Libras - Aspectos Fundamentais
Libras - Aspectos Fundamentais
fundamentais
O selo DIALÓGICA da Editora InterSaberes faz referência às publicações que privilegiam uma
linguagem na qual o autor dialoga com o leitor por meio de recursos textuais e visuais, o que torna o
conteúdo muito mais dinâmico. São livros que criam um ambiente de interação com o leitor – seu
universo cultural, social e de elaboração de conhecimentos –, possibilitando um real processo de
interlocução para que a comunicação se efetive.
Nesta obra, optamos pelo uso da sigla Libras (como nome da língua
estudada) por ser a forma mais usada nos documentos oficiais.
Salientamos também que os capítulos trazem concepções teóricas que
tratam a Libras como constitutiva de sujeitos surdos, mas que demanda a
relação entre eles para que seja adquirida, isto é, sua aquisição não ocorre
de forma espontânea, sem interação e intervenção social.
um
Língua de sinais como língua das comunidades
surdas
Beatriz Aparecida dos Reis Turetta
Cristina Broglia Feitosa de Lacerda
1.1
1.2
1.3
Línguas de sinais
As línguas de sinais nem sempre foram reconhecidas enquanto línguas
naturais. Por muito tempo foram consideradas variações da língua oral
majoritária, com gestos e sinais tidos como sem nenhuma consistência
linguística. Foi somente a partir de 1960 que alguns pesquisadores
voltaram o olhar para as características que compunham as línguas de
sinais. Os estudos de Stokoe (1978) foram pioneiros nessa área. Ao
registrar a estrutura da língua de sinais americana, esse autor possibilitou
que ela fosse reconhecida enquanto língua e abriu caminho para que
outras línguas sinalizadas também pudessem ser estudadas e
reconhecidas.
1.4
É importante estar atento a esse fato, porque essa língua não emerge
naturalmente – ela só pode ser adquirida na interação com pares e, nesse
sentido, é preciso um trabalho social ativo para que a criança surda tenha
acesso a ela e a desenvolva. Além disso, não é superior nem inferior a
qualquer outra língua, pois se desenvolve e se expande de acordo com a
necessidade de seus usuários.
1.4
Aquisição da Libras
Afirmamos desde o início desta obra que os seres humanos se constituem
a partir das relações estabelecidas com o outro. O desenvolvimento de
uma criança, por exemplo, acontece na e pela linguagem. É no contato
com os membros mais experientes de seu grupo social que ela tem
oportunidade de construir sua subjetividade. Essa afirmação vale
também para a pessoa com surdez.
Não é uma tarefa simples para as famílias, que precisam mudar suas
concepções, inclusive a mais comum – de que a surdez/deficiência
auditiva é uma doença que tem tratamento. Geralmente, o senso comum
e as indicações médicas de reabilitação dos sujeitos surdos por
treinamentos de fala e utilização de aparelhos auditivos (ou implantes
cocleares) imperam durante a infância, período essencial ao
desenvolvimento da língua e da linguagem.
Em geral, a orientação da área médica é de que o desenvolvimento da
oralidade só se dará se a criança não tiver acesso à língua de sinais. Assim
são feitas diversas tentativas de oralização, impedindo a criança de ter
contato com a língua de sinais. A maioria das famílias acaba aceitando a
língua de sinais apenas posteriormente, após um frustrado período de
tentativas de que essas crianças falem, o que, por vezes, estende-se por
anos.
1.4.2
A vida social dessas crianças não está organizada numa língua que lhes
seja acessível. Elas estão no mesmo espaço físico que suas famílias e
convivem com diversas pessoas, mas a possibilidade de se constituir a
partir das relações sociais como ser de linguagem não se efetiva, pela
falta de uma língua compartilhada que possibilite processos de
significação. Nesse sentido, a escola é o único lugar em que a criança tem
a oportunidade de estar inserida num ambiente linguístico favorável à
construção de uma língua acessível que favoreça sua subjetividade.
1.4.3
Síntese
Este capítulo teve como intuito destacar a importância da aquisição da
língua e linguagem nos processos de desenvolvimento humano. Os temas
abordados procuraram dar destaque ao papel que as línguas de sinais
assumem no desenvolvimento das pessoas que nascem com surdez e
que, devido ao deficit auditivo, não têm acesso às línguas orais. Tais
línguas são consideradas naturais das pessoas surdas por não precisarem
de nenhum processo de ensino-aprendizagem e/ou treinamento para
serem adquiridas. Assim como as línguas orais, as línguas de sinais são
adquiridas por meio do contato e da interação com os membros mais
experientes da cultura surda.
Indicações culturais
O GAROTO selvagem. Direção: François Truffaut. França: Silver Screen,
1970. 83 min.
Esse filme narra a história de uma criança de 11 ou 12 anos que anda e come
como um animal selvagem. Ela foi encontrada por caçadores e despertou
o interesse do professor Jean Itard, que estudou seu comportamento. Por
não ter tido contato com humanos, essa criança não havia desenvolvido
nenhum tipo de linguagem até então. Itard começa a educá-la, e os
resultados são surpreendentes.
Esse filme narra a história de Mr. Holland, um professor de música que tem
sua vida mudada com a descoberta da surdez de seu filho e que atribui à
escola e à esposa a tarefa de educar o filho. Até que Holland decide fazer
um concerto adaptado em homenagem ao seu filho, iniciativa que muda
sua relação com o filho e sua percepção sobre a surdez.
