos que devem constar em tal
documento.

Deverá conter o mínimo de 15 linhas e máximo de 20 linhas.

1 O acolhimento institucional de crianças e adolescentes, regulamentado pelo Estatuto


2 da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei no 8.069/90, é reconhecido como uma
3 medida excepcional e provisória, conforme destaca o artigo 101.
4 Quanto aos elementos que devem constar no PIA, o ECA estabelece que o plano
5 deve contemplar, no mínimo, informações sobre a identificação da criança ou
6 adolescente, sua história familiar e social, as razões que motivaram o acolhimento,
7 bem como os direitos da criança ou adolescente enquanto da sua permanência na
8 instituição.
9 Nesse sentido, a responsabilidade pela elaboração desse documento recai sobre
10 as equipes técnicas das instituições de acolhimento, as quais devem garantir uma
11 abordagem multidisciplinar e individualizada. Os elementos que devem compor
12 o PIA, conforme previsto no ECA, visam assegurar uma intervenção adequada e
13 contextualizada, capaz de promover o desenvolvimento saudável e a reintegração
14 social dos sujeitos em acolhimento.
15 Em síntese, o Plano Individual de Atendimento no acolhimento institucional
16
representa uma ferramenta fundamental para a promoção do cuidado integral e
17
da proteção dos direitos das crianças e adolescentes em regime de acolhimento
18
institucional.

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(FGV/MPE-GO/2022)

A Sra. Rosa, 52 anos, foi ao Serviço Social de um hospital solicitando o auxílio da equipe
no atendimento da criança conhecida como Nico. Ela informa que encontrou a criança, na
praça da cidade, bastante machucada e pedindo comida. No local, ninguém possuía referências
de familiares ou amigos de Nico.
Não sabendo o que fazer, a Sra. Rosa procurou atendimento no hospital devido aos machucados
da criança. Contudo, Nico não foi atendido sob a alegação de que estava sem documentação.
A assistente social de plantão identificou a possível condição de abandono e conversou com a
criança a fim de obter informações sobre sua família. Durante a conversa, Nico disse ter 6 anos
de idade e não querer retornar para sua casa, porque lá mora o “Malvadão”, e ele tinha medo.

I. Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente indique o erro


cometido pelo hospital na resposta dada a Sra. Rosa na tentativa de
atendimento. Justifique sua resposta.
II. Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente e nos princípios
fundamentais do Código de Ética do Assistente Social, defina as
primeiras ações do assistente social em relação à criança.

Deverá conter no mãximo 15 linhas.

1 As crianças e adolescentes são pessoas em desenvolvimento que possuem a garantia


2 de prioridade absoluta para efetivação de direitos, contudo, muitos direitos
3 são cotidianamente violados, como no caso de Nico, que além da situação de
4 vulnerabilidade social sofreu com violência institucional na negação de seus direitos.
5 Nico teve o seu direito de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias
6 violado, haja vista que a falta de documentos é um motivo torpe para o não
7 atendimento, configurando-se, assim, em uma forma de negligência, discriminação
8 e crueldade na omissão de garantia de um direito fundamental, como o da saúde.
9 Em situações como esta, o/a Assistente Social possui o dever ético de defender os
10 direitos humanos, a equidade e a justiça social. Em se tratando da situação de Nico,
11 que revela claramente vir de um ambiente de violência doméstica e familiar, cabe
12 além do atendimento e acolhimento, comunicar, obrigatoriamente, ao Conselho
13 Tutelar, tendo em vista que o relato da criança demonstra que ele sofre castigo físico,
14 tratamento cruel ou degradante e maus-tratos, e portanto, necessita da rede e do
15 sistema de garantia de direitos lhe ofertando a garantia da proteção social.

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DND: Direto Nas Discursivas

(CEBRASPE/PREF. DE SÃO LUÍS-MA/2017)

A violência contra crianças e adolescentes é inaceitável. Esse tipo de prática consiste em


grave violação aos direitos humanos e se soma às altas estatísticas de violência registradas no
Brasil. A sociedade brasileira tem uma grande tarefa diante de si: promover e consolidar uma
cultura de equidade e de respeito aos direitos de todas as crianças para que elas possam crescer
livres de violência, como determinam a Convenção sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da
Criança e do Adolescente.

Brasil: UNICEF pede tolerância zero à violência contra crianças e adolescentes. Internet: <https://nacoesunidas.
org> (com adaptações).

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador,redija


um texto dissertativo a respeito de violência. Em seu texto, aborde os
seguintes aspectos:
1. a violência como problema de saúde pública;
2. conceitos de violência e de violência doméstica;
3. o papel da escola e da equipe de serviço social diante de casos
suspeitos ou caso de violência contra crianças e adolescentes.

Deverá conter no mãximo 15 linhas.

1 A violência é um grave problema da sociedade, especialmente, contra crianças e


2 adolescentes, haja vista sua situação de pessoa em desenvolvimento, impactando
3 em diversos níveis a formação, os direitos e a saúde delas. A violência pode ocorrer
4 fora ou dentro do ambiente doméstico e familiar e é toda ação ou omissão que
5 prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao
6 pleno desenvolvimento.
7 As equipes das escolas, incluindo o serviço social, devem estar capacitadas e alertas
8 para a identificação de evidências entre as crianças e adolescentes que podem estar
9 em situação de violência, além da necessária realização de campanhas preventivas e
10 educativas sobre o assunto.
11 Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever de todos prevenir
12 a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente. A
13 notificação é uma obrigação institucional, cabendo a responsabilidade de realizar a
14 notificação compulsória, sendo obrigatória a comunicação ao conselho tutelar e(ou)
15 às autoridades competentes.

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(IBFC/MGS/2016)

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n°8.069/90) é a legislação que disciplina os


direitos das crianças e adolescentes no Brasil. De acordo com tal legislação conforme o artigo 4°:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com


absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.

(BRASIL, 1990, Disponível em http://www.Planalto.gov.br/ccivil 03/leis/L8069.htm. Acesso: 05jun2016).

Derivando do disposto em tal artigo, nos itens subsequentes, indique,


quais são os aspectos a serem observados na garantia de prioridade dos
direitos das crianças e adolescentes.

Deverá conter no máximo 10 linhas.

1 O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece diretrizes fundamentais


2 para assegurar os direitos das crianças e adolescentes no Brasil. Nesse sentido, é
3 responsabilidade da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
4 público garantir, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos essenciais à vida,
5 saúde, alimentação, educação, esporte, lazer, profissionalização, cultura, dignidade,
6 respeito, liberdade e convivência familiar e comunitária. Por fim, é imperativo
7 observar a proteção integral, o acesso à saúde e à educação de qualidade e o apoio à
8 convivência familiar, pois esses aspectos são fundamentais para garantir um ambiente
9 seguro e saudável para crianças e adolescentes se desenvolverem.

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Temas Diversos

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(PREF. DE CURVELO - MG/2024)

TEXTO I
A doação de órgãos é um ato por meio do qual podem ser retirados órgãos ou tecidos de
uma pessoa viva ou falecida (doadores) para serem utilizados no tratamento de outras pessoas
(receptores), com a finalidade de restabelecer as funções de um órgão ou tecido doente. A doação
é um ato muito importante, pois pode salvar vidas.
O indivíduo que esteja necessitando do órgão ou tecido o receberá por meio da realização de um
processo denominado transplante. [...]
De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante. Podem
ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele,
ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos
provenientes de um mesmo doador. Na maioria das vezes, o transplante de órgãos pode ser a
única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam de
doação. Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio desse gesto.

https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/snt/doacao-de-orgaos. Acesso em: 1 set. 2023.

TEXTO II
O número de famílias que não autorizam a doação de órgãos dos seus familiares que estão em
morte cerebral aumentou 18% em três anos e é a maior taxa de recusa dos últimos dez anos,
aponta o relatório anual da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) referente
ao ano de 2022, divulgado nesta segunda-feira (6) pela instituição.
“O Brasil está com uma taxa de negativa muito alta. Essa é uma questão que está relacionada com
a conscientização e educação da população sobre transplantes de órgãos. Quando a população
conhece e entende o processo, a importância dos transplantes e como essa doação pode salvar
vidas, nós conseguimos reduzir essa taxa de recusa”, disse Luciana Haddad, vice-presidente da
ABTO. Ela lembrou ainda que boa parte da taxa de recusa ocorre por motivos religiosos. “Mas
o processo passa pela informação e educação da sociedade”, frisou.

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2023/03/recusa-familiar-para-doacao-de-


orgaos-atinge-47percent-maior-taxa-em-10-anos.ghtml. Acesso em: 1 set. 2023.

TEXTO III
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificou três motivos principais
para a alta taxa de recusa familiar, presentes também em outros países: incompreensão sobre o
diagnóstico de morte encefálica e, portanto, de entender que a pessoa faleceu; falta de preparo
da equipe para fazer a comunicação sobre a morte e religião. Mas essa postura pode ser mudada
com compaixão e solidariedade.

https://sp.unifesp.br/epe/desm/noticias/setembro-verde-doacao-orgaos. Acesso em: 1 set. 2023.

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DND: Direto Nas Discursivas

A partir da leitura dos textos motivadores, REDIJA um texto dissertativo-


argumentativo, sobre o tema: A doação de órgãos e seus desafios. A
transcrição parcial ou total dos textos motivadores não será considerada
para efeito de correção e contabilização do número de linhas.

Deverá conter no mínimo de 15 linhas e máximo 30 linhas.

1 A doação de órgãos é um ato generoso que visa salvar vidas, permitindo que pessoas
2 em estado crítico de saúde tenham uma nova oportunidade de recomeço. No entanto,
3 essa realidade enfrenta uma série de desafios que limitam sua materialização.
4 A falta de informação e conscientização sobre a importância da doação de órgãos
5 é um dos principais desafios enfrentados. Muitas famílias não compreendem
6 completamente o processo de doação e os benefícios que ela pode proporcionar, o
7 que contribui para a alta taxa de recusa. Assim, é essencial investir em programas
8 educacionais e campanhas de conscientização para esclarecer dúvidas e mitos
9 relacionados ao tema.
10 Além disso, a compreensão do diagnóstico de morte encefálica é fundamental
11 para autorizar a doação de órgãos. Muitas famílias têm dificuldade em aceitar
12 esse diagnóstico e compreender que o seu parente já faleceu, o que influencia
13 negativamente sua decisão em autorizar a doação.
14 Questões religiosas também desempenham um papel significativo na decisão das
15 famílias em relação à doação de órgãos. Algumas crenças e valores podem gerar
16 dúvidas e preocupações sobre a prática da doação, levando à recusa por motivos
17
religiosos. No entanto, é importante destacar que a solidariedade e a compaixão são
18
valores fundamentais em muitas religiões, e a doação de órgãos pode ser vista como
19
uma expressão desses valores.
20
Em conclusão, a doação de órgãos é um ato nobre que pode oferecer uma nova
21
esperança para aqueles que lutam contra doenças graves. No entanto, seus desafios,
22
como a falta de conscientização, compreensão do diagnóstico de morte encefálica,
23
preparo da equipe médica e questões religiosas, exigem uma abordagem cuidadosa
24
e multifacetada. Somente através da educação, conscientização e solidariedade
25
podemos superar esses obstáculos e garantir que mais vidas sejam salvas por meio
26
da doação de órgãos.

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(FGV/DPE-RS/2023)

O Brasil perdeu, nos últimos quatro anos, mais de 4,6 milhões de leitores, segundo dados
da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. De 2015 para 2019, a porcentagem de leitores no
Brasil caiu de 56% para 52%. Já os não leitores, ou seja, brasileiros com mais de 5 anos que
não leram nenhum livro, nem mesmo em parte, nos últimos três meses, representam 48% da
população, o equivalente a cerca de 93 milhões de um total de 193 milhões de brasileiros.
As maiores quedas no percentual de leitores foram observadas entre as pessoas com ensino
superior – passando de 82% em 2015 para 68% em 2019 – , e entre os mais ricos. Na classe A, o
percentual de leitores passou de 76% para 67%. O brasileiro lê, em média, cinco livros por ano,
sendo aproximadamente 2,4 livros lidos apenas em parte e, 2,5, inteiros. A Bíblia é apontada
como o tipo de livro mais lido pelos entrevistados e também como o mais marcante.
Esta é a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro
em parceria com o Itaú Cultural.
Foram feitas 8.076 entrevistas em 208 municípios entre outubro de 2019 e janeiro de 2020. A
coleta de dados foi encomendada ao Ibope Inteligência. A pesquisa foi feita antes da pandemia
do novo coronavírus, não refletindo, portanto, os impactos da emergência sanitária na leitura
no país. (Agência Brasil, 20/04/2023) Segundo os jornais, o número de livrarias no país está
diminuindo com muita velocidade; os jornais impressos estão sendo substituídos pelos noticiários
televisivos e alguns já desapareceram do mercado; as revistas semanais, antigamente tão famosas,
sumiram das bancas, e as próprias bancas estão sendo modificadas para minimercados; e as escolas
reduziram drasticamente o número de livros para leitura obrigatória. O que está acontecendo
com a leitura? Por que diminui tanto o número de leitores? A leitura ainda é uma atividade
necessária?

Redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema – A crise na


leitura – em linguagem culta, defendendo suas opiniões com argumentos
convincentes.

Deverá conter no mínimo de 20 linhas e máximo 30 linhas.

1 A crise na leitura, evidenciada pelos dados alarmantes da pesquisa Retratos da


2 Leitura no Brasil, aponta para uma tendência preocupante que merece reflexão
3 e ação por parte da sociedade como um todo. A queda significativa no número
4 de leitores nos últimos anos reflete não apenas uma mudança de hábitos culturais,
5 mas também uma série de fatores socioeconômicos e educacionais que impactam
6 diretamente o acesso e o interesse pela leitura.
7 Um dos principais motivos para a diminuição do número de leitores é a falta de
8 incentivo e estímulo desde a infância. Com o avanço da tecnologia e o fácil acesso
9 a entretenimento digital, como jogos eletrônicos e redes sociais, as crianças têm
10 menos contato com os livros e, consequentemente, desenvolvem menos o hábito da

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DND: Direto Nas Discursivas

11 leitura. Além disso, a desigualdade socioeconômica também desempenha um papel


12 importante, já que o acesso a livros e bibliotecas é mais limitado para as camadas
13 mais vulneráveis da população. Assim, é preciso reconhecer que a crise na leitura
14 não é apenas um reflexo da era digital, mas também está intrinsecamente ligada a
15 questões socioeconômicas e culturais que impactam o acesso a livros.
16 Nesse contexto, é fundamental refletir sobre a identidade do leitor e os obstáculos
17 enfrentados por aqueles que não têm acesso à leitura. Essa reflexão nos leva a
18 compreender que o ato de ler é mais do que apenas uma atividade; é um hábito
19 que requer tempo, concentração e esforço mental. No entanto, nem todos têm essa
20 disponibilidade devido a compromissos de trabalho, estudos, responsabilidades
21
familiares e outros fatores que demandam sua atenção e energia.
22
No entanto, mesmo diante desses desafios, a leitura continua sendo uma atividade
23
fundamental e necessária para o desenvolvimento humano. Através da leitura, é
24
possível expandir horizontes, adquirir conhecimento, desenvolver o pensamento
25
crítico e exercitar a empatia. Além disso, a leitura estimula a criatividade, a imaginação,
26
ampliação do vocabulário, o aprimoramento da escrita e enriquecimento cultural.

