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Estatísticas nacionais, regionais e Mundiais

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PROMOÇÃO DA SAÚDE – A EVOLUÇÃO DO CONCEITO

O conceito de promoção da saúde, ao longo da história de sua formulação, apresentou, e ainda


apresenta, diferentes conceituações disponíveis. Estas, de acordo com SUTHERLAND &
FULTON (1992) apud BUSS, (2000), podem ser resumidas em dois grandes grupos onde, no
primeiro, as ações de promoção da saúde estão ligadas a mudanças de comportamentos
individuais, concentrado seus esforços em riscos relacionados ao comportamento humano,
portanto, sob controle de cada indivíduo. Todos os fatores que não estão sob o controle
humano, não seriam então de competência de ações de promoção da saúde.

Em contrapartida, no segundo grupo, no qual há a concepção moderna de promoção da saúde,


encontra-se uma postura inversa, onde as ações de saúde pública estariam voltadas ao coletivo
e ao ambiente, pois, para este grupo, a saúde é produto das inter-relações inerentes aos fatores
ligados as diferentes dimensões da vida humana, que vão desde hábitos comportamentais
individuais, a acesso a bons serviços de saneamento básico, a educação, a moradia e trabalho,
a padrões adequados de dieta e nutrição, ao longo da vida entre outros. Consequentemente,o
que se vê é o reconhecimento dos diversos determinantes para a condição de saúde humana,
que vão além daqueles que possam comprometer o estado de homeostase3 do corpo humano.

Formalmente, o movimento de promoção da saúde surgiu no Canadá, com a divulgação, em


1974, do documento “Uma nova perspectiva para a saúde canadense”, mais conhecido como
Informe Lalonde. O então ministro da saúde canadense, Marc Lalonde, parte dos
conhecimentos sistematizados, na década de 1940, por Henry Sigérist e publica este documento
que foi o primeiro, oficialmente, a utilizar o termo promoção da saúde. O informe parte do
conceito de campo da saúde e o decompõe em biologia humana, estilo de vida, organização da
atenção à saúde e ambiente, ou seja, aborda os determinantes.da.saúde. O governo canadense,
a partir da formulação deste documento, conclui que a abordagem exclusivamente médica para
as doenças crônicas nãoeram eficientes,pois,os maiores gastos diretos no setor de saúde se
concentravam na organização da a saude, sem apresentar resultados significativos. Diante desta
contestação, cinco estrategias foram propostas pelo informe Lalode, entre elas encontra-se a
promocao de saude. Os avanços obtidos pelo informe Lalonde abriram um novo campo
conceitual para as ciências médicas, instigando a organização, por parte da Organização
Mundial de Saúde (OMS), com colaboração do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF), da “I conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde”.
3

Desenvolvimento e saude: a declaracao de alma-Ata

Durante a década de 60, realizou se um amplo debate do mundo, que realçou a determinação
económica e social da saúde e atribuiu o caminho para uma nova abordagem nesse campo,
visando superar a orientação predominante centrada no controle de enfermidade. Merece
destaque a abertura da China nacionalista ao mundo exterior, coma realização duas primeiras
missões de observação da especialista ocidental, promovida pela OMS, sob a liderança de
Halfdan Mahler (1973 1974) e também o movimento canadense – Uma Nova Perspetiva na
Saúde dos Canadense 1974 -, evidenciando que o tradicional padrão assistencial não favorecia
a promoção de uma melhor saúde. Esses dois acontecimentos estabeleceram as bases para
importantes movimentos de convergência na conformação de um novo paradigma, formalizado
na conferencia de Alma-Ata (1974), com a proposta de saúde para todos e destacado na
Primeira Conferencia Internacional sobre a Promoção da Saúde de *(1986), com a
promulgação da Carta de Ottawa e vem se enriquecido com a serie de declarações
internacionais predominante mente formulada nas conferencias realizadas sobre o tema.
(BRAZIL, 2002)

Principais conferencia sobre a promoção de Saúde

A declaração de Alma-ata resultante da conferencia internacional sobre os cuidados primários


sobre os cuidados da suade realizada na antiga União Soviética, afirmou que a saúde é um
direito humano fundamental, que a consecução do mais alto nível possível é a mais importante
meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros sector e económicos.
Reafirmou, também, que sua promoção e proteção são essenciais para o continuo
desenvolvimento económico e social e contribui para melhor qualidade de vida e para a paz
mundial, sendo direito e dever das pessoas

participarem, individual e coletivamente no planejamento e na execução dos seus cuidados e


na busca de uma vida sustentável. Enunciou que os cuidados primários representam o primeiro
nível de contacto ds indivíduos, da família e da comunidade como um sistema nacional de
saúde e devem ter em vista os principais problemas da comunidade, proporcionando serviços
de proteção, prevenção, cura e reabilitação, conforme as suas necessidades chamou a atenção
que os governos comerem no espirito de comunidade para assegurar serviços a todos. (WHO,
1978)
4

A primeira Conferencia Internacional sobre a promoção de saúde, realizada em Ottawa, canada,


foi antes de tudo, uma resposta as crescentes espectativas por uma nova saúde publica
movimento que vem correndo em todo mundo, e apresentou suas intenções na carta de Ottawa.
Esta definiu a promoção de saúde como um processo de capacitação da comunidade para atuar
de sua qualidade de vida, incluído uma maior participação no controlo desse processo. Para
atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os i indivíduos e grupos deve
sabe identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar, favoravelmente o meio
ambiente. (WHO, 1986)

A carta de Ottawa se apresenta como um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e
pessoais bem como as capacidades do sector, direcionando para um bem-estar global. A carte
também definiu pré-requisitos, ou seja, Condições e recursos fundamentais que são:

 Paz

 Habitação

 Educação

 Alimentação

 Renda

 Ecossistemas saudável

 Recursos sustentáveis

 Justiça social e

 Equidade.

Esta consiste em reduzir as diferenças em seu estado populacional, assegurar as oportunidades


e recursos igualitários para capacitar todas as pessoas a realizar complemente seu potencial
saudável. Isso inclui uma base solida: Ambientes favoráveis, acesso a informação, a
experiencias e

habilidade na vida, bem como oportunidades que permite fazer escolhas por uma vida mais
sadia. Reforçar a ação comunitária e desenvolver habilidades pessoais são estratégia da carta
de Ottawa.
5

Dois dos objetivos traçado por elas são:

 Reconhecer as pessoas como principal recurso para uma vida saudável, apoia-las e
capacita-las para que se mantenha sadias, assim como suas famílias e amigos e

 Incentivar a participação e a colaboração da comunidade (WHO, 1986)

A conferencia de Adelaide, segunda conferencia internacional, realizada na Austrália afirmo


que a saúde é ao mesmo tempo um direito humano fundamental e u, solido investimento social,
devendo os governos investir em politicas publica e saudáveis par que as iniquidades
resultantes da desigualdade social seja diminuídas. Destacou que a ação comunitária é u ponto
central da promoção de politicas saudável e que o governo tem um importante papel em seu
campo de atuação, mas este e extremamente influenciados por intersecções corporativos e
económicos, organização não governamentais ONG e Organização comunitárias.

A Conferencia identificou 4 quatro ares prioritária para promover ações imediatas em


politicas publicas e saudáveis:

 Saúde da mulher,

 alimentação e nutrição

 Tabaco e álcool e

 Criação de ambientes saudáveis.

Alem dessas pauladas, mostrou a necessidade de eventos que permitam troca de experiencias
nos níveis local, nacional ou internacional. (WHO, 1988)

II

No que concerne à Declaração de Santa fé de Bogotá, elaborada em uma Conferencia


Internacional de caracter sub-regioal, realizada na Colombia, tratou da promoção de saúde na
America Lactina. Segundo esta declaração, a promocad de saúde destaca a importância a
participação activa das pessoas nas mudanças das condições sanitárias e na maneira de viver,
condizentes com a criação de uma cultura de saúde. Dessa forma, o repasse de informação e a
promoção de conhecimento

constituem valioso instrumentos para a participação e as mudanças no estilo de vida das


comunidades. Cade destaque Tres dos 11 compromissos assumidos nesta conferrencia:
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 Fortalecer a capacidade da população na tomada de decisões que afetam a vida e a


opção de vida saudável

 Reconhecer como trabalhadores os agentes e todas as pessoas comprometidas com os


processos de sua promoção e os profissionais formados para a prestação de serviços
assistenciais que podem contribuir para promove-la e estimular a investigação para gera
ciências e tecnologias apropriada

 Disseminar o conhecimento resultante, de forma que se transforme em instrumento de


liberdade, mudança e participação. (WHO, 1992)

IV

A quarta conferencia internacional, realizada em Jakarta, Indonésia, teve como tema central a
Promoção de Saúde no seculo XXI. Esta declaração foi a primeira a incluir o sector privado
em seu apoio. Ela oferece uma ocasião para refletir o aprendizado sobre a promoção de saúde,
para reexaminar os determinantes e para identificar as direções e as estratégias necessária para
enfrentar o sues desafios no seculo XXI. Reafirmou os pré-requisitos: Paz, abrigo, instrução,
segurança socia, reações sociais, alimentos, renda, direito da voz das mulheres, um ecossistema
estável, uso sustentável dos recursos, justiças sociais, respeito aos direitos humanos e equidade.
E como a pobreza como a maior ameaça a uma vida sadia. Mostrou também que as tendências
demográficas tais como Urbanização, aumento de numero de pessoas idosas, prevalência de
doenças cronicas, comportamento mais sedento, resistência a antibióticos e outros
medicamentos disponíveis, aumento de numero abusivos de drogas e violência civil e
domestica ameaça, a saúde e o bem-estar de centenas de milhões de pessoas. As prioridades
estabelecidas para o seculo XXI foram:

 Promover a responsabilidade social para com a saúde

 Aumentar os investimentos para fomenta-las,

 Consolidada e expandir parceria em prol dela

 Aumentar a capacidade comunitária e dar direito a voz ao individuo e conseguir uma


infraestrutura adequada.

Fez ainda a recomendações para ações, entre as quais estão o apoio a criação de atividade de
colaboração e de rede para o desenvolvimento sanitário. (WHO, 1997)
7

Na cidade do México, por ocasião da quinta conferencia global sobre promoção da saúde,
denominada "Das Ideias as Ações", foi elaborada a declaração do México. Essa mostro um
aumento significativo no nível de consciência em relação aos serviços de saúde de muitos
países, mas ainda há prejuízos no desenvolvimento social e económico que merecem soluções
equitativa em termo de saúde e bem-estar. Este encontro constatou a necessidade urgente de
aborda os determinantes sociais, económicos e ambientais, sendo precioso fortalecer os
mecanismos de colaboração para promoção ade saúde em todos sectores e níveis da sociedade.
Conclui que a promoção deve ser um componente fundamental das politica e programas
públicos em todos os países (ORGANIZACAO PAN-AFREICANA DA SAUDE, 2000).

VI

A sexta conferencia global, realizada em Bangkok, firmou quatro compromissos determinantes


para alcançar a promoção de saúde como:

 A promoção de saúde deve ser um componente primordial e mundial

 Todos os níveis de governo possuem responsabilidades essencial no seu


desenvolvimento

 Deve ser um objetivo fundamental das comunidades e da comunidade civil um requisito


das boas práticas empresariais. (WHO, 2005)

VII

A sétima Conferencia Internacional, que foi realizada em Nairobi, no Quénia, em outubro de


2009, teve um significado especial por ocorrer em território africa e destacou a promoção de
saúde e o desenvolvimento como temática central. A conferencia da Africa demostrou a
importância de reforçar a promoção de saúde perante as ameaças decorrente da crise financeira,
do aquecimento global das alterações climáticas. Alem disso realçou a necessidade de
aproveitar os ensinamentos obtidos nas ultimas décadas com as cartas, declarações e resoluções
que trataram da promoção da saúde e da sua aplicabilidade. O encontrou afirmou que a maioria
das orientações preconizadas não foi praticada, assim estamos muito alem dos compromissos
assumidos. Na versão do
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documento distribuído na conferencia africana, denominada Naroibi cal to action, foi realçada
a importância da promoção como um elemento fundamental para melhorar a qualidade de vida,
reduzir as iniquidade e a pobreza e ajudar a promover sociedade justas. Alem disso, a natureza
multissectorial dos desafios abordados foi preconizados numa tentativa de que as propostas
apresentadas sejam divulgadas aos da OMS, ONU, Organização Internacional de
Desenvolvimento, Governos, dirigentes nacionais e locais, políticos, populações, sociedade
civil, organizações privadas e não gornamentai9s, profissionais de saúde, e académicos,
indivíduos, famílias, comunidades, organizações comunitárias e redes socias (WHO, 2009).

Portanto, as parcerias e ações intersectoriais foram consideradas condições imprescindível para


intervir eficazmente sobre os fatores determinantes da suade e atingir as equidades em saúde,
implementando formas e colaboração, cooperação integração entre diferentes áreas, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das populações. O compromisso global
assumindo neste encontro assueta se em 3 três eixos fundamentais:

 Utilizar a potência inexplorado da promoção da saúde

 Tomar a promoção de saúde um princípio integral da política e das agendas de


desenvolvimentos

 Desenvolver mecanismos enfincais e sustentáveis de expansão da promoção da saúde


(Ibidem)

Como estratégias e ações foram propostas 5 cinco orientações temáticas, visando atuar
relativamente aos fatores que limitam a eficiência dos processos de promoção de saúde:

1. Empoderamento individual

2. Empoderamento comunitário

3. Fortalecimento dos sistemas sociais

4. Parceria e ação intersectorial

5. Capacitação para a promoção de saúde(Ibidem)


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Segundo o documento, no empoderamento individual, a aprendizagem em saúde e


fundamental, pois proporciona os meios através dos quais o individuo efetua a escolha de
comportamentos saudáveis. Alem disso, este processo educativo deve ser desencolvido
considerando mas necessidades de saudes, sociais e culturais das pessoas. As accoes nessa área
implica apoiar o emponderamento, adoptar a tecnologia de informação e comunicação e
construir e aplicar bases de dados.

Já no empoderamento comunitário, as comunidades devem partilhar o poder, os recursos e as


capacidades de decisão a fins de assegurar as condições sustentáveis para as equidades em
saúde. Consiste em uma conjugação de esforço que permite colocar em pratica uma intervenção
ou defesnder uma determinada mudança politica ou social. Refere se ao processo de
capacitação das comunidades para aumentar o controlo e a capacidade de decisão, adquirindo
domínio e libertacaoes sobre os factores e libertações que tem impactos decisivos sobre as suas
vidas. As intervencies neste âmbito envolvem possibilitar a apropriação da comunidade,
desenvolver recurso sustentável e construir e aplicar bases de dados.

Durante esta conferencia, houve um significativo apelo para uma accao conjuta e global,
considerando que tanto os países desenvolvidos quanto em os em desenvolvimentos enfrentam
riscos significativos de surtos de doenças que podem ser prevenidas. Assim, foram destacados
5 cinco responsabilidade urgentes, para os governos e de mais interessados, que consiste em

1. Reforçar as liderança e os grupos de trabalho

2. Fomentar a promoção da saude

3. Capacitar as comunidade e os individuo

4. Melhorar os processo participativos e construir e aplicar conhecimento(Ibidem)

Política nacional de promoção de saúde


É objectivo central do Governo, para a área de saúde, promover a melhoria do estado de saúde
do povo moçambicano, garantindo cuidados de saúde de qualidade aceitável, gratuitos ou a um
preço comportável a uma cada vez maior proporção de moçambicanos.
A política governamental para a Saúde é em grande parte desenvolvida pelo Ministério da
Saúde. É na Direcção de Planificação e Cooperação e no Instituto Nacional de Saúde onde são
definidas as acções para implementação da promoção, atenção e cuidados de saúde.
10

Entretanto observa-se importantes papéis desenvolvidos por outras instituições na construção


do sistema de M&A em saúde no País. Outros Ministérios e outras instituições do Estado
também contribuem para a definição da política governamental para a Saúde. Parceiros
internacionais também têm prestado uma contribuição de grande valor para o desenvolvimento
sanitário.
E como o sistema de saúde inclui o sector público, o sector privado com fins lucrativos e o
sector privado sem fins lucrativos, as instituições que prestam estes serviços também devem
contribuir com informações importantes para a gestão da saúde no país.
Assembleia mundial da saude, ocorrida em 2000, aponta o desafio da saude para todos no
seculo XXI, reafima o compromiso da saude ser um direito fundamental dos sers humanos e
emfatiza a relacao entre saude e os preceitos eticos de equidade, solidariedade e sustija social.
Nela, os paizes assumiram um compromisso de abordar os determinantes basicos e os pre
requicitos para a saude e reconheceram que a saude ee fruto de um trabalho interdependente de
todas as nacores, comunidade, familia, e individuos.
Neste contexto, promover saude se impoem pela complexidade dos problemas que
caracterizam a realidade sanitaria em que predominam as doencas cronicas não transmissiveis,
a violencia e as novas endemias. Se impoem tambem pela pontencialidade de estrategias que
superam a cultura -meio destes mesmos procedimentos medicos.
 A promocao da saude emfreta essa realidade sanitaria na medida em que oferece
condicoes e instrumentos para uma accao intregada e multidisciplinar que inclui as
diferentes dimessoes de experiencia humana a subjectiva a social, a politica, a
economica e a cultural que coloca a servico da saude, e saber e accoes produzidos nos
diferentes campos do conhecimento e das actividades.

 Promover saude tambem ee aceitar o imenso desafio de desencadear um processo


amplo que inclui a articulacao de parceria , actuacoes intercetorias e participacao
popular , que optimize os recursos disponiveis que garantam sua aplicacao em politicas
que respondam mais efetiva e integralmente as necessidades da sociedade. Ee se
responsabilizar no nivel da legislacao e execucao com politicas que favorecam a vida
em todas suas dimensoes sem que isso implique, necessariamente no desenvolvimento
de accoes ineditas, mas no redicionamento do enfoque das politicas publicas.
A promocao da saude lida com estilo de vida.
Com as formas de viver constituidas nas sociedades modernas, onde a populacao perde de
vista o que ee uma vida saudavel e passa a adaptar-se a uma forma de vida sedentaria e
estressante, com o predominio de consumo de alimentos industrializados com altos teores de
sal e acidos graxos saturados, com o abuso de drogas licitas e ilicitas, que são determinantes
fundamentais na geracao de doencas, doencas tambem determinadas por problemas mais
comuns nas populacoes menos favorecidas como o medo, a desesperanca, a dificuldade de
acesso de bens e valores culturais e de cidadania.
Segundo PAULO Freire. Promover saude ee educar para a autonomia, ee tocar nas diferntes
dimensoes humanas, ee considerar a afectividade, a amorosidade e a capacidade criadora e a
11

busca da felicidade comoigualmente relevantes e como indissociaveis das demais dimensoes,


por isso, a promocao da saude ee vivencial e ee colocada ao sentido de viver e aos saberes
acumulados tanto pela ciencia quanto pelas tradicoes culturais locais e universais.
A promocao da saude trabalha para a mobilizacao comunitaria.
Mobilizacao que tnta romper o individualismo que se tornou uma das principais caracteristicas
das sociedades moderns. Neste espaco actua no fortalecimento da accao comunitaria,
compartilhando os saberes tecnicos e saberes populares e crindo condicoes para a construcao
de estrategias que tem se mostrado eficazes na abordagem dos problemas de saude.
Mobilizacao que se posiciona a favor da vida e se conecta aos movimentos globais a favor do
desenvolvimento humano.
A promoção da saúde busca construir espaços saudáveis.
As noções prevalentes de progresso vêm estimulando ataques permanentes ao meio ambiente:
rios, mares, terra, floresta, ar, mangues... Além disso, os ambientes de trabalho muitas vezes
não estão adequados às condições mínimas de salubridade e convivência; nos ambientes
escolares há dificuldades de se conter a violência, persiste o desrespeito às diferenças e há
pouca integração entre a escola e comunidade. O estímulo à construção de espaços saudáveis,
pensando o espaço enquanto território vivo como na concepção de Milton.
Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia Ed. Paz e Terra - 2002 "assumir-se como ser social e
histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz
de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se
como objeto. A assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. É a "outredade"
do "não eu", ou do , que me faz assumir a radicalidade de meu ."
A promoção da saúde propõe o desafio de reorientar os serviços de saúde a superar a
fragmentação do assistir a doença, e irem em direção a perspectiva da atenção integral às
pessoas em suas necessidades, numa relação dialógica do cuidar/ser cuidado, do
ensinar/aprender.
Traz os serviços a reflexão de que necessitam participar ativamente das soluções dos
problemas de saúde levantados conjuntamente com as comunidades.
Deve ficar claro que a promoção da saúde não deve ser mais um nível de atenção, nem deve
corresponder a ações que acontecem anteriormente à prevenção. Com esta compreensão não
deve se constituir como mais um programa, mais uma estrutura organizacional. Ao contrário,
se compõe de estratégias que se movem
transversalmente em todas as políticas, programas e ações do setor saúde, numa tentativa de
trazer o olhar, a perspectiva da saúde e do desafio do construir a integralidade em toda a sua
complexidade e singularidade social e individual. Significa ousar na busca de tecnologias
(indicadores, planejamento, processos avaliativos) que dêem conta do desafio da não
fragmentação destas mesmas políticas, programas e ações. Mais do que isto, a definição de
ações voltadas para a promoção da saúde, embora tenha um componente regulatório, devem
ser mais indutoras e estar a serviço do desenvolvimento humano e do processo de emancipação
da nação.
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As instituições que merecem destaque na construção do sistema de Monitoria e Avaliação


As instituições que merecem destaque na construção do sistema de Monitoria e Avaliação são:
Ministério de Saúde
 Direcção de Planificação e Cooperação (DPC)
 Departamento da Monitoria e Avaliação (M&A)
 Departamento de Informação de Saúde (DIS)
 Unidade de Fundo Global
 Instituto Nacional de Saúde (INS)
Outras Instituições Governamentais
 Instituto Nacional de Estatísticas
 Ministério de Planificação e Desenvolvimento (MPD)
 Ministério da Mulher e Acção Social
 Conselho Nacional ao Combate de SIDA
 Universidades e Instituições Académicas
 Parcerias (Sector Privado, ONGs Parcerias Técnicas Governamentais)
 Grupo do Trabalho de Planificação, Monitoria e Avaliação
 Aplicação da política nacional de promoção de saúde
 Ministério de Saúde

O MISAU tem como objectivo: “Promover a Saúde e o bem-estar dos moçambicanos, com
especial atenção para os grupos vulneráveis através de intervenções inovativas e prestar
cuidados de Saúde de boa qualidade e sustentáveis, tornando-os gradualmente acessíveis a
todos os moçambicanos com equidade e eficiência”.(PLANO ESTRATÉGICO DO SECTOR
SAÚDE: 2007 -2012).

O Nível Central é o órgão orientador que realiza funções de definição de políticas, normas,
regulamentos etc. É onde é feita a planificação estratégica do sector como um todo e são
delineadas as principais estratégias do sector que servem de orientação para a planificação
provincial e distrital, isto é, as principais intervenções por níveis.

Direcção de Planificação e Cooperação (DPC)


Na área de Informação e Saúde, a Direcção de Planificação e Cooperação (DPC) tem a
atribuição da notação, do apuramento de dados estatísticos, da definição de conceitos e a
coordenação das estatísticas do Sector Saúde.
13

Também tem a atribuição de manter em funcionamento e desenvolver um sistema de


informação, função sob responsabilidade do Departamento de Informação para a Saúde (DIS).
No ano de 2011 a DPC está composta pelos departamentos de Planificação, Cooperação,
Informação de Saúde. Monitoria e Avaliação, Infra-estrutura, Projectos e pela Unidade do
Fundo Global.

Departamento de Informação de Saúde


O Departamento de Informação de Saúde (DIS) tem a responsabilidade de produzir, elaborar e
disseminar informação para a tomada de decisões pelos gestores do SNS a todos os níveis, para
a planificação de recursos com base na evidência, para vigiar as epidemias e doenças e medir
o estado de saúde da população, para o apoio à pesquisa e para a prestação de contas à
comunidade nacional e internacional.
A planificação das actividades e das directrizes é uma prática e tradição no DIS. Seu Plano
Estratégico Nacional dos Sistemas de Informação de Saúde (2010-2014) constitui a base das
prioridades e actividades do DIS. Neste documento são identificadas 3 prioridades:
1. Dispor de recursos humanos capacitados e em número suficiente para as
actividades do SIS a todos os níveis.
2. Melhorar a gestão do SIS.
3. Dispor de infra-estrutura e de tecnologias de informação e comunicação adequadas,
a todos os níveis.
O DIS trabalha em parceria com os representantes das DPS nas Províncias, que vêm apoiando
as acções de recolha de dados, supervisão aos Distritos, implementação de aplicativos e apoio
a acções de Tecnologia de Informação.

Instituto Nacional de Saúde (INS)


O INS é a instituição do Ministério de Saúde vocacionada para a geração de informação
técnico-científica na área da Saúde. Tem como missão “participar na melhoria do bem-estar do
povo moçambicano, mediante a geração e promoção da incorporação de soluções científicas e
tecnológicas para as principais condições e problemas de saúde em Moçambique”.
O INS tem papel significativo no sistema de M&A no que diz respeito a coordenação do
sistema epidemiológico, a investigação em saúde, a promoção e coordenação do Programa
Nacional de Investigação em Saúde. Tem também um importante papel no desenvolvimento
da agenda de pesquisa do MISAU, como pesquisas de avaliação tecnológica, de segurança
alimentar e nutricional, pesquisas clínicas e para populações vulneráveis. O INS possui um
14

programa de capacitação para o seu pessoal que poderia ser aproveitado nos esforços de
capacitar outro pessoal do MISAU envolvido na vigilância, pesquisa, e M&A.
Entidades que financiam as políticas nacionais de promoção de saúde (Unidade de Fundo
Global).
A estrutura actual da Unidade do Fundo Global foi criada no ano de 2009 com o objectivo de
coordenar a implementação das subvenções do Fundo Global.
A unidade é responsável por responder aos requisitos do Fundo Global na área de monitoria
programática das subvenções. Para tal, a Unidade usa os sistemas nacionais de Monitoria e
Avaliação, através da coordenação com o Departamento de Informação para Saúde (DIS) e
Departamento de M&A, com os programas verticais de saúde nacionais (HIV, PTV, TB e
Malária) e com outras Direcções do Ministério da Saúde (MISAU) intervenientes nos
processos de implementação das subvenções do Fundo Global.
Segundo FONSECA, O apoio de doadores do Norte e organizações internacionais ao sector da
saúde Moçambicano é coordenado pelo Grupo de Parceiros da Saúde (Health Partner’s Group
– HPG), cujos membros se encontram mensalmente.
A OMS e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) são os mais influentes, apesar
de instituições financiadoras globais, como a Aliança Mundial para as Vacinas e a Imunização
(GAVI), desempenharem papel proeminente. Os Estados Unidos, através da Agência dos
Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e do Centro para Controle e
Prevenção de Doenças (CDC), são os maiores dentre os doadores no sector da saúde em
Moçambique.

