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Direito Processual Civil - Aula 01-2

O documento aborda a Teoria Geral do Processo, incluindo a evolução da doutrina processual e os princípios fundamentais da jurisdição, ação e processo. Discute também os princípios dos recursos no Direito Processual Civil, como duplo grau de jurisdição, taxatividade e fungibilidade, além de enfatizar a importância da boa-fé, igualdade e contraditório no processo judicial. Por fim, destaca a relevância da duração razoável do processo e a proibição da reformatio in pejus.
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Direito Processual Civil - Aula 01-2

O documento aborda a Teoria Geral do Processo, incluindo a evolução da doutrina processual e os princípios fundamentais da jurisdição, ação e processo. Discute também os princípios dos recursos no Direito Processual Civil, como duplo grau de jurisdição, taxatividade e fungibilidade, além de enfatizar a importância da boa-fé, igualdade e contraditório no processo judicial. Por fim, destaca a relevância da duração razoável do processo e a proibição da reformatio in pejus.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL–TGP

PONTOS DA EMENTA:
1. TEORIA GERAL DOS PROCESSOS
1. TEORIA GERAL DO PROCESSO
Da evolução da doutrina processual
1- Sincretismo (ou praxismo) – não autônomo e não científico;
2- Processualismo Científico – caráter científico e ramo autônomo ;
3- Instrumentalismo – instrumento específico de atuação a serviço do direito material
para sua efetividade;
4- Neoprocessualismo (ou formalismo-valorativo) – aproximação do processo com a
constituição – efetivação dos direitos constitucionais. (ART. 1º do CPC\15)
JURISDIÇÃO

1- Conceito – Poder\função típica\atividade (finalidade – jurídico e metajurídica)


2- Características\Princípios
Inafastabilidade do Controle Jurisdicional (imediata –acesso-\mediata –efetividade)
Inércia (ou demanda)
Desinteresse (imparcialidade)
Substitutividade (vontade das partes substituída pela vontade da lei)
Definitividade (coisa julgada material)
Secundariedade (insucesso de autocomposição)
(...) JURISDIÇÃO
Indelegabilidade (separação dos poderes e dentro das instâncias)
Indeclinabilidade (dever de julgar)
Territorialidade
Inevitabilidade
Juízo natural (tribunais de exceção e investidura e distribuição)
3- espécies
-Comum (estadual e federal) e especial (trabalhista, militar e eleitoral)
-Cívil e Penal
-De direito e Equidade (jurisdição voluntária – liberdade de oportunidade e conveniência)
-Inferior e Superior
-Contenciosa e Voluntária (não há lide)
AÇÃO
Conceito – Direito Público subjetivo
Teorias da Ação
Civilista – Não havia direito autônomo de direito de ação
Concreta Autônoma – quem tinha procedência
Abstrata – independe da procedência
Eclética – abstrata e concreta (independe da procedência e precisa preencher as
condições da ação – legitimidade e interesse)
Asserção – análise da petição inicial (legitimidade e interesse) e não julga o mérito,
se após o contraditório o réu conseguir comprovar a ilegitimidade (julga mérito).
... AÇÃO
Condições da ação
-Legitimidade ad causam (legitimidade para agir)
-Interesse processual (necessidade e utilidade-adequação)
Elementos da ação
Subjetivo:
-Partes
Objetivos:
-Causa de pedir – fatos > remota
- fundamentos jurídicos > próxima
-Pedido
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Identidade total de elementos – litispendência ou coisa julgada
Identidade parcial de elementos – conexão (identidade de causa de pedir ou pedido) e continência
(identidade de partes e causa de pedir)
PROCESSO
Conceito
- Instrumento de jurisdição – desenvolvimento regular e válido do processo
- Atos ordenados – relação estabelecida entre as partes
- Ordem pública de ofício

Tipos
Conhecimento (condenatório, Declaratório e Constitutivo)
Executivo

Procedimento x Processo
Procedimento – Forma que a lei determina que realize tal ato
Processo – Conjunto de atos que se alongam no tempo
PROCESSO
- Pressupostos
1) Existência
Investidura do juiz
Demanda regular formada (partes, pedido e causa de pedir)
Jurisdição, petição inicial e citação
2) Validade
Competência matéria
Imparcialidade das partes (legitimidade)
Inexistência de fatos impeditivos
Respeitar formalidades
Citação válida
Petição inicial válida
... PROCESSO
3) Negativos:
Litispendência
Coisa Julgada
Conexão
Continência
----------------------------------------------------------------------------------------------------
Ação x Processo – Ação é direito público subjetivo de movimentar a máquina
judiciária, e para que ela seja viável é necessário correr o caminho do processo.
Princípios do Processo – Territorialidade, Indelegabilidade, Inafastabilidade e Juiz
natural.
INÉRCIA OU DEMANDA
CPC, Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso
oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Exceções: restauração dos autos (art. 712) e herança jacente (art. 738);
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
CPC, art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
CF, art. 5º, XXXV A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.

