EASP
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Durante a década de 60, realizou se um amplo debate do mundo, que realçou a determinação
económica e social da saúde e atribuiu o caminho para uma nova abordagem nesse campo,
visando superar a orientação predominante centrada no controle de enfermidade. Merece
destaque a abertura da China nacionalista ao mundo exterior, coma realização duas primeiras
missões de observação da especialista ocidental, promovida pela OMS, sob a liderança de
Halfdan Mahler (1973 1974) e também o movimento canadense – Uma Nova Perspetiva na
Saúde dos Canadense 1974 -, evidenciando que o tradicional padrão assistencial não favorecia
a promoção de uma melhor saúde. Esses dois acontecimentos estabeleceram as bases para
importantes movimentos de convergência na conformação de um novo paradigma, formalizado
na conferencia de Alma-Ata (1974), com a proposta de saúde para todos e destacado na
Primeira Conferencia Internacional sobre a Promoção da Saúde de *(1986), com a
promulgação da Carta de Ottawa e vem se enriquecido com a serie de declarações
internacionais predominante mente formulada nas conferencias realizadas sobre o tema.
(BRAZIL, 2002)
A carta de Ottawa se apresenta como um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e
pessoais bem como as capacidades do sector, direcionando para um bem-estar global. A carte
também definiu pré-requisitos, ou seja, Condições e recursos fundamentais que são:
Paz
Habitação
Educação
Alimentação
Renda
Ecossistemas saudável
Recursos sustentáveis
Justiça social e
Equidade.
habilidade na vida, bem como oportunidades que permite fazer escolhas por uma vida mais
sadia. Reforçar a ação comunitária e desenvolver habilidades pessoais são estratégia da carta
de Ottawa.
5
Reconhecer as pessoas como principal recurso para uma vida saudável, apoia-las e
capacita-las para que se mantenha sadias, assim como suas famílias e amigos e
Saúde da mulher,
alimentação e nutrição
Tabaco e álcool e
Alem dessas pauladas, mostrou a necessidade de eventos que permitam troca de experiencias
nos níveis local, nacional ou internacional. (WHO, 1988)
II
IV
A quarta conferencia internacional, realizada em Jakarta, Indonésia, teve como tema central a
Promoção de Saúde no seculo XXI. Esta declaração foi a primeira a incluir o sector privado
em seu apoio. Ela oferece uma ocasião para refletir o aprendizado sobre a promoção de saúde,
para reexaminar os determinantes e para identificar as direções e as estratégias necessária para
enfrentar o sues desafios no seculo XXI. Reafirmou os pré-requisitos: Paz, abrigo, instrução,
segurança socia, reações sociais, alimentos, renda, direito da voz das mulheres, um ecossistema
estável, uso sustentável dos recursos, justiças sociais, respeito aos direitos humanos e equidade.
E como a pobreza como a maior ameaça a uma vida sadia. Mostrou também que as tendências
demográficas tais como Urbanização, aumento de numero de pessoas idosas, prevalência de
doenças cronicas, comportamento mais sedento, resistência a antibióticos e outros
medicamentos disponíveis, aumento de numero abusivos de drogas e violência civil e
domestica ameaça, a saúde e o bem-estar de centenas de milhões de pessoas. As prioridades
estabelecidas para o seculo XXI foram:
Fez ainda a recomendações para ações, entre as quais estão o apoio a criação de atividade de
colaboração e de rede para o desenvolvimento sanitário. (WHO, 1997)
7
Na cidade do México, por ocasião da quinta conferencia global sobre promoção da saúde,
denominada "Das Ideias as Ações", foi elaborada a declaração do México. Essa mostro um
aumento significativo no nível de consciência em relação aos serviços de saúde de muitos
países, mas ainda há prejuízos no desenvolvimento social e económico que merecem soluções
equitativa em termo de saúde e bem-estar. Este encontro constatou a necessidade urgente de
aborda os determinantes sociais, económicos e ambientais, sendo precioso fortalecer os
mecanismos de colaboração para promoção ade saúde em todos sectores e níveis da sociedade.
Conclui que a promoção deve ser um componente fundamental das politica e programas
públicos em todos os países (ORGANIZACAO PAN-AFREICANA DA SAUDE, 2000).
VI
VII
documento distribuído na conferencia africana, denominada Naroibi cal to action, foi realçada
a importância da promoção como um elemento fundamental para melhorar a qualidade de vida,
reduzir as iniquidade e a pobreza e ajudar a promover sociedade justas. Alem disso, a natureza
multissectorial dos desafios abordados foi preconizados numa tentativa de que as propostas
apresentadas sejam divulgadas aos da OMS, ONU, Organização Internacional de
Desenvolvimento, Governos, dirigentes nacionais e locais, políticos, populações, sociedade
civil, organizações privadas e não gornamentai9s, profissionais de saúde, e académicos,
indivíduos, famílias, comunidades, organizações comunitárias e redes socias (WHO, 2009).
Como estratégias e ações foram propostas 5 cinco orientações temáticas, visando atuar
relativamente aos fatores que limitam a eficiência dos processos de promoção de saúde:
1. Empoderamento individual
2. Empoderamento comunitário
Durante esta conferencia, houve um significativo apelo para uma accao conjuta e global,
considerando que tanto os países desenvolvidos quanto em os em desenvolvimentos enfrentam
riscos significativos de surtos de doenças que podem ser prevenidas. Assim, foram destacados
5 cinco responsabilidade urgentes, para os governos e de mais interessados, que consiste em
O MISAU tem como objectivo: “Promover a Saúde e o bem-estar dos moçambicanos, com
especial atenção para os grupos vulneráveis através de intervenções inovativas e prestar
cuidados de Saúde de boa qualidade e sustentáveis, tornando-os gradualmente acessíveis a
todos os moçambicanos com equidade e eficiência”.(PLANO ESTRATÉGICO DO SECTOR
SAÚDE: 2007 -2012).
O Nível Central é o órgão orientador que realiza funções de definição de políticas, normas,
regulamentos etc. É onde é feita a planificação estratégica do sector como um todo e são
delineadas as principais estratégias do sector que servem de orientação para a planificação
provincial e distrital, isto é, as principais intervenções por níveis.
programa de capacitação para o seu pessoal que poderia ser aproveitado nos esforços de
capacitar outro pessoal do MISAU envolvido na vigilância, pesquisa, e M&A.
Entidades que financiam as políticas nacionais de promoção de saúde (Unidade de Fundo
Global).
A estrutura actual da Unidade do Fundo Global foi criada no ano de 2009 com o objectivo de
coordenar a implementação das subvenções do Fundo Global.
A unidade é responsável por responder aos requisitos do Fundo Global na área de monitoria
programática das subvenções. Para tal, a Unidade usa os sistemas nacionais de Monitoria e
Avaliação, através da coordenação com o Departamento de Informação para Saúde (DIS) e
Departamento de M&A, com os programas verticais de saúde nacionais (HIV, PTV, TB e
Malária) e com outras Direcções do Ministério da Saúde (MISAU) intervenientes nos
processos de implementação das subvenções do Fundo Global.
Segundo FONSECA, O apoio de doadores do Norte e organizações internacionais ao sector da
saúde Moçambicano é coordenado pelo Grupo de Parceiros da Saúde (Health Partner’s Group
– HPG), cujos membros se encontram mensalmente.
A OMS e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) são os mais influentes, apesar
de instituições financiadoras globais, como a Aliança Mundial para as Vacinas e a Imunização
(GAVI), desempenharem papel proeminente. Os Estados Unidos, através da Agência dos
Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e do Centro para Controle e
Prevenção de Doenças (CDC), são os maiores dentre os doadores no sector da saúde em
Moçambique.
Embora o Ministério de Saúde seja a instituição principal para dirigir o sistema de Monitoria e
Avaliação, outras instituições têm papéis importantes no sistema de M&A. Cabe ao Ministério
da Saúde desenvolver com esses Ministérios e essas instituições as interligações orgânicas e
funcionais para que a Cooperação Intersectorial seja efectiva. Observa-se uma certa fragilidade
da colaboração intersectorial a todos os níveis1.
Com este PNMA, o PIMA também terá um papel na monitoria da implementação do Plano,
especificamente monitorando anualmente os produtos e prazos incluídos no Plano de Acção.
Em 2011, os programas do HIV, Recursos Humanos, Unidade de Fundo Global teve
Assessores Técnicos na área de M&A com Assessores Técnicos adicionais previstos para
algumas outras áreas chaves (Saúde Materna e Infantil, Tuberculoses, Malária, Unidade de
M&A da Direcção de Saúde Publica.)
Declaração que reafirmou o significado da saúde como um direito humano fundamental e uma
das mais importantes metas sociais mundiais.
De acordo com a Declaração de Alma-Ata (1), acções dos diferentes atores internacionais no
sentido de diminuir as diferenças no desenvolvimento económico e social dos países deveriam
ser estimuladas para que se atingisse a meta de saúde para todos no ano 2000, reduzindo-se a
lacuna existente entre o estado de saúde dos países em desenvolvimento e desenvolvidos.
Naquela ocasião, chegou-se ao consenso de que a promoção e protecção da saúde dos povos é
essencial para o contínuo desenvolvimento económico e social e, consequentemente, condição
única para a melhoria da qualidade de vida dos homens e para a paz mundial. O apelo lançado
em Alma-Ata foi um marco fundamental e representou o ponto de partida para outras
iniciativas.
A carta de Ottawa, como observado, por sua definição de promoção de saúde, deixa clara a
proposta de superação do modelo biomédico, centrado na doença e na medicalização de
sintomas, seguindo a tendência já presente na Declaração de Alma-Ata. Ainda, ao apresentar
como condições e recursos fundamentais para a saúde, a paz, habitação, educação, alimentação,
renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade; a carta, por
conseguinte, impulsiona o conceito de promoção de saúde moderno.
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Além disso, o documento chama atenção para o fato de que, para a formulação de políticas
públicas saudáveis, centradas no compromisso de promoção de uma saúde pública, faz-se
necessário um forte esforço de cooperação internacional, para agir nas questões, que por sua
amplitude e complexidade, ultrapassam as fronteiras nacionais. Concomitantemente, ao tratar
dos compromissos para uma saúde pública global, o documento também desenvolve o papel
de componente internacionalista que o termo promoção da saúde carrega.
