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Inteligência

Artificial
Alan de Oliveira Santana

Unidade 4

Livro Didático
Digital
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
ALAN DE OLIVEIRA SANTANA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
O AUTOR
Alan de Oliveira Santana
Olá. Sou Alan de Oliveira Santana, possuo graduação em Ciência da
Computação – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – e Mestre
em Sistemas da Computação – Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Atualmente sou professor conteudista, elaborador de cadernos
de questões e doutorando em Ciências da Computação. Como cientista,
atuo no desenvolvimento e avaliação de técnicas de desenvolvimento de
sistemas com ênfase na educação.

Desse modo, fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar


seu elenco de autores independentes. Estou muito satisfeito com o
convite e a possibilidade de auxiliar em seu desenvolvimento intelectual
e profissional. Bons estudos!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha
de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova com- novo conceito;
petência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou
mento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução ao processamento de linguagem natural................. 11

Uma breve história do surgimento do processamento de linguagem

natural.....................................................................................................................................................11

Conceitos fundamentais sobre processamento de linguagem natural.16

Tratamentos de informações................................................................. 21

Classificação dos dados............................................................................................................21

Redes Neurais Artificiais.........................................................................................22

Recuperação da informação..................................................................................................27

Extração de informação............................................................................................................28

Modelos de linguagem natural............................................................. 30

Introdução às gramáticas.........................................................................................................35

Como se dá os processos de percepção em IA.............................. 40

Sensores...............................................................................................................................................41

Percepção de objetos complexos.....................................................................................44


8 Inteligência Artificial

04
UNIDADE

LIVRO DIDÁTICO DIGITAL


Inteligência Artificial 9

INTRODUÇÃO
Comunicação é uma característica ímpar nas sociedades humanas,
especificamente pelo fato de que armazenamos informações para uso
futuro a vários milênios.

Na era moderna, onde a comunicação tem se tornado cada vez


mais inclusiva e rápida, sistemas inteligentes passam a serem dotados
com capacidades cada vez mais eficientes e realistas quanto a simulação
da inteligência e comunicação em linguagem natural.

Sobre a linguagem natural, esta habilidade nos permite


comunicamo-nos de forma eficiente, algo que os computadores ainda
não são completamente capazes de fazer de forma autônoma. Porém, os
modelos de comunicação e processamento de linguagem natural, tem se
tornado cada vez mais eficientes, algo que está sendo acompanhado pelo
rápido desenvolvimento de tecnologias mais rápidas e baratas.

Tais fatores geraram avanços excepcionais no desenvolvimento


de agentes virtuais capazes de se comunicar, podendo ser visto como
atendentes, tutores escolares, consultores, guias, entre várias outras
funções que já estão presentes no nosso dia a dia.

Desta forma, esta unidade explorará os principais conceitos ligados


a comunicação avançada através dos agentes inteligentes, concluindo
assim nosso estudo sobre a Inteligência Artificial. Vamos começar nossa
aventura!
10 Inteligência Artificial

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Definir modelos de linguagem natural;

2. Extrair, recuperar e classificar informações;

3. Compreender o uso de gramáticas em aplicações que utilizam


linguagem natural;

4.Assimilar o processo de percepção da IA.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!
Inteligência Artificial 11

Introdução ao processamento de
linguagem natural

INTRODUÇÃO:

A habilidade de comunicação humana é uma das principais


características que nos distinguem de outros animais.
Utilizamos diversas ferramentas para esta comunicação,
entre elas a linguagem verbal e corporal, porém, outras
ferramentas de comunicação como símbolos e escrita, nos
permitem trocar informações e ideias de forma objetiva e
eficiente. Semelhante as características citadas, a IA possui
ramos de estudo que procuram dotar agentes virtuais com a
capacidade de comunicar-se como os humanos, facilitando
a interação das máquinas com os usuários. Assim, o objetivo
desta unidade é explorar os mecanismos e características
dos agentes inteligentes dotados com habilidades de
comunicação de alto nível, chamadas de linguagem natural.
Bons estudos!

Uma breve história do surgimento do


processamento de linguagem natural
Uma característica comum em todas as sociedades humanas desde
a criação da escrita, é a capacidade de comunicação através da fala,
característica que foi especializada e organizada através da formalização
das diversas línguas modernas.

Podemos definir uma linguagem natural como a forma como os


humanos se comunicam, especialmente através da fala e da escrita.
Porém, este tipo de linguagem, normalmente baseadas em gramáticas,
são repletas de informações que geram múltiplas interpretações
(GONZALEZ; LIMA, 2003).

Esse número elevado de interpretações faz da linguagem natural


uma ferramenta complexa, mesmo que facilmente usada pelos humanos.
12 Inteligência Artificial

EXEMPLO: Por exemplo. Perceba cada palavra que compõem a


seguinte frase:

Este sorvete de manga caiu sobre a manga da camisa dele.

Note que a frase acima é composta de dois termos com significado


diferente, porém, com grafia igual destacados no texto.

O primeiro termo manga se refere a fruta proveniente da árvore


mangueira. Por sua vez, o segundo termo manga se refere a uma parte de
alguns tipos de vestuários.

Outros dois exemplos, apresentado por Russell (2013), são as


seguintes frases:

Ele viu o banco

Não ser convidado é triste

A primeira frase, similar ao exemplo do uso do termo manga, possui


vários sentidos, como por exemplo, pode estar se referindo a um objeto
para se sentar ou uma instituição financeira.

Já a segunda frase está ligada ao sentido do que se quer dizer


ligado ao indivíduo, uma vez que para uns, não ser convidado pode ser
uma coisa positiva, todavia, para outros pode ser algo negativo.

Em todos os exemplos é possível perceber que a comunicação


natural é complexa por ser constituída de significados que são dados
pelo contexto, por sentimentos, e por outras variáveis, muitas de difícil
classificação (RUSSELL, 2013).

As línguas modernas procuram dar o entendimento de como usar


corretamente cada termo através das gramáticas e dicionários das línguas,
como do inglês e do português, que possuem estes artefatos para auxiliar
o correto uso dos símbolos escritos e dos sons falados.

Como citado, as habilidades ligadas à linguagem natural


compreendem, em sua forma verbal, a fala e a escrita, todavia, nem
Inteligência Artificial 13

todas as sociedades chegaram a desenvolver a escrita, porém, todas


desenvolveram a linguagem falada.

Ademais as duas formas de comunicação citadas, a linguagem


corporal também é usada para dar entonação, sentido, emoção, e outras
características importantes para a comunicação.

Também podemos citar a dificuldade entre dois interlocutores que


não dominam uma boa quantidade de símbolos e significados usados
na comunicação, bem como, quando ambos estão se comunicando
através de línguas diferentes. Problemas como os citados podem gerar
dificuldades ou completa impossibilidade na comunicação.

Desta forma, se comunicar através da fala e escrita é uma habilidade


complexa que demanda grau necessário de compreensão e entendimento
da aplicação dos sons e símbolos da língua, especificamente entre os
dois interlocutores. Compreensão das reações físicas, como: expressões
faciais, gestos, entonação da voz, escolha dos símbolos, entre outras, são
ferramentas ligadas a boa comunicação.