Sistema multiportas: arbitragem, conciliação (CPC, art. 165 parágrafo 2º), mediação
(CPC, art. 165 parágrafo 3º), autocomposição.
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO
CPC, art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral
do mérito, incluída a atividade satisfativa.

CF, art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
duração razoável do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.
LEALDADE PROCESSUAL – PRINCÍPIO DA BOA FÉ
CPC, Art. 5º - Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-
se de acordo com a boa-fé.
ps: boa-fé objetiva.
Enunciado 1 CJF – A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a
comprovação do animus do sujeito processual.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
CPC, ART. 6º - Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

Ajuda do juízo de obtenção de dados pessoais, localização do réu, localização de


bens, etc.
Ajuda das partes no saneamento do processo, busca pela prova, etc,
ISONOMIA
CPC, art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos
deveres e à aplicação de sanções processuais, (...)

CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à prioridade, nos termos
seguintes:[(...)
CPC, art. 139 O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
I – assegurar às partes igualdade de tratamento
PRINCÍPIO DA IGUALDADE:

Artigo 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção


de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes.

17
IGUALDADE FORMAL:

A igualdade formal é a igualdade perante a lei, diz respeito à forma com que esse
princípio se materializa no mundo jurídico.
Tratamento igual, independente alcançar ou não a igualdade no caso concreto.

IGUALDADE MATERIAL:
A igualdade material, por sua vez, sustenta-se a partir da afirmação de que, além de
não discriminar arbitrariamente, deve o Estado promover a igualdade material de
oportunidades, estabelecendo a elaboração de leis e a implementação de políticas
públicas tendentes a exterminar ou mitigar as desigualdades de fato.

Aqui não se busca apenas tratar de formal igual, busca-se trazer a igualdade de
forma efetiva.

18
Igualdade formal:

19
IGUALDADE MATERIAL
“Dar tratamento isonômico às partes
significa tratar igualmente os iguais
e desigualmente os desiguais, na
exata
medida de suas desigualdades”.

20
CONTRADITÓRIO
CPC, Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento (...), competindo ao juiz
zelar pelo efetivo contraditório.

CF, art. 5º,LV Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes.
FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES
CPC, art. 11 Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

CF, art. 93 Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá


sobre o Estatuto da Magistratura, observado os seguintes princípios:
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Ler - CPC, art. 489, parágrafo 1º (não é considerado fundamentado)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL–
RECURSOS
PONTOS DA EMENTA:
2. PRINCÍPIOS
2.1. Do Duplo Grau De Jurisdição
2.2.Da Taxatividade
2.3. Da Singularidade Ou Da Unirrecorribilidade Ou Da Unicidade
2.4. Da Fungibilidade
2.5.Da Dialeticidade
2.6. Da Voluntariedade
2.7. Da Irrecorribilidade Em Separado Das Interlocutórias
2.8. Da Consumação E Da Complementariedade
2.9. Da Proibição Da Reformatio In Pejus
CONTEXTO E IMPORTÂNCIA
- revisão de decisões judiciais, duplo grau de jurisdição, assegurando a efetividade
e a justiça;
- ampla defesa e do contraditório, devido processo legal e pelo equilíbrio nas
relações jurídicas;
- ideia de correção de erros, injustiças ou equívocos judiciais que poderiam afetar a
vida das partes de forma irremediável;
- estratégia;
- uniformizar a jurisprudência;
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
OBJETIVO : CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
SUBJETIVO: PARTES (LEGITIMIDADE E INTERESSE)

