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07 - A-Alfabetizacao Midiática e Informacional

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ARTIGO/DOSSIÊ

A ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA
E INFORMACIONAL:
PERSPECTIVAS PARA A ÁREA
DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
APONTADAS PELO DOCUMENTO
CURRICULAR DO
TERRITÓRIO MARANHENSE
Premma Hary Mendes Silva
Thaliana Cruz Dantas
Renata Araujo Lemos
Mariana Guelero do Valle

Premma Hary Mendes Silva


Doutoranda em Ensino, Programa de Pós-graduação
em Ensino – RENOEN, Ensino, Ensino de Ciências, pela
Universidade Estadual do Maranhão.
Mestre em Ensino de Ciências, Ensino, Ensino de Ciências,
pela Universidade Federal do Maranhão, em 2019.
Membro do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e
Biologia (GPECBio/UFMA).
Membro do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências,
Saúde e Sexualidade (GP-ENCEX/UEMA).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2178456938824494.
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-7913-7840.
E-mail: premmahary10@gmail.com.

Thaliana Cruz Dantas


Mestre em Gestão de Ensino da Educação Básica,
Ciências Humanas, Educação, pela Universidade Federal
do Maranhão, em 2020.
ARTIGO/DOSSIÊ

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Membro do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e
Biologia (GPECBio/UFMA).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5570194136422634.
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-0277-3421.
E-mail: thalyanacdantas@gmail.com.

Renata Araujo Lemos


Mestre em Ensino de Ciências, Ensino, Ensino de Ciências,
pela Universidade Federal do Maranhão, 2018.
Membro do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e
Biologia (GPECBio/UFMA).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5454770509929639.
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-4352-4851.
E-mail: lemos.araujore@gmail.com.

Mariana Guelero do Valle


Doutora em Educação, Ciências Humanas, Educação,
Faculdade de Educação, pela Universidade de São Paulo,
2014.
Líder do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e
Biologia (GPECBio/UFMA).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8516501386841758.
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-5203-370X.
E-mail: mariana.valle@ufma.br.

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


Resumo: O conceito de alfabetização é abrangente. Ao
que compete ao entendimento e utilização de mídias e
informações, a Alfabetização Midiática e Informacional
(AMI) nos leva a refletir sobre a função das mídias em nossa
vida pessoal e social. A proposição desse conceito alerta
para a necessidade de sua inclusão nos currículos das
esferas governamentais, inclusive dentro dos ambientes
escolares. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa
consiste em analisar as competências e habilidades em
Alfabetização Midiática e Informacional para a área de
Ciências da Natureza do Ensino Fundamental presentes
no Documento Curricular do Território Maranhense
(DCTMA). Nossas análises foram construídas a partir da
CADERNO SEMINAL 50

perspectiva da pesquisa documental. Verificamos que

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não são diretamente expressos na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e no DCTMA, temas relacionados à
Alfabetização Midiática e Informacional, de modo que
não podem ser identificados no documento. No entanto,
enfatizamos a urgência em discutir temas relacionados
aos usos das mídias e a necessidade de que estejam
previstos nos currículos oficiais.
Palavras-chave: Alfabetização Midiática e Informacional.
BNCC. Ensino de Ciências. DCTMA. Currículo. Maranhão.

Abstract: The concept of literacy is all-encompassing.


When it comes to understanding and using media and
information, Media and Information Literacy leads us to
reflect on the role of media in our personal and social
lives. The proposition of this concept alerts to the need
for its inclusion in the curricula of the governmental
spheres, including within school environments. Thus, the
objective of this research is to analyze the competencies
and skills in Media and Information Literacy for the area
of Natural Sciences of Elementary Education present in
the Curricular Document of the Territory of Maranhão
(DCTMA). Our analyses were constructed from the
perspective of documentary research. We found
that they are not directly expressed in the National
Common Curriculum Base (BNCC) and in the DCTMA,

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


themes related to Media and Information Literacy can
be identified in the document. However, we emphasize
the urgency of discussing issues related to the use of
the media and the need for them to be provided for in
official curricula.
Keywords: Media and Information Literacy. BNCC.
Science Teaching. DCTMA. Curriculum. Maranhão.