A responsabilidade da fiscalização da política nacional de promoção de saúde

Departamento da Monitoria e Avaliação


O Departamento de Monitoria e Avaliação da DPC, funciona em estreita colaboração com o
Departamento de Informação para a Saúde. Tem como visão garantir uma análise crítica do
desempenho programático das diferentes áreas do sector e da situação de saúde da população,
proporcionando ferramentas úteis a tomada de decisão com vista a melhorar gradualmente o
desempenho do sector, traduzido pela melhoria do estado de saúde da populaça.
Este departamento proporciona ao sector maior capacidade de:
 Análise crítica periódica do desempenho programático;
 Análise da situação da saúde da população através da monitoria das principais causas
de morbimortalidade;
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 Prestação de contas regulares com transparência e fiabilidade através da elaboração de


relatórios analíticos e informativos;
 Monitoria das decisões Ministeriais com influência programática;
 Medição da eficiência e eficácia das diferentes estratégias;
 Desenho de políticas e estratégias baseadas na evidência
Cada Direcção Nacional do MISAU tem ou está a criar uma Unidade de Monitoria e Avaliação,
como contraparte do DMA. Existem também núcleos de M&A em programas específicos, na
maior parte compostos por apenas uma pessoa, sem formação específica e com outras
actividades. Estas unidades têm o potencial para melhorar a coordenação de monitoria e
avaliação dentro das direcções (entre os diferentes programas) e entre as diferentes direcções.
Em algumas unidades e alguns programas foram contratados Assessores Técnicos na área de
Monitoria e Avaliação por um período limitado durante uma fase do fortalecimento dos
recursos humanos nesta área. Embora existam estas novas entidades com recursos humanos e
técnicos dedicados ao fortalecimento e funcionamento dos sistemas de monitoria e avaliação,
ainda não foi definido ao nível central (ou níveis sub-nacionais) uma estrutura orgânica e
funcional da monitoria e avaliação ao nível do sector.
Outras Instituições Governamentais

Embora o Ministério de Saúde seja a instituição principal para dirigir o sistema de Monitoria e
Avaliação, outras instituições têm papéis importantes no sistema de M&A. Cabe ao Ministério
da Saúde desenvolver com esses Ministérios e essas instituições as interligações orgânicas e
funcionais para que a Cooperação Intersectorial seja efectiva. Observa-se uma certa fragilidade
da colaboração intersectorial a todos os níveis1.

Instituto Nacional de Estatísticas


O Instituto Nacional de Estatística (INE) tem como missão “Responder em tempo oportuno às
necessidades de informação dos utilizadores e promover a cultura estatística naciona1”. O INE
é o órgão responsável pela realização dos grandes inquéritos de base populacional.
Dispõe de um plano estratégico para 5 anos (2008-2012), cuja implementação é por vezes
desafiada pelas solicitações de pesquisas ou estudos específicos etc. O Plano dispõe de 4
objectivos estratégicos: Plano Estratégico do INS (2010-2014)
 Responder as necessidades estatísticas dos utilizadores sobre a estrutura e tendência da
população, economia, sociedade, governação, género e ambiente e promover a
utilização da informação estatística oficial.
16

 Criar progressivamente uma capacidade de produção estatística ao nível dos distritos e


municípios que respondam às necessidades do processo de governação e
desenvolvimento local e nacional;
 Capitalizar a produção das estatísticas com recurso a novas tecnologias e metodologias,
inovação, coordenação interinstitucional, apropriação de registos administrativos e
redução da carga de respostas dos fornecedores de dados;
 Aprimorar a capacidade institucional face aos novos desafios impostos pelos
utilizadores.

Ministério de Planificação e Desenvolvimento (MPD)


O MPD tem como missão “Dirigir e coordenar o processo de planificação e orientar o
desenvolvimento económico e social integrado e equilibrado do País”. Neste âmbito, o MPD é
responsável pela coordenação do desenvolvimento e implementação do Plano de Acção para a
Redução da Pobreza (PARP) que define actividades chaves e indicadores para cada sector,
incluindo MISAU.
O MPD dispõe de um repositório Nacional de M&A, para o qual todos os sectores devem
enviar seus relatórios semestrais. No ano de 2009 foi criada a Direcção Nacional de M&A, que
substituiu a Direcção de Planificação no recebimento dos balanços do PES e dos indicadores
de resultado e impacto (QAD) de cada sector.

Os programas nacionais de promoção de saúde em curso

Ministério da Mulher e Acção Social


O Ministério da Mulher e da Acção Social tem como missão “Dirigir e coordenar a execução
da política de emancipação e desenvolvimento da mulher, coordenar e integrar os esforços de
todas as instituições governamentais e não-governamentais que trabalham na área da Mulher,
do Género e da Acção Social em todo o Território Nacional”.
Dispõe da Política Nacional de Género e Estratégias de sua Implementação, um instrumento
para apoiar a planificação e a tomada de decisões que concorram para a promoção da Mulher.
Conta, igualmente, com o Conselho Nacional para o Avanço da Mulher, um mecanismo de
Coordenação intersectorial, criado com o objectivo de supervisor, impulsionar e acompanhar a
implementação de políticas e programas aprovados pelo governo para área da mulher e do
género.
Ao nível distrital, a gestão dos serviços de Saúde e do MMAS são integrados (Serviços
Distritais de Saúde Mulher e Acção Social).
17

O Conselho Nacional de Combate ao SIDA


O Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA - CNCS é uma instituição do Estado, criada
no ano de 2000, com o objectivo de “coordenar a resposta multi-sectorial de combate ao
HIV/SIDA, de forma a parar com o alastramento desta pandemia e mitigar o seu impacto em
Moçambique”.
O CNCS não é uma instituição implementadora dos programas de combate ao HIV/SIDA,
apenas coordena a planificação, implementação, monitoria e a avaliação de programas de
combate ao HIV/SIDA que as outras instituições (do Estado, sociedade civil e privadas)
desenvolvem.
As organizações da sociedade civil, instituições estatais e privadas é que implementam os
projectos de combate ao HIV/SIDA.

Universidades e Instituições Académicas


A capacitação dos recursos humanos é uma das prioridades para fortalecer o sistema de M&A.
Algumas instituições académicas podem apoiar o sistema de M&A e pesquisa de saúde pública.

Universidade Eduardo Mondlane (UEM)


A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) tem um programa de mestrado em saúde pública
com orientação para: Promoção de Saúde, Prevenção e Controlo de Doenças e ; Planificação,
Gestão e Informação de Saúde, incluindo Monitoria e Avaliação de Sistemas de Saúde. Em
2011 estão disponíveis os módulos electivos de Saúde Sexual e Reprodutiva, Saúde Infantil,
Trauma e Violência, Gestão de Recursos Humanos em Saúde, Saúde Ocupacional e Ambiental.
Dispõe também do Centro de Coordenação dos Assuntos do Género (CeCaGe), que, em
parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) e a UNWomen -
Entidade das Nações Unidas para Igualdade de Género e Empoderamento da Mulher, vem
elaborando formações sobre Planificação e Orçamentação na óptica de
Género a gestores, directores, coordenadores e oficiais de programas/projectos, técnicos de
planificação e orçamentistas provenientes do sector público. Eventualmente alguns membros
da Faculdade de Medicina afectos aos do Departamento de Saúde Comunitária colaboram com
o MISAU como consultores nas áreas de planificação, monitoria e avaliação.
A UEM dispõe também de um programa sem fins lucrativos (M-OASIS), cujo principal
objectivo é desenvolver soluções informáticas para o ramo da saúde15. Este programa é um nó
do projecto M-OASIS (em inglês: Mozambique Open Architectures, Standards and
Information Systems), que tem como finalidade fortalecer sistemas de informação para a saúde,
18

tanto no ramo privado como público, em países em desenvolvimento, recorrendo ao uso de


tecnologias abertas. O nós da M-OASIS são desenvolvidos em Universidades locais, as quais
fazem parcerias com os respectivos Ministérios da Saúde, outras universidades e Organizações
não-governamentais. Além da UEM, foi estabelecido outro nó na Universidade de Kwazulu-
Natal na África do Sul.
Cada nó é constituído por um grupo de desenvolvedores de base, e mantém consultorias e
formações regulares no campo de desenvolvimento de arquitecturas, padrões e softwares
abertos.
Desde a assinatura do memorando de entendimento com o MISAU, em 2009, a M-OASIS tem
como principal parceiro o Ministério da Saúde, o qual pretende assessorar os processos de
desenvolvimento e aquisição de tecnologias de informação.
A M-OASIS recebe apoio técnico e de rede da ONG Sul Africana Jembi e é apoiada
financeiramente pela IDRC Canadiana e pelo CDC dos Estados Unidos.

Parcerias Técnicas: Sector Privado, Organizações Não Governamentais e Agencias


Governamentais e Multilaterais.
O principal prestador de serviços de Saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS) à escala
nacional é o sector público. Entretanto, o sector privado com fins lucrativos está a desenvolver-
se gradualmente, especialmente nas grandes cidades, registando-se um crescimento de
consultórios privados individuais e colectivos nas diferentes especialidades. Actualmente não
existe legislação específica actualizada sobre o exercício da medicina privada, sobre critérios
para acreditação das US, sobre fluxos de informação sobre actividades etc.
A prestação de cuidados pelo sector privado com fins não lucrativos é feita essencialmente por
ONG estrangeiras e algumas entidades religiosas de comum acordo com o MISAU. As ONG
nacionais estão a desenvolver-se paulatinamente e executam essencialmente programas de
Saúde Comunitária nas áreas de prevenção, controlo da doença e de educação e informação.
As ONGs contribuem para o desenvolvimento, implementação, e manutenção nos vários
sistemas (baseados em papel e informatizados). Além de colaboração com as ONGs, o MISAU
tem parcerias com instituições governamentais (bilaterais com alguns governos específicos e
multilaterais incluindo a Organização Mundial de Saúde e as agencias das Nações Unidas).

O MISAU está a institucionalizar os mecanismos de coordenação com os parceiros técnicos,


quer através da participação destes nos fóruns criados nas Províncias e no nível central no
âmbito do SWAP, pela assinatura do Código de Conduta MISAU/ONG´s, assim como através
19

do recém-criado Departamento de Projectos. Entretanto, cada sector do MISAU trabalha de


forma isolada com as instituições não-governamentais e governamentais, não existindo um
mecanismo para o MISAU coordenar e dirigir os parceiros técnicos nas actividades de M&A.
Uma
Potencialidade destas parcerias formalizadas e fortalecidas seria estabelecer um processo de
análise técnica Conjunta e rotineira dos dados.

Grupo do Trabalho de Planificação, Monitoria e Avaliação


O MISAU, no âmbito da saúde, tem o mandato de ser o protagonista de negociações de recursos
para o desenvolvimento de grandes acções estratégicas e deve ser o sujeito coordenador dos
projectos de envergadura nacional. No ano de 2008 foi assinado um Memorando de
Entendimento (MdE) entre o Ministério da Saúde (MISAU) e Parceiros de Cooperação. Após
esta assinatura, foram criados Grupos de Trabalho, e no ano de 2010 existiam 6 Grupos de
Trabalho, nem todos grupos técnicos.
O Grupo de Trabalho de Planificação, Investimentos e Monitoria, Avaliação (PIMA) constitui-
se no principal fórum de discussão dos assuntos relacionados com a Planificação, M & A e
Investimentos para o sector da saúde em geral e para o PROSAUDE II (e seus programas
sucessores). Este grupo tem o objectivo de: Apoiar os processos políticos relacionados com a
saúde para a implementação do Plano Nacional estratégico de Informação em Saúde;
Supervisar a elaboração e implementação do plano integrado de M & A e coordenar o apoio
técnico, as contribuições e a revisão dos principais subprodutos; Definir, conjuntamente, o
processo de avaliação conjunta do sector, bem como avaliar em conjunto o desempenho do
sector da saúde. Isto inclui a definição do Quadro de Avaliação de Desempenho da Saúde
(QAD-SAÚDE) e as suas revisões; Participar na avaliação do desempenho do sector no
contexto das revisões dos Parceiros de Apoio Programático (semestral e anual).
Empenhar-se no diálogo político sobre a planificação do sector saúde, e nos processos de
priorização (PES anual, o CFMP, BdP) e alocação de recursos; Incentivar a divulgação dos
resultados dos estudos técnicos e avaliações, a fim de melhorar o processo de planificação
baseada em evidências, bem como para minimizar a duplicação de trabalho; Monitorar a
implementação das recomendações feitas na avaliação conjunta anual e CCS; Participar no
desenvolvimento da matriz de Monitoria no âmbito do PARP, Planos Estratégicos do Sector
Saúde e quaisquer outros planos estratégicos, garantindo o alinhamento com o Plano de
Monitoria e Avaliação e QAD (uma vez aprovado).
20

Com este PNMA, o PIMA também terá um papel na monitoria da implementação do Plano,
especificamente monitorando anualmente os produtos e prazos incluídos no Plano de Acção.
Em 2011, os programas do HIV, Recursos Humanos, Unidade de Fundo Global teve
Assessores Técnicos na área de M&A com Assessores Técnicos adicionais previstos para
algumas outras áreas chaves (Saúde Materna e Infantil, Tuberculoses, Malária, Unidade de
M&A da Direcção de Saúde Publica.)

4.Promoção da saúde (evolução conceitual).


O conceito de promoção da saúde, ao longo da história de sua formulação, apresentou, e ainda
apresenta, diferentes conceituações disponíveis. Estas, de acordo com SUTHERLAND &
FULTON (1992) apud BUSS, (2000), podem ser resumidas em dois grandes grupos onde, no
primeiro, as acções de promoção da saúde estão ligadas a mudanças de comportamentos
individuais, concentrado seus esforços em riscos relacionados ao comportamento humano,
portanto, sob controlo de cada indivíduo. Todos os factores que não estão sob o controle
humano, não seriam então de competência de acções de promoção da saúde.

Em contrapartida, no segundo grupo, no qual há a concepção moderna de promoção da saúde,


encontra-se uma postura inversa, onde as acções de saúde pública estariam voltadas ao
colectivo e ao ambiente, pois, para este grupo, a saúde é produto das inter-relações inerentes
aos factores ligados as diferentes dimensões da vida humana, que vão desde hábitos
comportamentais individuais, a acesso a bons serviços de saneamento básico, a educação, a
moradia e trabalho, a
padrões adequados de dieta e nutrição, ao longo da vida entre outros. Consequentemente o que
se vê é o reconhecimento dos diversos determinantes para a condição de saúde humana, que
vão além daqueles que possam comprometer o estado de homeostase do corpo humano.

4.1.Surgimento da promoção de saúde


Formalmente, o movimento de promoção da saúde surgiu no Canadá, com a divulgação, em
1974, do documento “Uma nova perspectiva para a saúde canadense”, mais conhecido como
Informe Lalonde. O então ministro da saúde canadense, Marc Lalonde, parte dos
conhecimentos sistematizados, na década de 1940, por Henry Sigérist e publica este documento
que foi o primeiro, oficialmente, a utilizar o termo promoção da saúde. O informe parte do
conceito de campo da saúde e o decompõe em biologia humana, estilo de vida, organização da
21

atenção à saúde e ambiente, ou seja, aborda os determinantes da saúde. O governo canadense,


a partir da formulação deste documento, conclui que as abordagens exclusivamente médicas
para as doenças crónicas não eram eficientes, pois, os maiores gastos directos no sector de
saúde se concentravam na organização da atenção à saúde, sem apresentar resultados
significativos.

4.2.História da promoção de saúde


Segundo CZERESRIA (2003), a relação entre saúde e condições gerais de vida das populações
foi constatada e explicitada na própria origem da medicina moderada. Especialmente no final
do século XVIII e na primeira metade do século XIX, o processo de urbanização e
industrialização na Europa provocou grandes transformações sociais: As condições de vida e
de trabalho nas cidades estavam deterioradas e se fizeram acompanhar de um aumento da
ocorrência de epidemias. Os médicos envolvidos neste movimento social relacionavam a
doença com o ambiente.

A medicina fundiu-se a politica e expandiu-se em direcção do espaço social, como literalmente


expressos Virchow na célebre frase citada por ROSEN (1979). “ A medicina é uma ciência
social e a politica nada mais e do que a medicina em grande escala”.

As ocorrências das doenças foram associados as condições de existências e as formas de vida


dos indivíduos. Esse pensamento identificava-se, na época, com a perspectiva
anticontagronista, que atribuía a doença, a um desequilíbrio do conjunto de circunstância que
interferem na vida de um indivíduo ou de uma população constituindo uma predisposição
favorável ao surgimento de doenças.

O movimento contagionista, que do contrário, enfatizava a necessidade de precisar uma causa


específica como origem da doença, era na época considerada conservador e ultrapassado
(CZERESNIA apud ACKERKNECHT, 1948). Porem, tornou-se de certa forma, vitorioso
quando ganhou uma qualidade distinta com o surgimento de teoria dos gémeos CZERESNIA
(1997).

4.3.Desenvolvimento da promoção de saúde: As conferências sobre a promoção da saúde

4.3.1. A 1ª Conferencia sobre a promoção de saúde


Em Setembro de 1978 foi realizada a primeira Conferência Internacional sobre Cuidados
Primários de Saúde, organizada pela OMS e UNICEF em Alma-Ata, capital do Kazaquistão.
A Conferência foi assistida por mais de 700 participantes e resultou na adopção de uma
22

Declaração que reafirmou o significado da saúde como um direito humano fundamental e uma
das mais importantes metas sociais mundiais.

De acordo com a Declaração de Alma-Ata (1), acções dos diferentes atores internacionais no
sentido de diminuir as diferenças no desenvolvimento económico e social dos países deveriam
ser estimuladas para que se atingisse a meta de saúde para todos no ano 2000, reduzindo-se a
lacuna existente entre o estado de saúde dos países em desenvolvimento e desenvolvidos.
Naquela ocasião, chegou-se ao consenso de que a promoção e protecção da saúde dos povos é
essencial para o contínuo desenvolvimento económico e social e, consequentemente, condição
única para a melhoria da qualidade de vida dos homens e para a paz mundial. O apelo lançado
em Alma-Ata foi um marco fundamental e representou o ponto de partida para outras
iniciativas.

Assim, transportando o espírito de Alma-Ata, no que diz respeito ao compromisso com a


Promoção da Saúde, tem-se a realização da “I Conferência Internacional sobre Promoção da
Saúde”, realizada na cidade de Ottawa, Canadá, em Novembro de 1986 e contando com a
participação de cerca de trinta e oito países. Um dos documentos fundadores do actual conceito
de promoção da saúde nasce neste evento, sendo
denominada de Carta de Ottawa, para o qual promoção da saúde pode ser definida como sendo
o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para actuar na melhoria de sua
qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Para
atingir um estado de completo bem-estar físico,
mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer
necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um
recurso para a vida, e não como objectivo de viver. Nesse sentido, a saúde é um conceito
positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim,
a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do sector saúde, e vai para além de um
estilo de vida saudável, na direcção de um bem-estar global.

A carta de Ottawa, como observado, por sua definição de promoção de saúde, deixa clara a
proposta de superação do modelo biomédico, centrado na doença e na medicalização de
sintomas, seguindo a tendência já presente na Declaração de Alma-Ata. Ainda, ao apresentar
como condições e recursos fundamentais para a saúde, a paz, habitação, educação, alimentação,
renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade; a carta, por
conseguinte, impulsiona o conceito de promoção de saúde moderno.
23

4.3.2. A 2ª conferência sobre a promoção de saúde


A “II Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde”, realizada na cidade de Adelaide,
Austrália, no período de 5-9 de Abril de 1988, cujo tema central foi às políticas voltadas para
a saúde (políticas saudáveis), consolida o carácter da intersetorialidade que caracteriza as
acções de promoção da saúde hoje, pois, de acordo com o documento, O compromisso com
políticas públicas voltadas à saúde exige uma abordagem que enfatiza consulta e negociação.
Políticas públicas saudáveis requerem fortes defensores que coloquem a saúde no topo da
agenda dos políticos e dirigentes públicos. Isto significa promover o trabalho de grupos de
defesa da saúde e auxiliar a mídia a interpretar a complexidade dos assuntos de política de
saúde.

Além disso, o documento chama atenção para o fato de que, para a formulação de políticas
públicas saudáveis, centradas no compromisso de promoção de uma saúde pública, faz-se
necessário um forte esforço de cooperação internacional, para agir nas questões, que por sua
amplitude e complexidade, ultrapassam as fronteiras nacionais. Concomitantemente, ao tratar
dos compromissos para uma saúde pública global, o documento também desenvolve o papel
de componente internacionalista que o termo promoção da saúde carrega.

4.3.3. A 3ª conferência sobre a promoção de saúde


A Declaração de Sundsvall, fruto da “III Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde”,
realizada na cidade de Sundsvall – Suécia, no período de 9-15 de Junho de 1991, com o tema
“Ambientes Favoráveis à Saúde”, foi a primeira que, de maneira directa, relaciona saúde e
ambiente de forma interdependente. De acordo com a declaração um ambiente favorável é de
suprema importância para a saúde. Ambientes e saúde são interdependentes e inseparáveis. Os
temas de saúde, ambiente e desenvolvimento humano não podem estar separados.
Desenvolvimento implica na melhoria da qualidade de vida e saúde, ao mesmo tempo em que
na preservação da sustentabilidade do meio ambiente.

A conferência, portanto, trouxe notória expressão para o tema da inter-relação entre saúde e
meio ambiente. Tal fato pode ser evidenciado, pela solicitação feita por seus participantes à
organização da Conferência das Nações Unidas do Meio Ambiente e do Desenvolvimento
(UNCED): que a Declaração de Sundsvall fosse considerada nas deliberações sobre a Carta da
Terra e a Agenda
21, por serem considerados como um plano de acção com vistas ao século XXI. O referido
evento, conhecido como Rio-92, seria realizado na cidade do Rio de Janeiro no ano seguinte.
24

4.3.4. A 4ª conferência sobre a promoção de saúde


A “IV Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde”, aconteceu em Jacarta – Indonésia,
no período de 21-25 de Julho de 1997, e trouxe para o debate sobre o apoio a promoção da
saúde, novos atores. Esta foi a primeira das conferências a ceder lugar para um país em
desenvolvimento e a incluir o sector privado. Nesta conferência, os determinantes da saúde são
revistos com o intuito de que a promoção da saúde evolua juntamente com os novos padrões
de doenças, a fim de fazer frente aos novos determinantes da saúde que se apresentam. Outro
fato a ser destacado. Foi a emergência dos termos empoderamento e capital social. Estes,
segundo Sperandio (2006), passam a ser conceitos fundamentais para a construção da dimensão
social da promoção da saúde.
A Declaração de Santa fé de Bogotá, fruto da Conferência Internacional de Promoção da Saúde,
realizada em Santa fé de Bogotá – Colômbia, no período de 9-12 de Novembro de 1992,foi o
primeiro documento a discutir os problemas específicos das nações Latino-Americanas.

Não obstante, a declaração incorpora os conhecimentos produzidos nas conferências


internacionais anteriores, bem como experiências na promoção da saúde de outras nações do
mundo, lançando oito compromissos, pautados em valores éticos fundamentais da cultura e da
saúde, com vistas a impulsionarem a promoção da saúde na América Latina.

4.3.5. A 5ª conferência sobre a promoção de saúde


A “V Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde”, que ocorreu na Cidade do México
-México, no período de 5-9 de Junho de 2000, consolida promoção da saúde como componente
estratégico e fundamental nas políticas e programas públicos, colocando-a como prioridade
políticas e programas, em todas as instâncias: local, regional, nacional e internacional.

4.3.6. A 6ª conferência sobre a promoção de saúde


A “VI Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde”, ocorrida em Bangkok, na
Tailândia, de 5 a 11 de Agosto de 2005, teve como tema a “Promoção da Saúde num Mundo
Globalizado”. A Carta de Bangkok, documento resultante do evento, buscou identificar as
acções, os compromissos e as promessas necessárias para abordar os determinantes da saúde
num mundo globalizado, através da promoção da saúde. A Carta de Bangkok se dirigiu a todas
as organizações responsáveis pela manutenção dos objectivos de saúde, e defendeu como
requisito do desenvolvimento global as políticas e alianças capazes de capacitar as
comunidades para a melhoria social, além de reafirmar os valores e estratégias da Carta de
Ottawa.
25

4.3.7. A 7ª conferência sobre a promoção de saúde

A última conferência mundial sobre promoção da saúde ocorreu na cidade de Nairobi, capital
queniana, no período de 26 a 30 de Outubro de 2009. A sétima conferência trouxe como
principal lema, o fortalecimento da autonomia comunitária como um componente essencial a
promoção da saúde. Ratificando e amadurecendo os resultados da conferência anterior, foi
sublinhada a importância do engajamento construtivo, reconhecendo-se as formas autóctones
e tradicionais para a capacitação das comunidades, respeitando-se a cultura e os direitos
humanos. (OMS, 2013).

