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Ações e Segurança das Estruturas – Anotações de Aula Prof. Eng.

Civil Rubens Matheus Fagundes

2.5 MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES (M.E.L.)

O método dos estados limites é chamado de semiprobabilístico, pois é um processo


simplificado de verificação da segurança, já que uma análise probabilística completa usando
um método probabilístico puro seria muito complicada, até mesmo impossível, nos casos reais
de projeto.
O método dos estados limites é o método que está se impondo nas novas normas de projeto
e dimensionamento de estruturas, pois introduz características que permitem melhorar o
tratamento da segurança estrutural.
O conceito de dimensionamento nos estados limites foi desenvolvido na Rússia, no período
de 1947 a 1949, aprovado em 1955, e introduzido na Engenharia Civil em 1958. Constitui,
portanto, na primeira tentativa de disciplinar todos os aspectos da análise de estruturas,
incluindo a especificação de ações e a análise de segurança.
Este método se baseia em definir um limite acima do qual um elemento da estrutura não
poderá mais ser utilizado, caracterizando um limite de serviço (utilização), ou acima do qual
poderá entrar em colapso, caracterizando um limite último.
Portanto, quando um elemento da estrutura torna-se inadequado para o uso ou quando uma
estrutura deixa de atender a uma das finalidades para a qual foi construída, diz-se que ela atingiu
um estado limite.
Os ESTADOS LIMITES a partir dos quais a estrutura apresenta desempenho inadequado
às finalidades de construção são classificados em:

 Estados Limites Últimos (E.L.U.), e


 Estados Limites de Serviço (E.L.S.)

Segundo as prescrições da norma NBR 8681:2003, “Ações e Segurança nas Estruturas –


Procedimentos”.
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ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS (E.L.U.)

Os E.L.U. são aqueles que, pela simples ocorrência, correspondem ao esgotamento da


capacidade portante da estrutura, determinando a paralisação, ou no todo ou em parte, do uso
da construção.
Os estados limites últimos estão relacionados ao colapso da estrutura ou parte dela.
Devem ter uma probabilidade de ocorrência muito pequena, pois têm como consequência a
perda de propriedades (edificações) e até mesmo de vidas humanas.
Os estados limites últimos podem ser originados por um ou vários dos seguintes
fenômenos (NBR 8681:2003):
a) perda de equilíbrio, global ou parcial, da estrutura;
b) ruptura dos materiais;
c) transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático;
d) instabilidade por deformação;
e) instabilidade dinâmica.

ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO (E.L.S.)

Os E.L.S. estão relacionados à interrupção do uso normal da estrutura e à deterioração


da mesma.
Os estados limites de serviço correspondem às exigências funcionais e de durabilidade
da estrutura. Podem ser originados por um ou mais dos seguintes fenômenos (NBR 8681:2003):

a) danos ligeiros ou localizados, que comprometam o aspecto estético da construção ou


a durabilidade da estrutura;
b) deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou seu aspecto
estético;
c) vibração excessiva ou desconfortável.

Para esses estados limites uma probabilidade de ocorrência maior poderá ser tolerada
pelo fato de não representarem situações tão perigosas como nos estados limites últimos.
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OBS.:
O dimensionamento pelo método dos estados limites é um processo de três etapas:

1ª) Identificação de todos os estados limites, ou seja, os modos de colapso e as maneiras


pelas quais a estrutura deixaria de preencher os requisitos para os quais foi projetada;
2ª) Determinação de níveis aceitáveis de segurança contra a ocorrência de cada estado
limite;
3ª) A consideração, pelo calculista da estrutura, dos estados limites significativos.

A 2ª etapa é baseada em métodos probabilísticos, que levam em consideração a


variabilidade das ações e das resistências. No entanto, no projeto de uma estrutura o calculista
não lida diretamente com probabilidades.

CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO:

As solicitações nominais (Sn) e as resistências nominais (Rn) são valores característicos


obtidos de curvas estatísticas (f.d.p.). Em geral, são valores característicos superiores e
inferiores, correspondentes aos quantis de 95% e de 5% da f.d.p., respectivamente.

Por exemplo, a NBR 6118:2003 (item 12.2) define: “os valores característicos das
resistências (Rk) são os que, num lote de material, têm uma determinada probabilidade de serem
ultrapassados, no sentido desfavorável para a segurança. Usualmente, é de interesse a
resistência característica inferior (Rk inf), cujo valor é menor que a resistência média (Rm). Para
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os efeitos dessa norma, a Rk inf é admitida como sendo o valor que tem apenas 5% de
probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado lote de material.”

fck = fcj − 1,65 . DP = fcj − 1,65 . fcj . CV


fck = fcj (1 − 1,65 . CV)

Onde: fck é a resistência característica à compressão do concreto;


fcj é o valor médio da resistência à compressão dos corpos de prova de concreto
ensaiados;
DP é o desvio padrão (Standard Deviation) da resistência à compressão dos
corpos de prova de concreto ensaiados;
CV = DP / fcj é o coeficiente de variação da resistência à compressão dos corpos
de prova de concreto ensaiados.

Para cobrir as incertezas existentes no cálculo estrutural, os valores nominais (ou


característicos) das resistências (Rk) e das solicitações (Sk) são transformados em valores de
cálculo (ou de projeto) das resistências (Rd) e das solicitações (Sd), através da aplicação de
coeficientes de ponderação, os quais usualmente minoram as resistências e majoram as ações e
seus efeitos (solicitações).
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COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO

𝛾𝑓 = coeficiente de majoração das ações e seus efeitos (solicitações):


S d = γf . S k → γf > 1
sendo:
Sd a solicitação de projeto (design) ou de cálculo
γr ou γm = coeficiente de minoração das resistências:
R d = R k / γ m → γm > 1
Rd a resistência de projeto (design) ou de cálculo

As condições de segurança da estrutura como um todo, com referência aos estados


limites, segundo a NBR 8681:2003 são expressas por:
f(Sd , R d ) > 0 →Função de estado limite (F.E.L. ou L.S.F em inglês).

Quando f(Sd , Rd) = 0 → significa que um determinado estado limite é alcançado.


Quando f(Sd , Rd) < 0 → significa que um determinado estado limite é ultrapassado.

Quando a segurança é verificada isoladamente, em relação a cada um dos esforços


atuantes, a condição de segurança pode ser simplificada, ficando:

Sd ≤ Rd

Os coeficientes de ponderação γf e γm ilustrados na figura a seguir são determinados


por considerações probabilísticas para cada tipo de estado limite, geralmente como produtos de
coeficientes parciais de segurança, os quais têm por objetivo quantificar separadamente as
várias causas de incerteza, umas quantificáveis probabilisticamente e outras dependendo de
opções subjetivas.
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O fator γf para as ações e seus efeitos (solicitações) é geralmente considerado como o


produto de três fatores (válido para os E.L.U.):

γf = γf1 . γf2 . γf3

γf1 → leva em conta a possibilidade de ocorrência de ações, que se afastem do valor


característico.
γf2 → FATOR DE COMBINAÇÃO → leva em conta a probabilidade reduzida de
várias ações diferentes, atuando simultaneamente na estrutura, atingirem seus valores
característicos ao mesmo tempo. Este fator usualmente é identificado como ψ0.
γf3 → leva em conta a imprecisão na determinação dos efeitos das ações (incerteza de
modelo) e o efeito nas solicitações da variação das dimensões da estrutura entre o projeto e a
execução.

Para a quantificação dos γfi e para o estabelecimento das regras de combinação de ações,
será apresentada a seguir a classificação das ações.
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3 CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES

Como definido anteriormente, ações são todas as causas externas capazes de produzir
reações, esforços internos, deslocamentos e deformações na estrutura. As ações são
classificadas, segundo a sua variabilidade no tempo, em:

 Ações permanentes (G);


 Ações variáveis (Q);
 Ações excepcionais (E).