-O recurso ataca decisão de mérito (com vistas à sua


reforma, invalidação ou esclarecimento);
-Figuras que não são recursos: Embargos de declaração,
ação anulatória\rescisória, medidas cautelares e tutelas
de urgência, as exceções, remessa necessária)
DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Princípio da organização do Judiciário que determina a existência de instância
inferior e superior. A primeira instância se constitui no juízo onde se inicia a ação
principal, que vai da citação inicial válida até a sentença. A segunda instância é
aquela em que se recebe a causa em grau de recurso que será julgada pelo
tribunal.
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE
O Princípio da Taxatividade estabelece que apenas as decisões expressamente previstas em
lei podem ser objeto de recurso.
Ou seja, não se admite a criação de recursos por analogia, costume ou qualquer outro meio
que não o legal.
Esse princípio reflete a preocupação do ordenamento jurídico em delimitar e controlar o uso
dos recursos, evitando a multiplicidade desnecessária de impugnações e assegurando a
celeridade processual.
O Código de Processo Civil brasileiro, em seu artigo 994, elenca taxativamente os recursos
admissíveis: apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração,
recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário e embargos de divergência.
DA SINGULARIDADE OU DA
UNIRRECORRIBILIDADE OU DA UNICIDADE
A unirrecorribilidade determina que, para cada decisão judicial, apenas um tipo
específico de recurso é cabível.
Em outras palavras, a legislação processual civil define de forma precisa qual
recurso é aplicável a cada espécie de decisão proferida, evitando, assim, a
possibilidade de múltiplos recursos para uma única decisão.
Tal premissa é essencial para a compreensão e operacionalização do sistema
recursal, garantindo sua fluidez e evitando a proliferação desordenada de
impugnações.
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL
Em situações nas quais, por erro justificável, uma parte interpõe um recurso em vez
de outro, muitos tribunais têm aplicado a fungibilidade para evitar que injustiças
ocorram em virtude de formalidades.
Essa abordagem, embora possa parecer em contraste com a rigidez da
unirrecorribilidade, é, na realidade, uma manifestação do equilíbrio que o sistema
processual busca entre a garantia do direito de recorrer e a necessidade de uma
prestação jurisdicional célere e efetiva.
ART. 283 DO CPC\2015
EX: Parágrafo 3ºdo art. 1.024 do CPC\2015
PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE
A dialeticidade recursal é um importante requisito de admissibilidade dos recursos e, em
síntese, se refere ao ônus de a parte recorrente enfrentar, dialeticamente, os pontos da
decisão que pretende impugnar.
Veda-se a famigerada prática do “copia e cola” de contestações em apelações, por exemplo,
e além disso, contribui para que o princípio contraditório substancial, onde as partes tem a
capacidade de influenciar/participar das decisões, seja efetivamente exercido.
Quando apontamos algo como dialético, levamos em conta a característica da discussão, da
argumentação.
No processo, pois, a dialeticidade supõe-se, obviamente, ao discursivo, revelando formulações
organizadas, concatenadas, expondo-se um raciocínio encadeado.
Desse modo, defronta o princípio da dialeticidade recursal aquele que, no processo, não faz
oposição firme, pontual, à decisão recorrida.
DA VOLUNTARIEDADE
Princípio segundo o qual a parte tem a possibilidade de recorrer ou de aceitar a decisão
de forma voluntária. Assim, o Magistrado não pode conhecer matérias que não forem
objeto do recurso interposto.
Contudo, haverá exceção quando se tratar de :
Matérias de ordem pública, sobre as quais, enquanto não houver o trânsito em julgado,
não haverá preclusão; ou
Decisões desfavoráveis proferidas contra a Fazenda Pública, caso que se submete ao
reexame.
DA IRRECORRIBILIDADE EM SEPARADO DAS
INTERLOCUTÓRIAS
Regra: Não cabe recurso de decisão interlocutória, será somente apresentada em
preliminar de apelação (art. 1009 cpc)
CPC \15 EXCEÇÕES – art. 1015 – hipóteses de agravo de instrumento , rol
relativizado a depender do risco\dano\urgência (em separado)
DA CONSUMAÇÃO E DA COMPLEMENTARIEDADE
O atual Estatuto adotou o princípio da consumação recursal que estabelece que o recurso
inadmitido não pode ser reproposto, mesmo que seja de forma distinta.
O princípio da consumação, também cognominado, por Pontes de Miranda, de princípio da
absorção e de princípio da exclusão dos recursos complementares, impede que o vencido
ofereça novo recurso - mesmo que seja do mesmo tipo - contra a decisão recorrida, assim
como o impede de aditar, complementar ou corrigir o recurso interposto.
Nessa linha, a jurisprudência tem apresentado várias decisões, fazendo concluir-se que a
apresentação do segundo ou demais recursos, seja em substituição, ou não, ao primeiro,
invalida qualquer juízo de conhecimento, muito embora não tenha havido a preclusão
temporal.
DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS
1. O princípio da proibição da reformatio in pejus está atrelado ao efeito devolutivo
dos recursos e impede que a situação do recorrente seja piorada em decorrência do
julgamento de seu próprio recurso.
QUANTO AO FIM COLIMADO
No contexto do processo civil, podemos entender que "fim colimado" se refere ao
objetivo final ou à finalidade pretendida por uma das partes ao ingressar com uma
ação judicial. Isso pode incluir a obtenção de uma decisão judicial favorável, a
reparação de um dano, a obtenção de uma indenização, entre outros resultados.
EXEMPLOS DO FIM COLIMADO
Reparação de Danos: Um indivíduo entra com uma ação civil buscando reparação por
danos materiais e morais causados por um acidente de trânsito.
Cumprimento de Contrato: Uma empresa entra com uma ação para obrigar outra parte a
cumprir os termos de um contrato que foi violado.
Despejo por Falta de Pagamento: Um proprietário de imóvel entra com uma ação de
despejo contra o inquilino que não está pagando o aluguel.
Anulação de Cláusula Abusiva: Um consumidor ingressa com uma ação buscando a
anulação de cláusulas contratuais consideradas abusivas em um contrato de serviço.
Divisão de Bens em Caso de Divórcio: Um casal entra com uma ação de divórcio e busca
a divisão dos bens adquiridos durante o casamento.
STJ AFASTA PRISÃO DE PAI QUE DEVE
ALIMENTOS À FILHA DE 26 ANOS
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça – STJ confirmou liminar para afastar a prisão de um
pai devedor de alimentos.
Segundo os autos, o pai, que se encontra preso desde novembro de 2023, não teria condições
financeiras de pagar os alimentos devidos à sua filha, que tem 26 anos, é graduada e trabalha. A
defesa alegou ao STJ que não se justifica, nessa medida, a ordem de prisão.
O relator, ministro Moura Ribeiro, ressaltou a ausência de urgência do recebimento da pensão visto que
a credora tem 26 anos, é formada e pós-graduada em Direito, inscrita na OAB, associada de escritório
de advocacia e atua em diversas causas trabalhistas.
"Em casos tais como esse recomenda-se que o restante da dívida seja executada sem a possibilidade da
prisão civil", destacou.
Para o ministro, não parece razoável, nesses termos, manter a prisão do paciente se não há risco
alimentar.
Diante disso, não conheceu do habeas corpus, mas concedeu a ordem de ofício para confirmar a liminar e
manter a liberdade do devedor.
Processo HC 875.013
QUANTO AO JUIZ QUE OS DECIDE
O juiz tem a responsabilidade de analisar as alegações das partes, as provas apresentadas
e aplicar o direito vigente para chegar a uma decisão justa e equitativa.
No sistema jurídico brasileiro, os juízes devem ser imparciais e decidir de acordo com a lei e
os princípios de justiça. Eles devem fundamentar suas decisões com base nos fatos do caso e
nas normas jurídicas aplicáveis.
O papel do juiz é crucial no processo civil, pois cabe a ele garantir que os direitos das
partes sejam respeitados e que a lei seja aplicada de forma adequada. Sua decisão final
pode ter um impacto significativo nas vidas das pessoas envolvidas no processo.
É importante ressaltar que os juízes devem atuar com independência e imparcialidade,
evitando qualquer forma de preconceito ou parcialidade. Eles devem conduzir o processo de
forma justa e equitativa, assegurando que todas as partes tenham a oportunidade de
apresentar seus argumentos e defender seus interesses perante a justiça.
QUANTO À MARCHA A CAMINHO DA EXECUÇÃO
A expressão "marcha a caminho da execução" refere-se ao processo que ocorre
após uma decisão judicial ser proferida em um processo civil e antes da efetivação
da execução da sentença. Durante essa fase, as partes podem adotar uma série de
medidas para garantir que a decisão judicial seja cumprida.
Aqui estão algumas etapas comuns que podem ocorrer durante a "marcha a caminho
da execução" em um processo civil:

1) Recurso: A parte insatisfeita com a decisão judicial pode interpor um recurso,


como apelação ou agravo, visando reverter ou modificar a decisão.
2) Cumprimento Voluntário: Caso não haja recursos ou após o esgotamento das
instâncias recursais, a parte vencedora pode tentar obter o cumprimento voluntário
da decisão por parte da parte vencida. Isso pode incluir a comunicação direta com
a parte contrária ou o envolvimento de um mediador ou conciliador para facilitar o
cumprimento do que foi determinado pela decisão judicial.
Execução Forçada: Se a parte vencida não cumprir voluntariamente a decisão
judicial, a parte vencedora pode iniciar o processo de execução forçada, buscando
meios legais para fazer valer a decisão. Isso pode incluir a penhora de bens,
bloqueio de contas bancárias ou outras medidas coercitivas para garantir o
cumprimento da obrigação determinada pela decisão judicial.
Cumprimento da Sentença: Uma vez que as medidas de execução tenham sido
efetivadas, a parte vencedora poderá receber o que lhe é devido conforme
determinado pela decisão judicial.
QUANTO À EXTENSÃO DA MATÉRIA IMPUGNADA
A "extensão da matéria impugnada" refere-se ao alcance das questões ou aspectos
específicos de uma decisão judicial ou de um ato processual que estão sendo
contestados por meio de um recurso.