Apesar da simplicidade para um nativo humano se comunicar com


outro nativo em vista da facilidade que muitos o fazem, muitas vezes
esconde o processo de alfabetização e aprendizagem de uma língua por
qualquer falante.

Geralmente, o processo de domínio de uma quantidade mínima


de palavras, seja por uma criança ou adulto sendo alfabetizado, é um
processo longo e custoso, requerendo dedicação e constante treino.

Da mesma forma, tornar um agente virtual capaz de compreender


e comunicar-se através da linguagem natural, é um processo complexo,
com a área da Inteligência Artificial (IA) chamada de Processamento de
Linguagem Natural (PLN) sendo responsável por estudos computacionais
com este propósito.

A origem da PLN pode ser considerada através do trabalho de


Alan Turing. Segundo Turing (1950), de forma objetiva, um agente será
considerado inteligente se for capaz de se comunicar com um ser humano
sem que este consiga diferenciar se está interagindo com um humano ou
máquina.
14 Inteligência Artificial

REFLITA:

O teste de Turing foi um marco na busca pela criação de


sistemas inteligentes e especificamente, no processo
de compreensão e interação das máquinas dotadas de
inteligência com os humanos. O teste permitiu que diversos
pesquisadores procurassem criar agentes capazes de
atender as especificações do teste, fator que gerou diversos
achados importantes para o desenvolvimento de técnicas de
processamento de linguagem natural que iremos explorar
nesta unidade.

Como exposto por Neto, Tonin e Prietch (2010), os primeiros


sistemas que aplicaram PLN possuíam quatro características distintas que
permitiam sua identificação e classificação.

O Quadro 1 apresenta as quatro características citadas. Vejamos.

Quadro 1 – Categorias históricas das PLNs baseadas em características distintas

Características
Ao ignorar certos problemas específicos ligados ao processamento
de linguagem natural, sistemas simples podiam aplicar soluções para
um número determinado de objetivos, sendo a principal característica
destes sistemas a simplicidade.
Certos sistemas mantinham bases de conhecimento prévia através de
combinações possíveis de palavras ou de textos. Essa característica
permitia sua aplicação a diversos problemas, porém, não era possível
deduzir contextos ou significados complexos das orações.
Alguns sistemas mantinham bases de dados prévias que proviam a
capacidade de deduzir notações formais através de entradas de texto
em forma de frases. Todavia, as possibilidades eram fortemente ligadas
a quantidade de dados mantidos na ase, algo que é extremamente
custoso de se construir, especialmente no início da computação.
Inteligência Artificial 15

A dedução quanto habilidade, era uma das principais características


dos sistemas que eram capazes de realizar deduções com base
em seus dados de conhecimento sobre um domínio. Todavia, estes
sistemas funcionavam como sistemas especialistas, sendo aplicados
para um conjunto muito específico de problemas.

Fonte: Adaptado pelo autor

Foi a partir da década de sessenta que as aplicações que utilizavam


de forma eficiente características ligadas a PLN começaram surgir,
especificamente auxiliando em áreas como a medicina e matemática
(SILVA; LIMA, 2013).

Podemos destacar o programa ELIZA, publicado em 1966 pelo


pesquisador do MIT Joseph Weizenbaum.

O objetivo do sistema ELIZA era realizar conversões de linguagem


natural inseridas por um usuário humano, em linguagem de máquina.
Ao receber uma entrada de dados, em forma de fresas, ELIZA varria sua
base de dados para identificar palavras-chaves previamente registradas
que eram comparadas com palavras do texto. Utilizando posteriormente
a análise, regras de remontagem das frases com base em regras de
decomposição (WEIZENBAUM, 1966).

Segundo o trabalho de Weizenbaum (1966), o desenvolvedor do


algoritmo ELIZA, este sistema estava ligado a cinco problemas técnicos,
sendo eles apresentados no Quadro 2.

Quadro 2 – Problemas ligados ao algoritmo ELIZA

Problemas

1° Identificação de palavras-chave

Descoberta de um contexto

mínimo
Escolha de transformações

apropriadas
16 Inteligência Artificial

Geração de respostas na
ausência de palavras-chaves

Fornecimento de um recurso de
edição para “scripts” ELIZA
Fornecimento de um recurso de

edição para “scripts” ELIZA

Fonte: Adaptado pelo autor

Perceba que o algoritmo ELIZA procurava deduzir espaços vazios


quando as palavras-chaves não estavam presentes, permitindo que
este sistema apresentasse um ótimo nível de dedução, algo que ainda é
utilizado em sistemas simples modernos.

Conceitos fundamentais sobre


processamento de linguagem natural
A seção anterior apresentou um breve histórico e algumas relações
entre os primeiros modelos arquiteturais ligados ao processamento de
linguagem natural, especificamente, apresentando os primeiros algoritmos
e também algumas ligações com a simulação dos processos biológicos,
normalmente usando como base o comportamento comunicativo
humano, com os fundamentos apresentados.

Desta forma, esta sessão apresentará mais conceitos, principalmente


vinculados aos agentes modernos e as soluções que estes aplicam.

Para permitir o entendimento de como os sistemas aplicam técnicas


de processamento de linguagem natural, é importante compreender como
um sistema lógico não inteligente utiliza as linguagens de programação,
permitindo assim a compreensão da complexidade ligada aos agentes
que processam a comunicação humana ou de outros animais.

Um sistema lógico, ou seja, um programa escrito em linguagens


como Java, C++ e Python, tratam as entradas através da lógica
proposicional, ou através de camadas de tratamento baseados na lógica
Inteligência Artificial 17

de primeira ordem. Todavia, todos possuem um conjunto de modelos


previamente definidos.

Para permitir uma compreensão mais eficiente, vamos retomar


conceitos que podem ser comparados e aplicados com a PNL presentes
nas unidades anteriores, como por exemplo:

Vimos que a lógica proposicional permite que sistemas inteligentes


possam usar uma base bem definida e relativamente simples para
o tratamento de entradas, sejam de origem certa ou incerta. Para
compensar limitações de tipos de entrada diferentes de números binários,
a lógica de primeira ordem expande as possibilidades de entradas e
saídas, permitindo sistemas de tratamento mais complexos. Ligados a
ambas lógicas, compreendemos que algoritmos específicos podem ser
aplicados para o tratamento de incertezas, especificamente ao incluir
conceitos como emoção e probabilidade nestas análises.

Problemas como a variação de entradas de dados, necessidade


de formação de uma base de conhecimento e incerteza tratada com
probabilidade, são assuntos que estão fortemente ligados ao tratamento
de linguagem natural.

Entre estas análises, o uso do algoritmo de Markov pode ser usado


para o tratamento de entradas prováveis seguidos ou não de caracteres
previstos. Por exemplo:

EXEMPLO: Se uma entrada de palavras possuir uma base de dados


que estrutura o reconhecimento da frase “estou com fome”, ao receber
o primeiro caractere “estou” e em seguida “com”, o algoritmo de Markov
pode prever com base em outras regras como emoção ou estado atual,
prever se o próximo caractere será “fome”, bem como, ser utilizado para
usar toda a expressão em prol de identificar o sentido ou como responder
a esta entrada.