3.1 Ações permanentes (G)

As ações são consideradas permanentes quando sua variação no tempo é desprezável, ou


seja, tais ações ocorrem com valores constantes ou com pequena variação em torno das suas
médias, durante toda a vida da construção, como por exemplo:

 Peso próprio da estrutura;


 Peso próprio de todos os elementos construtivos permanentes (paredesinternas e
externas, pisos, contrapisos, revestimentos, cobertura, etc.);
 Peso próprio de equipamentos fixos;
 Empuxos devido ao peso próprio de terras não removíveis, etc.

As ações permanentes podem ser diretas ou indiretas. Fazem parte das ações
permanentes diretas os exemplos citados acima. Devem ser consideradas como ações
permanentes indiretas: a protensão (concreto protendido), os recalques de apoio e a retração
dos materiais, como no caso do concreto.
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3.2 Ações variáveis (Q)

São ações cujos valores apresentam variações significativas em torno das suas médias,
durante a vida útil da construção, como por exemplo:

 Sobrecarga de utilização ou carga acidental (pessoas, móveis, etc.);


 Forças de frenagem (veículos em pontes rodoviárias e cargas em pontesrolantes);
 Forças de impacto;
 Ação do vento;
 Variações de temperatura;
 Pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas.

Em função da probabilidade de ocorrência ao longo da vida útil da construção, as ações


variáveis são classificadas em:

 Ações variáveis normais possuem uma probabilidade de ocorrência suficientemente


grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das estruturas de um
dado tipo de construção, como por exemplo, em edificações: a sobrecarga de utilização
da construção e a ação do vento;
 Ações variáveis especiais possuem uma baixa probabilidade de ocorrência e devem
ser incluídas em estruturas que exijam a consideração de determinadas ações especiais,
como as ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou intensidade especiais.

Casos práticos para as ações variáveis normais e especiais:

 Em edifícios habitacionais:

o Sobrecarga de utilização da construção, como por exemplo: pessoas, objetos,


móveis, etc. (cargas acidentais);

o Ação do vento.
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 Em edifícios industriais e comerciais:

o Sobrecarga de utilização, como por exemplo: pessoas, móveis, equipamentos,


etc. (cargas acidentais);
o Ação do vento.

 Em pontes e passarelas:
o Sobrecarga de utilização: pessoas e veículos (cargas acidentais);
o Ação do vento.

 Em barragens e centrais nucleares:


Devem ser considerados os efeitos sísmicos, além das ações variáveis normais como:
pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas, ação do vento e sobrecarga de utilização (cargas
acidentais).

3.3 Ações excepcionais (E)

São ações que ocorrem durante um tempo muito pequeno, comparado à vida da construção,
e são decorrentes de causas como:

 Explosões;
 Choques de veículos e aeronaves;
 Incêndios;
 Sismos e tornados (ventos) excepcionais.
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4 VALORES REPRESENTATIVOS DAS AÇÕES

Tendo em vista as diferentes ações que podem ser levadas em conta no projeto de uma
estrutura, o índice “f” do coeficiente γf pode ser alterado para identificar a ação considerada,
da seguinte forma:

γg → Coeficiente para ações permanentes;


γq → Coeficiente para as ações variáveis;
γp → Coeficiente para protensão (em estruturas de concreto protendido);
γε → Coeficiente para os efeitos de deformações impostas (recalques denapoio), as quais
são ações permanentes indiretas.

Os valores representativos das ações podem ser:

Para os Estados Limites Últimos (E.L.U.):

 Valores característicos;
 Valores característicos nominais;
 Valores reduzidos de combinação;
 Valores convencionais excepcionais.