Atividades de autoavaliação
1. Indique se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou
falsas (F):
1. A língua de sinais é a língua natural dos surdos.
2. Uma pessoa que nasce surda desenvolve a língua de
sinais mesmo que não esteja em contato com usuários
dessa língua.
3. A aquisição da língua de sinais se dá em contato com os
usuários mais fluentes da comunidade surda.
4. Somente surdos são capazes de se comunicar em
língua de sinais.
Atividades de aprendizagem
Questões para reflexão
1. Pense no número de pessoas com quem você se relaciona e
em quantas delas conhecem a Libras. Se não houver alguém
surdo na família ou algum contato muito íntimo com alguma
pessoa com dificuldades auditivas, dificilmente você
conseguirá fazer uma lista com mais de cinco pessoas
fluentes em Libras ou que saibam alguns sinais. Esse
exercício simples nos remete a ideia de que embora a Libras
seja uma língua reconhecida no Brasil, está longe de ser
reconhecida e valorizada nos diferentes espaços de relações
sociais.
2. Você já pensou em aprender Libras ou se aproximar da
comunidade surda de seu município? Quem sabe você possa
ser alguém que fará a diferença na constituição dessas
pessoas! Talvez, organizar eventos acessíveis, grupos de
estudos ou, até mesmo, passeios que viabilizem um maior
contato entre os surdos e ouvintes. Que tal?
dois
Língua oral-auditiva e língua gesto-visual
Vinícius Nascimento
Samantha Camargo Daroque
2.1
2.3
2.3
6
Transcrição fonética conforme variação padrão de São Paulo feita pelo Portal da
Língua Portuguesa, disponível em: <http://www.portaldalinguaportuguesa.org/>.
Acesso em: 4 fev. 2019.
7
Exemplo retirado de Quadros e Karnopp (2004).
2.5
Iconicidade de arbitrariedade das línguas gesto-visuais
As línguas gesto-visuais, pelo fato de serem percebidas pela visão e
transmitidas pelas mãos, pelo rosto e pelo corpo, têm a capacidade de
representar certos conceitos espacial-temporais e captar as
características físicas do referente, tomando-os como base para a
criação dos sinais. Tais propriedades são nomeadas de iconicidade e
permitem que as línguas de sinais tenham estruturas morfológicas não
totalmente arbitrárias e que podem ser similares entre as línguas de
sinais.
Tyler Olson/Shutterstock
Síntese
Indagações a respeito das comparações entre línguas orais-auditivas e
gesto-visuais existirão por muito tempo. Os estudos sobre as línguas de
modalidade gesto-visual iniciadas por Stokoe abriram novas frentes de
pesquisas e descobertas nos campos de estudos linguísticos para as
línguas de sinais faladas pelas comunidades surdas ao redor do mundo e,
além disso, abalaram conceitos clássicos da linguística moderna fundada
por Ferdinand de Saussure.
Atividades de aprendizagem
Questões para reflexão
9. A língua de sinais, por ser uma língua de modalidade
gesto-visual, é comumente confundida com a
pantomima realizada por atores profissionais.
Entretanto, diferente da pantomima, a compreensão
da língua de sinais não se dá apenas associando os
gestos aos referentes, ou seja, como língua, a relação
entre o signo gestual e os referentes é bem limitada.
Por outro lado, a dimensão gestual da língua de sinais
facilita a interação dos surdos com ouvintes, por se
estar no limite entre a iconicidade da pantomima e a
arbitrariedade de um sistema linguístico. Reflita sobre
as possibilidades comunicativas que os surdos
extraem da língua de sinais para as comunicações
cotidianas.
10.A dimensão gestual da língua de sinais possibilita uma
maior facilidade na interação entre os surdos e os
ouvintes que não conhecem essa língua. Certamente,
essa interação será limitada às situações mais
corriqueiras. Caso a comunicação seja mais complexa,
faz-se necessária a presença de um intérprete. Você já
teve a oportunidade de se comunicar com surdos?
Quais foram os recursos que você utilizou nessa
interação? Caso ainda não saiba a língua de sinais e
queira interagir com a comunidade surda, faça uso
dessa dimensão gestual que, aliada a uma boa
articulação orofacial e/ou à escrita, poderá ajudar em
situações comunicativas menos complexas.
três
Sistema linguístico da Libras
Mariana de Lima Isaac Leandro Campos
Joyce Cristina Souza Almeida
3.1
3.2
Fonologia da Libras
Antes de versarmos sobre os aspectos fonológicos da Libras,
comentaremos brevemente a respeito da fonética e da fonologia no
âmbito da linguística geral. A fonética é o campo da ciência linguística que
estuda, descreve e analisa os sons da linguagem humana e suas
particularidades acústicas. Sua unidade mínima é o som da fala ou fone.
Já a fonologia estuda os sons do ponto de vista funcional, identificando o
modo como eles se estruturam e organizam os fonemas, os quais,
combinados a outros elementos de diferenciação, formam morfemas,
palavras e frases. Enquanto os estudos fonéticos se preocupam em
descrever, os estudos fonológicos se ocupam em descrever e interpretar
os sons de uma determinada língua e/ou sua função linguística.
