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Artigo Artes Na Ed Infantil

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FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

ESPECIALIZAÇÃO EM ARTE E EDUCAÇÃO

LEDA TOMAIS NOVAIS

A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

São Paulo

2017
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

LEDA TOMAIS NOVAIS

A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada á Faculdade


Campos Elíseos, como requisito parcial
para a obtenção do título de
Especialista em Arte e Educação, sob
supervisão da orientadora: Prof.Fátima
Ramalho Lefone.

São Paulo

2017
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

LEDA TOMAIS NOVAIS

A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada á Faculdade


Campos Elíseos, como requisito
parcial para a obtenção do título de
Especialista em Arte e Educação, sob
supervisão da orientadora:
Prof.Fátima Ramalho Lefone.

Aprovado pelos membros da banca examinadora em


___/___/___.com menção ____ (________________).

Banca Examinadora

_________________________________

_________________________________

São Paulo
2017
“A arte desempenha um papel potencialmente
vital na educação da criança”.

Lowenfeld, 1977.
RESUMO

O presente artigo busca analisar como a arte é trabalhada na Escola da


Educação Infantil, de modo que possibilite aos professores um olhar diferenciado
para suas atividades aplicadas em sala de aula, sendo que a arte não está limitada a
sua disciplina, abrange todas as demais áreas e engloba toda à área cognitiva,
social e psicológica das crianças, trazendo uma visão mais crítica e perceptiva
diante da realidade que o cerca. O olhar do professor deve ser criativo e buscar
sempre uma formação voltada para a cultura que é um direito de todo cidadão. Este
trabalho propõe investigar como os professores ao promoverem as atividades
artísticas favorecem a relação do educando na escola, na comunidade e em sua
vivência do dia-a-dia. Busca também identificar de que forma essas ações
contribuem para um olhar diferenciado do aluno em relação a arte. Nesta escola da
rede particular pode-se perceber que as metodologias aplicadas ao cotidiano do
aluno estão de forma mais rica, trazendo a arte para todas as atividades da escola,
possibilitando uma maneira criativa de ensinar, ampliando assim, as relações dos
alunos e melhorando à dinâmica pedagógica da escola.

PALAVRAS CHAVES: Arte. Professor. Visão crítica. Educação Infantil.


ABSTRACT

The present article seeks to analyze how the art is crafted in the school of early
childhood education, so that allows the teachers a distinctive look to your activities
applied in the classroom, being that the art is not limited to the discipline, covers all
the other areas, and encompasses the whole area of cognitive, social and
psychological of children, bringing a more critical and perceptive in the face of the
reality that surrounds you. the teacher look must be creative and always seeking a
training geared to the culture that is a right of every citizen. this work proposes to
investigate how the teachers to promote the artistic activities foster the relationship of
the student in the school, in the community and her experience of the day-to-day. the
search will also identify how these actions contribute to a different look of the student
in relation to art.in this school particular network you can see distinguished student in
relation to art.in this school particular network can see that the methodologies applied
to the daily life of the student are more rich, bringing art to all school activities,
enabling a creative way to teach,extending the relations of the students and
improving the pedagogical dynamics of the school.

key words: art. teacher. critical view. the child's education.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

1.1 OBJETIVOS...........................................................................................................6
1.1.1 OBJETIVOGERAL..............................................................................................6
1.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO...................................................................................6
1.2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................6
1.3 PROBLEMA........................................................................................................... 6

CAPITULO I ................................................................................................................7

CAPITULO II................................................................................................................8

CAPITULO III...............................................................................................................8