Segundo Russell (2013), outro exemplo prático do tratamento de


entradas baseadas em caracteres é o modelo N-grama. Este modelo trata
cada entrada de caractere como um conjunto n de caracteres, o qual,
possuirá uma probabilidade de formação de palavras ou textos com base
na combinação e análise de cada caractere.
18 Inteligência Artificial

Ainda segundo Russell (2013), o uso da estratégia N-grama é


indicado, e usada comumente, em problemas de identificação da
linguagem utilizada.

Por exemplo. Se uma sequência dupla de entradas de texto for igual


a “I’m a programmer” e “Eu sou um programador”, este tipo de sistema será
capaz de identificar que a primeira oração é escrita em inglês e a segunda
em português.

REFLITA:

Com base no exemplo acima, onde um sistema é capaz


de identificar se um texto pertence a uma língua. Como o
sistema trataria um problema onde a escrita de uma frase
é completamente igual entre duas línguas que o sistema
domina. Note que seria preciso inserir um conjunto de regras
probabilísticas para definir qual a maior probabilidade de ser
uma língua e não outra. Para isto, o algoritmo de Markov pode
ser aplicado para processar essa probabilidade com base no
modelo oculto de Markov.

Perceba que nas lógicas de programação, um valor, uma vez


definido, seja pela lógica proposicional ou por meios probabilísticos,
passa a ater apenas um significado. Por sua vez, um termo definido na
PLN, pode apresentar diferentes significados, como já apresentado em
exemplos como o uso da palavra manga.

Desta forma, uma das principais soluções aplicadas para representar


os diferentes significados que podem ser aplicados em entradas baseadas
em linguagem natural, é o uso da probabilidade, especificamente através
de modelos baseados em bases de conhecimento fixas ou dinâmicas.
Conceito este já explorado nos sistemas incertos de primeira ordem das
unidades anteriores.

Note que uma base de informações para consulta é uma ferramenta


importante para que o sistema possa criar modelos de avaliação e decisão
sobre os dados de entrada.
Inteligência Artificial 19

Esta base pode ser criada com base em grafos, máquinas de


estado finitas, uso de regras proposicionais, ou até mesmo árvores de
combinação de caracteres.

SAIBA MAIS:

Muitos sistemas do dia-a-dia trabalham com PLN


processando a comunicação entre o usuário e o programa.
Entre eles, podemos destacar os sistemas de processamento
de linguagem natural do google, google assistente, usados
em diversos smartphones em todo o mundo, com cada
vez mais usuários, permitindo que o usuário faça pesquisas
ou requisite que processos sejam ativados com base em
comandos verbais. Para saber mais sobre este sistema, algo
que agregará na compreensão geral da aplicação das PLNs,
acesse o seguinte link: <https://bit.ly/31IbwYb>

Outro conceito importante são as emoções e expressões físicas.


Por exemplo, como uma máquina será capaz de entender uma ironia,
ou identificar a prioridade de uma requisição. Assim, a compreensão e
identificação destes padrões, auxiliam os agentes baseados em PLN a
classificarem de forma mais correta as informações ligadas a comunicação.

RESUMINDO:

Ao final deste capítulo, nós vimos alguns conceitos ligados


ao processamento de linhagem natural. Primeiramente
aprendemos um pouco sobre a história de como surgiu a PLN,
bem como, sua relação com processos naturais presentes em
diversos animais e principalmente nos humanos. Em seguida,
aprendemos sobre mais alguns conceitos da PLN, como
sua distinção entre a lógica de programação, bem como,
algumas estratégias no tratamento de entradas baseadas
em linguagem natural, como o uso do N-grama. Entre estes
conceitos, foi apresentado a importância de uma base de
dados fixa ou dinâmica que permite os agentes baseados em
PLN a usar modelos de tratamento, bem como, o uso de
20 Inteligência Artificial

RESUMINDO (CONTINUAÇÃO}:

probabilidade e tratamentos de expressões e emoções para


a eficiente classificação dos contextos processados. Assim,
este conteúdo servirá de base para as demais unidades,
que procurarão aprofundar os conceitos já apresentados e
explorar ferramentas que auxiliam o processamento de dados
em agentes baseados em PLN.
Inteligência Artificial 21

Tratamentos de informações

INTRODUÇÃO:

Este capítulo apresentará como se dá os processos de


classificação, recuperação e extração de informações,
permitindo que os agentes tratem os dados de forma
eficiente, especificamente quando ligados a classificação
dos contextos das entradas baseadas em linguagem natural.
Vamos lá!

Classificação dos dados


Esta seção tratará sobre os processos de classificação das entradas
baseadas em PLN, porém, será dado foco na classificação de entradas
de textos. Além do exposto, também retomaremos conceitos ligados ao
uso de algoritmos probabilístico supervisionados, como Markov e Bayes.

EXEMPLO: Tomemos por base dois interlocutores. O primeiro inicia


a comunicação atraindo a atenção do outro como um alerta, indicando
que uma informação muito importante deve ser discutida por ambos. A
notícia poderá ser classificada como verdadeira ou falsa, visto que, muitas
das interações do primeiro interlocutor são classificadas como mentiras.

Perceba que existe uma condição externa ao texto que é o fato de


existir uma frequente classificação como mentira nas comunicações do
primeiro interlocutor. Este fato por si só gera uma probabilidade da nova
interação ser também classificada como mentira.

Perceba que problemas como o citado podem ser resolvidos


através de modelos probabilísticos como por exemplo as redes de bayes,
o qual, utilizam uma faixa de probabilidades para os diversos valores das
variáveis, ou das hipóteses, sendo o somatório de todas as probabilidades
igual a 1.

Além do exposto, este tipo de problema também requer que a cada


interação com o primeiro interlocutor, a base de conhecimento sobre seu
padrão seja atualizada, como por exemplo a aprendizagem por reforço.
22 Inteligência Artificial

Assim, o processo de classificação é uma etapa vital para que os


agentes baseados em PLN possam processar entradas de texto. Este
processo é chamado de categorização (RUSSELL, 2013).

Note que para categorizar algo, é preciso tomar por base algum
modelo que identifique ou distribua os dados. Modelos eficientes de
classificação aplicados a IA é geralmente dividida em dois grandes
grupos, os algoritmos supervisionados e não supervisionados, o qual, já
foram explorados na unidade 3 deste material.

Desta forma, é importante lembrar que em problemas


supervisionados, as classes são previamente conhecidas e suas
características treinadas e testar para criar modelos específicos para
identificá-las.

Todavia, em problemas não supervisionados, as classes, chamadas


de clusters, não são previamente identificadas, cabendo ao algoritmo
categorizar as características principais presente em cada elemento que
fará parte de um cluster.

EXPLICANDO MELHOR:

Outro ponto importante para a compreensão do processo


de classificação dos textos, é identificar que as entradas são
baseadas na lógica de primeira ordem, ou seja, em geral, os
dados que serão avaliados serão textos formados por cadeias
de caracteres, onde estes poderão ser letras, números e
símbolos especiais.