Espaço
Cabeça Tronco Mão
neutro
Olhos Cotovelo
Nariz Pulso
Boca
Bochechas
Queixo
tronco
3.2.3
Movimento (M)
O movimento é outro parâmetro do nível fonológico que constitui o sinal e
pode ser executado de diferentes formas. Os movimentos podem variar
em função do tipo, da direcionalidade, bem como da maneira e frequência
com que são executados. Conforme Brito, “O tipo do movimento pode
estar nas mãos, pulsos e antebraço. Quanto à direcionalidade do
movimento, pode ser unidirecional, bidirecional ou multidirecional”.
(Brito, citado por Quadros; Karnopp, 2004, p. 55).
3.2.4
3.2.
3.3
Morfologia
A morfologia estuda a estrutura, a formação e a classificação das palavras
(na língua portuguesa) ou dos sinais (em Libras). Para identificarmos e
compreendermos uma palavra, precisamos contar com a informação
fonética/fonológica (dominar a pronúncia, os sons, a sequência de sons),
a informação morfológica (saber como o plural se forma, como o gênero é
marcado, perceber as relações entre as palavras), a informação sintática
(saber onde a palavra se encaixa na estrutura) e a informação semântica
(compreender o significado – ou os significados – da palavra) (Quadros;
Karnopp, 2004).
intensidade
3.4
Semântica
De acordo com Quadros e Karnopp (2004, p. 21), a semântica “é o estudo
do significado da palavra e da sentença”. Uma descrição semântica pode
ser expressa em diferentes níveis linguísticos: morfológico, lexical,
sintático, entre outros. Em português e na Libras, alguns aspectos
semânticos quanto ao significado das palavras são sinonímia, antonímia,
homonímia, paronímia e polissemia.
3.5
Sintaxe
A sintaxe é a área da linguística responsável por estudar a relação que as
palavras estabelecem entre si no interior das sentenças, isto é, ela se
compromete com a estrutura das sentenças. De acordo com Quadros e
Karnopp: “Os seres humanos são capazes de compreender e produzir um
número infinito de sentenças que jamais foram produzidas em outro
momento. Obviamente, não há uma lista de todas as sentenças possíveis
à disposição de cada falante em uma determinada língua”.
Laura está muito feliz, pois mudou-se com seus pais para uma casa nova
na cidade. O pai de Laura se chama João, e sua mãe se chama Maria. Ele é
formado em química, e ela, em pedagogia.
Figura 3.18 – Exemplo do mesmo texto em Libras
Observando o texto, é possível perceber diversos elementos
gramaticais estruturais da Libras, mas, para o presente estudo,
interessam-nos aqueles fundamentados na relação dada com os
referentes do discurso. Em Libras, algumas estratégias precisam ser
adotadas para tornar o discurso espacialmente mais organizado e,
consequentemente, evidente para o interlocutor. Ao soletrar o nome de
João, pai de Laura, a sinalizante teria de direcionar levemente o corpo e o
olhar para a esquerda do leitor (conforme a indicação da seta), local
escolhido por ela para referenciar a personagem do pai. Em seguida, ao
soletrar o nome de Maria, mãe de Laura, a sinalizante direcionaria o corpo
e o olhar para o lado oposto ao de João, ou seja, de acordo com o exemplo,
ela se voltaria para a direita do leitor. Para mencionar a formação dos pais
de Laura, a sinalizante retoma os referentes anteriormente estabelecidos
no espaço por meio de apontamentos e direcionamento do tronco e olhos.
3.6
Pragmática
A pragmática estuda a linguagem em seu pleno uso, levando em conta o
contexto e os princípios de comunicação. Para Fiorin (2013b, p. 181-182), a
pragmática “estuda as condições que governam a utilização da
linguagem”, isso implica também o “estudo da relação entre a estrutura da
linguagem e seu uso”. Por conta disso, Quadros e Karnopp (2004, p. 22-23)
e Kail (2013, p. 84-86) salientam que a pragmática inclui o estudo da dêixis
(uso de elementos da linguagem por meio de demonstração/indicação,
que envolve o uso de pronomes), das pressuposições (inferências e
antecipações baseadas no que foi dito, admitindo-se informações não
explícitas no enunciado), dos atos de fala (produções de enunciados em
determinada situação de comunicação), das implicaturas
(elementos/ideias que estão subentendidos nas entrelinhas do discurso),
entre outros.
Considerando que toda e qualquer língua pode ser estudada pelo viés da
pragmática, com as línguas de sinais não poderia ser diferente. Todavia,
existem poucas pesquisas dedicando-se aos estudos pragmáticos da
Libras e propondo-se a identificar as minúcias da língua, as situações
comunicativas e seu funcionamento e os fatores que se colocam
explícitos e/ou implícitos ao enunciado.
Síntese
A Libras foi oficialmente reconhecida como meio de comunicação e
expressão através da Lei n. 10.436/2002. Trata-se de uma língua de
modalidade visuoespacial, dotada de estrutura gramatical própria. Vale
ressaltar que a Libras representa a língua brasileira de sinais, o que
implica dizer que cada país tem a sua, desmistificando a ideia de
universalidade entre as línguas de sinais.
