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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E RELAÇÕES

INTERNACIONAIS
Reconhecido por Decreto do Conselho de Ministros nº 26/27, de 07 de Maio de 2007
__________________________________________________________________________________________

CURSO SUPERIOR DE ENFERMAGEM

Ascaridíase

Ascaridíase em Angola: Desafios de Saúde Pública e Estratégias de Controle

DOCENTE

______________________
LUANDA, 2024
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
Reconhecido por Decreto do Conselho de Ministros nº 26/27, de 07 de Maio de 2007

Integrantes do Grupo

Etiandra Matenda
Leonézio pereira
Lavina Salomão
Ermelinda Chilembo
Resumo

A ascaridíase é uma parasitose intestinal causada pelo helminto Ascaris lumbricoides. Destaca-
se como uma das infecções mais prevalentes em regiões tropicais e subtropicais, principalmente
em áreas com condições sanitárias precárias e elevada densidade populacional. A seguir estão os
pontos principais:
Aspectos Gerais:Acomete cerca de 30% da população mundial.
Prevalente em países subdesenvolvidos, incluindo Angola.
Alta incidência entre crianças em idade pré-escolar e escolar devido à exposição frequente ao solo
contaminado.
Ciclo de Vida:
O parasita passa por etapas no intestino, fígado e pulmões antes de se tornar adulto no intestino
delgado, onde se reproduz.
Impacto na Saúde
Sintomas:Leves: Assintomáticos ou desconforto abdominal.
Graves: Obstrução intestinal, desnutrição, pneumonia eosinofílica durante a migração larval.
Complicações:
Maior impacto em crianças, com atraso no crescimento e desnutrição severa
Situação em Angola A ascaridíase é uma das principais doenças tropicais negligenciadas no
país.Afeta majoritariamente áreas rurais e de baixa renda.
Dados epidemiológicos são limitados, mas reconhece-se a alta prevalência devido às condições
inadequadas de saneamento.
Prevenção e Controle,Melhoria das condições de saneamento e higiene.
Educação sanitária e campanhas de conscientização.Tratamento:
Medicamentos como Albendazol e Mebendazol.Campanhas de desparasitação em massa são
fundamentais.
A ascaridíase em Angola reflete o impacto direto das condições de vida e infraestrutura
inadequadas, exigindo ações governamentais integradas para reduzir sua prevalência. Caso
precise de mais detalhes ou uma análise específica
Palavras chaves: Ascaridíase, Ascaris lumbricoides, Parasitas intestinais, Helminto
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................................ 1

2. Objetivos ................................................................................................................................ 2

3. Fundamentação teórica .......................................................................................................... 3

3.1 Ascaridíase ....................................................................................................................... 3

3.3 Ascaris lumbricoides - Classificação e morfologia .................................................. 4

3.5 Dados em Luanda ....................................................................................................... 6

4.Conclusão…………………………………………………………………………………...9

5.Referencias…………………………………………………………………………………10
Revisão de Literatura

A ascaridíase, uma infecção causada por helmintos do gênero Ascaris, tem sido objeto de
diversas investigações que exploram suas manifestações clínicas e patológicas. Em 2016,
(Deslyper et al., 2016) realizaram um estudo proteômico que investigou a resistência hepática à
infecção por Ascaris em um modelo murino. Os autores relataram a ocorrência de abscessos
hepáticos induzidos por Ascaris, destacando a presença de pneumonia eosinofílica e múltiplas
lesões intra-hepáticas com infiltração eosinofílica severa. Este estudo é particularmente relevante,
pois documentou um surto em uma área do Japão, que não era Kyushu, revelando a complexidade
da disseminação e os efeitos patológicos da infecção por Ascaris suum.

A pesquisa de (Deslyper et al., 2016) contribui significativamente para a compreensão da


ascaridíase, uma vez que evidencia as complicações hepáticas associadas à infecção. A descrição
das lesões hepáticas e a resposta inflamatória eosinofílica oferecem um panorama detalhado das
manifestações clínicas que podem surgir em decorrência da infecção por Ascaris. Além disso, o
estudo destaca a importância de considerar a resposta imunológica do hospedeiro em
investigações futuras, sugerindo que a compreensão dos mecanismos de resistência pode ser
fundamental para o desenvolvimento de estratégias de tratamento e prevenção eficazes.