5. Princípios ambientais e a promoção da saúde


As organizações não-governamentais reunidas no Fórum Global da Rio-92 formularam o
trabalho de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global que
estabeleceram alguns princípios, dos quais pode-se citar:
 A educação ambiental é um direito de todos, somos todos aprendizes e educadores;
 Deve ter como base o pensamento crítico e inovador em qualquer tempo ou lugar em
seus modos formal, não formal e informal promovendo a transformação e a construção
da sociedade.
 É individual e coletiva. Tem o propósito de formar cidadãos com consciência local e
planetária que respeitem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações;
 A educação ambiental não é neutra, mas ideológica;
 Deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ações, convertendo cada
oportunidade em experiências educativas de sociedades sustentáveis.
Ainda de acordo com a Conferência de Tbilisi, os princípios que devem nortear programas e
projetos de trabalho em educação ambiental são:
 Considerar o ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspetos naturais e artificiais,
tecnológicos e sociais (econômico, político, técnico, histórico-cultural e estético);
 Construir-se num processo contínuo e permanente, iniciando na educação infantil e
continuando através de todas as fases do ensino formal e não formal;
 Empregar o enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada
disciplina, para que se adquira uma perspetiva global e equilibrada;
26

 Examinar as principais questões ambientais em escala pessoal, local, regional,


nacional, internacional, de modo que os educandos tomem conhecimento das
condições ambientais de outras regiões geográficas;
 Concentrar-se nas situações ambientais atuais e futuras, tendo em conta também a
perspetiva histórica;
 Insistir no valor e na necessidade de cooperação local, nacional e internacional, para
prevenir e resolver os problemas ambientais;
 Considerar, de maneira clara, os aspetos ambientais nos planos de desenvolvimento e
crescimento;
 Fazer com que os alunos participem na organização de suas experiências de
aprendizagem, proporcionando-lhes oportunidade de tomar decisões e de acatar suas
consequências;
 Estabelecer uma relação para os alunos de todas as idades, entre a sensibilização pelo
ambiente, a aquisição de conhecimentos, a capacidade de resolver problemas e o
esclarecimento dos valores, insistindo especialmente em sensibilizar os mais jovens
sobre os problemas ambientais existentes em sua própria comunidade;
 Contribuir para que os alunos descubram os efeitos e as causas reais dos problemas
ambientais;
 Salientar a complexidade dos problemas ambientais e, consequentemente a
necessidade de desenvolver o sentido crítico e as aptidões necessárias para resolvê-los;
 Utilizar diferentes ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para
comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, privilegiando as
atividades práticas e as experiências pessoais (Czapski, 1998).

5.1.A promoção da saúde


A promoção da saúde assenta em dois pilares, sendo que um diz respeito aos nossos
comportamentos quotidianos e o outro, às circunstâncias em que nós vivemos. Ambos possuem
um grande impacto na vida e saúde, ou seja, a saúde do homem é fortemente influenciada por
estes dois factores. A promoção da saúde pretende oferecer-nos uma visão holística, ou seja,
olhar para as pessoas como um todo, de uma forma abrangente, pois ser-se saudável é muito
mais do que a inexistência de doença (CRUZ, 2010).
27

Promoção de Saúde
Para CANDEIAS (1997), o conceito de Promoção da Saúde que reforça a importância da ação
política, as condições ambientais e as mudanças nos estilos de vida, tornou-se referência para
o movimento da “nova saúde pública”. A Promoção da Saúde foi conceituada na Conferência
de Ottawa como “um processo através do qual a população se capacita e busca os meios para
conseguir controlar os fatores que favorecem seu bem-estar e da comunidade ou que podem a
estar pondo em risco, tornando-a vulnerável ao adoecimento e prejudicando sua qualidade de
vida”. Outra tradução do mesmo conceito amplia um pouco seu âmbito de atuação: “processo
de capacitação dos indivíduos e coletividades para identificarem os factores e condições
determinantes da saúde e exercerem controlo sobre eles, de modo a garantir a melhoria das
condições de vida e saúde da população.
Segundo JENSEN (1997), a saúde deixa de ser um objectivo a ser alcançado, tornando-se um
recurso para o desenvolvimento da vida. Os programas de promoção de saúde, tem por
objectivo de uma forma geral, promoverem a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e
riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver,
condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços
essenciais.

A definição da promoção de saúde conduz-nos antes de mais a um conceito muito importante


que é o conceito de saúde. Para melhor percebermos o seu conceito, olhemos para a definição
dada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde, como “o bem-estar físico, mental e
social, mais do que a mera ausência de doença…”. Esta definição vai, por isso, contra os
conceitos de saúde, muitas vezes, enraizados nos indivíduos, que assumem que estar saudável
é apenas não apresentar qualquer doença (JENSEN, 1997).

Neste sentido, a promoção de saúde deve ser encarada de uma forma ampla. Ou seja, promover
a saúde é muito mais que efectuar a mera prevenção de doenças.

Devemos olhar para o conceito de promoção de saúde de uma forma ampla, envolvendo os
organismos estatais, entre outros, que tutelam os sistemas de saúde. Estes organismos devem
preocupar-se em definir políticas, planos ou programas de saúde pública, que contemplem
medidas que permitam às pessoas prevenir determinadas doenças. Estes organismos podem,
por exemplo, criar programas ou planos específicos de combate e prevenção da diabetes, da
hipertensão arterial, etc.
28

5.2.Tipos de promoção da Saúde


Existem dois tipos principais da promoção da Saúde, que são:

 Promoção da Saúde democrática e


 Promoção da Saúde normativa
5.2.1. Promoção de saúde Democrática

No contexto da democracia em saúde, destaca-se a promoção da saúde como o processo no


qual os indivíduos são capacitados para ter maior controle sobre a própria saúde, reconhecendo
a importância do poder e do controle sobre os determinantes da saúde, utilizando-se de
estratégias que visem a imponderar os sujeitos, aumentando sua participação na modificação
dos elementos relevantes à saúde (JENSEN, 1997).
A definição de saúde “completa bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência
de doença ou enfermidade” (WHO, 1978), descrita na Declaração de Alma-Ata em Cuidados
de Saúde Primários: Saúde para Todos no Ano 2000, implica um conceito aberto de saúde e
mudanças na educação para a saúde. A abordagem metodológica tem que ser orientada para os
princípios de participação activa e democrática dos alunos.
Para JENSEN (1997), isto não significa que a informação relevante sobre os factores que
provocam doenças deverá ser retirada da educação para a saúde, pelo contrário, essa
informação deverá ser trazida para as discussões, tal como as visões e preferências dos próprios
alunos. Tais discussões equilibradas poderão ajudar a qualificar os alunos para fazerem
escolhas em relação à sua própria saúde. Esta dinâmica é a fundamentação do paradigma
democrático da educação para a saúde, que tem ligações com a educação ambiental.
JENSEN, refere que a palavra paradigma foi escolhida com cuidado porque “as duas
abordagens referem-se a duas visões incompatíveis e fundamentais sobre as crianças, a saúde,
como é que as crianças e os jovens aprendem e sobre as bases pedagógicas para a
aprendizagem.

A promoção de saúde Democrática, deve promover a satisfação de interesse (o bem comum),


o que é imprescindível aa construção dos consensos, quando possível, entre os distintos atores.
A partir de meados da década 1970, introduziu-se importantes transformações político-
democráticas, configurando-se em anos de mudanças nos paradigmas de saúde. Com a
contribuição de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), as gestões, trabalhadores
e usuários do sistema se deparam com uma nova forma de pensar, estruturar, desenvolver e
produzir serviços e assistência em saúde-modelo de produção social em saúde. Entretanto, para
29

promover o desenvolvimento de real ruptura com o modelo sanitário anterior-flexeriano -, as


relações trabalhistas devem superar a precarização do trabalho por meio de medidas como
investimentos conscientes nas áreas de gestão de recursos humanos, com a criação de meios de
discussão para uma gestão democrática (JENSEN, 1997).

5.2.2. Promoção de saúde Normativa


O investigador refere que a palavra paradigma foi escolhida com cuidado porque “as duas
abordagens referem-se a duas visões incompatíveis e fundamentais sobre as crianças, a saúde,
como é que as crianças e os jovens aprendem e sobre as bases pedagógicas para a
aprendizagem. As diferenças entre os paradigmas incluem, entre outras coisas, as diferenças
entre informação e educação.
JENSEN (1995) argumenta que o paradigma normativo é dominante na educação para a saúde
de muitos países e sugere o paradigma democrático como uma alternativa participativa
enquadrada na definição holística de saúde da OMS. O paradigma normativo é totalitário, os
programas são baseados na informação e o aluno é visto como um agente passivo, a quem não
é proporcionado um espaço para expor os seus próprios pensamentos e conceitos sobre saúde
e vida saudável. Por contraste, no paradigma democrático, os programas são baseados na
educação, que enfatiza o envolvimento activo dos alunos na construção do seu próprio
conhecimento e da competência de acção.
O paradigma normativo vê a saúde só como ausência de doença e as causas para os problemas
de saúde puramente como falhas nos estilos de vida e comportamentos individuais. Neste
modelo, as definições de saúde e de vida saudável são conceitos fechados confiados aos
profissionais de saúde. Como resultado, esta abordagem pode ser considerada totalitária,
porque não dá espaço para os pensamentos e decisões dos alunos sobre o que pode significar
para eles os conceitos de saúde e de vida saudável (JENSEN, 1997).
As diferenças entre os paradigmas incluem, entre outras coisas, as diferenças entre informação
e educação. Nos dois paradigmas existem diferenças cruciais nos conceitos de saúde e na
abordagem pedagógica, mas também diferem em relação ao currículo oculto, à abordagem nos
lugares, avaliação e colaboração com uma dada comunidade.
Para JENSEN (1997) a alerta que “com tal base ética questionável, não é surpreendente que a
agenda da educação para a saúde normativa seja mudar os comportamentos das pessoas por
todos os meios possíveis, porque os peritos sabem o que é bom para nós”.
Além disso, focar-se apenas nos estilos de vida como um factor determinante para a saúde, está
baseado numa imagem ingénua e simplista da realidade que pode bloquear directamente o
30

desenvolvimento das noções dos alunos sobre como é que a sociedade é estruturada, se
desenvolve e influência os nossos rumos imediatos da acção. Consequentemente, esta
abordagem da educação para a saúde é fundamentada na ideologia de “culpar a vítima” e
negligência totalmente a investigação em sociologia, antropologia e medicina social que
mostram que as condições de vida sociais são o maior factor quer para colocar a saúde em
perigo, quer para a promover (JENSEN,1997).

5.3.Quadro Resumo de Comparação de Promoção de Saúde Democrática e Normativa

Promoção de saúde Normativa Promoção de saúde


Democrática
Conceito de saúde: Conceito de saúde: Bem-
Comportamento/estilo de vida orientado estar físico, mental e social e
para a doença e a saúde como um conceito saúde como um conceito
fechado. aberto.
Abordagem pedagógica: Objectivo: Abordagem pedagógica:
Mudança de comportamento moralista Objectivo: Competência de
totalitário e Escola saudável. acção democrático/
participativo e escola
promotora de saúde.
Abordagem no lugar: Professor no papel Abordagem no lugar:
de modelo (aquele que dá a informação) e Professor aberto,
aluno no papel de um agente passivo sem democrático, ouvinte,
espaço de expor seus próprios cooperativo, etc e enfatiza o
pensamentos e conceitos sobre saúde e envolvimento activo dos
vida saudável. alunos na construção do seu
próprio conhecimento e da
competência de acção.
31

Avaliação: Medir as mudanças de Avaliação: Medir as


comportamento nos alunos. competências dos alunos
(pensamentos, visões, etc.

6.Objectivos específicos da promoção da saúde

Objetivos específicos da promoção da Saúde são:

 Incorporar e implementar ações de promoção da saúde, com ênfase na atenção básica;


 Ampliar a autonomia e a coresponsabilidade de sujeitos e
coletividades, inclusive o poder público, no cuidado integral à saúde e minimizar e/ou
extinguir as desigualdades de toda e qualquer ordem (étnica, racial, social, regional, de
gênero, de orientação sexual, entre outras);
 Promover o entendimento da concepção ampliada de saúde, entre os trabalhadores de
saúde, tanto das atividades-meio, como os da atividades-fim;
 Contribuir para o aumento da resolubilidade
do Sistema, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança das ações de
promoção da saúde;
 Estimular alternativas inovadoras e socialmente inclusivas/contributivas no âmbito das
ações de promoção da saúde;
 Valorizar e otimizar o uso dos espaços públicos de convivência e de produção de saúde
para o desenvolvimento das ações de promoção da saúde;
 Favorecer a preservação do meio ambiente e a promoção de ambientes mais seguros e
saudáveis;
 Contribuir para elaboração e implementação de políticas públicas integradas que visem
à melhoria da qualidade de vida no panejamento de espaços urbanos e rurais;
 Ampliar os processos de integração baseados na cooperação, solidariedade e
gestão democrática;
 Prevenir fatores determinantes e/ou condicionantes de doenças e agravos à saúde;
 Estimular a adoção de modos de viver não-violentos e o desenvolvimento de uma
cultura de paz no País; e
 Valorizar e ampliar a cooperação do setor Saúde com outras áreas de governos, setores
e atores sociais para a gestão de políticas públicas e a criação e/ou o fortalecimento de
iniciativas que signifiquem redução das situações de desigualdade.
32

7.Princípios da promoção da Saúde


Segundo WHO (1998), os principais princípios da promoção da Saúde são:

 Concepção holística.
 Intersetorialidade,
 Empoderamento,
 Participação social
 Equidade,
 Ações multe estratégicas e
 Sustentabilidade.
1. Concepção holística- promoção envolve a população como um todo no contexto do
seu dia-a-dia, ao invés de enfocar grupos de risco para doenças específicas” visa
garantir saúde física, mental e espiritual.
2. Equidade - para alcançar é preciso reorientar os serviços sanitários para ampliar o
acesso, criar ambientes de suporte e políticas que visem condições de vida favoráveis à
saúde e priorizem os vulneráveis para reverter desigualdades.
3. Empoderamento- disseminação de informação e educação que servem como base para
tomar decisão. “ Processo de capacitação do indivíduo para assumirem maior controle
sobre fatores pessoais, sociais, econômicos e ambientais que afetam à saúde.
4. Intersetorialidade- os diferentes sectores e a articulação entre eles cabe ao governo,
são ações diretas nos determinantes; articulação de saberes planejar e realizar atividades
para alcançar um efeito sinérgico no sistema.
5. Ações multe estratégicas- diferentes disciplinas, combinação de métodos e abordagens
variadas e desenvolvimento comunitário.
6. Sustentabilidade- Sustentabilidade: iniciativas de acordo com princípio do
desenvolvimento sustentável garantindo um processo forte e duradouro. Levar em
consideração de que todos os processos geram impactos à média e longo prazo para não
ser inconsequentes.
7. Participação social- envolvimento dos mais interessados na avaliação e tomada de
decisão.
8.Questões legais do Ambiente e da Saúde

A questão ambiental vem sendo bastante discutida, principalmente porque as modificações


ocorridas no meio, pelas ações antrópicas, contabilizam uma série de repercussões no âmbito
sócio-econômico-ambiental gerando graves problemas.
33

A atividade humana, ao modificar o meio ambiente, é consumidora dos estoques naturais, que,
em bases insustentáveis, tem como consequência a degradação dos sistemas físico, biológico e
social, tornando propícias as condições necessárias para a ocorrência de doença e do baixo
nível de qualidade de vida (PHILIPPI JR., 2005).

De acordo com MILLER JR. (2008), as causas dos problemas ambientais são o crescimento da
população, desperdício de recursos, pobreza, falta de responsabilidade ambiental e ignorância
ecológica. Cada uma representa um papel ímpar como ameaça, a falta de responsabilidade e de
conhecimento parecem estar ligados ao desequilíbrio ambiental e a uma vida não tão saudável
da população.

É possível observar que, ao longo dos anos, a preocupação da população acerca dos possíveis
efeitos deletérios causados ao meio ambiente e à saúde encontra-se cada vez mais presente,
principalmente nos centros urbanos, na tentativa de preservar o bem-estar e o desenvolvimento
socio ambiental.

O desenvolvimento de ações que buscam garantir uma boa qualidade de vida da população e
proporcionar a preservação do meio ambiente conduz à necessidade da participação da
sociedade como um todo e de profissionais de diferentes formações.

Em princípio, a exploração de madeira não constituía perigo de destruição do meio ambiente


(floresta) porque a sua exploração era artesanal e não industrial, embora nunca houvesse
reposição das mesmas por novas espécies.

Nos últimos anos, com a entrada de exploradores estrangeiros (grande parte originária da
China), a exploração da madeira começou a ser vista como uma ameaça a biodiversidade, da
flora, e de destruição da natureza sem precedentes, visto que a destruição põe também em
perigo a fauna bravia e outras biodiversidades locais.

Hoje o abate ilegal de madeira atingiu uma proporção alarmante. A fiscalização florestal não
dispõe de formação e nem meios para proteger as florestas destas práticas. Em Moçambique,
com a situação do salário baixo, os funcionários públicos ganham uma miséria. – O funcionário
para a área de fiscalização florestal não foge a esse exemplo – Sendo assim “banhado” pela
necessidade de ganhar ainda mais como forma de melhorar a sua vida e pela ignorância em
relação às consequências negativas futuras que possam advir ao ecossistema local, facilmente
são corrompidos, impedindo que agentes que efetuam atos ilegais contra a exploração dos
34

recursos naturais, sejam punidos, contribuindo deste modo para a degradação da natureza e do
meio ambiente local. Também neste “barco” de agentes destruidores da natureza se encontram
algumas populações locais, no geral pobres, que facilmente encontram a atividade de venda de
madeira como uma fonte alternativa de rendimento e que por sua vez os exploradores
estrangeiros compram-na e exportam para seus Países.

O grande problema nisto tudo não é em si o corte de madeira, mas sim a não seleção de árvores
em condições de serem aproveitadas para a obtenção do requerido “produto”, destruindo deste
modo árvores que não tem diâmetros suficientes para corte de madeira, o que muitas vezes são
rejeitados pelos compradores e posteriormente aproveitados para o fabrico de carvão vegetal.
Esta população não repõe arvores abatidas. Esta população enganada por alguns trocados
oferecidos por exploradores (muitas vezes já ricos e que dizem estarem a investir no País) não
tem noção da tamanha destruição que eles próprios estão executando para o próprio meio
ambiente onde habitam. Para eles é só mais uma fonte de rendimento para sustento familiar; é
uma forma de ganhar para melhorar a sua vida. A sua atitude não é vista de uma forma negativa,
mas sim uma oportunidade de negócio e de melhoramento de vida.

Tratando-se de pessoas ignorantes em matéria de destruição do meio ambiente em que habitam


é difícil julgá-los pelos atos bárbaros a que estão cometendo.

Contudo há necessidade urgente de sensibilizá-los de forma a terem noção do ato que estão
cometendo. Esta sensibilização contará com uma divulgação de mensagens educativas sobre o
meio ambiente e até educação ambiental básico nestas áreas rurais como forma de abrir suas
mentes e terem peso de consciência das barbaridades que estão sendo feitas contra a natureza.

Estrutura e organização do quadro legal fundamental do ambiente


Moçambique dispõe, presentemente, de um quadro jurídico-legal que se pode considerar
actual, significativo, abrangente, adequado em muitos aspectos e diversificado, focando
variados aspectos na problemática ambiental.
Este quadro assenta fundamentalmente na Constituição da República de Moçambique (de
2004), na Lei do Ambiente (Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro), e nos respectivos regulamentos,
aprovados por Decreto do Conselho de Ministros.

8.1. A Constituição da República de Moçambique


A Constituição, em primeiro lugar, eleva o ambiente à categoria de bem jurídico fundamental
da comunidade, ao lado de outros bens clássicos, como a vida, a integridade física, as diferentes
35

liberdades, entre outros. A protecção constitucional do bem jurídico ambiente foi


significativamente reforçada na Lei Fundamental de 2004, a qual não só sublinhou o direito
fundamental de todo o cidadão ao ambiente equilibrado e respectivo dever de o defender, como
ainda maximizou o interesse público de protecção do ambiente, criou uma norma geral
prevendo deveres do cidadão para com a comunidade, incluindo o de defender o ambiente,
consagrou o direito de acção popular como garantia para defender bens jurídicos de natureza
difusa ou colectiva, entre os quais o ambiente, e consubstanciou como um dos princípios
estruturantes o princípio do desenvolvimento sustentável

8.2. A Lei do Ambiente


A Lei do Ambiente configura-se actualmente como uma espécie de Lei-quadro, fixando os
pilares do regime de protecção jurídico-legal do ambiente. Segundo o respectivo artigo 2, esta
Lei “tem como objecto a definição das bases legais para uma utilização e gestão correctas do
ambiente e seus componentes, com vista à materialização de um sistema de desenvolvimento
sustentável no país”.
Assim, a Lei do Ambiente centrou-se fundamentalmente na definição de um conjunto de
conceitos e princípios fundamentais da gestão ambiental, na fixação do quadro institucional
básico de protecção do ambiente, na eleição de uma norma geral de proibição de todas as
actividades que causem degradação ambiental para além dos limites legalmente definidos (com
destaque para a poluição), da enunciação de normas especiais de protecção do ambiente (com
especial enfoque na protecção da biodiversidade), na previsão de um conjunto de instrumentos
de prevenção ambiental (o licenciamento ambiental, o processo de avaliação do impacto
ambiental e a auditoria ambiental) e na caracterização do sistema de infracções, penalidades e
fiscalização.

8.3. Regulamentos da Lei do Ambiente


Em termos de regulamentação, há a destacar um assinalável esforço por parte do Governo
moçambicano, traduzido na aprovação de um conjunto importante de regulamentos sobre os
temas principais da Lei do Ambiente. Não aludiremos aos regulamentos que digam respeito ao
quadro institucional, e que resultam do Capítulo II (Órgãos de gestão ambiental), os quais
mereceriam melhor tratamento em sede própria.
O capítulo III da Lei do Ambiente versa sobre a poluição do ambiente e foi já objecto de um
assinalável esforço de regulamentação. Destacam-se o Regulamento sobre a Gestão dos Lixos
Biomédicos (aprovado pelo Decreto n.º 8/2003, de 18 de Fevereiro), o Regulamento sobre
36

Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (aprovado pelo Decreto n.º


18/2004, de 2 de Junho, alterado pelo Decreto n.º 67/2010, de 31 de Dezembro), o Regulamento
sobre a Gestão de Resíduos (aprovado pelo Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho), o
Regulamento sobre Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro
(aprovado pelo Decreto n. ° 45/2006, de 30 de Novembro), na parte que diz respeito à poluição,
o Regulamento sobre a Gestão das Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (aprovado
pelo Decreto n. ° 24/2008, de 1 de Julho) e o Regulamento obre o Banimento do Amianto e
seus Derivados (aprovado pelo Decreto n. ° 55/2010, de 22 de Novembro), o Regulamento
sobre a Gestão de Resíduos (aprovado pelo Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho), o
Regulamento sobre Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro
(aprovado pelo Decreto n. ° 45/2006, de 30 de Novembro), na parte que diz respeito à poluição,
o Regulamento sobre a Gestão das Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (aprovado
pelo Decreto n.° 24/2008, de 1 de Julho) e o Regulamento obre o Banimento do Amianto e
seus Derivados (aprovado pelo Decreto n. ° 55/2010, de 22 de Novembro).

O Capítulo IV da Lei do Ambiente, alusivo às medidas especiais de protecção (e que integra


temas como protecção do património ambiental, protecção da biodiversidade, áreas de
protecção ambiental e implantação de infra-estruturas), já foi alvo dos seguintes instrumentos
regulamentadores: o Regulamento sobre a Biossegurança relativa à Gestão de Organismos
Geneticamente Modificados (aprovado pelo Decreto n.º 6/2007, de 25 de Abril de 2007), o
Regulamento sobre Acesso e Partilha de Benefícios Provenientes de Recursos Genéticos e
Conhecimento Tradicional Associado (aprovado pelo Decreto n.º 19/2007, de 9 de Agosto) e
Regulamento para o Controlo de Espécies Exóticas Invasoras (aprovado pelo Decreto n.º
25/2008, de 1 de Julho) e ainda o já citado Regulamento sobre Prevenção da Poluição e
Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro aprovado pelo (Decreto n. ° 45/2006, de 30 de
Novembro), no que diz respeito à protecção da biodiversidade marinha e costeira, bem como à
implantação de infra-estruturas na zona costeira.
Por sua vez, o Capítulo V que versa sobre a prevenção de danos ambientais (incluindo o
licenciamento ambiental, a avaliação do impacto ambiental e auditoria ambiental), conta
presentemente com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental
(aprovado pelo Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro, com as alterações introduzidas pelo
Decreto n.º 42/2008, de 4 de Novembro), a Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental
(aprovada pelo Diploma Ministerial n.º 129/2006, de 19 de Julho), a Directiva Geral para a
Participação Pública, no Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (aprovada pelo Diploma
37

Ministerial n.º 130/2006, de 19 de Julho) e o Regulamento relativo ao Processo de Auditoria


Ambiental (aprovado pelo Decreto n.º 25/2011, de 15 de Junho).
Por fim, tenha-se em consideração que, no que diz respeito ao Capítulo VIII da Lei do
Ambiente, referente à fiscalização ambiental, temos o Regulamento sobre a Inspecção
Ambiental (aprovado pelo Decreto n.º 11/2006, de 15 de Junho).

1. Processo educacional na promoção da saúde


1.1. Conceito de Saúde
A definição do termo saúde mudou consideravelmente no decorrer da história. Hoje, seu
entendimento é mais do que somente ausência de doença. A Organização Mundial de Saúde
(OMS) propôs, a partir de 1946, uma definição abrangente de saúde, onde saúde é um estado
completo de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença. A saúde é,
portanto, vista como um recurso para a vida e não como uma finalidade. Ela exige pré-
requisitos como abrigo, paz, alimento, trabalho, renda, lazer etc. Qualquer melhoria da saúde
de base está profundamente enraizada nestes elementos básicos (WHO, 2010). A saúde é,
portanto, vista como um recurso da vida diária e não como o objectivo da vida, é um conceito
onde se destaca o bom uso dos recursos pessoais, sociais, ambientais, assim como as
capacidades físicas e orgânicas.

Ao considerar que as pessoas necessitam ser atores do seu projecto de saúde para sua promoção,
fica implícito a necessidade das pessoas activamente se comprometerem com os indicadores
de qualidade de vida

1.2. Processo da promoção da saúde no ambiente escolar.

A promoção da saúde é o processo que dá ao sujeito maneiras de garantir maior controle sobre
sua própria saúde. Assim, este processo procura propor mudanças para estilos de vida na
promoção do bem-estar. É nesta forma de compreensão que a escola assume um relevante papel
para que tal processo possa ser efectivado.

