An Suite Antiga Orquestra
An Suite Antiga Orquestra
Opus 2
orquestra de cordas
(string orchestra)
Movimentos:
I. Minueto – p.5
II. Ária – p.17
III. Rigaudon – p.23
32 p.
Alberto Nepomuceno - Suite Antiga
Notas Editoriais
Foi utilizada como fonte básica para esta edição cópia de uma suposta primeira edição (PE),
impressa em data desconhecida por Brödene Hals - Kristiania, segundo a folha de rosto,
xerografada do Arquivo Musical do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, por sua vez originária da
Divisão de Música da Biblioteca Nacional. Como a antiga cidade de Christiania, atual Oslo,
capital da Noruega, apenas usou a graÞa alternativa de Kristiania entre 1877 e 1897, pode-se
acreditar ser esta realmente a primeira edição da obra, pela localidade e proximidade com sua
data de composição, 1893 (vide prefácio abaixo). De acordo com dedicatória na capa, o
exemplar foi doado ao Arquivo Musical do TMRJ em 1947 por familiar do compositor.
Utilizou-se também a Edição Beviláqua/Mangione (VP) da versão original, para piano, para
confronto de detalhes, ainda que as versões apresentem diferenças que vão muito além do que
se espera de uma transcrição orquestral e suas particularidades, a versão para cordas
apresentado inúmeros detalhes extra-orquestração, inclusive extendendo passagens de transição
Þnalização etc. Curiosamente, as indicações metronômicas em PE parecem ser acréscimos
posteriores, especialmente a do primeiro movimento, em fonte completamente diferente das
demais e das encontradas na mesma página. VeriÞca-se que eles seguem as indicações da VP,
salvo no Rigaudon, que PE indica 10bpm a menos.
Os erros de nota inevitáveis numa primeira edição foram confrontados com Mt-BAN e com VP
mas, fora isso, PE se apresenta bastante clara, os trabalhos de digitalização e diagramação
bastante objetivos, à parte o sempre laborioso trabalho de uniÞcação de indicações, articulações
etc, alguns detalhes dos quais são descrito nas observações abaixo.
Exceções a esse quadro de clareza são questões de dinâmica em três passagens do Minueto. A
dinâmica inicial da peça é mf para Vln1 e p para os demais instrumentos, explicitando além do
usual a diferenciação entre melodia e acompanhamento. Além disso, já no primeiro compasso
aparece a indicação “2a vez pp”. No entanto, esta indicação de pp não existe na anacruse dos
Vln1. Pode-se entender que apenas faltou essa indicação aos Vln1. Porém também se pode
entender que a indicação “2a vez pp” se refere unicamente à repetição da Reexposição, indicada
em PE como “D.S. al Coda”, imediatamente antes da letra D original, onde a indicação de
dinâmica pp nos Vln1 não falta. Em nossa edição, por razões práticas, preferimos não colocar o
pulo, mas colocar a Reexposição por extenso, o que nos possibilitou incluir ali a dinâmica pp
para todos os instrumentos de forma inequívoca (em função disso, deslocamos a letra D para
demarcar a Coda, não o pulo). Marcamos então como mf a dinâmica do ritornello inicial, tendo o
cuidado de colocá-lo entre parênteses, com sinal de interrogação e asterisco, para remeter o
regente a estas notas e deixá-lo decidir a dinâmica desta repetição como achar mais
interessante. Convém notar que VP indica mf em todas as situações.
Também a dinâmica da repetição da letra B apresenta dúvida, dois p sendo encontrados fora de
lugar em Vln1 e Vla no último compasso da frase. Seria indicação mal colocada de que o
ritoncello do trecho seria, ele também p (ou pp)? Porém, nada nos Vln2, Vlc ou Cb indica isso.
Nossa edição mais uma vez, por comodidade de execução, prefere escrever por extenso a
repetição (compassos 39 a 46, incluso anacruse) e elimina o sinal de ritornello; assim, a anacruse
do que seria o ritornello (terceiro tempo do compasso 38) está marcada com p entre parênteses.