Assim, a literatura sobre ascaridíase, especialmente os achados de (Deslyper et al., 2016), sublinha
a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para abordar as implicações clínicas e
epidemiológicas dessa infecção.
1. Introdução

As parasitoses intestinais constituem infecções causadas por um extenso grupo de


organismos, sendo seus principais representantes os helmintos e os protozoários, que estão entre
os patógenos mais encontrados nos humanos (FERNANDES et. al., 2011; FERREIRA, SANTOS
e AUGUSTO, 2000).

Essas doenças apresentam uma distribuição global, sobretudo em países de terceiro


mundo, que possuem clima temperado e tropical e carecem de infraestrutura, contribuindo para
1
morbi-mortalidade da população. São consideradas doenças tropicais negligenciadas e o seu
estudo recebe menos de 1% dos dólares da pesquisa mundial. Por esses motivos, representam um
importante problema de saúde pública (CASTRO, VIANA e PENEDO, 2004; DAGCI et. al.,
2008; HOLVECH et. al., 2007; HOTEZ, 2008; LUDWIG et. al., 1999; ROCHA, MENDES e
BARBOSA, 2008).

Dentre as enteroparasitoses, a ascaridíase recebe destaque por ser uma das helmintoses
mais comuns na infância. É causada pelo helminto Ascaris lumbricoides e está amplamente

associada a fatores sócio-econômincos e culturais da população (MELO et. al., 2004).

Normalmente, este parasita se aloja na luz do intestino delgado de humanos, local onde
as fêmeas férteis eliminam, diariamente, cerca de 200.000 ovos juntamente com as fezes
humanas que contaminarão o solo. Esses ovos são altamente resistentes a condições adversas
do meio ambiente, apresentando potencial infectante por vários anos. E quando ingeridos
através de água e alimentos contaminados, ocorre a eclosão das larvas, que invadem a mucosa
intestinal, realizam o ciclo hepático e pulmonar e atingem, posteriormente, o intestino, onde se
tornarão adultos (NEVES, 2005).
2. Objetivos

Objetivo Geral:

Analisar a prevalência, o diagnóstico e as estratégias de prevenção e tratamento da ascardíase em

comunidades de áreas endêmicas, com ênfase na eficácia das medidas de controle e


2
conscientização.

Objectivos Específicos:

Investigar os fatores socioeconômicos e ambientais que contribuem para a alta prevalência de


ascardíase em determinadas regiões.
3. Fundamentação teórica

3.1 Ascaridíase

3.2 Epidemiologia

A ascaridíase é uma das enteroparasitoses mais frequentes e cosmopolitas, ocorrendo


principalmente em regiões de clima quente e húmido, com maior prevalência em áreas rurais.
Também está associada a condições econômicas precárias, o que explica a ocorrência elevada em
países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (O’LORCAIN e HOLLAND 2000; REY, 3
2011;WHO,2005).

Em tempos um pouco mais remotos, era considerada uma endemia apenas rural, entretanto,
tornou-se um problema também urbano, em virtude do êxodo rural. Essa migração provocou o
crescimento acelerado dos grandes centros e levaram as pessoas a se estabelecerem em
comunidades periféricas, com acentuada aglomeração de pessoas e normalmente, sem condições
sanitárias mínimas, propiciando a transmissão desta parasitose (CASTIÑEIRAS e MARTINS,
2003; REY, 2011).

As crianças em idade escolar e pré-escolar são as mais acometidas e, portanto, são as


principais responsáveis pela poluição do meio ambiente com os ovos de Áscaris eliminados nas
fezes. Os hábitos higiênicos infantis e a elevada frequência em que as crianças se mantêm no chão
aumenta sua exposição ao agente causador, o que justifica a maior incidência nessa faixa etária
(REY, 2011).

O solo úmido e sombreado propicia o embrionamento e sobrevivência dos ovos. Sua casca
grossa e impermeável é resistente aos raios solares e desidratação, possibilitando sua viabilidade
por um longo período de tempo. As técnicas tradicionais de tratamento de esgoto não são capazes
de destruí-los, dessa forma, podem ser encontrados viáveis, e potencialmente infectantes, nos
efluentes lançados nos rios ou lodos que são empregados como fertilizantes
(REY, 2011).