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................9

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 11
8

1 - INTRODUÇÃO

O dia a dia de uma escola de Educação Infantil é identificado por práticas


expressivas e com linguagens artísticas. Essas linguagens são utilizadas como
instrumentos de comunicação usuais na ação da criança sobre o mundo e na
atividade pedagógica do educador. Os professores, para atender às demandas de
comunicação com as crianças, fazem usos das linguagens artísticas voltadas para
os mais variados objetivos. No entanto, mesmo fazendo parte do dia-a-dia as
linguagens artísticas são, na maioria dos casos, articuladas pelo professor
intuitivamente e/ou inconscientemente como algo já incorporado ao trabalho e sobre
o qual não é necessário refletir.
Os cursos de formação para professores contribuem para que as linguagens
artísticas sejam concebidas apenas como instrumentos, pois em sua maioria não
atribuem a Arte o mesmo tratamento que atribuem às demais áreas, isto é, não
vêem na Arte uma área de conhecimento que possui peculiaridades que poderiam
ser o foco das reflexões e articulação de situações de ensino por professores.
A falta de formação faz com que esses professores atuem movidos pela concepção
da Arte e do seu ensino, construída ao longo de suas histórias pessoais. E como,
historicamente, a maioria dos professores foi privada do acesso ao repertório cultural
da Arte, tanto na vivência de sua expressividade em atos artísticos quanto na
possibilidade de refletir sobre seus conteúdos na escola, isso gerou uma falta de
consciência sobre os sentidos que esses conteúdos e vivências artísticas podem
assumir na escola. Essa falta reflete-se nas ações dos professores, principalmente
nas escolhas e no encaminhamento de situações de sala de aula que envolvam as
linguagens artísticas.
No entanto, contemporaneamente, alguns pesquisadores e educadores têm
se lançado na reflexão sobre o papel da Arte na escola construindo importantes
referências que podem nortear as ações dos professores. Nesse sentido, algumas
escolas já vêm se propondo a pensar o lugar da Arte no currículo e essas iniciativas
foram corroboradas recentemente também pelos documentos oficiais de orientação
curricular.
9

1.1 - OBJETIVO GERAL

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil do


MEC e a Proposta Pedagógica de Educação Infantil nacional, o trabalho com Artes
tem como objetivos:
- Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes
objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades
de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expressão artística;
- Comunicar e expressar pensamentos e sentimentos por meio de todas as
expressões das artes, principalmente visuais: colagem pintura, desenho e escultura.

1.2 - OBJETIVO ESPECÍFICO

Utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies


para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação;
Interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras crianças e pelas
diversas obras artísticas (regionais, nacionais ou internacionais) com as quais
entrem em contato, ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura;
Produzir trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da
modelagem, da colagem, da construção, desenvolvendo o gosto, o cuidado e o
respeito pelo processo de produção e criação;
Identificar e utilizar os materiais, instrumentos e técnicas relacionadas com as
atividades artísticas;
Observar, apreciar e fazer a releitura das produções artísticas de diversos
artistas;
Contextualizar algumas obras, conhecendo sobre a vida dos artistas, sua
época e local onde viveram.

1.3 – JUSTIFICATIVA

O mundo é repleto de símbolos e significados que possibilitam grandes


descobertas nesta fase da infância. A arte possibilita o desenvolvimento de atitudes
10

essenciais para o indivíduo como o senso crítico, a sensibilidade e a criatividade. A


arte faz parte da vida da criança como instrumento de leitura do mundo e de si
mesma.
No processo de aprendizagem em Artes Visuais, a criança exterioriza
seu mundo interno, sua personalidade e seu modo de ver e de sentir as coisas. Ela
traça um percurso de criação e construção individual que envolve escolhas,
experiências pessoais, aprendizagens, relação com materiais e sentimentos. A
criação é exclusividade das crianças, mas cabe ao professor alimentar esse
percurso de forma intencional, oferecendo propostas e experiências variadas.

1.4 PROBLEMA

E o que é a arte? Bem, segundo algumas publicações, e a capacidade e


aptidão do ser humano de aplicar conhecimentos e habilidade na execução de uma
idéia, de um pensamento. É também uma atividade criadora do espírito humano,
que busca representar as experiências coletivas ou individuais através de uma
impressão estética, sensorial, emocional, cognitiva, sociais, éticas e estéticas. Bom,
então a uma íntima relação entre arte e arteiro. Isso me leva a dizer todo/a artista é
arteiro, pois, quão “chatas” seriam as músicas, pinturas, danças, literatura etc, sem a
ousadia, a traquinagem. Seria tudo muito monótono quase sem vida.