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(IBADE/PREF. COLÍDER-MT/2022)

Texto I
Brasil é o segundo país com maior proporção de jovens "nem-nem". População entre 18 e 24
anos que não estuda, nem trabalha corresponde a 36% da faixa etária no Brasil. Problema é
considerado estrutural

O desemprego e a falta de motivação entre os jovens é um problema estrutural, por isso os desafios
geracionais em relação ao mercado de trabalho são difíceis de serem transpassados. O Brasil é
o segundo país na esfera da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) com a maior proporção de jovens, de idade entre 18 e 24 anos, que não conseguem
nem emprego e nem continuar os estudos — os chamados "nem-nem" —, ficando atrás apenas
da África do Sul. Nessa faixa etária, 36% da população de jovens brasileiros está sem ocupação.
O cenário de falta de oportunidades está detalhado no relatório Education at a Glance (Olhar
sobre a educação, em tradução livre), divulgado no último mês. O indicador considera pessoas
em faixa etária de transição do estudo para o trabalho e conclui que não ter uma atividade
profissional pode causar "consequências duradouras, especialmente quando a pessoa passa por
períodos longos de desemprego ou inatividade", diz o estudo. O recorte social é um dos fatores
mais importantes, segundo a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
Enid Rocha. "Em geral as pessoas costumam pensar nessa categoria como se fosse homogênea,

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DND: Direto Nas Discursivas

mas não é. Cerca de 60% está entre os mais vulneráveis", destaca. A pesquisadora afirma
que os números vêm melhorando com o aquecimento do mercado de trabalho, mas a maior
parte da geração "nem-nem" ainda pode ser distinguida por classe e gênero. De acordo com ela
são, em média, 11 milhões de jovens que se encaixam nessa descrição. A maioria são mulheres e
estão entre os mais pobres, com renda de até R$ 400 por família. "Entre aqueles que estão sem
estudar e sem trabalhar temos os que ainda procuram, mas a maioria já está de fora por estarem
desengajados e desmotivados. A maior parte desses jovens têm baixa escolaridade, são pobres,
negros e são mulheres, responsáveis por tarefas domésticas e com filhos. Esses devem ser a maior
preocupação", ressalta.
https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2022/11/5049770-brasil-e-o-segundo-pais-com-maior-
proporcao-dejovens-nem-nem.html

Texto II
A porta ainda é estreita para a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Com todas as
questões econômicas que assombram a realidade brasileira, o desemprego cresce ainda mais
entre os jovens. Falta muito preparo e experiência para jovens se destacarem (We Are/Getty
Images). Não está nada fácil conseguir emprego no Brasil. Entre os jovens, os dados são ainda
mais desanimadores. De acordo com o Ministério da Economia, em 2021, por exemplo, enquanto
a taxa geral de desemprego estava em 14,7% em agosto, entre jovens, a fatia de pessoas à procura
de trabalho era de 31% do total. Esse dado não se deve só à crise que estamos atravessando agora,
mas já vem há muito tempo. São seis anos em que pelo menos dois em cada dez jovens de 18 a
24 anos procuram, mas não encontram, uma vaga de trabalho. Isso se deve a diversos fatores,
um deles é a falta de experiência. E apesar de vocês pensarem que é óbvio um jovem não ter
desenvolvido habilidades para alguma área específica, tendo em vista que é o primeiro emprego,
o mercado ainda exige isso dele. Há também um conflito de gerações. É bem comum que as
pessoas das gerações Y e Z, ou seja, que nasceram na década de 1980 até os anos 2000, tenham
perfis comportamentais bem diferentes dos mais velhos. Aceitar que um jovem que nasceu em
uma época tecnológica e que tenha a contribuir com quem está há mais tempo no mercado é
ainda um tabu, infelizmente. Entretanto, você que hoje está com uma carreira consolidada,
provavelmente também precisou começar de alguma maneira e, certamente, também teve lá seus
desafios. Atire a primeira pedra quem nunca teve dúvidas sobre o que colocar em um currículo
ou teve medo de gaguejar na frente de um recrutador. Esses anseios antigos são os mesmos de
hoje. Por isso, precisamos mudar e inserir os jovens no seu primeiro emprego. Escancarar a
porta de entrada do primeiro emprego, em vez de deixá-la tão estreita. Há inúmeras maneiras
de se fazer isso. Uma delas é unir o ensino médio ao programa Jovem Aprendiz, onde, por lei,
empresas de médio e grande porte devem contratar jovens com idade entre 14 e 24 anos como
aprendizes. Contudo, nem todo estudante sabe disso e tem acesso a essa oportunidade. As escolas
públicas deveriam estar conectadas com as empresas. O contrato de trabalho pode durar até
dois anos e, durante esse período, o jovem é capacitado na instituição formadora e na empresa,
combinando formação teórica e prática. Os jovens têm a oportunidade de inclusão social com o
primeiro emprego e de desenvolver competências para o mundo do trabalho, o que desenvolve
nele uma série de habilidades que só se aprende na prática. Laiz Soares*
https://exame.com/bussola/a-porta-ainda-e-streita-para-a-insercao-dos-jovens-no-mercado-de-trabalho.

139

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A partir da leitura de textos motivadores e com base nos conhecimentos


construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo sobre o tema:

A INSERÇÃO DOS JOVENS NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO.

Deverá conter no mínimo de 25 linhas e máximo 30 linhas.

1 O Brasil enfrenta um desafio estrutural significativo quando se trata da inserção dos


2 jovens no mercado de trabalho. O fenômeno dos "nem-nem", que engloba jovens
3 entre 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham, atinge uma proporção alarmante
4 de 36% nessa faixa etária, segundo dados da Organização para a Cooperação e
5 Desenvolvimento Econômico (OCDE).
6 Diante desse quadro, algumas tendências podem ser verificadas como, por exemplo,
7 a crescente exclusão de jovens do mercado de trabalho. Isso ocorre por diversas
8 razões, entre elas, está o fato de que, a maior parte desses jovens já se encontram
9 em alguma situação de vulnerabilidade social ou possuem baixa escolaridade.
10 Nestas circunstâncias, há um alargamento da exclusão social de jovens no mercado
11 de trabalho brasileiro, com destaque para as mulheres jovens com filhos, as quais
12 estão inseridas em conjunturas que não fornecem condições favoráveis para uma
13 mudança de status.
14 Além disso, há um conflito geracional latente. As gerações mais jovens, nativas
15 digitais, muitas vezes enfrentam resistência por parte das gerações mais antigas no
16 mercado de trabalho, que podem não reconhecer seu potencial e suas contribuições.
17 A fim de mitigar essa problemática, políticas públicas voltadas para a criação de
18 empregos de qualidade e para o desenvolvimento de habilidades profissionais são
19 essenciais para garantir uma transição dos jovens para o mercado de trabalho, bem
20 como investimentos em educação, capacitação e programas de estágio e trainee
21 também são medidas importantes para promover a inclusão e o desenvolvimento
22
dos jovens profissionais.
23
Para concluir, a inserção dos jovens no mercado de trabalho brasileiro é um desafio
24
complexo, mas não impossível de superar. Por meio da implementação de políticas
25
públicas que fortaleçam suas habilidades e incentivem uma democratização mais
26
ampla do acesso às oportunidades profissionais, podemos avançar na criação de um
27
ambiente mais inclusivo e favorável ao desenvolvimento dos jovens profissionais.

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DND: Direto Nas Discursivas

(AOCP/MPRR/2022)

TEXTO 1
O que é o adensamento urbano?
O adensamento urbano é o fenômeno de concentração populacional e/ou concentração de
edificações em determinadas áreas das cidades (ou nas cidades como um todo). Este fenômeno
pode ser manejado pelo poder público usando-se as leis urbanísticas, em especial o Plano Diretor.
Isso geralmente ocorre em cidades grandes. Desta maneira, pode-se permitir e incentivar o
adensamento urbano em determinadas regiões das cidades e, por outro lado, pode-se também
proibir e desestimular o aumento da ocupação de outras áreas.

Adaptado de: http://www.mobilizacuritiba.org.br/2014/10/01/saiba-mais-adensamento-urbano/. Acesso em: 6


ago. 2022.

TEXTO 2
Adensamento urbano: perfil das cidades brasileiras
A enorme concentração de pessoas que vivem em centros urbanos hoje tem sua origem nos
crescentes índices de urbanização, antigamente decorrente do processo do êxodo rural,
ocasionado pelos processos de industrialização e de informação, assolados pela era moderna em
todo o mundo (PESCI, 2003). A dinâmica de deslocamentos da população brasileira passou por
uma transformação a partir da década de 1950. Em um período considerado curto na história,
o Brasil que era um país predominantemente rural passou a ter a maior parte de sua população
vivendo em cidades (PLANMOB, 2015).
Segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), menos de 20%
da população vive no meio rural hoje, totalizando mais de 80% em meio urbano. O fato que
chama a atenção é a taxa de urbanização brasileira que supera a de países mais desenvolvidos
no mundo, que atingem a média de 50%, segundo o Factbook 2010 (CIA, 2010). Tal realidade
é preocupante, principalmente pela maneira como se consolida o processo de urbanização no
Brasil, no qual geralmente se promove o intenso adensamento de determinadas regiões, como
é o caso dos grandes centros urbanos, em detrimento de outras regiões que ficam dispersas pelo
solo, prejudicando o equilíbrio do desenvolvimento pelo território.
O desequilíbrio provocado na formação destes centros urbanos em razão desse adensamento
intenso do solo atenta para consequências que fazem, hoje, o termo adensamento urbano ser
tratado como uma parte importante do planejamento.
Não se pode falar em adensamento territorial sem discutir questões que são inerentes a ele como:
água (enchentes e abastecimento); clima e poluição atmosférica; resíduos líquidos e resíduos
sólidos; poluição sonora e visual; cobertura vegetal; áreas verdes e espaços livres; espaços livres e
de recreação; densidade populacional entre outros.

Adaptado de: SCHMITT, A. C.; RESCH, S. Adensamento urbano no Brasil e a dimensão espacial (quase)
esquecida da sustentabilidade.

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TEXTO 3
O que gera a densidade urbana e quais os efeitos do adensamento nas cidades Estima-se que
as aglomerações humanas em espaços fixos passaram a ser o modelo dominante (em relação às
comunidades nômades) há cerca de 15 mil anos, com o domínio de atividades como a agricultura
e a domesticação de animais para pecuária. Desde esses primeiros assentamentos, passando pelos
burgos e chegando às áreas urbanas que conhecemos hoje, um traço em comum definiu o que
entendemos por cidades: são, antes de tudo, aglomerações de pessoas.
Por essa perspectiva, a vida nas cidades resume-se a grupos de pessoas dividindo os mesmos
espaços – o que chamamos de densidade urbana. A densidade varia de acordo com a área
construída e os limites territoriais considerados, e diferentes métodos de cálculo podem gerar
diferentes resultados, mas o conceito é simples: trata-se da medida resultante da relação entre
a população e a superfície do território, normalmente expressa em habitantes por quilômetro
quadrado. [...]
Com o aumento das densidades, vêm os desafios. Forças econômicas acabam afastando as pessoas
dos centros das cidades, impelindo-as para áreas mais distantes, onde o preço das moradias
costuma ser mais baixo.Esses locais acabam se tornando altamente densos [...]. Se equilibrada
e planejada, a densidade urbana pode ser parte da solução para as cidades. [...] Essa é uma
das propostas do Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS), que alia o
planejamento de transportes e do uso do solo para articular o adensamento e criar cidades mais
compactas, conectadas e coordenadas.

Adaptado de: https://wribrasil.org.br/noticias/o-que-gera-densidade-urbana-e-quais-os-efeitos-do-adensamento-


nas-cidades. Acesso em: 6 ago.2022.

A partir da leitura dos textos 1, 2 e 3, redija um texto dissertativo-


argumentativo sobre o tema

“POTENCIALIDADES E MAZELAS DO ADENSAMENTO POPULACIONAL


URBANO NO BRASIL”

em modalidade escrita formal da língua portuguesa. Organize e


relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos a fim de
defender o seu ponto de vista.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 O adensamento populacional urbano no Brasil apresenta tanto potencialidades


2 quanto problemáticas que merecem atenção no contexto do planejamento urbano.
3 Inicialmente, é importante compreender que o adensamento urbano é um fenômeno
4 complexo, resultante da concentração de pessoas e edificações em determinadas
5 áreas das cidades, podendo ser incentivado ou desestimulado pelo poder público
6 através das leis urbanísticas, como o Plano Diretor.

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DND: Direto Nas Discursivas

7 O Brasil experimentou uma rápida transformação na dinâmica de deslocamentos


8 da população, passando de um país predominantemente rural para uma nação
9 majoritariamente urbana a partir da década de 1950. Atualmente, mais de 80% da
10 população brasileira vive em áreas urbanas, evidenciando uma taxa de urbanização
11 que supera a média de países mais desenvolvidos. No entanto, essa concentração
12 populacional intensa, especialmente nos grandes centros urbanos, traz consigo uma
13 série de desafios e impactos negativos.
14 O adensamento urbano pode acarretar em diversas problemáticas, como enchentes,
15 escassez de recursos hídricos, poluição atmosférica e sonora, além da redução de
16 áreas verdes e espaços livres. Essas questões afetam diretamente a qualidade de vida
17 da população, contribuindo para o surgimento de problemas de saúde pública e
18 comprometendo a sustentabilidade ambiental das cidades.
19 Por outro lado, quando equilibrado e planejado de forma adequada, o adensamento
20 urbano pode ser uma solução para os desafios urbanos. O Desenvolvimento
21 Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS) propõe uma abordagem integrada
22 que combina o planejamento de transportes com o uso do solo, visando criar cidades
23 mais compactas, conectadas e coordenadas.
24 Portanto, é fundamental que as políticas de ordenamento territorial e planejamento
25 urbano considerem o adensamento populacional de forma estratégica, buscando
26 conciliar o desenvolvimento e a preservação.

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(VUNESP/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-SP/2022)

Texto 1
A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia que busca reproduzir a inteligência humana em
computadores. Por meio da análise de milhões de dados, as máquinas são capazes de perceber
variáveis, tomar decisões e resolver problemas. São softwares e robôs que operam em uma lógica
semelhante ao raciocínio humano. Essa ideia ainda pode parecer um tanto futurista, mas já está
bem presente e provocando verdadeiras transformações nas mais diversas áreas.
“Quando você escolhe um filme em uma plataforma de streaming, é a Inteligência Artificial
que está sugerindo os títulos dos quais provavelmente você vai gostar. O aplicativo de trânsito
também usa essa tecnologia para definir a melhor trajetória a seguir naquele momento. As
notícias e as mensagens apresentadas na linha do tempo das redes sociais também são definidas
por meio da IA. O agronegócio a utiliza para avaliar a qualidade do solo e definir qual cultura
plantar em determinada época do ano. No comércio online, ela oferece opções de compra”,
enumera o professor André Carlos Ferreira Carvalho, do Instituo de Ciências Matemáticas e de
Computação da Universidade de São Paulo (USP). “É uma tecnologia essencial, tão importante
como a eletricidade. A indústria está usando a Inteligência Artificial para tudo porque ela pode
melhorar a maneira como acessamos, recebemos e transmitimos informações”, afirma Rico
Malvar, um dos cientistas-chefe da Microsoft Research.
O amplo armazenamento e a análise de dados proporcionados pela Inteligência Artificial têm
feito a diferença também na área da saúde, com ganhos que vão do diagnóstico ao tratamento.
Ainda que a IA não possa substituir a sensibilidade de um ser humano, ela é capaz de perceber
detalhes que médico algum poderia ver. Em breve, será possível usar máquinas para analisar
milhares de exames e detectar automaticamente padrões que podem mostrar problemas que o
olho humano não enxergaria: “A IA pode analisar 50 mil tomografias, por exemplo, e perceber
que, toda vez que o paciente apresenta um pontinho em tal lugar, há relação com um câncer.
São padrões de semelhança que darão muitos ganhos em diagnóstico”, explica o gestor médico
do Grupo Fleury.