No contexto do processo civil brasileiro, quando uma parte decide interpor um


recurso contra uma decisão judicial, ela deve especificar quais pontos ou aspectos da
decisão estão sendo contestados. Esses pontos podem incluir interpretação da lei,
análise das provas, aplicação de jurisprudência, entre outros.
A extensão da matéria impugnada pode variar de acordo com a estratégia da
parte recorrente e com a natureza da decisão judicial em questão. Pode abranger
desde questões específicas e pontuais até aspectos mais amplos e abrangentes da
decisão.
É importante que a parte recorrente identifique claramente os pontos que está
impugnando e apresente argumentos sólidos e fundamentados para sustentar suas
contestações. Isso ajuda o tribunal a compreender as razões da impugnação e a
decidir de forma justa e adequada sobre o recurso.
A legislação processual brasileira estabelece requisitos e procedimentos específicos
para a interposição de recursos, incluindo regras sobre a extensão da matéria
impugnada. Essas regras visam garantir a efetividade do sistema de recursos e a
celeridade processual, ao mesmo tempo em que asseguram o direito das partes de
buscar a revisão das decisões judiciais.
QUANTO Á FUNDAMENTAÇÃO
A "fundamentação" refere-se à justificação ou motivação apresentada pelo juiz em
suas decisões judiciais. No contexto do processo civil brasileiro, a fundamentação é
um aspecto fundamental e obrigatório em todas as decisões proferidas pelo juiz.
A Constituição Federal brasileira estabelece que toda decisão judicial deve ser
fundamentada, conforme o artigo 93, inciso IX. Isso significa que o juiz deve explicar
claramente os motivos pelos quais decidiu de determinada maneira, apresentando os
fundamentos legais, doutrinários e jurisprudenciais que embasam sua decisão.
A FUNDAMENTAÇÃO SERVE A DIVERSOS PROPÓSITOS:
Transparência: Permite que as partes e demais interessados compreendam os motivos pelos
quais a decisão foi proferida.
Controle da Legalidade: Facilita a verificação da conformidade da decisão com as normas
legais vigentes.
Possibilidade de Recurso: Uma decisão bem fundamentada fornece uma base sólida para
que as partes possam interpor recursos, caso discordem da decisão.
Garantia do Devido Processo Legal: A exigência de fundamentação contribui para garantir
o direito das partes a um julgamento justo e imparcial.
OS REQUISITOS PARA A FUNDAMENTAÇÃO
Os requisitos para a fundamentação das decisões judiciais estão previstos no Código
de Processo Civil brasileiro, que estabelece que a decisão deve ser clara, precisa,
congruente e coerente, conforme o artigo 489. Além disso, o artigo 93 da
Constituição Federal estabelece que a fundamentação das decisões deve ser
objetiva e impessoal.
Assim, a fundamentação adequada é essencial para a legitimidade e credibilidade
do Poder Judiciário, assegurando que as decisões sejam tomadas de maneira justa,
transparente e em conformidade com a lei.
QUANTO AO DIREITO TUTELADO
"Quanto ao direito tutelado" refere-se ao direito protegido ou tutelado por meio de
uma decisão judicial. No contexto do processo civil brasileiro, quando uma parte
ingressa com uma ação judicial, ela busca a proteção de um direito ou interesse que
considera ter sido violado ou ameaçado.
A escolha do direito tutelado é determinada pela natureza da controvérsia e pelos
interesses das partes envolvidas no processo. O objetivo do sistema jurídico é
assegurar a proteção efetiva desses direitos por meio da prestação jurisdicional, ou
seja, por meio das decisões proferidas pelo Poder Judiciário.
ALGUNS EXEMPLOS COMUNS INCLUEM:
Direitos Patrimoniais: Como o direito à propriedade, posse, pagamento de dívidas,
cumprimento de contratos, indenizações por danos materiais, entre outros.
Direitos à Personalidade: Tais como direitos relacionados à honra, imagem, privacidade e
intimidade.
Direitos Familiares: Como guarda de filhos, pensão alimentícia, reconhecimento de
paternidade, divórcio, entre outros.
Direitos Consumeristas: Envolvendo questões relacionadas à qualidade de produtos e
serviços, práticas abusivas, contratos de consumo, entre outros.
Direitos Trabalhistas: Tais como pagamento de salários, verbas rescisórias, reconhecimento
de vínculo empregatício, entre outros.
Direitos Coletivos e Difusos: Relacionados a questões ambientais, de consumo, de saúde
pública, entre outros, que afetam um grupo amplo de pessoas.
FUNDAMENTOS
Os "fundamentos" em um processo civil referem-se aos pilares sobre os quais uma
decisão judicial é construída. Eles são os elementos essenciais que sustentam a
argumentação do juiz ao proferir uma sentença ou decisão interlocutória. Esses
fundamentos podem incluir aspectos legais, doutrinários, jurisprudenciais e fáticos.