Introdução
Na obra “Alfabetização: Leitura do mundo, leitura da palavra” é
possível perceber como Paulo Freire concebe que a alfabetização é
CADERNO SEMINAL 50

vinculada a um contexto social e não apenas ao sentido estrito da

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palavra, como a aquisição de habilidades de leitura e de escrita de
palavras. A perspectiva de alfabetização defendida por Freire –
uma alfabetização crítica e emancipadora – nas palavras do autor,
“transcende a uma concepção mecânica e estrita do ato de ler”
(FREIRE; MACEDO, 2015, p. 90).
A alfabetização, para Paulo Freire, é parte de um processo em
que o educando compreende de forma crítica a natureza de sua
experiência no mundo. Para Freire, ser capaz de refletir sobre a
própria experiência é ler o mundo – o aspecto mais complexo da
alfabetização (FREIRE; MACEDO, 2015).
Percebemos a expansão do conceito de alfabetização de
forma que podemos compreender vários aspectos da vida social,
incorporando ideias complexas, a fim de atender às necessidades
reflexivas sobre várias áreas do conhecimento. Nesse contexto,
surgem variações como: Alfabetização Científica, Alfabetização
Tecnológica, Alfabetização Digital, Alfabetização Televisiva,
Alfabetização em Notícias, entre outros. O Guia da Educação

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


Midiática, desenvolvido pelo Instituto Palavra Aberta, é um convite
à reflexão sobre a importância e a demanda de se trabalhar
habilidades relacionadas ao uso das mídias com crianças e jovens
em idade escolar. O guia traz uma referência à fala de Renee Hobbs
– educadora americana que trabalha no campo da educação para
a mídia – em que destaca que “O conceito de alfabetização está se
expandindo como resultado das mudanças na mídia, na tecnologia
e na natureza do conhecimento” (HOBBS apud FERRARI; MACHADO;
OCHS, 2020, p. 14).
Segundo o Marco de Avaliação Global da Alfabetização Midiática
CADERNO SEMINAL 50

e Informacional elaborado pela UNESCO (2016, p. 25),

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[...] a alfabetização deve se tornar mais situacional,
pluralista e dinâmica. É necessária uma abordagem
teórica e conceitual mais holística, chamando atenção
para os contextos sociais, culturais, tecnológicos,
econômicos e políticos e como eles moldam as formas
de as pessoas adquirirem e usarem as competências
da alfabetização.

Dentre os conceitos sobre alfabetização na perspectiva do


desenvolvimento de novas habilidades temos a concepção da
Alfabetização Midiática e de Alfabetização Informacional que, a
princípio, compreendem duas áreas de estudo com características
específicas (SOUZA; VALLE, 2021).
A Alfabetização Midiática, conforme a UNESCO (2013, p. 18):
[...] enfatiza a capacidade de compreender as
funções da mídia, de avaliar como essas funções são
desempenhadas e de engajar-se racionalmente junto
às mídias com vistas à autoexpressão.

Por sua vez, a Alfabetização Informacional é definida como:


[...] um conjunto de competências individuais

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


necessárias para identificação, avaliação e uso das
informações da maneira mais ética, eficiente e eficaz
possível ao longo de todas as áreas, ocupações e
profissões (UNESCO, 2013, p. 139).

Em 2013, a UNESCO lançou a publicação “Alfabetização Midiática e


Informacional: currículo para formação de professores”. A publicação
amplia a compreensão sobre a alfabetização, incluindo aspectos
relacionados às mídias e outros provedores de informações. Segundo
Spinelli (2021, p. 134),
O currículo de AMI proposto pelo manual da UNESCO
(2013) reúne conceitos de alfabetização midiática e
CADERNO SEMINAL 50

informacional, para propor uma abordagem holística


para a educação necessária à vida e ao trabalho.