A partir dos estudos realizados pelo linguista William Stokoe em 1960,
que identificaram traços mínimos distintivos na língua de sinais
americana, também conhecidos como parâmetros, a linguística passou a
observar as línguas de sinais sob outro viés. Neste capítulo, estudamos os
níveis linguísticos da Libras, a saber: fonológico, morfológico, sintático,
semântico e pragmático. A seguir, apresentamos dois esquemas que
sintetizam e elencam os principais conceitos expostos abordados.
Indicações culturais
ESTRUTURA gramatical da Libras por Ronice Quadros. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=O66o7B
vuYwA>. Acesso em: 6 fev. 2019.
Atividades de aprendizagem
Questões para reflexão
1. Após a leitura do capítulo, você deve ter notado que a Libras,
assim como qualquer outra língua, tem suas especificidades
e está intimamente relacionada aos fatores culturais das
comunidades surdas. Analisando a realidade dos usuários da
Libras e relacionando-a aos conhecimentos adquiridos,
observe os sinais referentes à palavra goiaba, a seguir, e
reflita: Algum desses sinais está correto? Por quê?
capítulo
quatro
Estrutura da Libras e expressão de
conceitos
Vinícius Nascimento
Rimar Ramalho Segala
Mas a língua, como desempenho de toda linguagem,
não é nem reacionária nem progressista;
ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é
impedir de dizer, é obrigar a dizer.
Roland Barthes
4.1
[…]
4.2
4.2.1
4.2.2
4.3
4.4
Síntese
Neste capítulo, acompanhamos algumas maneiras de expressar
conceitos em Libras. Todavia, existem muitos outros recursos dados pela
língua e pela modalidade linguística que contribuem para expressar
conceitos. Por ser uma língua, os conceitos expressos por ela/nela são,
obviamente, construídos no âmbito da partilha cultural de seus falantes.
Indicações culturais
MENSAGEM de Natal e Ano Novo para todos… 2015/2016. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=bUukWur
3LOY&feature=youtu.be>. Acesso em: 7 fev. 2019.
ESCOLA bilíngue para surdos??? Por que não escola bilíngue de surdos?
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_2Fck29XVsc>.
Acesso em: 7 fev. 2019.
Nesse vídeo, o sinalizante apresenta um discurso político argumentativo
sobre os usos das preposições “de” e “para” (em português) no âmbito da
escola de/para surdos. Para tanto, ele faz uso de marcadores
interrogativos retóricos em seu discurso.
Atividades de autoavaliação
1. Com relação à discussão realizada no texto sobre a
expressão de conceitos pela língua, podemos afirmar que:
1. Sem uma língua, é impossível expressar conceitos, pois
é a linguagem verbal que possibilita, enquanto
conjunto de signos internalizados no âmbito de uma
comunidade socialmente organizada, a conformação
de ideias e da realidade por meio da partilha desse
mesmo sistema.
2. Um conceito pode ser expresso sem um sistema
semiótico partilhado, porque para ser representado
não depende, necessariamente, de um signo verbal,
mas, sim, de qualquer sistema, como a dança, por
exemplo.
3. A linguagem verbal é um sistema semiótico pobre
porque cada pessoa diz o que quer dizer independente
do que o outro é capaz de compreender.
4. O desenho é o melhor sistema para a elaboração de
conceitos complexos, uma vez que possibilita a
expressão individual e artística da nossa subjetividade.
2. Assinale a alternativa que indica as funções das ENMs nas
línguas de sinais:
1. Função emotiva e função gramatical.
2. Função gramatical e função gráfica.
3. Função emotiva e função agramatical.
4. Função direcional e função gramatical.
3. Os marcadores linguístico-discursivos o-que, quem, pra-
que, por-que são usados para:
1. enunciados exclamativos e retóricos.
2. enunciados retóricos e interrogativos.
3. enunciados emotivos e retóricos.
4. enunciados visuais e emotivos.
4. Segundo a pesquisadora brasileira Moreira (2007), a
descrição em Libras pode ser feita por meio de dêiticos
utilizados em espaços mentais integrados. O espaço mental
sub-rogado é o que possibilita:
1. a descrição de objetos empíricos presentes no espaço
de enunciação.
2. a descrição de objetos e sujeitos imaginários.
3. o apontamento de objetos e coisas distantes do
sinalizante.
4. a descrição e incorporação de objetos, coisas e
personagens em seus tamanhos, formas e
movimentos.
5. Nascimento (2003) descreveu algumas metáforas
encontradas em Libras. A metáfora que apresenta
elementos culturais da comunidade surda é a
1. metáfora visual.
2. metáfora equivalente.
3. metáfora parecida.
4. metáfora diferente.
Atividades de aprendizagem
Questões para reflexão
1. Todos os seres humanos utilizam as expressões faciais e
corporais na comunicação cotidiana. Elas fazem parte da
capacidade humana de interagir e se comunicar, que é,
conforme discutimos no texto, um traço constitutivo de
todas as pessoas. Entretanto, nas línguas de sinais, as
expressões faciais e corporais possuem função prosódica,
isto é, sem elas, a produção dos sinais fica completamente
sem sentido e sem vida. Elas funcionam como as entonações
nas línguas orais e, por isso, sua ausência na
comunicação com surdos dificulta a compreensão e a
interação por meio dessa língua. Reflita sobre como seria se
comunicar em língua portuguesa sem o uso das entonações
e tente transpor isso às línguas de sinais. Seria possível uma
língua de sinais apenas com sinais manuais e sem a
expressividade de todo o corpo?
