O documento aborda a importância do combate e prevenção de incêndios e pânicos, destacando normas regulamentadoras e a história da segurança contra incêndios no Brasil. São discutidos conceitos como a teoria do fogo, métodos de extinção, classes de incêndio e a resistência dos materiais ao fogo. A prevenção envolve medidas como treinamento, vigilância e a correta distribuição de equipamentos para minimizar riscos e danos.
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Slide - Prevenção e Combate A Incêndio
O documento aborda a importância do combate e prevenção de incêndios e pânicos, destacando normas regulamentadoras e a história da segurança contra incêndios no Brasil. São discutidos conceitos como a teoria do fogo, métodos de extinção, classes de incêndio e a resistência dos materiais ao fogo. A prevenção envolve medidas como treinamento, vigilância e a correta distribuição de equipamentos para minimizar riscos e danos.
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COMBATE E PREVENÇÃO DE
INCÊNDIOS E PÂNICOS
ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO E GISELLY SANTOS MENDES
UNIDADE 1 UNIDADE 1| INTRODUÇÃO
Nesta unidade iremos compreender o que vem a ser
o combate e a prevenção de incêndios e pânicos e conhecer as principais normas relacionadas com o tema, e também como surgiram as preocupações coma segurança contra incêndios no Brasil. UNIDADE 1| OBJETIVOS
1. Compreender o conceito, histórico e normas regulamentadoras de
prevenção de incêndio e pânicos. 2. Aplicar a teoria do fogo e suas especificidades. 3. Diagnosticar os pontos de temperaturas importantes, identificando as classes e causas de incêndio e pânico. 4. Analisar os métodos de extinção do fogo, resistência dos materiais ao fogo e a explosividade. NORMAS REGULAMENTADORAS DA PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
Brentano (2007) explica que há muitos anos o
homem convive com o fogo utilizando-o como um importante item auxiliar no seu cotidiano. Conseguiu criar, dominar e utilizar o fogo para aquecimento, iluminação, cozimento, entre outras tantas coisas que se pode fazer com ele. Contudo, muitas vezes o fogo foge do seu controle, transformando-se em um incêndio que pode causar ferimentos e prejuízos materiais e até mortes. • Segundo Teixeira (2013), quando acontece um incêndio as pessoas que estão dentro da edificação procuram escapar do local o mais rápido possível. Dessa forma, a simples decisão de optar entre duas ou mais rotas de fuga pode vir a acarretar influência emocional e provocar situação de pânico. Em determinadas ocasiões, nas quais uma saída pode estar interrompida por chamas ou consumida pela fumaça, pessoas podem vir a se atirar de edifícios em momento de desespero. • Consoante Seito (2008), as dificuldades extremas causadas pela falta de percepção da visão e pelas dificuldades respiratórias causadas pelo incêndio acabam aumentando a tensão nervosa, podendo assim atingir o estado de pânico. A fumaça contém vários gases, entre eles o monóxido de carbono (CO2) que afeta o sistema nervoso central e provoca sintomas como mal-estar, distúrbios de funções motoras e perturbações do comportamento: fobia, agressividade, pânico, coma, entre outros. • A prevenção de incêndio envolve uma série de medidas, como distribuição precisa dos equipamentos de percepção e combate a incêndio, treinamento de pessoal, vigilância constante, ocupação das edificações levando em consideração o risco de incêndio, organização geral e limpeza, buscando evitar o surgimento de um princípio de incêndio, atrapalhar seu alastramento, constatá-lo o mais rapidamente possível e possibilitar seu combate ainda na fase inicial, conforme esclarece Fernandes (2010). HISTÓRICO
Para Silva (2004), existem vários exemplos na história
mundial de uma série de incêndios que ocasionaram desmensuradas destruições e mortes, considerados originários da segurança contra incêndio nas edificações, como em Roma, no ano de 64 d.C., durante o império de Nero, ou Londres, em 1966; no terremoto seguido de incêndio em Lisboa, no ano de 1755; e na cidade de Chicago, em 1871. • No Brasil, a preocupação com os possíveis danos motivados pela ação descontrolada do fogo já provocava ações preventivas desde a época imperial. Contudo, o corpo legal e normativo como é oferecido hoje foi descrito sempre baseado em experiências relacionadas de cada Estado, havendo registros espalhados pelas diversas regiões do país, de acordo com Rodrigues (2016). • Conforme Fernandes (2010), na década de 70 tiveram início no Brasil os primeiros estudos com relação à segurança contra incêndio, sendo implementado o laboratório de