Com base no exposto, fica claro que algoritmos como o k-nn,


árvore de decisão e bayes, são eficientes classificadores supervisionados
para problemas ligados a agentes PLN. Todavia, iremos explorar um outro
tipo de algoritmo de classificação muito importante. As Redes Neurais
Artificiais (RNA).

Redes Neurais Artificiais


As RNA são algoritmos de classificação supervisionadas, todavia,
foram deixadas para serem exploradas juntamente com os processos
Inteligência Artificial 23

de linguagem natural pela simbologia de ambas simulares aspectos


orgânicos muito independentes do cérebro dos animais, permitindo assim
que este algoritmo seja utilizado de forma mais prática, explorando-o
através de exemplos práticos ligados aos agentes PLN.

Para compreender o que são as redes neurais, é preciso


compreender previamente como é estruturada as células nervosas,
especificamente, as células cerebrais.

O cérebro humano é constituído de células chamadas de neurônios,


os quais constituem estruturas semelhantes a redes, conectando os
neurônios de forma a poderem trocar informações diretamente ou
indiretamente.

O termo rede vem do inglês, web, que é o fonema que representa


as teias de aranha, estruturas formadas por diversos fios que se conectam
em pontos específicos, fortalecendo a estrutura. Termo que cunhou a
expressão networks, ou rede de trabalho.

De forma semelhante, cada neurônio cerebral, é um nó (ponto),


conectado com um número X de outros neurônios (a conexão é entendida
como os vértices que ligam os pontos).

A Figura 1 apresenta um esquema que simboliza uma rede que


conecta alguns neurônios, simulando uma rede neural.

Figura 1 – Exemplo da estrutura de uma rede neural

Fonte: Autor (2020)


24 Inteligência Artificial

Observa a Figura 1 e note que cada círculo representa um neurônio,


bem como, cada vértice (linha) representa as conexões que cada neurônio
possui.

Perceba também que podemos isolar três grupos de neurônios,


como pode ser visto na Figura 2, além dos vértices que conectam os
elementos poderem conectar-se com mais de um objeto de cada grupo.

Figura 2 – Exemplo de grupos em RNA

Fonte: Autor (2020)

Assim, semelhante aos neurônios biológicos, podemos dizer que


cada grupo é responsável por um tipo de tarefa específica, todavia,
compartilha informações com outros grupos de classes de funções.

Uma rede neurológica é uma estrutura complexa, porém, a rede


serve para comunicação, uma vez que cada neurônio realiza etapas de
processamento de dados e geração de saída de forma independente uns
dos outros.

Para melhor entendimento, é preciso ver mais de perto como se


estrutura um neurônio.

Segundo Faveri e Resende (2020), os neurônios são formados por


três partes distintas, o núcleo, o axônio e os dendritos, com o cérebro
Inteligência Artificial 25

podendo ser divido em massa cinzenta (40%), formada pelos neurônios, e


substância branca (60%), formada pelos axônios e dendritos.

Como o oxigênio é um dos mais importantes elementos ligados


a liberação de energia nas células e o processamento das informações
se dá no núcleo dos neurônios, esta parte é responsável sozinha por
consumir até 94% do oxigênio disponível no cérebro.

A Figura 3 apresenta um exemplo da estrutura de um neurônio


humano.

Figura 3 – Esquema de um neurônio biológico

Fonte: Autor (2020)

Assim, podemos definir assim a função de cada parte de um


neurônio, sendo elas:

•• Núcleo: Responsável pelo processamento da informação.

•• Dendritos: Terminais nervosos que captam os impulsos


bioelétricos de outros neurônios.

•• Axônio: Terminais nervosos que emitem impulsos


bioelétricos para outros neurônios.
26 Inteligência Artificial

Com base no exposto, uma das primeiras formas utilizadas para o


desenvolvimento de modelos inteligentes, procurou simular a estrutura
das redes neurais biológicas, pavimentando os estudos modernos sobre
as Redes Neurais Artificiais (RUSSELL, 2013).

Uma RNA é composta de estruturas denominadas neurônios


artificiais e camadas de tratamento. Cada neurônio, também conhecidos
como unidades, se conecta com outras estruturas de forma direcionada,
ou seja, de um início para um fim.

SAIBA MAIS:

A fim de não aprofundarem em dinâmicas matemáticas que


explicaram como se dá de fato o tratamento da informação,
esta sessão apenas explicará de forma superficial o
funcionamento de uma RNA. Para saber mais sobre como
estas redes processam os dados, acesse o link abaixo e leia
mais sobre este assunto: <https://bit.ly/2ZCYnxf>

Como citado, as redes são estruturas que aplicam camadas de


tratamento para classificação dos objetos. Para isso, cada neurônio terá
um valor associado denominado peso (LIVIERIS; ILIADIS; PINTELAS, 2020).

Desta forma, cada neurônio terá um peso associado, determinado


pela soma ponderada de suas entradas. Ou seja, para cada variação de
entradas, os neurônios determinarão um valor que determinará qual será
sua saída.

Assim, se uma determinada entrada for mais comum que outra,


a com maior frequência de aparecimento possuirá um peso associado
maior.

Relembremos o exemplo dos dois interlocutores, onde o primeiro


era conhecido por mentor com frequência. Note que esta frequência
determinou uma maior chance de pré-classificar sua explanação como
mentira. Da mesma forma, a frequência também determina a maior
probabilidade de um neurônio seguir um determinado padrão.
Inteligência Artificial 27

Um neurônio pode receber mais de uma entrada ao mesmo tempo


através de interfaces de entrada que simulam os Dendritos. Em seguida
a informação é processada em seu núcleo, clara referência ao núcleo
biológico, e por fim uma saída é dada e enviada para a próxima camada
de tratamento, simulando o Axônio.

Como cada neurônio possui um peso associado para um conjunto


de entradas, a utilização de uma rede de neurônios permite que diferentes
saídas sejam geradas pela probabilidade em cada unidade. Ademais, um
conjunto finito de unidades pode ser estipulado para cada camada.

Desta maneira, as saídas combinadas das unidades da camada


anterior, servirão de entradas para a próxima camada, recombinando a
informação até gerar uma saída final.

O número de camadas e unidades em uma rede é definida pelo


programador, onde este procurará o melhor conjunto de quantidade de
camadas e neurônios para criar um modelo eficiente para um problema
específico.

Recuperação da informação
O processo de recuperação de informação é um tipo de ação onde
buscasse encontrar dados em análises específicas.

Por exemplo. Uma das estratégias de recuperação mais conhecidas


é o protocolo de redes HTTP. Este protocolo busca recuperar páginas
com base em uma estrutura de requisição bem definida (WIJAYA, 2020).

Segundo Russell (2013), uma das estratégias mais simples de


recuperação de informação é a busca binária. A busca binária permite que
uma entrada qualquer seja identificada como falsa ou verdadeira com
base em um conjunto de regras bem definidas.

EXEMPLO: Por exemplo, a entrada “usar algoritmo supervisionado”


só terá sentido caso os dados tratados sejam possíveis de classificar com
base em classes já definidas.