A conferência, portanto, trouxe notória expressão para o tema da inter-relação entre saúde e
meio ambiente. Tal fato pode ser evidenciado, pela solicitação feita por seus participantes à
organização da Conferência das Nações Unidas do Meio Ambiente e do Desenvolvimento
(UNCED): que a Declaração de Sundsvall fosse considerada nas deliberações sobre a Carta da
Terra e a Agenda
21, por serem considerados como um plano de acção com vistas ao século XXI. O referido
evento, conhecido como Rio-92, seria realizado na cidade do Rio de Janeiro no ano seguinte.
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A última conferência mundial sobre promoção da saúde ocorreu na cidade de Nairobi, capital
queniana, no período de 26 a 30 de Outubro de 2009. A sétima conferência trouxe como
principal lema, o fortalecimento da autonomia comunitária como um componente essencial a
promoção da saúde. Ratificando e amadurecendo os resultados da conferência anterior, foi
sublinhada a importância do engajamento construtivo, reconhecendo-se as formas autóctones
e tradicionais para a capacitação das comunidades, respeitando-se a cultura e os direitos
humanos. (OMS, 2013).
Promoção de Saúde
Para CANDEIAS (1997), o conceito de Promoção da Saúde que reforça a importância da ação
política, as condições ambientais e as mudanças nos estilos de vida, tornou-se referência para
o movimento da “nova saúde pública”. A Promoção da Saúde foi conceituada na Conferência
de Ottawa como “um processo através do qual a população se capacita e busca os meios para
conseguir controlar os fatores que favorecem seu bem-estar e da comunidade ou que podem a
estar pondo em risco, tornando-a vulnerável ao adoecimento e prejudicando sua qualidade de
vida”. Outra tradução do mesmo conceito amplia um pouco seu âmbito de atuação: “processo
de capacitação dos indivíduos e coletividades para identificarem os factores e condições
determinantes da saúde e exercerem controlo sobre eles, de modo a garantir a melhoria das
condições de vida e saúde da população.
Segundo JENSEN (1997), a saúde deixa de ser um objectivo a ser alcançado, tornando-se um
recurso para o desenvolvimento da vida. Os programas de promoção de saúde, tem por
objectivo de uma forma geral, promoverem a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e
riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver,
condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços
essenciais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde, como “o bem-estar físico, mental e
social, mais do que a mera ausência de doença…”. Esta definição vai, por isso, contra os
conceitos de saúde, muitas vezes, enraizados nos indivíduos, que assumem que estar saudável
é apenas não apresentar qualquer doença (JENSEN, 1997).
Neste sentido, a promoção de saúde deve ser encarada de uma forma ampla. Ou seja, promover
a saúde é muito mais que efectuar a mera prevenção de doenças.
Devemos olhar para o conceito de promoção de saúde de uma forma ampla, envolvendo os
organismos estatais, entre outros, que tutelam os sistemas de saúde. Estes organismos devem
preocupar-se em definir políticas, planos ou programas de saúde pública, que contemplem
medidas que permitam às pessoas prevenir determinadas doenças. Estes organismos podem,
por exemplo, criar programas ou planos específicos de combate e prevenção da diabetes, da
hipertensão arterial, etc.
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desenvolvimento das noções dos alunos sobre como é que a sociedade é estruturada, se
desenvolve e influência os nossos rumos imediatos da acção. Consequentemente, esta
abordagem da educação para a saúde é fundamentada na ideologia de “culpar a vítima” e
negligência totalmente a investigação em sociologia, antropologia e medicina social que
mostram que as condições de vida sociais são o maior factor quer para colocar a saúde em
perigo, quer para a promover (JENSEN,1997).
Concepção holística.
Intersetorialidade,
Empoderamento,
Participação social
Equidade,
Ações multe estratégicas e
Sustentabilidade.
1. Concepção holística- promoção envolve a população como um todo no contexto do
seu dia-a-dia, ao invés de enfocar grupos de risco para doenças específicas” visa
garantir saúde física, mental e espiritual.
2. Equidade - para alcançar é preciso reorientar os serviços sanitários para ampliar o
acesso, criar ambientes de suporte e políticas que visem condições de vida favoráveis à
saúde e priorizem os vulneráveis para reverter desigualdades.
3. Empoderamento- disseminação de informação e educação que servem como base para
tomar decisão. “ Processo de capacitação do indivíduo para assumirem maior controle
sobre fatores pessoais, sociais, econômicos e ambientais que afetam à saúde.
4. Intersetorialidade- os diferentes sectores e a articulação entre eles cabe ao governo,
são ações diretas nos determinantes; articulação de saberes planejar e realizar atividades
para alcançar um efeito sinérgico no sistema.
5. Ações multe estratégicas- diferentes disciplinas, combinação de métodos e abordagens
variadas e desenvolvimento comunitário.
6. Sustentabilidade- Sustentabilidade: iniciativas de acordo com princípio do
desenvolvimento sustentável garantindo um processo forte e duradouro. Levar em
consideração de que todos os processos geram impactos à média e longo prazo para não
ser inconsequentes.
7. Participação social- envolvimento dos mais interessados na avaliação e tomada de
decisão.
8.Questões legais do Ambiente e da Saúde
A atividade humana, ao modificar o meio ambiente, é consumidora dos estoques naturais, que,
em bases insustentáveis, tem como consequência a degradação dos sistemas físico, biológico e
social, tornando propícias as condições necessárias para a ocorrência de doença e do baixo
nível de qualidade de vida (PHILIPPI JR., 2005).
De acordo com MILLER JR. (2008), as causas dos problemas ambientais são o crescimento da
população, desperdício de recursos, pobreza, falta de responsabilidade ambiental e ignorância
ecológica. Cada uma representa um papel ímpar como ameaça, a falta de responsabilidade e de
conhecimento parecem estar ligados ao desequilíbrio ambiental e a uma vida não tão saudável
da população.
É possível observar que, ao longo dos anos, a preocupação da população acerca dos possíveis
efeitos deletérios causados ao meio ambiente e à saúde encontra-se cada vez mais presente,
principalmente nos centros urbanos, na tentativa de preservar o bem-estar e o desenvolvimento
socio ambiental.
O desenvolvimento de ações que buscam garantir uma boa qualidade de vida da população e
proporcionar a preservação do meio ambiente conduz à necessidade da participação da
sociedade como um todo e de profissionais de diferentes formações.
Nos últimos anos, com a entrada de exploradores estrangeiros (grande parte originária da
China), a exploração da madeira começou a ser vista como uma ameaça a biodiversidade, da
flora, e de destruição da natureza sem precedentes, visto que a destruição põe também em
perigo a fauna bravia e outras biodiversidades locais.
Hoje o abate ilegal de madeira atingiu uma proporção alarmante. A fiscalização florestal não
dispõe de formação e nem meios para proteger as florestas destas práticas. Em Moçambique,
com a situação do salário baixo, os funcionários públicos ganham uma miséria. – O funcionário
para a área de fiscalização florestal não foge a esse exemplo – Sendo assim “banhado” pela
necessidade de ganhar ainda mais como forma de melhorar a sua vida e pela ignorância em
relação às consequências negativas futuras que possam advir ao ecossistema local, facilmente
são corrompidos, impedindo que agentes que efetuam atos ilegais contra a exploração dos
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recursos naturais, sejam punidos, contribuindo deste modo para a degradação da natureza e do
meio ambiente local. Também neste “barco” de agentes destruidores da natureza se encontram
algumas populações locais, no geral pobres, que facilmente encontram a atividade de venda de
madeira como uma fonte alternativa de rendimento e que por sua vez os exploradores
estrangeiros compram-na e exportam para seus Países.
O grande problema nisto tudo não é em si o corte de madeira, mas sim a não seleção de árvores
em condições de serem aproveitadas para a obtenção do requerido “produto”, destruindo deste
modo árvores que não tem diâmetros suficientes para corte de madeira, o que muitas vezes são
rejeitados pelos compradores e posteriormente aproveitados para o fabrico de carvão vegetal.
Esta população não repõe arvores abatidas. Esta população enganada por alguns trocados
oferecidos por exploradores (muitas vezes já ricos e que dizem estarem a investir no País) não
tem noção da tamanha destruição que eles próprios estão executando para o próprio meio
ambiente onde habitam. Para eles é só mais uma fonte de rendimento para sustento familiar; é
uma forma de ganhar para melhorar a sua vida. A sua atitude não é vista de uma forma negativa,
mas sim uma oportunidade de negócio e de melhoramento de vida.
Contudo há necessidade urgente de sensibilizá-los de forma a terem noção do ato que estão
cometendo. Esta sensibilização contará com uma divulgação de mensagens educativas sobre o
meio ambiente e até educação ambiental básico nestas áreas rurais como forma de abrir suas
mentes e terem peso de consciência das barbaridades que estão sendo feitas contra a natureza.
Ao considerar que as pessoas necessitam ser atores do seu projecto de saúde para sua promoção,
fica implícito a necessidade das pessoas activamente se comprometerem com os indicadores
de qualidade de vida
A promoção da saúde é o processo que dá ao sujeito maneiras de garantir maior controle sobre
sua própria saúde. Assim, este processo procura propor mudanças para estilos de vida na
promoção do bem-estar. É nesta forma de compreensão que a escola assume um relevante papel
para que tal processo possa ser efectivado.
Quando se fala de saúde na escola, fala-se de questões mais amplas do que apenas as presentes
no próprio currículo de disciplinas como a de Ciências. Busca-se ultrapassar os limites das
referências ao sono, à alimentação, à higiene, passando a englobar a própria estrutura física do
ambiente escolar, as boas relações entre os participantes deste ambiente, a harmonia consigo
próprio, do convívio saudável em sociedade, da gestão sustentável do meio ambiente, da
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Quando se fala de saúde e de promoção da saúde no meio escolar, de modo geral, esta questão
não parece eficaz porque não é (tem sido) tratada de forma orientada, oportuna, consistente e
continuadamente ao longo do tempo (GREMBERG, 2004).
Além do aspecto da própria educação em seu sentido mais formal, considera-se a característica
da sociedade actual, em torno da alarmante e crescente disseminação de doenças crónicas
ligadas, em grande parte, aos comportamentos insalubres adquiridos na infância e na juventude
e relacionados com a disseminação de atitudes negativas. Nesta perspectiva, retoma-se a
efectiva necessidade de formar uma aliança entre o mundo da saúde e o da escola, procurando
estabelecer programas que busquem identificar propostas operacionais, voltadas à definição de
papéis, funções e objectivos dedicados à implementação de práticas em educação para a saúde,
no âmbito escolar. A ausência de informação e formação dificulta, ou até mesmo incapacita, a
tomada de decisão pelo responsável.
