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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
CURSO: ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA: FÍSICO-QUÍMICA I
DOCENTE: RIDVAN NUNES FERNANDES

RELATÓRIO 1 – DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE UNIVERSAL DE


UM GÁS IDEAL

Discentes: RENAN D’OURO CARVALHO GOMES 2022033137


CAMILA DOS SANTOS DA SILVA 2022008199
São Luís – MA
2024
RESUMO
A determinação da constante universal dos gases (R) é essencial para a compreensão precisa
do comportamento dos gases ideais, conforme descrito pela equação PV = nRT. Este estudo
envolve a realização de experimentos rigorosos para medir a pressão (P), o volume (V), a
quantidade de matéria (n) e a temperatura (T) de um gás sob condições controladas. A partir
desses dados experimentais, a constante R é calculada, empregando a equação dos gases
ideais. A precisão e a confiabilidade dos dados experimentais são cruciais para obter um
valor exato de R. Este processo não apenas reforça os conceitos teóricos, mas também
destaca a importância da metodologia experimental na obtenção de resultados precisos. A
determinação precisa da constante R tem implicações significativas em diversas áreas
teóricas e práticas, incluindo cálculos de energia, reações químicas e processos industriais,
demonstrando sua ampla aplicabilidade e importância na ciência moderna.

Palavras-chave: A constante universal dos gases, Gás ideal, PV = nRT, Medição de pressão

1. INTRODUÇÃO
A constante universal dos gases (R) é um parâmetro fundamental nas leis que governam o
comportamento dos gases, e sua determinação é de grande importância tanto na física quanto
na química. Este relatório tem como objetivo a determinação da constante universal de um gás
ideal, utilizando experimentos e cálculos baseados na equação dos gases ideais, PV = nRT.
Esta equação, derivada da combinação das leis de Boyle, Charles e Avogadro, descreve o
comportamento de um gás ideal, assumindo que as moléculas do gás não interagem entre si e
ocupam um volume desprezível.
● Pressão (P): Utilizando um manômetro de alta precisão.
● Volume (V): Com um recipiente volumétrico calibrado.
● Quantidade de matéria (n): Calculando a partir da massa do gás e sua massa
molar.
● Temperatura (T): Utilizando um termômetro digital para obter medidas precisas
em Kelvin.

A partir dos dados experimentais, a constante universal dos gases será calculada e analisada.
Este processo não apenas reforça os conceitos teóricos por trás da equação dos gases ideais,
mas também demonstra a importância da precisão experimental na obtenção de resultados
confiáveis. A determinação precisa de R é essencial para várias aplicações práticas e teóricas,
incluindo cálculos de energia, reações químicas e processos industriais. Este relatório busca
fornecer uma compreensão abrangente da metodologia utilizada e discutir os resultados
obtidos à luz da teoria dos gases ideais.

Observações e experiências realizadas com gases revelaram uma série de regularidades em


seus comportamentos, as quais passaram a ser chamadas de Lei dos Gases. A equação
matemática que sintetiza as diversas leis é denominada equação de estado dos gases ou
equação de Clayperon: “O produto pressão x volume de um gás é diretamente proporcional à
quantidade de matéria (n) do gás, na temperatura absoluta”

PV = ηRT

Existem equações mais elaboradas que levam em conta outros efeitos, como as interações
entre as moléculas do gás, e que representam mais fielmente o comportamento dos gases
reais. A mais simples delas é a equação de Van der Waals

onde Ṽ é o volume molar, a e b são as constantes de Van der Waals, determinadas


experimentalmente para cada gás.

No trabalho conduzido no laboratório, as condições de pressão atmosférica permitem que se


utilize a eq. 1 para o gás H2 obtido a partir da reação química:

Mg(s) + 2 HCl(aq) MgCl2 (aq) + H2(g)


2. OBJETIVOS
1. Objetivo Geral
Por meio da equação dos gases ideais e Reais calcular a constante universal dos gases (R).

3.0 MATERIAIS E REAGENTES


- Proveta (500 mL);

Suporte universal, mufa e garra;

Termômetro;

Balança (± 0,0001 g);

Solução 1,0 mol L -1 de HCl;

Fita de magnésio.

4.0 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Primeiramente montar o sistema de geração e de coleta do gás como mostra a figura abaixo:

1. Pesar uma parte da fita de magnésio limpa e seca (0,0400 a 0,0720 g).

2. No funil de decantação colocar um volume entre 50 e 70 mL da solução de HCl. Em


seguida no Erlenmeyer colocar a fita de magnésio previamente pesada.

3. Tampar o Erlenmeyer com o conjunto funil + rolha ajustando-o bem na boca do


Erlenmeyer para se evitar a perda do gás.