(Como a Inteligência Artificial já está presente na sua vida. www.g1.globo.com, 05.07.2019. Adaptado)

Texto 2
Com o crescimento da importância e da visibilidade da Inteligência Artificial (IA), estão
aumentando também as preocupações com as consequências negativas da utilização dessa
tecnologia. Diante dos riscos e dos efeitos prejudiciais, governos, pesquisadores, associações civis
e até mesmo empresas vêm discutindo os cuidados e as medidas necessárias para mitigar possíveis
danos.
O arco de riscos e perigos é diverso. Para além das questões envolvendo o futuro do trabalho,
como máquinas substituírem os trabalhadores em seus empregos, o uso dessa tecnologia pode
provocar complicações que vão das ameaças à privacidade dos indivíduos até o fortalecimento
da discriminação e do preconceito contra determinados grupos de pessoas e abusos no emprego
de armas inteligentes.

144

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DND: Direto Nas Discursivas

Primeiramente, a Inteligência Artificial envolve um processamento complexo que demanda


uma grande quantidade de dados para sua eficácia. Por isso, o funcionamento adequado desses
sistemas pressiona por uma coleta crescente de informações e tais processos computacionais
amplificam a já forte preocupação com a proteção de dados pessoais. Recentemente, por
exemplo, foi tornado público que uma das maiores empresas mundiais que utiliza IA trabalhava
em um projeto pelo qual coletava dados de milhões de pacientes dos Estados Unidos por meio
de acordos com outras empresas sem que essas pessoas soubessem.
Com relação à possibilidade de discriminações e preconceitos serem intensificados, um exemplo
foi identificado em 2018, quando dois pesquisadores do renomado Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT) e da Universidade de Stanford, Joy Buolamwini e Timnit Gebru, testaram
sistemas de IA para monitoramento de segurança por câmeras e constataram que as margens de
erro do reconhecimento facial eram bastante diferentes de acordo com a cor da pele da pessoa:
ocorreram falhas nos sistemas em 0,8% dos casos que envolviam homens brancos e em 20% a
34% quando se tratava de mulheres negras.
Por fim, um outro objeto de atenção com relação às tecnologias que usam Inteligência Artificial
tem sido o desenvolvimento de armas inteligentes, como drones e tanques autônomos, descritas
como a terceira revolução das guerras, comparável ao advento da pólvora e das armas nucleares.
Entre 2000 e 2017, o número de armas com IA subiu de 2 para mais de 50 em todo o mundo.
Os países que mais desenvolvem essas máquinas são Estados Unidos, Israel, Rússia, França e
China. Tais aparelhos elevam os riscos de decisões autônomas perigosas, uma vez que envolvem
processos éticos sobre a vida e a morte de indivíduos.

(Jonas Valente. Riscos da Inteligência Artificial levantam alerta e suscitam respostas. www.agenciabrasil.ebc.com.
br, 01.09.2020. Adaptado)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos,


escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-
padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

OS BENEFÍCIOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL SUPERAM OS DANOS


QUE ESSA TECNOLOGIA PODE CAUSAR AO DESENVOLVIMENTO DA
HUMANIDADE?

Deverá conter no mínimo de 20 linhas e máximo 30 linhas.

1 A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia que vem transformando profundamente


2 diversos aspectos da sociedade, oferecendo uma gama de benefícios que vão desde a
3 praticidade no dia a dia até avanços significativos em áreas como saúde e segurança.
4 No entanto, é inegável que, juntamente com esses benefícios, surgem também
5 preocupações e problemáticas sobre os danos que essa tecnologia pode causar ao
6 desenvolvimento da humanidade.
7 Por um lado, os benefícios proporcionados pela Inteligência Artificial são relevantes.

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8 A capacidade de processar grandes volumes de dados e realizar análises complexas


9 permite melhorias significativas em áreas como entretenimento, logística, agricultura,
10 comércio online e muitas outras. Além disso, na área da saúde, a IA tem sido uma
11 aliada importante no diagnóstico e tratamento de doenças, possibilitando a detecção
12 precoce de condições médicas e o desenvolvimento de terapias mais eficazes.
13 Por outro lado, os desafios e preocupações associados ao uso da Inteligência Artificial
14 também são significativos. Um dos principais pontos de preocupação é a questão da
15 privacidade e proteção de dados pessoais. O funcionamento eficaz dos sistemas de IA
16 muitas vezes depende da coleta massiva de informações dos usuários, o que levanta
17 questões éticas e legais sobre o uso desses dados. Além disso, a IA pode amplificar
18 problemáticas sociais existentes, como discriminação e preconceito, especialmente
19 quando algoritmos apresentam falhas no reconhecimento facial, evidenciando viés
20 reprodutor de preconceitos raciais e de gênero.
21 Diante desses argumentos, fica evidente que a Inteligência Artificial é um fenômeno
22 ambíguo, cujos potenciais benefícios e danos para o desenvolvimento da humanidade
23 dependem da maneira como, onde e por quem ela é utilizada. Atualmente, não há
24 uma resposta definitiva para essa questão. Apenas o tempo poderá revelar se essa
25 ferramenta trará mais ganhos ou danos para a sociedade. Nesse sentido, é fundamental
26 aguardar o desdobramento dos acontecimentos e utilizar a tecnologia da melhor
27 maneira possível, ao mesmo tempo em que se pressiona os governos e organizações
28 para uma regulamentação adequada.

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(IBADE/PREF. VILA VELHA - ES/2020)

CONSTITUIÇÃO FEDERAL / 1988. A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL,


FORMADA PELA UNIÃO INDISSOLÚVEL DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS E DO
DISTRITO FEDERAL, CONSTITUI-SE EM ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
E TEM COMO FUNDAMENTOS:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Produza um texto dissertativo sobre os 5 (cinco) fundamentos aqui citados.

A partir da proposta faça um texto dissertativo sobre.

Deverá conter no mínimo de 25 linhas e máximo 30 linhas.

1 A promulgação da Constituição Federal de 1988 foi um marco importante para a


2 sociedade brasileira. Conhecida como Constituição Cidadã, por ter ampliado os
3 direitos dos cidadãos, ela é a lei suprema que rege a sociedade e possui princípios
4 fundamentais que norteiam as condutas de todos os brasileiros.
5 A soberania é essencial para a independência do Estado brasileiro. Isso significa que
6 as decisões importantes são tomadas de maneira autônoma e em benefício do país,
7 sem a influência de forças externas não legitimadas.
8 A cidadania, outro fundamento, garante que os cidadãos tenham direitos e
9 deveres, podendo participar ativamente das decisões da sociedade. Esse princípio é
10 fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, promovendo
11 a dignidade humana.
12 A dignidade humana, por sua vez, assegura que todas as pessoas sejam tratadas
13 com respeito e igualdade, independentemente de sua origem, raça, sexo, orientação
14 sexual, entre outros aspectos. Todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, e
15 é dever do Estado garantir essa igualdade.
16 Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa referem-se à garantia de condições
17 mínimas para que o trabalho seja exercido com dignidade, assim como à liberdade
18 de empreender e de exercer atividades econômicas de forma livre e responsável.
19 O pluralismo político, por sua vez, é essencial para a democracia, pois garante a livre
20 expressão de ideias e opiniões políticas, promovendo a diversidade e a multiplicidade
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21 de pontos de vista na sociedade.


22 É fundamental, portanto, que esses fundamentos sejam respeitados e que a democracia
23 seja fortalecida diariamente, garantindo a todos os brasileiros a oportunidade de
24 exercer sua cidadania e viver com dignidade.

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(CEBRASPE/DP-DF/2020)

Nos últimos anos, no Brasil, as condições de mobilidade da população têm-se degradado


muito, em função, por exemplo, do crescimento dos acidentes de trânsito com vítimas, dos
congestionamentos urbanos e também dos poluentes veiculares. A partir desse contexto, procurou-
se iniciar um debate sobre os desafios mais importantes para dotar as cidades brasileiras com
sistemas de mobilidade mais qualificados.

Internet: <ipea.gov.br> (com adaptações).

Internet: <webbikers.com.br>.

Considerando que o fragmento de texto e a imagem precedentes têm


caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do
seguinte tema.

FALTA DE AGILIDADE NO QUE SE REFERE À MOBILIDADE URBANA NAS


METRÓPOLES BRASILEIRAS

Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:


1. as causas dos congestionamentos;
2. a relação dos meios de transporte utilizados nas metrópoles brasileiras
com a falta de agilidade na mobilidade urbana;

149

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3. duas soluções para dotar as grandes cidades brasileiras de sistemas


coletivos de mobilidade mais qualificados.
Deverá conter no mãximo 30 linhas.

1 A falta de agilidade na mobilidade urbana nas grandes metrópoles brasileiras é um


2 problema que tem afetado significativamente a qualidade de vida da população.
3 Em primeiro lugar, as causas dos congestionamentos são multifacetadas. Uma das
4 principais razões é o excesso de veículos nas vias urbanas. A política de incentivo ao
5 financiamento de veículos particulares aliada à falta de investimento em transportes
6 coletivos tem levado muitos brasileiros à compra de um automóvel próprio.
7 Essa superabundância de carros e motos nas vias contribui diretamente para os
8 congestionamentos, criando lentidão no trânsito.
9 Além disso, a falta de planejamento urbano também desempenha um papel
10 crucial na falta de agilidade na mobilidade urbana. Muitas cidades brasileiras
11 experimentaram um rápido crescimento populacional durante o processo de
12 urbanização, porém, o desenvolvimento dos meios de transporte e o planejamento
13 das vias não acompanharam esse ritmo. Como resultado, muitas vias não foram
14 projetadas para suportar o alto volume de veículos que circulam diariamente, o que
15 leva a congestionamentos constantes.
16 No contexto dos meios de transporte utilizados nas metrópoles brasileiras, a falta
17 de agilidade na mobilidade urbana está intimamente relacionada à predominância
18 do transporte individual, como carros e motos. O uso do transporte particular é
19 preferido por parte da população que possui condições mínimas de financiamento,
20 em detrimento do transporte público, em razão da falta de cobertura, conforto e
21 segurança.
22
Para enfrentar esse desafio, é essencial investir em alternativas de transporte público
23
eficientes e sustentáveis, como metrôs, ônibus de alta capacidade e ciclovias.
24
Além disso, é fundamental promover políticas de incentivo ao uso desses meios de
25
transporte, como tarifas acessíveis e infraestrutura adequada.

150

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(CONSULPLAN/PREF.DE CAPANEMA- PA/2020)

Texto I
Urbanismo sustentável: entenda o conceito que estimula a criação de espaços para o convívio
humano Hoje, 50% das pessoas vivem nas cidades e a estimativa é que 80% da população
mundial esteja vivendo nos centros urbanos, a maior parte, nas metrópoles, até 2050. Isso
significa em torno de sete bilhões de pessoas dividindo condomínios, ruas, praças, centros
comerciais e outros espaços urbanos. Possivelmente, se não houver uma mudança na forma
de ocupação e exploração das cidades, a vida nesses ambientes ficará insustentável e suscetível
a crises energéticas, hídricas e de combustíveis fósseis. Segundo projeção do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2050, 60% da população brasileira será adulta (terá
em torno de 30 anos), e isso significa que a demanda por moradias aumentará substancialmente.
Absorver o crescimento populacional, provocando o menor impacto ambiental possível, e criar
moradias, espaços privados e públicos que permitam e incentivem o convívio humano e as
relações interpessoais é o grande desafio do Urbanismo Sustentável. Joan Clos, ex-diretor da
ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos) relata no site da
instituição que “os espaços públicos adequados melhoram a coesão da comunidade e promovem
a saúde, a felicidade e o bem-estar para todos os cidadãos, bem como incentiva o investimento,
o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade do meio ambiente”.

(Cenas do filme Koyaanisqatsi: Uma vida fora de controle, de Godfrey Reggio (1982), Miramax Films — Foto:
Miramax Films. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/falando-de-
sustentabilidade/noticia/2019/01/03/urbanismo-sustentavel-entenda-oconceito-que-estimula-a-criacao-de-
espacos-para-o-convivio-humano.ghtml.)

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Texto II
A urbanização se intensificou com a expansão das atividades industriais, fato que atraiu (e
ainda atrai) milhões de pessoas para as cidades. Esse fenômeno provocou mudanças drásticas
na natureza, desencadeando diversos problemas ambientais, como poluições, desmatamento,
redução da biodiversidade, mudanças climáticas, produção de lixo e de esgoto, dentre outros. A
expansão da rede urbana sem o devido planejamento ocasiona a ocupação de áreas inadequadas
para a moradia. Encostas de morros, áreas de preservação permanente, planícies de inundação e
áreas próximas a rios são loteadas e ocupadas. Os resultados são catastróficos, como o deslizamento
de encostas, ocasionando a destruição de casas e um grande número de vítimas fatais.

Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/os-problemas-ambientais-urbanos.htm.

(www.geomundi.org/.../11/gersus-charge-online.jpg. Disponível: http://desvendandoageografia.blogspot.


com/2010/07/.)

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Com base nos textos motivadores, escreva um texto dissertativo-


argumentativo tendo como tema:

“QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS URBANAS NO ATUAL CENÁRIO MUNDIAL”.

Deverá conter no mínimo de 20 linhas e máximo 30 linhas.


1 As questões socioambientais urbanas assumem um papel de destaque no atual
2 cenário mundial, refletindo a intensificação da urbanização e seus impactos sobre o
3 meio ambiente e a qualidade de vida das populações urbanas. Um exemplo desses
4 impactos é o fenômeno da inversão térmica, a qual é potencializada por agentes
5 poluentes causando uma progressiva perda da qualidade do ar nos centros urbanos.
6 As consequências da urbanização podem ser observadas em diversos problemas
7 ambientais, como poluição, desmatamento, perda de biodiversidade e produção
8 excessiva de resíduos sólidos e esgoto. Além disso, a ocupação desordenada de áreas
9 vulneráveis, como encostas de morros e planícies de inundação, tem contribuído
10 para a ocorrência de desastres naturais, como deslizamentos de terra e enchentes,
11 colocando em risco a vida e a segurança da população.
12 O urbanismo sustentável emerge como uma abordagem importante para enfrentar
13 os desafios socioambientais urbanos, buscando conciliar o crescimento urbano com
14 a preservação dos recursos naturais e a promoção da qualidade de vida visando
15 melhorias sociais. Nesse contexto, é fundamental repensar a forma de ocupação e
16 exploração das cidades, considerando a criação de espaços que estimulem o convívio
17 humano e as relações interpessoais.
18 Diante desse cenário, é fundamental promover a adoção de políticas e práticas que
19 favoreçam o planejamento urbano sustentável, a preservação dos recursos naturais
20 e a promoção da qualidade de vida nas cidades, pois se não houver uma mudança
21 na forma como as cidades são planejadas e geridas, a vida urbana pode se tornar
22
insustentável, com crises energéticas, hídricas e ambientais cada vez mais frequentes
23
e graves.