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Finalmente, o trecho seguinte, iniciado em nossa edição na anacruse do compasso 47, apenas
apresenta as indicações de dinâmica, no caso, p, na primeira nota do compasso 48 nos Cb e na
anacruse de 49 nos Vln2 - contra um mf na cabeça de c.47 nos Vln1, este claramente errôneo, já
que não faz sentido com o restante das linhas, desde a resposta nos Vln2 aos crescendi ao longo
da passagem. Neste caso, o p na anacruse de 47 está colocada tacitamente (e um RÉ nos Vln2
que serve ao ritornello, mas é gratuito para o prosseguimento da peça, foi retirado).
Essas interpretações das dinâmicas são, em sua maior parte, corroboradas por Mt-BAN, porém
não há tradição interpretativa que sinalize inequivocamente em qualquer direção.
Observações:
I - Minueto
c. 1: acrescentamos staccato nas duas primeiras semínimas de Vln1, e comps. seguintes, uma
vez que assim encontramos a mesma célula a partir da segunda frase em diante (comp. 10 etc.).
Também as articulações de Vla. foram acrescentadas para uniÞcar com Vln1 e Vln2. Já com
relação a Vlc e Cb, retiramos os sinais de staccato, uma vez que os instrumentos estão em
pizzicato, prática que repetimos adiante em todos os instrumentos.
c. 17: acrescentamos staccato em Vlc e Cb, em conformidade com Vln2 no mesmo compasso.
II - Ária
c. 5 em diante: acrescentamos as ligaduras por cima dos stacatti para indicar o portato no
acompanhamento, faltantes aleatoriamente.
c. 14/15 e 16: várias notas na melodia de Vlc corrigidas - vide uníssono com Vln1.
c. 34: o desenho rítmico da melodia nos Vln1 se apresenta como colcheia e duas semicolcheias;
corrigimos para duas semicolcheias seguida de colcheia, em conformidade com o desenho
apresentado pela melodia desde o c. 25 e corroborado novamente no c.36.
III - Rigaudon
Praticamente sem correção de notas, salvo acidentes de cortesia; extenso trabalho de correção e
uniÞcação de dinâmicas e articulações.
Guilherme Bernstein
Rio, janeiro de 2024
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Prefácio encontrado na contracapa da edição
AS OBRAS
Tal como Grieg na Suite Holberg, Tchaikowsky na Suite Mozartiana, Respighi nas suítes de
Árias e Danças Antigas e outros, Nepomuceno também quis reverenciar os grandes clavecinistas
do século XVIII, compondo, uma suíte nos moldes da época.
Não é, portanto, o Nepomuceno tão característico da Série Brasileira ou do prelúdio de O
Garatuja, inspirado em ritmos e motivos nativos, que iremos apreciar aqui, ele que foi o paladino-
mor de nosso nacionalismo musical, mas, conforme o próprio título da obra, um Nepomuceno
tradicional, imbuído propositadamente do mais lídimo espírito classicista.
A Suite Antiga foi escrita em 1893, na Noruega. Originariamente composta para piano,
teve sua primeira audição pela pianista Walborg Bang, esposa do compositor, na residência
daquele que durante dez anos fora seu mestre - Edvard Grieg - em Bergen. Retornando à Ale-
manha, Nepomuceno arranjou a suíte para cordas, suprimindo apenas o ‘prelúdio’ inicial que
consta da versão pianística. Em março de 1894, o próprio Nepomuceno regeu essa suite à frente
da Filarmônica de Berlim, num programa onde Þgurava ainda seu Scherzo für grosses Orchester.
Sobre a Suite Antiga, observou um ilustre crítico: "[...] nao se sabe o que mais admirar: se
a perfeição da forma ou se a beleza e o acabamento das idéias musicais”. Está dividida nas
seguintes partes:
I - minueto
É uma dança francesa que teve grande voga nos salões das cortes de Luís XIV e Luís XV.
Reverente, graciosa e com um trio de encantadora beleza, este ‘minueto’ de Nepomuceno nada
Þca a dever aos melhores exemplos do gênero:
Il - ária
Um dos mais inspirados e profundos momentos de toda a obra de Alberto Nepomuceno.