Para os Estados Limites de Serviço (E.L.S.):

 Valores reduzidos de serviço;


 Valores raros de serviço.
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VALORES REPRESENTATIVOS DAS AÇÕES PARA OS E.L.U.:

4.1 Valores característicos

Os valores característicos das ações (Fk) são definidos em função da variabilidade de suas
intensidades.

 Valores característicos para ações variáveis:

Correspondem a valores que têm 25% a 35% de probabilidade de serem ultrapassados


no sentido desfavorável, durante um período de 50 anos.
Ações variáveis que produzem efeitos favoráveis não são consideradas como atuantes
na estrutura.

 Valores característicos para ações permanentes:

De acordo com a filosofia do Método dos Estados Limites, para ações permanentes que
produzam efeitos desfavoráveis na estrutura devem ser adotados os valores característicos
superiores, correspondes ao quantil de 95% da respectiva f.d.p., enquanto que para as ações
permanentes que produzam efeitos favoráveis na estrutura, o valor característico corresponde
ao quantil de 5% da distribuição de probabilidade (valor característico inferior) deve ser
utilizado. No entanto, na prática, os valores das ações permanentes usualmente são valores
médios.
Os valores característicos das ações permanentes correspondem à variabilidade
existente num conjunto de estruturas análogas.
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4.2 Valores característicos nominais

Para as ações que não tenham a sua variabilidade adequadamente expressa por uma f.d.p.,
os valores característicos Fk são substituídos por valores característicos nominais,
convenientemente escolhidos.

4.3 Valores reduzidos de combinação

São determinados a partir dos valores característicos pela expressão ω0 . Fk e são


empregados nos E.L.U., quando existirem ações variáveis de diferentes naturezas. Levam em
conta que é muito baixa a probabilidade de ocorrência simultânea dos valores característicos de
duas ou mais ações variáveis de naturezas diferentes.
Ao invés de serem adotados diferentes valores de ω0 , em função das ações que vão atuar
simultaneamente, por simplicidade, admite-se um único valor ω0 para cada ação a ser
considerada no projeto.
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4.4 Valores convencionais excepcionais

São valores arbitrados para as ações excepcionais, estabelecidos por consenso entre o
proprietário da construção e as autoridades competentes.

VALORES REPRESENTATIVOS DAS AÇÕES PARA OS E.L.S.:

4.5 Valores reduzidos de serviço

São determinados a partir dos valores característicos pelas expressões ω1 . Fk e ω2 . Fk e


são empregados nos E.L S., quando existirem ações que se repetem muitas vezes (ω1 . Fk) e
ações de longa duração (ω2 . Fk).

Os valores reduzidos de serviço são designados por:

ω1 . Fk → Valores frequentes;
ω2 . Fk → Valores quase-permanentes das ações variáveis.

4.6 Valores raros de serviço

Quantificam as ações que podem acarretar E.L.S., mesmo que atuem com duração muito
curta sobre a estrutura.

5 VALORES DE CÁLCULO OU DE PROJETO DAS AÇÕES

Os valores de cálculo das ações (Fd) são obtidos a partir dos valores representativos,
multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação γf . De uma maneira geral, pode-
se expressar os valores de cálculo das ações por:
Fd = γf . Fk

A verificação da segurança em relação aos E.L.U. é feita em função das combinações


últimas de ações e, em relação aos E.L.S., é feita em função das combinações de serviço das
ações, como será estudado a seguir.
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6 TIPOS DE CARREGAMENTOS

De acordo com a ABNT NBR 8681 (2003), os tipos de carregamentos que podem ocorrer
durante a vida útil de uma construção são:

 Carregamento Normal;
 Carregamento Especial;
 Carregamento Excepcional;
 Carregamento de Construção (em casos particulares).

6.1 Carregamento normal

Decorre do uso previsto para a construção. Sempre deve ser considerado no


dimensionamento de uma estrutura, isto é, na verificação da segurança, tanto em relação aos
E.L.U. quanto em relação aos E.L.S.