Quando se fala de saúde na escola, fala-se de questões mais amplas do que apenas as presentes
no próprio currículo de disciplinas como a de Ciências. Busca-se ultrapassar os limites das
referências ao sono, à alimentação, à higiene, passando a englobar a própria estrutura física do
ambiente escolar, as boas relações entre os participantes deste ambiente, a harmonia consigo
próprio, do convívio saudável em sociedade, da gestão sustentável do meio ambiente, da
38

tomada de consciência relativa às políticas de saúde no país, do conhecimento sobre o


desenvolvimento científico no campo da saúde, das tecnologias presentes na sociedade actual
e seus vínculos com uma vida saudável, da possibilidade de acções simples a serem efectivadas
por todos para uma saúde colectiva.

No referente à escola, Diniz et al. (2010) ressaltam as orientações do Ministério da Educação


e Cultura, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que direccionam para que “a saúde
seja um eixo transversal ao currículo, considerando a escola como parceira da família e da
sociedade na promoção da saúde das crianças e adolescentes.”. Para a efectivação desta
orientação no quotidiano escolar, é necessária a organização de uma política de
descentralização e de apoio aos professores no contacto com seus alunos. No âmbito dos
entraves a serem enfrentados e do longo caminho a ser percorrido para a melhoria e ampliação
de práticas escolares relativas à saúde.

Quando se fala de saúde e de promoção da saúde no meio escolar, de modo geral, esta questão
não parece eficaz porque não é (tem sido) tratada de forma orientada, oportuna, consistente e
continuadamente ao longo do tempo (GREMBERG, 2004).

Além do aspecto da própria educação em seu sentido mais formal, considera-se a característica
da sociedade actual, em torno da alarmante e crescente disseminação de doenças crónicas
ligadas, em grande parte, aos comportamentos insalubres adquiridos na infância e na juventude
e relacionados com a disseminação de atitudes negativas. Nesta perspectiva, retoma-se a
efectiva necessidade de formar uma aliança entre o mundo da saúde e o da escola, procurando
estabelecer programas que busquem identificar propostas operacionais, voltadas à definição de
papéis, funções e objectivos dedicados à implementação de práticas em educação para a saúde,
no âmbito escolar. A ausência de informação e formação dificulta, ou até mesmo incapacita, a
tomada de decisão pelo responsável.

Na área específica da saúde e na educação, um dos objectivos é proporcionar às crianças e aos


jovens as habilidades necessárias para o crescimento livre e a oportunidade de experimentar a
manutenção de hábitos de vida saudáveis. Para tanto, é essencial que estes não apenas saibam
a respeito de doenças, seus efeitos sobre a saúde e o corpo, sobre formas de restabelecer a
saúde, mas como buscar alternativas de comportamentos que permitam uma vida saudável em
longo prazo. A construção de tais conhecimentos está associado à compreensão de questões
sociais e suas implicações para a própria saúde, quer seja física ou mental.
39

Nas acções da escola em torno das questões de saúde, certamente estão presentes os dilemas
referentes à abrangência de seu papel de actuação associado às fronteiras do que é função da
família ou da escola, o que é função do professor ou dos pais, o que é função do Estado e o que
é do próprio indivíduo na prevenção e conservação da saúde de base. Sem nos
comprometermos a fornecer uma resposta fechada para tal dilema, indicamos, mais uma vez,
o conceito anteriormente apresentado para a saúde na actualidade, onde é valorizada a
perspectiva da abordagem preventiva ampla que enfatiza a promoção da saúde e valoriza a
pessoa e, neste sentido, a cultura do local onde a escola se insere e a cultura escolar sendo
inseparáveis no quotidiano dos alunos. Assim, mencionamos como de grande importância a
inclusão ou a valorização, enquanto um dos objectivos da escola, a integração ao quotidiano
da saúde no contexto no qual se insere, participando dele sob a forma de programas de
intervenção desenvolvidos a partir de acções concentradas de modo específico à realidade
local, não apenas sobre os problemas vivenciados, mas interferindo na cultura local motivando
para a incorporação de elementos que levem a posturas saudáveis, considerando as
singularidades e complexidades das pessoas, sua identidade diferenciada, suas aspirações,
capacidades e deficiências. O incentivo às atitudes saudáveis não busca a homogeneidade nas
posturas, mas a sua incorporação às culturas já existentes.

A título de exemplo, neste sentido, o Parlamento Italiano instituiu dez objectivos a serem
alcançados nos programas de promoção de saúde nas escolas italianas:

1) promover estilos de vida positivos, combater e prevenir dependência comportamental de


doenças comuns;

2) prevenir a obesidade e transtornos alimentares (anorexia e bulimia);

3) desenvolver o respeito ao ambiente de vida;

4) promover e aumentar a actividade física e o desporto na escola;

5) promover o voluntariado da escola; 6) apoiar a diversidade de género;

7) apoiar os alunos estrangeiros e fomentar os cuidados adoptivos;

8) promover uma cultura da legalidade e de educação para a cidadania por meio do estudo da
Constituição;

9) prevenir acidentes através da conscientização de regras de condução e de modernização da


educa.
40

1.3. Formação dos professores para trabalharem com a promoção da saúde na escola

A lógica do mercado prepara se profissionais da educação na perspectiva da valorização do


número de formados e não na qualidade da formação, reflectido na busca de currículos enxutos,
associado ao foco de valorização única dos conteúdos específicos e nuances de suas formas de
ensino, colocando em segundo plano, ou mesmo ausentes, momentos de reflexão mais ampla
sobre a sociedade e o contexto da escola, sobre o ser humano, sua história, suas acções e
reacções, ou mesmo sobre a própria produção da ciência (MALACARNE, 2007). Nesta
perspectiva, se pensar em ampliar o leque de abrangência da formação do professor para a
actuação fundamentada na escola relativa a questões como a saúde, especialmente se este
profissional actuará em disciplinas escolares onde o conteúdo não trata do tema, traz a
inquietação de como encontrar carga horária para tal elemento nos cursos de formação inicial.

Na especificidade de cada curso de formação de professores, como exemplo os de Pedagogia,


de Física, de Química, entre outros, excluídos, ao menos teoricamente, aqueles ligados de
alguma forma à área da saúde, a preocupação com a formação para a saúde na escola, é algo
inexistente (LOUREIRO, 1996).

No interior da escola, a ausência de projectos amplos direccionados pelos professores, cuja


formação é insuficiente para desenvolver o tema, a educação em saúde é por vezes amenizada
por visitas técnicas de profissionais de saúde que tentam preparar tais professores de forma
pontual para actuar, por exemplo, no incentivo aos alunos para “escovação correcta dos
dentes”, “verificação oftalmológica”, “oficinas de sexualidade”, “combate às drogas”, entre
outros. Na perspectiva desenvolvida no presente texto, tais momentos de formação geram
acções ineficientes, momentâneas e localizadas, cujos resultados são ínfimos em relação às
necessidades da sociedade para uma educação voltada à saúde, na perspectiva do bem-estar
físico, mental e social. Neste sentido, não é suficiente e, por vezes inadequado, o conhecimento
advindo do senso comum ou de algumas poucas situações vivenciadas relativas ao tema.

BRITO BASTOS, 1979 afirma que é necessário se reparar de forma mais apurado sobre o
problema, principalmente das autoridades que pensam a educação e a saúde, com vistas a que
no processo de formação de professores tais conhecimentos sejam entrelaçados aos demais da
área da saúde para possibilita-los a transmitir estes conhecimentos na sala de aula.

1.4. O papel da escola para a promoção das praticas de saúde.

1.4.1. Os cuidados com o corpo na integralidade do sujeito


41

É papel da escola de educação integral oportunizar a apropriação dos diferentes saberes sobre
o corpo, bem como sobre as condições de vida da população escolar e a importância de
desenvolver acções que contribuam significativamente nos cuidados com o corpo. O cuidado
com o corpo deve, portanto, traduzir para a criança, o adolescente e o jovem sua autonomia e
emancipação na promoção da saúde e na prevenção de doenças e agravos à saúde. À escola
cabe favorecer essa conquista do escolar.

A abordagem dos temas relacionados ao corpo pode se dar através da integração entre as
diferentes áreas do conhecimento. Da mesma forma, ao serem abordados temas relacionados à
higiene, por exemplo, devem ser considerados os contextos culturais e a instauração de práticas
promotoras de saúde no dia-a-dia da educação integral.
O desenvolvimento do tema higiene corporal está directamente relacionado os cuidados com o
corpo. Por isso, é importante buscar metodologias que sejam participativas e que facilitem as
diferentes expressões da linguagem do corpo.

1.4.1.1. Estratégias de acção


a) De que forma podemos trabalhar esses hábitos na escola com crianças e jovens?
Para o desenvolvimento de conhecimentos e hábitos de higiene corporal, pode ser organizado
um projecto de trabalho que poderá conter o seguinte:
 fazer um levantamento sobre os hábitos dos seus estudantes;
 levantar problematizações sobre o tema com os estudantes, para que eles possam buscar
conhecimentos e soluções para questões relacionadas à higiene corporal;
 organizar, com os estudantes, ações permanentes e campanhas que possam ser
desenvolvidas na escola, como, por exemplo, o estabelecimento do momento para lavar
as mãos, antes das refeições, e campanhas que favoreçam a reflexão dos estudantes em
relação à importância e aos valores de higiene e cuidados com o corpo.
 realizar visitas no refeitório para verificar a higiene das merendeiras, no trato corporal
e na preparação dos alimentos.
Podem ser realizadas diferentes actividades no desenvolvimento do Projecto, em articulação
com outras áreas do saber como:
 elaboração de desenhos e outros trabalhos com artes plásticas (vide Caderno de Cultura
e Artes) com enfoque no conhecimento e cuidado com o corpo;
 dramatização de situações que valorizem os hábitos de cuidados com o corpo e higiene
(nesse exemplo, além da articulação com Cultura e Artes, é interessante o trabalho
integrado com a areia do saber que aborda as questões relacionadas ao meio ambiente);
42

 desenvolvimento de pesquisas (com todas as faixas etárias) relacionadas ao assunto;


 narração e produção de histórias (pode se buscar articulações com o processo de
letramento)
1.4.2. Promoção da Saúde Bucal
A promoção da saúde bucal é, também, acção de saúde que precisa considerar a integralidade
do sujeito e a participação da família, escola e representantes da saúde, incluindo, a estratégia
saúde da família. Quando prevemos em nossas intervenções que a criança, adolescente ou
jovem deve, desde cedo, adquirir o hábito do cuidado com a boca, temos mais condições de
alcançarmos o objectivo da cárie zero.
Para tanto, os Ministérios da Educação e da Saúde estão juntos na implementação de acções
que resultem em saúde para todos. Esses Ministérios são responsáveis pelo Programa Saúde na
Escola (PSE), conforme já citado anteriormente e, por meio dele e de outras práticas sociais,
poderemos fazer a diferença, especialmente, no cuidado com a saúde bucal. Os profissionais
de educação e de saúde, com o apoio do macromodelo de saúde bucal, o KIT Bocão, devem
desenvolver com crianças, adolescentes e jovens um trabalho educativo de escovação dentária.
1.4.3. Direito Sexual e Direito Reprodutivo
O trabalho integrado dos Ministérios da Educação e da Saúde tem optimizado esforços para
garantir maior acesso ao tema da sexualidade e saúde reprodutiva na escola. As acções
governamentais e da sociedade civil, cada vez mais promovem o conhecimento e a informação
sobre sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez.

1.4.4. Politicas de saúde nas escolas

O MISAU e MINED (2017), afirma que as políticas de saúde nas escolas, incluindo a educação
para a saúde devem além de promover a saúde, garantir um ambiente físico e psicossocial
adequado e seguro. O sector de educação deve liderar e manter a responsabilidade para
desenvolver, implementar e fazer cumprir as políticas de saúde escolar. Os trabalhadores de
saúde são os parceiros necessários neste esforço. Alunos, pais conselhos de escola e
comunidade em geral devem conhecer e compreender as actividades relacionadas com a saúde
escolar e, os Directores das escolas e professores devem ser formados para as poder
implementar.

Fornecimento de água potável e saneamento


43

O ambiente escolar pode ser nocivo à saúde dos alunos se estes forem expostos aos riscos de
doenças infecciosas provocadas pelo abastecimento de água não potável. As actividades de
Educação para Saúde não terão nenhum impacto, se as escolas não possuírem água potável e
saneamento básico adequado. Estudos demonstram que se a escola tiver sanitários separados
para raparigas, isso reduzirá o abandono escolar pelas adolescentes no período da sua
menstruação. Se a escola fornecer infra-estruturas sanitárias, estará reforçando as mensagens
de educação para saúde e higiene difundidas na escola, e actuará como um exemplo para os
alunos e para a comunidade em geral. Políticas de construção e manutenção escolar deverão
assegurar nas escolas, a existência de sanitários que respeitem as questões de género e a
privacidade dos utentes (MISAU e MINED, 2017).

Educação para a Saúde baseada em habilidades


Esta abordagem à educação em: Saúde, Higiene e Nutrição, focaliza-se no desenvolvimento
de conhecimento, atitude, valores e habilidades para a vida, necessárias
para se tomarem decisões positivas e adequadas em relação a saúde. As mudanças sociais e de
comportamento actuais têm realçado a importância de uma abordagem a assuntos como:
HIV/SIDA, gravidez precoce, acidentes, violência, álcool, tabaco e outras substâncias que
criam dependência. Estilos de vida e comportamentos sociais não saudáveis influenciam não
só a saúde e a nutrição, como também retardam as oportunidades de educação a um número
cada vez crescente de crianças, adolescentes e jovens. Quando os alunos adoptam formas
saudáveis de vida durante a idade escolar, geralmente isso se mantém para o resto de suas vidas

Serviços de saúde e nutrição baseados na escola


As escolas podem providenciar alguns serviços de saúde e nutrição simples e seguros,
respondendo a problemas que a comunidade considere mais importantes e prevalentes.
Exemplo: os problemas de carência de micro-nutrientes e as infecções parasitárias podem ser
drasticamente reduzidas através da administração de Iodo, Ferro, Vitamina A; da
desparasitação, na escola ou reforçando o lanche escolar dos alunos carenciados o que contribui
para um melhor desempenho escolar.
Para além destas componentes “convencionais”, é necessária a existência de uma estrutura
funcional robusta que sirva de suporte para a sua efectiva implementação(MISAU e MINED,
2017).

Higiene individual e colectiva, Saneamento do Meio e ambiente escolar saudável


44

A higiene individual e colectiva em particular a higiene corporal, deve ser abordada pelo
professor como condição para uma vida saudável, a aquisição de hábitos de higiene corporal,
inicia na infância. Neste contexto, o grande desafio na abordagem deste tema é ter em conta a
realidade do aluno, a sua idade e até o sexo. Este deve portanto pesquisar informações sobre os
usos e costumes da comunidade com a qual está trabalhando. O facto de os alunos não terem
água potável, sanitário ou latrina em casa, não deve ser encarado como limitação para estes
aprenderem como usá-los correctamente. Espera-se pois que após a aprendizagem, o aluno:
 Tenha práticas de higiene corporal e reconheça a importância da sua realização diária,
incluindo: Tomar banho diário, cuidar dos cabelos e unhas, lavar as mãos antes das
refeições e após a utilização da casa de banho, escovar os dentes todos os dias e após
as refeições.

 Saiba utilizar correctamente a sanita e a latrina.

 Rejeite o consumo de água não potável, que não tenha sido tratada e conheça formas
simples de tratamento desta que podem ser feitas em casa e na escola
 Se responsabilize pela sua higiene individual como elemento de protecção da sua saúde
e saúde colectiva
Alimentação e Nutrição.
A malnutrição, a anemia, a falta de iodo entre outras carências ainda são importantes problemas
que afectam o rendimento escolar das crianças moçambicanas. Por outro lado, a obesidade, o
consumo excessivo de açúcar, causa prejuízos à saúde oral, contribui para a obesidade precoce
e esta por sua vez é um factor de risco para doenças como: hipertensão arterial, diabetes, que
começa a ser um problema comum entre as crianças e adolescentes. o A associação entre
higiene e alimentação saudável precisa ser enfatizada, para que o aluno possa reconhecer a
possibilidade de que: água e alimentos podem serem contaminados por fezes ou outros
produtos tóxicos da agricultura, tornando-se como fonte de doença. Espera-se ainda que o
aluno aprenda a:
 Descrever a importância da alimentação no crescimento, desenvolvimento e
aprendizagem; os componentes duma dieta equilibrada; ter noções gerais sobre higiene
dos alimentos desde produção, preparo e consumo.
 Reconhecer as doenças associadas à falta de higiene no tratamento dos alimentos e
consumo de água não tratada, tais como: diarreias e desidratação, Intoxicações,
parasitoses entre outros e suas medidas de prevenção.
45

Saúde Sexual e Reprodutiva e HIV/SIDA


O MISAU e MINED, 2017 afirma que estudos demonstram o início cada vez mais precoce da
actividade sexual entre os adolescentes moçambicanos, o que justifica a necessidade de se
realizar acções de prevenção das ITS e HIV/SIDA viradas para a população adolescente e
jovem na escola.
O professor deve por isso estar preparado para abordar temas relacionados a SSR de acordo a
idade, as características sócios culturais do grupo e livre de preconceito. Desencorajando o
assedio sexual,
 A Prevenção do consumo de álcool, tabaco e outras drogas é uma atitude que deve ser
adquirida desde a infância e promovida durante toda vida. O papel da escola é educar
crianças e jovens a ter hábitos saudáveis no seu quotidiano, através de medidas de
prevenção primária que visam evitar que os alunos comecem a experimentar o
consumo de tabaco, álcool ou outras drogas.

 Medidas de prevenção secundária com o objectivo de levar a mensagem para aqueles


que já experimentaram ou fazem o consumo ocasional para que este não se torne num
vicio nocivo e caiam na dependência, usando abordagens recomendadas por programas
específicos a nível do MINED, e do país em geral.
 Visando a desenvolver actividades que reduzam o acesso e aceitação do consumo de
substâncias psicotoxicas, ou nocivas

 Realizar actividades educativas de sensibilização dos escolares e comunidade para


prevenção do e álcool e tabaco e comemoração do Dia Mundial sem Tabaco (31 de
Maio).

 Produzir matérias para sensibilizar os alunos e comunidade em geral sobre os


malefícios do álcool e outras substâncias e promover os debates na escola.
 Educação sobre as doenças infecciosas mais comuns (Diarreias, Malária, Bilharziose,
TB, Tinha, Sarna, Mataquenha, Conjuntivite, Gripe, infecções respiratórias etc.).

 Prevenção de acidentes e outras formas de violência incluindo aquelas baseada no


género.
46

 Os acidentes devem ser abordados sobre como eles podem ocorrer, medidas práticas
de prevenção e aprendizagem de medidas simples de primeiros socorros ao alcance de
professores e alunos.

 A abordagem deve incluir: acidentes de viação; intoxicações; picada de animais


venenosos; queimaduras, quedas.

 Criar nos alunos particularmente as raparigas habilidades para se defenderem contra


situações de assédio, abuso sexual, exploração e turismo sexual.

 Divulgar no seio dos alunos os direitos humanos incluído os direitos sexuais e


reprodutivos e direito de saúde como parte destes.
 Promover a pratica do Desporto e actividades recreativas saudáveis:
 A pratica de desporto tem um papel importante na prevenção das doenças crónico-
degenerativas como: Diabetes, doenças cardio-vasculares, obesidade entre outras.

 Estimular a inclusão dos alunos com deficiência em projectos de práticas físicas que
se adequam a sua condição física.

 Assegurar que na construção ou reabilitação de escolas se contemple espaço para


prática de desporto, adequando o acesso alunos portadoras de deficiência.

Promoção da saúde ambiental


Segundo a Organização Mundial da Saúde (1988), a saúde ambiental se refere aos aspectos da
saúde e qualidade de vida humana determinados por factores ambientais, sejam estes físicos,
químicos, biológicos ou sociais. Refere-se também à teoria e à prática de avaliação, correcção,
controle e prevenção daqueles factores que, presentes no ambiente, podem afectar
potencialmente de forma adversa a saúde humana de gerações presentes ou futuras.
Considerando este conceito, você pode articular entre os diferentes campos de saber, ligados
ou não aos Programas Mais Educação e Saúde na Escola, actividades intra e extra espaços da
escola. Mobilizar as pessoas para o tema da saúde ambiental é urgente e, portanto, a escola tem
uma responsabilidade ética com a qual nós devemos estar implicados directamente.

A Saúde ambiental é, segundo Abrasco (2003), a área da saúde pública afecta ao conhecimento
científico e a formulação de políticas públicas relacionadas à interacção entre a saúde humana
e os factores do meio ambiente natural e antrópico que a determinam, condicionam e
47

influenciam, com vistas a melhorar a qualidade de vida do ser humano, sob o ponto de vista da
sustentabilidade. Tem como objectivo proteger e promover a saúde humana e colaborar na
protecção do meio ambiente, por meio de acções integradas com instâncias do governo e da
sociedade civil organizada, com vistas ao enfrentamento dos determinantes socioambientais e
à prevenção de agravos decorrentes da exposição humana a ambientes adversos.
O desenvolvimento sustentável está ligado à promoção da saúde ambiental, pois quanto mais
abrangentes forem as acções de promoção da saúde, menor os riscos ambientais. Ele ainda
prevê princípios de equidade, solidariedade entre as gerações, balanço entre o antropocentrismo
e o ecocentrismo, participação social responsável e integralidade.
A saúde por meio da boa convivência escolar

Conforme vimos, a escola é uma instituição social, cujo compromisso não é somente o de
privilegiar o desenvolvimento de competências cognitivas, mas também espaço para serem
desenvolvidas as competências que privilegiam as atitudes perante os outros, principalmente
no que diz respeito às relações interpessoais.

A boa convivência no espaço escolar diz respeito à promoção da saúde, já que saber conviver
com o outro, aceitar as diferenças, ter habilidades desenvolvidas para a resolução de conflitos
são acções que configuram um espaço social saudável.
O bem-estar de cada um, o desenvolvimento da autonomia e auto-estima elevada são elementos
importantes para o estabelecimento de relações sociais saudáveis e uma boa convivência.

O desenvolvimento de projectos tendo como foco a boa convivência escolar pode estar
relacionado a outras actividades, estabelecendo conexões com projectos já desenvolvidos em
uma escola que se propõe a trabalhar com a educação integral. Projectos voltados ao cuidado
do próprio corpo, ao desenvolvimento dos exportes, à valorização à vida podem ser projectos,
cujas acções tenham objectivos comuns, dentre eles institucionalizar espaços para o diálogo,
com maior participação dos estudantes, dos pais, dos educadores, dos profissionais de saúde e
de outros parceiros da escola nas tomadas de decisões e nos compromissos de cidadania de
todos da comunidade escolar.

1.5. Promoção da saúde escola − comunidade

Segundo Altuve (2), “a organização da comunidade é um método para produzir urna mudança
social que envolve um esforço e urna técnica para sua aplicação (. . .) e induz ou promove a
mudança social significante na estrutura da comunidade em relação aos níveis económico,
48

político, social e educativo”. Para Silva (20), o desenvolvimento comunitário tem como
características:
Incluem quer os aspectos económicos e materiais da existência, quer os aspectos sociais:
saúde, educação, relações entre as pessoas, divertimentos e lazeres, etc.;
b. Parte das necessidades sentidas pela população;
c. Conta com a participacao da população
no processo de desenvolvimento;
d. Conta com a colaboração entre a população e os serviços.
A promoção comunal, segundo Sánchez (171, “é o processo de sensibilização, modificação
e. Organização da população para conseguir a mobilização de seus recursos mediante
capacitação, para que, conjuntamente com os recursos do governo, possa resolver seus
problemas”. Poderíamos sintetizar os pontos principais do desenvolvimento comunitário
considerando que:
l Provocando a aceleração da mudança, conseguirse-ia um desenvolvimento mais rápido;
É importante a participação da população em todos os momentos do processo, desde o
diagnóstico de seus problemas e do estabelecimento de prioridades até o panejamento,
execução e avaliação do trabalho comunitário; desenvolvimento comunitário consiste
em trabalho integrado de todas as áreas. As acções de saúde pública, a nosso ver, são por si
mesmas factores de mudança social.
A área de saúde pública no trabalho integrado de desenvolvimento comunitário é desenvolvida
por equipes multiprofissionais que incluem o educador de saúde
pública, encarregado do panejamento, execução e avaliação das actividades educativas
do processo.
Dentro do trabalho integrado de todas as áreas podemos situar os objectivos específicos
da educação em saúde:
a) Criar consciências a necessidades a mudança social, económica e cultural, para superar
os problemas de saúde determinados pelo grau de desenvolvimento e seus condicionantes;
b) Sensibilizar as pessoas para que se adaptem a novas condições de vida que signifiquem
outros valores, a destruir crenças no que se refere à saúde, incrementando a racionalidade
nesse campo e favorecendo caminhos para o cuidado com a saúde individual e colectiva;
c) Formar urna opinião favorável ao desenvolvimento, que possibilite que se tomem as
decisões, valorizando o significado do nível de saúde;
d) Despertar o desejo de progresso em saúde, mediante a colaboração individual e colectiva;
49

e) esclarecer sobre o aproveitamento e incremento dos recursos existentes que permitam


expandir os programas de saúde;
f) Propor um trabalho coordenado com as organizações da comunidade e com as instituições
que representem outros sectores de desenvolvimento.

2. Factores Condicionantes a saúde

Segundo A organização mundial da saúde (OMS) em 1946 define Saúde como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.

2.1.Os factores condicionantes da saúde

Segundo BUSTOS ROMERO (1988), os factores condicionantes a saúde são:

 Determinantes genéticos, comportamentais- (idade, sexo, características pessoais


eventualmente determinadas pela herança genética);
 Ambiente sociais e económicos- (pobreza, emprego, posição socioeconómica,
exclusão social);
 Ambientes físico- (habitat, qualidade do ar, qualidade da água, ambiente social);
 Ambientais estilos de vida- (alimentação, atividade física, tabagismo, álcool e
comportamento sexual);
 Serviços de saúde- (educação, saúde, serviços sociais, transportes e lazer).