Desta forma, este tipo de estratégia busca dar significado a


estruturas, todavia, a classificação sempre será na ordem binária, não
28 Inteligência Artificial

permitindo uma boa ou efetiva classificação da ordem de prioridade dos


elementos estruturados. Outro problema é que um dos objetivos da PLN é
processar, porém, também é se comunicar através de linguagem natural,
algo difícil de ser feito para usuários com pouco ou nenhum conhecimento
de programação que recebem uma unidade binária como resposta do
sistema, especificamente quando ligado ao problema anterior, onde não
é possível ordenar essas respostas.

Assim, uma forma de tratamento para a recuperação de


informações é o uso da estatística como ferramenta para o tratamento
de probabilidades de resposta. Algo que permite a criação de respostas
complexas e que podem ser ordenadas.

Desta forma, após a fase de processamento dos dados, será


possível apresentar respostas baseadas em PNL mais fáceis de serem
compreendidas por todos os usuários destes sistemas.

Extração de informação
O processo de extração de informação pode ser entendido como
uma etapa de identificação e aquisição de conhecimento através da
análise de dados classificados e recuperados (RUSSELL, 2013).

EXEMPLO: Por exemplo, um carteiro ao receber uma encomenda


a ser entregue, irá recuperar as informações do destinatário através da
consulta aos dados previamente classificados pelo sistema de correios.
Assim, este mesmo carteiro, poderá extrair informações como o endereço
e nome da pessoa que receberá a encomenda.

O processo de extração, também permite dar sentido a certas


atividades, possibilitando a aprendizagem dos significados e valor da
informação.

Retomando o exemplo do carteiro, se for dado a sequência com


os seguintes dados. “Alberto Fonseca”, “Centro”, “Sena Madureira”, “AC”,
”69940-000”. Perceba que cada campo é um tipo de informação que pode
ser relevante para a identificação do local da entrega. Podendo até mesmo
realizar sua estruturação com base nos campos, como por exemplo, usar
o valor 69 para identificar uma região da cidade. Desta forma, reflita sobre
Inteligência Artificial 29

seu endereço ou outros conjuntos de informações ligados a seu dia a


dia e procure perceber se é possível identificar padrões que o permitam
extrair informações das combinações possíveis.

Existem diversas formas de extração de dados, como a busca por


valores chaves, busca probabilística, uso de máquinas de estado, entre
outras. Todavia, retomaremos os conceitos e aplicações da extração de
informações na sessão posterior, especificamente, para a compreensão
sobre o uso das gramáticas aplicadas a agentes PLN.

RESUMINDO:

Chegamos ao fim de mais um capítulo, o qual, apresentou


conceitos sobre os processos de tratamento de informações.
Primeiramente vimos que a classificação das entradas é
um importante passo para o processamento de linguagem
natural, uma vez que a classificação permitirá que contexto
e combinações de palavras venham a ser usados para
dar significado e possibilitar respostas eficientes. Assim,
exploramos conceitos sobre o uso de algoritmos não
supervisionados e supervisionados para classificação destes
dados, bem como, aprendemos como se dá os fundamentos
das RNA, importante algoritmo supervisionado e que também
é aplicado para a classificação de entradas. Posteriormente,
tratamos de forma conceitual as ações de recuperação
e extração de informação, permitindo que as sessões
posteriores tratem de forma mai9s objetiva os processos de
comunicação em agentes virtuais.
30 Inteligência Artificial

Modelos de linguagem natural

INTRODUÇÃO:

Neste capítulo, trataremos sobre os modelos de


processamento de linguagem natural, especificamente,
explorando as principais características do modelo N-grama.
Ademais, será apresentado os conceitos do uso de
gramáticas para formação de uma base para a comunicação
em linguagem natural. Bons estudos!

Na sessão anterior aprendemos um pouco sobre os modelos


N-grama, o qual, iremos aprofundar um pouco no início desta sessão.

Podemos definir que uma entrada escrita será composta de cadeias


de caracteres, com cada caractere podendo representar uma palavra,
número, pontos, entre outras representações possíveis, como algumas
formas de representar simbolicamente as emoções, intituladas de emojis.

IMPORTANTE:

Além dos símbolos citados acima, os modelos N-grama


também podem ser constituídos de letras, bits, palavras, entre
outros. Cabendo ao desenvolvedor do modelo fazer essa
definição previamente.

Desta forma, podemos entender que um modelo N-grama é uma


definição que estipula como as cadeias de entrada textual serão tratadas
no sistema.

Segundo Russell (2013), podemos entender os modelos N-grama


como uma cadeia de Markov de ordem 1-N. Salientando que qualquer
sequência de caracteres é composta pelo comprimento N, sendo N o
próprio número de caracteres.

Também é importante a percepção que existem três tipos especiais


de modelos N-grama, sendo eles o 1-grama (unigrama), 2-gramas
Inteligência Artificial 31

(bigrama) e 3-gramas (trigrama). Estas são nomenclaturas especiais para


entradas determinadas pelos valores um, dois e três caracteres.

Todavia, retomemos a cadeia de Markov.

DEFINIÇÃO:

Uma cadeia de Markov é caracterizada pelo fato de um


estado no momento atual não ser dependente de qualquer
estado em momentos anteriores, salvo apenas o estado
anterior. Da mesma forma, apenas o próximo estado poderá
ter dependência do estado atual (GRIGOLETTI, 2015).

Um exemplo comum que pode ser dado é o lançamento de uma


sequência de dados perfeitos, ou seja, dados não viciados e com igual
probabilidade de todos os lados caírem para cima.

Perceba que a soma de uma sequência de lançamentos não pode


ser prevista, bem como, cada lançamento não interfere no próximo
lançamento.

Assim, se quisermos saber a relação se dada uma entrada de 3


dados (trigrama) com um valor qualquer, é preciso fazer o lançamento e
realizar a soma.

EXEMPLO: Se considerarmos uma entrada do modelo trigrama


ligado ao lançamento de dados e quisermos identificar a relação deste
valor com o número 6, podemos seguir algumas possibilidades, sendo
elas expressas no Quadro 3.

Quadro 3 – Exemplo de uma cadeia de Markov

SOMA DOS
RESPOSTA DO SISTEMA
LANÇAMENTOS
Em relação ao valor 6: O
3+2+2 = 7 somatório é superior ao valor
avaliado.
32 Inteligência Artificial

Em relação ao valor 6: O
1+3+2 = 6 somatório é igual ao valor
avaliado.
Em relação ao valor 6: O
1+1+3 = 5 somatório é igual ao valor
avaliado.

Fonte: Autor (2020).

Perceba que a primeira entrada, o primeiro lançamento foi igual ao


valor 3, seguido do segundo lançamento com valor igual a 2, mesmo valor
obtido no terceiro lançamento.

Note que ao final dos lançamentos, foi possível identificar que o


valor do somatório dos valores obtidos, foi superior ao valor de referência,
valor avaliado.

Note que o primeiro valor não sofreu interferência alguma dos


demais lançamentos, fator que também não aconteceu nos lançamentos
posteriores.

Todavia, se o primeiro valor fosse 5, já seria um fato que o somatório


seria superior ao valor de referência, uma vez que se os segundo e terceiro
valores fossem iguais a 1, ainda assim a soma seria superior a 6. Mesmo
com esta afirmação, os valores obtidos nos lançamentos posteriores não
tiveram dependência do anterior.