Página do uma dignidade caracteristicamente bachiana. Uma melodia pura e sentida se
depreende dos violinos em divisi por sobre um stacatto das violas e celos.
III - rigaudon
Vem a ser uma dança de origem provençal em andamento vivo, muito popular no século
XVIII. Seu nome deriva, segundo alguns autores, do professor de dança Rigaud, que se supõe ter
sido o inventor dessa forma musical. O rigaudon com que Þnaliza a Suite Antiga é uma obra-
prima de graça e leveza. O allegro é saltitante e jocoso, enquanto o andante, impregnado de certa
melancolia, reßete visivelmente o meio e a paisagem que sugeriu Peer Gynt.
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Suíte Antiga
Opus 11
Editado por G.Bernstein Alberto Nepomuceno
Christiania, 1893
1. Minueto
Allegro con spirito = 126
Violino I
Violino II
Viola
pizz.
Violoncelo
pizz.
Contrabaixo
5
1. 2.
Vl I
(?*)
Vl II
Vla
arco
arco
Vc
arco
arco
Cb
2022©desta edição
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2 Minueto
A
10
Vl I
dim.
pizz. arco
Vl II
dim.
arco
pizz.
Vla
dim.
pizz.
Vc
dim.
Cb
15
Vl I
Vl II
Vla
arco
Vc
Cb
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Minueto 3
20
div.
Vl I
div.
Vl II
pizz.
Vla
pizz.
Vc
pizz.
Cb
div.
25
Vl I 1
2
div. (cresc.)
Vl II 1
2
(cresc.)
Vla
arco
(cresc.)
Vc
(cresc.)
arco
Cb
(cresc.)
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4 Minueto
29
unis.
B
Più mosso
Vl I 1
div.
2
div. unis.
Vl II 1
2
arco
Vla
Vc
Cb
34
Vl I
cresc.
Vl II
cresc.
Vla
cresc.
Vc
cresc.
Cb
cresc.
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Minueto 5
38
Vl I
()
Vl II
()
Vla
()
Vc
()
Cb
()
43
Vl I
Vl II
Vla
Vc
Cb
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6 Minueto
47
1
1
Vl I
cresc.
2
1
1
! !
Vl II cresc.
2
Vla
cresc.
Vc
cresc.
Cb
unis.
53 allarg.
div.
Vl I 1
2
unis.
Vl II
#
Vla # # #
"
Vc
Cb
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Minueto 7
C
58
rit. a tempo
Vl I
Vl II
Vla
Vc
Cb
div.
63
Vl I 1
2
Vl II
Vla
Vc
$
Cb
$
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8 Minueto
rit.
67 unis.
div.
Tempo I
Vl I 1
&
2
%
unis.
1
1
rit.
Vl II
unis.
2
2
Vla
&
Vc
Cb
71
Vl I
Vl II
%
Vla
%
pizz.
Vc
%
pizz.
Cb
%
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Minueto 9
76
Vl I
pizz.
Vl II
pizz.
Vla
arco
Vc
arco
Cb
81
Vl I
dim.
arco
Vl II
dim.
arco
Vla
dim.
pizz.
Vc
dim.
Cb
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10 Minueto
86
Vl I
Vl II
Vla
arco
Vc
Cb
91
Vl I
Vl II
pizz.
Vla
pizz.
Vc
pizz.
Cb
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Minueto 11
95
Vl I
(cresc.)
Vl II
(cresc.)
arco
Vla
arco
(cresc.)
Vc
(cresc.)
arco
Cb
(cresc.)
100 D Coda
Vl I
Vl II
Vla
1
Vc
2
pizz.
2
pizz.
Cb
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12 Minueto
105
Vl I
Vl II
Vla
1
Vc
2
Cb
poco rit.
109
Vl I
% '
pizz.
Vl II
% '
pizz.
Vla (
% ' pizz.
unis.
1
% '
Vc
poco rit. unis.
pizz.
2
% '
arco
Cb
% '
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2. Ária
Andante expressivo = 84
! !