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(QUADRIX/PREF. DE JATAÍ - GO/2019)

A população urbana já compreende mais da metade dos habitantes do planeta e deve


chegar a dois terços até 2050. Com tantas pessoas vivendo nas cidades, não só o acesso a serviços
urbanos básicos será um desafio para os governos locais: garantir a participação dessas pessoas
nas tomadas de decisão sobre o lugar onde vivem também deve ser uma preocupação constante.

Internet: <thecityfixbrasil.com> (com adaptações).

A participação social não termina nem se restringe ao voto. O direito é garantido pela
Constituição e o Decreto n.o 8.243/2014 instrumentalizou esse direito por meio da Política
Nacional de Participação Social, estabelecendo espaços e instâncias de participação, a fim de
consolidar a prática como um método de governo. A legislação, de âmbito nacional, ratifica o
papel da participação social na Administração Pública – e na escala municipal não é diferente.

Idem (com adaptações)

Governança é o nome dado ao processo por meio do qual governos e população dialogam
para formular e implementar políticas, trabalhando sob um conjunto de normas formais
e informais em prol de objetivos comuns. Não há, porém, uma única forma de trabalhar a
governança e promover processos participativos eficientes. Cada projeto pode adotar modelos
participativos diferentes, que mais bem respondam às necessidades da situação. Em algumas
cidades brasileiras, exemplos de iniciativas bem‐sucedidas de participação social mostram como
é possível criar processos participativos efetivos.

Idem (com adaptações).

Na capital paranaense, o projeto Curitiba 2035 estabeleceu diretrizes de longo prazo para
o desenvolvimento da cidade nos próximos vinte anos. O plano partiu das evoluções dos últimos
cinco anos para planejar os próximos, visando ao desenvolvimento urbano ordenado e sustentável.
A iniciativa envolve representantes do terceiro setor, da sociedade civil, da comunidade acadêmica
e do setor privado, que pensam em conjunto em soluções urbanas a partir de eixos prioritários,
como transporte e mobilidade, meio ambiente e bem‐estar.

Idem (com adaptações).

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DND: Direto Nas Discursivas

Considerando que os textos acima tenham caráter exclusivamente


motivador, redija um texto dissertativo acerca do tema a seguir.

PARTICIPAÇÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NAS CIDADES


BRASILEIRAS

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:


a) vontade política e processos participativos;
b) desenvolvimento sustentável e planejamento urbano pensados
coletivamente;
c) transparência e monitoramento das ações planejadas; e
d) responsabilidade coletiva na implementação de projetos de interesse
da população.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 A construção de cidades mais sustentáveis e inclusivas requer uma abordagem


2 participativa e coletiva, envolvendo diversos atores sociais e instituições. Nesse
3 contexto, a vontade política e os processos participativos desempenham um papel
4 fundamental. A população urbana, que já representa mais da metade dos habitantes
5 do planeta e deve chegar a dois terços até 2050, precisa ser ouvida e envolvida
6 nas tomadas de decisão sobre o lugar onde vivem. Isso significa garantir espaços
7 e instâncias de participação, conforme estabelecido pela Política Nacional de
8 Participação Social.
9 O desenvolvimento sustentável e o planejamento urbano devem ser pensados
10 coletivamente, levando em consideração não apenas as necessidades presentes, mas
11 também as futuras. Projetos como o Curitiba 2035 exemplificam essa abordagem,
12 envolvendo representantes do terceiro setor, da sociedade civil, da comunidade
13 acadêmica e do setor privado no planejamento urbano de longo prazo. Essa iniciativa
14 busca garantir um desenvolvimento urbano ordenado e sustentável, considerando
15 eixos prioritários como transporte, mobilidade, meio ambiente e bem-estar.
16 A transparência e o monitoramento das ações planejadas são essenciais para garantir
17 que os projetos sejam implementados de forma eficaz e em conformidade com as
18 necessidades da população. A participação ativa da comunidade nesse processo
19 contribui para a fiscalização e a melhoria contínua das políticas públicas.
20 Por fim, a responsabilidade coletiva na implementação de projetos de interesse
21 da população é fundamental para garantir que as ações planejadas atendam às
22
necessidades reais da comunidade, promovendo assim o desenvolvimento sustentável
23
e a inclusão social nas cidades.
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(IDECAN/CBM-DF/2017)

Texto I: Bombeiros lançam mostra fotográfica sobre a tragédia de Mariana Exposição


será no Museu dos Militares Mineiros, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH, e
se estende do dia 16 de maio a 17 de junho. Paisagens que Transformam – Um olhar em
busca de vidas é o título da mostra fotográfica que o Corpo de Bombeiros inaugura na próxima
segunda-feira, no Museu dos Militares Mineiros (Rua Aimorés, 698, Bairro Funcionários, Região
Centro-Sul de BH) sobre o trabalho de resgate em Bento Rodrigues após a tragédia de Mariana,
na Região Central de Minas. As fotos foram feitas durante as operações, muitas pelos próprios
bombeiros que atuaram no maior acidente socioambiental do país: o rompimento da Barragem
do Fundão, da Mineradora Samarco.

Texto II: Sobreviventes resgatados estavam em parte alta do morro


“O bombeiro Arquímedes Mejía, que atuou no resgate dos passageiros do avião da Chapecoense,
contou que os seis sobreviventes da tragédia estavam na parte alta do Cerro Gordo, onde se
chocou o trem de pouso da aeronave. O relato foi dado à rádio “Caracol” e indica que os
jogadores Alan Ruschel, Jackson Follmann e Hélio Zampier Neto, os tripulantes Ximena Suárez
e Erwin Tumirik e o jornalista Rafael Henzel estavam sentados na mesma parte do jato. Segundo
Mejía, eles encontraram os sobreviventes graças aos seus gritos pedindo ajuda. “A que mais
demorou (para ser resgatada) foi a aeromoça (Suárez). Levamos uma hora e meia para tirá-la”,
contou o bombeiro.”

(Disponível em: Esporte – iG @ http://esporte.ig.com.br/futebol/2016-11-30/sobreviventes-alto-morro.html.)

Com base nos textos motivadores, escreva um texto dissertativo-


argumentativo tendo como tema:

“O INEVITÁVEL ENFRENTAMENTO DE TRAGÉDIAS: UMA POSTURA


PROFISSIONAL E HUMANA”.

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DND: Direto Nas Discursivas

Deverá conter no mínimo de 20 linhas e máximo 30 linhas.

1 O enfrentamento de tragédias, sejam naturais ou provocadas pelo homem,


2 demandam não apenas competência técnica, mas também uma postura profissional
3 humanizada por parte dos envolvidos que precisam lidar com situações que não
4 costumam ocorrer com frequência.
5 Diante dos desafios que os profissionais são impostos em situações de calamidade,
6 o Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, traz orientações sobre a atuação do
7 Serviço Social, destacando o comprometimento da categoria com ações em defesa
8 dos direitos da população afetada. Nesse sentido, o CFESS ressalta a relevância de
9 uma postura ética, comprometida e qualificada necessária para lidar com situações
10 de vulnerabilidade social.
11 Além disso, de acordo com o Código de ética da profissão, é um dever do/da
12 Assistente Social participar de programas de socorro à população em situação de
13 calamidade pública, tanto no atendimento, quanto na defesa dos seus interesses e
14 necessidades.
15 Dessa forma, ainda que em situações como essas exista a necessidade de ações
16 pontuais, é primordial que seja acionada a dimensão investigativa da profissão para
17 que se construam soluções duradouras para as necessidades apresentadas.
18 Portanto, a atuação de Assistentes Sociais em situações de calamidade é um dever
19 ético. Nessa direção, não pode ser confundida com ações caritativas e focalizadas.
20 A postura e compromisso da profissão deve ser fundamentada em seu projeto ético
21 político, o qual possui princípios direcionados para a garantia de direitos, compromisso
22 com a qualidade dos serviços prestados e aprofundamento da democracia e da justiça
23 social.

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(FCC/DPE-SP/2015)

A taxa de reincidência de prisioneiros libertados nos Estados Unidos é de 60%; na


Inglaterra, de 50%; na Noruega, de 20%. A prisão de Halden foi projetada para incorporar
a ideia que os noruegueses têm de execução penal: a pena é a privação da liberdade, não o
tratamento cruel. O objetivo é a reabilitação, não a vingança. “Fundamentalmente, acreditamos
que a reabilitação do prisioneiro deve começar no dia em que ele chega à prisão", afirma a
ministra júnior da Justiça da Noruega, Kristin Bergersen: "a reabilitação do preso é do maior
interesse público, em termos de segurança".

(Adaptado de: http://www.conjur.com.br/2012-jun-27/noruega-reabilitar-80-criminosos-prisoes)

Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-ar-


gumentativo a respeito do tema: Sistema prisional e ressocialização do
preso

Deverá conter no mínimo de 20 linhas e máximo 30 linhas.

1 O contraste entre as taxas de reincidência nos Estados Unidos, na Inglaterra e na


2 Noruega reflete diferentes abordagens adotadas pelos sistemas prisionais em relação
3 à ressocialização do preso. Enquanto os EUA e a Inglaterra enfrentam altas taxas de
4 reincidência, a Noruega destaca-se com um índice significativamente menor.
5 No caso da Noruega, a abordagem é pautada na ideia de que a prisão deve ser
6 um ambiente de reabilitação, não de punição. A prisão de Halden, por exemplo, é
7 projetada com foco na ressocialização dos detentos, proporcionando condições que
8 visam promover a reintegração social e a recuperação dos indivíduos. Essa visão
9 humanitária reconhece que a maioria dos presos um dia retornará à sociedade e,
10 portanto, investir na sua reabilitação é crucial para garantir a segurança pública a
11 longo prazo.
12 A ministra júnior da Justiça da Noruega ressalta que a reabilitação do preso é de
13 interesse público, destacando a importância de iniciar o processo de reabilitação
14 desde o momento em que o indivíduo entra no sistema prisional. Essa abordagem
15 enfatiza a necessidade de oferecer programas de educação, treinamento profissional,
16 assistência psicológica e apoio social para que os presos possam superar suas
17 dificuldades e se reintegrar à sociedade de forma produtiva.
18 Em contrapartida, nos Estados Unidos e na Inglaterra, prevalece uma abordagem
19 mais punitiva, onde a ênfase está na retribuição e na reclusão, em detrimento da
20 reabilitação. Isso se reflete em taxas de reincidência mais altas, indicando que o
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DND: Direto Nas Discursivas

21 atual modelo prisional desses países não está cumprindo efetivamente seu papel de
22 reinserir os detentos na sociedade de forma segura e produtiva.
23 Portanto, é evidente que a abordagem adotada pelo sistema prisional desempenha
24 um papel crucial na ressocialização do preso. Ao priorizar a reabilitação e a
25 reintegração social, como faz a Noruega, é possível reduzir significativamente as
26 taxas de reincidência e promover uma sociedade mais segura e justa.

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(FCC/TRT-GO/2023)

Acaso e determinação:
Sabemos todos que há experiências em nossa vida que decorrem de interferências de fatores não
previstos, de surpresas, de acidentes súbitos, constitutivos do que se costuma chamar de acaso.
Há os que falam ainda em surpresas do destino, armadilhas da sorte etc. Seja como for, sentimo-
nos de repente bastante vulneráveis em face de um acontecimento inteiramente fora das nossas
expectativas. O acaso pode, de fato, desviar-nos do curso de algum roteiro que havíamos previsto
para nossa vida. Tal força do acaso pode, no entanto, ser enfrentada pelos valores essenciais que
determinamos para reger nossa conduta, nossa ética, nossa moral. São princípios, portanto, que
compõem uma determinação íntima nossa, uma convicção básica quanto ao que somos ou que
desejamos ser. Se a força dessa determinação não pode por si mesma eliminar a força do acaso,
pode nos valer para seu enfrentamento.

Com base no que se afirma, redija um texto dissertativo-argumentativo


no qual você exponha com clareza sua posição pessoal diante da rela-
ção nele estabelecida entre acaso e determinação.

Deverá conter no mínimo de 30 linhas e máximo 40 linhas.

1 A vida é uma jornada repleta de surpresas e reviravoltas, onde o acaso muitas vezes
2 entra em cena de forma inesperada, alterando o curso de nossas trajetórias. Esses
3 eventos imprevistos, que alguns chamam de surpresas do destino ou armadilhas da
4 sorte, podem nos deixar vulneráveis, fazendo-nos questionar o controle que temos
5 sobre nossas vidas. Contudo, mesmo diante das incertezas provocadas pelo acaso,
6 é possível encontrar um ponto de equilíbrio por meio da determinação de nossos
7 valores e princípios.
8 A impermanência da vida é uma realidade intrínseca à condição humana. Embora
9 possamos fazer planos meticulosos e traçar metas ambiciosas, a verdade é que
10 estamos constantemente sujeitos a mudanças inesperadas e eventos imprevisíveis
11 que podem alterar completamente o curso de nossas vidas. O acaso, como uma
12 força imprevisível e aleatória, é um lembrete vívido dessa realidade.
13 De repente, nos vemos confrontados com a incerteza do futuro, questionando nossas
14 habilidades e competências, e enfrentando preocupações. Essas experiências nos
15 lembram da fragilidade da “estabilidade” que achamos construir ao longo do tempo
16 e da necessidade de estarmos preparados para lidar com mudanças repentinas.
17 Uma vez que essas mudanças repentinas de planos, por sua vez, podem nos forçar
18 a sair da nossa zona de conforto e a enfrentar desafios desconhecidos. Pode ser
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DND: Direto Nas Discursivas

19 que tenhamos que nos adaptar a novos ambientes, aprender novas habilidades ou
20 redefinir nossas metas e objetivos. Essas mudanças nos lembram da importância
21 da flexibilidade e da capacidade de nos ajustarmos às circunstâncias em constante
22 mudança.
23 Portanto, embora o acaso possa nos afastar dos caminhos que planejamos para
24 nós mesmos, também nos oferece a chance de nos reconectarmos com o momento
25 presente e de abraçarmos a vida em toda a sua complexidade e imprevisibilidade.
26 Ao aceitarmos a impermanência como uma parte inevitável da condição humana,
27 podemos cultivar uma maior resiliência e uma maior capacidade de adaptação diante
28 das adversidades que enfrentamos ao longo da vida.
29 Em última análise, a relação entre acaso e determinação é uma dança complexa
30 entre o imprevisível e o previsível, entre o destino e a escolha. Embora não possamos
31 controlar totalmente os eventos externos, podemos escolher como reagir a eles e
32 quais valores orientarão nossas ações. É por meio dessas escolhas conscientes e da
33 determinação em seguir adiante que encontramos significado e propósito em meio à
34 imprevisibilidade da vida.

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Estudos de caso

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(CEBRASPE/MPTO/2024)

Estudo de caso
Cícero tem 81 anos de idade, é viúvo, mora sozinho em uma área rural e não tem rendimentos.
Ele tem três netos e dois filhos, que o visitam eventualmente e o ajudam financeiramente de
forma esporádica. Ele tem apresentado problemas de saúde e foi orientado por um médico local
a procurar um serviço de emergência para internação

Diante da situação hipotética apresentada e com base no que dispõe o


Estatuto da Pessoa Idosa, redija um texto dissertativo acerca dos direitos
de Cícero no que se refere à saúde. Em seu texto, atenda ao que se pede
a seguir.
1 Apresente o conceito de pessoa idosa conforme o referido estatuto.
2 Discuta o papel da família, da sociedade e do Estado em relação à
pessoa idosa.
3 Elenque os direitos garantidos à pessoa idosa no âmbito da saúde.
4 Elenque os direitos garantidos à pessoa idosa no âmbito da assistência
social.