2. Em língua de sinais, o uso das apontações nos espaços à
frente do corpo para função dêitica constitui a enunciação.
Entretanto, os ouvintes também fazem uso delas durante a
comunicação, mas, conforme as expressões faciais e
corporais, as apontações nas línguas orais possuem funções
complementares à linguagem verbal. Nas línguas de sinais, a
apontação tem função linguístico-discursiva e está atrelada
à dimensão gesto-visual dessa língua. O uso de espaços
mentais na enunciação em língua de sinais refere-se a
elementos de coesão e coerência no discurso. Reflita sobre
as sobreposições espaciais em uma sinalização. Seria
possível se comunicar com surdos colocando todas as
construções sintáticas no espaço neutro à frente do corpo?
Pense a respeito da necessidade de uso das apontações e
dos espaços como aspectos discursivos em língua de sinais.
cinco
Libras no território brasileiro
Sarah Leite Lisbão
Cristina Broglia Feitosa de Lacerda
5.1
5.2
5.3
Figura 5.7 – Sinal para a sentença “Olá, tudo bem?” (sinalizado por surdos
mais jovens)
Atividades de autoavaliação
1. O que significa a sigla LSCB?
1. Linguagem de Signos das Capitais Urbanas Brasileiras.
2. Linguagem de Signos dos Centros Urbanos do Brasil.
3. Língua de Signos das Cidades do Brasil.
4. Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros.
2. Como a língua de sinais foi difundida a partir do Ines?
1. A língua de sinais foi difundida pelas mãos dos ex-
alunos do Imperial Instituto de Surdos-Mudos do Rio de
Janeiro.
2. A língua de sinais foi difundida pelas mãos dos
professores do Imperial Instituto de Surdos-Mudos do
Rio de Janeiro.
3. A língua de sinais foi difundida pelas mãos dos médicos
e ortofonistas do período imperial.
4. A língua de sinais foi difundida pela Igreja Católica.
3. Como Flausino José da Costa Gama é considerado?
1. Como o precursor da primeira impressão em litografia
no Brasil.
2. Como o primeiro desenhista de língua de sinais no
Brasil.
3. Como o primeiro surdo repetidor do Imperial Instituto
de Surdos-Mudos.
4. Como o precursor da dicionarização da língua de sinais
no Brasil.
4. Com relação às línguas de sinais atualmente utilizadas no
Brasil, é possível afirmar:
1. Existe uma língua de sinais no território brasileiro:
apenas a Libras.
2. Existem pelo menos duas línguas de sinais em
circulação no território brasileiro.
3. Não existem línguas de sinais no Brasil.
4. Existem duas línguas: a língua de sinais internacional e
a língua brasileira de sinais.
5. Sobre os fatores linguísticos (variação linguística)
apresentados no capítulo, é possível afirmar:
1. Faixa etária, tecnologia, localização geográfica,
mercado de trabalho, distribuição socioeconômica,
gênero e escolaridade não são fatores que contribuem
para as variações.
2. A Libras não apresenta regionalismos (variações) e
neologismos.
3. Faixa etária, tecnologia, localização geográfica,
mercado de trabalho, distribuição socioeconômica,
gênero e escolaridade são fatores pertencentes ao
campo da variação linguística.
4. A Libras apresenta menos regionalismos que as línguas
orais.
Atividades de aprendizagem
Questões para reflexão
1. Analise a imagem a seguir e, de acordo com as reflexões
levantadas no texto, discuta a questão da variação
linguística no contexto que ela exprime.
Guilherme Guatan/Flickr/CC BY 2.0
2. Em sua opinião, qual é a importância de elaborar um
dicionário ou glossário de língua de sinais? Discuta com
colegas a esse respeito e exponha seu posicionamento em
um texto simples.
seis
Libras no contexto educacional
Vanessa Regina de Oliveira Martins
Sarah Leite Lisbão
6.1
Você já parou para pensar que a educação de pessoas surdas não pode
ser pensada da mesma forma que a educação de uma pessoa que ouve?
Isso parece comum de se dizer, mas, na prática, há uma imensa
dificuldade de se concretizar. Além disso, quais são os problemas de uma
educação pensada de modo igual para pessoas surdas e ouvintes?
Rapidamente, diríamos que a grande questão está na diferença
linguística.
Segundo Luz (2013, p. 41), “quem vive uma língua de maneira inteligível e
irrestrita, tanto no sentido cultural quanto sensorial, tem facilitadas
experiências de aparição”. Isto é, um surdo que pode utilizar uma língua
que já de início não lhe confere nenhum impedimento sensorial, sem
dúvida se sente incluído e mais realizado no grupo social.
Ocorre que essa “aparição”, proposta por Luz (2013), não ocorre de
maneira simples, muito menos no interior da escola. Isso porque
presentificar a Libras e os aspectos culturais das pessoas surdas no
interior das práticas educacionais é desafio vigente e que se dá por
fatores humanos, por ideias circulantes, por uma padronização do como
e o que se ensina na escola, e, principalmente, da língua de instrução que
deve se manter. Vale ressaltar a primazia para o uso e circulação da língua
oral portuguesa no Brasil. Poucos são os espaços de uso da língua de
sinais, o que reforça a luta pela sobrevivência linguística desse grupo
minoritário que “aparece” por meio desse idioma (Luz, 2013).