Assim, a arte é um fenômeno eminentemente humano. Através dela damos


sentidos e significados ao mundo que nos rodeia, que a priori estranho e sem
sentido, ao poucos, por meio da arte, de suas dimensões simbólicas, ganham poder
expressivo de representar ideias através de linguagens particulares, como a
literatura, a dança, a música, o teatro, a arquitetura, a fotografia, o desenho, a
pintura, entre outras formas expressivas. Deste modo, a arte, vai tornando este
mundo que o humano o transformou em um lugar de exclusão e morte em um
ambiente mais belo e prazeroso de se viver.

Mas o que tudo isso tem haver com educação e especialmente com a
educação infantil? Para responder a esta indagação, farei um breve retrospecto da
educação infantil e com base nos dados analisarei o papel da arte, sua importância,
seu lugar (se é que ela tem um), e sua relevância. Na Idade Média, no regime
11

feudalista, a criança era considerada um pequeno adulto, que executava as mesmas


atividades dos mais velhos. A partir do século XVI com o advento da burguesia,
surgem neste momento duas atitudes contraditórias no que se refere à concepção
de criança: uma a considera ingênua, inocente e é traduzida pela paparicação dos
adultos; enquanto a outra a considerava imperfeita e incompleta e é traduzida pela
necessidade do adulto moralizar a criança. Assim, ainda na sociedade burguesa ela
passa a ser alguém que precisa ser cuidada, escolarizada e preparada para uma
atuação futura.

Por outro lado a avanços interessantes, na visão de Rousseau a criança não


poderia ser meramente considerada como um adulto em miniatura, “mas que ela
vive em um mundo próprio cabendo ao adulto compreendê-la.”. Já em meados do
século XX com alguns movimentos de renovação pedagógica que caminhavam em
direção ao que denominamos “movimentos das escolas novas”, podemos observar
assim, algumas sensíveis mudanças. A educação da criança que era extremamente
formalista baseada nos estudos tradicionais de livros e textos começava a se voltar
para os interesses e necessidades das crianças. No entanto, a sociedade capitalista,
através da ideologia burguesa, caracteriza e concebe a criança como um ser a-
histórico, a-crítico, fraco e incompetente, economicamente não produtivo, que o
adulto deve cuidar.

No século XX devido ao grande hiato existente entre ricos e pobres surgem


as políticas compensatórias para suprir as deficiências de saúde, nutrição, educação
e as do meio sócio cultural. Por causa disso, foi instituída a educação pré-escolar
(chamada educação compensatória) para crianças de quatro a seis anos e tinha
como objetivo suprir as carências culturais existentes na educação familiar da classe
baixa a fim de que elas se preparem para um trabalho e tenham oportunidade de
ascensão social. Com relação à criança como sujeito de direitos a Constituição de
1988 faz referência a direitos específicos das crianças e define como direito da
criança de 0 a 6 anos de idade e dever do Estado o “atendimento em creche e pré-
escola”, e em seu artigo 227 define, mais amplamente, os direitos da infância
brasileira:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
12

educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à


liberdade e a convivência familiar comunitária.
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade. Deste modo, neste pequeno recorte não tem como objetivo abarcar
toda a complexidade da temática em foco, pois, não seria possível diante das
dimensões deste trabalho, mas apenas captar como eram vistas e pensadas a
criança ao longo da história, o papel das instituições de ensino e as políticas
publicas, bem como sua influência nos processos pedagógicos na
contemporaneidade.
Como vimos, a crianças foram pensadas de muitas maneiras e sempre pela
ótica do adulto e pelos mecanismos ideológicos que sempre viram as crianças pelo
que elas não eram, sem nunca compreender o que eram. Portanto, pensar a
educação infantil sem mensurar as construções sócio-históricas que foram
construídas em torno das crianças é incorrer em possíveis erros. A escola é o
primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de cidadãos, nada melhor que
por aí se dê o contato sistematizado com o universo artístico e suas linguagens:
artes visuais, teatro, dança, música e literatura. No entanto, é perceptível que o trato
dado à arte (ou o ensino da arte) sempre fica em segundo plano e seu fazer é
reduzido a mera atividade de lazer e recreação em um processo extremamente
mecânico.