Cadeias de Markov geralmente são descritas em forma de grafos,


com todas as possibilidades ligadas probabilisticamente, permitindo
assim que ao seguir uma sequência de entradas, seja possível identificar
uma saída adequada.

O modelo que descreve a cadeia de Markov para o exemplo anterior


está presente no Quadro 4.
Inteligência Artificial 33

Quadro 4 – Exemplo de uma cadeia de Markov

Etapa dos Compreensão do


Valores possíveis
lançamentos sistema
A primeira entrada
será constituída da
1a [1-6] = (61) probabilidade de um
dos valores da cadeia
serem verdade
Definido o valor
real obtido na
rolagem do dado
na etapa anterior,
a probabilidade da
2a 6 * 6 = (62)
segunda etapa será
igual a probabilidade
anterior multiplicada
pela probabilidade
atual.

Semelhante ao
segundo lançamento,
tomar-se-á as
3a 6 * 6 * 6 = (63) probabilidades
anteriores
multiplicadas pelas
probabilidades atuais.

Fonte: Autor (2020).

No modelo apresentado no Quadro 4, todos os elementos de


entrada são independentes uns dos outros. Porém, existem casos onde
existem dependência dos estados sequência, como por exemplo uma
cadeia de caracteres que representam uma palavra ou frase.
34 Inteligência Artificial

EXEMPLO: Se tomarmos por base a seguinte palavra:

“Contar”

Perceba que esta cadeia de caracteres para serem identificados, após


identificar a letra “C”, seria preciso que a próxima verificação identificasse
a letra “O”, e assim sucessivamente. Assim, existe uma dependência
exclusiva entre os termos próximos na ordem de 1 verificação.

Avalie a Figura 4. Ela representa uma árvore de dependência gerada


após a verificação de todos os caracteres. Perceba que na estrutura da
árvore, o último caractere é dependente do primeiro, todavia é importante
entender que durante o processo de descoberta do N-grama, de fato
existe uma independência entre os caracteres e que a saída é apenas um
valor probabilístico antes de ser concretizada.

Figura 4 – Exemplo de árvore de dependência gerada

Fonte: Autor (2020)


Inteligência Artificial 35

Note que no exemplo acima, Figura 4, cada nó identifica se o


próximo nó é ou não pertencente a cadeia específica, todavia, este
modelo apesar de simples, tem desvantagens quanto a representação
de grandes quantidades de dados, sendo indicado para aplicações com
possibilidades reduzidas.

Introdução às gramáticas
Como já citado nesta unidade, as línguas naturais como português e
inglês, possuem um conjunto de regras definidos através de documentos
chamados gramáticas.

Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2009), as


definições para uma gramática podem ser:

•• “...É um conjunto de prescrições e regras que determinam


o uso considerado correto da língua escrita e falada...”.

•• “...Tratado descritivo normativo da morfologia e da sintaxe


de uma língua...”.

Ou seja, uma gramática é uma base de dados para consulta


daqueles que procuram corretamente se comunicar segundo alguma
língua específica. Assim, esta base de informações deve ser dada aos
agentes virtuais para que estes possam corretamente se comunicar com
os usuários através de linguagem natural.

IMPORTANTE:

Para fins de exemplificação, a gramática da língua portuguesa


será usada como principal referência.

Lembremos que uma gramática pode ser entendida em relação a


IA, como um modelo de comunicação, uma vez que suas regras auxiliarão
os agentes virtuais poderem compreender os textos ou fala dos usuários
humanos, bem como, realizar comunicação através de mecanismos
específicos, inclusive fala e escrita. Além do uso de uma gramática,
36 Inteligência Artificial

o agente baseado em PLN também precisa conhecer uma base de


caracteres e sua correta classificação.

Retomando os conceitos de aprendizado vistos na unidade anterior,


podemos perceber que estas bases de caracteres, normalmente palavras,
números e símbolos como pontos e vírgulas, podem ser previamente
inseridos ou aprendidos durante as interações do sistema.

Geralmente, as gramáticas são constituídas de duas partes


principais, a semântica e a sintaxe.

DEFINIÇÃO:

Semântica é o estudo do significado na linguagem.


Permitindo conclusões concretas sobre o significado durante
a comunicação (HURFORD; HEASLEY, 1997).

Por exemplo. Analise a frase e o código a seguir presentes no


Quadro 5

Quadro 5 –Erros semânticos

Língua Entradas

Português Joãozinho caiu para cima

Java Script var numero = numero;

Fonte: Autor (2020)

Perceba que a frase em português tem um sentido confuso, uma


vez que, em geral, cair sempre é para baixo.

Por sua vez, a linguagem Java Script define em suas regras, que
quando uma variável é criada, ela não pode receber a si, uma vez que
seus dados ainda não foram de fato iniciados.
Inteligência Artificial 37

Ambos exemplos, são erros ligados a erro no significado da


mensagem, ou seja, erros semânticos.

Desta forma, os agentes baseados em Processamento de


Linguagem Natural, devem manter bases de modelos semânticos para
os caracteres que conhece, algo que permitirá melhorar o entendimento
computacional descritos nas entradas textuais e também auxiliando na
estruturação de respostas bem claras e objetivas com base nas regras da
língua utilizada.

Por sua vez, o outro campo gramatical importante para o estudo e


aplicação em agentes PLN, é a sintaxe.

DEFINIÇÃO:

A sintaxe é o campo de estudo gramatical que estuda a


correta estruturação das frases e em computação, de forma
similar, é um campo de análise que visa identificar se os
códigos atendem as especificações de escrita da linguagem
(DONDIS; CAMARGO, 1997).

Retomemos como referência o exemplo do Quadro 6, porém, com


algumas alterações.

Quadro 6– Erros sintáticos

Língua Entradas

Português Joãozinho subiu depois caiu

Java Script var texto = Hello world!;

Fonte: Autor (2020)

Note que a entrada da língua portuguesa possui um sentido correto,


porém, este sentido está prejudicado pela falta de um conectivo que
38 Inteligência Artificial

une as orações Joãozinho subiu, bem como, depois caiu. Uma provável
estruturação correta seria:

“Joãozinho subiu e depois caiu”

De forma semelhante, a entrada na linguagem computacional Java


Script, está errada pois um texto deve estar obrigatoriamente entre aspas
simples ou duplas, sendo a forma correta apresentada a seguir:

var texto = “Hello world!”

Este tipo de erro não prejudica o sentido das entradas, ou seja, é


possível saber que Joãozinho subiu em algo e em seguida caiu, mesmo
sem um conectivo. Da mesma forma, é possível entender que o texto
Hello world é do tipo string.

Este tipo de análise é chamada de análise sintática e, como citado,


está vinculada a correta estruturação dos textos.

SAIBA MAIS:

Para aprofundar um pouco mais no entendimento sobre


as gramáticas para processamento de linguagem natural,
acesse o seguinte artigo: <https://bit.ly/2VGOiho>

Desta forma, o uso de uma base gramatical permitirá que agentes


inteligentes possam identificar sentido e contextos nas cadeias n-grama e
assim, processar respostas eficientes para cada situação.