6.2
6.3
6.4
É certo que a língua de sinais não é adquirida sem contato com falantes
dessa língua. Como ficam as questões educacionais descoladas das
questões linguísticas? Posto isto, há a reivindicação da manutenção de
escolas de surdos que se constituem como espaços bilíngues, nos quais a
língua de sinais é ensinada como primeira língua, e a língua oral, como
segunda língua, na modalidade escritai, com valorização e transição de
ambas as línguas no espaço escolar.
O fato é que a Libras deve ser garantida como língua de instrução tanto
nas escolas comuns, nas salas bilíngues, como nas escolas bilíngues de
surdos, e isso não é nada fácil, mas é um direito da comunidade surda.
Conforme já explicitamos, não estamos falando de salas com intérpretes
nos anos iniciais de escolaridade, mas, sim, de professores bilíngues em
Libras/português. A questão é que nos anos iniciais (educação infantil e
ensino fundamental), o aprendizado por processo tradutório não tem se
mostrado tão relevante, uma vez que os alunos são muito pequenos e, na
maioria dos casos, estão em fase de aquisição da língua de sinais (Lodi;
Lacerda, 2009), por serem filhos de pais ouvintes.
Uma educação bilíngue se faz com surdos, para surdos e pelos surdos.
Diante disso, apoiamos as mudanças históricas e continuamos seguindo
e partilhando lutas por uma educação mais justa e ética: uma educação
de surdos, e não uma educação de ouvintes para surdos. A língua de sinais
é uma língua sem impedimento para o surdo e que o constitui de modo
integral? Afirmamos que sim! Por ela, o sujeito surdo pode, naturalmente,
constituir-se como sujeito de direito sem nenhum impedimento orgânico.
Sendo assim, esperamos que esse ponto de partida (a língua) seja pensado
para produzir mudanças curriculares, propostas visuais, já que os surdos
se constituem pela visão e precisam de uma pedagogia que corresponda
a essa visualidade que os constitui. São esses aspectos atuais que movem
as lutas surdas (Perlin, 1998).
Síntese
Neste capítulo, abordamos que a educação de surdos passou por diversos
movimentos e distintas práticas educacionais. Tem sido comum pensá-la
por práticas homogêneas, na igualdade de ações para pessoas que
ouvem. Aspectos históricos mostram que a abordagem oralista
prevaleceu historicamente, e isso se revela pela relação de poder e de
controle no uso da língua oral, sendo essa a língua majoritária. Portanto,
práticas de exclusão linguística são recorrentes na história da educação
de surdos.
Atividades de autoavaliação
1. Quais são as abordagens educacionais presentes na história
da educação de surdos, mencionadas neste capítulo?
1. Comunicação total, construtivismo, escola nova.
2. Bilinguismo, comunicação total, construtivismo.
3. Escola nova, oralismo, comunicação total.
4. Oralismo, comunicação total, bilinguismo.
2. Assinale o evento que marcou a implantação do oralismo
puro como método de ensino exclusivo de surdos.
1. Declaração de Salamanca, em 1994.
2. Congresso de Milão, em 1880.
3. Congresso de Jomtien, em 1990.
4. Congresso das políticas públicas educacionais de
surdos, em 1854.
3. Sobre as lutas políticas atuais das comunidades surdas em
relação a sua educação, defende-se:
1. Uma educação bilíngue com a língua portuguesa na
modalidade oral como língua de instrução.
2. Uma educação bilíngue baseada na presença de
intérpretes de língua de sinais nos anos iniciais e finais.
3. Uma educação bilíngue com a língua de sinais como
língua de instrução escolar.
4. Uma educação bilíngue com a presença de
fonoaudiólogos na escola para o ensino da oralidade.
4. O bilinguismo pode ser definido como:
1. Abordagem educacional que prioriza a língua oral como
primeira língua, por ser de uso da sociedade
majoritária.
2. Abordagem educacional que defende a língua de sinais
como primeira língua e a língua oral da comunidade
majoritária como segunda língua na modalidade
escrita.
3. Abordagem educacional que defende a língua de sinais
como primeira língua e a língua oral da comunidade
majoritária como segunda língua na modalidade falada.
4. Abordagem educacional que defende a língua de sinais
como língua exclusiva de ensino para surdos.
5. Sobre as legislações que foram responsáveis pelas
mudanças educacionais atuais na educação de surdos,
pode-se afirmar:
1. O Decreto n. 5.626/2005 assegura a acessibilidade dos
espaços físicos e comunicacionais para surdos.
2. A Declaração de Salamanca, de 1994, é contra o
movimento de educação inclusiva de surdos.
3. A Lei n. 10.436/2002 reconhece a Libras como meio de
comunicação e expressão das comunidades surdas.
4. A Lei n. 10.098/2000 regulamenta a Libras como língua
das comunidades surdas do Brasil.
Atividades de aprendizagem
Questões para reflexão
1. Após o percurso histórico do capítulo, bem como a menção
às abordagens educacionais de surdos, assista ao filme Seu
nome é Jonas, disponível no seguinte link:
<https://www.youtube.com/watch?v=7Lvjv-jpgUc>. Acesso
em: 8 fev. 2019. Reflita sobre a relação escolar, bem como a
respeito das noções de linguagem, sujeito e língua
apresentadas no presente filme. Em sua opinião, quais são
as abordagens educacionais presentes na obra fílmica? E
qual é a relação entre família e surdez?