Nas acções da escola em torno das questões de saúde, certamente estão presentes os dilemas
referentes à abrangência de seu papel de actuação associado às fronteiras do que é função da
família ou da escola, o que é função do professor ou dos pais, o que é função do Estado e o que
é do próprio indivíduo na prevenção e conservação da saúde de base. Sem nos
comprometermos a fornecer uma resposta fechada para tal dilema, indicamos, mais uma vez,
o conceito anteriormente apresentado para a saúde na actualidade, onde é valorizada a
perspectiva da abordagem preventiva ampla que enfatiza a promoção da saúde e valoriza a
pessoa e, neste sentido, a cultura do local onde a escola se insere e a cultura escolar sendo
inseparáveis no quotidiano dos alunos. Assim, mencionamos como de grande importância a
inclusão ou a valorização, enquanto um dos objectivos da escola, a integração ao quotidiano
da saúde no contexto no qual se insere, participando dele sob a forma de programas de
intervenção desenvolvidos a partir de acções concentradas de modo específico à realidade
local, não apenas sobre os problemas vivenciados, mas interferindo na cultura local motivando
para a incorporação de elementos que levem a posturas saudáveis, considerando as
singularidades e complexidades das pessoas, sua identidade diferenciada, suas aspirações,
capacidades e deficiências. O incentivo às atitudes saudáveis não busca a homogeneidade nas
posturas, mas a sua incorporação às culturas já existentes.
A título de exemplo, neste sentido, o Parlamento Italiano instituiu dez objectivos a serem
alcançados nos programas de promoção de saúde nas escolas italianas:
8) promover uma cultura da legalidade e de educação para a cidadania por meio do estudo da
Constituição;
1.3. Formação dos professores para trabalharem com a promoção da saúde na escola
BRITO BASTOS, 1979 afirma que é necessário se reparar de forma mais apurado sobre o
problema, principalmente das autoridades que pensam a educação e a saúde, com vistas a que
no processo de formação de professores tais conhecimentos sejam entrelaçados aos demais da
área da saúde para possibilita-los a transmitir estes conhecimentos na sala de aula.
É papel da escola de educação integral oportunizar a apropriação dos diferentes saberes sobre
o corpo, bem como sobre as condições de vida da população escolar e a importância de
desenvolver acções que contribuam significativamente nos cuidados com o corpo. O cuidado
com o corpo deve, portanto, traduzir para a criança, o adolescente e o jovem sua autonomia e
emancipação na promoção da saúde e na prevenção de doenças e agravos à saúde. À escola
cabe favorecer essa conquista do escolar.
A abordagem dos temas relacionados ao corpo pode se dar através da integração entre as
diferentes áreas do conhecimento. Da mesma forma, ao serem abordados temas relacionados à
higiene, por exemplo, devem ser considerados os contextos culturais e a instauração de práticas
promotoras de saúde no dia-a-dia da educação integral.
O desenvolvimento do tema higiene corporal está directamente relacionado os cuidados com o
corpo. Por isso, é importante buscar metodologias que sejam participativas e que facilitem as
diferentes expressões da linguagem do corpo.
O MISAU e MINED (2017), afirma que as políticas de saúde nas escolas, incluindo a educação
para a saúde devem além de promover a saúde, garantir um ambiente físico e psicossocial
adequado e seguro. O sector de educação deve liderar e manter a responsabilidade para
desenvolver, implementar e fazer cumprir as políticas de saúde escolar. Os trabalhadores de
saúde são os parceiros necessários neste esforço. Alunos, pais conselhos de escola e
comunidade em geral devem conhecer e compreender as actividades relacionadas com a saúde
escolar e, os Directores das escolas e professores devem ser formados para as poder
implementar.
O ambiente escolar pode ser nocivo à saúde dos alunos se estes forem expostos aos riscos de
doenças infecciosas provocadas pelo abastecimento de água não potável. As actividades de
Educação para Saúde não terão nenhum impacto, se as escolas não possuírem água potável e
saneamento básico adequado. Estudos demonstram que se a escola tiver sanitários separados
para raparigas, isso reduzirá o abandono escolar pelas adolescentes no período da sua
menstruação. Se a escola fornecer infra-estruturas sanitárias, estará reforçando as mensagens
de educação para saúde e higiene difundidas na escola, e actuará como um exemplo para os
alunos e para a comunidade em geral. Políticas de construção e manutenção escolar deverão
assegurar nas escolas, a existência de sanitários que respeitem as questões de género e a
privacidade dos utentes (MISAU e MINED, 2017).
A higiene individual e colectiva em particular a higiene corporal, deve ser abordada pelo
professor como condição para uma vida saudável, a aquisição de hábitos de higiene corporal,
inicia na infância. Neste contexto, o grande desafio na abordagem deste tema é ter em conta a
realidade do aluno, a sua idade e até o sexo. Este deve portanto pesquisar informações sobre os
usos e costumes da comunidade com a qual está trabalhando. O facto de os alunos não terem
água potável, sanitário ou latrina em casa, não deve ser encarado como limitação para estes
aprenderem como usá-los correctamente. Espera-se pois que após a aprendizagem, o aluno:
Tenha práticas de higiene corporal e reconheça a importância da sua realização diária,
incluindo: Tomar banho diário, cuidar dos cabelos e unhas, lavar as mãos antes das
refeições e após a utilização da casa de banho, escovar os dentes todos os dias e após
as refeições.
Rejeite o consumo de água não potável, que não tenha sido tratada e conheça formas
simples de tratamento desta que podem ser feitas em casa e na escola
Se responsabilize pela sua higiene individual como elemento de protecção da sua saúde
e saúde colectiva
Alimentação e Nutrição.
A malnutrição, a anemia, a falta de iodo entre outras carências ainda são importantes problemas
que afectam o rendimento escolar das crianças moçambicanas. Por outro lado, a obesidade, o
consumo excessivo de açúcar, causa prejuízos à saúde oral, contribui para a obesidade precoce
e esta por sua vez é um factor de risco para doenças como: hipertensão arterial, diabetes, que
começa a ser um problema comum entre as crianças e adolescentes. o A associação entre
higiene e alimentação saudável precisa ser enfatizada, para que o aluno possa reconhecer a
possibilidade de que: água e alimentos podem serem contaminados por fezes ou outros
produtos tóxicos da agricultura, tornando-se como fonte de doença. Espera-se ainda que o
aluno aprenda a:
Descrever a importância da alimentação no crescimento, desenvolvimento e
aprendizagem; os componentes duma dieta equilibrada; ter noções gerais sobre higiene
dos alimentos desde produção, preparo e consumo.
Reconhecer as doenças associadas à falta de higiene no tratamento dos alimentos e
consumo de água não tratada, tais como: diarreias e desidratação, Intoxicações,
parasitoses entre outros e suas medidas de prevenção.
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Os acidentes devem ser abordados sobre como eles podem ocorrer, medidas práticas
de prevenção e aprendizagem de medidas simples de primeiros socorros ao alcance de
professores e alunos.
Estimular a inclusão dos alunos com deficiência em projectos de práticas físicas que
se adequam a sua condição física.
A Saúde ambiental é, segundo Abrasco (2003), a área da saúde pública afecta ao conhecimento
científico e a formulação de políticas públicas relacionadas à interacção entre a saúde humana
e os factores do meio ambiente natural e antrópico que a determinam, condicionam e
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influenciam, com vistas a melhorar a qualidade de vida do ser humano, sob o ponto de vista da
sustentabilidade. Tem como objectivo proteger e promover a saúde humana e colaborar na
protecção do meio ambiente, por meio de acções integradas com instâncias do governo e da
sociedade civil organizada, com vistas ao enfrentamento dos determinantes socioambientais e
à prevenção de agravos decorrentes da exposição humana a ambientes adversos.
O desenvolvimento sustentável está ligado à promoção da saúde ambiental, pois quanto mais
abrangentes forem as acções de promoção da saúde, menor os riscos ambientais. Ele ainda
prevê princípios de equidade, solidariedade entre as gerações, balanço entre o antropocentrismo
e o ecocentrismo, participação social responsável e integralidade.
A saúde por meio da boa convivência escolar
Conforme vimos, a escola é uma instituição social, cujo compromisso não é somente o de
privilegiar o desenvolvimento de competências cognitivas, mas também espaço para serem
desenvolvidas as competências que privilegiam as atitudes perante os outros, principalmente
no que diz respeito às relações interpessoais.
A boa convivência no espaço escolar diz respeito à promoção da saúde, já que saber conviver
com o outro, aceitar as diferenças, ter habilidades desenvolvidas para a resolução de conflitos
são acções que configuram um espaço social saudável.
O bem-estar de cada um, o desenvolvimento da autonomia e auto-estima elevada são elementos
importantes para o estabelecimento de relações sociais saudáveis e uma boa convivência.
O desenvolvimento de projectos tendo como foco a boa convivência escolar pode estar
relacionado a outras actividades, estabelecendo conexões com projectos já desenvolvidos em
uma escola que se propõe a trabalhar com a educação integral. Projectos voltados ao cuidado
do próprio corpo, ao desenvolvimento dos exportes, à valorização à vida podem ser projectos,
cujas acções tenham objectivos comuns, dentre eles institucionalizar espaços para o diálogo,
com maior participação dos estudantes, dos pais, dos educadores, dos profissionais de saúde e
de outros parceiros da escola nas tomadas de decisões e nos compromissos de cidadania de
todos da comunidade escolar.
Segundo Altuve (2), “a organização da comunidade é um método para produzir urna mudança
social que envolve um esforço e urna técnica para sua aplicação (. . .) e induz ou promove a
mudança social significante na estrutura da comunidade em relação aos níveis económico,
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político, social e educativo”. Para Silva (20), o desenvolvimento comunitário tem como
características:
Incluem quer os aspectos económicos e materiais da existência, quer os aspectos sociais:
saúde, educação, relações entre as pessoas, divertimentos e lazeres, etc.;
b. Parte das necessidades sentidas pela população;
c. Conta com a participacao da população
no processo de desenvolvimento;
d. Conta com a colaboração entre a população e os serviços.
A promoção comunal, segundo Sánchez (171, “é o processo de sensibilização, modificação
e. Organização da população para conseguir a mobilização de seus recursos mediante
capacitação, para que, conjuntamente com os recursos do governo, possa resolver seus
problemas”. Poderíamos sintetizar os pontos principais do desenvolvimento comunitário
considerando que:
l Provocando a aceleração da mudança, conseguirse-ia um desenvolvimento mais rápido;
É importante a participação da população em todos os momentos do processo, desde o
diagnóstico de seus problemas e do estabelecimento de prioridades até o panejamento,
execução e avaliação do trabalho comunitário; desenvolvimento comunitário consiste
em trabalho integrado de todas as áreas. As acções de saúde pública, a nosso ver, são por si
mesmas factores de mudança social.