Todos os determinantes mencionados influenciam, num ou noutro sentido, o estado de saúde


individual, familiar ou comunitário. Se é certo que o sentido dessa influência é compreensível,
já tem sido difícil ponderar o peso específico de cada um deles.
De entre os determinantes da saúde, os estilos de vida saudáveis ocupam um lugar de relevo
pela aparente facilidade que apresentam na obtenção de mais ganhos em saúde.
Em 2004, a Organização Mundial da Saúde, no seguimento de iniciativas anteriores, propôs
uma estratégia global para a alimentação, o exercício físico e a saúde, reconhecendo que as
doenças crónicas não transmissíveis representavam 60% de todas as causas de morte e que
eram geradoras de 47% dos encargos gerais com a saúde. Situação que, no entanto, exibe uma
preocupante tendência para se acentuar, na medida em que no ano 2020 estima-se que aquelas
percentagens subam, respectivamente, para 73% e 60%.
50

Ainda no contexto do sistema das Nações Unidas (OMS e ONU, em particular), mais
recentemente, foi dado um novo impulso aos programas que têm por objectivo controlar a curva
epidémica traduzida pelos aumentos constantes de incidência e prevalência de doenças crónicas
não transmissíveis (NCDs, na sigla inglesa) como a diabetes, as doenças
cerebrocardiovasculares, o cancro e as doenças respiratórias crónicas, entre outras.

2.2. Determinantes da saúde

BUSTOS ROMERO (1988), diz que os determinantes da saúde podem ser definidos como os
factores que influenciam, afectam ou determinam a saúde dos povos e cidadãos.

A complexidade da saúde é inegável, independentemente da perspectiva pela qual é abordada,


as agendas internacionais tem, ao longo das últimas décadas, vindo a posicionar-se entre as
perspectivas baseadas maioritariamente na tecnologia medica e uma posição que tenta
compreender a saúde como fenómeno social, o que implica formas mais complexas de acção.

O equilíbrio de saúde-doença é determinado por uma multiplicidade de factores de origem


social, económica, cultural, ambiental e biológico/genético conhecido internacionalmente.
Apesar da inquestionável influência de factores externos ao indivíduo nem sempre foram
incluído na formulação de políticas relacionadas com a saúde.

2.3.Determinantes de saúde visam

 Melhorar na qualidade dos cuidados de saúde;


 Melhorar no acesso efectivo aos cuidados de saúde e
 Garantir a sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde.

Em nível internacional é possível observar os marcos considerados importantes para a


igualdade na saúde, em que se percebe acontecimentos relacionados com os determinantes da
saúde tais como: condições sociais, ambientais e económicas.
Mais de metade da influência na saúde dos indivíduos tem por base as condições em que as
populações nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem.
Os vários determinantes influenciam a saúde de diferentes formas, pelo que nem todos são
igualmente importantes. Desta forma destacam-se os factores ambientais como sendo os mais
valorizados pela OMS, por determinar 25% da saúde da população. Por outro dentro dos
51

determinantes sociais, (Jorge 2011) realça que o estilo de vida saudável deve ter lugar relevante
por aparentemente apresentar maiores ganhos em saúde.

3.Determinantes genéticos, comportamentais

Para CORBELLA (2003), o comportamento pode ser definido como o conjunto de atitudes e
reações do indivíduo.

A possibilidade de pôr todas as variações do comportamento individual deve haver uma


estrutura mais profunda de comportamento herdado que caracterize todos os membros de uma
dada espécie ou grupo taxonômico maior Considerável aplicação ao estudo do comportamento
humano. A Dificuldade no estudo de tais características; o comportamento é influenciado tanto
por factores biológicos e ambientais.
A humanidade já dispõe de conhecimentos e de tecnologias que podem melhorar bastante a
qualidade da vida das pessoas. Mas, além de muitos deles não serem aplicados por falta de
priorização de políticas sociais, há uma série de enfermidades relacionadas ao potencial
genético de cada um ou ao inevitável risco de viver. Por melhores que sejam as condições de
vida, necessariamente convive-se com doenças, problemas de saúde e com a morte.

Ex. (idade, sexo, características pessoais eventualmente determinadas pela herança genética);

4.Ambiente social

Ainda CORBELLA (2003), afirma que o ambiente social é qualquer conjunto de coisas, forças
ou condições em relação e contacto com os seres humanos, incluindo ai tanto a cultura material
concreta, como características culturais e estruturais abstractas dos sistemas sociais que
determinam e moldam as formas como a vida social é exercida.

o ambiente social afecta a nossa auto percepção. Como indivíduo inserido numa cultura, raça,
observa-se que temos nossas peculiaridades e os outros reagem às nossas diferenças, assim
como nossos interesses interferem no julgamento social que fazemos diante da realidade. Por
isso, estudamos sobre a identidade social e consciência de si mesmo que nos ajudam a nos
conhecermos melhor alguns dos factores ambientais que influenciam na interação entre o
ambiente social e o indivíduo. Os estudos de percepção social demonstram que todos os
indivíduos têm a tendência de perceber o outro pela formação de uma série de impressões
interligadas e coerentes acerca dessa pessoa. Daí, corremos um risco de rotular as pessoas,
52

embaçadas no pouco conhecimento que temos das mesmas. Essa percepção também é
influenciada diante dos interesses e necessidades de cada indivíduo, ou seja, dos motivos
sociais. Estudamos, também, as atitudes que envolvem pensamentos e sentimentos, em que se
estabelece uma predisposição aprendida para responder, de uma maneira negativa ou positiva,
favorável ou desfavorável, diante de um determinado objecto ou situação específica,
considerando os componentes cognitivos, afectivos e comportamentais, nos quais são passíveis
de mudança.
Vimos, também, que o preconceito, os estereótipos e a discriminação são frequentes na
sociedade, nas relações humanas. Ocorrem de diversas formas por naturezas também
diversificadas, que, geralmente, provocam resultados negativos e, às vezes, irreparáveis.
A comissão nacional sobre determinantes da Saúde (CNDSS), define os factores sociais,
culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de pro-
blemas de saúde e seus factores de risco na população.
A importância dos determinantes sociais tem-se traduzido em aumento da investigação,
realizada no sentido de encontrar a relação entre a forma como está organizada determinada
sociedade e a condição de saúde de sua população.
Exemplos de determinantes sociais: cultura, estilos de vida, género, etnia, grau de inclusão
social, idade, comportamentos relacionados com a saúde, as condições de vida e condições de
trabalho, educação.

5.Determinantes económicos

Para CARVALHO (p. 19-38, 2013), a pesquisa que pretende compreender a relação entre o
nível socioeconómico e o estado de saúde não é fenómeno recente. São inúmeros os factores
que contribuem para desigualdades socioeconómicas no sector da saúde.

O fenómeno da globalização, com as consequentes eliminação de fronteiras e facilidade de


circulação de pessoas e mercadorias, tem sido criticado por aproximar economias e culturas
desiguais. A preocupação com a desigualdade tem sido global. Os comportamentos
relacionados com a saúde encontram-se entre os factores muitas vezes associados aos
determinantes económicos. O rendimento pode (ou não) permitir o acesso a determinados
comportamentos com impacto da saúde dos indivíduos (participar em actividade física,
escolhas alimentares). Os indicadores de saúde podem ser reflexo das diferenças de riqueza
material.
53

Exemplos de determinantes económicos: desempenho económico do pais, rendimentos


(pode condicionar acesso comportamentos saudáveis), situação de emprego, ocupação,
habitação.

Segundo Carvalho (2013), as condições econômicas e sociais influenciam diretamente na


saúde das pessoas e das populações, por um todo. Para o autor em estudo, os “determinantes
sociais da saúde” são um termo que resume as condições de vida das pessoas, onde elas nascem,
crescem, estudam, trabalham, onde estão inseridas culturalmente, politicamente, e,
principalmente, onde vivem. O meio ambiente onde vivemos é primordial para a definição e a
preservação da saúde humana. Aquelas pessoas que residem em ambientes insalubres, com
muita poluição, tendem a serem acometidas por doenças que, num ambiente sadio, não seriam
adoentadas. Mas, por outro lado, Carvalho (2013, p. 19), nos diz que “nem todos os
determinantes são igualmente importantes. Os mais destacados são aqueles que geram
estratificação social”.

Os determinantes sociais estão diretamente relacionados com as condições de distribuição de


riqueza, poder e prestígio nas sociedades. E, um destes mecanismos são aqueles que mantêm
uma estrutura de propriedade de meios de produção e a distribuição de poder entre as classes
sociais. Aquele indivíduo que detém o recurso financeiro, o capital, tem mais condições sociais
para tratar-se, quando cometido por alguma forma de doença. Os menos favorecidos dependem
diretamente do Poder Público, por meio do SUS – Sistema Único de Saúde - para serem
assistidos. Em países de terceiro mundo, como Moçambique, os ricos detêm o poder do capital
e têm acesso aos melhores hospitais e Médicos da Nação.
Os governantes sabem muito bem o seu papel, mas não os cumpre. A saúde contribui para
outras prioridades sociais, como o bem-estar, a educação, a coesão social, a preservação do
meio ambiente, o aumento da produtividade e o desenvolvimento econômico, por um todo.
A saúde e a educação são fatores-chaves para ampliar o desenvolvimento social e econômico
de uma nação. A educação amplia os horizontes das pessoas e as tornam mais conscientes.
Pessoas instruídas buscam uma melhor qualidade de vida na saúde da sua família e
comunidade, onde estão inseridas.
Segundo Carvalho (2013, p. 23) “as desigualdades na organização da sociedade implicam que
a liberdade para gozar de uma vida próspera e de boa saúde esteja distribuída de forma
desigual”. Essa desigualdade pode ser observada na primeira infância e na idade escolar. O que
pode contribuir para essas posições positivas ou negativas é o ambiente natural em que essas
54

pessoas habitam. Há uma diferença enorme na saúde e na educação entre as pessoas que moram
nas palafitas de uma favela, com relação às pessoas que moram à beira mar, em apartamentos
ou casas confortáveis. É por isso que o autor do texto resenhado insiste em demonstrar na sua
exposição o problema da desigualdade humana e a forte relação com a falta de saúde básica da
população mais pobre.
O autor, Carvalho, fala das garantias de emprego justo e condições de trabalhos dignos, sendo
apoiados por governos, empregadores e trabalhadores para a contribuição da erradicação da
pobreza e diminuição das desigualdades sociais. Mas será que isto é possível nos dias de hoje,
em Moçambique? Onde a pobreza e os escândalos políticos só aumentam? Apesar de o texto
do autor ser escrito em 2013, e nós estamos em 2019, com a previsão de uma saúde de qualidade
para os moçambicanos em 2030, não há esperança alguma por nossa parte, em acreditar em
possíveis políticas públicas dos governos atuais e vindouros.

Carvalho (2013, p. 26) diz que “tornar a saúde e a igualdade na saúde um valor partilhado entre
diferentes setores constitui uma estratégia politicamente desafiante, porém necessária”. Isto
ainda não é possível ser praticada em Moçambique. Aqui os governantes não pensam no
coletivo. Eles pensam em si mesmos e nos seus familiares, por isso há tanta corrupção.

6.O ambiente físico

GOUVÊA (2002), diz que o ambiente físico é que abrange condições geográficas,
características da ocupação humana, fontes de água para consumo, disponibilidade e qualidade
dos alimentos, condições de habitação);

Para Corbella (2003), uma pessoa está confortável em um ambiente quando se sente em
neutralidade em relação a ele. No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um
instrumento terapêutico se contribuir para o bem-estar físico do paciente com a criação de
Espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de
Convívio mais humanas.
Lembra que o desconforto ambiental nos hospitais não pode ser um
Problema a mais nesses espaços, construídos para, muitas vezes, situações estressantes de
atendimento associadas a pacientes com risco de vida ou sofrimento profundo. A seguir, serão
abordados aspectos fundamentais para o conforto ambiental nos hospitais: a iluminação, a cor
e o conforto hidrotérmico.
55

7.Determinantes ambientais

Segundo a perspectiva da saúde, nos determinantes ambientais podem ser incluídos o impacto
que determinados agentes químicos, físicos e biológicos tem sobre a saúde. Existe uma
preocupação com a poluição do ar, agua, terra, alimento e, mais recentemente, com alguns
riscos globais dos quais a destruição da camada de ozono e as alterações climáticas. É
conhecida a relação entre a capacidade dos determinantes ambientais influenciarem as
populações e seu desenvolvimento socioeconómico). A pesquisa tem demonstrado que a agua
contaminada por produtos químicos e metais pesados (quer a superfície, quer no subsolo)
constitui factor de grande impacto para a saúde das populações. Esta questão tem vindo a tomar
se uma preocupação global, pelo impacto considerável no ambiente e consequentemente na
saúde humana.
Ondas de calor e frio muito intensos podem ser antecedentes de doenças cardiovasculares,
cérebro vasculares, respiratórias e carcinomas da pele, com consequente influência nos índices
de mortalidade.
Exemplos de determinantes ambientais: poluição da agua e do ar, biodiversidade,
aquecimento global, a depressão do ozono, as condições das habitações qualidade dos
transportes, a segurança alimentar, a gestão de resíduos, a política energética, o ambiente
urbano.
7.1.teoria miasmática

A teoria miasmática, predominante no século XIX, defendia que a doença tinham origem
miasmas (o conjunto de odores fétidos resultante da matéria orgânica em putrefacção nos solos
e lençóis de aguas contaminados).
Tal explicativa mudança sociais e práticas de saúde, na época fruto dos processos de
urbanização e industrialização. É referido por virchow (investigador reconhecido e defensor
desta teoria; entendia que a medicina era uma ciência social) afirmava que as condições
económicas e sociais que determinassem a condição de saúde da população deveriam ser alvo
de investigação. As diferentes definições existentes na literatura de determinante sociais da
saúde abordam, de forma geral, as condições de vida condições de trabalho dos indivíduos que
de alguma forma condicionam sua saúde.
8.Serviços de saúde

Este autor GOUVÊA (2002) diz que os Serviços de saúde são estabelecimentos destinados a
promover a saúde do indivíduo, protege-lo de doenças e agravos, prevenir e limitar dos danos
a ele causados e reabilita-lo quando sua capacidade física, psíquica ou social for afectada
56

É importante ter em conta que os serviços de saúde não contemplam unicamente o diagnóstico
e o tratamento de doenças ou transtornos. Também abarcam tudo o que se refere a prevenção
dos mais e a difusão daquilo que ajuda a desenvolve uma vida saudável.
Os serviços de saúde desempenham papel importante na prevenção, na cura ou na reabilitação
e na minimização do sofrimento de pessoas portadoras de enfermidades ou de deficiências.
Deveriam funcionar como guardiões da saúde individual e coletiva, até mesmo para reduzir a
dependência com relação a esses serviços, ou seja, aumentando a capacidade de autocuidado
das pessoas e da sociedade.
A maioria dos países dispõe de serviços de saúde públicos e privados. Os serviços públicos de
saúde são geridos e financiados pelo Estado, ao passo que os serviços privados de saúde são
prestados atreves de empresas que tem fins de lucro.
No caso de Portugal, por exemplo, é o estado que que controla os serviços de saúde em muitos
aspectos, nomeadamente a gestão. Os hospitais, clínicas e os sanitários são algumas das
instituições onde são prestados serviços de saúde. Entre os profissionais que trabalham neste
sector, é possível mencionar, os enfermeiros e os farmacêuticos.
4.Indicadores de níveis de saúde

Indicadores: são variáveis susceptíveis à mensuração directa, produzidas com periodicidade


definida e critérios; são parâmetros utilizados com o objectivo de avaliar e fornecer subsídios
aos planeamentos da saúde. (CARVALHO, 1997).

Indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados


atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. É
uma tentativa de estabelecer medidas por meio de relações, portanto de expressões numéricas
como forma de aproximação da realidade de um dado fenómeno, fato, evento ou condição.

Após os cuidados a serem observados quanto à qualidade e cobertura dos dados de saúde, é
preciso transformar esses dados em indicadores que possam servir para comparar o observado
em determinado local com o observado em outros locais ou com o observado em diferentes
tempos. Portanto, a construção de indicadores de saúde é necessária para:

 Analisar a situação actual de saúde;


 Fazer comparações;
 Avaliar mudanças ao longo do tempo.
 Os indicadores de saúde, tradicionalmente, têm sido construídos por meio de números.
57

Em geral, números absolutos de casos de doenças ou mortes não são utilizados para avaliar o
nível de saúde, pois não levam em conta o tamanho da população. Dessa forma, os indicadores
de saúde são construídos por meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções
ou coeficientes. (VAUGHAN e MORROW, 1992):

4.1.Critérios para avaliação e selecção de indicadores

A escolha dos indicadores depende dos objectivos da avaliação, bem como dos aspectos
metodológicos, éticos e operacionais da questão em estudo.

4.2.Características importantes para a escolha de um indicador

Apresentar simplicidade técnica: o indicador deve ser de fácil entendimento e percepção;

 Deve ter uniformidade;


 Deve atingir o Maior número possível de variáveis;
 Permite comparações entre situações;
 Principalmente deve ser confiável;
 É relevante que sejam respeitados os aspectos éticos. (GORDIS, 2011).

4.3. Principais modalidades de indicadores de saúde

 Mortalidade / sobrevivência;
 Morbidade / gravidade / incapacidade
 Nutrição / crescimento e desenvolvimento
 Aspectos demográficos
 Condições socioeconómicas
 Saúde ambiental
 Serviços de saúde.

4.3.1.Mortalidade
Foi o primeiro indicador usado. É fácil de operar: a morte é clara e objectivamente definida e
cada óbito tem de ser registado (nem sempre – ainda há cemitérios clandestinos em muitos
pequenos municípios e especialmente óbitos de recém-nascidos deixam de ser registados).
Há numerosos indicadores baseados na mortalidades.

Limitações:

A morte é o último evento do processo saúde/doença e reflecte imperfeitamente o processo.


58

Agravos/danos de baixa letalidade (dermatologia, oftalmologia, doença mental) são mal


representados nas estatísticas de mortalidade.

Somente uma pequena parcela da população morre a cada ano (em geral, menos de 1%). Ao se
estudar, por exemplo, a saúde escolar, morrem pouquíssimas crianças matriculadas na
rede escolar.

Mudanças nas taxas ao longo do tempo são em geral muito pequenas e a mortalidade é
pouco útil nas avaliações de curto e médio prazo.

4.3.2.Morbidade
É um conhecimento essencial, que permite:

 Inferir os riscos de adoecer a que as pessoas estão sujeitas.


 Obter indicações para investigações de seus factores determinantes.
 A escolha de acções adequadas.
 Conhecer mudanças numa situação de saúde no curto prazo (febre amarela no RJ).

4.3.3.Indicadores nutricionais

 As diferentes medidas de avaliação podem ser agrupadas em:


 Avaliação indireta do estado nutricional
 Mortalidade de crianças de 1 a 4 anos
 Mortalidade infantil
 Mortalidade infantil tardia
 Disponibilidade de alimentos

4.3.4.Avaliação direta do estado nutricional

 Avaliações dietéticas (inquéritos dietéticos e cálculo de consumo de nutrie ntes)


 Avaliações clínicas (antropometria: peso, comprimento/estatura, perímetro cefálico,
pregas cutâneas, IMC) avaliações laboratoriais (metabolismo do ferro, vitaminas
lipossolúveis ou de acumulação) A dificuldade geral nestas últimas e estabelecer o
“padrão de referência” ou “Pontos de corte” para indicadores.

4.3.5.Indicadores demográficos

Além da mortalidade, as grandes variáveis demográficas são a natalidade, a fecundidade e as


migrações. Os indicadores mais usados são a esperança de vida ao nascer, fecundidade,
59

natalidade, a estrutura etária e a distribuição por sexo da população. A simples divisão da


população nas faixas etárias zero a 14 anos (pop. jovem); 15 a 64 anos (população.
economicamente activa) e 65 anos e mais (pop. idosa) serve de base para inferir o nível de vida:
predomínio da população jovem sobre a idosa indica piores condições de vida e de saúde. Já o
predomínio da população idosa sobre a jovem ocorre em populações de melhor nível de vida e
saúde. Permite também estimar demandas: no primeiro caso por serviços de saúde materno-
infantil, pré-natal, saúde da criança, unidades do ensino fundamental, ao passo que no segundo
caso, a expectativa é uma maior demanda por serviços de atenção cardiovascular,
hospitalizações, medicamentos de uso contínuo.

4.3.6.Indicadores ambientais

Condições de moradia e do peridomicílio são estreitamente ligadas com o nível


socioeconómico da população. Isso também se aplica em relação à cobertura e qualidade do
saneamento básico (abastecimento de água, colecta de esgotos, de lixo e destinação das águas
pluviais). É muito usada como indicador de saúde a proporção da população que dispõe de um
sistema adequado de água, esgoto e lixo.

4.3.7.Indicadores relativo ao serviço de saúde

São muitos os indicadores relativos ao que ocorre na assistência à saúde. Eles podem ser

Agrupados em indicadores de insumos, de processo e de impacto.


a) Indicadores de insumo:

Recursos humanos e materiais: número de médicos, dentistas, enfermeiros, leitos gerais, leitos
de UTI, em geral por mil habitantes. Leitos de UTI neonatal por mil nascimentos.

Recursos financeiros: Em geral calculam-se os gastos como percentagem do PIB ou dividindo


os gastos per capita. A maioria dos países do terceiro mundo (Brasil inclusive) gasta menos de
5% do PIB com saúde.

Distribuição dos recursos financeiros. Calcula -se qual a proporção dos recursos que vai para a
atenção primária e qual a que vai para os demais níveis. Entre nós, enorme porção dos recursos
vão para acções especializadas (curativas), nos hospitais de maior
complexidade.

b) Indicadores de processo
60

Referem-se a detalhes do processo que conduz à manutenção da saúde ou à recuperação da


doença. Exemplos: proporção de gestantes que fazem pré-natal, proporção de gestantes com 6
consultas e mais na gravidez, proporção de gestantes inscritas no primeiro trimestre.

C)Indicadores de impacto (ou de resultados)

Muitas das acções e serviços de saúde têm validade intrínseca, indiscutível, porém cada vez
mais os planeadores e gestores buscam evidências de quais benefícios decorrem dos
investimentos no sector. É muito difícil distinguir e controlar o impacto dos serviços de saúde
na melhoria das condições de saúde. Nos anos 80 e 90, a grande diminuição da mortalidade
infantil, com ênfase nas mortes causadas pelas gastroenterites, deveu-se principalmente ao
aumento da cobertura de saneamento básico, e neste, acesso à água tratada de boa qualidade
(e, portanto, factores externos ao sector saúde). Ainda hoje o efeito da disponibilização de água
tratada sobre a mortalidade infantil pode ser visto nos estados menos desenvolvidos da Região
Nordeste.

Para finalizar, há que mencionar, neste capítulo, a necessidade de buscarmos indicadores


positivos de saúde, não esquecendo a dificuldade de operacionalizar conceitos como bem-estar
e normalidade. Dispomos de muitos dados sobre doenças, doentes, sequelas, incapacidades,
mortes, porém ainda não somos capazes de obter e trabalhar com informações que nos
permitam, por exemplo, avaliar a fase pré-patológica das doenças. Os horizontes se ampliaram
enormemente com os recursos da informática, a construção e o acesso facilitado às grandes
bases de dados. O que se espera é que o aumento da expertisse dos trabalhadores de saúde leve
a uma utilização e uma capacidade de análise da realidade cada vez melhor e mais abrangente
de modo a beneficiar a toda a comunidade. (MEZOMO, 2OO1).

A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples


enumeração de eventos à construção de indicadores sintéticos.

Os Indicadores podem ser:

 Números absolutos
 Razões
 Proporções
 Taxas/Coeficientes
 Índices
61

 Indicadores sintéticos

As proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a


importância desses casos ou mortes no conjunto total. Os coeficientes (ou taxas) representam
o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a população do país,
estado, município, população de nascidos vivos e de mulheres.

Dessa forma, geralmente, o denominador do coeficiente representa a população exposta ao


risco de sofrer o evento que está no numerador. Excisões são o coeficiente de mortalidade
infantil – CMI e de mortalidade materna – CMM – para os quais o denominador utilizado
(nascidos vivos) é uma estimativa tanto do número de menores de 1 ano, como de gestantes,
parturientes e puérperas expostos ao risco do evento óbito. No caso do Coeficiente de
mortalidade Infantil, alguns nascidos vivos do ano anterior não fazem parte do denominador,
apesar de ainda terem menos de um ano devida no ano em estudo dos óbitos. Por exemplo, se
uma criança nasceu em 31/12/1998 e morreu em 02/01/1999 (com dois dias) entrará no
numerador do CMI de 1999, mas não no denominador. Pressupõe-se que haja uma
“compensação” de nascidos vivos e óbitos de um para outro ano, de forma que o CMI é uma
boa estimativa do risco de óbito infantil.

É preciso destacar, ainda, a diferença entre coeficientes (ou taxas) e índices. Índices não
expressam uma probabilidade (ou risco) os coeficientes, pois o que está contido no
denominador não está sujeito ao risco de sofrer o evento descrito no numerador (LAURENTI
et al., 1987).

5.Coeficientes mais utilizados na área da Saúde

Os coeficientes mais utilizados na área da saúde baseiam-se em dados sobre doenças


(morbidade) e sobre eventos vitais (nascimentos e mortes).

5.1.Coeficientes morbidade (doenças):

Coeficiente de incidência da doença: representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma


doença na população. Pode ser calculado por regra de três ou através da seguinte fórmula:
Casos novos da doença em determinada comunidade e tempo x 10n população da área no
mesmo tempo.

Coeficiente de prevalência da doença: representa o número de casos presentes (novos +


antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo especificado. É representado
62

por: Casos presentes da doença em determinada comunidade e tempo x 10n População da área
no mesmo tempo. Para compararmos o risco de ocorrência de doenças entre populações
usamos, dessa forma, o coeficiente de incidência, pois este estima o risco de novos casos da
doença em uma população. O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente de
incidência multiplicado pela duração média da doença LILIENFELD & LILIENFELD, (1980).
Portanto: Coeficiente de Prevalência = coeficiente de incidência x duração média da doença.