6.2 Carregamento especial

Decorre da atuação de ações variáveis de natureza ou intensidades especiais, cujos efeitos


superam em intensidade os efeitos produzidos pelas ações consideradas no carregamento
normal.
Os carregamentos especiais têm duração muito pequena comparada à vida útil da estrutura
e são, em geral, considerados apenas na verificação da segurança em relação aos E.L.U.
A cada carregamento especial, corresponde uma única combinação última especial de
ações.

6.3 Carregamento excepcional

Decorre da atuação de ações excepcionais que podem provocar efeitos catastróficos, e


somente devem ser considerados no projeto de estruturas de determinados tipos de construção,
para os quais a ocorrência de ações excepcionais não possa ser desprezada.
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O carregamento excepcional é transitório, tem duração extremamente curta e é considerado


apenas na verificação da segurança em relação aos E.L.U., por meio de uma única combinação
última excepcional de ações.

6.4 Carregamento de construção

É considerado apenas nas estruturas em que haja risco de ocorrência de estados limites
durante a fase da construção. É transitório e sua duração deve ser definida em cada caso
particular.
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7 CRITÉRIOS PARA COMBINAÇÕES DAS AÇÕES

A verificação da segurança, em relação aos estados limites possíveis, para cada tipo de
carregamento deve considerar todas as combinações de ações que possam acarretar os efeitos
mais desfavoráveis na estrutura. Nestas verificações, as ações permanentes são consideradas
em sua totalidade. Das ações variáveis são consideradas apenas as parcelas que produzem
efeitos desfavoráveis para a segurança.
As ações incluídas em cada uma destas combinações devem ser consideradas com seus
valores representativos, multiplicados pelos respectivos coeficientes de ponderação das ações,
devendo ser considerados os seguintes critérios:

 Para as ações permanentes: As ações permanentes devem sempre figurar em


todas as combinações de ações estabelecidas;

 Para as ações variáveis nas combinações últimas normais: Em cada combinação


última normal, uma das ações variáveis é considerada como a principal, admitindo
que ela atue com seu valor característico Fk. As demais ações variáveis são
consideradas como secundárias, admitindo-se que elas atuem com seus valores
reduzidos de combinação ω2 . Fk
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8 COMBINAÇÕES DE AÇÕES

Com base nos diferentes tipos de ações e de carregamentos mencionados nos itens
anteriores, agora são apresentadas as equações que permitem determinar as ações de cálculo
(ou de projeto) Fd em função das combinações de ações nominais (ou características) FG,k, FQ,k
e FQ,exc, de acordo com a ABNT NBR 8681 (2003). Os valores dos coeficientes de ponderação,
fatores de combinação e fatores de redução serão apresentados no item seguinte.
A verificação da segurança em relação aos E.L.U. é feita em função das combinações
últimas de ações e, em relação aos E.L.S., em função das combinações de serviço das ações.

As combinações últimas são divididas em:

 Combinações últimas normais;


 Combinações últimas especiais ou de construção;
 Combinações últimas excepcionais.

As combinações de serviço são divididas em:

 Combinações quase-permanentes de serviço;


 Combinações frequentes de serviço;
 Combinações raras de serviço.

COMBINAÇÕES ÚLTIMAS DAS AÇÕES:

8.1 Combinações últimas normais

As combinações últimas normais são dadas por:

m n

Fd = γg ∑ FGi,k + γq [FQ1,k + ∑ 0j FQj,K ]


i=1 j=2

ou
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m n

Fd = ∑ γgi FGi,k + γq1 FQ1,k + ∑ γqj 0j FQj,K


i=1 j=2

Onde:

γg é o coeficiente de ponderação das ações permanentes (consideradas


conjuntamente);

γgi é o coeficiente de ponderação de cada uma das ações permanentes (consideradas


separadamente);

FGi,k é o valor característico de cada uma das ações permanentes;

γq é o coeficiente de ponderação das ações variáveis (consideradas conjuntamente);