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Dessa forma, o documento da UNESCO (2013, p. 51) propõe
a integração desses conceitos. A Alfabetização Midiática e
Informacional (AMI) “[...] diz respeito ao papel e à função das mídias
e de outros provedores de informação, como bibliotecas, arquivos e
internet, em nossas vidas pessoais e nas sociedades democráticas”,
conforme descrito pela UNESCO em 2013.
Com foco na formação de professores, visto que ainda são
poucos os cursos de formação continuada que abordam a temática, a
publicação supracitada objetiva orientar professoras(es) sobre o uso das
Tecnologias da Informação e da Comunicação. A inclusão do tema no
currículo se faz necessária para que cidadãos(ãs), em especial, crianças,
adolescentes e jovens em idade escolar, tenham competências que os/
as possibilitem analisar criticamente as informações a que têm acesso
para buscar fontes seguras e exercer com responsabilidade seu direito
à liberdade de opinião.
O desenvolvimento deste estudo tem origem a partir do projeto
de pesquisa “Alfabetização Midiática e Informacional: valorização da

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


realidade maranhense para o Ensino de Biologia”, apoiado pela Fundação
de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
do Maranhão – FAPEMA, e é fruto de discussões realizadas no Grupo
de Pesquisa em Ensino de Ciências e Biologia vinculado à Universidade
Federal do Maranhão. De modo geral, o projeto objetivou identificar as
contribuições da Alfabetização Midiática e Informacional para o ensino
de Biologia no Maranhão. Entre seus desdobramentos, a pesquisa tem
seu foco na formação de professores(as), direcionada para a importância
e utilização de mídias e provedores de informação na Educação Básica.
Em suma, o objetivo desta pesquisa buscou analisar as
CADERNO SEMINAL 50

competências e habilidades em Alfabetização Midiática e

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Informacional para a área de Ciências da Natureza identificadas no
Documento Curricular do Território Maranhense (DCTMA).
O artigo apresenta uma breve introdução sobre o tema;
em seguida, descreve o caminho metodológico adotado para a
investigação; posteriormente, apresenta a sistematização das análises
realizadas para o estudo. Por fim, evidencia nossas considerações e
percepções a partir do documento analisado.

Caminho metodológico
A pesquisa qualitativa é uma abordagem de investigação que
possibilita uma compreensão aprofundada do objeto de estudo.
Nessa perspectiva, Bogdan e Biklen (1994) expõem que a abordagem
oferece maiores possibilidades de entendimento dos fenômenos ao
valorizar aspectos descritivos, percepções pessoais e pontos de vista
sobre o tema em questão.
Nesta pesquisa foram adotadas estratégias metodológicas da
pesquisa documental. Conforme Kripka, Scheller e Bonotto (2015, p. 244),

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


[...] a pesquisa documental é aquela em que os
dados obtidos são estritamente provenientes de
documentos, com o objetivo de extrair informações
neles contidas, a fim de compreender um fenômeno.

Flick (2009) caracteriza a análise de documentos como um método


de interpretação baseado na descrição da produção de situações
sociais. Nesse sentido, quando os documentos selecionados na
pesquisa são estudados de forma analítica, podemos compreender a
pesquisa documental como basilar para proceder a uma investigação
social, visto que o uso de documentos em pesquisa permite acrescentar
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a dimensão do tempo à compreensão social (MCCULLOCH, 2004).

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O corpus de análise é constituído pelo Documento Curricular do
Território Maranhense para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental
(1ª edição), tendo como foco especificamente a área de Ciências da
Natureza para os anos finais do Ensino Fundamental.
Como referencial de análise, utilizamos as competências centrais
para professores, presentes no documento “Alfabetização Midiática
e Informacional: currículo para a formação de professores” proposto
pela UNESCO. O quadro a seguir (Quadro 1) apresenta as competências
centrais da AMI para os/as professores(as) e uma breve descrição de
cada competência:
Quadro 1 – Competências centrais para professoras(es) conforme o documento da
UNESCO (2013)

Competências centrais de Alfabetização Midiática e Informacional para professoras(es)


Competência Descrição
A compreensão do papel “O professor de AMI começará a familiarizar-se com as
das mídias e da informação funções das mídias e de outros provedores de informação
na democracia e a compreender sua importância para a cidadania e para
a tomada de decisões bem informadas” (p. 30).
A compreensão dos “O professor de AMI estará em condições de
conteúdos das mídias e dos demonstrar seu conhecimento e sua compreensão