Deverá conter no máximo 15 linhas.

1 Considera-se pessoa idosa aquela com idade igual ou superior a 60 anos, e o estatuto
2 garante a eles prioridades e direitos. Para maiores de 80 anos é ainda assegurada
3 prioridade especial e preferência. No tocante às responsabilidades, é dever da família,
4 da sociedade e do Estado amparar as pessoas idosas, assegurando sua dignidade e
5 bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
6 No âmbito da saúde, é assegurada a atenção integral, por intermédio do SUS,
7 garantindo-lhes o acesso universal e igualitário, na prevenção, promoção, proteção e
8 na recuperação da saúde. À pessoa idosa internada ou em observação é assegurado
9 o direito à acompanhante, segundo o critério médico. Pessoas idosas com mais de 80
10 anos, terão preferência especial, salvo em caso de emergência.
11 No tocante a assistência social, ela é prestada àqueles que dela necessitam,
12 independentemente de contribuição prévia, objetivando, dentre outros, a proteção
13 à velhice; e a garantia de um salário mínimo de benefício mensal ao idoso que
14 comprove não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida
15 por sua família.

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(CS-UFG/PREF.DE BURITI ALEGRE-GO/2024)

Estudo de caso
A assistente social J. está inserida no espaço sócio-ocupacional na área da saúde, numa unidade
de média complexidade. Compareceu ao plantão social a mãe da criança M., 5 anos de idade.
Neste atendimento, a mãe informou que foi lhe solicitado um exame pela cardiopediatra, tendo
em vista a cardiopatia grave que a criança apresentava. Contudo, a mãe evidencia que não reúne
condições de pagar pelo exame, posto que está desempregada, e que, segundo foi informado no
setor de agendamento, a rede de saúde pública não realiza este exame.

Diante deste atendimento, descreva a intervenção empreendida pela


assistente social, considerando aspectos essenciais da conjuntura
de nosso país, tais como: a chamada política de seguridade (saúde,
assistência e previdência social); os princípios e diretrizes da política de
saúde (SUS); a política nacional de atenção integral à saúde da criança;
as ações pautadas nos parâmetros de atuação dos assistentes sociais
na saúde, especificando a dimensão técnico-operativa do Serviço Social
diante dos procedimentos, ações e instrumentais utilizados, tendo como
fio condutor o projeto ético-político profissional e suas defesas sociais.

Deverá conter no mínimo de 20 linhas e máximo 40 linhas.

1 No caso apresentado, durante o atendimento empreendido pela assistente social,


2 verifica-se que essa mãe está em situação de vulnerabilidade social, já que ela está
3 desempregada e não possui meios de pagar o exame da criança. Nesse sentido, é
4 primordial que a profissional a encaminhe para a rede de serviços socioassistenciais
5 articulando ações que promovam, na medida do possível, o ingresso dessa família nos
6 serviços e programas ofertados pelo tripé da seguridade social, ou seja, as políticas de
7 saúde, assistência e previdência.
8 De acordo com os princípios e diretrizes da Lei 8.080 de 1990 (Estatuto da Criança
9 e do Adolescente), o acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência
10 é universal, ou seja, a saúde é um direito de todos e independe de contribuição ou
11 renda, estas são determinadas no âmbito da previdência social que tem um regime
12 de caráter contributivo. No que diz respeito a política de assistência social, é um
13 direito de todo cidadão que dela necessitar e não há contribuição prévia, essa política
14 visa a garantia de mínimos sociais e o provimento de condições que atendam as mais
15 diversas contingências sociais.

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DND: Direto Nas Discursivas

16 Diante desse contexto, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança


17 (PNAISC) contribui e direciona uma atenção especial à primeira infância e às
18 populações em maior vulnerabilidade social, além de objetivar oferecer condições
19 dignas de existência e de pleno desenvolvimento, nesse sentido por meio dos seus eixos
20 estratégicos, essa política contribui também para orientar gestores e trabalhadores
21 em relação às ações e serviços de saúde da criança no território.
22 Conforme os Parâmetros de Atuação para Assistentes Sociais na Saúde, um dos
23 principais eixos de trabalho é o eixo: ações de atendimento direto aos usuários, pois é
24 a partir dele que são realizadas ações socioassistenciais, de articulação com a equipe
25 de saúde e ações socioeducativas, as quais devem ser utilizadas no caso apresentado.
26 Ressalte-se que esse atendimento deve ser pautado no Projeto Ético-Político da
27 profissão numa perspectiva crítica de defesa dos interesses da classe trabalhadora
28 e de compreensão da realidade social em sua totalidade para que haja clareza dos
29 processos sociais e capacidade profissional de enfrentar os desafios colocados, sempre
30 com base no Código de Ética e na Lei de Regulamentação da Profissão, ademais
31 utilizando as legislações sociais necessárias para a condução do atendimento, como
32 o ECA e a PNAISC.
33 Por fim, é primordial mencionar que é por meio da dimensão técnico-operativa que
34 o Serviço Social articula diferentes saberes e os materializa através dos instrumentos
35 de trabalho, nesse caso, através da entrevista, da orientação e da democratização de
36 conhecimentos para que a usuária do serviço tenha acesso aos seus direitos.

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(VUNESP/TJSP/2024)

Estudo de caso
Nas grandes metrópoles do país, é visível a face perversa da questão social: fome, pobreza,
desemprego, moradia na rua estão presentes em toda a extensão das cidades. Apesar desse
cenário, PAS, 37 anos, sem qualificação profissional, desloca-se de sua cidade natal para São
Paulo em busca de novas oportunidades de vida, uma vez sofrer os rebatimentos dessa questão.
Deparou-se com muitas dificuldades de acomodação dado que a ausência de qualificação
profissional impossibilitou sua inserção no mercado de trabalho. Nesse período inicial, PAS
conhece SAS, solteira e a única responsável pelo filho de 13 anos. PAS, diariamente, sai de casa
em busca de trabalho e retorna desanimado, sem perspectivas laborais.
Começa então a beber e, tendo seu comportamento assim alterado, passa a agredir fisicamente o
filho de SAS, que, ao tentar defendê-lo, acaba por ser agredida também.
SAS faz contato com o Conselho Tutelar em busca de orientação para o atendimento do melhor
interesse do adolescente. Atendendo às previsões contidas no artigo 136 do Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), o conselheiro tutelar tomou as providências cabíveis na esfera de sua
competência e representou à autoridade judicial para requerer a concessão de medida protetiva
de urgência ao adolescente. Para ter mais elementos e fundamentar sua decisão, a autoridade
judicial, por sua vez, encaminha a situação ao assistente social para a realização de perícia social.

Com base em Fávero (2018), indique e caracterize três procedimentos


técnicos a serem adotados pelo assistente social para a realização da
perícia social solicitada.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 A perícia social é um instrumento que fornece a opinião técnica do Serviço Social


2 sobre uma dada situação e visa subsidiar a decisão da autoridade judiciária sobre a
3 realidade social vivida pelos sujeitos. É realizada através de um estudo social e tem
4 como registro o laudo e o parecer social, sendo este último a conclusão do laudo.
5 Como processo que compõe a dimensão investigativa da profissão, a perícia social
6 busca conhecer as expressões da questão social na perspectiva de viabilização de
7 direitos. Busca demonstrar assim a trajetória familiar, o acesso (ou não) ao trabalho,
8 habitação, saúde, assistência social e outros programas e políticas sociais, os aspectos
9 de gênero, raça e geração e como isso em conjunto proporciona proteção ou
10 desproteção social.
11 Para compreender esse contexto mais amplo, na realização da perícia o/a Assistente
12 Social poderá fazer uso de diversos procedimentos técnicos, como por exemplo a

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DND: Direto Nas Discursivas

13 visita domiciliar, a entrevista e a análise documental. A visita domiciliar ou entrevista


14 em domicílio permite o conhecimento privilegiado da ambiência familiar e do
15 território, durante a visita poderá ser realizado outros procedimentos, como é o caso
16 da entrevista, uma forma de diálogo direcionado para melhor compreensão e análise
17 da situação. Por último e não menos importante, existe a análise documental, que se
18 mostra fundamental para conhecimento prévio da situação e poder melhor direcionar
19 toda a análise, e possibilitar um registro ético e coerente.
20 Na situação apresentada por SAS envolvendo violência doméstica familiar com
21 ela e seu filho, a perícia social poderá utilizar esses três procedimentos para melhor
22 compreensão do cenário sócio familiar e fornecer subsídios para a autoridade
23 judiciária aplicar medidas cautelares de prevenção, bem como evitar novas formas
24 de violência.
25 Ao realizar uma perícia social, o/a assistente social deve demonstrar os aspectos sociais
26 do contexto social, com fundamentos teóricos, éticos e técnicos de forma rigorosa
27 para melhor subsidiar uma decisão judicial. Portanto, além de um instrumento que
28 avalia e fornece subsídios para a decisão judicial, a perícia pode ser também um
29 momento de encaminhamento para a rede de proteção, como benefícios sociais,
30
Casas de Acolhida e outros serviços disponíveis para a viabilização de direitos sociais.

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(CEBRASPE/PREF. SÃO CRISTÓVÃO-SE/2023)

Estudo de caso
Isaura, de 45 anos de idade, desempregada, mora com sua mãe, de 85 anos de idade, e dois
filhos, João, de quinze anos de idade e deficiente visual, e André, de oito anos de idade. A casa da
família foi parcialmente destruída por um deslizamento de terra provocado por fortes chuvas, e
Isaura, seus filhos e sua mãe foram transferidos para um alojamento provisório.

Considerando a situação hipotética apresentada, redija um texto


dissertativo acerca da proteção social preconizada pela Política
Nacional de Assistência Social (PNAS), voltada à garantia de direitos e
condições dignas de vida. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:
1. o conjunto das seguranças sociais consistentes em segurança de
acolhida, de renda e de convívio ou vivência familiar, comunitária e
social;
2. exemplos de serviços ou benefícios previstos na PNAS aplicáveis à
situação de Isaura e sua família.

Deverá conter no mínimo de 20 linhas e máximo 30 linhas.

1 A proteção social preconizada pela Política Nacional de Assistência Social (PNAS)


2 visa garantir direitos e condições dignas de vida para indivíduos e famílias em situação
3 de vulnerabilidade viabilizando, entre outros aspectos, a segurança de acolhida, a
4 segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia), além da segurança de
5 convívio ou vivência familiar.
6 A segurança de acolhida é crucial na situação de Isaura e sua família, que foram
7 desalojados devido a um desastre natural, para este caso, a PNAS prevê a oferta
8 de abrigos temporários para famílias em situação de desabrigo. Na segurança de
9 acolhida, é necessário que a intervenção profissional seja qualificada para fornecer
10 informações e encaminhamentos acerca da oferta de benefícios e da rede de serviços
11 locais, também trata-se de uma intervenção que deve ir além do atendimento
12 imediato.
13 A segurança de renda é essencial para Isaura, que está desempregada, neste sentido,
14 a PNAS oferece o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário
15 mínimo mensal ao idoso acima de 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer
16 idade com impedimentos de longo prazo, como é o caso de João. Nessa situação de
17 riscos circunstanciais é possível também a oferta de auxílios em caráter transitório,

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18 os chamados benefícios eventuais.


19 Já a segurança de convívio ou vivência familiar, requer uma oferta continuada de
20 serviços que possibilitem o fortalecimento e a restauração dos laços de pertencimento
21 dessa família. Desse modo, a PNAS promove o Serviço de Convivência e Fortalecimento
22 de Vínculos (SCFV), que pode ajudá-los a lidar com a situação atual, fortalecendo
23 seus vínculos familiares e comunitários.
24 Assim, o nível de complexidade da situação exige que o trabalho social com essa
25 família esteja articulado aos diversos serviços de proteção ofertados pelo Estado e
26 forneça respostas rápidas e eficazes para o caso.

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(IBFC/TJ-MG/2022)

Estudo de caso
Adotando como referência o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) considere a
seguinte situação hipotética:
“Mariana e Estéfany são irmãs e cada uma delas conta com, respectivamente, 08 e 10 anos. Devido
a uma série de violações vivenciadas por parte da família de origem foram inseridas em uma
instituição de acolhimento visando a preservação e buscando garantir o pleno desenvolvimento.
A decisão judicial não vedou o convívio com a família de origem”.

Considerando tal situação, e, com base na legislação citada, indique,


quais seriam as medidas adotadas frente ao caso, ainda partindo do
entendimento das responsabilidades aferidas aos profissionais que
integram a equipe técnica da instituição de acolhimento.

Deverá conter no mínimo de 25 linhas e máximo 30 linhas.

1 Em primeiro lugar, é necessário ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente


2 (ECA) estabelece como princípio fundamental o direito à convivência familiar e
3 comunitária, salvo em casos excepcionais e devidamente fundamentados. Nesse
4 sentido, a decisão judicial de não vedar o convívio com a família de origem indica a
5 importância de se buscar alternativas para promover o restabelecimento dos vínculos
6 familiares, desde que isso não represente um risco para o bem-estar das crianças.
7 Ainda de acordo com o ECA no seu Art. 5º nenhuma criança ou adolescente será
8 objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
9 crueldade e opressão. Desse modo, em casos de violência praticada por familiares
10 ou responsáveis que residem com a criança ou adolescente, o ECA prevê essa
11 possibilidade de acolhimento institucional.
12 Diante dessa determinação, os profissionais da equipe técnica da instituição de
13 acolhimento têm o dever de elaborar um plano individualizado de atendimento
14 para cada criança, considerando suas necessidades específicas e o contexto familiar,
15 desenvolvendo assim um estudo da situação e considerando aspectos como: os
16 motivos que levaram ao acolhimento, às demandas específicas das crianças e a
17 dinâmica familiar, para assim elaborar estratégias de intervenção entre elas, além de
18 realizar o acompanhamento da família em colaboração com a rede de serviços do
19 território.

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20 Ademais, é essencial que os profissionais atuem de forma articulada com os órgãos


21 responsáveis pela garantia dos direitos da criança e do adolescente, como o Ministério
22 Público e o Poder Judiciário. No que se refere à convivência com a família de origem,
23 cabe aos profissionais da instituição de acolhimento promover visitas supervisionadas
24 e orientadas, garantindo um ambiente seguro e acolhedor para as crianças.
25 Portanto, nesse contexto é necessário um acompanhamento sistemático da situação
26 familiar, além de reuniões frequentes para o acompanhamento do caso. Articular a
27 rede de proteção será essencial para a garantia de direitos, para evitar novas violações
28 e garantir o pleno interesse e desenvolvimento de Mariana e Estéfany.

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(CEBRASPE/TRT 8ª REGIÃO/2022)

Estudo de caso
Lana, assistente social que trabalha na Vara da Infância e da Juventude, foi demandada para
emitir um laudo e um parecer social sobre a situação Luigi e Rafael, um casal homoafetivo
estrangeiro, ambos com 35 anos de idade, residentes na Itália, com trabalho e residência fixa, e
que já estavam cadastrados no Cadastro Nacional de Adoção. Eles desejam adotar um casal de
irmãos, de 4 e 6 anos de idade, que se encontram em abrigo institucional e que também constam
do Cadastro Nacional de Adoção.