A relevância da arte e seu fazer artístico não se limita ao simples papel


recreativo, mas deve ser compreendido como instrumento pedagógico que viabiliza
e contribui para o desenvolvimento dos meninos e meninas que ampliam seus
olhares em relação ao mundo, seu potencial cognitivo, seu emocional etc. Por outro
lado também o educador e a educadora precisam acreditar que as crianças são
capazes, são criadoras, são sujeitos. Estes meninos e meninas “arteiros” se
enxergam como alguém capaz de criar, atribuir sentidos, construir relações,
contextualizar, analisar, e comparar aquilo que faz parte de seu cotidiano, através de
uma linguagem única: a arte. Nesta direção, estas crianças se reconhecerão como
participantes e construtores de suas próprias aprendizagens e saberes tão
necessários à formação humana de cada indivíduo.
13

Com relação ao como fazer isso dentro da sala de aula ou na escola vai estar
diretamente atrelado ao que acabei de expor acima. Desse modo os/as
educadores/as em primeiro lugar, precisam acreditar nas crianças. Acreditar que
elas, mesmo diante das mais diversas dificuldades, tanto de materiais como de
recursos humanos são capazes de produzir, de criar, de representar, de pensar
sobre. Sem essa percepção inicial por partes dos/as educadores/as poderemos ter
todos os recursos possíveis e o fazer artístico ficará ainda reduzida às atividades de
coordenação motora, de passa tempo, de conotação decorativa, etc. Nesse sentido,
a arte não pode reduzir-se num elemento decorativo e festeiro. A arte valoriza a
organização do mundo da criança, assim como o relacionamento com o outro e com
o seu meio. Estimular o ensino da arte nesta perspectiva tornará a escola um
espaço vivo, contribuindo assim para o desenvolvimento pleno de seus educandos.
14

CAPÍTULO I

ARTE NA EDUCAÇÃO

A visão contemporânea de Arte na Educação tem colocado a necessidade de


resgatar o valor da arte nas escolas como um saber e um fazer passível de reflexão
e de construções cognitivas; um conhecimento que pode ser aprendido e ensinado
também na escola. No Brasil, esta concepção foi sintetizada na Abordagem
Triangular cuja proposta é de tratar Arte como um conhecimento que pode ser
abordado na conjunção das ações de leitura de imagens, contextualização e fazer
artístico.
Esse posicionamento político e conceitual15 dos educadores em Arte fomentou
mudanças na forma de ver a relação entre as crianças e a Arte e o ensino da Arte
para crianças16. Esse novo olhar17 sobre Arte na escola, para ser objetivado,
necessita de mudanças nas diretrizes curriculares para o ensino da Arte.
Atualmente, há uma preocupação oficial com a instituição de princípios curriculares,
sintetizadas em documentos como PCN e RCNEI18 que, ao tratar de Arte, tem
tomado como referência de concepções contemporâneas sobre o assunto, a
Abordagem Triangular de Ensino da Arte19.
Este capítulo tem como objetivo situar, de forma geral, as posições sobre o ensino
da Arte. Trataremos, portanto, do processo de desenvolvimento dessa área,
explicitando as relações que causaram o movimento de significação e a produção
dos conceitos contemporâneos sobre ensino da Arte. Realizar a leitura da
construção da área de arte poderá ajudar o professor a encaminhar ações
pedagógicas com consciência das demandas específicas da arte. Arte como área de
conhecimento na escola: uma questão recente.
O estético e o artístico foi, desde o início dos tempos, uma forma de conhecer e
explicar o mundo. Simbolizar foi e é forma de humanização. O entorno percebido é
sentido/pensado esteticamente e representado. No ato de ler e representar, o
homem constrói sentidos para necessidades, desejos, sentimentos e
conhecimentos.
Como outras linguagens, as artísticas são formas de expressão e comunicação, mas
têm características próprias: um repertório de produtos e fazeres socialmente
construídos. As linguagens artísticas são instrumentos mediadores na construção da
15