A área de saúde pública no trabalho integrado de desenvolvimento comunitário é desenvolvida
por equipes multiprofissionais que incluem o educador de saúde
pública, encarregado do panejamento, execução e avaliação das actividades educativas
do processo.
Dentro do trabalho integrado de todas as áreas podemos situar os objectivos específicos
da educação em saúde:
a) Criar consciências a necessidades a mudança social, económica e cultural, para superar
os problemas de saúde determinados pelo grau de desenvolvimento e seus condicionantes;
b) Sensibilizar as pessoas para que se adaptem a novas condições de vida que signifiquem
outros valores, a destruir crenças no que se refere à saúde, incrementando a racionalidade
nesse campo e favorecendo caminhos para o cuidado com a saúde individual e colectiva;
c) Formar urna opinião favorável ao desenvolvimento, que possibilite que se tomem as
decisões, valorizando o significado do nível de saúde;
d) Despertar o desejo de progresso em saúde, mediante a colaboração individual e colectiva;
49
Segundo A organização mundial da saúde (OMS) em 1946 define Saúde como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.
Ainda no contexto do sistema das Nações Unidas (OMS e ONU, em particular), mais
recentemente, foi dado um novo impulso aos programas que têm por objectivo controlar a curva
epidémica traduzida pelos aumentos constantes de incidência e prevalência de doenças crónicas
não transmissíveis (NCDs, na sigla inglesa) como a diabetes, as doenças
cerebrocardiovasculares, o cancro e as doenças respiratórias crónicas, entre outras.
BUSTOS ROMERO (1988), diz que os determinantes da saúde podem ser definidos como os
factores que influenciam, afectam ou determinam a saúde dos povos e cidadãos.
determinantes sociais, (Jorge 2011) realça que o estilo de vida saudável deve ter lugar relevante
por aparentemente apresentar maiores ganhos em saúde.
Para CORBELLA (2003), o comportamento pode ser definido como o conjunto de atitudes e
reações do indivíduo.
Ex. (idade, sexo, características pessoais eventualmente determinadas pela herança genética);
4.Ambiente social
Ainda CORBELLA (2003), afirma que o ambiente social é qualquer conjunto de coisas, forças
ou condições em relação e contacto com os seres humanos, incluindo ai tanto a cultura material
concreta, como características culturais e estruturais abstractas dos sistemas sociais que
determinam e moldam as formas como a vida social é exercida.
o ambiente social afecta a nossa auto percepção. Como indivíduo inserido numa cultura, raça,
observa-se que temos nossas peculiaridades e os outros reagem às nossas diferenças, assim
como nossos interesses interferem no julgamento social que fazemos diante da realidade. Por
isso, estudamos sobre a identidade social e consciência de si mesmo que nos ajudam a nos
conhecermos melhor alguns dos factores ambientais que influenciam na interação entre o
ambiente social e o indivíduo. Os estudos de percepção social demonstram que todos os
indivíduos têm a tendência de perceber o outro pela formação de uma série de impressões
interligadas e coerentes acerca dessa pessoa. Daí, corremos um risco de rotular as pessoas,
52
embaçadas no pouco conhecimento que temos das mesmas. Essa percepção também é
influenciada diante dos interesses e necessidades de cada indivíduo, ou seja, dos motivos
sociais. Estudamos, também, as atitudes que envolvem pensamentos e sentimentos, em que se
estabelece uma predisposição aprendida para responder, de uma maneira negativa ou positiva,
favorável ou desfavorável, diante de um determinado objecto ou situação específica,
considerando os componentes cognitivos, afectivos e comportamentais, nos quais são passíveis
de mudança.
Vimos, também, que o preconceito, os estereótipos e a discriminação são frequentes na
sociedade, nas relações humanas. Ocorrem de diversas formas por naturezas também
diversificadas, que, geralmente, provocam resultados negativos e, às vezes, irreparáveis.
A comissão nacional sobre determinantes da Saúde (CNDSS), define os factores sociais,
culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de pro-
blemas de saúde e seus factores de risco na população.
A importância dos determinantes sociais tem-se traduzido em aumento da investigação,
realizada no sentido de encontrar a relação entre a forma como está organizada determinada
sociedade e a condição de saúde de sua população.
Exemplos de determinantes sociais: cultura, estilos de vida, género, etnia, grau de inclusão
social, idade, comportamentos relacionados com a saúde, as condições de vida e condições de
trabalho, educação.
5.Determinantes económicos
Para CARVALHO (p. 19-38, 2013), a pesquisa que pretende compreender a relação entre o
nível socioeconómico e o estado de saúde não é fenómeno recente. São inúmeros os factores
que contribuem para desigualdades socioeconómicas no sector da saúde.
pessoas habitam. Há uma diferença enorme na saúde e na educação entre as pessoas que moram
nas palafitas de uma favela, com relação às pessoas que moram à beira mar, em apartamentos
ou casas confortáveis. É por isso que o autor do texto resenhado insiste em demonstrar na sua
exposição o problema da desigualdade humana e a forte relação com a falta de saúde básica da
população mais pobre.
O autor, Carvalho, fala das garantias de emprego justo e condições de trabalhos dignos, sendo
apoiados por governos, empregadores e trabalhadores para a contribuição da erradicação da
pobreza e diminuição das desigualdades sociais. Mas será que isto é possível nos dias de hoje,
em Moçambique? Onde a pobreza e os escândalos políticos só aumentam? Apesar de o texto
do autor ser escrito em 2013, e nós estamos em 2019, com a previsão de uma saúde de qualidade
para os moçambicanos em 2030, não há esperança alguma por nossa parte, em acreditar em
possíveis políticas públicas dos governos atuais e vindouros.
Carvalho (2013, p. 26) diz que “tornar a saúde e a igualdade na saúde um valor partilhado entre
diferentes setores constitui uma estratégia politicamente desafiante, porém necessária”. Isto
ainda não é possível ser praticada em Moçambique. Aqui os governantes não pensam no
coletivo. Eles pensam em si mesmos e nos seus familiares, por isso há tanta corrupção.
GOUVÊA (2002), diz que o ambiente físico é que abrange condições geográficas,
características da ocupação humana, fontes de água para consumo, disponibilidade e qualidade
dos alimentos, condições de habitação);
Para Corbella (2003), uma pessoa está confortável em um ambiente quando se sente em
neutralidade em relação a ele. No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um
instrumento terapêutico se contribuir para o bem-estar físico do paciente com a criação de
Espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de
Convívio mais humanas.
Lembra que o desconforto ambiental nos hospitais não pode ser um
Problema a mais nesses espaços, construídos para, muitas vezes, situações estressantes de
atendimento associadas a pacientes com risco de vida ou sofrimento profundo. A seguir, serão
abordados aspectos fundamentais para o conforto ambiental nos hospitais: a iluminação, a cor
e o conforto hidrotérmico.
55
7.Determinantes ambientais
Segundo a perspectiva da saúde, nos determinantes ambientais podem ser incluídos o impacto
que determinados agentes químicos, físicos e biológicos tem sobre a saúde. Existe uma
preocupação com a poluição do ar, agua, terra, alimento e, mais recentemente, com alguns
riscos globais dos quais a destruição da camada de ozono e as alterações climáticas. É
conhecida a relação entre a capacidade dos determinantes ambientais influenciarem as
populações e seu desenvolvimento socioeconómico). A pesquisa tem demonstrado que a agua
contaminada por produtos químicos e metais pesados (quer a superfície, quer no subsolo)
constitui factor de grande impacto para a saúde das populações. Esta questão tem vindo a tomar
se uma preocupação global, pelo impacto considerável no ambiente e consequentemente na
saúde humana.
Ondas de calor e frio muito intensos podem ser antecedentes de doenças cardiovasculares,
cérebro vasculares, respiratórias e carcinomas da pele, com consequente influência nos índices
de mortalidade.
Exemplos de determinantes ambientais: poluição da agua e do ar, biodiversidade,
aquecimento global, a depressão do ozono, as condições das habitações qualidade dos
transportes, a segurança alimentar, a gestão de resíduos, a política energética, o ambiente
urbano.
7.1.teoria miasmática
A teoria miasmática, predominante no século XIX, defendia que a doença tinham origem
miasmas (o conjunto de odores fétidos resultante da matéria orgânica em putrefacção nos solos
e lençóis de aguas contaminados).
Tal explicativa mudança sociais e práticas de saúde, na época fruto dos processos de
urbanização e industrialização. É referido por virchow (investigador reconhecido e defensor
desta teoria; entendia que a medicina era uma ciência social) afirmava que as condições
económicas e sociais que determinassem a condição de saúde da população deveriam ser alvo
de investigação. As diferentes definições existentes na literatura de determinante sociais da
saúde abordam, de forma geral, as condições de vida condições de trabalho dos indivíduos que
de alguma forma condicionam sua saúde.
8.Serviços de saúde
Este autor GOUVÊA (2002) diz que os Serviços de saúde são estabelecimentos destinados a
promover a saúde do indivíduo, protege-lo de doenças e agravos, prevenir e limitar dos danos
a ele causados e reabilita-lo quando sua capacidade física, psíquica ou social for afectada
56
É importante ter em conta que os serviços de saúde não contemplam unicamente o diagnóstico
e o tratamento de doenças ou transtornos. Também abarcam tudo o que se refere a prevenção
dos mais e a difusão daquilo que ajuda a desenvolve uma vida saudável.
Os serviços de saúde desempenham papel importante na prevenção, na cura ou na reabilitação
e na minimização do sofrimento de pessoas portadoras de enfermidades ou de deficiências.
Deveriam funcionar como guardiões da saúde individual e coletiva, até mesmo para reduzir a
dependência com relação a esses serviços, ou seja, aumentando a capacidade de autocuidado
das pessoas e da sociedade.
A maioria dos países dispõe de serviços de saúde públicos e privados. Os serviços públicos de
saúde são geridos e financiados pelo Estado, ao passo que os serviços privados de saúde são
prestados atreves de empresas que tem fins de lucro.
No caso de Portugal, por exemplo, é o estado que que controla os serviços de saúde em muitos
aspectos, nomeadamente a gestão. Os hospitais, clínicas e os sanitários são algumas das
instituições onde são prestados serviços de saúde. Entre os profissionais que trabalham neste
sector, é possível mencionar, os enfermeiros e os farmacêuticos.