Considerando que o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA)


— cujos maiores beneficiários são as crianças e os adolescentes em
acolhimento familiar e institucional, os quais aguardam o retorno à
família de origem ou a adoção —, é focado na doutrina da proteção
integral prevista na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da
Criança e Adolescente (ECA), elabore um texto dissertativo, atendendo,
necessariamente, ao que se pede a seguir.

1. Comente as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente sobre


o tema.
2. Explique o papel da assistente social na situação hipotética
apresentada.
3. Discorra sobre os aspectos que a assistente social deve avaliar quando
da elaboração do laudo social.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 As famílias são diversas e podem ter várias configurações, podendo ser natural,
2 extensa ou substituta, para tanto, o ECA não determina a orientação sexual dos
3 pais, reconhecendo o direito de casais homoafetivos de constituírem famílias. A
4 adoção é uma forma de retorno da criança e adolescente à convivência familiar na
5 modalidade de família substituta, podendo ser realizada inclusive por estrangeiros,
6 com regramentos específicos.
7 Na adoção, sempre que possível, o adotando deverá ser previamente ouvido por
8 uma equipe interprofissional, e em casos de grupos de irmãos estes não devem ser
9 separados, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
10 que justifique plenamente a excepcionalidade, procurando-se, em qualquer caso,
11 evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. Portanto, a vontade do casal
12 de estrangeiros em adotar os irmãos está de acordo com a legislação brasileira. Os

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13 irmãos devem ser ouvidos a respeito da vontade de serem adotados pelo casal e devem
14 ser preparados para o convívio. A colocação da criança ou adolescente em família
15 substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior,
16 realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude.
17 Este acompanhamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional e deverá
18 ser apresentado laudo fundamentado ao final. Como são estrangeiros, o estágio de
19 convivência será cumprido no território nacional,
20 O papel da assistente social, além do acompanhamento do estágio de convivência,
21 é a análise de possível convívio, com vistas a emitir laudo e parecer, em matéria de
23 sua competência, que possam subsidiar as decisões dos magistrados sobre a possível
23 adoção. O laudo social do Assistente Social deverá narrar e descrever as vontades, a
24 convivência, as potencialidades e limites, a capacidade protetiva e demais elementos
25 da análise social. Após o acompanhamento e análise, deve-se produzir um relatório
26 e laudo minucioso, os quais detalhem o período de convivência entre o casal e as
27 crianças, observando o melhor interesse da criança e do adolescente. Seu parecer
28 social deve apresentar uma opinião técnica e fundamentada que dê indicações e
29 subsídios para a decisão do magistrado sobre a possível adoção, explicitando as razões.

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(VUNESP/TJ-SP/2022)

Estudo de caso
A sra. Maria, 28 anos, solteira, reside em casa alugada com três filhos – Luis, João e Rosa – com
idades de 11, 8 e 2 anos, respectivamente. Em razão de constantes chuvas na região, sua casa
encontra-se na iminência de desabar, fato este menosprezado pelo proprietário do imóvel, já
informado do risco.
Desconhece o paradeiro dos pais das crianças. Recentemente, adquiriu um fogão, já efetuou
o pagamento de 3 prestações, faltando 7 para finalizar esse compromisso. No entanto, ocorre
que, no momento, ela se encontra desempregada e, devido ao uso de substâncias psicoativas, a
sra. Maria, de forma espontânea, procurou pelo Conselho Tutelar e pediu à equipe apoio para
conseguir realizar um tratamento e também para conseguir auxílio financeiro, sendo acolhida
pela rede socioassistencial nesse sentido.
Houve busca por familiares extensos pelo Conselho Tutelar, porém a maioria vive fora deste
estado. Uma tia que mora em cidade vizinha também não pôde ficar com as crianças, devido às
condições de vida naquele momento, motivo pelo qual o Conselho Tutelar realizou o acolhimento
institucional emergencial das crianças. A respeito do caso apresentado

Deverá conter no máximo 25 linhas.

a) Analise as condições sociofamiliares, identificando 2 fatores


determinantes do acolhimento das crianças.

1 As condições sociofamiliares desse caso demonstram que existem fatores de grave


2 risco, os quais são determinantes para o acolhimento institucional, o primeiro é a
3 situação de risco de desabamento e o contexto social dessa família, que revelam a
4 falta de condições mínimas favoráveis ao desenvolvimento e segurança das crianças.
5 Ademais, há o uso de substâncias psicoativas realizado pela mãe e a ausência da
6 família extensa, o que resulta em um cenário de desamparo e vulnerabilidade dessas
7 crianças.
8 O acolhimento institucional diz respeito a uma medida excepcional, por isso
9 mesmo provisória. Desse modo, recorre-se a ela quando todos os recursos para a
10 manutenção da criança ou do adolescente na família de origem ou extensa forem
11 esgotados. Ainda que a família se encontre em situação de vulnerabilidade social e
12 econômica, isso não corresponde a um motivo para destituição do poder familiar e
13 acolhimento institucional, nessa situação seria necessário articular a rede de proteção
14 socioassistencial para trabalhar com essa família meios para a sua manutenção.

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15 Assim, é importante ressaltar que não se deve culpabilizar essa mãe pela condição
16 de vulnerabilidade, pois a situação socioeconômica precária vivenciada faz parte de
17 uma estrutura social bem maior, entretanto, a situação demonstra uma violação de
18 direitos fundamentais das crianças e o Estado tem o dever de promover a proteção
19 delas, pois o interesse da criança tem prevalência e o acolhimento funciona como
20 uma medida temporária de proteção para que posteriormente e em segurança as
21 crianças sejam reintegradas à família.

b) Discorra sobre 2 aspectos que devem ser contemplados no Plano


Individual de Atendimento das crianças em acolhimento institucional.

1 Para garantir um Plano Individual de Atendimento (PIA) eficaz às crianças em


2 acolhimento institucional, é fundamental contemplar aspectos que visem ao seu
3 desenvolvimento integral e à garantia de seus direitos. Primeiramente, é essencial
4 considerar o aspecto psicossocial, proporcionando um ambiente acolhedor e seguro
5 que promova o bem-estar emocional e a saúde mental das crianças. Isso inclui o
6 acesso a atividades lúdicas, culturais e educativas que estimulem seu desenvolvimento
7 cognitivo e emocional, bem como o acompanhamento psicológico individualizado
8 para lidar com possíveis traumas e dificuldades emocionais decorrentes da situação
9 de acolhimento.
10 Em segundo lugar, o PIA deve contemplar aspectos relacionados à educação e
11 ao desenvolvimento escolar das crianças. É fundamental garantir seu acesso à
12 educação formal, com acompanhamento pedagógico que respeite seu ritmo de
13 aprendizagem e estimule seu desenvolvimento educacional. Além disso, é importante
14 promover atividades extracurriculares e de inclusão social que contribuam para seu
15 desenvolvimento pessoal e social, garantindo seu direito à educação e à socialização.
16 Portanto, o PIA deve ser elaborado de forma individualizada, considerando as
17 necessidades específicas de cada criança, e deve ser constantemente avaliado e
18 atualizado para garantir sua eficácia e adequação às necessidades em constante
19 desenvolvimento das crianças em acolhimento institucional.

c) Elabore um parecer social com ênfase em 2 princípios que orientam a


permanência e o desligamento das crianças do serviço de acolhimento
institucional.

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1 Diante da situação apresentada envolvendo a sra. Maria e seus três filhos, é


2 necessário considerar dois princípios fundamentais que orientam a permanência
3 e o desligamento das crianças do serviço de acolhimento institucional, são eles: o
4 princípio da excepcionalidade do afastamento do poder familiar e o princípio da
5 provisoriedade do afastamento do poder familiar.
6 O princípio da excepcionalidade do afastamento do poder familiar, determina que
7 todos os esforços devem ser empreendidos para manter o convívio das crianças com
8 a família nuclear ou extensa, visando que o afastamento delas do contexto familiar
9 seja uma medida de caráter excepcional, a qual é aplicada apenas quando há
10 situações de graves riscos à integridade física. Desse modo, essa medida representa
11 o melhor interesse da criança, bem como, o menor prejuízo do seu processo de
12 desenvolvimento.
13 Já o princípio da provisoriedade do afastamento do poder familiar, determina que
14 o acolhimento é necessário para garantir a proteção da criança em momentos
15 específicos devendo haver empenho para viabilizar o retorno seguro ao convívio
16 familiar no menor tempo possível.
17 Todas as decisões relacionadas à criança devem ser tomadas levando-se em conta
18 seu bem-estar e seu desenvolvimento integral. No caso em questão, é fundamental
19 buscar alternativas que garantam o melhor interesse das crianças, seja por meio
20 de medidas de proteção no âmbito familiar extenso ou comunitário. Portanto,
21 diante da gravidade da situação e da necessidade de proteção imediata das crianças,
22 recomenda-se que o acolhimento institucional seja mantido até que seja possível
23 garantir um ambiente seguro e adequado para seu desenvolvimento.

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(FGV/TRT-PB/2022)

Estudo de caso
Sofia sempre teve uma relação difícil com seus pais, em especial com seu pai. Aos 13 anos começou
a namorar com Ricardo, provocando a ira de seu pai, o Sr. Cristóvão, que exigiu o término do
romance, alegando que até a maioridade a filha era sua propriedade. Em meio a uma acalorada
discussão, o Sr. Cristóvão esmurrou e chutou Sofia, causando-lhe ferimentos externos e internos
que levaram-na à morte.

De acordo com a Lei Maria da Penha e Lei nº 13.104/15:


a) Identifique a quais formas de violência Sofia foi submetida.
b) Este crime pode ser classificado como feminicídio? Por quê?
c) O crime do Sr. Cristóvão é passível de aumento de pena? Por quê?

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 As mulheres estão cotidianamente em situação de violência no Brasil, especialmente


2 a violência doméstica e familiar, são aproximadamente mais de 1.300 vítimas de
3 feminicídio por ano. A maioria dos agressores são os companheiros ou maridos, mas
4 em muitos casos também o genitor, irmão ou outra pessoa da convivência familiar e
5 afetuosa, como ocorreu com Sofia, que barbaramente teve a vida ceifada pelas mãos
6 de seu genitor.
7 Percebe-se que o caso de Sofia seguiu um ciclo de progressão da violência, iniciando
8 por violência psicológica com a tentativa de controle dos comportamentos dela e
9 evoluiu para a violência física, ambas tipificadas na Lei Maria da Penha. A morte de
10 Sofia, decorrente de traumas da violência física, demonstra o ódio e crueldade do
11 genitor, que a esmurrou e chutou por motivo torpe e com emprego de meio cruel,
12 o que caracteriza feminicídio, ou seja, o homicídio de uma mulher direcionado a
13 esta por simplesmente ser mulher. Além disso, o genitor demonstra desprezo à sua
14 vida ao tratá-la como propriedade, pois é notório que ao considerá-la assim, há um
15 menosprezo ou discriminação à sua condição de mulher autodeterminada.
16 O feminicídio é o homicídio cometido contra mulheres em decorrência de sua
17 condição de gênero. Trata-se de um crime que envolve ódio, desprezo ou discriminação
18 contra o sexo feminino. Trata-se da forma extrema e letal da violência de gênero e foi
19 convertido em homicídio qualificado e colocado na categoria de crime hediondo a

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20 partir da lei 13.104 de 2015. Em casos de feminicídio, há alguns critérios que versam
21 sobre o aumento de pena, que pode ser aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se
22 o crime for praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, dentre outras formas,
23 o que se aplica no caso do assassinato de Sofia.
24 Este caso demonstra a importância de maior atenção às mulheres adolescentes em
25 situação de violência, necessitando tanto de campanhas educativas na mídia, nas
26 escolas e nas comunidades ajudando a identificar violências e impedindo que elas
27 evoluam para situações irreparáveis. É papel do Estado e da sociedade ações para
28 que meninas e mulheres possam viver livres do medo e da violência.

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(CS-UFG/PREFEITURA DE ITIQUIRA- MT/2022)

Estudo de caso
J.F.D., de 39 anos, trabalhador braçal, desempregado, com consulta médica previamente
agendada na Unidade de Saúde da Família (USF), comparece para ser atendido na data e hora
marcadas. Durante o atendimento médico queixava-se de cansaço, fadiga, impaciência, insônia
e que há um mês vem apresentando fortes dores nas costas que irradiam para os membros
inferiores, principalmente para a perna direita. Informa ainda que já fez uso de antiinflamatórios
e de relaxantes musculares que foram prescritos por um profissional na unidade de pronto
atendimento (UPA) e que após o término da medicação, as dores continuaram ainda mais
fortes. Ao exame, usuário se apresentava ansioso, com face de sofrimento, emagrecido, pressão
arterial 140x95 mmHg, respiração 26 irpm e frequência cardíaca de 88 bpm, sendo o mesmo
encaminhado para consulta com o ortopedista e para atendimento psicológico e social. Após os
atendimentos e tratamentos necessários, JFD já apresentando melhora do quadro clínico inicial,
recebe a visita da equipe da estratégia saúde da família sendo agendadas as consultas para o
acompanhamento necessário.

De acordo com a Lei n. 8.080/1990, que regulamenta as ações e serviços


de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), identifique os
princípios do SUS que estão presentes no caso relatado e justifique sua
resposta.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 O caso de J.F.D., um trabalhador desempregado que busca atendimento na Unidade


2 de Saúde da Família (USF), apresenta diversos elementos que refletem os princípios
3 fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme estabelecidos pela Lei n.
4 8.080/1990.
5 Nesse sentido, o atendimento prestado na USF é destinado a toda a população, sem
6 qualquer discriminação ou restrição. J.F.D., mesmo desempregado, tem acesso ao
7 serviço de saúde, respeitando o princípio da universalidade do SUS. Bem como o
8 caso de J.F.D. é abordado de forma integral, considerando não apenas os sintomas
9 físicos, mas também as questões psicológicas e sociais que podem estar relacionadas
10 à sua condição de saúde. Ele é encaminhado não apenas para consulta com o
11 ortopedista, mas também para atendimento psicológico e social, garantindo uma
12 abordagem ampla de seu quadro clínico.
13 Por outro lado, o SUS busca garantir que todos tenham acesso igualitário aos serviços
14 de saúde, priorizando aqueles que mais necessitam. J.F.D., mesmo desempregado

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15 e sem condições financeiras estáveis, recebe o atendimento necessário na USF,


16 demonstrando o compromisso com a equidade no acesso à saúde e o seu atendimento
17 ocorre em uma Unidade de Saúde da Família, inserida em uma estratégia de
18 regionalização que busca descentralizar os serviços de saúde e garantir o acesso da
19 população à atenção básica, de forma integrada e articulada com outros níveis de
20 atenção do sistema de saúde. Por fim, temos a visita da equipe da estratégia saúde
21 da família para agendar consultas de acompanhamento para J.F.D. evidenciando o
22 princípio da descentralização, que busca fortalecer a gestão e a prestação de serviços
23 de saúde nos diferentes níveis do sistema, aproximando-os das comunidades e
24 garantindo uma atuação mais próxima e efetiva.
25 Portanto, o caso de J.F.D. demonstra a aplicação dos princípios do SUS, destacando o
26 compromisso do sistema com a universalidade, integralidade, equidade, regionalização
27 e descentralização no atendimento à saúde da população brasileira.