identidade cultural dos alunos, tanto quando estes têm acesso ao repertório
específico da Arte, como quando usam as linguagens artísticas para compreender e
representar outros sistemas simbólicos. Nesse sentido, as linguagens da Arte têm
uma dupla significação na escola: por um lado, atuam como formas de comunicação
e expressão para toda e qualquer informação das áreas de conhecimento e, por
outro, têm, em torno delas, uma construção histórica que as institui como uma área
de conhecimento.
Por muito tempo, a escola percebeu a Arte na generalidade das linguagens, como
mais um recurso de expressão e comunicação de sentimentos e do conhecimento
pertinente às outras áreas. Por possibilitar a expressão, foi articulada para trabalhar
conflitos psicológicos. Como técnica, permitia a construção de habilidades motoras
que serviriam para desenvolver outras formas de representação tais como a escrita.
As mudanças na Arte e as transformações na visão da Educação tramaram, ao
longo do tempo, significados que se articulam, hoje, naquilo que se tem chamado de
arte-conhecimento na escola.
Na história da educação escolar, a Arte sempre se fez presente, e as intenções para
o seu ensino variaram de acordo com os princípios que a Escola assumia em cada
época. Contudo, a significação para os usos que se fez da Arte na Educação não
dependeu somente do papel que se atribuía à escolarização, pois o conteúdo e a
própria história da Arte, 20 em sua amplitude de dimensões, permitiam que lhe fosse
atribuída sentidos e funções diferentes. Segundo Biasoli (1999, p. 90): o conceito de
Arte foi objeto de diferentes interpretações: Arte como técnica, como produção de
materiais artísticos, como lazer, como liberação de impulsos, como expressão, como
linguagem, como comunicação.
Enquanto linguagem forjada no movimento cultural a Arte envolve a expressão
individual e coletiva de sentimentos e valores da cultura; há um fazer que dá forma à
expressão e envolve técnica, construção de habilidades, utilização de instrumentos e
conhecimento da sintaxe da linguagem. A escola tem tomado esses aspectos em
separado e atribuído a eles funções diversas, fragmentando as dimensões da Arte
em função de objetivos alheios à área. Os usos e significados para a Arte foram
articulados na relação entre os princípios da educação e o que a área de Arte
poderia oferecer para objetivar tais princípios.
Os ideais de educação democrática do início do século XIX, aliados aos avanços da
psicologia, culminaram no movimento da Escola Nova, que propôs uma mudança de
16

foco nos princípios e no fazer pedagógico. Contrapondo-se à escola tradicional,


centrada na autoridade do professor e no ensino através da reprodução de
conteúdos previamente definidos, a Escola Nova priorizava os interesses e
necessidades do aluno, enfocando, principalmente, o seu processo de
aprendizagem. Nesse contexto, concebe-se Arte como um produto interno que
reflete a organização mental, cuja finalidade, na escola é a de permitir que o aluno
expresse seus sentimentos e libere suas emoções. A Arte, portanto, não é ensinada,
mas expressada. A criança procura seus próprios modelos sem que o professor
interfira diretamente no seu processo criador. O professor é tão somente um
facilitador de experiências, que proporciona o ambiente necessário- situações e
materiais- para o livre desenvolvimento das crianças. Enquanto na educação a
Escola Nova se contrapunha à Escola Tradicional, no campo da Arte, os
modernistas chamavam à atenção para a Arte da criança‖, valorizando a
originalidade e a qualidade expressiva das produções infantis e dos povos
aborígines. Alegavam eles, que a força criativa dessas produções se justificava por
esses povos e as crianças não serem afetados pelas convenções sociais e
manterem assim, resguardados os canais puros da criatividade. A criatividade pura,
livre das convenções, que era a meta dos artistas modernistas acabou também por
ser a meta para muitos professores progressistas.
A educação centrada na criança e nos processos de aprender, influenciada por
interpretações da Psicologia e aliada aos ideais modernistas da Arte, fomentou a
idéia de que Arte na escola serviria à auto - expressão e que o professor não deveria
intervir, pois o desenvolvimento do processo criador ocorre naturalmente em
experiências individuais de expressão da energia criativa intrínseca.
A ênfase na expressão fez com que o ensino da Arte priorizasse a atividade de
liberação emocional e se voltasse, basicamente, para a construção afetiva,
relegando, desse modo, os processos de cognição. Supervalorizava-se a Arte como
livre expressão e o entendimento da criação artística como fator afetivo e emocional,
em detrimento do pensamento reflexivo. A atividade artística, transformada, assim,
em técnicas para expressão de emoções e conflitos, acaba por distanciar os alunos
do contato refletido com os elementos que compõem as linguagens artísticas, bem
como da construção cultural que há em torno da Arte. Arte na escola tornou-se,
principalmente, um fazer movido pela emoção. Na programação das escolas, as
17