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


seus usos da forma como as pessoas utilizam as mídias nas
suas vidas pessoais e públicas, das relações entre os
cidadãos e os conteúdos da mídia, e do uso das mídias
para uma série de propósitos” (p. 31).
O acesso eficiente e eficaz à “O professor de AMI estará em condições de
informação determinar os tipos de informações necessárias para
tarefas específicas e para o acesso à informação de
maneira eficiente e eficaz” (p. 31).
A avaliação crítica das “O professor de AMI estará em condições de avaliar
informações e suas fontes criticamente as informações e suas fontes e de
incorporar as informações selecionadas com vistas à
solução de problemas e à análise de ideias” (p. 32).
A aplicação de formatos “O professor de AMI estará em condições de entender
novos e tradicionais de os usos da tecnologia digital, das ferramentas e das
mídias redes de comunicação para a coleta de informações e
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a tomada de decisões” (p. 33).

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Situar o contexto “O professor de AMI estará em condições de
sociocultural dos conteúdos demonstrar seu conhecimento e sua compreensão de
midiáticos que os conteúdos de mídia são produzidos em meio a
contextos sociais e culturais específicos” (p. 33).
A promoção da AMI “O professor de AMI estará em condições de usar os
entre os estudantes e conhecimentos e as habilidades assimiladas durante
o gerenciamento das sua própria formação em AMI para promover a
mudanças requeridas. alfabetização midiática e informacional entre os
estudantes e gerenciar as mudanças a ela relacionadas
no ambiente escolar” (p. 34).
Fonte: Adaptado de UNESCO (2016).
A primeira fase da pesquisa se deu a partir da leitura inicial dos
documentos utilizados nesta investigação. Essa análise inicial permitiu
levantar inferências preliminares sobre como a Alfabetização Midiática
e Informacional é abordada no Documento Curricular do Território
Maranhense para o Ensino Fundamental.
A fase seguinte consistiu em realizar nova leitura das obras
a partir da análise do referencial adotado. Fundamentadas nas
descrições das competências para a Alfabetização Midiática e
Informacional apresentadas no quadro 1 deste artigo, analisamos o
texto do Documento Curricular do Território Maranhense voltado à

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


área de Ciências da Natureza. Nesse processo, buscamos identificar
e analisar trechos do documento que apresentassem características
das competências quanto ao uso de novas tecnologias e sua relação
com a Alfabetização Midiática e Informacional.

O Documento Curricular do Território Maranhense e a


Alfabetização Midiática e Informacional
Temos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) um
documento normativo que visa direcionar nacionalmente os
principais aspectos gerais das aprendizagens da Educação Básica
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em nosso país. Assim, orienta a elaboração dos documentos

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curriculares estaduais, a partir das competências e habilidades que
devem ser desenvolvidas por estudantes de todo o país ao longo da
Educação Básica. Segundo a BNCC,
A relação entre o que é básico-comum e o que é diverso
é retomada no Artigo 26 da LDB, que determina que os
currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental
e do Ensino Médio devem ter base nacional comum,
a ser complementada, em cada sistema de ensino
e em cada estabelecimento escolar, por uma parte
diversificada, exigida pelas características regionais
e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos
educandos (BRASIL, 2018, p. 11).

Assim, estados têm autonomia para elaborar um currículo


diversificado, compreendendo características regionais e locais dos
estabelecimentos escolares, incluindo os conteúdos comuns ao território
brasileiro a partir da BNCC. Apesar de ser uma diretriz contributiva para
direcionar a elaboração de outros documentos, a BNCC está restrita ao
desenho de ações de temas relacionados à AMI. Restrita no sentido
de que temas importantes como as fake news figuram apenas nos