Esta identificação é aplicada como uma camada de tratamento


adicional sobre modelos como as cadeias de Markov. Assim, a cada
verificação e/ou quando uma palavra for identificada, as camadas de
tratamento de estruturação e sentido são aplicadas para ajustar ou extrair
informações do texto.
Inteligência Artificial 39

RESUMINDO:

Chegamos ao fim de mais um capítulo, o qual, exploramos


conceitos ligados aos modelos de linguagem natural. Assim,
primeiramente aprofundamos as análises dos conceitos sobre
os modelos k-grama, especificamente ao demonstrar como
se estruturam este tipo de entrada e sua relação com as
cadeias de Markov. Em seguida apresentamos os conceitos
fundamentais as gramáticas e sua relação com o sentido e
correta estruturação na comunicação.
40 Inteligência Artificial

Como se dá os processos de percepção


em IA

INTRODUÇÃO:

Chegamos a nosso último capítulo que tratará sobre


Inteligência Artificial. Até o momento citados de forma simples
e pouco objetiva os sensores, apenas citando que eles são
responsáveis por identificar estímulos no ambiente de forma
passiva, ou seja, esperando que aconteça um estímulo
para ativá-lo. Também citamos entradas, exclusivamente
em formato de textos. Todavia, sensores são responsáveis
por funções adicionais, como varrer o ambiente em pró
de objetivos e muitas outras funções. Assim, esta sessão
abordará processos de percepção e identificação em agentes
Inteligentes. Bons estudos!

Uma das habilidades presentes em alguns agentes inteligentes, é


capacidade de perceber.

Perceber é um conceito complexo, uma vez que define o uso de


diferentes tipos de sensores, bem como, de inúmeras abordagens de
identificação de dados.

Segundo Bueno (2013), percepção é o ato, efeito ou faculdade de


perceber, compreensão.

Segundo Russell (2013), agentes capazes de perceber o ambiente


através de sensores, o fazem monitorando o ambiente a procura de algum
aspecto que o permita utilizá-lo para fins específicos.

Sensores podem ser implementados de diversas formas em um


agente inteligente, o qual, passaremos a estudar de forma mais profunda
na seção a seguir.
Inteligência Artificial 41

Sensores
Sensores são ferramentas importantes para a coleta de dados,
sejam originários do ambiente, de outros agentes ou até mesmo do
próprio agente.

Qualquer sistema de percepção pode ser caracterizado como um


sensor. Por exemplo: se considerarmos um agente reativo ligado a um
algoritmo que espera que um usuário faça login para executar ações
específicas, com a verificação sendo uma condicional simples (se) que
ativará a dita ação. Esta função será entendida como o sensor deste
sistema.

Por sua vez, como já vimos nas unidades anteriores, sensores


climáticos utilizam ferramentas físicas como termômetros para identificar
alterações no ambiente, o qual, disparam sinais para que algoritmos
realizem a mesma função do exemplo anterior.

Outros sistemas, como os geradores de rotas, utilizam dados advindo


do sistema GPS (do inglês “Global Positioning System”, ou “Sistema de
Posicionamento Global”) para realizar comparações entre a posição atual,
ou informada, com a posição final, avaliando as rotas inseridas no sistema
e identificando o melhor percurso, podendo ao não levar em consideração
outras variáveis como velocidade de fluxo ou quilometragem mais curta.

Note que o sistema GPS, em geral, não é de propriedade dos


desenvolvedores de sistemas de rotas. Assim, esta função de captura
de informações também é entendida como um sistema de percepção,
uma vez que os agentes estarão avaliando constantemente alterações na
posição advinda de um sistema externo, para atualizar a rota em tempo
real.

Segundo Russell (2013), sistemas que implementam sensores


geralmente são aplicados em ambientes não observáveis ou parcialmente
observáveis, assim, a incerteza gera a necessidade de os sensores
aplicarem modelos específicos, denominados de modelo de sensores.
42 Inteligência Artificial

Um modelo de sensores é uma estrutura, o qual, utiliza


probabilidade, o qual, descreve a probabilidade temporal ligada as
chances de uma determinam percepção ser identificada. Desta forma, o
tempo e a incerteza passam a ser dados relevantes para a criação de
sensores.

Vamos exemplificar um evento onde sensores segundo os conceitos


temporais e probabilísticos se aplicam.

EXEMPLO: Consideremos uma empresa que possui máquinas


que realizam etapas de um processo industrial qualquer. Cada máquina
possui um sensor que identifica quando é preciso realizar manutenções
de lubrificação e/ou troca de peças. Assim, sempre que uma nova peça
é instalada, um prazo médio de verificação é registrado na máquina, bem
como, quando a força necessária para a movimentação das engrenagens
é superior a um valor determinado, o sistema também gera alertas de
necessidade de lubrificação manual.

Perceba que as duas funções ligadas à manutenção, reposição


de peças e lubrificação, são funções temporais, ou seja, dependem
diretamente que passe um determinado tempo.

Todavia, a função de lubrificação não é determinística, ou seja, existe


uma probabilidade com base em dados fornecidos ou em aprendizado,
que revelam um tempo médio que esta manutenção é requerida.

Ou seja. Existe uma probabilidade esperada ligada a necessidade


de lubrificação das peças.

O exemplo acima nos permite constatar que o conjunto de variáveis


é uma importante etapa no processo de implementação de sensores
eficientes, bem como, cada problema terá seu conjunto de variáveis
próprios.

Uma vez que os conjuntos de variáveis de um sistema for definida, é


preciso identificar como se os processos de varrição temporal do mundo,
ou seja, como o mundo evolui e como serão os valores que cada variável
poderá receber.
Inteligência Artificial 43

Como citado por Russell (2013), esta etapa de identificação do


mundo e suas variações, bem como, os tipos de valores que cada variável
irá apresentar, é chamado respectivamente de modelo do mundo e
modelo dos sensores.

Da mesma maneira que as cadeias de Markov nos permitem o


tratamento das entradas incertas baseadas no modelo K-grama, estas
mesmas cadeias também fornecem um bom modelo descritivo para
previsão dos estados ligados aos modelos do mundo e dos sensores.

IMPORTANTE:

É importante citar que os problemas tratados pela cadeia de


Markov para os modelos acima, geram hipóteses aproximadas,
bem como, podem gerar problemas ligados a quantidades
exorbitantes de estados possíveis no ambiente e nas variáveis
dos sensores. Assim, tratar o ambiente como possuindo
limitadas possibilidades de mudanças é uma forma de tornar
os valores de tratamento nos modelos sempre finitos.

Outros problemas podem estar vinculados a baixa confiabilidade


nos dados fornecidos por um único sensor, seja por problemas mecânicos
ou de representatividade dos modelos. Desta forma, pode-se reduzir
esses inconvenientes ao serem adicionados mais sensores, sejam físicos
ou virtuais.

Russell (2013) também identifica um conjunto de tarefas que devem


ser executadas por um sensor, sendo estas expressas no Quadro 7.