Ao proferir uma decisão, o juiz deve apresentar uma fundamentação clara e
coerente, explicando os motivos pelos quais decidiu de determinada maneira. Isso
permite que as partes compreendam os fundamentos da decisão e verifiquem se ela
está em conformidade com a lei e os princípios de justiça.
Uma fundamentação adequada é essencial para garantir a legitimidade e a
eficácia das decisões judiciais, contribuindo para a transparência, imparcialidade e
segurança jurídica do sistema judiciário.
Aspectos Legais: Os fundamentos legais são baseados nas normas jurídicas
aplicáveis ao caso em questão. Isso pode incluir leis, códigos, constituição, tratados
internacionais e outras fontes do direito que estabelecem direitos e obrigações das
partes.
Doutrinários: Os fundamentos doutrinários referem-se às teorias jurídicas,
interpretações acadêmicas e análises de juristas renomados sobre a matéria em
discussão. A jurisprudência de tribunais superiores e entendimentos consolidados
também podem ser considerados como parte da doutrina.
Jurisprudenciais: Os fundamentos jurisprudenciais estão relacionados às decisões
anteriores de tribunais sobre casos semelhantes. O juiz pode se basear em
precedentes judiciais para fundamentar sua decisão e garantir a uniformidade e
consistência na aplicação do direito.
Fáticos: Os fundamentos fáticos são os elementos de fato do caso, ou seja, os
acontecimentos, evidências e provas apresentadas pelas partes durante o processo.
O juiz deve analisar esses fatos e utilizá-los como base para sua decisão,
ponderando sobre sua relevância e credibilidade.
MODELO DE SENTENÇA
[Nome do Juízo]
[Número do Processo]
SENTENÇA
I. Introdução:
Trata-se de ação [descrição sucinta da ação], proposta por [nome do autor], em face
de [nome do réu], visando [breve descrição do pedido]. Regularmente citado e
representado, o réu apresentou contestação, alegando [resumo das principais
alegações do réu].
II. Fundamentos:
A. Aspectos Legais:
[Explicação dos dispositivos legais aplicáveis ao caso, incluindo leis, códigos,
constituição, tratados internacionais, etc.]
B. Fundamentos Doutrinários:
[Inclusão de citações de doutrinas relevantes e teorias jurídicas pertinentes ao caso,
explicando como essas teorias se aplicam à situação em questão.]
C. Fundamentos Jurisprudenciais:
[Referência a decisões anteriores de tribunais sobre casos semelhantes, destacando
os precedentes que sustentam a decisão do juiz.]
D. Fundamentos Fáticos:
[Análise detalhada dos elementos de fato do caso, incluindo os acontecimentos,
evidências e provas apresentadas pelas partes durante o processo.]
III. Decisão:
[Após considerar os fundamentos apresentados, o juiz profere a decisão sobre o mérito da
causa, acolhendo ou rejeitando os pedidos das partes.]
IV. Dispositivo:
Ante o exposto, [determinação final da sentença, como julgar procedente ou improcedente
o pedido, determinando as obrigações das partes, se aplicável].
V. Custas Processuais e Honorários Advocatícios:
[Se houver previsão legal, incluir determinações sobre as custas processuais e os honorários
advocatícios.]
VI. Intimações:
[Determinação para que as partes sejam intimadas da presente decisão, conforme o
disposto em lei.]
VII. Publicação e Registro:
[Instruções sobre a publicação e registro da sentença nos termos legais.]
VIII. Cumpra-se.
[Determinação para o cumprimento da sentença nos termos da lei.]
[Local e Data]
[Assinatura do Juiz]
DA OBRIGATORIEDADE DO RECURSO
A utilização do recurso, em regra, não constitui medida obrigatória pra nenhuma das
partes. As únicas hipóteses de exceção a essa “não obrigatoriedade”, e que dizem
respeito ao recurso de apelação, encontram-se elencadas no art. 496 do CPC\2015.
RECURSOS NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA COMUM
- Todo estado da federação deve possui um Tribunal de Justiça de 2ª instância.
- São compostas de câmaras cíveis e Câmaras Criminais isoladas, integradas por juízes de
carreira de última instância (as primeiras) e por desembargadores (as segundas), além de
advogados inscritos pela OAB e membros oriundos do Ministério Público.
- A depender da matéria a ser apreciada, as Câmaras isoladas poderão reunir-se em
Grupos de Câmaras.
- Já o Tribunal Pleno é constituído por todos os membros do tribunal.
- As Câmaras cíveis ou criminais isoladas, de composição variada, fixada no regimento
interno de cada tribunal, compõe-se de 3 a 5 desembargadores, sob a presidência do
desembargador mais antigo, um deles será nomeado relator, com a incumbência de ler,
resumir e fazer o relatório do processo.
TRAMITAÇÃO DO RECURSO
Sinteticamente o processamento do recurso se dará da seguinte ordem:

1. protocolo

2. distribuição, de acordo com o regimento interno do tribunal, observando a


alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. O primeiro recurso protocolado no
tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso posterior no mesmo processo ou
processo conexo.

3. Conclusão ao relator, que em trinta dias, depois de elaborar o voto, restitui-los, com
relatório, à secretaria.
INCUMBE AO RELATOR
Incumbe ao relator ( art. 932. do CPC\2015)

- antes de considerar inadmissível o recurso o relator concederá o prazo de 5 dias ao recorrente


para que seja sanado o vício ou complementada a documentação.

-fatos supervenientes à decisão ou questões apreciáveis de ofício ainda não examinadas: o relator
irá intimar para manifestarem em 5 dias.

- solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguir no julgamento.

- apresentação dos autos ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando a
publicação da pauta em órgão oficial. Entre a data da publicação da pauta e a sessão de
julgamento, decorrerá, pelo menos, 5 dias. (art. 935 do CPC\2015)
SESSÃO DE JULGAMENTO
1. Exposição pelo relator, e procedimento previsto no art. 937 do CPC\2015.

2. Votação – art. 940 e 941 do CPC\2015.

3. Proferidos os votos, o Presidente anunciará o resultado do julgamento e designará


a redação do acórdão (pelo relator, ou se vencido este, o autor do primeiro voto
vencedor)

4. Em hipótese de apelação sem unanimidade (art. 942 do CPC\2015)


PREPARO E DESERÇÃO
Despesas de preparo são as custas judiciais originadas da própria interposição do recurso;

O recorrente, em conformidade com o art. 1007 do CPC\2015,é obrigado a recolher o


calor determinado, sob pena do recurso não ser remetido à instância superior, sob pena de
deserção.

A insuficiência do valor do preparo também implica em deserção se o recorrente, intimado


na pessoa do seu advogado, não vier a supri-lo com prazo de cinco dias.

Gozam de isenção legal: Ministério Público, União, estado e Municípios, autarquias e outros
conforme art. 1007 do CPC\2015.
ATOS SUJEITOS A RECURSO
Sentenças: decisões;

Decisões interlocutórias: são as decisões proferidas pelo juiz no curso do processo.

Despachos: atos de comunicação do juiz que não contêm uma decisão em si, mas têm
relevância no andamento.

Decisões sobre incidentes processuais: decisões que resolvem questões específicas


que surgem no decorrer do processo.
DISTINÇÃO ENTRE ERROR IN JUDICANDO E ERROR
IN PROCEDENDO
Erro em julgar ( error in judicando) refere-se a um erro na avaliação do mérito da decisão
judicial, ou seja, está relacionado à interpretação e aplicação do direito ao caso concreto.

Por outro lado, erro no procedimento (error in procedendo) diz respeito a um erro no
procedimento adotado durante o processo judicial, como por exemplo, a não observância das
formalidades legais ou a violação de garantias processuais. Em resumo, enquanto o erro no
julgamento trata do conteúdo da decisão, o erro no procedimento aborda a forma como o
processo foi prorrogado.
DISTINÇÃO ENTRE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E
JUÍZO DE MÉRITO
O juízo de admissibilidade refere-se à análise feita pelo órgão jurisdicional para
verificar se um recurso atende aos requisitos formais e legais necessários para ser
analisado no mérito. Basicamente, nessa etapa, ocorre uma verificação da verificação do
recurso, sem se adentrar no mérito da questão discutida.
Já o juízo de mérito refere-se à análise do cerne da questão, ou seja, é a avaliação do
conteúdo da demanda apresentada, levando em consideração as provas, argumentos e
normas jurídicas aplicáveis. Nessa fase, o órgão julgador analisa os fatos apresentados e
decide sobre a resolução do conflito
Em resumo, o juízo de admissibilidade foca na validade e nos requisitos formais do
recurso, enquanto o juízo de mérito envolve ao conteúdo da demanda.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
Segundo a classificação de Seabra Fagundes, existem:

Requisitos objetivos: análise da tempestividade e o pagamento das custas


recursais;

Requisitos subjetivos: análise das partes e do interesse recursal.

Apesar da importância dessa classificação, a jurisprudência utiliza


predominantemente a classificação de Barbosa Moreira. Os requisitos do recurso são
divididos em extrínsecos e intrínsecos.
REQUISITOS EXTRÍNSECOS
Os requisitos extrínsecos são condições externas ao mérito da questão discutida no
recurso, sendo relacionados principalmente à forma e ao procedimento. Eles incluem
aspectos como o prazo para interposição do recurso, o modo correto de sua
apresentação, o pagamento de eventuais custas judiciais, a comprovação da
representação processual, entre outros. Esses requisitos devem ser rigorosamente
observados para que o recurso seja considerado válido e admissível.
SÃO ELES :
•Tempestividade;

•Regularidade formal;

•Preparo (pagamento de custas).