Violino I
Violino II
Viola
div.
Violoncelo
Contrabaixo
5 )
Vl I
! !
Vl II
Vc 1
2
Cb
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14 Ária
9 E
Vl I
*
Vl II
Vla
1
Vc
2
pizz.
Cb
13
Vl I
Vl II
1
Vc
2
Cb
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Ária 15
16 rit.
a tempo
+
Vl I
%
Vl II
%
Vla
" %
pizz.
unis.
1
1
% pizz.
2
Vc
unis.
2
%
arco
Cb
%
20
Vl I
Vl II
div.
Vla
1
Vc
2
Cb
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16 Ária
!
div.
23
Vl I
%
div.
Vl II
%
div.
unis.
Vla 1
2
%
arco
1
%
Vc
arco
2
%
pizz.
Cb
%
26
div.
!
Vl I 1
2
div.
Vl II 1
2
div.
Vla
1
Vc
2
Cb
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Ária 17
,
molto rit.
29 div.
!
Vl I 1
2
molto
div.
Vl II 1
2
div.
molto
molto
Vla 1
2
1
Vc
molto
2
arco
Cb
F Largo
+ Tempo I molto
+
unis.
*
32 div.
Vl I 1
2
$ ( $)
div.
unis.
Vl II 1
2
()
$
$
div.
unis.
Vla 1
2
unis. ( $) ()
Vc
$ $
Cb
$ $
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18 Ária
35
Vl I
dim.
Vl II
Vla
dim.
1
1
Vc dim.
2
2
dim.
Cb
dim.
38
Vl I
%
Vl II
dim. %
Vla
%
unis.
1
Vc %
unis.
2
%
Cb
%
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3. Rigaudon
Allegro con brio = 122
0
Violino I
Violino II 0
0
pizz.
Viola
-
// /
div.
0
pizz. arco
Violoncelo .
0 pizz. .
Contrabaixo
4
Vl I
cresc.
Vl II
cresc.
Vla
cresc.
unis.
div. pizz.
Vc 1
2
cresc.
Cb
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20 Rigaudon
8
div.
Vl I
%
Vl II
%
Vla
%
arco pizz.
Vc . .
%
arco
Cb
12
div.
Vl I 1
2
Vl II
pizz.
Cb
%
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Rigaudon 21
16
div. unis.
Vl I 1
2
-
Vl II / / /
-
Vla
Vc
arco
/ / /
-
Cb
.
20 G
div.
Vl I
-
pizz.
Vl II
-
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
Vla
-
Vc
/ / /
-
Cb
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22 Rigaudon
unis.
div.
24
Vl I 1
2
" " " " " "
arco
Vl II
" " " " " "
Vla
" " " " " "
Vc
" "
arco
Cb
28
Vl I
Poi la Coda
rit.
32
Vl I
& & &
$
Vl II
& & & $
Vla
$
Vc
$
Cb
$
1. 2. Andante expressivo
a tempo a tempo
+
+
36
Vl I
+
Vl II
+
Vla
Vc
Cb
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24 Rigaudon
41
Vl I
Vl II / /
Vla /
Vc
Cb
46 H
Vl I
Vl II
Vla
Vc
Cb
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Rigaudon 25
+ +
51
Vl I
Vl II
/
Vla /
pizz.
Vc
/
Cb
56
Vl I
Vl II / /
Vla
/
arco
Vc
pizz.
Cb
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26 Rigaudon
61
Vl I
Vl II /
Vla /
Vc
arco
Cb
I
rit. D.S. al Coda
66
Vl I
cresc.
Vl II
cresc.
Vla
cresc.
Vc
cresc.
Cb
cresc.
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Rigaudon 27
Coda Andante expressivo
+ +
70 poco allarg.
Vl I
$
+
Vl II
$
+
Vla
$
/
Vc
$
Cb
$
Prestíssimo
74
Vl I
$
Vl II
$
Vla
$
/ /
/
Vc
3
$
.
Cb
$
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28 Rigaudon
78
Vl I
.
.
. .
Vl II
. .
Vla
. .
Vc
. .
Cb
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