Quadro 7 – Erros sintáticos

Tarefa Descrição

Etapa ligada a percepção


do estado crença através
Filtragem de cálculos probabilísticos
usados para representar
conjuntos de hipóteses.
44 Inteligência Artificial

A previsão é a capacidade
de realizar cálculos
Previsão probabilísticos que permitam
a percepção de ocorrência
de estados futuros.
Suavização é a capacidade
Suavização de realizar previsões com
base em dados passados.
É a possibilidade que os
sistemas possuem em
Explicação mais provável identificar padrões e gerar
conclusões específicas com
base em evidências.

Possibilidade de aprender
com eventos passados
Aprendizagem baseando-se nos algoritmos
supervisionados e não
supervisionados.

Fonte: Adaptado pelo autor

Percepção de objetos complexos


Uma vez definido o que são sensores e suas principais
características, é possível agora explorar alguns tipos de dados que
podem ser identificados através dos processos de captação, classificação,
recuperação e extração de informação.

Além dos textos, ou seja, conjunto de caracteres escritos, os


sons e as imagens são objetos importantes no campo de estudos do
processamento e classificação de dados.
Inteligência Artificial 45

SAIBA MAIS:

Todavia, trataremos nesta unidade apenas sobre imagens,


para saber como se dá o tratamento de sons, acesse o link da
dissertação a seguir: <https://bit.ly/2YUpd4A>

O tratamento de imagens é um processo complexo, visto que,


imagens em duas dimensões ou em três dimensões, apresentam
características específicas ligadas a visualização, bem como, ao
tratamento das entradas, uma vez que a quantidade de orientação (cima,
baixo, esquerda, direita, traz, frente), bem como, a quantidade de pontos
na imagem e os processos de compressão, devem ser levados em
consideração.

Outros pontos importantes ligados ao tratamento de imagens e


reconhecimento dos padrões, estão ligados a forma como os objetos se
dispõem na imagem.

EXEMPLO: Como por exemplo duas linhas retas paralelas indo em


direção a uma maior profundidade na imagem. Quanto mais profunda
as retas se dispõem na imagem, mais próximas elas aparentarão estar
na imagem. Vide Figura 5 onde duas retas paralelas, unidas por retas
transversais contínuas, aparentam ficar mais próximas ao se distanciar a
partir de um ponto fixo, algo gerado pela perspectiva da distância entre o
início e o fim dos pontos de observação.

Figura 5 – Retas paralelas em ambiente com profundidade

Fonte: Autor (2020).


46 Inteligência Artificial

O mesmo efeito apresentado na Figura 5, também pode ser visto


em estradas retas ao se contemplar o horizonte. Quanto mais distante se
olhar, mais próxima às bordas da pista pareceram uma das outra.

Outros efeitos que podem gerar dificuldade de interpretação é


quanto a profundidade de um objeto, ou seja, saber se este está à frente
ou atrás de outro em um mesmo plano, pois, como visto na Figura 5, se
compararmos os pontos onde o observador está sobre as retas e o ponto
mais distante observável, perceberemos que a dimensão da distância
aparentemente reduziu-se.

Desta forma, o tratamento de imagens requer que algum modelo


de identificação de padrões (hipóteses) possa classificar as imagens.

Estes modelos podem ser do tipo supervisionados ou não


supervisionados. Apesar da escolha estar fortemente ligada aos objetivos
que fundamentam a analise das imagens, caba ao desenvolvedor da
aplicação escolher a melhor estratégia.

Todavia, é indicada a construção de soluções por clusters quando


se deseja identificar quantas classificações podem ser identificadas e em
relação aos padrões destas identificações. Bem como, quando se tem
uma ideia geral ou impossível de ser aplicada quanto as classes existentes.

Por sua vez, algoritmos supervisionados são indicados para


problemas que já possuem hipóteses ou classes definidas, ou que a
criação e classes seja algo pouco custoso e de fácil aplicação.

Outros problemas também devem ser levados em consideração


quanto a análise das imagens, como texturas sombreadas, cores incorretas
ou falta de cores em certos pontos, resolução da imagem ou objeto, entre
outros pontos.

A própria direção que a luz ilumina o objeto pode gerar variações


nas classificações.

Assim, perceba que a maior parte das características que devem


ser observadas durante o tratamento de uma imagem ou objeto
tridimensional, podem ser tratadas em etapas de pré-processamento,
Inteligência Artificial 47

removendo ruídos extremos como luz forte em certo ponto ou falta de


dados em certas partes dos dados.

Também perceba que imagens 2D e 3D são formadas por pontos


que interligam conjuntos de vértices, podendo este ponto possuir uma
cor ou característica associada.

Em geral, a combinação de dois vértices de uma imagem é formada


por padrões de cores RGB (combinação de variações de intensidade entre
vermelho, verde e azul) ou CMYK (Ciano, Magenta, Amarelo (Yellow) e
Preto (Key (chave)).

Como visto na unidade anterior, no modelo RGB, cada cor pode


variar entre 256 valores diferentes, o que gera uma quantidade de
2563 possibilidades mais de quatro bilhões de combinações diferentes
para cada pixel (ponto). Reflita sobre uma imagem formada por uma
resolução aproximada de 256 X 256 pixels, agregando ainda fatores
como iluminação, posição do objeto, falhas de coloração, problemas na
compressão ou descompressão das imagens, entre outros. Agora, lembre
que apenas um pixel é formado por mais de quatro bilhões de hipóteses,
quantas hipóteses de classificação uma imagem com resolução citada
poderia formar. Depois, avalie o mesmo exemplo para uma imagem com
resolução HD ou até mesmo um filme. Por fim, pense como é importante
usar modelos como Markov, Bayes e o K-nn para criar as combinações
destas hipóteses de forma discreta. Assim, percebemos como estes
algoritmos são incríveis e como a IA ainda está muito longe de simular
com perfeição as habilidades biológicas dos cérebros humano. Porém,
estamos neste rumo, e você ao explorar este material, também fará parte
destas incríveis descobertas ligadas a tornar uma máquina computacional,
um ser pensante.

Desta forma, um sistema pode captar uma imagem ou usar imagem


advinda de outro dispositivo. Realizar tarefas de pré-processamento para
adequação dos dados, realizar a etapa de processamento e classificação
da imagem e por fim, realizar um pós-processamento onde sensores
procurarão recuperar e extrair as informações descobertas através dos
modelos de classificação.
48 Inteligência Artificial

RESUMINDO:

Chegamos ao final do último capítulo da unidade e também do


material de Inteligência Artificial. Neste material pudemos ver
que toda a trajetória feita até aqui, nos permitiu perceber como
se dá os processos complexos de tratamento de informações.
Assim, primeiramente vimos de forma um pouco mais
detalhada o que são e como agem os sensores virtuais, fator
que pavimentou a apresentação dos processos de percepção
complexos, processos estes ligados a identificação de sons,
imagens e outros tipos de dados não textuais. Desta forma,
completamos nosso estudo sobre como dotar uma máquina
com capacidades que simulam funções biológicas cerebrais,
como, perceber, refletir, tomar decisões e aprender.
Inteligência Artificial 49

REFERÊNCIAS
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2016.

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Inteligência Artificial 51
Inteligência Artificial

Alan de Oliveira Santana

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