ciências faziam parte do universo cognitivo e a Arte, do domínio das emoções e dos
sentidos.21
A centralização das intenções para a presença da Arte na escola, enquanto
um fazer que possibilitava a expressão de sentimentos, geralmente conduzia os
professores a não se preocupar com intervenções no sentido de propiciar avanços
no conhecimento da Arte. A Educação não tinha como objetivo o acesso aos
códigos de Arte não disponíveis no cotidiano dos alunos. Dessa maneira, o aluno
não era, intencionalmente, levado a pensar sobre sua produção em relação ao
repertório cultural da Arte; nem era desafiado a construir novas relações para seu
processo de criação e/ou de conhecimento da Arte.

CAPÍTULO II

O DESENHO COMO ARTE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Desde a primeira infância a criança utiliza o desenho para a representação


da realidade. Desenhar, pintar ou construir constitui um processo complexo em que
a criança reúne diversos elementos de sua experiência, para formar um novo e
significativo todo. (LOWENFELD, 1977, p. 13)
Este processo de criação em que a criança faz a seleção, interpretação e
reformulação dos elementos é de extrema importância, pois ela direciona para o
trabalho artístico parte de si própria expressando seus pensamentos, sentimentos e
emoções. Portanto nesta fase é importante que a criança tenha a liberdade de se
expressar sem que haja a interferência do adulto, no sentido de influenciar e
direcionar a criança a utilizar determinado esquema de cores ou até mesmo na
maneira de pintar formas prontas. Sem perceber, o adulto interfere no processo
criativo e inibe a criança a utilizar a arte como meio de auto-expressão.
(LOWENFELD, 1977).
Quando cito a questão da interferência, vale salientar que ela pode ser construtiva
ou destrutiva. A crítica relatada acima se refere à interferência destrutiva, na qual o
adulto acaba influenciando negativamente o processo de criação da criança.
18

Nas figuras abaixo, a interferência do adulto foi construtiva, pois ele disponibilizou os
materiais (papéis, tintas e pincéis) e deixou livre para que a criança pudesse
explorá-los conforme sua vontade. Helena (figura 01) misturou a tinta sobre o papel
e optou por deslizar os dedinhos para desenhar, já Ana (figura 02)
misturou menos tinta e preferiu o pincel para concluir sua pintura. Ambas receberam
os mesmos materiais, mas seguiram caminhos diferentes na sua criação.

http://1.bp.blogspot.com/_kMuSIxqHfsA/TTNkCQ8kxPI/AAAAAAAAASA/ZV5D9JvGqdc/s1600/artes.jp

A MÚSICA COMO INTEGRANTE DA ARTE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A finalidade do ensino de música na escola, principalmente no ensino básico,


não é a de transmitir uma técnica particular, mas sim de desenvolver no aluno o
gosto pela música e a aptidão para captar a linguagem musical e expressar-se
através dela, além de possibilitar o acesso do educando ao patrimônio musical que a
humanidade vem construindo. Muitas transformações aconteceram no ensino da
música desde o século passado. A partir dos anos 60 foram criados novos caminhos
para o ensino musical, trazendo inovações na linguagem, que se tornou mais livre
na exploração sonora, no uso de novos instrumentos e de materiais não
convencionais.
19

Hoje, ainda mais, a arte musical se empenha na exploração da matéria


sonora, produzindo novos objetos artísticos e musicais, novas técnicas e, sobretudo,
novas atitudes estéticas e filosóficas diante do fato criativo. Para entender melhor a
música é necessário desenvolver o hábito de ouvir os sons com muita atenção, de
modo que se possam
identificar os seus elementos formadores, as suas variações e as maneiras
como são distribuídos e organizados numa composição musical. Dessa forma, pode-
se reconhecer como a música se organiza.