4.Indicadores de níveis de saúde
Após os cuidados a serem observados quanto à qualidade e cobertura dos dados de saúde, é
preciso transformar esses dados em indicadores que possam servir para comparar o observado
em determinado local com o observado em outros locais ou com o observado em diferentes
tempos. Portanto, a construção de indicadores de saúde é necessária para:
Em geral, números absolutos de casos de doenças ou mortes não são utilizados para avaliar o
nível de saúde, pois não levam em conta o tamanho da população. Dessa forma, os indicadores
de saúde são construídos por meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções
ou coeficientes. (VAUGHAN e MORROW, 1992):
A escolha dos indicadores depende dos objectivos da avaliação, bem como dos aspectos
metodológicos, éticos e operacionais da questão em estudo.
Mortalidade / sobrevivência;
Morbidade / gravidade / incapacidade
Nutrição / crescimento e desenvolvimento
Aspectos demográficos
Condições socioeconómicas
Saúde ambiental
Serviços de saúde.
4.3.1.Mortalidade
Foi o primeiro indicador usado. É fácil de operar: a morte é clara e objectivamente definida e
cada óbito tem de ser registado (nem sempre – ainda há cemitérios clandestinos em muitos
pequenos municípios e especialmente óbitos de recém-nascidos deixam de ser registados).
Há numerosos indicadores baseados na mortalidades.
Limitações:
Somente uma pequena parcela da população morre a cada ano (em geral, menos de 1%). Ao se
estudar, por exemplo, a saúde escolar, morrem pouquíssimas crianças matriculadas na
rede escolar.
Mudanças nas taxas ao longo do tempo são em geral muito pequenas e a mortalidade é
pouco útil nas avaliações de curto e médio prazo.
4.3.2.Morbidade
É um conhecimento essencial, que permite:
4.3.3.Indicadores nutricionais
4.3.5.Indicadores demográficos
4.3.6.Indicadores ambientais
São muitos os indicadores relativos ao que ocorre na assistência à saúde. Eles podem ser
Recursos humanos e materiais: número de médicos, dentistas, enfermeiros, leitos gerais, leitos
de UTI, em geral por mil habitantes. Leitos de UTI neonatal por mil nascimentos.
Distribuição dos recursos financeiros. Calcula -se qual a proporção dos recursos que vai para a
atenção primária e qual a que vai para os demais níveis. Entre nós, enorme porção dos recursos
vão para acções especializadas (curativas), nos hospitais de maior
complexidade.
b) Indicadores de processo
60
Muitas das acções e serviços de saúde têm validade intrínseca, indiscutível, porém cada vez
mais os planeadores e gestores buscam evidências de quais benefícios decorrem dos
investimentos no sector. É muito difícil distinguir e controlar o impacto dos serviços de saúde
na melhoria das condições de saúde. Nos anos 80 e 90, a grande diminuição da mortalidade
infantil, com ênfase nas mortes causadas pelas gastroenterites, deveu-se principalmente ao
aumento da cobertura de saneamento básico, e neste, acesso à água tratada de boa qualidade
(e, portanto, factores externos ao sector saúde). Ainda hoje o efeito da disponibilização de água
tratada sobre a mortalidade infantil pode ser visto nos estados menos desenvolvidos da Região
Nordeste.
Números absolutos
Razões
Proporções
Taxas/Coeficientes
Índices
61
Indicadores sintéticos
É preciso destacar, ainda, a diferença entre coeficientes (ou taxas) e índices. Índices não
expressam uma probabilidade (ou risco) os coeficientes, pois o que está contido no
denominador não está sujeito ao risco de sofrer o evento descrito no numerador (LAURENTI
et al., 1987).
por: Casos presentes da doença em determinada comunidade e tempo x 10n População da área
no mesmo tempo. Para compararmos o risco de ocorrência de doenças entre populações
usamos, dessa forma, o coeficiente de incidência, pois este estima o risco de novos casos da
doença em uma população. O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente de
incidência multiplicado pela duração média da doença LILIENFELD & LILIENFELD, (1980).
Portanto: Coeficiente de Prevalência = coeficiente de incidência x duração média da doença.
Da fórmula acima fica evidente que a prevalência, além dos casos novos que acontecem
(incidência), é afectada também pela duração da doença, a qual pode diferir entre comunidades,
devido a causas ligadas à qualidade da assistência à saúde, acesso aos serviços de saúde,
condições nutricionais da população, etc. Assim, quanto maior a duração média da doença,
maior será a diferença entre a prevalência e a incidência. A prevalência é ainda afectada por
casos que imigram (entram) na comunidade e por casos que saem (emigram), por curas e por
óbitos.
5.2.Coeficientes de mortalidade:
63
Cuidado especial deve ser tomado quando se vai calcular o coeficiente de mortalidade infantil
de uma localidade, pois tanto o seu numerador (óbitos de menores de 1 ano), como seu
denominador (nascidos vivos) podem apresentar problemas de classificação. Para evitar esses
problemas, o primeiro passo é verificar se as definições, citadas pela Organização Mundial de
Saúde (1994), estão sendo correctamente seguidas por quem preencheu a declaração de óbito
da criança. Estas definições são as seguintes:
Óbito infantil: é a criança que, nascida viva, morreu em qualquer momento antes de completar
um ano de idade. Dessas definições, fica claro que uma criança que nasceu viva, nem que tenha
64
Apesar de não entrarem no cálculo para fins de comparação, é importante o serviço de saúde
registar, ainda, as mortes por causas obstétricas (directas ou indirectas) que ocorreram após 42
dias do término da gestação, bem como as mortes relacionadas com a gravidez, sendo assim
definidas (OMS, 1994):
c) Morte materna tardia: é a morte de uma mulher por causas obstétricas directas ou
indirectas mais de 42 dias mas menos de um ano após o término da gravidez.
d) Morte relacionada com a gravidez: é a morte de uma mulher enquanto grávida ou até 42
dias após o término da gravidez, qualquer que tenha sido a causa de morte.
5.4.Coeficientes de natalidade:
66
Nascidos vivos em determinada área e período x 1.000 população da mesma área, no meio
período O coeficiente de fecundidade, como está relacionado à população feminina em idade
fértil, é dado pela fórmula (ou calculado por regra de três): Nascidos vivos em determinada
área e período x 1.000 Mulheres de 15 a 49 anos da mesma área, no meio do período
As proporções não estimam o risco do evento em uma dada população, porém são mais fáceis
de serem calculadas, pois não necessitam de denominadores, como o número de habitantes,
para o seu cálculo. Além disso são mais fáceis de compreender, pois seus resultados são sempre
em percentuais (a cada cem pessoas, tantas morrem por doenças do aparelho circulatório, por
exemplo).
É um indicador muito útil e fácil de se calcular. Com base no total de óbitos, fazemos uma
regra de três, calculando qual a proporção de óbitos na faixa etária de 20 a 29 anos ou de
menores de 1 ano, por exemplo. Duas proporções, em relação à mortalidade por idade, são mais
frequentemente utilizadas: a mortalidade infantil proporcional (proporção de óbitos de menores
de 1 ano em relação ao total de óbitos) e a mortalidade proporcional de 50 anos ou mais,
também conhecida como Indicador de Swaroop e Uemura ou Razão de mortalidade
Proporcional (proporção de óbitos de pessoas que morreram com 50 anos ou mais de idade em
relação ao total de óbitos) (LAURENTI et al., 1987). Evidentemente, quanto piores as
condições de vida e de saúde, maior a mortalidade infantil proporcional e menor o valor do
Indicador de Swaroop e Uemura, pois grande parte das pessoas poderá morrer antes de chegar
67
aos 50 anos de vida. Nos países ricos, ao contrário, a maioria da população morre com mais de
50 anos; assim, o Indicador de Swaroop e Uemura será mais alto (em torno de 85%).
É a proporção que determinada causa (ou agrupamento de causas) tem no conjunto de todos os
óbitos. Por exemplo, a mortalidade proporcional por doenças do aparelho circulatório é a
proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório em relação ao total de óbitos no
mesmo período e local.
Taxa de nascidos vivos com baixo peso ao nascer: % nascidos vivos com peso ao
nascer <2500 gramas em relação ao total de nascidos vivos em determinado período de
tempo e local;
Taxa de nascidos vivos com mães adolescentes: % de nascidos vivos com mães de
idade <20 anos (até 19 anos inclusive) em relação ao total de nascidos vivos em
determinado período de tempo e local;
Taxa de nascidos vivos por Cesária: % nascidos vivos por Cesária em relação ao total
de nascidos vivos em determinado período de tempo e local;
Taxa de nascidos vivos prematuros: % de nascidos vivos com menos de 37 semanas
(até 36 inclusive) de gestação. É importante considerar que os resultados de indicadores
que se baseiam em números pequenos (por exemplo, com base em dados de apenas um
ano de uma área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde ou de uma cidade
muito pequena) podem apresentar o que se chama de “variação aleatória”.
Sensação de tontura ou vertigem (a vertigem é uma ilusão de movimento); uma sensação como
se o mundo externo girasse ao redor de um individuo (vertigem objectiva) ou como se o
individuo girasse ao redor de uma determinado local (vertigem subjectiva).
Outros sintomas podem ocorrer como sensação de enjoos, vómitos, ansiedade, sensação de
medo, redução de acuidade auditiva e zumbidos. Quando causa é neurológica, pode haver
também desmaios, dores de cabeça e incoordenação motora dos membros (ataxia). Todos os
sintomas listados podem aparecer e desaparecer em curtos períodos de tempo, ou podem
perdurar por muito tempo. (GOLDEBAUM, 1996).
Segundo A organização mundial da saúde (OMS) em 1946 define Saúde como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.
BUSTOS ROMERO (1988), diz que os determinantes da saúde podem ser definidos como os
factores que influenciam, afectam ou determinam a saúde dos povos e cidadãos.
Para CORBELLA (2003), o comportamento pode ser definido como o conjunto de atitudes e
reações do indivíduo.
Ex. (idade, sexo, características pessoais eventualmente determinadas pela herança genética);
4.Ambiente social
Ainda CORBELLA (2003), afirma que o ambiente social é qualquer conjunto de coisas, forças
ou condições em relação e contacto com os seres humanos, incluindo ai tanto a cultura material
concreta, como características culturais e estruturais abstractas dos sistemas sociais que
determinam e moldam as formas como a vida social é exercida.