Da fórmula acima fica evidente que a prevalência, além dos casos novos que acontecem
(incidência), é afectada também pela duração da doença, a qual pode diferir entre comunidades,
devido a causas ligadas à qualidade da assistência à saúde, acesso aos serviços de saúde,
condições nutricionais da população, etc. Assim, quanto maior a duração média da doença,
maior será a diferença entre a prevalência e a incidência. A prevalência é ainda afectada por
casos que imigram (entram) na comunidade e por casos que saem (emigram), por curas e por
óbitos.

Dessa maneira, temos como “entrada” na prevalência os casos novos (incidentes) e os


imigrados e como “saída” os casos que curam, que morrem e os que emigram Dois tipos de
coeficientes de prevalência podem ser utilizados: o coeficiente de prevalência instantânea o
coeficiente de prevalência por período ou lápsica (abrange um período maior de tempo, por
exemplo um ano)(KERR-PONTES e ROUQUAYROL, 1999).

Coeficiente de letalidade: representa a proporção de óbito e entre os casos da doença, sendo


um indicativo da gravidade da doença ou agravo na população. Isso pode ser uma característica
da própria doença (por exemplo, a raiva humana é uma doença que apresenta 100% de
letalidade, pois todos os casos morrem) ou de fatores que aumentam ou diminuem a letalidade
da doença na população (condições socioeconómicas, estado nutricional, acesso a
medicamentos, por exemplo). É dado pela relação: Mortes devido à doença “X” em
determinada comunidade e tempo x 100 casos da doença “X” na mesma área e tempo seu
resultado é dado, portanto, sempre em percentual (%). Não deve ser confundido com
coeficiente de mortalidade geral, que é dado por 1000 habitantes, e representa o risco de óbito
na população. A letalidade, ao contrário, representa o risco que as pessoas com a doença têm
de morrer por essa mesma doença.

5.2.Coeficientes de mortalidade:
63

Coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o risco de óbito na comunidade. É


expresso por uma razão, e pode ser calculado, como todos os demais coeficientes, também
através de regra de três simples (se numa população de 70.000 habitantes tenho 420 óbitos, em
1000 habitantes terei “x”, sendo 1000 o parâmetro que permitirá comparar com outros locais
ou outros tempos): Número de óbitos em determinada comunidade e ano x 1.000 população
estimada para 01 de Julho do mesmo ano Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado
para comparar o nível de saúde de diferentes populações, pois não leva em consideração a
estrutura etária dessas populações (se a população é predominantemente jovem ou idosa).

Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que as crianças


nascidas vivas tem de morrer antes de completar um ano de idade. É considerado um indicador
sensível das condições de vida e saúde de uma comunidade. Pode ser calculado por regra de
três ou através da seguinte razão: Óbitos de menores de 1 ano em determinada comunidade e
ano x 1.000 Nascidos vivos na mesma comunidade e ano

Cuidado especial deve ser tomado quando se vai calcular o coeficiente de mortalidade infantil
de uma localidade, pois tanto o seu numerador (óbitos de menores de 1 ano), como seu
denominador (nascidos vivos) podem apresentar problemas de classificação. Para evitar esses
problemas, o primeiro passo é verificar se as definições, citadas pela Organização Mundial de
Saúde (1994), estão sendo correctamente seguidas por quem preencheu a declaração de óbito
da criança. Estas definições são as seguintes:

Nascido vivo: é a expulsão ou extracção completa do corpo da mãe, independentemente da


duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respire ou
apresente qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsações do cordão
umbilical ou movimentos efectivos dos músculos de contracção voluntária, estando ou não
cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta

Óbito fetal: é a morte do produto de concepção, antes da expulsão ou da extracção completa


do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito se o feto, depois
da separação, não respirar nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do
coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efectivos dos músculos de contracção
voluntária.

Óbito infantil: é a criança que, nascida viva, morreu em qualquer momento antes de completar
um ano de idade. Dessas definições, fica claro que uma criança que nasceu viva, nem que tenha
64

apresentado apenas batimentos do cordão umbilical, e morrido em seguida, deve ser


considerada como óbito de menor de 1 ano (óbito infantil) e entrar no cálculo do coeficiente
de mortalidade infantil (CMI). Nesse caso, deve ser emitida uma Declaração de Nascido Vivo
(DN) e uma Declaração de óbito (DO), indicando que se trata de óbito não fetal, e
providenciados os respectivos registos de nascimento e óbito em cartório de registro civil. Caso
essa criança tivesse, erroneamente, sido classificada como óbito fetal (natimorto), além de
possíveis problemas com relação a transmissão de bens e propriedades (direito civil), ainda
teríamos um viés no cálculo do coeficiente de mortalidade infantil e neonatal: o numerador
perderia um caso de óbito infantil e o denominador perderia 1 nascido vivo. Isso faria com que
o CMI calculado fosse menor do que realmente é (redução artificial, ou enganosa).

Coeficiente de mortalidade perinatal: segundo a Classificação Internacional de Doenças em


vigor (a CID-10), o período perinatal vai da 22ª semana de gestação até a primeira semana de
vida da criança, diferenciando da definição anterior (da CID-9) que Considerava a partir da 28ª
semana de gestação. Dessa maneira, o coeficiente actualmente é dado pela seguinte razão:
Óbitos fetais a partir da 22ª semana de gestação + óbitos de menores de 7 dias de vida Nascidos
vivos + nascidos mortos na mesma comunidade e ano x 1.000.

Coeficiente de mortalidade materna: representa o risco de óbitos por causas ligadas à


gestação, ao parto ou ao puerpério, sendo um indicador da qualidade de assistência à gestação
e ao parto numa comunidade. É dado pela equação: Óbitos fetais a partir da 22ª semana de
gestação +óbitos de menores de 7 dias de vida nascidos vivos + nascidos mortos na mesma
comunidade e anos x1.000 óbitos devidos a causas ligadas a gestação, parto e puerpério x
100.000 nascidos vivos Para fins de comparação internacional, somente as mortes que ocorrem
até 42 dias após o parto entram no cálculo do coeficiente. Conhecer as definições da
Organização Mundial da Saúde (OMS, 1994) é fundamental para o cálculo coreto destes
indiciadores:

Morte materna: é a morte da mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias


após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a
qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém
não devida a causas acidentais ou incidentais.

Pode ser subdividida em:


65

a) Morte obstétrica directa: Sendo aquela resultante de complicações obstétricas


devido a intervenções, omissões, tratamento incorrecto, entre outros.

b) Morte obstétrica indirecta: quando resulta de doenças existentes antes da gravidez, ou


desenvolvidas durante a gravidez, não devidas a causas obstétricas directas, mas agravadas
pelos efeitos fisiológicos da gravidez (diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, etc.).

No cálculo do coeficiente de mortalidade materna entram, portanto, todos os casos de óbitos


maternos, tanto por causas obstétricas directas, como indirectas, que ocorreram em até 42 dias
após o término da gestação.

Apesar de não entrarem no cálculo para fins de comparação, é importante o serviço de saúde
registar, ainda, as mortes por causas obstétricas (directas ou indirectas) que ocorreram após 42
dias do término da gestação, bem como as mortes relacionadas com a gravidez, sendo assim
definidas (OMS, 1994):

c) Morte materna tardia: é a morte de uma mulher por causas obstétricas directas ou
indirectas mais de 42 dias mas menos de um ano após o término da gravidez.

d) Morte relacionada com a gravidez: é a morte de uma mulher enquanto grávida ou até 42
dias após o término da gravidez, qualquer que tenha sido a causa de morte.

No Paraná, existe o comité de morte materna, com descentralização para as Regionais de


Saúde. Esse comité tem a função de investigar todos os óbitos de mulheres de 10 a 49 anos,
visando a identificar todos os óbitos maternos (pois nem todos são informados na declaração
de óbito), verificar as circunstâncias em que tais óbitos ocorreram e propor estratégias para
redução dessa mortalidade (BRAGA et al., 1992).

5.3.Coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis:

É uma estimativa do risco da população morrer por doenças infecciosas e parasitárias


(tuberculose, tétano, diarreia infecciosa, aids, etc.). Quanto mais elevado o resultado deste
coeficiente, piores as condições de vida. É dado pela equação: óbitos devidos a doenças
infecciosas e parasitárias (DIP) x 100.000 população estimada para o meio do ano na mesma
área

5.4.Coeficientes de natalidade:
66

Os principais coeficientes que medem a natalidade (nascimentos) de uma população são o


coeficiente de natalidade e o de fecundidade.

Enquanto o coeficiente de natalidade está relacionado com o tamanho da população, o de


fecundidade está relacionado com o número de mulheres em idade fértil. Por isso, é comum a
fecundidade ser expressa também em média de filhos por mulher (por exemplo: 2,5 filhos por
mulher). O coeficiente de natalidade, portanto, pode ser calculado pela seguinte equação (ou
também por regra de três):

Nascidos vivos em determinada área e período x 1.000 população da mesma área, no meio
período O coeficiente de fecundidade, como está relacionado à população feminina em idade
fértil, é dado pela fórmula (ou calculado por regra de três): Nascidos vivos em determinada
área e período x 1.000 Mulheres de 15 a 49 anos da mesma área, no meio do período

6.Proporções mais utilizadas na área de saúde

As proporções não estimam o risco do evento em uma dada população, porém são mais fáceis
de serem calculadas, pois não necessitam de denominadores, como o número de habitantes,
para o seu cálculo. Além disso são mais fáceis de compreender, pois seus resultados são sempre
em percentuais (a cada cem pessoas, tantas morrem por doenças do aparelho circulatório, por
exemplo).

6.1.Mortalidade proporcional por idade:

É um indicador muito útil e fácil de se calcular. Com base no total de óbitos, fazemos uma
regra de três, calculando qual a proporção de óbitos na faixa etária de 20 a 29 anos ou de
menores de 1 ano, por exemplo. Duas proporções, em relação à mortalidade por idade, são mais
frequentemente utilizadas: a mortalidade infantil proporcional (proporção de óbitos de menores
de 1 ano em relação ao total de óbitos) e a mortalidade proporcional de 50 anos ou mais,
também conhecida como Indicador de Swaroop e Uemura ou Razão de mortalidade
Proporcional (proporção de óbitos de pessoas que morreram com 50 anos ou mais de idade em
relação ao total de óbitos) (LAURENTI et al., 1987). Evidentemente, quanto piores as
condições de vida e de saúde, maior a mortalidade infantil proporcional e menor o valor do
Indicador de Swaroop e Uemura, pois grande parte das pessoas poderá morrer antes de chegar
67

aos 50 anos de vida. Nos países ricos, ao contrário, a maioria da população morre com mais de
50 anos; assim, o Indicador de Swaroop e Uemura será mais alto (em torno de 85%).

6.2.Mortalidade proporcional por causas de morte:

É a proporção que determinada causa (ou agrupamento de causas) tem no conjunto de todos os
óbitos. Por exemplo, a mortalidade proporcional por doenças do aparelho circulatório é a
proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório em relação ao total de óbitos no
mesmo período e local.

Actualmente, com a implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos vivos (SINASC)


no Brasil, algumas proporções de importância epidemiológica também podem ser calculadas,
como por exemplo:

 Taxa de nascidos vivos com baixo peso ao nascer: % nascidos vivos com peso ao
nascer <2500 gramas em relação ao total de nascidos vivos em determinado período de
tempo e local;
 Taxa de nascidos vivos com mães adolescentes: % de nascidos vivos com mães de
idade <20 anos (até 19 anos inclusive) em relação ao total de nascidos vivos em
determinado período de tempo e local;
 Taxa de nascidos vivos por Cesária: % nascidos vivos por Cesária em relação ao total
de nascidos vivos em determinado período de tempo e local;
 Taxa de nascidos vivos prematuros: % de nascidos vivos com menos de 37 semanas
(até 36 inclusive) de gestação. É importante considerar que os resultados de indicadores
que se baseiam em números pequenos (por exemplo, com base em dados de apenas um
ano de uma área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde ou de uma cidade
muito pequena) podem apresentar o que se chama de “variação aleatória”.

7. Doenças como desequilíbrios da saúde

Quando há prejuízo do equilíbrio corporal, o indivíduo tem a dificuldade em manter uma


orientação correcta de sua postura. Como por exemplo, o indivíduo pode ter a sensação de que
uma “sala esteja rodando” o que pode dificultar andar em linha recta ou ate mesmo se manter
de pé. Dentre outros sintomas relacionados a doenças que causam desequilíbrio, pode-se se
citar:
68

Sensação de tontura ou vertigem (a vertigem é uma ilusão de movimento); uma sensação como
se o mundo externo girasse ao redor de um individuo (vertigem objectiva) ou como se o
individuo girasse ao redor de uma determinado local (vertigem subjectiva).

Queda ou sensação de estar caindo. Sensação de atordoamento ou confusão mental turvancia


visual e desorientação.

Outros sintomas podem ocorrer como sensação de enjoos, vómitos, ansiedade, sensação de
medo, redução de acuidade auditiva e zumbidos. Quando causa é neurológica, pode haver
também desmaios, dores de cabeça e incoordenação motora dos membros (ataxia). Todos os
sintomas listados podem aparecer e desaparecer em curtos períodos de tempo, ou podem
perdurar por muito tempo. (GOLDEBAUM, 1996).

2. Factores Condicionantes a saúde

Segundo A organização mundial da saúde (OMS) em 1946 define Saúde como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.

2.1.Os factores condicionantes da saúde

Segundo BUSTOS ROMERO (1988), os factores condicionantes a saúde são:

 Determinantes genéticos, comportamentais- (idade, sexo, características pessoais


eventualmente determinadas pela herança genética);
 Ambiente sociais e económicos- (pobreza, emprego, posição socioeconómica,
exclusão social);
 Ambientes físico- (habitat, qualidade do ar, qualidade da água, ambiente social);
 Ambientais estilos de vida- (alimentação, atividade física, tabagismo, álcool e
comportamento sexual);
 Serviços de saúde- (educação, saúde, serviços sociais, transportes e lazer).

Todos os determinantes mencionados influenciam, num ou noutro sentido, o estado de saúde


individual, familiar ou comunitário. Se é certo que o sentido dessa influência é compreensível,
já tem sido difícil ponderar o peso específico de cada um deles.
De entre os determinantes da saúde, os estilos de vida saudáveis ocupam um lugar de relevo
pela aparente facilidade que apresentam na obtenção de mais ganhos em saúde.
69

Em 2004, a Organização Mundial da Saúde, no seguimento de iniciativas anteriores, propôs


uma estratégia global para a alimentação, o exercício físico e a saúde, reconhecendo que as
doenças crónicas não transmissíveis representavam 60% de todas as causas de morte e que
eram geradoras de 47% dos encargos gerais com a saúde. Situação que, no entanto, exibe uma
preocupante tendência para se acentuar, na medida em que no ano 2020 estima-se que aquelas
percentagens subam, respectivamente, para 73% e 60%.
Ainda no contexto do sistema das Nações Unidas (OMS e ONU, em particular), mais
recentemente, foi dado um novo impulso aos programas que têm por objectivo controlar a curva
epidémica traduzida pelos aumentos constantes de incidência e prevalência de doenças crónicas
não transmissíveis (NCDs, na sigla inglesa) como a diabetes, as doenças
cerebrocardiovasculares, o cancro e as doenças respiratórias crónicas, entre outras.

2.2. Determinantes da saúde

BUSTOS ROMERO (1988), diz que os determinantes da saúde podem ser definidos como os
factores que influenciam, afectam ou determinam a saúde dos povos e cidadãos.

A complexidade da saúde é inegável, independentemente da perspectiva pela qual é abordada,


as agendas internacionais tem, ao longo das últimas décadas, vindo a posicionar-se entre as
perspectivas baseadas maioritariamente na tecnologia medica e uma posição que tenta
compreender a saúde como fenómeno social, o que implica formas mais complexas de acção.

O equilíbrio de saúde-doença é determinado por uma multiplicidade de factores de origem


social, económica, cultural, ambiental e biológico/genético conhecido internacionalmente.
Apesar da inquestionável influência de factores externos ao indivíduo nem sempre foram
incluído na formulação de políticas relacionadas com a saúde.

2.3.Determinantes de saúde visam

 Melhorar na qualidade dos cuidados de saúde;


 Melhorar no acesso efectivo aos cuidados de saúde e
 Garantir a sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde.
70

Em nível internacional é possível observar os marcos considerados importantes para a


igualdade na saúde, em que se percebe acontecimentos relacionados com os determinantes da
saúde tais como: condições sociais, ambientais e económicas.
Mais de metade da influência na saúde dos indivíduos tem por base as condições em que as
populações nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem.
Os vários determinantes influenciam a saúde de diferentes formas, pelo que nem todos são
igualmente importantes. Desta forma destacam-se os factores ambientais como sendo os mais
valorizados pela OMS, por determinar 25% da saúde da população. Por outro dentro dos
determinantes sociais, (Jorge 2011) realça que o estilo de vida saudável deve ter lugar relevante
por aparentemente apresentar maiores ganhos em saúde.
3.Determinantes genéticos, comportamentais

Para CORBELLA (2003), o comportamento pode ser definido como o conjunto de atitudes e
reações do indivíduo.

A possibilidade de pôr todas as variações do comportamento individual deve haver uma


estrutura mais profunda de comportamento herdado que caracterize todos os membros de uma
dada espécie ou grupo taxonômico maior Considerável aplicação ao estudo do comportamento
humano. A Dificuldade no estudo de tais características; o comportamento é influenciado tanto
por factores biológicos e ambientais.
A humanidade já dispõe de conhecimentos e de tecnologias que podem melhorar bastante a
qualidade da vida das pessoas. Mas, além de muitos deles não serem aplicados por falta de
priorização de políticas sociais, há uma série de enfermidades relacionadas ao potencial
genético de cada um ou ao inevitável risco de viver. Por melhores que sejam as condições de
vida, necessariamente convive-se com doenças, problemas de saúde e com a morte.

Ex. (idade, sexo, características pessoais eventualmente determinadas pela herança genética);

4.Ambiente social

Ainda CORBELLA (2003), afirma que o ambiente social é qualquer conjunto de coisas, forças
ou condições em relação e contacto com os seres humanos, incluindo ai tanto a cultura material
concreta, como características culturais e estruturais abstractas dos sistemas sociais que
determinam e moldam as formas como a vida social é exercida.
71

o ambiente social afecta a nossa auto percepção. Como indivíduo inserido numa cultura, raça,
observa-se que temos nossas peculiaridades e os outros reagem às nossas diferenças, assim
como nossos interesses interferem no julgamento social que fazemos diante da realidade. Por
isso, estudamos sobre a identidade social e consciência de si mesmo que nos ajudam a nos
conhecermos melhor alguns dos factores ambientais que influenciam na interação entre o
ambiente social e o indivíduo. Os estudos de percepção social demonstram que todos os
indivíduos têm a tendência de perceber o outro pela formação de uma série de impressões
interligadas e coerentes acerca dessa pessoa. Daí, corremos um risco de rotular as pessoas,
embaçadas no pouco conhecimento que temos das mesmas. Essa percepção também é
influenciada diante dos interesses e necessidades de cada indivíduo, ou seja, dos motivos
sociais. Estudamos, também, as atitudes que envolvem pensamentos e sentimentos, em que se
estabelece uma predisposição aprendida para responder, de uma maneira negativa ou positiva,
favorável ou desfavorável, diante de um determinado objecto ou situação específica,
considerando os componentes cognitivos, afectivos e comportamentais, nos quais são passíveis
de mudança.
Vimos, também, que o preconceito, os estereótipos e a discriminação são frequentes na
sociedade, nas relações humanas. Ocorrem de diversas formas por naturezas também
diversificadas, que, geralmente, provocam resultados negativos e, às vezes, irreparáveis.
A comissão nacional sobre determinantes da Saúde (CNDSS), define os factores sociais,
culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de pro-
blemas de saúde e seus factores de risco na população.
A importância dos determinantes sociais tem-se traduzido em aumento da investigação,
realizada no sentido de encontrar a relação entre a forma como está organizada determinada
sociedade e a condição de saúde de sua população.
Exemplos de determinantes sociais: cultura, estilos de vida, género, etnia, grau de inclusão
social, idade, comportamentos relacionados com a saúde, as condições de vida e condições de
trabalho, educação.
5.Determinantes económicos

Para CARVALHO (p. 19-38, 2013), a pesquisa que pretende compreender a relação entre o
nível socioeconómico e o estado de saúde não é fenómeno recente. São inúmeros os factores
que contribuem para desigualdades socioeconómicas no sector da saúde.

O fenómeno da globalização, com as consequentes eliminação de fronteiras e facilidade de


circulação de pessoas e mercadorias, tem sido criticado por aproximar economias e culturas
72

desiguais. A preocupação com a desigualdade tem sido global. Os comportamentos


relacionados com a saúde encontram-se entre os factores muitas vezes associados aos
determinantes económicos. O rendimento pode (ou não) permitir o acesso a determinados
comportamentos com impacto da saúde dos indivíduos (participar em actividade física,
escolhas alimentares). Os indicadores de saúde podem ser reflexo das diferenças de riqueza
material.
Exemplos de determinantes económicos: desempenho económico do pais, rendimentos
(pode condicionar acesso comportamentos saudáveis), situação de emprego, ocupação,
habitação.

Segundo Carvalho (2013), as condições econômicas e sociais influenciam diretamente na


saúde das pessoas e das populações, por um todo. Para o autor em estudo, os “determinantes
sociais da saúde” são um termo que resume as condições de vida das pessoas, onde elas nascem,
crescem, estudam, trabalham, onde estão inseridas culturalmente, politicamente, e,
principalmente, onde vivem. O meio ambiente onde vivemos é primordial para a definição e a
preservação da saúde humana. Aquelas pessoas que residem em ambientes insalubres, com
muita poluição, tendem a serem acometidas por doenças que, num ambiente sadio, não seriam
adoentadas. Mas, por outro lado, Carvalho (2013, p. 19), nos diz que “nem todos os
determinantes são igualmente importantes. Os mais destacados são aqueles que geram
estratificação social”.

Os determinantes sociais estão diretamente relacionados com as condições de distribuição de


riqueza, poder e prestígio nas sociedades. E, um destes mecanismos são aqueles que mantêm
uma estrutura de propriedade de meios de produção e a distribuição de poder entre as classes
sociais. Aquele indivíduo que detém o recurso financeiro, o capital, tem mais condições sociais
para tratar-se, quando cometido por alguma forma de doença. Os menos favorecidos dependem
diretamente do Poder Público, por meio do SUS – Sistema Único de Saúde - para serem
assistidos. Em países de terceiro mundo, como Moçambique, os ricos detêm o poder do capital
e têm acesso aos melhores hospitais e Médicos da Nação.
Os governantes sabem muito bem o seu papel, mas não os cumpre. A saúde contribui para
outras prioridades sociais, como o bem-estar, a educação, a coesão social, a preservação do
meio ambiente, o aumento da produtividade e o desenvolvimento econômico, por um todo.
A saúde e a educação são fatores-chaves para ampliar o desenvolvimento social e econômico
de uma nação. A educação amplia os horizontes das pessoas e as tornam mais conscientes.
73

Pessoas instruídas buscam uma melhor qualidade de vida na saúde da sua família e
comunidade, onde estão inseridas.
Segundo Carvalho (2013, p. 23) “as desigualdades na organização da sociedade implicam que
a liberdade para gozar de uma vida próspera e de boa saúde esteja distribuída de forma
desigual”. Essa desigualdade pode ser observada na primeira infância e na idade escolar. O que
pode contribuir para essas posições positivas ou negativas é o ambiente natural em que essas
pessoas habitam. Há uma diferença enorme na saúde e na educação entre as pessoas que moram
nas palafitas de uma favela, com relação às pessoas que moram à beira mar, em apartamentos
ou casas confortáveis. É por isso que o autor do texto resenhado insiste em demonstrar na sua
exposição o problema da desigualdade humana e a forte relação com a falta de saúde básica da
população mais pobre.
O autor, Carvalho, fala das garantias de emprego justo e condições de trabalhos dignos, sendo
apoiados por governos, empregadores e trabalhadores para a contribuição da erradicação da
pobreza e diminuição das desigualdades sociais. Mas será que isto é possível nos dias de hoje,
em Moçambique? Onde a pobreza e os escândalos políticos só aumentam? Apesar de o texto
do autor ser escrito em 2013, e nós estamos em 2019, com a previsão de uma saúde de qualidade
para os moçambicanos em 2030, não há esperança alguma por nossa parte, em acreditar em
possíveis políticas públicas dos governos atuais e vindouros.

Carvalho (2013, p. 26) diz que “tornar a saúde e a igualdade na saúde um valor partilhado entre
diferentes setores constitui uma estratégia politicamente desafiante, porém necessária”. Isto
ainda não é possível ser praticada em Moçambique. Aqui os governantes não pensam no
coletivo. Eles pensam em si mesmos e nos seus familiares, por isso há tanta corrupção.

6.O ambiente físico

GOUVÊA (2002), diz que o ambiente físico é que abrange condições geográficas,
características da ocupação humana, fontes de água para consumo, disponibilidade e qualidade
dos alimentos, condições de habitação);

Para Corbella (2003), uma pessoa está confortável em um ambiente quando se sente em
neutralidade em relação a ele. No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um
instrumento terapêutico se contribuir para o bem-estar físico do paciente com a criação de
Espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de
Convívio mais humanas.
74

Lembra que o desconforto ambiental nos hospitais não pode ser um


Problema a mais nesses espaços, construídos para, muitas vezes, situações estressantes de
atendimento associadas a pacientes com risco de vida ou sofrimento profundo. A seguir, serão
abordados aspectos fundamentais para o conforto ambiental nos hospitais: a iluminação, a cor
e o conforto hidrotérmico.