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


segmentos dos Anos Finais e do Ensino Médio. Embora muito se fale
sobre mídias no documento, para o segmento dos Anos Iniciais, o tema
é abordado a partir de uma perspectiva genérica de identificação de
gêneros textuais, condições de produção e características. Apenas
no 5° ano são inseridas habilidades voltadas para a discussão sobre a
confiabilidade das fontes (EF05LP16) e o respeito às diversas opiniões
(EF05LP19), temas abordados somente no componente Língua
Portuguesa. É interessante que temas relacionados aos usos das mídias
apresentem uma perspectiva transversal.
Ao orientar as competências gerais e específicas, as habilidades
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e as aprendizagens para a educação básica e direcionar a elaboração

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de currículos locais – inclusive do território maranhense; é válido
serem desenvolvidas pesquisas que analisem a perspectiva da
Alfabetização Midiática e Informacional apresentada na Base
Nacional Comum Curricular.
Para Carlsson (2019), a AMI se estabelece como um lugar de
“aprendizagem democrática” viabilizando a construção de um
conhecimento que abrange desde a tomada de decisões políticas,
perpassando o significado de direitos humanos universais, até
a segurança nacional e internacional. A autora pontua que uma
sociedade democrática inclusiva é baseada em cidadãos bem
informados, críticos e reflexivos. Todavia, reitera que a AMI sozinha
responde a todas as problemáticas geradas pelas mídias na sociedade,
devendo ser compreendida como um processo longo e contínuo. A
autora destaca que
[...] isso não quer dizer que a AMI sozinha possa
resolver todos os problemas fundamentais da mídia e
da cultura da comunicação. [...] As questões levantadas
por esses desenvolvimentos são urgentes e tornam

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


as demandas ainda mais sérias da alfabetização
midiática e informacional em uma perspectiva cidadã
e democrática. Em termos mais amplos, a AMI faz
parte do desenvolvimento da mídia e do processo de
democratização – que envolve todas as pessoas ao
redor do mundo (CARLSSON, 2019, p. 19).

Assim, embora não apresente especificamente o termo


Alfabetização Midiática e Informacional, a BNCC em suas
competências gerais para a Educação Básica trata sobre temas
relacionados às Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
(TDIC). Dentre as competências gerais para a Educação Básica
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listadas na BNCC podemos citar:

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5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais
de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações
confiáveis, para formular, negociar e defender ideias,
pontos de vista e decisões comuns que respeitem
e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético
em relação ao cuidado de si, dos outros e do planeta
(BRASIL, 2018, p. 9).

Em ambas as competências, percebemos o destaque à


importância da seleção de informações confiáveis e da forma crítica
para a sustentação de argumentos e ideias, além de atitudes éticas em
relação ao uso das tecnologias, das informações e da comunicação no
que se refere à coletividade. A BNCC estabelece em linhas gerais que
todas as áreas do conhecimento apresentam no item “competências

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


específicas”, habilidades relacionadas direta ou indiretamente
ao tema em questão. Para a área de Ciências da Natureza são
sugeridas habilidades relacionadas aos campos da cultura digital,
da argumentação e da comunicação. Nesse sentido, as habilidades
preveem a pesquisa, a avaliação de fontes e a análise crítica de textos
de mídia, além da produção de textos de mídia. O DCTMA destaca
que para o campo da cultura digital é importante que possamos
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais
de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
CADERNO SEMINAL 50

sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,

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acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva
(MARANHÃO, 2019, p. 296).

Ao analisarmos o trecho acima, notamos que descreve


exatamente o que é apresentado na Competência 5 da BNCC. Desse
modo, o DCTMA, nesse elemento, não estabelece um diálogo com
a realidade maranhense, tão somente replica o já estabelecido
no documento normativo que determina parâmetros para todo o
território brasileiro, sem levar em consideração suas particularidades.
A esse respeito, Lima e Távora (2021, p. 6), em sua pesquisa acerca
da construção dos Documentos Curriculares Estaduais a partir da
BNCC, afirmam que:
[...] a implementação de documentos curriculares
elaborados a partir de uma Base Nacional Comum
pode configurar-se como fator limitante da
contextualização e do desenvolvimento de práticas
a partir das experiências e dos diferentes contextos
sociais/culturais e políticos que marcam a imensa
diversidade de um país que, além de dimensões

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


continentais, é marcado por diferentes histórias de
ocupação do território.