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o ambiente social afecta a nossa auto percepção. Como indivíduo inserido numa cultura, raça,
observa-se que temos nossas peculiaridades e os outros reagem às nossas diferenças, assim
como nossos interesses interferem no julgamento social que fazemos diante da realidade. Por
isso, estudamos sobre a identidade social e consciência de si mesmo que nos ajudam a nos
conhecermos melhor alguns dos factores ambientais que influenciam na interação entre o
ambiente social e o indivíduo. Os estudos de percepção social demonstram que todos os
indivíduos têm a tendência de perceber o outro pela formação de uma série de impressões
interligadas e coerentes acerca dessa pessoa. Daí, corremos um risco de rotular as pessoas,
embaçadas no pouco conhecimento que temos das mesmas. Essa percepção também é
influenciada diante dos interesses e necessidades de cada indivíduo, ou seja, dos motivos
sociais. Estudamos, também, as atitudes que envolvem pensamentos e sentimentos, em que se
estabelece uma predisposição aprendida para responder, de uma maneira negativa ou positiva,
favorável ou desfavorável, diante de um determinado objecto ou situação específica,
considerando os componentes cognitivos, afectivos e comportamentais, nos quais são passíveis
de mudança.
Vimos, também, que o preconceito, os estereótipos e a discriminação são frequentes na
sociedade, nas relações humanas. Ocorrem de diversas formas por naturezas também
diversificadas, que, geralmente, provocam resultados negativos e, às vezes, irreparáveis.
A comissão nacional sobre determinantes da Saúde (CNDSS), define os factores sociais,
culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de pro-
blemas de saúde e seus factores de risco na população.
A importância dos determinantes sociais tem-se traduzido em aumento da investigação,
realizada no sentido de encontrar a relação entre a forma como está organizada determinada
sociedade e a condição de saúde de sua população.
Exemplos de determinantes sociais: cultura, estilos de vida, género, etnia, grau de inclusão
social, idade, comportamentos relacionados com a saúde, as condições de vida e condições de
trabalho, educação.
5.Determinantes económicos
Para CARVALHO (p. 19-38, 2013), a pesquisa que pretende compreender a relação entre o
nível socioeconómico e o estado de saúde não é fenómeno recente. São inúmeros os factores
que contribuem para desigualdades socioeconómicas no sector da saúde.
Pessoas instruídas buscam uma melhor qualidade de vida na saúde da sua família e
comunidade, onde estão inseridas.
Segundo Carvalho (2013, p. 23) “as desigualdades na organização da sociedade implicam que
a liberdade para gozar de uma vida próspera e de boa saúde esteja distribuída de forma
desigual”. Essa desigualdade pode ser observada na primeira infância e na idade escolar. O que
pode contribuir para essas posições positivas ou negativas é o ambiente natural em que essas
pessoas habitam. Há uma diferença enorme na saúde e na educação entre as pessoas que moram
nas palafitas de uma favela, com relação às pessoas que moram à beira mar, em apartamentos
ou casas confortáveis. É por isso que o autor do texto resenhado insiste em demonstrar na sua
exposição o problema da desigualdade humana e a forte relação com a falta de saúde básica da
população mais pobre.
O autor, Carvalho, fala das garantias de emprego justo e condições de trabalhos dignos, sendo
apoiados por governos, empregadores e trabalhadores para a contribuição da erradicação da
pobreza e diminuição das desigualdades sociais. Mas será que isto é possível nos dias de hoje,
em Moçambique? Onde a pobreza e os escândalos políticos só aumentam? Apesar de o texto
do autor ser escrito em 2013, e nós estamos em 2019, com a previsão de uma saúde de qualidade
para os moçambicanos em 2030, não há esperança alguma por nossa parte, em acreditar em
possíveis políticas públicas dos governos atuais e vindouros.
Carvalho (2013, p. 26) diz que “tornar a saúde e a igualdade na saúde um valor partilhado entre
diferentes setores constitui uma estratégia politicamente desafiante, porém necessária”. Isto
ainda não é possível ser praticada em Moçambique. Aqui os governantes não pensam no
coletivo. Eles pensam em si mesmos e nos seus familiares, por isso há tanta corrupção.
GOUVÊA (2002), diz que o ambiente físico é que abrange condições geográficas,
características da ocupação humana, fontes de água para consumo, disponibilidade e qualidade
dos alimentos, condições de habitação);
Para Corbella (2003), uma pessoa está confortável em um ambiente quando se sente em
neutralidade em relação a ele. No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um
instrumento terapêutico se contribuir para o bem-estar físico do paciente com a criação de
Espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de
Convívio mais humanas.
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7.Determinantes ambientais
Segundo a perspectiva da saúde, nos determinantes ambientais podem ser incluídos o impacto
que determinados agentes químicos, físicos e biológicos tem sobre a saúde. Existe uma
preocupação com a poluição do ar, agua, terra, alimento e, mais recentemente, com alguns
riscos globais dos quais a destruição da camada de ozono e as alterações climáticas. É
conhecida a relação entre a capacidade dos determinantes ambientais influenciarem as
populações e seu desenvolvimento socioeconómico). A pesquisa tem demonstrado que a agua
contaminada por produtos químicos e metais pesados (quer a superfície, quer no subsolo)
constitui factor de grande impacto para a saúde das populações. Esta questão tem vindo a tomar
se uma preocupação global, pelo impacto considerável no ambiente e consequentemente na
saúde humana.
Ondas de calor e frio muito intensos podem ser antecedentes de doenças cardiovasculares,
cérebro vasculares, respiratórias e carcinomas da pele, com consequente influência nos índices
de mortalidade.
Exemplos de determinantes ambientais: poluição da agua e do ar, biodiversidade,
aquecimento global, a depressão do ozono, as condições das habitações qualidade dos
transportes, a segurança alimentar, a gestão de resíduos, a política energética, o ambiente
urbano.
7.1.teoria miasmática
A teoria miasmática, predominante no século XIX, defendia que a doença tinham origem
miasmas (o conjunto de odores fétidos resultante da matéria orgânica em putrefacção nos solos
e lençóis de aguas contaminados).
Tal explicativa mudança sociais e práticas de saúde, na época fruto dos processos de
urbanização e industrialização. É referido por virchow (investigador reconhecido e defensor
desta teoria; entendia que a medicina era uma ciência social) afirmava que as condições
económicas e sociais que determinassem a condição de saúde da população deveriam ser alvo
de investigação. As diferentes definições existentes na literatura de determinante sociais da
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saúde abordam, de forma geral, as condições de vida condições de trabalho dos indivíduos que
de alguma forma condicionam sua saúde.
8.Serviços de saúde
Este autor GOUVÊA (2002) diz que os Serviços de saúde são estabelecimentos destinados a
promover a saúde do indivíduo, protege-lo de doenças e agravos, prevenir e limitar dos danos
a ele causados e reabilita-lo quando sua capacidade física, psíquica ou social for afectada
É importante ter em conta que os serviços de saúde não contemplam unicamente o diagnóstico
e o tratamento de doenças ou transtornos. Também abarcam tudo o que se refere a prevenção
dos mais e a difusão daquilo que ajuda a desenvolve uma vida saudável.
Os serviços de saúde desempenham papel importante na prevenção, na cura ou na reabilitação
e na minimização do sofrimento de pessoas portadoras de enfermidades ou de deficiências.
Deveriam funcionar como guardiões da saúde individual e coletiva, até mesmo para reduzir a
dependência com relação a esses serviços, ou seja, aumentando a capacidade de autocuidado
das pessoas e da sociedade.
A maioria dos países dispõe de serviços de saúde públicos e privados. Os serviços públicos de
saúde são geridos e financiados pelo Estado, ao passo que os serviços privados de saúde são
prestados atreves de empresas que tem fins de lucro.
No caso de Portugal, por exemplo, é o estado que que controla os serviços de saúde em muitos
aspectos, nomeadamente a gestão. Os hospitais, clínicas e os sanitários são algumas das
instituições onde são prestados serviços de saúde. Entre os profissionais que trabalham neste
sector, é possível mencionar, os enfermeiros e os farmacêuticos.
2.0 Tipos de Doenças e Doenças Mais Comuns nas Crianças Causas, Métodos de
Prevenção e Modos de Tratamento.
2.1 Profilaxia
Profilaxia é um termo muito utilizado na medicina e na odontologia, que são medidas
para prevenir ou atenuar doenças. O termo profilaxia é de origem grega e significa
precaução, sendo também utilizado para designar estudo de outras áreas do
Conhecimento. Na medicina, a profilaxia visa prevenir uma doença em nível
populacional através de diversas medidas que vão desde procedimentos mais simples,
como o uso de medicamentos, até aos mais complexos.
76
Roséola
A Roséola é uma doença caracterizada pelo aparecimento de manchas roseadas na pele
após uma febre alta. É uma doença da infância, que pode atingir crianças entre 6 meses
e 6 anos de idade, porém, o maior número de casos costuma acontecer em pequenos
com até 2 anos.
Causas: a infecção é causada pelo vírus do herpes humano tipo 6 (HVH-6) e 7 (HVH7),
que é transmitido pela saliva.
Sinais e Sintomas: febre alta entre 3 e 4 dias, coriza, falta de apetite, erupções no
tronco que se expandem na direcção do pescoço e nas extremidades, podendo sumir em
algumas horas ou em até três dias.
Prevenção e Tratamento: ainda não existe uma vacina contra a roséola, portanto a
forma de preveni-la é evitar o contacto do bebé com outras pessoas que estejam doentes
e adoptar bons hábitos de higiene. Caso suspeitem que a criança foi contaminada, é
preciso que os pais a levem para uma avaliação presencial com o pediatra e que sigam
as orientações para amenizar os sintomas e desconfortos.
Escarlatina
A Escarlatina trata-se de uma doença infecto-contagiosa que provoca febre alta, que se inicia
com uma dor de garganta e causa erupções na pele de cor vermelha escarlate daí o
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nome primeiro na cabeça e, depois, com descamaço. Atinge crianças e adolescentes até
os 15 anos de idade.
Varicela (catapora)
A Varicela conhecida também como Catapora é uma doença infecto-contagiosa de fácil
propagação entre as pessoas e atinge, especialmente, crianças com idade abaixo de 10
anos de idade.
Causas: é causada pelo vírus varicela-zóster e é transmitida pelo contacto directo com
outra pessoa doente ainda entre as primeiras 24 e 48 horas antes do surgimento das
lesões na pele, permanecendo de 7 a 9 dias até que as feridas criem crostas (casquinhas),
o contágio se dá por meio de gotículas de saliva (fala, tosse e ou espirros) e por
compartilhamento de objectos.