7.Determinantes ambientais

Segundo a perspectiva da saúde, nos determinantes ambientais podem ser incluídos o impacto
que determinados agentes químicos, físicos e biológicos tem sobre a saúde. Existe uma
preocupação com a poluição do ar, agua, terra, alimento e, mais recentemente, com alguns
riscos globais dos quais a destruição da camada de ozono e as alterações climáticas. É
conhecida a relação entre a capacidade dos determinantes ambientais influenciarem as
populações e seu desenvolvimento socioeconómico). A pesquisa tem demonstrado que a agua
contaminada por produtos químicos e metais pesados (quer a superfície, quer no subsolo)
constitui factor de grande impacto para a saúde das populações. Esta questão tem vindo a tomar
se uma preocupação global, pelo impacto considerável no ambiente e consequentemente na
saúde humana.
Ondas de calor e frio muito intensos podem ser antecedentes de doenças cardiovasculares,
cérebro vasculares, respiratórias e carcinomas da pele, com consequente influência nos índices
de mortalidade.
Exemplos de determinantes ambientais: poluição da agua e do ar, biodiversidade,
aquecimento global, a depressão do ozono, as condições das habitações qualidade dos
transportes, a segurança alimentar, a gestão de resíduos, a política energética, o ambiente
urbano.
7.1.teoria miasmática

A teoria miasmática, predominante no século XIX, defendia que a doença tinham origem
miasmas (o conjunto de odores fétidos resultante da matéria orgânica em putrefacção nos solos
e lençóis de aguas contaminados).
Tal explicativa mudança sociais e práticas de saúde, na época fruto dos processos de
urbanização e industrialização. É referido por virchow (investigador reconhecido e defensor
desta teoria; entendia que a medicina era uma ciência social) afirmava que as condições
económicas e sociais que determinassem a condição de saúde da população deveriam ser alvo
de investigação. As diferentes definições existentes na literatura de determinante sociais da
75

saúde abordam, de forma geral, as condições de vida condições de trabalho dos indivíduos que
de alguma forma condicionam sua saúde.

8.Serviços de saúde

Este autor GOUVÊA (2002) diz que os Serviços de saúde são estabelecimentos destinados a
promover a saúde do indivíduo, protege-lo de doenças e agravos, prevenir e limitar dos danos
a ele causados e reabilita-lo quando sua capacidade física, psíquica ou social for afectada

É importante ter em conta que os serviços de saúde não contemplam unicamente o diagnóstico
e o tratamento de doenças ou transtornos. Também abarcam tudo o que se refere a prevenção
dos mais e a difusão daquilo que ajuda a desenvolve uma vida saudável.
Os serviços de saúde desempenham papel importante na prevenção, na cura ou na reabilitação
e na minimização do sofrimento de pessoas portadoras de enfermidades ou de deficiências.
Deveriam funcionar como guardiões da saúde individual e coletiva, até mesmo para reduzir a
dependência com relação a esses serviços, ou seja, aumentando a capacidade de autocuidado
das pessoas e da sociedade.
A maioria dos países dispõe de serviços de saúde públicos e privados. Os serviços públicos de
saúde são geridos e financiados pelo Estado, ao passo que os serviços privados de saúde são
prestados atreves de empresas que tem fins de lucro.
No caso de Portugal, por exemplo, é o estado que que controla os serviços de saúde em muitos
aspectos, nomeadamente a gestão. Os hospitais, clínicas e os sanitários são algumas das
instituições onde são prestados serviços de saúde. Entre os profissionais que trabalham neste
sector, é possível mencionar, os enfermeiros e os farmacêuticos.

2.0 Tipos de Doenças e Doenças Mais Comuns nas Crianças Causas, Métodos de
Prevenção e Modos de Tratamento.

2.1 Profilaxia
Profilaxia é um termo muito utilizado na medicina e na odontologia, que são medidas
para prevenir ou atenuar doenças. O termo profilaxia é de origem grega e significa
precaução, sendo também utilizado para designar estudo de outras áreas do
Conhecimento. Na medicina, a profilaxia visa prevenir uma doença em nível
populacional através de diversas medidas que vão desde procedimentos mais simples,
como o uso de medicamentos, até aos mais complexos.
76

2.2 Tipos de Doenças


Roséola, escarlatina, varicela (catapora), caxumba, rinite alérgica, conjuntivite, rubéola,
sarampo, asma, malária, cólera, ébola, tuberculose.

3.0 Doenças Mais Comuns nas Crianças

 Roséola
A Roséola é uma doença caracterizada pelo aparecimento de manchas roseadas na pele
após uma febre alta. É uma doença da infância, que pode atingir crianças entre 6 meses
e 6 anos de idade, porém, o maior número de casos costuma acontecer em pequenos
com até 2 anos.

 Causas: a infecção é causada pelo vírus do herpes humano tipo 6 (HVH-6) e 7 (HVH7),
que é transmitido pela saliva.

 Sinais e Sintomas: febre alta entre 3 e 4 dias, coriza, falta de apetite, erupções no
tronco que se expandem na direcção do pescoço e nas extremidades, podendo sumir em
algumas horas ou em até três dias.

 Prevenção e Tratamento: ainda não existe uma vacina contra a roséola, portanto a
forma de preveni-la é evitar o contacto do bebé com outras pessoas que estejam doentes
e adoptar bons hábitos de higiene. Caso suspeitem que a criança foi contaminada, é
preciso que os pais a levem para uma avaliação presencial com o pediatra e que sigam
as orientações para amenizar os sintomas e desconfortos.

 Escarlatina
A Escarlatina trata-se de uma doença infecto-contagiosa que provoca febre alta, que se inicia
com uma dor de garganta e causa erupções na pele de cor vermelha escarlate daí o
77

nome primeiro na cabeça e, depois, com descamaço. Atinge crianças e adolescentes até
os 15 anos de idade.

 Causas: infecção por bactéria Estreptococo Beta Hemolítico do grupo A. Ela é


transmitida de pessoa para pessoa por meio de contacto directo com doentes ou via
gotículas exaladas por meio de espirros, fala e tosse. Compartilhar objectos também
transmite a doença.

 Sinais e Sintomas: dores no corpo, garganta, barriga, cabeça, erupção cutânea,


malestar, neuseas e vómitos.

 Prevenção e Tratamentos: o tratamento apropriado será indicado pelo pediatra, que


geralmente administra antibióticos que devem ser utilizados correctamente, sempre
respeitando os horários das doses. A melhor prevenção é evitar o contacto com pessoas
doentes, especialmente por ser uma doença transmitida antes mesmo dos primeiros
sintomas aparecerem em quem porta a bactéria.

 Varicela (catapora)
A Varicela conhecida também como Catapora é uma doença infecto-contagiosa de fácil
propagação entre as pessoas e atinge, especialmente, crianças com idade abaixo de 10
anos de idade.

Causas: é causada pelo vírus varicela-zóster e é transmitida pelo contacto directo com
outra pessoa doente ainda entre as primeiras 24 e 48 horas antes do surgimento das
lesões na pele, permanecendo de 7 a 9 dias até que as feridas criem crostas (casquinhas),
o contágio se dá por meio de gotículas de saliva (fala, tosse e ou espirros) e por
compartilhamento de objectos.

 Sinais e Sintomas: o diagnóstico se dá por meio de consulta presencial com avaliação


clínica do paciente e o tratamento é adequado aos sintomas apresentados (em maior ou
menor gravidade) pelos pacientes. É uma doença benigna sem grandes complicações,
cuja vacina faz parte da tetra viral, que protege também contra sarampo, caxumba e
rubéola.
78

 Caxumba
A caxumba é uma doença viral, que afecta as glândulas parótidas (que produzem a
saliva), localizadas na região da mandíbula, um pouco abaixo das orelhas. É mais
comum em crianças, mas considerado um problema já controlado. A doença pode
atingir outros órgãos e sistemas, causando pancreatite, inflamação de músculos, surdez,
meningite, inflamação dos testículos e dos ovários.

 Causas: transmitida por contacto directo com gotículas de saliva e pertences de pessoas
infectadas pelo Paramyxovírus.

 Sinais e Sintomas: provoca dores musculares, calafrios, febre, fraqueza e dificuldade


em mastigar ou engolir.

 Prevenção e Tratamentos: o tratamento costuma incluir alimentação saudável,


repouso
e hidratação do corpo (beber muita água). Dessa maneira, o sistema imunológico
contribui para combater o vírus e minimizar os sintomas. Já o uso de medicamentos
deve ser indicado pelo médico. A imunização da caxumba faz parte da vacina tetra viral,
mas manter a criança longe de pessoas com a doença é uma forma de evitar o contágio.

 Rinite Alérgica
Conhecida como alergia que acomete o nariz, a rinite é uma inflamação das mucosas da
cavidade nasal e tem como causa a reacção excessiva do sistema imunológico às
partículas alérgicas do ar. Se o doente tiver predisposição à asma, possivelmente poderá
desencadear uma crise com falta de ar e cansaço.

 Causas: provocada por diversos factores alérgenos. Alguns exemplos frequentes são
poeiras doméstica, bichinhos de pelúcia, odor de livros (especialmente os mais antigos,
com cheiro de guardado), pólen, alguns alimentos, pelos de animais (como gatos e
cachorros), além dos ácaros presentes no colchão e em estofados.

 Sinais e Sintomas: nariz entupido, secreção clara, irritação e coceira nasal.


79

 Prevenção e Tratamentos: o cuidado é manter os ambientes sempre limpos, arejados


e
sem qualquer objecto que possa desencadear novas crises. O tratamento se dá pelo uso
de medicamentos indicados pelo pediatra, limpeza do ambiente e retirada de objectos
como carpetes, almofadas e pelúcias do ambiente, além de ser importante evitar a
exposição ao cheiro de perfumes fortes, tintas e fumaça de cigarro. Vale ressaltar a
necessidade do acompanhamento médico para minimizar a recorrência das crises.

 Conjuntivite
A Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva que provoca irritabilidade nos olhos,
coceira, vermelhidão, intolerância á luz, olhos lacrimejantes, visão embaçada ou borrada
e, em alguns casos, dor.

 Causas: é provocada a partir de agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus.


Contagiosa, é transmitida de pessoa para pessoa, por meio do compartilhamento de
objectos e utensílios pessoais.

 Sinais e Sintomas: olhos vermelhos, coceira, irritação e lacrimejamento.

 Prevenção e Tratamentos: quando se sabe de surtos ou de pessoas doentes, é


Importante evitar o contacto directo, assim como locais fechados com grande número de
Pessoas, como shoppings, escolas, transporte público e grupos de amigos. Já o
Tratamento depende do tipo da doença: a conjuntivite alérgica pode ser tratada com
antihistamínicos; já no casa bacteriana podem recomendados colírios antibióticos.

 Rubéola
Considerada uma doença benigna, a rubéola acomete geralmente crianças. Em grávidas,
é considerada perigosa por provocar complicações para o desenvolvimento do bebé e
requer mais cuidados.

 Causas: derivada do Rubella vírus, o contágio se dá por meio de espirro ou tosse,


transmitida de pessoa para pessoa. Também pode ser passada de mãe para filho ainda na
gestação.
80

 Sinais e Sintomas: erupções vermelhas na pele, febre, dores musculares e mal-estar


constante.

 Prevenção e Tratamentos: assim como as demais doenças virais, é importante evitar


o
contacto directo com a pessoa infectada, não compartilhar objectos e utensílios pessoais
e estar em dia com a vacinação. O tratamento é feito com medicação para amenizar os
desconfortos apresentados durante a manifestação da doença, que tende a desaparecer
sozinha em 99% dos casos. A imunização contra a rubéola também faz parte da vacina
tetra viral.

 Sarampo
Extremamente contagiosa, sarampo é uma doença comum na infância com sinais de
febre, tosse persistente, irritação nos olhos e nariz com coriza, seguida (em alguns dias)
de manchas avermelhadas no rosto que prosperam em direcção aos pés, durante em
média 3 dias.

 Causas: transmitida pelo Morbilli vírus, passa de pessoa para pessoa por meio de saliva
(tosse, espirros e fala) e secreções nasais.

 Sinais e Sintomas: exantemas (pequenas erupções) na pele de cor avermelhada,


malestar,dores de cabaça e inflamação das vias respiratórios com catarro.

 Prevenção e Tratamentos: a prevenção se dá pela vacinação (tetra viral), mas evitar o
contacto directo com pessoas doentes também é recomendado. Para o tratamento, o
pediatra indica remédios para amenizar os sintomas e incómodos provocados pela
enfermidade..

 Asma
A Asma caracteriza-se pela inflamação crónica das vias aéreas. Uma pessoa com asma
tem os pulmões diferentes dos de pessoas saudáveis, especialmente por ter os brônquios
mais sensíveis e com chance de inflamar.

 Causas: a doença pode se manifestar a qualquer sinal de irritação provocada, por


81

exemplo, por pó, cheiro de perfumes, odor de cigarro, entre outros. Geralmente está
associada a uma propensão genética, ou seja, pais que apresentam quadros de asma
possivelmente podem ter filhos com o mesmo problema ou outros quadros alérgicos.
 Sinais e Sintomas: tosse, chiado, cansaço e falta de ar.

 Prevenção e Tratamentos: é importante o diagnóstico do pediatra para avaliar o grau
do quadro de asma. Feito isso, o médico indicará o tratamento com broncodilatadores,
anti-inflamatórios ou corticóides, além de outras acções que possam minimizar a
possibilidade de novas crises respiratórias.

2.Dinâmica populacional seu impacto na saúde e meio ambiente

2.1.Crescimento populacional ou demográfico


1
A taxa de crescimento de uma população é a variação do número de indivíduos num
determinado espaço de tempo.

Crescimento demográfico é a mudança positiva de número de indivíduos de uma população.


A taxa de crescimento populacional calculada a partir da soma entre o crescimento natural e o
crescimento migratório.
Quando levamos em conta apenas a variação do número de indivíduos em um determinado
período, estamos falando de taxa de crescimento absoluto, que é calculada da seguinte forma:
taxa de crescimento absoluto (Nf - Ni) / t

Onde:

 Ni = número de indivíduos no início do período considerado

 Nf = número de indivíduos no final do período considerado

 t = duração do período considerado.

A variação do número indivíduos de uma população em relação ao seu número inicial é


chamada de taxa de crescimento relativo, e é calculada da seguinte forma: taxa de crescimento
relativo = ((Nf - Ni) / Ni) / t

1
www.infoescola.br.
82

Se estivermos utilizando o cálculo entre duas espécies, podemos saber qual está crescendo mais
rápido que a outra.

Taxa de natalidade: é o número de crianças nascidas, no período de um ano, para cada 1.000
indivíduos na população.

Taxa de mortalidade: é o número de óbitos, no período de um ano, para cada 1.000 indivíduos
na população.

Ambas as taxas determinam o crescimento de uma população. Esse crescimento também pode
ser afectado pela emigração e pela imigração.

O índice de fertilidade é o número médio de descendentes gerados por uma fêmea em seu
período reprodutivo, esse tipo de informação é muito útil em certas populações para indicar
aumento ou diminuição da tendência ao crescimento populacional.

2.1.1.Impacto do aumento populacional

No entender de NHEQUICE (2004) impacto do crescimento populacional é mais amplo.


Refere-se aos recursos naturais necessários para alimentar, dessedentar, vestir, transportar,
aquecer, refrigerar, iluminar e divertir centenas de milhões de seres humanos, que também
almejam uma vida melhor.
O efeito que esta demanda por produtos provocará no meio ambiente é imenso: mineração,
agricultura, criação de gado, pesca, indústrias de todos os tipos, construção civil, transportes e
fornecimento de energia e água. Além disso, há que se considerar a geração de resíduos de
todas estas actividades e o impacto no solo, nas águas e na atmosfera, aumentando as emissões
de gases de efeito estufa e acelerando as mudanças climáticas. A expansão das actividades
económicas aumentará a pressão sobre os ecossistemas remanescentes, apressando a destruição
de espécies, muitas delas extintas antes de terem sido estudadas.
Cientistas recomendam que para evitar o aumento descontrolado da população, principalmente
em países pobres, seja incentivada a educação das mulheres, proporcionando-lhes mais
liberdade individual, acesso à informação e a métodos contraceptivos. Esta política deveria ser
acompanhada de planeamento familiar esclarecido, livre da tutela do Estado, da religião, de
grupos de pressão ou membros da família.

2.1.2.Relação entre Crescimento Populacional e Meio Ambiente


83

2
Actualmente com o avanço das tecnologias para se preservar e conservar a vida, o crescimento
da população tem se tornado cada vez mais admirável, mostrando números realmente
expressivos.
Mostrado recentemente em estatísticas, a população mundial ultrapassou os sete bilhões de
habitantes, afirmando assim, o grande avanço da medicina e dos centros urbanos para a
preservação da qualidade de vida.

Com um maior aumento no número populacional é preciso utilizar uma maior área superficial
para alocá-los devidamente. Com esse crescimento, o impacto causado na preservação do meio
ambiente foi negativo. O crescimento da população trouxe consigo o aumento do consumo,
exigindo assim, uma maior extracção das matérias-primas e recursos oferecidos da natureza.
A principal relação entre o meio ambiente e o crescimento populacional se dá pelo simples fato
da má utilização dos espaços geográficos para administrar de forma balanceada a população
mundial. Os atuais sistemas económicos pregam a cultura da “maior aquisição de terras”, onde
menos pessoas possuem mais terras.
Um pensamento universal tem se levantado para fazer do meio ambiente um lugar mais bem
cuidado pela humanidade, onde o principal objectivo é reverter o quadro, até então praticado,
mostrando que é possível crescer em população sem reduzir o meio ambiente.

2.1.3.Medidas a tomar para conter tal aumento

É necessária a expansão de serviços de alta qualidade de planeamento familiar e saúde


reprodutiva. As gestações indesejadas ocorrem quando os casais que não querem ter uma
gravidez não usam nenhum método para regular eficazmente a fertilidade.

Deve-se também divulgar mais informação sobre planeamento familiar e aumentar as


alternativas de métodos anticoncepcionais, nos casos em que tal seja legal. É também muito
importante a consciencialização do público sobre os meios existentes para a regulação da
fertilidade e o seu valor, da importância da responsabilidade e da segurança na prática de
relações sexuais e a localização dos serviços.

2.2.Desensenvolvimento sustentável

2
www.wikepedia.com
84

É um conceito que corresponde ao desenvolvimento ambiental das sociedades, aliados aos


desenvolvimentos económico e social.

Desenvolvimento sustentável é um conceito sistémico que se traduz num modelo


de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de um sistema de consumo em massa no
qual a preocupação com a natureza, via de extracção da matéria-prima, é máxima. Foi usado
pela primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pela Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 pela Assembleia das
Nações Unidas.

A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:

“ O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração actual, sem


comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível
satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural,
fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as
espécies e os habitats naturais. ”

Relatório Brundtland

Em outras palavras, o crescimento sustentável é aquele que assegura o crescimento económico,


sem esgotar os recursos para o futuro.

2.2.1.Princípios de desenvolvimento sustentável

 Desenvolvimento económico;
 Desenvolvimento social;
 Conservação ambiental.

Desenvolvimento sustentável significa obter crescimento económico necessário, garantindo a


preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social para o presente e gerações futuras.
Portanto, para que ocorra o desenvolvimento sustentável é necessário que haja uma
harmonização entre o desenvolvimento económico, a preservação do meio ambiente, a justiça
social (acesso a serviços públicos de qualidade), a qualidade de vida e o uso racional dos
recursos da natureza (principalmente a água).
85

Para isso, são periodizadas as acções em prol de uma sociedade mais justa, igualitária,
consciente de modo a trazer benefícios para todos. Ao mesmo tempo deve se reconhecer que
os recursos naturais são finitos.

2.2.2.Sugestões para o desenvolvimento sustentável:

Estas são apenas algumas sugestões para que o ser humano consiga estabelecer o equilíbrio
entre o desenvolvimento económico, social e a manutenção do meio ambiente.

 Reciclagem de diversos tipos de materiais: reciclagem de papel, alumínio, plástico,


vidro, ferro, borracha e etc.
 Coleta seletiva de lixo.
 Tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam jogados em rios,
lagos, córregos e mares.
 Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos em locais
especializados. Estas baterias nunca devem ser jogadas em lixo comum;
 Geração de energia através de fontes não poluentes como, por exemplo, eólica, solar e
geotérmica.
 Substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas pelas feitas de papel.
 Uso racional (sem desperdício) de recursos da natureza como, por exemplo, a água.
 Diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), substituindo-os por
biocombustíveis.
 Utilização de técnicas agrícolas que não prejudiquem o solo.
 Substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares) por
colectivos (metrô).
 Criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilização de bicicletas
como meio de transporte eficiente e seguro.

 Incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias pessoas).


 Combate ao desmatamento ilegal de matas e florestas.
 Combate à ocupação irregular em regiões de mananciais.
 Criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos.
 Manutenção e preservação dos ecossistemas.
 Valorização da produção e consumo de alimentos orgânicos.
 Respeito às leis trabalhistas.
86

 Não utilização de mão de obra infantil e trabalho escravo.


 Uso da Gestão Ambiental nas indústrias, empresas prestadoras de serviços e órgãos
públicos.
 Implantação, nos grandes centros urbanos, da técnica do telhado verde.

Desenvolvimento sustentável é o grande desafio do século XXI e todos podem colaborar para
que possamos atingir este importante objetivo.
Em 2015 foram definidos os objectivos de D:S (ODS). Eles deveram orientar as políticas
nacionais e as actividades de cooperação internacional até 2030.

Com isso foram definidos 17 objectivos que são:

Objectivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares

 Erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares.


 Reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as
idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições
nacionais.
 Garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e vulneráveis,
tenham direitos iguais aos recursos económicos, bem como o acesso a serviços básicos,
propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, herança, recursos
naturais, novas tecnologias apropriadas e serviços financeiros, incluindo microfinanças.
Implementem programas e políticas para acabar com a pobreza em todas as suas
dimensões.

Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e


promover a agricultura sustentável

 Acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e


pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e
suficientes durante todo o ano.
 Acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo atingir até 2025 as metas
acordadas internacionalmente sobre desnutrição crônica e desnutrição em crianças
menores de cinco anos de idade, e atender às necessidades nutricionais dos
adolescentes, mulheres grávidas e lactantes e pessoas idosas.
87

 Dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos,


particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e
pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à terra, outros recursos
produtivos e insumos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e oportunidades
de agregação de valor e de emprego não-agrícola.

Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas
as idades

 Reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000
nascidos vivos.
 Acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais
negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças
transmissíveis.
 Assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o
planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde
reprodutiva em estratégias e programas nacionais.
 Apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para as doenças
transmissíveis e não transmissíveis, que afetam principalmente os países em
desenvolvimento, proporcionar o acesso a medicamentos e vacinas essenciais a preços
acessíveis, de acordo com a Declaração de Doha, que afirma o direito dos países em
desenvolvimento de utilizarem plenamente as disposições do acordo TRIPS sobre
flexibilidades para proteger a saúde pública e, em particular, proporcionar o acesso a
medicamentos para todos.

Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover


oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos

 Garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário


livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes
e eficazes.
 Assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica,
profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis, incluindo universidade.
88

 Aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades


relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho
decente e empreendedorismo.
 Garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para
promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação
para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos,
igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não-violência, cidadania global,
e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o
desenvolvimento sustentável.
 Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e
sensíveis às deficiências e ao gênero e que proporcionem.

Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas

 Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em


toda parte. Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas
nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos
 Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de
crianças e mutilações genitais femininas.
 Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades
para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e
pública.
 Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva.

Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para


todos
 Alcançar o acesso universal e equitativo à água potável, segura e acessível para todos.
Alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar
com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres
e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade.

 Melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e


minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à
metade a proporção de águas residuais não tratadas, e aumentando substancialmente a
reciclagem e reutilização segura globalmente.
89

 Aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar


retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água,
e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água .
 Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da
água e do saneamento.

Objectivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à


energia, para todos
 Assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de
energia.
 Expandir a infra-estrutura e modernizar a tecnologia para o fornecimento de serviços
de energia modernos e sustentáveis para todos nos países em desenvolvimento,
particularmente nos países menos desenvolvidos.

Objectivo 8. Promover o crescimento económico sustentado, inclusivo e sustentável,


emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.

 Atingir níveis mais elevados de produtividade das economias, por meio da


diversificação, modernização tecnológica e inovação, inclusive por meio de um foco
em sectores de alto valor agregado e intensivos em mão-de-obra.
 Promover políticas orientadas para o desenvolvimento, que apoiem as actividades
produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação,
e incentivar a formalização e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas,
inclusive por meio do acesso a serviços financeiros.

Objetivo 9. Construir infraestruturas resistentes, promover a industrialização inclusiva


e sustentável e fomentar a inovação

 Desenvolver infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e resiliente, incluindo


infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar o desenvolvimento econômico e o
bem-estar humano, com foco no acesso equitativo e a preços acessíveis para todos.
 Apoiar o desenvolvimento tecnológico nacional, pesquisa e inovação nos países em
desenvolvimento, inclusive garantindo um ambiente político propício para, entre outras
coisas, diversificação industrial e agregação de valor às commodities.
90

Objetivo 10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles

 Empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos,


independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição
econômica ou outra
 Garantir a igualdade de oportunidades e reduzir as desigualdades de resultado, inclusive
por meio da eliminação de leis, políticas e práticas discriminatórias e promover
legislação, políticas e ações adequadas a este respeito.
 Adotar políticas, especialmente fiscal, salarial e políticas de proteção social, e alcançar
progressivamente uma maior igualdade.

Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros,


resilientes e sustentáveis
 Garantir o acesso de todos a habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos
serviços básicos, proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros.
 Aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento
e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos
os países.
 Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, peri-
urbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento.

Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis


 Alcançar gestão sustentável e uso eficiente dos recursos naturais.
 Reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, em nível de varejo
e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e
abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita.
 Promover práticas de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e
prioridades nacionais.
 Garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e
conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com
a natureza.
91

Objectivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus
impactos
 Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às
catástrofes naturais em todos os países.
 Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos
nacionais
 Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional
sobre mitigação da mudança do clima, adaptação, redução de impacto, e alerta precoce.

Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, mares e dos recursos marinhos,
para o desenvolvimento sustentável

 Prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos,


especialmente a advinda de actividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a
poluição por nutrientes.
 Efectivamente regular a colecta, e acabar com a sobre pesca, ilegal.
 Proporcionar o acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos
marinhos e mercados.

Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas


terrestres,
 Gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a
degradação da terra, e estancar a perda de biodiversidade
 Assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de
água doce interiores e seus serviços, em especial, florestas, zonas úmidas, montanhas e
terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos
internacionais.
 Promover a implementação da gestão sustentável de todos os tipos de florestas, deter o
desmatamento, restaurar florestas degradadas e aumentar substancialmente o
florestamento e o reflorestamento.
 Assegurar a conservação dos ecossistemas de montanha, incluindo a sua
biodiversidade, para melhorar a sua capacidade de proporcionar benefícios, que são
essenciais para o desenvolvimento sustentável.
92

Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento


sustentável,
 Proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis
e inclusivas em todos os níveis.
 Reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade
relacionada, em todos os lugares . Acabar com abuso, exploração, tráfico e todas as
formas de violência e tortura contra crianças.
 Promover o Estado de Direito, em nível nacional e internacional, e garantir a igualdade
de acesso à justiça, para todos.

Objectivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para


o desenvolvimento sustentável
 Fortalecer a mobilização de recursos internos, inclusive por meio do apoio internacional
aos países em desenvolvimento, para melhorar a capacidade nacional para arrecadação
de impostos e outras receitas.
 Adoptar e implementar regimes de promoção de investimentos para os países menos
desenvolvidos.

32.3.Pegada ecológica e saúde publica

A Pegada Ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do


consumo das populações humanas sobre os recursos naturais.

Pegada ecológica é um método que avalia os padrões de consumo de uma pessoa, cidade ou
país e a capacidade ecológica de nosso planeta. Isso quer dizer que, analisando a pegada
ecológica, é possível perceber se nosso planeta suporta ou não o estilo de vida que levamos.
Para calcular a pegada ecológica, os pesquisadores analisam os diferentes territórios produtivos
do planeta (pastagens, oceanos e florestas, por exemplo), as formas de consumo, as tecnologias
utilizadas, tamanho populacional, entre outros dados importantes. Somam-se, então, as áreas
necessárias para fornecer os recursos naturais que serão utilizados, as áreas construídas e os
locais necessários para absorver os poluentes gerados pelas acções humanas. O termo pegada
ecológica foi criado na década de 1990 por William Rees e Mathis Wackernagel, que lançaram

3
FONSECA João Moura,2009
93

um livro sobre a importância da sustentabilidade. O objetivo dos pesquisadores era mensurar


as marcas que deixamos no planeta para conseguir sustentar nosso estilo de vida.

Com todos os dados, é possível converter o consumo em áreas medidas por hectare. Observa-
se, portanto, que a pegada ecológica verifica a quantidade de área necessária para produzir o
que os seres humanos precisam e para absorver os resíduos gerados.
De uma maneira geral, observa-se que áreas mais industrializadas possuem uma pegada maior,
pois realizam um consumo que vai além daquela região, adquirindo recursos de várias partes
do planeta. Sociedades menos industrializadas e comunidades tradicionais, por exemplo,
apresentam uma menor pegada ecológica.

2.3.1.Componentes da pegada ecológica

Água
Embora nosso planeta possua água em abundância, a maior parte está nos oceanos e não pode
ser consumida. Apenas cerca de 2,5% da água disponível é potável e a maior parte está nas
calotas polares, geleiras e no subsolo. O percentual acessível, ou seja, que está nos rios e lagos
do planeta, é de 0,3%, que devem ser distribuídos entre todos os seres vivos terrestres e de água
doce. No entanto, essa pequena porção vem sofrendo perdas significativas por processos
erosivos, pelo uso excessivo e pela contaminação por lançamentos de esgoto não tratado e
resídos tóxicos (principalmente agro-tóxicos).

Biodiversidade
Biodiversidade é o conjunto de formas de vida encontradas em nosso planeta, incluindo plantas,
animais e microrganismos. Seu papel é crucial para que possamos ter boa saúde. A qualidade
da água que bebemos, por exemplo, depende da preservação da cobertura vegetal, que abastece
os lençóis freáticos (de água) subterrâneos e protege as margens dos rios. Formações vegetais
também contribuem para a regulação climática, pelo processo de transpiração realizado pelas
plantas. Muitos medicamentos que consumimos possuem princípios ativos extraídos de uma
grande variedade de organismos. A preservação das propriedades do solo para o plantio de
cultivares agrícolas também depende da conservação da biodiversidade. A maior parte da
fotossíntese do planeta é realizada nos oceanos e, portanto, a preservação de ambientes
marinhos é importante por ser fonte do gás essencial à nossa sobrevivência - o oxigênio. Os
oceanos representam ainda uma importante fonte de alimentos - peixes e frutos do mar.
94

Emissão de gases de efeito estufa


O excesso de lançamento de gases que aprisionam calor na atmosfera, tais como o gás
carbônico, o monóxido de carbono, os óxidos de nitrogênio e o metano, principalmente por
actividades industriais e queimadas de florestas, têm amplificado o efeito do aquecimento do
planeta. As consequências já podem ser sentidas: ondas de calor, extremos de seca e chuvas
intensas, deslizamentos e inundações, afetando a qualidade de vida de um grande número de
pessoas no mundo.

Consumo de energia e poluição atmosférica


A demanda por energia tem aumentado em todo o mundo. No entanto, fontes geradoras
movidas a combustíveis fósseis, como o petróleo, continuam a ser as mais utilizadas, embora
sejam poluentes e contribuam para o aquecimento global por emitirem gases de efeito estufa.
Os combustíveis mais utilizados em veículos automotivos também são derivados do petróleo.
Grandes quantidades de compostos tóxicos são lançados por atividades industriais e também
têm trazido graves problemas ambientais.

Produção e destinação do lixo


Um grave problema que enfrentamos hoje é o descarte dos resíduos sólidos (lixo). Restos de
alimento e papéis úmidos descartados em locais inadequados podem se tornar ambientes
propícios para a proliferação de vetores de doenças. Os ratos, por exemplo, são os principais
responsáveis pela transmissão da leptospirose (pela sua urina). A reciclagem de plásticos,
papéis secos e metais é importante para diminuir os custos e a quantidade de produção desses
materiais. Todos os aparelhos eletrônicos possuem um tempo de vida útil. Depois disso, ficam
inutilizados e se o descarte não for feito de maneira adequada, uma grande quantidade de
substâncias tóxicas será lançada no meio ambiente, contaminando a água que bebemos e o solo
onde nossos alimentos são produzidos. GEORGE(2011)

2.3.2.Processos para a diminuição de Pegadas ecológicas

Habitos de consumo
95

Um passo importante é evitar hábitos consumistas. Novos modelos de equipamentos


eletrônicos, como aparelhos celulares e laptops são lançados no mercado com muita frequência.
Esses produtos demandam grandes quantidades de recursos naturais não renováveis e consumo
energético para sua produção, além de materiais tóxicos, incluindo metais pesados. Desse
modo, esses produtos devem ser comprados ou substituídos apenas quando for realmente
necessário.

Energias limpas
Precisamos exigir de nossos governantes matrizes energéticas limpas e renováveis, que não
emitam gases de efeito estufa e que agridam minimamente o meio ambiente, como a eólica
(energia dos ventos), a eletrovoltaica (energia solar), a biodigestora (queima de gases emitidos
por decomposição de dejetos de animais domésticos, sobra de cultivares agrícolas, esgoto
doméstico) e a maré-motriz (força motriz de marés).

Menor consumo de água e energia


Alguns produtos consomem grande quantidade de água no processo produtivo, como
vestimentas, por exemplo. Por isso, devemos praticar um consumo consciente, comprando
somente o que for necessário. A produção de papel e celulose consome muita água e energia.
O uso do papel deve ser economizado. Imprima apenas o que realmente precisa e utilize os
dois lados das folhas. Papéis reciclados devem ser utilizados sempre que possível.
Chuveiros elétricos consomem muita energia. Muita água também é desperdiçada em banhos
longos. Assim, estes devem durar 10 minutos no máximo. Os chuveiros a gás, por sua vez,
emitem gases de efeito estufa.

Produzir menos lixo e reciclar


A diminuição da produção de lixo é fundamental. Além disso, deve-se separar os produtos
descartáveis para reciclagem. Organize-se no seu bairro e cobre da prefeitura um sistema de
coleta seletiva. É importante que também haja uma usina de reciclagem. Além disso, reutilize
recipientes plásticos e de vidro sempre que possível. Embalagens tetrapack e garrafas pet
podem ser cortadas e utilizadas como vasos ornamentais. Produtos eletrônicos, pilhas, baterias
de celulares e lâmpadas devem ser encaminhados para postos de coleta específicos. Operadoras
de celulares, vários bancos e farmácias recebem e destinam esses produtos para reciclagem.
Cidadania consciente
96

Seja um consumidor responsável. Procure saber se as empresas que produzem os seus produtos
de consumo já foram multadas por crimes ambientais. Atitudes sustentáveis estão ligadas à
reutilização da água, investimento em inovação tecnológica para reduzir consumo energético
e em produtos biodegradáveis. Exerça a cidadania com consciência. Organize-se e use as redes
sociais para cobrar dos políticos e das empresas da sua cidade, do seu estado e do seu país, tudo
o que for necessário para a conservação da biodiversidade, dos recursos hídricos, dos solos,
enfim, para que se alcance, de fato, a grande meta do desenvolvimento sustentável. Utilize
transportes públicos ou organize sistemas de carona. Exija dos órgãos competentes a melhoria
da qualidade dos serviços de ônibus, trens e metrôs. Para curtas distâncias, utilize a bicicleta
ou vá caminhando. É melhor para a sua saúde e para o meio ambiente. (CDSS – COMISSÃO
PARA OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE)

3. Dados estadísticos de Doença a nível de Moçambique

3.1 Malária: dados estatísticos de 2014


A malária é endémica em Moçambique, representando 45,0% de todos os casos observados
nas consultas externas e aproximadamente 56,0% de internamentos nas enfermarias de
pediatria. Segundo o último inquérito demográfico de saúde realizado em 2011 (IDS 2011), a
prevalência da malária em crianças de seis a 59 meses é de 35,1%, sendo as províncias da
Zambézia e Nampula aquelas com as mais elevadas prevalências (55,2% e 42,2%) e Maputo
Cidade e Maputo Província, as mais baixas (2,5% e 4,8%) (Mapa 1)b. Os principais vectores
da malária em Moçambique pertencem aos grupos Anopheles funestus e An. Gambiae. O
Plasmodium falciparum é o parasita mais frequente, responsável por cerca de 90,0% de todas
as infecções maláricas, enquanto infecções por Plasmodium malariae e Plasmodium ovale são
observadas em 9,0% e 1,0%, respectivamente.

Apesar das coberturas encorajadoras das principais intervenções de controlo, nomeadamente,


distribuição de 2.252.192 redes mosquiteiras em campanhas, 89,0% de cobertura de redes para
as gestantes e 79,0% de cobertura da pulverização intradomiciliar (PIDOM), o relatório do
Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM) para o primeiro semestre de 2014 mostrou
que foram notificados 3.297.386 casos e 1.937 óbitos em todo o País, aumento de 41,0% em
relação aos casos notificados em igual período de 2013. O mesmo relatório refere uma ligeira
redução dos óbitos por malária (2,0%) para o mesmo período de análise.
Tabela 2: Casos, óbitos e taxa de letalidade por malária, segundo províncias. Moçambique, 1º
semestre de 2014.
97

No primeiro semestre de 2014, as províncias de Nampula, Zambézia, Sofala e Inhambane


foram responsáveis por 52,7% de todos os casos de malária em Moçambique e as províncias
de Nampula, Sofala e Tete, responsáveis por 54,9% das mortes por malária. A taxa de letalidade
variou entre 0,02% (Niassa) a 0,11% (Nampula e Cidade de Maputo)

3.2 Prevalência da malária por províncias. Moçambique em 2011.


Figura 1. Prevalência da malária por províncias. Moçambique em 2011.

Fonte: Arroz (2016, p. 3)


98

As províncias de Nampula e Zambézia foram as mais afectadas pela malária, o que pode estar
relacionado com o facto de serem províncias costeiras com factores climáticos e
socioeconómicos favoráveis (são as províncias mais populosas). Os achados deste estudo são
consistentes com os dados nacionais, do IDS 2011, que revela as mais elevadas prevalências
nacionais para essas províncias (Zambézia, 55,2% e Nampula, 42,2%).

3.3 Prevalência da Desnutrição em Menores de 5 Anos por Província


Em Moçambique, 43% de crianças abaixo dos 5 anos de idade sofrem de desnutrição crónica,
segundo dados do Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) de 2011, divulgados pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE).

Figura 2: Prevalência da Desnutrição em Menores de 5 Anos por Província

Fonte: Rosc (2015) apud. IDS, 2011

Do ponto de vista das disparidades geográficas, tendo em conta os meios urbano e rural, o IDS
2011 mostra que enquanto 35% de crianças menores de cinco anos em situação de desnutrição
crónica se encontram no meio urbano (uma percentagem bastante alta), 46% está concentrada
no meio rural. Por outro lado, a desnutrição crónica permanece mais elevada na região Norte
do país, entre 47% e 55%, seguida pela região Centro, com taxas entre 36% e 45%, e,
99

finalmente, pela região Sul, entre 23% e 36%, com os índices mais baixos ao nível do país,
embora considerados ainda muito altos.

Apesar das tendências mostrarem estagnação no Norte, registou-se uma importante redução da
desnutrição na província de Gaza, no Sul do país, de 42.1% em 2003 para 26.8% em 2011,
assim como na província de Sofala no Centro.

3.4 HIV
A prevalência do VIH/Sida em Moçambique subiu de 11,5% para 13,2%, entre 2009 e 2015,
indica o Inquérito divulgado pelo Ministério da Saúde.

Segundo o Ministério da Saúde (2017) As mulheres são o grupo mais atingido pelo VIH/Sida,
com uma taxa de prevalência de 20,5%, sendo 15,4% entre as mulheres das zonas urbanas e
12,6% nas zonas rurais. Entre os homens, a prevalência é de 12,3%, com 10,1% nas cidades, e
8,6% nas áreas rurais. Por províncias, Gaza, sul de Moçambique, apresenta o nível de
prevalência mais elevado, com 24,4%, seguida da província de Maputo, sul, 22,9%, e da cidade
de Maputo, 16,9%. A província de Tete, centro do país, apresenta a taxa mais baixa, com 5,2%,
seguida da província de Niassa, 7,8%, e da província Inhambane, 8,6%.

Em Maio de 2017, o País gerou novas estimativas de HIV usando Spectrum


versão 5.56. Estima‐se que, em 2016:
 1.849.690 pessoas viviam com HIV em Moçambique, sendo 11% delas crianças de 0
14 anos de idade.
 83.021 novas infecções
por HIV tenham ocorrido no mesmo ano, o que corresponde a 227 novas infecções
por dia.
 62.051 mortes relacionadas ao HIV, ou 170 mortes por dia.
 119.181 mulheres grávidas estavam vivendo com o HIV em 2016 e que a
taxa de transmissão vertical no final do período de amamentação é de 11.1%.

3.5 Tuberculose

OMS (2017) revela que mundo tem 10,4 milhões de casos de tuberculose

Segundo a OMS (2017) A Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou, o número de casos
de tuberculose no mundo. No ano (2016) passado, mais de 1,6 milhão de pessoas perderam a
vida para a doença. Dos países de língua portuguesa Angola, Brasil e Moçambique estão entre
as 20 nações com o maior número de casos. Fazem parte da lista ainda China, Coreia do Norte,
Nigéria, Paquistão e Rússia, entre outros.

O Brasil também se encontra entre os seis países com altos números de casos de tuberculose e
HIV ao lado do Congo, de Gana, da Guiné-Bissau, da Indonésia e da Libéria. O relatório da
OMS revela que dos 10,4 milhões de notificações, no ano 2016, quase 20% eram devido à
100

subnutrição, 1 milhão por causa do HIV e 1,6 milhão devido à diabetes e ao fumo combinados.
A maioria dos óbitos por tuberculose, 1,3 milhão, ocorre em pacientes que não têm HIV. A
OMS divide os casos de tuberculose em três grupos: o de pacientes que somente têm a doença,
outro de pessoas com HIV e tuberculose e um terceiro sobre a tuberculose resistente a
medicamentos. Dos países de língua portuguesa, Angola e Moçambique integram os três
quadros. Já Guiné-Bissau integra o grupo de pessoas que têm a doença associada ao vírus da
Aids.

4. Dados Estadísticos a nível Mundial


Os dados do relatório destacam, entre outros pontos, que menos da metade da população
mundial recebe actualmente todos os serviços de saúde essenciais. Em 2010, por exemplo,
quase 100 milhões de pessoas foram levadas à pobreza extrema por terem que pagar pelos
serviços de saúde com dinheiro dos próprios bolsos. Estima-se também que 13 milhões de
pessoas morrem todos os anos antes dos 70 anos por doenças cardiovasculares, doenças
respiratórias crónicas, diabetes e câncer – a maioria delas em países de baixa e média renda; e
que, em 2016, morreram por dia 15 mil crianças menores de cinco anos.

4.1 Tuberculose: Dados estatísticos de 2016


As bactérias da tuberculose (TB) são transmitidas de pessoa para pessoa através do ar. A
tuberculose afecta mais frequentemente os pulmões. Cerca de um quarto da população mundial
tem uma infecção latente de TB, mas apenas 5% a 15% irão desenvolver a doença. Pessoas
com sistemas imunológicos comprometidos, como pessoas vivendo com HIV, pessoas com
diabetes ou pessoas malnutridas, têm um risco muito maior de adoecer. Em 2016, 10,4 milhões
de pessoas desenvolveram a tuberculose— aproximadamente 40% não foram diagnosticadas.
Estima-se que o risco de desenvolver TB seja entre 16 e 27 vezes maior entre pessoas que
vivem com HIV do que entre pessoas que não vivem com o vírus. A tuberculose ainda é a
infecção que causa o maior número de mortes em todo o mundo, eliminando mais de 4.500
vidas por dia. Em 2016, 1,7 milhão de pessoas morreram devido à tuberculose, incluindo cerca
de 374 mil pessoas vivendo com HIV. A tuberculose é a principal causa de morte entre pessoas
que vivem com o HIV. A emergência da tuberculose resistente a medicamentos representa um
alto risco e pode comprometer os esforços para acabar com a TB. Cerca de 600.000 pessoas
desenvolveram tuberculose resistente a medicamentos em 2016. Apenas uma em cinco pessoas
que necessitavam tratamento para TB multiresistente foi tratada.

A TB é evitável e curável. Desde 2000, cerca de 53 milhões de vidas foram salvas por meio de
diagnóstico e tratamento eficazes. A taxa de sucesso do tratamento para pessoas com
diagnóstico precoce de TB foi estimada em 83% em 2015. O tratamento da TB é barato e
altamente eficaz. Em média, o tratamento pode dar às pessoas que estão na metade de sua idade
produtiva cerca de mais 20 anos de vida. Isso resulta em retornos económicos e de saúde
substanciais. As pessoas que vivem com HIV e não apresentam sintomas de tuberculose devem
começar o tratamento preventivo para TB em áreas com altas taxas de TB. Em 2016, cerca de
1,3 milhão de pessoas vivendo com HIV iniciaram tratamento preventivo para TB, contra 27
mil em 2006.
101

4.2. Dados estatísticos de 2016 - HIV

Estima-se que, em 2016, 1 milhão de pessoas morreram por doenças relacionadas ao HIV. O
aumento global da terapia antirretroviral tem sido o principal responsável pelo declínio de 48%
nas mortes relacionadas ao HIV, que tiveram um pico de 1,9 milhão em 2005. No entanto, a
terapia antirretroviral só atingiu 53% das pessoas que vivem com HIV até o fim de 2016.

4.3. Subnutrição e Desnutrição

Em 2017, 151 milhões de crianças com menos de cinco anos (22%) estavam com baixa estatura
para a idade – três quartos delas vivem na Região do Sudeste Asiático ou na Região Africana.
51 milhões de crianças menores de cinco anos (7,5%) estão com peso abaixo do ideal para a
estatura, enquanto 38 milhões de crianças nessa faixa etária (5,6%) estavam com sobrepeso. O
peso abaixo do ideal para a estatura e o sobrepeso podem coexistir em uma população em níveis
considerados de médios a altos – a chamada “dupla carga da má nutrição” –, como observado
na Região do Mediterrâneo Oriental.

4.4. Dados estatísticos: taxa de mortalidade materna global


Dados disponíveis desde 2007 mostram que menos da metade de todos os nascimentos em
vários países de baixa e média renda foram atendidos por pessoal de saúde qualificado.
Globalmente, estima-se que mais de 40% de todas as gestantes não receberam cuidados pré-
natais em 2013.

303 mil mulheres morreram por complicações na gravidez e no parto em 2015. Quase todas
essas mortes ocorreram em países de baixa e média renda (99%). Reduzir a mortalidade
materna depende crucialmente de garantir que as mulheres tenham acesso a cuidados de
qualidade antes, durante e após o parto.

4.5.Dados estatísticos: mortalidade neonatal (recém-nascidos e crianças menores de 5


anos)

As taxas de mortalidade entre menores de cinco anos continuaram a melhorar em 2016, caindo
para 41 a cada 1.000 nascidos vivos – em 1990, a estimativa era de 93 a cada 1.000 nascidos
vivos. No entanto, em 2016, morreram por dia 15 mil crianças menores de cinco anos. A
mortalidade neonatal caiu de 37 a cada 1.000 nascidos vivos, em 1990, para 19 a cada 1.000
nascidos vivos em 2016.

Com mais crianças pequenas sobrevivendo neste momento, melhorar a sobrevivência de


crianças mais velhas (com idade entre 5 e 14 anos) é um foco crescente. Cerca de 1 milhão
dessas crianças morreram em 2016, principalmente por causas evitáveis.

Estima-se que haja, anualmente, 12,8 milhões de nascimentos entre meninas adolescentes de
15 a 19 anos. A gravidez precoce pode aumentar os riscos para os recém-nascidos, bem como
para as jovens mães.
102

Pelo menos metade da população mundial não tem cobertura total dos serviços essenciais de
saúde

4.6.Abuso de substâncias, incluindo o abuso de drogas entorpecentes e uso nocivo do


álcool
De 2010 a 2016, o nível mundial de consumo de álcool permaneceu estável: 6,4 litros de álcool
puro por pessoa com 15 anos ou mais

Em 2016, mais de 1,1 bilhão de pessoas fumaram tabaco – 34% de todos os homens de 15 anos
e mais de 6% de todas as mulheres nessa faixa etária.

4.7. Suicídio
De acordo com a OMS, 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. E para cada caso fatal
há pelo menos outras 20 tentativas fracassadas.

Em todo o mundo, uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos, disse a Organização
Mundial da Saúde ( OMS ) nesta segunda-feira. Um relatório da agência da ONU apontou
ainda que esta foi a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29
anos, após acidentes de trânsito.

Figura: Dados globais de suicídio relativo a 2016

Fonte: OMS, 2016


103

Fonte: Idem, 2016

Figura: Causas de morte em Jovens

Fonte: Perasso, 2015

4.8. Mortes e lesões em todo o mundo por acidentes de trânsito

A taxa de mortalidade devido a lesões no trânsito foi 2,6 vezes maior em países de baixa renda
(24,1 mortes por 100.000 habitantes) do que em países de alta renda (9,2 mortes por 100.000
habitantes), apesar de haver uma quantidade menor de veículos em países de baixa renda.

4.9. Outros fenómenos naturais e sócio - político

Em 2010, estima-se que 808 milhões de pessoas – 11,7% da população mundial – gastaram
pelo menos 10% de seu orçamento familiar pagando pelos serviços de saúde do próprio bolso.
Calcula-se que 97 milhões de pessoas foram levadas à pobreza devido a esses gastos em 2010.
104

No período de 2012 a 2016, em média, havia 11 mil mortes em todo o mundo a cada ano devido
a desastres naturais

5. Produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e água do solo

Em 2016, estima-se que 180.000 pessoas foram mortas em guerras e conflitos. Isso não inclui
as taxas de mortalidade para os efeitos indiretos da guerra e do conflito, como a disseminação
de doenças, má nutrição e colapso dos serviços de saúde. A taxa de mortalidade global devido
aos conflitos nos últimos cinco anos (2012-2016) – com 2,5 mortes por 100.000 habitantes –
foi mais do que o dobro da taxa média no período de cinco anos antes (2007-2011).

Houve uma estimativa de 477.000 assassinatos, com quatro quintos de todas as vítimas de
homicídio do sexo masculino. Os homens da Região das Américas foram os mais afetados
(31,8 por cada 100.000 habitantes).

Em 2016, a poluição do ar exterior nas cidades e áreas rurais causou cerca de 4,2 milhões de
mortes em todo o mundo. Estima-se que 9 em cada 10 pessoas no mundo respirem ar poluído.

No mesmo ano, a poluição do ar interior e exterior causou cerca de 7 milhões de mortes – uma
em cada oito mortes no mundo. Água não potável, saneamento e falta de higiene foram
responsáveis por cerca de 870.000 mortes em 2016.

Em 2019, a poluição do ar é considerada pela OMS como o maior risco ambiental para a saúde.
Poluentes microscópicos podem penetrar nos sistemas respiratório e circulatório de uma
pessoa, danificando seus pulmões, coração e cérebro. Isso resulta na morte prematura de 7
milhões de pessoas todos os anos, devido a enfermidades como câncer, acidente vascular
cerebral e doenças cardiovasculares e pulmonares. Cerca de 90% dessas mortes ocorrem em
países de baixa e média renda, com altos volumes de emissões da indústria, dos transportes e
da agricultura, além do cozimento por meio de combustíveis ou tecnologias poluentes em
ambientes interiores.

A principal causa da poluição do ar — a queima de combustíveis fósseis — também é um dos


principais fatores que contribuem para a mudança climática, a qual afeta a saúde das pessoas
de diferentes maneiras. Entre 2030 e 2050, espera-se que as mudanças climáticas causem 250
mil mortes a mais por ano devido à desnutrição, malária, diarreia e estresse por calor.

Em outubro de 2018, a OMS realizou sua primeira Conferência Global sobre Poluição do Ar e
Saúde, em Genebra. Países e organizações firmaram mais de 70 compromissos para melhorar
a qualidade do ar. Neste ano, a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas ocorrerá
em setembro e tem como objetivo fortalecer a ação climática e seus esforços em todo o mundo.
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Mesmo que todos os compromissos assumidos pelos países junto ao Acordo de Paris sejam
alcançados, o mundo ainda está em vias de se aquecer por mais de 3°C até o final deste século.

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