A música consiste numa linguagem capaz de “expressar e comunicar


sensações, sentimentos e pensamentos”. Ela esta presente em várias culturas e
consiste numa importante forma de expressão humana. Ainda, a música esta
presente na nossa vida diária e desde cedo as crianças entram em contato com ela,
aprendendo e atribuindo a música significados culturais. Vale lembrar que ela integra
aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivo daí a importância do trabalho com
este eixo.

O BENEFÍCIO DA ARTE NA APRENDIZAGEM

É importante que o educador conduza o aluno a ter a certeza de que aquilo que se
aprende em sala de aula, terá significado na sua vida pessoal e profissional. É a
partir desta certeza que o aluno irá ter uma experiência da beleza, no ambiente
educacional e, para que isto aconteça torna-se imprescindível a ligação dos
assuntos e dinâmicas com a vida cotidiana do aluno.
A importância da arte no meio educacional não corresponde simplesmente à sua
inclusão na matriz curricular no Ensino Fundamental, por que dessa maneira, será
apenas mais uma disciplina a compor a proposta da escola, mais uma disciplina sem
sentido. Trata-se de dar significado a todas as disciplinas.
Utilizar a arte para dar sentido às demais áreas do conhecimento é condição
inovadora. Por meio do desenho à criança desenvolve a habilidade psíquica e
motora para as aulas de geometria. Quando ela própria compreende o sentido de
um quadrado, um círculo ela entende facilmente a relevância destes nas aulas de
matemática.
20

CAPÍTULO III

ATIVIDADES CRIATIVAS DE ARTES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL


Atividades, Música e artes, alfabetização, arte na educação infantil, arte para
crianças, artes, atividades educativas, atividades para educação infantil, brincadeiras
educação infantil, desenvolvimento infantil, dia a dia educação, educação
infantil, eduqa.me, formação de professores, mais educação, na escola, o brincar na
educação infantil, o lúdico na educação, pedagogia, planejamento escolar, plano de
aula.
Por que ensinamos arte na Educação Infantil? Ao contrário da escrita e da
matemática, as aulas de artes não têm uma aplicação objetiva na vida da criança –
nem pais nem professores esperam que elas se tornem artistas quando adultas.
Ainda assim, a pintura, o desenho e os trabalhos manuais são parte relevante do
currículo infantil, inclusive destacado como uma das áreas de conhecimento do
Referencial Curricular Nacional.

A pergunta não é retórica, nem uma forma fácil de começar o texto. É preciso ter
bem claro qual o objetivo de se ensinar algo, porque é esse objetivo que vai ajudar o
professor a traçar seu plano de aula. Por que você ensina arte à sua turma de 3, 4, 5
anos?

É comum que atividades artísticas sejam usadas com preparação para a escrita: o
foco não é a arte em si, mas a motricidade fina, a destreza dos dedos para que,
mais adiante, a criança consiga criar letras e números. Suas atividades de artes têm
essa meta? Pense bem: as crianças são instruídas a copiar, traçar linhas retas,
seguir pontilhados, pintar dentro das linhas de um desenho já preparado com
antecedência, copiar modelos prontos? Esses exercícios são úteis para que elas
sejam alfabetizadas – mas não as estão educando em artes.