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(FUNDATEC/SUSEPE-RS/2022)

Estudo de caso
Lucinda Souza chega ao CRAS em busca de informações sobre o Benefício de Prestação
Continuada (BPC) para seu filho Davi Souza, de onze anos, diagnosticado com autismo severo
por um psiquiatra que recomendou que buscasse o serviço social em seu relatório médico. Dona
Lucinda tem trinta anos, está desempregada e diz que não consegue pagar pelas despesas da
criança, pois consegue em média R$400 (quatrocentos reais) mensais vendendo doces em casa.
Durante a visita domiciliar, o profissional de serviço social constata que Lucinda mora com o
filho e o marido, José Souza, de trinta e três anos, que também está desempregado e que enfrenta
problemas com o alcoolismo.

Considerando essa situação hipotética supramencionada, elabore um


texto dissertativo argumentativo, apresentando o posicionamento
profissional adequado a esse caso.

Deverá conter no mínimo de 15 linhas e máximo 30 linhas.

1 De acordo com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) o Centro de


2 Referência de Assistência Social (CRAS) faz parte da proteção social básica e atua
3 com famílias e indivíduos no contexto comunitário objetivando a orientação e o
4 convívio sociofamiliar e comunitário. Além disso, funciona como porta de entrada
5 das famílias para o acesso à política de assistência social.
6 Faz parte da proteção social básica a oferta de benefícios, como o Benefício de
7 Prestação Continuada – BPC. Este Benefício é ofertado para pessoas com deficiência
8 em situação de vulnerabilidade social, o que é o caso de Davi, filho de Lucinda,
9 que possui Transtorno do Espectro Autista - TEA - severo. Logo, caberá ao CRAS
10 acolher essa demanda e identificar as demandas de Lucinda, realizando a inclusão
11 dela no Cadastro Único, pois é um critério básico para a concessão do BPC.
12 Caberá a o profissional realizar a orientação social necessária e informar as
13 documentações necessárias, com o CPF, laudo médico, comprovante de endereço e
14 demais necessidades. Pela renda declarada por Lucinda e pela condição de TEA, há
15 o perfil para ser beneficiária, conforme o que dispõe a Lei Orgânica da Assistência
16 Social (LOAS). Ainda será necessário o encaminhamento ao INSS.
17 Ainda há a possibilidade de inclusão em outros benefícios ou programas de
18 transferência de renda que possam contribuir para retirar essa família da situação

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19 de vulnerabilidade socioeconômica na qual se encontram. Além disso, é fundamental


20 que o/a assistente social busque articular ações intersetoriais com outros órgãos e
21 serviços da rede de proteção social, tais como saúde, educação e trabalho, visando
22 garantir uma abordagem integral da família. Isso inclui também o encaminhamento
23 de José para serviços especializados de tratamento do uso indevido de álcool, como
24 o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-AD), Ainda é necessário que Davi seja
25 acompanhado por serviço de reabilitação, tenha acompanhamento profissional e
26 especializado, para ter mais autonomia e melhoria de vida.
27 O BPC é um benefício fundamental para pessoas com deficiência conseguirem uma
28 renda mínima para sobrevivência, mas além disso, é de suma importância que os
29 serviços do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) estejam articulados com as
30 demais políticas no território para garantir uma proteção social integral .

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(VUNESP/UNESP/2021)

Estudo de caso
S.C., Assistente Social, atua em uma organização da sociedade civil, inscrita no Conselho
Municipal de Assistência Social (CMAS), voltada ao atendimento da população em situação de
rua. Durante o período do inverno, é expressiva a procura de ajuda dos integrantes desse segmento
para receberem cobertores, agasalhos e alimentação, uma vez serem desprovidos de condições
mínimas de sobrevivência. A organização depara-se com sérias dificuldades financeiras para
efetivação de sua proposta, razão pela qual a Assistente Social não atende ao pedido de ajuda feito
por M.L.P. que, atualmente, passa as noites na rua, protegida apenas por uma pequena marquise.
Na manhã seguinte, M.L.P. foi internada com diagnóstico de pneumonia, considerando sua
exposição ao frio em seguidas noites. Continua em tratamento e seu estado de saúde é grave.

Tendo em vista as determinações da Lei nº 8.662/1993, de regulamentação


da profissão, discorra sobre duas competências de Assistente Social em
relação à situação apresentada.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 Entre os princípios da Política Nacional para a População em Situação de Rua,


2 estão o respeito à dignidade da pessoa humana e o atendimento humanizado e
3 universalizado. Desse modo, os profissionais que atendem esse público precisam ter
4 uma abordagem ética e pautada em competências e habilidades que proporcionem
5 os direcionamentos adequados para os atendimentos.
6 No que se refere ao Serviço Social, a Lei que regulamenta a profissão, estabelece
7 competências específicas para o Assistente Social, visando garantir a defesa e os
8 direitos da população em situação de vulnerabilidade. A situação apresentada, não
9 só é uma negligência da profissional, como também ignora as competências presentes
10 na legislação vigente da profissão, tendo em vista que, compete ao/à assistente social
11 orientar os indivíduos ou grupos identificando os recursos necessários para que os
12 seus direitos sejam defendidos.
13 Outra competência do/da Assistente Social é encaminhar providências e orientar os
14 indivíduos e a população. Desse modo, ela precisaria fazer a articulação necessária
15 com o Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), referenciado pelo
16 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e Centro POP,
17 pois esse serviço prevê a segurança de acolhida, em que a pessoa em situação de
18 rua precisa ter sua identidade, integridade e história de vida preservada, conforme

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19 consta na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.


20 Além disso, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) realizam suas atividades
21 com a finalidade de fornecer serviços que são de interesse público, desse modo,
22 trabalham em parceria com o poder público. Portanto, esse caso explicitou uma
23 forma de negligência e omissão por parte da profissional, que deixou de atender a
24 uma demanda urgente e relevante da população em situação de rua, explicitando
25 também uma falta de conhecimento sobre os serviços de proteção social disponíveis
26 na rede.

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DND: Direto Nas Discursivas

(FUVEST/USP-RESIDÊNCIA/2020)

Estudo de caso
Paula é uma jovem negra e reside em um bairro periférico da cidade de São Paulo. Ela está
gestante de sete meses e chega ao pronto socorro do Hospital-Maternidade acompanhada de
sua prima. Algumas horas depois, Paula dá luz à sua filha, que nasceu prematura e terá de ficar
em observação na UTI neonatal. No dia seguinte, a assistente social vai à enfermaria realizar
atendimento com a paciente e registra-o no relatório a seguir:

Paula M.S., 23 anos, solteira, tem Ensino Médio incompleto, está desempregada e não tem
nenhuma fonte de renda própria. Refere morar com a sua tia materna e mais dois primos em
uma casa de três cômodos em um bairro da região leste da cidade de São Paulo, com pouca
infraestrutura e precário acesso aos serviços públicos. A paciente conta que, ao descobrir a
gestação, passou a fazer acompanhamento de pré-natal no próprio hospital, mas perdeu algumas
consultas. A princípio disse que se confundiu com os horários, depois afirmou que não tinha
dinheiro para a condução e, por fim, falou que não fez um acompanhamento regular, pois as
consultas eram agendadas no período da manhã, momento em que ela estava dormindo após
passar a noite na casa de conhecidos usando drogas. Paula refere que é usuária de álcool, maconha
e crack desde os 16 anos, quando sua mãe faleceu, e gasta uma parte importante do seu dia com
o uso de substâncias psicoativas. Paula relata que durante uma consulta do pré-natal pediu ajuda
à sua médica para ser internada e “ficar limpa” (sic), mas não se sentiu acolhida pela profissional
que lhe disse que, com um pouco de força de vontade e lembrando-se dos riscos que as drogas
trazem para o bebê, tudo ficaria bem e lhe entregou um papel para que Paula fosse ao CAPS AD,
sem dar maiores explicações. Paula não foi ao CAPS AD e contou que, muitas vezes, se sentiu
angustiada com a ideia de tornar-se mãe. Preocupava-se por não ter um emprego fixo, morar de
favor com a tia e não ter apoio do pai da criança. Segundo ela conta, tais sentimentos negativos
lhe fizeram aumentar o consumo de drogas. Contou também que pensou algumas vezes em
abortar ou deixar a criança para doação, mas, com o desenvolvimento da gestação, ela foi se
apegando ao bebê “que crescia dentro dela” (sic) e acreditava que, com o nascimento da criança,
talvez ela tivesse mais forças para cuidar melhor de si. Porém, pode-se observar que Paula não
apresenta qualquer estratégia para lidar com a fissura e a abstinência das drogas. Por fim, Paula
relata que o relacionamento familiar é conflituoso, pois sua tia lhe cobra maior responsabilidade
e não aprova que ela use drogas, mas se sente amparada pela prima.

A) Quais os procedimentos interventivos que cabe à/ao profissional


realizar diante da complexidade relatada no caso descrito? Indique e
explique três ações e/ou encaminhamentos necessários vinculados às
atribuições e competências profissionais.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

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1 A atuação do assistente social em casos complexos, como o de Paula, requer


2 uma abordagem ética, sensível e comprometida com a garantia dos direitos e a
3 promoção do bem-estar dos indivíduos envolvidos. Diante da situação apresentada,
4 é fundamental que a assistente social realize uma intervenção pautada nos princípios
5 e valores do Serviço Social, visando orientar, prestar esclarecimentos e promover a
6 defesa dos direitos de Paula e de sua filha.
7 Primeiramente, é responsabilidade da assistente social prestar um atendimento
8 livre de preconceitos e pautado nos valores éticos da profissão. Nesse sentido, é
9 necessário acolher Paula de forma empática, sem julgamentos, criando um ambiente
10 seguro para que ela possa expressar suas angústias, medos e necessidades. A escuta
11 qualificada permitirá uma compreensão mais profunda de sua situação e facilitará a
12 identificação de possíveis soluções.
13 Em segundo plano, a assistente social deve orientar Paula sobre seus direitos e os
14 direitos da criança, ressaltando que a criança tem direito à proteção integral e ao
15 acesso a políticas públicas que permitam seu desenvolvimento saudável. Além disso,
16 é importante destacar que a mãe tem o direito de entregar sua filha para adoção,
17 se assim desejar, e para que isso ocorra o atendimento precisa acontecer de forma
18 ética e sem constrangimentos, com encaminhamento obrigatório para a Justiça da
19 Infância.
20 Outra ação relevante é o encaminhamento de Paula para acompanhamento
21 psicossocial especializado, como o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas
22 (CAPS AD), considerando seu uso de substâncias psicoativas e seus sentimentos
23 conflituosos em relação à maternidade, nesse espaço, ela poderá receber apoio
24 psicológico e social para lidar com a sua situação.
25 Por fim, a assistente social deve realizar a articulação com a rede de proteção social,
26 como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Conselho Tutelar,
27 para garantir que Paula e sua filha tenham acesso aos benefícios e serviços a que
28 têm direito, como o Bolsa Família, auxílio-maternidade e acompanhamento do
29 desenvolvimento infantil. Essas ações são fundamentais para garantir que Paula
30 receba o apoio necessário para lidar com sua situação e para promover o bem-estar
31 dela e de sua filha, preservando seus direitos e fornecendo orientações para um
32 acompanhamento sistemático por uma equipe inter e multidisciplinar.

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DND: Direto Nas Discursivas

B) Cite e justifique três valores e/ou princípios éticos que devem nortear
as respostas profissionais da/o assistente social neste atendimento.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 Na prática profissional, é crucial refletir sobre nossas ações para evitar intervenções
2 imediatistas ou ultrapassadas. A ética fornece as regras necessárias para uma prática
3 em consonância com os valores democráticos do Serviço Social. No caso de Paula,
4 uma jovem negra gestante em situação de vulnerabilidade, é fundamental que os
5 princípios éticos da profissão norteiam o atendimento.
6 O primeiro princípio ético é a defesa intransigente dos direitos humanos e a recusa
7 ao arbítrio e ao autoritarismo. Independentemente da situação, os direitos humanos
8 são inalienáveis, e é papel do/a assistente social assegurar que Paula tenha acesso a
9 eles, mesmo diante de seus desafios pessoais.
10 O segundo princípio ético é o exercício profissional sem discriminação. É problemático
11 que um relatório revele qualquer forma de discriminação, como a velada no caso de
12 Paula por ser usuária de álcool e outras drogas. A profissional deve agir com empatia
13 e sem preconceitos.
14 O terceiro princípio ético é o compromisso com a qualidade dos serviços e o
15 aprimoramento intelectual. É essencial que o/a assistente social esteja comprometido
16 com a qualidade do atendimento e busque constantemente se aprimorar para
17 oferecer respostas qualificadas às demandas.
18 Dessa forma, é necessário que o/a assistente social seja capacitado/a para
19 desenvolver respostas qualificadas para as demandas do cotidiano, sempre visando à
20 preservação e efetivação dos direitos da população de forma ética e comprometida. É
21 imprescindível que a prática profissional esteja alinhada com os valores e princípios
22
éticos da profissão, garantindo um atendimento humanizado e respeitoso às pessoas
23
em situação de vulnerabilidade, como Paula e sua filha.

C) Mioto, no texto “Orientação e acompanhamento social a indivíduos,


grupos e famílias” (CFESS, 2009, p.497-512), evidencia a necessidade
do caráter educativo na orientação e acompanhamento de indivíduos,
grupos e famílias. Descreva como se pode desenvolver esse caráter
educativo em relação ao atendimento relatado.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

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1 A intervenção do/a assistente social no caso de Paula deve ser pautada pelo caráter
2 educativo, visando não apenas a resolução imediata dos problemas apresentados, mas
3 também o fortalecimento da autonomia e a capacidade de reflexão da usuária sobre
4 sua realidade. O caráter educativo da profissão se relaciona com a possibilidade de
5 orientar e conduzir as ações profissionais para que elas possam atender às necessidades
6 e demandas dos indivíduos. Para que isso ocorra no caso apresentado, a profissional
7 precisaria realizar um processo reflexivo na sua abordagem, ultrapassando o
8 imediatismo das ações e buscando respostas eficazes para a situação exposta.
9 Para desenvolver esse caráter educativo, algumas estratégias podem ser adotadas no
10 atendimento a Paula. Em primeiro lugar, é fundamental que o/a assistente social
11 promova um espaço de diálogo e escuta ativa, no qual Paula possa expressar suas
12 vivências, dificuldades e expectativas de forma acolhedora e sem julgamentos. Além
13 disso, é importante que o/a profissional forneça informações claras e acessíveis
14 sobre os serviços e recursos disponíveis para ela, como programas sociais, assistência
15 psicossocial e programas de apoio à maternidade.
16 Outra estratégia educativa é o estímulo à reflexão, nesse caso, especialmente em
17 relação ao uso de substâncias psicoativas durante a gestação. O/a assistente social
18 pode proporcionar espaços de reflexão sobre os impactos do uso de drogas na saúde
19 do bebê e no seu desenvolvimento, incentivando Paula a buscar ajuda especializada
20 para lidar com essa questão.
21 Por fim, é fundamental que o/a assistente social trabalhe em parceria com outros
22 profissionais e instituições, como o CAPS AD e o Conselho Tutelar, para garantir
23 um atendimento integral e qualificado a Paula e sua filha. Assim, atendimento é
24 uma oportunidade dos/as assistentes sociais exercitarem a sua dimensão educativa,
25 contribuindo para que a população tenha acesso a informações importantes para o
26 exercício da cidadania.