γq1 é o coeficiente de ponderação da ação variável considerada como ação principal


para a combinação, quando as ações variáveis são consideradas separadamente;

γqj é o coeficiente de ponderação de cada uma das demais ações variáveis, quando as
ações variáveis são consideradas separadamente;

FQ1,k é o valor característico da ação variável considerada como ação variável principal
para a combinação;

0j FQj,Ké o valor reduzido de combinação de cada uma das demais ações variáveis;

0j é o fator de combinação de cada uma das demais ações variáveis que podem agir
concomitantemente com a ação principal FQ1;

FQ1,k é o valor característico de cada uma das demais ações variáveis.

Na maioria dos casos práticos devem ser consideradas duas combinações: numa delas,
admite-se que a ações permanentes sejam desfavoráveis e na outra que sejam favoráveis à
segurança.

8.2 Combinações últimas especiais ou de construção

As combinações últimas especiais ou de construção são dadas por:


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m n

Fd = γg ∑ FGi,k + γq [FQ1,k + ∑ 0j,ef FQj,K ]


i=1 j=2

ou
m n

Fd = ∑ γgi FGi,k + γq1 FQ1,k + ∑ γqj 0j,ef FQj,K


i=1 j=2

Onde:

γg é o coeficiente de ponderação das ações permanentes (consideradas


conjuntamente);

γgi é o coeficiente de ponderação de cada uma das ações permanentes (consideradas


separadamente);

FGi,k é o valor característico de cada uma das ações permanentes;

γq é o coeficiente de ponderação das ações variáveis (consideradas conjuntamente);

γq1 é o coeficiente de ponderação da ação variável considerada como ação principal


para a combinação, quando as ações variáveis são consideradas separadamente;

γqj é o coeficiente de ponderação de cada uma das demais ações variáveis, quando
as ações variáveis são consideradas separadamente;

FQ1,k é o valor característico da ação variável considerada como ação variável principal
para a combinação;

0j,ef FQj,Ké o valor reduzido de combinação de cada uma das demais ações variáveis;

é o fator de combinação efetivo de cada uma das demais ações variáveis que
0j,ef podem agir concomitantemente com a ação principal FQ1, durante a situação
transitória;

FQ1,k é o valor característico de cada uma das demais ações variáveis.

O fator de combinação efetivo 0j,ef é igual ao fator de combinação 0j adotado nas

combinações normais, salvo quando a ação principal FQ1 tiver um tempo de atuação muito
pequeno, caso em que 0j,ef pode ser tomado com o correspondente 2j .
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8.3 Combinações últimas excepcionais

As combinações últimas excepcionais são dadas por:

m n

Fd = γg ∑ FGi,k + FQexc + γq ∑ 0j,ef FQj,K


i=1 j=1

ou
m n

Fd = γg ∑ γgi FGi,k + FQexc + γq ∑ 0j,ef FQj,K


i=1 j=1

onde:

γg é o coeficiente de ponderação das ações permanentes (consideradas


conjuntamente);

γgi é o coeficiente de ponderação de cada uma das ações permanentes (consideradas


separadamente);

FGi,k é o valor característico de cada uma das ações permanentes;

FQexc o valor da ação transitória excepcional;

γq é o coeficiente de ponderação das ações variáveis (consideradas


conjuntamente);

γqj é o coeficiente de ponderação de cada uma das demais ações variáveis, quando
as ações variáveis são consideradas separadamente;

FQ1,k é o valor característico da ação variável considerada como ação variável


principal para a combinação;

0j,ef FQj,K é o valor reduzido de combinação de cada uma das demais ações variáveis;

é o fator de combinação efetivo de cada uma das demais ações variáveis que
0j,ef podem agir concomitantemente com a ação principal FQ1, durante a situação
transitória;

FQ1,k é o valor característico de cada uma das demais ações variáveis.