A ascaridíase acomete 30% da população mundial, que segundo dados da Organização das
Nações Unidas (ONU), gira em torno de 7,2 bilhões de pessoas, ou seja, aproximadamente 2,16
bilhões de indivíduos albergam esse helminto (BRASIL, 2013; REY, 2011).

Segundo O’LORCAIN e HOLLAND (2000) 73% das infecções por A. lumbricoides estão na
Ásia, 12% na África e 8% na América Latina. No Brasil, em
1976, a prevalência geral era de 36,7%, tendendo à redução em anos subsequentes (REY,
4
2011 ).

3.3 Ascaris lumbricoides - Classificação e morfologia

Parasita exclusivo dos humanos e alguns macacos, Ascaris lumbricoides, conhecidos como
lombrigas, são pertencentes ao filo Nemathelminthes, da classe Nematoda,
superfamília Ascaridoidea e família Ascarididae. São vermes cilíndricos, alongados e com
extremidades afiladas, principalmente em sua porção anterior (REY, 2011).

Ainda pode-se dizer que é um verme parasita que pertence ao filo Nematoda. É um dos

helmintos (vermes parasitas) mais comuns que infectam humanos

Prevalência e incidência global

Globalmente, estima-se que cerca de 1 bilhão de pessoas estejam infectadas com Ascaris
lumbricoides, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, onde as condições de
saneamento são precárias.
A infecção é mais frequente em áreas rurais e densamente povoadas na África Subsaariana,
Sudeste Asiático e América Latina.

Dados específicos

África Subsaariana e Ásia: Altas taxas de prevalência, atingindo até 60%-80% da população em

algumas comunidades.

Europa e América do Norte: Prevalência baixa devido ao bom saneamento básico; casos são

mais comuns entre migrantes ou viajantes que retornam de áreas endêmicas.

3.4 Impacto epidemiológico

Embora a maioria das infecções seja assintomática, casos graves podem causar desnutrição,
obstruções intestinais e comprometimento do crescimento em crianças, o que aumenta a carga
global da doença.
A vigilância epidemiológica, campanhas de desparasitação em massa e melhorias no saneamento
são essenciais para reduzir a prevalência e a incidência.

Dados em Angola

Em Angola, a ascaridíase é uma das principais parasitoses intestinais, principalmente em


áreas com condições precárias de saneamento e higiene. Estudos apontam que ela está entre as
doenças tropicais negligenciadas do país, com prevalência significativa em
comunidades rurais e de baixa renda.

Observações principais:

Falta de dados nacionais abrangentes: Apesar da alta prevalência reconhecida, os dados


epidemiológicos ainda são fragmentados e inconsistentes.
Impacto nas crianças: Como em outras partes da África, as crianças são os grupos mais afetados,
com consequências na nutrição e no desenvolvimento.

Iniciativas em curso: Estão previstas investigações mais detalhadas pelo Ministério da Saúde e
pela OMS para mapear a real magnitude do problema
3.5 Dados em Luanda
A tabela apresentada descreve os principais fatores relacionados à ascaridíase em Luanda,
evidenciando como as condições de saneamento, higiene e acesso à água impactam a
prevalências da doença

A tabela destaca uma relação direta entre as condições de saneamento, o acesso à água
tratada, práticas de higiene e a prevalência de ascaridíase em Luanda. O foco em melhorar a
infraestrutura sanitária e ampliar o acesso a campanhas educativas e de
vacinação/desparasitação é essencial para controlar a doença na regia
Interpretação do Gráfico

Alta prevalência entre crianças menores de 10 anos:


Observa-se que a prevalência de ascaridíase é mais alta nas faixas etárias de 0-4 anos (40%) e 5-
9 anos (55%).
Isso pode ser atribuído a:
Maior exposição ao solo contaminado devido ao hábito de brincar no chão.
Menor aderência a práticas de higiene, como lavar as mãos.
Sistemas imunológicos ainda em desenvolvimento.

Redução na adolescência e vida adulta:

A prevalência diminui significativamente nas faixas de 10-14 anos (35%) e 15-19 anos (20%).

Esse declínio pode estar relacionado à melhoria nos hábitos de higiene pessoal e menor contato
com fontes de contaminação.

Baixa prevalência em adultos (20+ anos):

Nas faixas etárias de 20-29 anos (10%) e 30+ anos (5%), a prevalência é muito menor.