2. Assista ao documentário Sou surda e não sabia, disponível no
YouTube no seguinte link:
<https://www.youtube.com/watch?
v=Vw364_Oi4xc>. Acesso em: 8 fev. 2019.
sete
Libras no contexto socioeconômico-cultural
Lara Ferreira dos Santos
Samantha Camargo Daroque
7.1
7.2
7.3
O autor ainda faz uma analogia com outros grupos minoritários, como
os homossexuais, alegando que devido à visão frequentemente negativa
sobre alguns aspectos dessa “diferença” pelas pessoas mais próximas,
esses indivíduos buscam, ainda que tardiamente, compartilhar suas
condições e modo de vida com outras pessoas em situação semelhante.
Nesses casos, ocorre um afastamento da “família biológica” e
consequente aproximação da “família cultural”, visando à partilha dos
mesmos ideais e buscando o fortalecimento da autoestima e do
reconhecimento pela diferença (Leite, 2008b, p. 5). Com relação às
comunidades surdas, o elo dessa “família cultural”, não se pode negar, está
centrado principalmente no uso de uma língua que difere daquela que a
sociedade majoritariamente utiliza.
Leite (2008b) afirma também que, atualmente, a sociedade vem
modificando sua visão sobre a língua de sinais; em virtude de um discurso
menos assistencialista e de maior respeito pelas diferenças, a
comunidade surda vem conquistando alguns direitos importantes – fruto
de suas lutas e movimentos em prol, não apenas do reconhecimento da
língua, mas de condições sociais igualitárias, como acessibilidade (Brasil,
2000, 2010) e educação de qualidade (Brasil, 2005). Entretanto,
esclarecimentos se fazem necessários, pois essa suposta aceitação
mascara, ainda, alguns preconceitos.
Por um lado, a libras é cada vez mais referida como uma língua natural pela
sociedade brasileira. Os cursos se multiplicam pelo país, as pessoas se
interessam em aprendê-la, e a língua ganha valor nos espaços públicos e
privados. Entretanto, acredita-se que essa ‘língua’ possa ser aprendida em
cursos de um ou dois anos; que um professor polivalente possa ser capaz
de, ao mesmo tempo, ensinar em português alunos ouvintes e, em libras,
alunos surdos; que ser um ouvinte proficiente em conversações
espontâneas na libras pressupõe a habilidade de saber interpretá-la,
entre outros vários equívocos que revelam, novamente, as limitações
desse reconhecimento da diferença surda. (Leite, 2008b, p. 2)
Fonte: Prefeitura
de São Paulo, 2017.
7.4
É na fronteira, seja ela qual for, territorial, cultural, política, que a unidade
cultural, a materialidade, adquire sentido, a partir da forma e de valores
sociais sentidas no conteúdo dos enunciados concretos. É no contato
com a cultura do outro que a materialidade de dada cultura mostra
sua significação. (Queiroz, 2013, p. 3, grifo nosso)
7.5
MACHADO,
Fernanda. Mãos classificadoras. 2010. Óleo sobre tela: 50 × 40 cm.
Figura 7.4 – Frame de vídeo na página do artista surdo Rimar R. Segala,
com produções culturais da Cia Arte e Silêncio
Fonte:
Fazenda…, 2011.Figura 7.5 – Divulgação do grupo teatral Mãos de Fada,
que realiza contação de histórias em Libras
Foto:
Valéria Félix
Figura 7.6 – Ator Rimar Segala em sua apresentação no festival de
folclore surdo em 2014
Letícia
Fernandes GarciaWagatsuma Granado
Síntese
Neste capítulo, buscamos tratar da existência da Libras, abordando sua
relevância nos mais diversos contextos sociais. A partir da exploração dos
conceitos de língua e linguagem, esclarecemos questões sobre o
processo de ensino-aprendizagem dessa língua e mencionamos também
a atual legislação relacionada à temática.
Indicações culturais
FENEIS. Disponível em: <http://feneis.org.br/>. Acesso em: 8 fev. 2019.
Atividades de autoavaliação
1. De acordo com a Lei n. 10.436/2002, a sigla Libras significa:
1. linguagem brasileira de sinais.
2. linguagem brasileira se surdos.
3. língua brasileira de sinais.
4. língua brasileira dos surdos-mudos.
2. Assinale a alternativa correta a respeito da Lei n.
10.436/2002:
1. Segundo essa lei, a Libras é um código ou sistema –
como o Braille –, e não uma língua.
2. Segundo essa lei, a Libras é uma forma de
comunicação e expressão, oriunda de comunidades de
pessoas surdas do Brasil.
3. Segundo essa lei, a Libras é uma linguagem gestual,
passível de ser aprendida, assim como a mímica.
4. Segundo essa lei, a Libras pode substituir o
aprendizado de qualquer língua estrangeira.
3. Podemos definir cultura surda como:
1. a forma como o sujeito surdo significa o mundo e o
modifica, para torná-lo acessível a partir de
experiências visuais, língua, ideias, valores,
comportamentos e costumes, compartilhados com
seus pares.