segurança contra incêndios no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo, patrocinado pela JICA (Japan Internacional Cooperation Agency), que teve como resultado as instalações de ensaios de fumaça e testes materiais frente ao fogo, tornando-se uma referência nacional. Em Brasília também foi implantado um Laboratório de Investigação Científica e Incêndio contando com a ajuda da JICA. • A prevenção e o combate a incêndio é competência do Corpo de Bombeiros, que adota o Código de Prevenção e Normas Brasileiras para a execução da prevenção contra incêndios e Normas Brasileiras para a execução de prevenção contra incêndios, por meio de vistorias técnicas, afirma Fernandes (2010). • A norma regulamentadora do Ministério do Trabalho NR 23 trata da proteção contra incêndio para locais de trabalho e serve como colaboração para que os ambientes de trabalho sejam seguros. TEORIA DO FOGO
Sob a perspectiva da segurança de uma edificação, o
fogo se apresenta como uma calamidade inesperada com capacidade de originar danos materiais e perdas de vidas humanas. Assim, para se realizar a prevenção ou o combate a incêndio de maneira eficiente, primeiramente deve-se ter conhecimento sobre a mecânica do fogo em todos os seus aspectos: causas, formação e seus efeitos, informa Brentano (2007). • Conforme Brentano (2007), o fogo é uma combustão viva que se desponta por meio da formação de chamas que causam luz e desprendem calor, além da emissão de fumaça, gases e outros resíduos. • Já a ABNT – NBR 13860 – define o fogo como sendo o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz. • “O fogo pode ser definido como um fenômeno físico-químico em que ocorre uma reação de oxidação, emitindo luz e calor” (São Paulo, Instrução Técnica 02/2018 p. 3). • Para que exista a ocorrência do fogo deve haver a concorrência simultânea de três elementos essenciais. São eles: material combustível, comburente (oxigênio) e uma fonte de calor, formando o triângulo do fogo, explica Brentano (2007). De acordo com Seito (2008), a representação gráfica do fogo foi criada de início pela teoria chamada de Triângulo do Fogo, que explicava os meios de extinção do fogo pela retirada de um desses componentes, uma vez que devem coexistir para que o fogo se mantenha. FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO
A possibilidade de um foco de incêndio ser
eliminado ou progredir para um grande incêndio depende basicamente de alguns fatores, segundo a Instrução Técnica 02/2018 do Corpo de Bombeiros de São Paulo. • Os três processos de transmissão em que o fogo se propaga são por condução ou contato, que ocorre quando o calor é transmitido de molécula a molécula ou de corpo a corpo; por convecção, que acontece quando o calor é conduzido através de uma massa de ar aquecida, que se afasta do local em chamas alastrando o fogo; e por irradiação ou radiação da energia, que ocorre através de ondas ou raios caloríficos constituídos por um corpo aquecido que irradia calor em todas as direções através do espaço, idêntico à luz. PONTOS DE TEMPERATURAS, CLASSES E CAUSAS DE INCÊNDIO
No manual de prevenção e combate a princípios de
incêndio do Paraná (2013) afirma-se que o calor transforma os combustíveis e por meio dessa transformação eles se ajustam com o oxigênio, tendo como resultado a combustão. Essa transformação se desenvolve em temperaturas diferentes à proporção com a qual vai acontecendo o aquecimento do material. • Com o aquecimento de um combustível, alcança-se uma temperatura em que o material dá início à liberação de vapores, que se incendeiam se existir uma fonte externa de calor. Esse momento é chamado de “ponto de fulgor” e o que ocorre é que as chamas não se conservam por causa da pequena quantidade de vapores, conforme descreve o Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013). • Quando se avança com o aquecimento, alcança-se uma temperatura em que os gases desprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam uma combustão e continuam a queimar sem a ajuda daquela fonte. Esse momento chama-se “ponto de combustão”, informa o Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013). CLASSES DE INCÊNDIO
No combate a incêndios, os materiais combustíveis são