Diante disso, é necessário avaliar as problemáticas decorrentes


de um documento normativo voltado para o ensino que preconiza
o que deve ser ensinado, sem considerar as diferenças e diversas
realidades, bem como os contextos sociais e identitários do contexto
maranhense. Assim, no que se refere ao AMI, o DCTMA acaba por
configurar-se com redundância, sem inserções, reflexões e análises
necessárias que dialoguem com a nossa realidade.
A utilização de metodologias e de abordagens pedagógicas
CADERNO SEMINAL 50

distintas, tais como a análise e a seleção de fontes confiáveis, a

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aprendizagem baseada em projetos, a pesquisa e a investigação de
documentos, a criação de mídias e os espaços virtuais que viabilizem
a (re)construção de conhecimentos, são valiosas no processo
educacional por meio da educação midiática. Além disso, a BNCC
apresenta os campos jornalístico-midiático e artístico-literário como
possibilidades de leitura crítica e construção ampla e significativa
da linguagem e da informação em suas respectivas funções sociais
(FERRARI; OCHS, 2020).
Na análise do Documento Curricular do Território Maranhense,
destacamos trechos que nos remeteram às competências que a
Alfabetização Midiática e Informacional proporciona. De forma geral,
é possível identificar que o documento inclui formas de abordagens
aos conteúdos a partir das mídias e tratamento da informação, a
exemplo do que é evidenciado no trecho a seguir:
Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais
de informação e comunicação para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos e resolver problemas das Ciências da

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e
ética (MARANHÃO, 2019, p. 359).

O documento destaca a preocupação sobre a disseminação de


informações de forma crítica, significativa, reflexiva e ética, o que
nos remete à descrição da competência 4 da AMI que trata sobre
a avaliação crítica das informações e suas fontes. Apresentar essa
informação é importante, visto que de acordo com Camargo (2019),
existe uma consonância de que indivíduos proficientes no uso de
diferentes tecnologias e informações podem estar mais preparados
para enfrentar as modificações no ambiente escolar, na vida cotidiana
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e no mundo do trabalho.

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Esse ponto estabelece um diálogo direto com a Competência
Geral 4 da BNCC (2018, p. 11):
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-
motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias
e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Acerca disso, Coscarelli (2020, p. 8-9) afirma que:


As pessoas precisam analisar as informações
considerando quem disse aquilo, em que situação, se
aquela pessoa tem competência e expertise para tratar
daquele tema, a quem interessa aquela informação,
que vozes ou aspectos são silenciados nele, ou seja,
têm de pensar sobre aquele material com cuidado e
um certo grau de exigência. Ser desconfiado e buscar o
que há por trás daquela fala, o que há nas entrelinhas,
porque aquilo foi dito daquela forma, se aqueles
argumentos são robustos, se são apresentadas
evidências, se aquelas informações são verdadeiras,

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


quais seriam as fontes daquelas informações, entre
muitas outras perguntas que podem ser feitas.

A análise do Documento Curricular Maranhense considera os usos


e conhecimentos que as/os estudantes trazem consigo e destaca a
função das/dos professoras(es) como mediadores na condução dessa
reflexão necessária sobre o uso das mídias. Dessa forma, o documento
fornece informações que apoiam os professores a contextualizarem o
conteúdo midiático dentro do cenário sociocultural, como enfatiza a
competência 6 em AMI. Quanto a isso, o documento destaca que:
A tecnologia está presente no cotidiano dos
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estudantes que chegam às escolas trazendo

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consigo conhecimentos prévios acerca do mundo
da informação e comunicação, necessitando da
intervenção do professor como mediador para auxiliá-
los numa reflexão crítica envolvendo esse conjunto de
informações (MARANHÃO, 2019, pp. 366-367).