2. a forma como os surdos se vestem, comem,
conversam, pensam; sujeitos surdos vivem de forma
totalmente diferente de sujeitos ouvintes e não
aceitam a sociedade ouvinte, por isso, fazem uso de
uma outra língua que não a portuguesa.
3. a mesma cultura que a dos ouvintes, considerando que
a única diferença entre os grupos é a língua, o que não
configura uma diferença cultural.
4. a língua de sinais, já que esta, por si só, marca uma
diferença, inexistente entre outros grupos sociais
como negros, indígenas, ou comunidades de
imigrantes que habitam o Brasil.
4. Com relação ao uso da Libras, assinale a alternativa correta:
1. A maioria dos surdos brasileiros desconhece a Libras,
por isso ela não é utilizada amplamente.
2. A Libras passou a ter maior visibilidade a partir da
publicação de leis e decretos.
3. As leis e os decretos não garantem o uso e a difusão da
Libras; apenas reconhecem sua existência.
4. Foi proibida mundialmente no ano de 1990, mas
recentemente voltou a ser discutida e difundida.
5. As associações de surdos são para a comunidade surda um
importante elo quanto aos contextos socioeconômicos. É no
espaço das associações que os surdos partilham
conhecimentos e a língua, encontram os seus pares e se
fortalecem quanto à cultura e identidade surda. No âmbito
nacional, a associação que tem lutado pela educação, pela
integração e pelos direitos da pessoa surda tem como sigla:
1. Febrapils.
2. Feneis.
3. Ines.
4. UFSC.
Atividades de aprendizagem
Questões para reflexão
1. O texto da Lei n. 10.436/2002 (Brasil, 2002) traz a seguinte
informação:
Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e
expressão a Língua Brasileira de Sinais–Libras e outros
recursos de expressão a ela associados.
Considerações finais
Após o término desta obra, esperamos que você esteja apto a fazer uma
densa reflexão sobre as questões que envolvem as relações políticas,
educacionais, psicológicas e sociais na área da surdez, olhada por uma
perspectiva antropológica. Nessa esteira, afirmamos a necessidade de as
crianças surdas adquirirem o mais cedo possível a língua de sinais, por ser
esta uma forma de constituição de suas singularidades linguísticas. Como
essa língua não oferece nenhum impedimento sensório para a criança
surda adquiri-la – diferentemente da aprendizagem das línguas orais –,
esta poderá desenvolver plenamente as funções sociais da linguagem
humana, se for exposta a essa língua.
PEREZ, L. C. A. Dez dicas para uma boa redação. Disponível em: «http://
portugues.uol.com.br/redacao/dez-dicas-para-uma-boa-
redacao.html». Acesso em: 24 jan. 2017.
SACKS, O. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.
SÃO PAULO (Município). Secretaria de Educação. Diretoria de Orientação
Técnica. Cadernos de apoio e aprendizagem: Libras. São Paulo: Aurea,
2012.
SAUSSURE, F. de. Curso de linguística geral. 28. ed. São Paulo: Cultrix,
2012.
THE MODERN GUILT. Love Patricia Field! 6 set. 2009. Disponível em:
«https://themodernguilt.wordpress.com/page/834/». Acesso em: 7
fev. 2019.
Bibliografia comentada
BRASIL. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Diário Oficial da União, Poder
Legislativo, Brasília, DF, 25 abr. 2002. Disponível em:
«http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm».
Acesso em: 8 fev. 2019.
Esta lei, conhecida como Lei Libras, reconhece a Libras como meio de
expressão das comunidades surdas. Trata-se de um marco legal para os
surdos e, por isso, merece a leitura.
Capítulo 2
1. c
2. a
3. c
4. d
5. a
Capítulo 3
1. d
2. b
3. d
4. c
5. c
Capítulo 4
1. a
2. b
3. b
4. d
5. d
Capítulo 5
1. d
2. a
3. d
4. b
5. c
Capítulo 6
1. d
2. b
3. c
4. b
5. c
Capítulo 7
1. c
2. b
3. a
4. b
5. b
Sumário
Capa
1. 0
Contra capa
1. 1
apresentação
1. 8
1. 19
1. 43
1. 77
1. 121
1. 161
1. 195
1. 233
Considerações finais
1. 259
Referências
1. 264
Bibliografia comentada
1. 278
Respostas
1. 282
Sobre o autor
1. 286
Sobre os autores
Beatriz Aparecida dos Reis Turetta
Graduada em Pedagogia, pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo
(2001), mestre em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba
(2006) e doutora em Educação também pela Universidade Metodista de
Piracicaba (2013). Atualmente é bolsista PNPD/Capes de pós-doutorado
pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Tem interesse de
pesquisa em educação infantil, necessidades educativas especiais e
educação de surdos.
Vinícius Nascimento
Graduado em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (2009), mestre (2011) e doutor (2017) em Linguística Aplicada e
Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Atualmente é professor assistente da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Compõe a equipe de assessoria para o Programa de Educação
Bilíngue de Surdos da Secretaria de Educação da Cidade de São Paulo
(2011-2012/2014-2015). Atuou como tradutor-intérprete de Libras em
diferentes esferas de atividade. Tem interesse de pesquisa em Libras,
língua portuguesa, educação bilíngue, tradução, interpretação, análise
dialógica do discurso (ADD), leitura e análise da verbo-visualidade,
estudos bakhtinianos e ergologia.