4. Em seguida abrir a torneira do funil fazendo com que o HCl entre em contato com as
aparas de magnésio provocando a reação.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os experimentos que abordaram o uso da lei do gás ideal, também conhecida como
equação de estado para o gás ideal, foram conduzidos no ambiente controlado do
laboratório de físico-química da UFMA. Estas investigações conduziram à coleta de dados
específicos relacionados à pressão e volume do gás hidrogênio (H2) para determinação da
constante universal do gás ideal “R”. Para isso, considerando que muitos metais reagem em
meio ácido produzindo gás hidrogênio e seu metal na forma iônica aquosa, a obtenção do gás
hidrogênio para este experimento foi possível através da reação entre um metal
alcalino-terroso e um ácido forte, como é descrito pela reação química a seguir:

Mg(s) + 2 HCl(aq) → MgCl2(aq) + H2(g)

Essa reação pode ser encarada como uma reação de oxirredução, onde o metal é
oxidado a um íon carregado positivamente, e o H+ é reduzido a H2. Sabendo que a relação de
Mg para H2 é 1:1, a quantidade de hidrogênio produzido é igual à quantidade de mols de
magnésio consumido:

( )𝑀𝑔 = ŋ de H
𝑚
𝑀 2

Onde: m = massa de Mg; M = massa molar de Mg/ 24,305g/mol ; ŋ é o número de


mols do H2

A prática em laboratório consistiu em coletar o gás hidrogênio pelo deslocamento da


água, neste caso, houve uma mistura de moléculas de hidrogênio e água dentro da proveta.
De acordo com a lei de Dalton, a pressão total da mistura de hidrogênio e vapor de água é
igual a soma das duas pressões parciais. A pressão parcial do hidrogênio é, portanto, igual à
pressão total menos a pressão parcial da água. A pressão de vapor da água depende apenas da
temperatura. Podemos observar a pressão do vapor da água, conforme a tabela 1, apresentada
a seguir.

Tabela 1 – Pressão de vapor de água (h) em mmHg a temperatura t (°C)


Cálculo da pressão do gás H2 à 24°C:

P(total) = P(gás) + P(vapor de água)

760 mmHg = P(gás) + 22,4 mmHg

P(gás) = 737,6 mmHg

Para determinar a pressão do vapor de água a 24,5°C, usamos a equação de Antoine,


que descreve a relação entre pressão de vapor e temperatura de substâncias puras.

𝐵
log10(p)= 𝐴 − 𝐶+𝑇

Onde:
P = pressão absoluta do vapor
T = Temperatura (em Celsius)
A, B, C = coeficientes de Antoine específicos à substância
Para o vapor de água à 24,5°C, os valores típicos das constantes A, B e C são:
A = 8.07131
B = 1730.63
C = 233.426
Substituindo esses valores na equação de Antoine e resolvendo para P a 24,5°C:
1730.63
log10P = 8.07131− 24.5+233.426

log10P ≈ 1.3615
Para encontrar P, usamos a função inversa do logaritmo:
1.3615
P ≈10
P ≈ 22,987 mmHg

Cálculo da pressão do gás H2 à 24,5°C:


P(total) = P(gás) + P(vapor de água)

760 mmHg = P(gás) + 22,987 mmHg

P(gás) = 737,013 mmHg


Para converter a temperatura da escala Celsius para a escala Kelvin (K), usamos a
função a seguir:

t (°𝐶) = 𝑇(𝐾) − 273, 15

Dados: 24°C e 24,5°C

𝑇 = 24 + 273, 15 = 297, 15 𝐾

𝑇 = 24, 5 + 273, 15 = 297, 65 𝐾

Tabela 2 - Valores de quantidade de matéria, pressão e volume obtido no experimento

Amostra Massa Hidrogênio (PV)/mmHg.L (ŋT)/mol.K


de Mg ŋ T(°C) V(ml) P(mmHg)
(g)
1 0,057 0,00234 24 100 737,6 73,76 0,69533
2 0,057 0,00234 24,5 95 737,013 70,02 0,69650
3 0,060 0,00246 24 70 737,6 51,63 0,73098
Fonte: Autores (2024)

Sabendo que o volume ocupado por um gás por mol de substância é chamado de
volume molar. Podemos representá-lo pela letra Vm, e é calculado dividindo o volume total
ocupado pelo gás pelo número de mols do gás presente. Utilizando a lei do gás ideal,
podemos calcular qual o volume ocupado por 1 mol de um gás ideal a qualquer temperatura e
pressão. Portanto, a lei do gás ideal pode ser expressa como:

( ) = 𝑅𝑇
𝑃
𝑉
𝑛

Figura 1 Volume molar: V versus ŋ Uma maneira pela qual podemos verificar o quão
precisamente a lei dos gases ideais descreve nosso sistema no experimento realizado é
comparando o volume molar do gás real (curva superior) , com o volume molar de um gás
ideal (curva inferior), em uma mesma temperatura e pressão.