identificados de acordo com uma ou mais classes de incêndios. Cada classe designa o combustível envolvido no incêndio e essa classificação vai permitir, de forma eficaz, a escolha do agente extintor mais adequado, explica Camilo Junior (2019). • A classificação dos incêndios se dá por causa das variedades dos combustíveis, os quais reagem de maneiras diferentes e com características próprias, menciona Carvalho Filho (2019). A classificação clássica que mais aparece na literatura é a divisão em cinco classes, que são A, B, C, D e K. Vejamos as principais características de cada uma delas. • Classe A – São os fogos em materiais combustíveis corriqueiros, ordinários como madeiras, papeis, tecidos, entre outros; que queimam em superfície e em profundidade e, em razão do seu volume, deixam resíduos depois da combustão, como brasas e cinzas, descreve Brentano (2007). • Classe B – São os fogos que acontecem na mistura do ar com os vapores que se desenvolvem na superfície dos líquidos combustíveis e inflamáveis, como óleos, gasolina, etc., explicita Brentano (2007). • Classe C – São os fogos em equipamentos elétricos energizados como máquinas elétricas, quadros de força, transformadores, computadores, ou qualquer que seja o material de uso em aplicações de energia elétrica, informa Carvalho Junior (2019). • Classe D – De acordo com Brentano (2007), fazem parte dessa classe os fogos em metais combustíveis chamados de pirofóricos, como magnésio, titânio, zircônio, lítio, alumínio e outros. • Classe K – São produtos destinados a formas de cocção em cozinhas industriais e comerciais e possuem a característica de serem resistentes aos meios normais de combate a incêndio, informa Carvalho Junior (2019). • Enfim, as causas de incêndios podem ser naturais ou artificiais (acidentais ou propositais), originando-se de cigarros e assemelhados, forno e fogão, eletricidade, atrito, líquidos inflamáveis, raios ou por ação criminosa. MÉTODOS DE EXTINÇÃO, RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS E EXPLOSIVIDADE
Consoante Barsano e Barbosa (2018), para que o fogo
não alcance o nível de um incêndio difundido por todo o ambiente, no decurso da sua propagação sem controle devem ser empregados procedimentos e equipamentos apropriados para a extinção das chamas. Deste modo, é essencial que um ou mais elementos que constituem o tetraedro de fogo sejam anulados, rompendo o seu ciclo de alimentação. • O procedimento adequado para a interrupção desse ciclo contínuo é o emprego dos métodos de extinção de incêndio, com a utilização de agentes extintores apropriados, cumprindo as características de cada classe de incêndio e, dessa maneira, proporcionando um combate com maior eficiência e sem riscos adicionais ao combatente na hora do acontecimento, conforme explicam Barsano e Barbosa (2018). • Brentano (2007) destaca que os métodos de extinção do fogo acontecem segundo o elemento componente que se pretende neutralizar, podendo ocorrer por isolamento (retirada do material), por abafamento (retirada do comburente), por resfriamento (retirada do calor) e pela extinção química (quebra da cadeia de reação química). RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AO FOGO
De acordo com Bertolini (2016), no decurso de um
incêndio, os danos aos materiais podem ocasionar uma alteração estrutural ou permitir a propagação do fogo. Desse modo, a estabilidade de um elemento construtivo ou estrutural específico, em razão do tempo de exposição ao fogo, é uma propriedade importante tanto para os materiais estruturais quanto para os materiais que separam os ambientes. • Silva (2018) destaca que a temperatura dos gases quentes em um incêndio sofre variação com o tempo e precisa de algumas variáveis como carga de incêndio e grau de ventilação. O autor define a carga de incêndio como a reunião dos possíveis caloríficos de todos os materiais internos ao compartimento. Já o grau de ventilação do compartimento é verificado em função da área de aberturas para o exterior do compartimento. • Bertolini (2016) define a resistência do fogo como a conduta de um componente de construção que preserva, por um tempo determinado durante um incêndio, a estabilidade, a capacidade resistente ou a vedação e o isolamento térmico. • Para garantir a estabilidade, é indispensável que as variações das propriedades do material e a alteração das divisões conservadas sejam capazes de manter a resistência mecânica e prevenir o colapso. A vedação é garantida se chamas, vapores ou gases quentes não alcançam o lado não exposto ao fogo. O isolamento térmico é importante para assegurar que o calor gerado na zona de incêndio não seja difundido aos ambientes presentes, esclarece Bertolini (2016). • De acordo com Barsano e Barbosa (2013), os incêndios motivados por explosões originadas de armazenamento impróprio de produtos perigosos causam preocupação. Dessa forma, é fundamental conhecer as características e os perigos dos produtos usados nos ambientes físicos de cada área de atuação, para servir como critério na adoção de medidas de prevenção. OBRIGADA!