REQUISITOS INTRÍNSECOS
Os requisitos intrínsecos do recurso são aqueles inerentes ao recurso que são:
•Cabimento (via adequada);
•Legitimidade para recorrer;
•Interesse recursal;
•Inexistência de fato impeditivo ou extintivo.
CABIMENTO (VIA ADEQUADA)
Para isso, existem dois requisitos cumulativos:
Requisito 1: Recorribilidade - o pronunciamento judicial é recorrível? (art. 138. CPC);
Requisito 2: Adequação - o recurso interposto é o correto?
LEGITIMIDADE PARA RECORRER (ART. 996, CPC)
O recurso pode ser feito (a) pelo (a):
Parte vencida;
Terceiro prejudicado;
Ministério Público; (quando for parte ou quando for fiscal da lei)
Juiz - quando houver arguição de suspeição (art. 146, § 4º, CPC);
Advogado - honorários de sucumbência;
INTERESSE RECURSAL;
Sucumbência formal: tem uma ótica retrospectiva;

Sucumbência material tem uma ótica prospectiva.

A sucumbência formal analisa o que foi pedido (demanda) com o que foi deferido
(sentença). Já a sucumbência material analisa se a situação jurídica do recorrente
será melhor do que a situação jurídica antes da interposição do recurso.
INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU
EXTINTIVO.
Diferença entre fato impeditivo e fato extintivo:

A diferença é meramente cronológica. O fato impeditivo se dá antes da interposição


do recurso (impede a interposição do recurso). Exemplos disso seriam o
reconhecimento jurídico do pedido, a renúncia ao direito, a renúncia ao recurso e a
aquiescência.

Já o fato extintivo se dá após a interposição do recurso. Exemplo disso seria a


desistência do recurso.
Tal requisito é considerado negativo, já que não devem estar presentes para ter a
admissibilidade recursal. Ele possui uma incompatibilidade no plano lógico.

Nesse tipo de requisito, há 3 fatos recursais que pertencem a uma categoria a qual
impede a análise do mérito recursal. Os três fatos são os seguintes:

•Renúncia do Direito de recorrer;

•Aquiescência;

•Desistência do recurso.
1.RENÚNCIA DO DIREITO DE RECORRER
A renúncia do direito de recorrer ( CPC, art. 999)é um requisito que impede a
admissibilidade intrínseca do recurso. Ela possui as seguintes características:

•É um ato unilateral do possível recorrente (não precisa do consentimento do outro);

•Não admite termo ou condição, já que é um ato puro (ato jurídico em sentido estrito - seus
efeitos estão previsto em lei);

•Gera uma preclusão lógica do direito de recorrer;

•É irrevogável dentro do processo. Se houver vício de consentimento, será necessário entrar


com uma ação anulatória autônoma ( CPC, art. 966, § 4º);
•Não depende de homologação judicial;

•Não se confunde com a renúncia do direito material, já que a renúncia do direito de


recorrer é de natureza processual;

•Produz efeitos imediatos. Exemplo disso é o trânsito em julgado da decisão e o


litisconsórcio comum);

•Pressupõe capacidade postulatória (somente advogados podem postular).


2.AQUIESCÊNCIA
Esse consentimento ( CPC, art. 1000) acontece depois de proferida a decisão e quer
dizer que a parte consentiu/ aderiu à decisão. Tal aquiescência pode ser expressa
ou tácita. Ela independe de homologação judicial.
3.DESISTÊNCIA RECURSAL
A desistência recursal (CPC, art. 998) é ato unilateral e feita a qualquer tempo, mas
deve ser praticada antes do julgamento do recurso a fim de respeitar a boa-fé
processual.

A desistência recursal:

•Pode ser total ou parcial;

•Independe de homologação judicial;

•Exige uma procuração com poderes especiais.


AD QUEM E AD QUO
Ad quem : para o qual se apela de despacho ou sentença de juiz inferior (diz-se de
juiz ou de tribunal).

Ad quo: refere-se ao juiz ou ao tribunal de instância inferior de onde provém o


processo objeto do recurso ou o ato que se discute em outro juízo.
EFEITOS
Efeitos suspensivo:

Significa que foi recebido um recurso e a decisão dada anteriormente não terá
efeito até que ocorra o novo julgamento.

Efeito devolutivo:

Como o próprio nome diz, efeito devolutivo é aquele que “devolve” algo, ou seja,
quando um recurso é recebido com o efeito devolutivo, ele devolve toda matéria
para reexame em instância superior, para que sentença seja anulada, reformada,
ou, também, mantida. Porém os efeitos dessa sentença continuam vigentes.
Efeito translativo:

No direito processual civil brasileiro, denomina-se efeito translativo de um recurso


aquele que enseja a apreciação pelo órgão revisor de toda matéria de ordem
pública, apreciável "ex officio".

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