Em uma das atividades sugeridas pelo documento são


apresentadas propostas para uso de diferentes formatos de mídias,
novos e tradicionais, ao propor algumas alternativas para apoiar a
democratização e a participação social:
Utilize modelos científicos digitais para simulações,
se possível. [...] Oriente a criação de jogos,
paródias e outros recursos para o entendimento
da transmissão das características genéticas. [...]
Incentive a produção de vídeo contendo entrevistas
com autoridades sobre os problemas ambientais
do município. [...] Promova mostra científica
para abordar temas relacionados aos objetos
de conhecimento, envolvendo escola, família e
comunidade. Assista, com os estudantes, a filmes
de ficção científica que mostrem as possibilidades
de sobrevivência humana fora da Terra. (p. 394-385)

Formação de professores, currículo, leitura, escrita e uso das tecnologias em Educação


É possível identificar que apresenta sugestões de formatos novos
e tradicionais de mídias, uma vez que a mídia tradicional como rádio,
televisão e novas mídias são entendidas como parte essencial da
educação em AMI (UNESCO, 2013).
Assim, para estarmos aptos à mediação das habilidades
relacionadas à AMI, precisamos primeiramente conhecer o problema
da desinformação e nos apropriar de conhecimentos que nos
permitam mediar com qualidade conhecimentos relacionados aos
usos das mídias. O DCTMA orienta:
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No que se refere ao uso das tecnologias da informação


e comunicação (TIC), é necessário que a escola

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desenvolva uma conduta reflexiva e questionadora
no processo de construção do ensino-aprendizagem,
garantindo o acesso universal e a equidade
educacional (MARANHÃO, 2019, p. 366).

O Documento Curricular do Território Maranhense sugere


atividades que promovem a discussão de diversos temas e em que é
possível transversalizar a AMI. Como exemplo, podemos destacar a
orientação em promover: “[...] debates e campanhas sobre medidas
de contribuição para preservação do ambiente local, regional e
global, envolvendo a escola, família e comunidade” (MARANHÃO,
2019, p. 383).
Como atividade sugerida pelo documento também podemos
destacar a orientação para que a/o professor(a) “estimule o
engajamento dos alunos com experimentos digitais (simuladores
digitais) focados na investigação, desenvolvendo habilidades para o
trabalho em grupo, como a colaboração e a criatividade” (MARANHÃO,
2019, p. 383). Além de habilidades especificamente relacionadas à
AMI, podemos trabalhar outras habilidades focadas no respeito às

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diferenças de qualquer natureza, respeito ao processo democrático,
valorização das Ciências, dentre outras.
Nesse sentido, é importante que estimulemos as/os estudantes
a comparar informações de diversas fontes, a fim de avaliar sua
confiabilidade, validade, precisão, entre outros critérios que garantam
a produção e o compartilhamento responsável de informações.
É válido destacar que a análise do DCTMA nos permite inferir
alguns aspectos curriculares do Estado em relação à AMI. Assim,
destacamos a importância de se considerar a produção cultural
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e científica maranhense no desenvolvimento das atividades. O

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sentimento de pertencimento e proximidade com os temas, bem
como o uso de exemplos próximos, estimula a reflexão dos estudantes
sobre o local onde vivem. Quanto a isso, o documento destaca que:
Espera-se que ao contextualizar o objeto de
conhecimento com as vivências e experiências
e ao democratizar o conhecimento científico, os
estudantes tenham melhores condições de intervir
sobre sua realidade local, de forma responsável, ética
e sustentável (MARANHÃO, 2019, p. 360).

Alinhado a esse aspecto, entre as Competências Específicas de


Ciências da Natureza destaca-se a de número 6 em que se estabelece
que os estudantes devem:
Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de
informação e comunicação para se comunicar, acessar
e disseminar informações, produzir conhecimentos e
resolver problemas das Ciências da Natureza de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética (MARANHÃO,
2019, p. 359).