Caxumba
A caxumba é uma doença viral, que afecta as glândulas parótidas (que produzem a
saliva), localizadas na região da mandíbula, um pouco abaixo das orelhas. É mais
comum em crianças, mas considerado um problema já controlado. A doença pode
atingir outros órgãos e sistemas, causando pancreatite, inflamação de músculos, surdez,
meningite, inflamação dos testículos e dos ovários.
Causas: transmitida por contacto directo com gotículas de saliva e pertences de pessoas
infectadas pelo Paramyxovírus.
Rinite Alérgica
Conhecida como alergia que acomete o nariz, a rinite é uma inflamação das mucosas da
cavidade nasal e tem como causa a reacção excessiva do sistema imunológico às
partículas alérgicas do ar. Se o doente tiver predisposição à asma, possivelmente poderá
desencadear uma crise com falta de ar e cansaço.
Causas: provocada por diversos factores alérgenos. Alguns exemplos frequentes são
poeiras doméstica, bichinhos de pelúcia, odor de livros (especialmente os mais antigos,
com cheiro de guardado), pólen, alguns alimentos, pelos de animais (como gatos e
cachorros), além dos ácaros presentes no colchão e em estofados.
Conjuntivite
A Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva que provoca irritabilidade nos olhos,
coceira, vermelhidão, intolerância á luz, olhos lacrimejantes, visão embaçada ou borrada
e, em alguns casos, dor.
Rubéola
Considerada uma doença benigna, a rubéola acomete geralmente crianças. Em grávidas,
é considerada perigosa por provocar complicações para o desenvolvimento do bebé e
requer mais cuidados.
Sarampo
Extremamente contagiosa, sarampo é uma doença comum na infância com sinais de
febre, tosse persistente, irritação nos olhos e nariz com coriza, seguida (em alguns dias)
de manchas avermelhadas no rosto que prosperam em direcção aos pés, durante em
média 3 dias.
Causas: transmitida pelo Morbilli vírus, passa de pessoa para pessoa por meio de saliva
(tosse, espirros e fala) e secreções nasais.
Asma
A Asma caracteriza-se pela inflamação crónica das vias aéreas. Uma pessoa com asma
tem os pulmões diferentes dos de pessoas saudáveis, especialmente por ter os brônquios
mais sensíveis e com chance de inflamar.
exemplo, por pó, cheiro de perfumes, odor de cigarro, entre outros. Geralmente está
associada a uma propensão genética, ou seja, pais que apresentam quadros de asma
possivelmente podem ter filhos com o mesmo problema ou outros quadros alérgicos.
Sinais e Sintomas: tosse, chiado, cansaço e falta de ar.
Prevenção e Tratamentos: é importante o diagnóstico do pediatra para avaliar o grau
do quadro de asma. Feito isso, o médico indicará o tratamento com broncodilatadores,
anti-inflamatórios ou corticóides, além de outras acções que possam minimizar a
possibilidade de novas crises respiratórias.
Onde:
1
www.infoescola.br.
82
Se estivermos utilizando o cálculo entre duas espécies, podemos saber qual está crescendo mais
rápido que a outra.
Taxa de natalidade: é o número de crianças nascidas, no período de um ano, para cada 1.000
indivíduos na população.
Taxa de mortalidade: é o número de óbitos, no período de um ano, para cada 1.000 indivíduos
na população.
Ambas as taxas determinam o crescimento de uma população. Esse crescimento também pode
ser afectado pela emigração e pela imigração.
O índice de fertilidade é o número médio de descendentes gerados por uma fêmea em seu
período reprodutivo, esse tipo de informação é muito útil em certas populações para indicar
aumento ou diminuição da tendência ao crescimento populacional.
2
Actualmente com o avanço das tecnologias para se preservar e conservar a vida, o crescimento
da população tem se tornado cada vez mais admirável, mostrando números realmente
expressivos.
Mostrado recentemente em estatísticas, a população mundial ultrapassou os sete bilhões de
habitantes, afirmando assim, o grande avanço da medicina e dos centros urbanos para a
preservação da qualidade de vida.
Com um maior aumento no número populacional é preciso utilizar uma maior área superficial
para alocá-los devidamente. Com esse crescimento, o impacto causado na preservação do meio
ambiente foi negativo. O crescimento da população trouxe consigo o aumento do consumo,
exigindo assim, uma maior extracção das matérias-primas e recursos oferecidos da natureza.
A principal relação entre o meio ambiente e o crescimento populacional se dá pelo simples fato
da má utilização dos espaços geográficos para administrar de forma balanceada a população
mundial. Os atuais sistemas económicos pregam a cultura da “maior aquisição de terras”, onde
menos pessoas possuem mais terras.
Um pensamento universal tem se levantado para fazer do meio ambiente um lugar mais bem
cuidado pela humanidade, onde o principal objectivo é reverter o quadro, até então praticado,
mostrando que é possível crescer em população sem reduzir o meio ambiente.
2.2.Desensenvolvimento sustentável
2
www.wikepedia.com
84
Relatório Brundtland
Desenvolvimento económico;
Desenvolvimento social;
Conservação ambiental.
Para isso, são periodizadas as acções em prol de uma sociedade mais justa, igualitária,
consciente de modo a trazer benefícios para todos. Ao mesmo tempo deve se reconhecer que
os recursos naturais são finitos.
Estas são apenas algumas sugestões para que o ser humano consiga estabelecer o equilíbrio
entre o desenvolvimento económico, social e a manutenção do meio ambiente.
Desenvolvimento sustentável é o grande desafio do século XXI e todos podem colaborar para
que possamos atingir este importante objetivo.
Em 2015 foram definidos os objectivos de D:S (ODS). Eles deveram orientar as políticas
nacionais e as actividades de cooperação internacional até 2030.
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas
as idades
Reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000
nascidos vivos.
Acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais
negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças
transmissíveis.
Assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o
planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde
reprodutiva em estratégias e programas nacionais.
Apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para as doenças
transmissíveis e não transmissíveis, que afetam principalmente os países em
desenvolvimento, proporcionar o acesso a medicamentos e vacinas essenciais a preços
acessíveis, de acordo com a Declaração de Doha, que afirma o direito dos países em
desenvolvimento de utilizarem plenamente as disposições do acordo TRIPS sobre
flexibilidades para proteger a saúde pública e, em particular, proporcionar o acesso a
medicamentos para todos.
Objectivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus
impactos
Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às
catástrofes naturais em todos os países.
Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos
nacionais
Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional
sobre mitigação da mudança do clima, adaptação, redução de impacto, e alerta precoce.
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, mares e dos recursos marinhos,
para o desenvolvimento sustentável
Pegada ecológica é um método que avalia os padrões de consumo de uma pessoa, cidade ou
país e a capacidade ecológica de nosso planeta. Isso quer dizer que, analisando a pegada
ecológica, é possível perceber se nosso planeta suporta ou não o estilo de vida que levamos.
Para calcular a pegada ecológica, os pesquisadores analisam os diferentes territórios produtivos
do planeta (pastagens, oceanos e florestas, por exemplo), as formas de consumo, as tecnologias
utilizadas, tamanho populacional, entre outros dados importantes. Somam-se, então, as áreas
necessárias para fornecer os recursos naturais que serão utilizados, as áreas construídas e os
locais necessários para absorver os poluentes gerados pelas acções humanas. O termo pegada
ecológica foi criado na década de 1990 por William Rees e Mathis Wackernagel, que lançaram
3
FONSECA João Moura,2009
93
Com todos os dados, é possível converter o consumo em áreas medidas por hectare. Observa-
se, portanto, que a pegada ecológica verifica a quantidade de área necessária para produzir o
que os seres humanos precisam e para absorver os resíduos gerados.
De uma maneira geral, observa-se que áreas mais industrializadas possuem uma pegada maior,
pois realizam um consumo que vai além daquela região, adquirindo recursos de várias partes
do planeta. Sociedades menos industrializadas e comunidades tradicionais, por exemplo,
apresentam uma menor pegada ecológica.
Água
Embora nosso planeta possua água em abundância, a maior parte está nos oceanos e não pode
ser consumida. Apenas cerca de 2,5% da água disponível é potável e a maior parte está nas
calotas polares, geleiras e no subsolo. O percentual acessível, ou seja, que está nos rios e lagos
do planeta, é de 0,3%, que devem ser distribuídos entre todos os seres vivos terrestres e de água
doce. No entanto, essa pequena porção vem sofrendo perdas significativas por processos
erosivos, pelo uso excessivo e pela contaminação por lançamentos de esgoto não tratado e
resídos tóxicos (principalmente agro-tóxicos).
Biodiversidade
Biodiversidade é o conjunto de formas de vida encontradas em nosso planeta, incluindo plantas,
animais e microrganismos. Seu papel é crucial para que possamos ter boa saúde. A qualidade
da água que bebemos, por exemplo, depende da preservação da cobertura vegetal, que abastece
os lençóis freáticos (de água) subterrâneos e protege as margens dos rios. Formações vegetais
também contribuem para a regulação climática, pelo processo de transpiração realizado pelas
plantas. Muitos medicamentos que consumimos possuem princípios ativos extraídos de uma
grande variedade de organismos. A preservação das propriedades do solo para o plantio de
cultivares agrícolas também depende da conservação da biodiversidade. A maior parte da
fotossíntese do planeta é realizada nos oceanos e, portanto, a preservação de ambientes
marinhos é importante por ser fonte do gás essencial à nossa sobrevivência - o oxigênio. Os
oceanos representam ainda uma importante fonte de alimentos - peixes e frutos do mar.
94
Habitos de consumo
95
Energias limpas
Precisamos exigir de nossos governantes matrizes energéticas limpas e renováveis, que não
emitam gases de efeito estufa e que agridam minimamente o meio ambiente, como a eólica
(energia dos ventos), a eletrovoltaica (energia solar), a biodigestora (queima de gases emitidos
por decomposição de dejetos de animais domésticos, sobra de cultivares agrícolas, esgoto
doméstico) e a maré-motriz (força motriz de marés).