Observando o gráfico, podemos perceber que o volume molar do gás real é maior do
que o volume do gás ideal nas mesmas condições de pressão e temperatura. Se calcularmos o
fator de compressibilidade Z, encontraremos um valor maior que 1. Isso implique que, à altas
pressões, o volume molar do gás real é maior do que o volume molar do gás ideal.

𝑉
𝑛 𝑃𝑉
𝑍= 𝑅𝑇 = 𝑛𝑅𝑇
𝑃

Cálculo do fator de compressibilidade do gás real:

Dados: amostra 1= 0,00234 mols de H2 ; amostra 2 = 0,00234 mols de H2 ; amostra 3 =


0,00246 mols de H2

Z1 = 1,7
Z2 = 1,6
Z3 = 1,1

Figura 2 Gráfico PV vs nT. De acordo com o gráfico construído com os dados experimentais,
podemos ver que quando o número de mols de gás aumenta junto com a temperatura, o valor
de PV diminui. Isso pode ocorrer porque, ao aumentar o número de mols, o volume ocupado
pelo gás aumenta, enquanto a temperatura mais alta aumenta a velocidade média das
moléculas do gás. Como resultado, as interações entre as moléculas se tornam mais
significativas, levando a uma diminuição na pressão do gás quando combinada com o
aumento do volume.
Para determinação de R, usaremos a lei do gás ideal, com os dados de P, V e T
conhecidos. A pressão será expressa em atmosferas, usando o fator de conversão a seguir:
1𝑎𝑡𝑚
(𝑥)𝑚𝑚𝐻𝑔 × 760𝑚𝑚𝐻𝑔
= (𝑦)𝑎𝑡𝑚

O valor numérico de R depende das unidades escolhidas para P, V e T. Quando a


pressão é expressa em atmosferas, o volume em litros é a temperatura em kelvins, abaixo
segue a equação da lei do gás ideal para determinar a constante R:
𝑃𝑉
𝑅= 𝑛𝑇

Podemos usar diferentes equações para representar o comportamento de gases reais,


mas uma das mais simples é a equação de Van der Waals. A equação basicamente incorpora o
efeito do volume de moléculas de gás e das forças intermoleculares na equação dos gases
perfeitos. Por isso representam mais fielmente o comportamento dos gases reais
𝑅𝑇 𝑎
𝑃= (𝑉−𝑏)
− 2
𝑉

Uma vez que calculamos os valores experimentais de (R), vamos calcular a


porcentagem do erro relativo (ɛ %) tomando como parâmetro teórico R = 0,0820578
−1 −1
𝐿 𝑎𝑡𝑚 𝐾 𝑚𝑜𝑙 de acordo com a literatura.
|𝑅 −𝑅𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 |
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = | 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 |×100%
| 𝑅𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 |

Tabela 3 – Valores dos parâmetros do hidrogênio obtidos experimentalmente e constante


universal dos gases calculada
Amostras Gás ideal Gás real
−1
R/𝑎𝑡𝑚. 𝐿. 𝐾 . 𝑚
−1 ɛ% −1
R/𝑎𝑡𝑚. 𝐿. 𝐾 . 𝑚
−1 ɛ%

1 0,139 69,3 0,139 69,3


2 0,132 60,8 0,132 60,8
3 0,092 12,1 0,092 12,1
Fonte: Autores (2024)

CONCLUSÃO

Com base nos experimentos realizados para determinar a constante universal do gás
ideal, foi possível observar que os dados coletados apresentaram uma discrepância em relação
ao valor teórico esperado para a constante R. Essa diferença resultou em um erro relativo na
determinação da constante, indicando que o modelo do gás ideal não descreve com precisão o
comportamento dos gases reais nas condições experimentais utilizadas.
Ao analisar o comportamento dos gases reais, verificou-se que o volume molar do gás
real foi maior do que o volume previsto para um gás ideal sob as mesmas condições de
pressão e temperatura. Isso foi evidenciado pelo cálculo do fator de compressibilidade Z, que
apresentou valores acima de 1 para as diferentes amostras analisadas. Essa observação sugere
que, em altas pressões, as interações entre as moléculas de gás se tornam mais significativas,
levando a um aumento no volume molar do gás real em relação ao gás ideal.

A partir dos resultados obtidos e da análise do erro na determinação da constante R,


podemos concluir que o modelo do gás ideal é uma simplificação que não considera
completamente as interações intermoleculares e o volume ocupado pelas moléculas de gás.
Para descrever de forma mais precisa o comportamento dos gases reais, é necessário recorrer
a equações mais complexas, como a equação de Van der Waals, que incorpora esses fatores
adicionais.
Portanto, a discrepância entre os valores experimentais e teóricos da constante R
destaca a importância de considerar as limitações do modelo do gás ideal e a necessidade de
utilizar abordagens mais sofisticadas para descrever com maior precisão o comportamento dos
gases reais em diferentes condições de pressão e temperatura.

REFERÊNCIAS

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