Diante disso, o documento se alinha ao processo dinâmico da AMI,

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uma vez que estabelece a produção e a disseminação de informações
na área de Ciências da Natureza a partir da avaliação crítica e reflexiva
das suas fontes, como estabelecido pela competência 4 do documento
da Alfabetização Midiática e Informacional da UNESCO (2013).
A partir de temas específicos da área de Ciências da Natureza,
podemos solicitar a pesquisa de informações e a produção de textos
a partir dos dados e resultados obtidos com a pesquisa. Além disso,
podemos viabilizar a realização de debates, estimulando o respeito a
opiniões divergentes.
No DCTMA são abordadas questões relacionadas à tecnologia
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e seu papel no desenvolvimento social, mas não fomenta

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satisfatoriamente discussões relacionadas ao uso responsável das
mídias digitais. No entanto, uma das habilidades destaca que as/
os estudantes devem compreender fenômenos relativos ao mundo
tecnológico, incluindo o digital. A habilidade citada abre espaço para
discutirmos o tema em sala de aula.
De modo geral, a análise do DCTMA nos faz refletir sobre a
relevância das/dos professoras(es) na formação de estudantes que
vivem rodeados por informações veiculadas nas diversas mídias
diariamente. Sendo assim, é necessário que os profissionais da
educação sejam alfabetizados midiaticamente e informacionalmente
para contribuir com a formação de alunas/os que sejam capazes
de analisar informações baseadas na criticidade, reflexão, clareza,
qualidade, confiabilidade, entre outros aspectos fundamentais.
Considerações finais
O currículo em Alfabetização Midiática e Informacional possibilita
um aprofundamento na qualificação de professoras e professores
para desenvolver atividades e estratégias que estejam conformes às

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necessidades de aprendizagem das/os estudantes diante das mídias e
das tecnologias.
Diante disso, é válido levarmos em consideração o contexto
sociopolítico atual e o quanto ele exige que nós, professoras e
professores, que no processo de ensino- aprendizagem possamos
contribuir com a construção de saberes que sensibilizem e mobilizem
as/os estudantes para a utilização responsável das mídias e das
informações no âmbito individual e coletivo. Nesse sentido, a
Alfabetização Midiática e Informacional pode contribuir para
a formação de cidadãs(ãos) independentes, críticos, reflexivos,
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produtores de conhecimento criativos e responsáveis.

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De modo geral, o DCTMA inclui habilidades que fomentam o uso
crítico e reflexivo de mídias e tecnologias na educação, ademais a AMI
é tratada como um elemento essencial para a compreensão crítica
das informações e para o desenvolvimento de uma postura analítica
diante das mídias. Uma vez que as atividades diárias estão cada vez
mais mediadas por tecnologias digitais.
Em suma, identificamos que, embora não figure expressamente
no rol de conteúdos apresentados na BNCC, a AMI está presente em
itens que destacam o uso das mídias no documento do DCTMA. No
entanto, não é o bastante, visto que a nossa sociedade passa por uma
onda de desinformação. Além do que o compartilhamento excessivo
de informações nas mídias exige de nós uma postura crítica em relação
àquilo que escrevemos e compartilhamos. Assim, é necessário que a
AMI esteja presente de forma declarada nos currículos oficiais, inclusive
de forma mais detalhada e expressiva na área de Ciências da Natureza no
Documento Curricular do Território Maranhense – Ensino Fundamental,
permeando suas competências, objetos de conhecimento e habilidades,

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devido a sua importância no contexto atual.
Embora o DCTMA ofereça um suporte inicial para a incorporação
da AMI, a análise sugere que ainda há espaço para uma exploração mais
sistemática dessa área dentro do currículo de Ciências da Natureza.
A inclusão mais expressiva da AMI poderia formar os/as estudantes
para navegarem e influenciarem seu mundo de maneira informada e
ética, fortalecendo suas habilidades de pesquisa, percepção crítica e
comunicação em contextos científicos, tecnológicos e sociais.
Acrescentar orientações mais detalhadas com proposições de
aplicação da AMI no currículo de Ciências da Natureza do Maranhão
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pode alinhar os/as estudantes com as exigências contemporâneas

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de competências digitais e midiáticas, bem como potencializar o
desenvolvimento de um pensamento reflexivo e crítico.
Assim, enfatizamos a necessidade de uma revisão curricular
que amplie e especifique de forma clara as competências da AMI,
garantindo que sejam uma parte integral e destacada da educação
em disciplinas da área de Ciências da Natureza.

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