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(CEBRASPE/DP-DF/2020)

Estudo de caso
L.M.F. tem 45 anos de idade e trabalha há muitos anos como merendeira na secretaria de
educação do seu estado. Casada há 10 anos, tem duas filhas, uma de nove e outra de sete anos
de idade. Seu marido trabalha de carteira assinada como motorista de ônibus. A merendeira
procurou ajuda no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), pois, segundo ela, não
aguenta mais o que está vivendo.
Ela conta que seu marido sempre foi muito ciumento, desde o início do namoro, mas que ela não
se importava, pois sabia lidar com ele. No entanto, a situação se agravou bastante com o passar
do tempo. Ansiosa e muito chorosa, tenta explicar como a situação chegou ao que chama de “o
inferno que virou sua vida”. Diz que foi aos poucos, que atualmente sua vida está horrível e que
tem medo até de enlouquecer.
Seu marido a persegue o tempo todo, e ela se sente injustamente vigiada. Além disso, ele inventa
coisas horríveis a seu respeito. Certa vez, só porque ela parou para conversar com um vizinho, ele
espalhou para toda a vizinhança que os dois estavam tendo um caso e que ela tinha virado uma
mulher fácil, “apesar de ela estar velha e gorda”. L.M.F. se sentiu muito humilhada, ofendida e
ridicularizada. Depois desse episódio, conta, ele chorou, pediu desculpas e ficou bonzinho por
uns tempos.
L.M.F diz que se sente cada vez mais sozinha: já faz certo tempo que o marido a proibiu de
conversar com suas amigas, porque as considera más influências, e recentemente também
implicou com sua irmã, dizendo que ela é namoradeira. Foi proibida, portanto, de visitar sua
família e nunca mais viu sua mãe, com quem está muito preocupada. Quando se queixa, o
marido fala que ela tem de ser obediente. Pensa em ir visitá-la escondido, mas tem medo de que
ele descubra, o que a deixa mais angustiada ainda, pois, quando ele é contrariado, faz coisas
horríveis.
No ano passado, ele foi até a escola em que L.M.F. trabalha, onde suas filhas também estudam,
e fez um escândalo porque a esposa participou de uma comemoração de aniversário. Ele faz
ameaças e a vigia constantemente. L.M.F. diz que agora o marido inventou que religião é
bobagem e perda de tempo. Ela sempre foi católica, mas depois disso deixou de frequentar a
igreja — coisa que adorava fazer —, pois sente medo de sair de casa.
Tem medo dele porque ele é imprevisível. Às vezes, parece estar tranquilo e, de repente, faz
coisas terríveis. No inicio do ano, queimou um vestido que ela adorava, pois o considerava muito
decotado. No último aniversário dela, ele ficou furioso ao vê-la com um vestido novo, disse que
era roupa de prostituta e que estava feia e ridícula. Agora está controlando seus gastos, diz que
mulher casada não precisa ficar gastando dinheiro à toa com enfeites, pois já tem marido. De vez
em quando, ele mexe na bolsa dela e pega seu dinheiro. Também pegou o cartão da poupança
dela e disse que só vai devolvê-lo se ela merecer.
Outra coisa que a está deixando muito nervosa é o medo de engravidar novamente. O marido
passou a jogar fora as pílulas anticoncepcionais que ela recebe da Unidade Básica de Saúde.
Além disso, ele não a respeita nos dias em que ela não pode, ou simplesmente não quer, ter
relações sexuais. Conta que depois ele se arrepende e fica carinhoso novamente, dizendo não

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saber o que acontece com ele.


Por fim, contou que ontem foi a gota d’água, que ele ficou muito irritado e desconfiado porque
ela chegou mais tarde do trabalho e a acusou, mais uma vez, de traição e a xingou de vagabunda
e outros nomes do tipo, agredindo-a violentamente. Ela gritou muito, pediu socorro, mas acabou
desmaiando. Agradeceu a Deus as crianças não estarem em casa no momento. Está apavorada,
acha que o marido está fora de si e que da próxima vez ele a matará.

Considerando essa situação hipotética bem como as disposições da Lei


n° 11.340/2006 — Lei Maria da Penha —, que visa criar mecanismos para
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, atenda ao que
se pede a seguir.
1 Identifique cinco tipos de violência contra a mulher existentes na
situação apresentada.
2 Defina esses cinco tipos de violência.
3 Apresente duas possibilidades de assistência a essa mulher vítima de
violência.

Deverá conter no máximo 20 linhas.

1 Essa situação expõe a realidade da violência doméstica e familiar enfrentada por


2 muitas mulheres em nosso país. Ao longo do relato, são identificados diversos tipos
3 de violência contra a mulher, previstas na Lei Maria da Penha, como: a violência
4 psicológica, moral, patrimonial, sexual e física.
5 Em primeiro lugar, a violência psicológica se manifesta através do controle
6 abusivo do marido, que a persegue, a vigia constantemente e a humilha perante
7 sua comunidade, o que prejudica a sua autodeterminação. Em seguida, temos a
8 violência moral, evidenciada nas difamações e humilhações públicas. Paralelamente,
9 a violência patrimonial também está presente, com o controle dos gastos de L.M.F.,
10 a subtração de seu dinheiro e a tomada do cartão da sua poupança.
11 Além disso, ainda ocorre a violência sexual, pois o marido desrespeita sua autonomia
12 reprodutiva ao jogar fora suas pílulas anticoncepcionais e pratica o estupro conjugal
13 ao não respeitar sua negativa para relações sexuais. Por fim, a violência física atinge
14 seu ápice com as agressões violentas e ameaçadoras que L.M.F. sofre, culminando,
15 inclusive, no seu desmaio.
16 Diante dessa grave situação, é imperativo assistência imediata à L.M.F, prestada
17 de forma articulada pelo SUS, SUAS e a segurança pública. Cabe a solicitação
18 das Medidas Protetivas de Urgência e encaminhamento para a autoridade policial.
19 Além disso, o encaminhamento para a rede de proteção, como casas de acolhida,
20 centros de referência da mulher, auxílio-aluguel e demais direitos socioeconômicos.
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(IBFC/TJ-PE/2017)

Estudo de caso
Analise o relato abaixo:
“Maria Lucia é Assistente Social do TJ e foi designada para acompanhar o caso da família de
Ana Rosa (39 anos) e seu esposo Julio Cesar (41 anos). O casal tem quatro filhos: Miguel de
01 ano; Ana Julia de 04 anos; Guilherme de 11 anos e Gabriel de 15 anos. Os responsáveis
pela família estão desempregados e a família reside em situação de pobreza extrema, na região
mais vulnerável do Município de Sucupira. Atualmente a família não possui nenhuma renda
mensal fixa. Apesar de apresentarem vínculos afetivos fortes, foi proposto pelo Conselho Tutelar
que as crianças sejam inseridas em uma instituição de acolhimento em decorrência da pobreza
vivenciada pela família, requisitando até a suspensão do poder familiar.
A argumentação do Conselheiro Tutelar que encaminhou o caso seria de que Ana Rosa e Julio
Cesar não manifestam vontade alguma de trabalhar, argumento refutado pelos familiares que,
pela baixa escolaridade encontram apenas trabalhos pontuais, o que resulta em baixa renda e na
dificuldade de atender as necessidades básicas da família”.

Considerando o relato retratado supra, construa um texto de natureza


dissertativa-argumentativa, indicando quais medidas adotaria
frente ao caso,e, comentando ainda qual a análise pode ser feita do
posicionamento do Conselho Tutelar. Indique argumentos sólidos,
usando como referência, especialmente, o Estatuto da Criança e do
Adolescente e os dispositivos legais que orientam a prática do Assistente
Social.

Deverá conter no máximo 30 linhas.

1 O direito à convivência familiar e comunitária está previsto no Estatuto da Criança


2 e do Adolescente (ECA), um direito comumente violado. Sugerir a perda do poder
3 familiar por insuficiência financeira reforça a lógica punitivista de culpabilização
4 das famílias pela situação de vulnerabilidade social que vivenciam, como é o caso de
5 Ana Rosa, Julio Cesar e os seus quatro filhos.
6 Em conformidade com o ECA, a falta ou carência de recursos materiais não constitui
7 motivo suficiente para a perda ou suspensão do poder familiar. No caso apresentado,
8 Ana Rosa, Julio Cesar e seus quatro filhos apresentam vínculos afetivos fortes, assim,
9 a saída proposta pelo Conselho Tutelar fere a legislação e os direitos dessa família. A
10 perda do poder familiar é uma medida extrema e excepcional e que não cabe neste
11 caso.
12 Para a situação de extrema pobreza e desemprego, a assistente social Maria Lúcia

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13 deve oferecer orientação e encaminhamento para programas, serviços e benefícios


14 de assistência social, analisar profundamente e identificar as potencialidades desta
15 família. Desta forma a família será acompanhada de forma sistemática para ter os
16 seus direitos garantidos.
17 A orientação social e parecer social da assistente social será fundamental para
18 viabilização dos direitos através das políticas sociais, especialmente da assistência
19 social, emprego e renda e educação. A viabilização de proteção social para esta
20 família se mostra salutar, haja vista que enfrentam dificuldades decorrentes da falta
21 de oportunidades, sendo necessária a atuação do Sistema de Garantia de Direitos.
22 Em suma, entende-se que o caminho a ser adotado é o de fortalecimento de vínculos.
23 Além dos encaminhamentos e orientações dadas à família, ressalta-se o dever ético
24 profissional de relatar a conduta do Conselho tutelar aos órgãos competentes por
25 sua fiscalização, afinal, além de apresentar policiamento de comportamentos e
26 uma atitude punitivista, o órgão agiu em prejuízo do direitos dessa família, agindo,
27 inclusive, contra o próprio ECA.

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(IDECAN/SME-RN/2016)

Estudo de caso
Segundo Iamamoto, 12, “O conhecimento da realidade deixa de ser um mero pano de fundo
para o exercício profissional, tornando-se condição do mesmo, do conhecimento do objeto junto
ao qual incide a ação transformadora ou esse trabalho” (1997, p. 42).
Identificação das crianças:
• Antônio F. Mendes Filho e José F. Mendes, ambos com quatro anos; a mãe, Margarida, deixa
as crianças na creche antes de ir para o trabalho.
• Maria F. Mendes, de 10 anos, estuda no período da tarde.
Situação familiar:
• Margarida A. Mendes, 39 anos, casada, doméstica em uma residência, com carteira assinada
e trabalha das 8 às 17h.
• Antônio F. Mendes, 42 anos, desempregado, responsável por cuidar da limpeza da casa,
almoço e levar a filha de 10 anos para a escola no período da tarde.
Exposição do caso no CRAS (Centro de Referência da Assistência Social):
• Em relação ao atendimento no CRAS, a Assistente Social atendeu a Sra. Margarida que,
de início, relatou que não gostaria que o pai, o Sr. Antônio, fosse chamado, pois ele é muito
nervoso e que tem medo do que o mesmo poderia fazer com ela e as crianças.
• A Sra. Margarida, muito assustada, relatou à profissional, que trabalha como doméstica em
casa de família com carteira assinada durante todo o dia e que é mãe de três filhos, sendo
uma de 10 anos e os outros dois gêmeos, ambos com quatro anos; além disso, é casada com
Antônio há 13 anos e procura o CRAS com medo de perder o Bolsa Família, pois sua filha de
10 anos não quer ir para a escola, pedindo à mãe, Sra. Margarida, que a leve para o serviço,
pedido este que a mãe não atende.
• Indagada sobre sua relação com o Sr. Antônio e este com os filhos, a mesma relata ser muito
nervoso e agitado com ela e as crianças, que por qualquer motivo fica agressivo. A profissional
questiona se ele já a violentou ou as crianças, ela se expressa com a cabeça baixa e diz que
ele sempre fica muito nervoso e já a agrediu, mas acha que isto acontece devido ao fato
de ele estar desempregado, mas, que, na última briga, em que o mesmo chegou em casa
embriagado e a agrediu, ela o ameaçou de chamar a polícia e, mediante a isso, ele se acalmou
nesta última semana.
• A Assistente Social questiona à mãe se a mesma notou algum comportamento diferente da
filha ou alguma marca pelo corpo da mesma; ela alega que havia umas manchas vermelhas
no corpo da filha e esta apresenta problemas com o sono e tem medo da hora do banho, e
que chega tomar vários banhos por dia.
• Questionada com muita cautela pela profissional se a mãe desconfiava de algum tipo de
maus-tratos do pai com a filha e se havia procurado ajuda do Conselho Tutelar, ou se a
escola a procurou devido às faltas escolares da filha, a mãe disse que esta foi a primeira vez
que solicita ajuda e que não havia recebido nenhum tipo de comunicado da escola. Muito

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assustada, a mãe pede novamente para que o pai não seja comunicado sobre a procura
ao CRAS e que acha que o pai agrediu a filha de alguma forma, mas preferia não acreditar,
pois somente foi até a unidade por necessitar do Bolsa Família e que tem medo de perder a
guarda dos filhos.

Mediante o estudo social exposto, discorra sobre a prática profissional


do Assistente Social, os tipos de violação dos direitos encontrados e dê
o prosseguimento necessário, apresentando uma solução para o caso
através da unidade responsável.

Deverá conter no mínimo de 25 linhas e máximo 30 linhas.

1 O caso apresentado envolve uma situação complexa que demanda uma intervenção
2 imediata por parte da Assistente Social. A prática profissional nesse contexto requer
3 sensibilidade, ética, comprometimento e uma compreensão ampla das questões
4 envolvidas. Diante disso, é essencial identificar as violações de direitos, por meio
5 de uma escuta qualificada e propor encaminhamentos adequados para garantir a
6 proteção e o bem-estar da família.
7 Nessa situação é necessário envolver a articulação de diferentes serviços e órgãos para
8 garantir a proteção da família, especialmente da criança, por sua situação de possível
9 violação de direitos. Quanto mais precoce for a intervenção, melhor será para ela.
10 Neste cenário, é fundamental comunicar em primeira instância ao Conselho Tutelar
11 para garantir a proteção integral das crianças e a avaliação da situação familiar para
12 que sejam tomadas as medidas cabíveis para a segurança e bem-estar das mesmas.
13 Cabe à notificação a este órgão em casos de suspeita ou confirmação.
14 É imprescindível também o acolhimento e o apoio psicossocial à Margarida e às
15 crianças, visando oferecer suporte atendimento social e emocional, orientação
16 e proteção imediata contra a violência doméstica. Em seguida, é necessário o
17 encaminhamento da família para o Centro de Referência Especializada da Assistência
18 Social, onde poderão receber acompanhamento especializado e orientações para o
19 enfrentamento da violência doméstica, além do encaminhamento para o acesso a
20 serviços de saúde e jurídicos, se necessário.
21 Por fim, é essencial o acompanhamento constante da família pelo CRAS, oferecendo
22 suporte social, acompanhamento psicossocial e orientações para acesso aos benefícios
23 sociais para situações de violência, visando garantir a autonomia e a superação das
24 dificuldades enfrentadas. A orientação social para Margarida, especialmente no
25
tocante as medida protetiva previstas na Lei Maria da Penha.
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Guia Prático:
Modelos prontos de questões discursivas
e estudos de caso em serviço social

Shellen Galdino

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