Quando sua classe aprende a reproduzir imagens prontas, ela entende a mensagem
de que há um certo e um errado no processo criativo, de que há obras de arte boas
ou ruins de acordo com uma pequena lista de regras. Ninguém aprende, porém,
quais as diferentes técnicas possíveis, a interpretação de acontecimentos ou
21

sentimentos em imagens, a exploração da criatividade ou os vários espaços em que


a arte pode se manifestar. Isso significa que as crianças devem ficar soltas para
brincar com tinta sem qualquer orientação? Também não – mas estamos chegando
mais perto. Sem o professor como guia, é muito provável que a turma vá apenas
reproduzir o que já vê em outras fontes: na televisão, nos brinquedos ou na
publicidade. É preciso que elas tenham possibilidade de criar o que quiserem, mas
sempre estimuladas a conhecer novas perspectivas e novos materiais, sempre
encontrando novas formas de expressão.

Esse é o objetivo de ensinar arte às crianças: desenvolver o autoconhecimento, o


senso crítico, a sensibilidade e a criatividade, habilidades que serão valiosas durante
toda a vida adulta.

Para isso, o professor deve investir na sua própria formação; afinal, é a visão do
professor que irá influenciar a visão da turma. É importante interagir com espaços
culturais como museus, galerias, teatros, cinemas e praças para encontrar novos
conteúdos e selecionar o que é interessante para cada faixa etária. Assim como os
planejamentos de Natureza ou Matemática são pensados linearmente, com
atividades articuladas entre si, o plano de Artes também deve considerar o
desenvolvimento gradual das crianças e introduzir novos desafios com
intencionalidade.

Atividades usando massinha de modelar e papel crepom


https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fuploads.neatora
22

Atividade em sala de aula com garrafas pet


https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad

TÉCNICAS DESENVOLVIDAS EM SALA DE AULA

Utilizando-se de diversas técnicas de pinturas onde foram realizadas pelas


educadoras da unidade escolar de forma que foram utilizados diversos instrumentos
para se obterem os resultados esperados de arte. Alguns dos objetivos trabalhados
foram:

- Utilizar diferentes materiais gráficos sobre diferentes superfícies para ampliar


suas possibilidades de expressão;
- Desenvolver a coordenação motora;
- Identificar e explorar as cores;
- Desenvolver a imaginação, criatividade, atenção, concentração, expressão
artística, percepção visual, noção espacial; etc.
- Diferenciar texturas; Etc.
23

Pintura com rolha de garrafa Pintura com copos de yogurte


24

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de muito se saber que a educação infantil é um ponto que necessita


ainda de muita estruturação e aperfeiçoamento dos educadores, temos a nossa
disposição muitas ferramentas para trabalhar nesta área.
Os educadores precisam usar de muita criatividade para utilizar o ensino da
arte com turmas de ensino infantil. As crianças desta fase da educação são muito
exigentes e procuram ocupar o máximo de seu tempo durante as aulas com as
atividades.
Os educadores podem utilizar no mundo das artes, diversos métodos de
ensino onde as crianças possam ser preparadas e onde elas colocam para fora por
meio das artes toda a sua expressão de acordo com a atividade proposta.
As unidades escolares precisam estar preparadas e precisam dar condições
para que os educadores desempenhem suas atividades de modo que é necessário
um acervo de materiais e ferramentas de importância ímpar para que se possa
desempenhar um bom trabalho com os alunos.
25

REFERÊNCIAS

WEIKART, DAVID P; HOHMAN, MARY; BANET, BERNARD. A CRIANÇA EM


AÇÃO. TRADUÇÃO DE ROSA MARIA MACEDO, RUI SANTANA BRITO. 3.ED.
LISBOA: FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN, 1979.

SUSTERMAN, RICHARD. VIVENDO A ARTE: O PENSAMENTO PRAGMATISTA E


A ESTÉTICA POPULAR. TRADUÇÃO GISELA DOMSCHKE. SÃO PAULO: 34,
1998.

LOWENFELD, Viktor; BRITTAIN, W. Lambert. Desenvolvimento da capacidade


CRIADORA. SÃO PAULO: MESTRE JOU, 1970

http://projetospedagogicosdinamicos.com/artes_visuais.htm

LOUREIRO, Alicia M. A. A educação musical como prática educativa no


cotidiano escolar. Revista da ABEM, Porto Alegre, n.10, 2004.

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