Seja um consumidor responsável. Procure saber se as empresas que produzem os seus produtos
de consumo já foram multadas por crimes ambientais. Atitudes sustentáveis estão ligadas à
reutilização da água, investimento em inovação tecnológica para reduzir consumo energético
e em produtos biodegradáveis. Exerça a cidadania com consciência. Organize-se e use as redes
sociais para cobrar dos políticos e das empresas da sua cidade, do seu estado e do seu país, tudo
o que for necessário para a conservação da biodiversidade, dos recursos hídricos, dos solos,
enfim, para que se alcance, de fato, a grande meta do desenvolvimento sustentável. Utilize
transportes públicos ou organize sistemas de carona. Exija dos órgãos competentes a melhoria
da qualidade dos serviços de ônibus, trens e metrôs. Para curtas distâncias, utilize a bicicleta
ou vá caminhando. É melhor para a sua saúde e para o meio ambiente. (CDSS – COMISSÃO
PARA OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE)
As províncias de Nampula e Zambézia foram as mais afectadas pela malária, o que pode estar
relacionado com o facto de serem províncias costeiras com factores climáticos e
socioeconómicos favoráveis (são as províncias mais populosas). Os achados deste estudo são
consistentes com os dados nacionais, do IDS 2011, que revela as mais elevadas prevalências
nacionais para essas províncias (Zambézia, 55,2% e Nampula, 42,2%).
Do ponto de vista das disparidades geográficas, tendo em conta os meios urbano e rural, o IDS
2011 mostra que enquanto 35% de crianças menores de cinco anos em situação de desnutrição
crónica se encontram no meio urbano (uma percentagem bastante alta), 46% está concentrada
no meio rural. Por outro lado, a desnutrição crónica permanece mais elevada na região Norte
do país, entre 47% e 55%, seguida pela região Centro, com taxas entre 36% e 45%, e,
99
finalmente, pela região Sul, entre 23% e 36%, com os índices mais baixos ao nível do país,
embora considerados ainda muito altos.
Apesar das tendências mostrarem estagnação no Norte, registou-se uma importante redução da
desnutrição na província de Gaza, no Sul do país, de 42.1% em 2003 para 26.8% em 2011,
assim como na província de Sofala no Centro.
3.4 HIV
A prevalência do VIH/Sida em Moçambique subiu de 11,5% para 13,2%, entre 2009 e 2015,
indica o Inquérito divulgado pelo Ministério da Saúde.
Segundo o Ministério da Saúde (2017) As mulheres são o grupo mais atingido pelo VIH/Sida,
com uma taxa de prevalência de 20,5%, sendo 15,4% entre as mulheres das zonas urbanas e
12,6% nas zonas rurais. Entre os homens, a prevalência é de 12,3%, com 10,1% nas cidades, e
8,6% nas áreas rurais. Por províncias, Gaza, sul de Moçambique, apresenta o nível de
prevalência mais elevado, com 24,4%, seguida da província de Maputo, sul, 22,9%, e da cidade
de Maputo, 16,9%. A província de Tete, centro do país, apresenta a taxa mais baixa, com 5,2%,
seguida da província de Niassa, 7,8%, e da província Inhambane, 8,6%.
3.5 Tuberculose
OMS (2017) revela que mundo tem 10,4 milhões de casos de tuberculose
Segundo a OMS (2017) A Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou, o número de casos
de tuberculose no mundo. No ano (2016) passado, mais de 1,6 milhão de pessoas perderam a
vida para a doença. Dos países de língua portuguesa Angola, Brasil e Moçambique estão entre
as 20 nações com o maior número de casos. Fazem parte da lista ainda China, Coreia do Norte,
Nigéria, Paquistão e Rússia, entre outros.
O Brasil também se encontra entre os seis países com altos números de casos de tuberculose e
HIV ao lado do Congo, de Gana, da Guiné-Bissau, da Indonésia e da Libéria. O relatório da
OMS revela que dos 10,4 milhões de notificações, no ano 2016, quase 20% eram devido à
100
subnutrição, 1 milhão por causa do HIV e 1,6 milhão devido à diabetes e ao fumo combinados.
A maioria dos óbitos por tuberculose, 1,3 milhão, ocorre em pacientes que não têm HIV. A
OMS divide os casos de tuberculose em três grupos: o de pacientes que somente têm a doença,
outro de pessoas com HIV e tuberculose e um terceiro sobre a tuberculose resistente a
medicamentos. Dos países de língua portuguesa, Angola e Moçambique integram os três
quadros. Já Guiné-Bissau integra o grupo de pessoas que têm a doença associada ao vírus da
Aids.
A TB é evitável e curável. Desde 2000, cerca de 53 milhões de vidas foram salvas por meio de
diagnóstico e tratamento eficazes. A taxa de sucesso do tratamento para pessoas com
diagnóstico precoce de TB foi estimada em 83% em 2015. O tratamento da TB é barato e
altamente eficaz. Em média, o tratamento pode dar às pessoas que estão na metade de sua idade
produtiva cerca de mais 20 anos de vida. Isso resulta em retornos económicos e de saúde
substanciais. As pessoas que vivem com HIV e não apresentam sintomas de tuberculose devem
começar o tratamento preventivo para TB em áreas com altas taxas de TB. Em 2016, cerca de
1,3 milhão de pessoas vivendo com HIV iniciaram tratamento preventivo para TB, contra 27
mil em 2006.
101
Estima-se que, em 2016, 1 milhão de pessoas morreram por doenças relacionadas ao HIV. O
aumento global da terapia antirretroviral tem sido o principal responsável pelo declínio de 48%
nas mortes relacionadas ao HIV, que tiveram um pico de 1,9 milhão em 2005. No entanto, a
terapia antirretroviral só atingiu 53% das pessoas que vivem com HIV até o fim de 2016.
Em 2017, 151 milhões de crianças com menos de cinco anos (22%) estavam com baixa estatura
para a idade – três quartos delas vivem na Região do Sudeste Asiático ou na Região Africana.
51 milhões de crianças menores de cinco anos (7,5%) estão com peso abaixo do ideal para a
estatura, enquanto 38 milhões de crianças nessa faixa etária (5,6%) estavam com sobrepeso. O
peso abaixo do ideal para a estatura e o sobrepeso podem coexistir em uma população em níveis
considerados de médios a altos – a chamada “dupla carga da má nutrição” –, como observado
na Região do Mediterrâneo Oriental.
303 mil mulheres morreram por complicações na gravidez e no parto em 2015. Quase todas
essas mortes ocorreram em países de baixa e média renda (99%). Reduzir a mortalidade
materna depende crucialmente de garantir que as mulheres tenham acesso a cuidados de
qualidade antes, durante e após o parto.
As taxas de mortalidade entre menores de cinco anos continuaram a melhorar em 2016, caindo
para 41 a cada 1.000 nascidos vivos – em 1990, a estimativa era de 93 a cada 1.000 nascidos
vivos. No entanto, em 2016, morreram por dia 15 mil crianças menores de cinco anos. A
mortalidade neonatal caiu de 37 a cada 1.000 nascidos vivos, em 1990, para 19 a cada 1.000
nascidos vivos em 2016.
Estima-se que haja, anualmente, 12,8 milhões de nascimentos entre meninas adolescentes de
15 a 19 anos. A gravidez precoce pode aumentar os riscos para os recém-nascidos, bem como
para as jovens mães.
102
Pelo menos metade da população mundial não tem cobertura total dos serviços essenciais de
saúde
Em 2016, mais de 1,1 bilhão de pessoas fumaram tabaco – 34% de todos os homens de 15 anos
e mais de 6% de todas as mulheres nessa faixa etária.
4.7. Suicídio
De acordo com a OMS, 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. E para cada caso fatal
há pelo menos outras 20 tentativas fracassadas.
Em todo o mundo, uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos, disse a Organização
Mundial da Saúde ( OMS ) nesta segunda-feira. Um relatório da agência da ONU apontou
ainda que esta foi a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29
anos, após acidentes de trânsito.
A taxa de mortalidade devido a lesões no trânsito foi 2,6 vezes maior em países de baixa renda
(24,1 mortes por 100.000 habitantes) do que em países de alta renda (9,2 mortes por 100.000
habitantes), apesar de haver uma quantidade menor de veículos em países de baixa renda.
Em 2010, estima-se que 808 milhões de pessoas – 11,7% da população mundial – gastaram
pelo menos 10% de seu orçamento familiar pagando pelos serviços de saúde do próprio bolso.
Calcula-se que 97 milhões de pessoas foram levadas à pobreza devido a esses gastos em 2010.
104
No período de 2012 a 2016, em média, havia 11 mil mortes em todo o mundo a cada ano devido
a desastres naturais
Em 2016, estima-se que 180.000 pessoas foram mortas em guerras e conflitos. Isso não inclui
as taxas de mortalidade para os efeitos indiretos da guerra e do conflito, como a disseminação
de doenças, má nutrição e colapso dos serviços de saúde. A taxa de mortalidade global devido
aos conflitos nos últimos cinco anos (2012-2016) – com 2,5 mortes por 100.000 habitantes –
foi mais do que o dobro da taxa média no período de cinco anos antes (2007-2011).
Houve uma estimativa de 477.000 assassinatos, com quatro quintos de todas as vítimas de
homicídio do sexo masculino. Os homens da Região das Américas foram os mais afetados
(31,8 por cada 100.000 habitantes).
Em 2016, a poluição do ar exterior nas cidades e áreas rurais causou cerca de 4,2 milhões de
mortes em todo o mundo. Estima-se que 9 em cada 10 pessoas no mundo respirem ar poluído.
No mesmo ano, a poluição do ar interior e exterior causou cerca de 7 milhões de mortes – uma
em cada oito mortes no mundo. Água não potável, saneamento e falta de higiene foram
responsáveis por cerca de 870.000 mortes em 2016.
Em 2019, a poluição do ar é considerada pela OMS como o maior risco ambiental para a saúde.
Poluentes microscópicos podem penetrar nos sistemas respiratório e circulatório de uma
pessoa, danificando seus pulmões, coração e cérebro. Isso resulta na morte prematura de 7
milhões de pessoas todos os anos, devido a enfermidades como câncer, acidente vascular
cerebral e doenças cardiovasculares e pulmonares. Cerca de 90% dessas mortes ocorrem em
países de baixa e média renda, com altos volumes de emissões da indústria, dos transportes e
da agricultura, além do cozimento por meio de combustíveis ou tecnologias poluentes em
ambientes interiores.
Em outubro de 2018, a OMS realizou sua primeira Conferência Global sobre Poluição do Ar e
Saúde, em Genebra. Países e organizações firmaram mais de 70 compromissos para melhorar
a qualidade do ar. Neste ano, a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas ocorrerá
em setembro e tem como objetivo fortalecer a ação climática e seus esforços em todo o mundo.
105
Mesmo que todos os compromissos assumidos pelos países junto ao Acordo de Paris sejam
alcançados, o mundo ainda está em vias de se aquecer por mais de 3°C até o final deste século.