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COMBINAÇÕES DE SERVIÇO DAS AÇÕES

Nas combinações de serviço são consideradas todas as ações permanentes, inclusive as


deformações impostas permanentes, e as ações variáveis correspondentes a cada um dos tipos
de combinações.

8.4 Combinações quase-permanentes de serviço

Nas combinações quase-permanentes de serviço, todas as ações variáveis são consideradas


com seus valores quase-permanentes 2 FQj,K :

m n

Fd,serv = ∑ FGi,k + ∑ 2 FQj,K


i=1 j=1

Onde:

FGi,k é o valor característico de cada uma das ações permanentes;


2 FQj,K são os valores quase-permanentes das ações variáveis;
2 é o fator de redução de cada uma das ações variáveis;
FQj,K é o valor característico de cada uma das ações variáveis.

8.5 Combinações frequentes de serviço

Nas combinações frequentes de serviço, a ação variável principal FQ1 é tomada com seu
valor frequente 1 FQ1,K e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores quase-
permanentes 2 FQ1,K:

m n

Fd,serv = ∑ FGi,k + 1 FQ1,K ∑ 2 FQj,K


i=1 j=2

Onde:
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FGi,k é o valor característico de cada uma das ações permanentes;


1 FQ1,K valor frequente da ação variável principal;
1 é o fator de redução da ação variável principal;
FQ1,K é o valor característico da ação variável principal;
2 FQj,K são os valores quase-permanentes das demais ações variáveis;
2 é o fator de redução de cada uma das demais ações variáveis;
FQj,K é o valor característico de cada uma das demais ações variáveis.

8.6 Combinações raras de serviço

Nas combinações raras de serviço, a ação variável principal FQ1 é tomada com seu valor
característico FQ1,k e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores
frequentes 1 FQ1,K :
m n

Fd,serv = ∑ FGi,k + FQ1,K + ∑ 1j FQj,K


i=1 j=2

Onde:
FGi,k é o valor característico de cada uma das ações permanentes;
FQ1,K é o valor característico da ação variável principal;
1j FQj,K são os valores frequentes das demais ações variáveis;

1j é o fator de redução de cada uma das demais ações variáveis;

FQj,K é o valor característico de cada uma das demais ações variáveis.


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CONSIDERAÇÕES:

1ª) Se a estrutura tem comportamento LINEAR:

Os efeitos das ações (solicitações) podem ser superpostos, assim as solicitações de


cálculo (ou de projeto) podem ser determinadas por:

𝑆𝑑 = ∑𝑚
𝑗−1(𝛾𝑗 𝑆𝑛 𝑗 ) no qual Sn j = f (An j )

ou

Sd = f[∑m
j=1(γj An j )]

Onde:

são as solicitações de cálculo, isto é, após a aplicação dos coeficientes de ponderação


Sd
ou de combinação, para cada uma das combinações de ações;

𝛾𝑗 é o coeficiente de ponderação de cada uma das ações (f), que pode ser g ou q;

𝑆𝑛 𝑗 são as solicitações nominais, isto é, antes da aplicação dos coeficientes de ponderação;

são ações nominais (antes da aplicação dos coeficientes de ponderação), as quais


An j
podem ser: permanentes (G), variáveis (Q) ou excepcionais (E).

Então:
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2ª) Se a estrutura apresenta um comportamento NÃO-LINEAR:

Os efeitos das ações (solicitações) não podem ser superpostos, portanto, as solicitações
de cálculo (ou de projeto) devem ser determinadas apenas por:

Sd = f[∑m
j=1(γj An j )]

Onde:

Sd são as solicitações de cálculo (ou de projeto), isto é, após a aplicação dos coeficientes
de ponderação, dos fatores de combinação e de redução, para cada uma das
combinações de ações;

γj é o coeficiente de ponderação de cada uma das ações (f), que pode ser g ou q;

An j são ações nominais (antes da aplicação dos coeficientes de ponderação), as quais


podem ser: permanentes (G), variáveis (Q) ou excepcionais (E).

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