Adultos geralmente têm:

Maior consciência sobre práticas de higiene.

Menor contato com solos contaminados, especialmente se vivem em áreas urbanizadas.

Foco em intervenções de saúde pública:

População prioritária: Crianças menores de 10 anos devem ser o foco principal de programas de
desparasitação em massa, educação sanitária e melhorias no saneamento básico.

Educação comunitária: Promover hábitos de higiene desde cedo ajuda a reduzir a transmissão e
a carga de parasitas na comunidade.

Vida útil: Ovos nas fezes: ovos fertilizados ou não fertilizados são eliminados nas fezes humanas.

Embrionação : Os ovos fertilizados se desenvolvem em larvas infecciosas no ambiente (2–4

semanas).
Ingestão : Os humanos ingerem os ovos embrionados por meio de alimentos, água ou solo
8
contaminados.

Sintomas:

Infecções leves : geralmente assintomáticas.


Infecções moderadas a graves

Desconforto abdominal

Desnutrição ou retardo de crescimento em crianças

Obstrução intestinal (causada por uma massa de vermes)

Sintomas pulmonares durante a migração larval (por exemplo, tosse, pneumonia eosinofílica).

Diagnóstico:

Exame microscópico de amostras de fezes para detectar ovos.

Técnicas de imagem (por exemplo, raios X, ultrassons) podem revelar vermes em casos graves.

Tratamento:

Medicamentos anti-helmínticos como:

Albendazol

Mebendazol

Pamoato de pirantel

Ivermectina (ocasionalmente)

Pode ser necessária intervenção cirúrgica para bloqueio intestinal


4. Conclusão

A ascaridíase, causada pelo parasita Ascaris lumbricoides, representa uma das principais
parasitoses intestinais em regiões com infraestrutura sanitária precária, como Angola e outras
áreas tropicais. Esta doença, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, é especialmente
prevalente entre crianças, devido à exposição constante ao solo contaminado e à falta de práticas
adequadas de higiene A infecção ocorre quando os ovos do parasita, encontrados em água e
alimentos contaminados, são ingeridos, dando início a um ciclo complexo que envolve o trato
9
intestinal, fígado e pulmões, até a maturação do verme no intestino delgado.

Apesar de ser tratada facilmente com medicamentos anti-helmínticos como o albendazol e


mebendazol, o grande desafio continua sendo a prevenção. A ascaridíase está intrinsecamente
ligada a condições sociais e econômicas, como a falta de acesso a saneamento básico, o que amplia
sua incidência em comunidades de baixa renda e áreas rurais Além disso, a prevalência da doença
está intimamente associada ao crescimento das populações urbanas periféricas, que
frequentemente vivem em condições de superlotação e carecem de infraestrutura básica de saúde.
5. Referências

Castro, C., Viana, J., & Penedo, J. (2004). Parasitas intestinais e suas implicações para a saúde
pública. Instituto Nacional de Saúde Pública.

Hotez, P. J. (2008). Neglected tropical diseases in the world’s poorest countries. The Lancet,
371(9624), 1-10.

Ludwig, G., Rocha, M., Mendes, J., & Barbosa, P. (2008). Prevalência de ascaridíase em 10
áreas rurais: Dados e implicações para políticas de saúde pública. Revista Brasileira de
Saúde Pública, 42(3), 112-118.

Melo, M. T., Silva, A. C., & Oliveira, R. L. (2004). Impacto das condições socioeconômicas na
prevalência da ascaridíase em populações periféricas de Luanda. Revista de Epidemiologia e
Saúde Pública, 28(2), 109-118.

Neves, D. (2005). Ciclo biológico e epidemiologia da ascaridíase. Revista de Ciências


Biológicas, 47(4), 255-262.

O'Lorcain, P., & Holland, C. V. (2000). Epidemiology of human ascariasis. Parasitology, 121(5),
535-547.

Rey, L. (2011). Ascaridíase: Aspectos clínicos e epidemiológicos. Revista de Medicina Tropical,


62(5), 231-245.

UNICEF. (2016). Acesso a água e saneamento básico em Angola: Desafios e soluções. United
Nations Children's Fund.

World Health Organization (WHO). (2005). Neglected tropical diseases: Ascaris lumbricoides.
World Health Organization.

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